Você está na página 1de 3

TEATRO: A NOIVA DO ROSÁRIO

ADAPTAÇÃO TEXTUAL: PROF. ROSANA DE PÁDUA

NARRADOR:
No final do século 19, na Igreja do Rosário na cidade de Santa Branca, uma triste história
aconteceu, uma noiva desesperada porque o noivo não compareceu ao casamento, jogou-se
do alto da torre da igreja e morreu. A família indignada com o ocorrido, procurou pelo noivo
que, quando encontrada estava morto há alguns dias, sem nenhuma marca pelo em seu corpo,
ficando assim um mistério de que causa ele teria morrido...
A tragédia abalou a cidade e toda a região, pois as famílias eram muito tradicionais e
conhecidas por sua fortuna. ..
Conta-se que, logo após o ocorrido, muita gente começou a ver o fantasma de uma mulher
vestida de noiva, andando pela Igreja, caminhando pelas escadarias e torre, e ao redor da
igreja esperando pelo noivo que não vem.
Jovens rapazes juram tê-la visto, com aspecto assustador, e que em algumas madrugadas, no
determinado dia em que ela se casaria, deve-se evitar passar no local, pois lá ela está a espera
de alguém que possa tomar o lugar do seu noivo.

Mas esta triste história nem sempre foi assim... vejam como tudo começou

1° ATO – PAIS CONVERSAM E FAZEM ACORDO ( ABRE A CORTINA)


(pai do noivo, Seu Antonio se encontra com o pai da noiva, Seu José – se cumprimentam,
jogam conversa fiada, e seu Antonio conta feliz para seu José que sua esposa deu a luz ao seu
primogênito, e que leva o nome de seu pai Sr Augusto, aproveita e chama seu José e D.
Arminda para serem os padrinhos de batismo.
Foi quando seu José teve a idéia de unir as famílias, e que quando sua esposa engravidasse e
nascesse uma menina, daria em casamento ao Augusto. Assim as duas famílias levariam muita
vantagem com o casamento, unindo as fortunas com gado e café.

(FECHA A CORTINA)

NARRADOR:
O tempo foi passando e após alguns anos nasce Clarissa, uma linda menina, filha de seu José e
Dona Arminda. O trato foi feito.
As duas famílias sempre se encontravam nas festas dos padroeiros da cidade, Santa Branca,
São Benedito, Santo Antonio, Nossa Senhora do Rosário.... era só alegria.
As crianças foram crescendo e sempre que se encontravam brincavam e corriam por todos os
lados.

(ABRE A CORTINA)

2° ATO - CENA: MOSTRA UM ARRAIÁ – GENTE DANÇANDO, AS DUAS FAMÍLIAS PAPEANDO,


AS CRIANÇAS CORRENDO... ETC
SONOPLASTIA: MÚSICA JUNINA

(FECHA A CORTINA)

NARRADOR:
O tempo foi passando e Augusto foi mandado estudar na Capitar SP, foi estudar Direito. Lá ele
conheceu Rosinha uma linda jovem por quem ele se apaixonou, mas ele precisava voltar para a
sua casa. Ele prometeu para Rosinha que contaria para os seus pais de sua decisão em se casar
com ela, e que logo voltaria com sua família.
Mas as coisas não são tão simples assim, pois naquela época um aperto de mão valia mais que
mil palavras, pois trato era trato. Trato este firmado por seus pais.

(ABRE A CORTINA)

3° ATO - CENA: sala de uma casa, mãe do noivo, Dona Carminda costurando quando ouve
chamar seu nome...
Nesta cena Augusto cumprimenta sua mãe com um grande abraço, seu pai é chamado e entra
na cena dando também um abraço em seu filho e o parabenizando por ter se tornado doutor.
Augusto então se senta e começa a contar seus planos para o futuro, e que havia conhecido a
mulher de sua vida.
Seu pai se levanta do banco furioso e discorda totalmente da decisão do filho, e o lembra que
deu a palavra do casamento para o pai de Clarissa, seu José e Dona Arminda, e que isso estava
fora de cogitação. Batem boca, até que ele manda o filho se calar e basta.

(FECHA A CORTINA)

NARRADOR
O clima ficou pesado demais entre pai e filho, mas a obediência falou mais alto. E logo a família
de Clarissa soube do retorno de Augusto, mas estranharam um pouco ele não ter ido visitar
Seu José, Dona Arminda e Clarissa para tratar logo dos preparativos do casório.

(ABRE A CORTINA)

4° ATO - Cena: Na sala vendo um álbum de fotografia está Clarissa com sua mãe Dona
Arminda conversando sobre este fato – ausência de Augusto – mas
Dona Arminda procura consolar a filha e tranqüilizá-la, pois acredita que Augusto está
correndo com os preparativos do casamento e festa. Afinal são muitas coisas para cuidar...
Clarissa se mostra mais confiante.
A cena termina a mãe se levantando e dizendo pra ela para irem provar o vestido de noiva.

(FECHA A CORTINA)

NARRADOR
Eis que é chegado o grande dia! Depois de quase duas décadas daquele acordo matrimonial!
As famílias mais tradicionais e ricas da cidade foram convidadas. Dizem que os convites foram
enviados até para parente das Capitar SP e de Minas Gerais. Gente de todos os lados. A igreja
do Rosário estava linda! Toda enfeitada com as flores que seu pai mandou buscar na cidade de
Mogi das Cruzes. Os convidados foram se achegando e tomando assento. Ao fundo som de um
quarteto de cordas vindo da capitar. O padre Francisco havia colocado a sua mais nova batina,
que havia ganhado de presente da mãe do noivo para aquela ocasião. Todos a postos.
Os pais do noivo no altar, os padrinhos dos dois lados também, mas faltava o noivo entrar.
Com o passar do tempo as pessoas começaram a comentar...
O que será que vai acontecer? Vejam com seus olhos!

(ABRE A CORTINA)
5° ATO - Cena: Todos em seus lugares – pessoas cochichando – o mãe da noiva pergunta pra
mãe do noivo se já não era pra ele ter chegado...
A hora foi passando e eis que chega a noiva na porta da igreja! A marcha nupcial começa a
tocar, e sem ninguém para avisá-los naquele momento, o pai da noiva a conduz para o altar,
quando já está perto do altar, a mãe de Clarissa vai rapidamente ao encontro deles e conta
que o noivo não chegou.
A noiva fica transtornada, se dá conta que havia sido abandonada. Ela sai correndo, sobe as
escadas lateral da Igreja que leva a torre, sobe... no silêncio olha para fora para ver se o noivo
lá está, suspira, grita seu nome pela última vez e se atira lá de cima....

SILÊNCIO....

Todos começam a chorar, alguns espantados, outros gritando. Que horror!

(FECHA A CORTINA)

NARRADOR
Quanta dor e tristeza... todos estão em choque. A família da noiva indignada, padrinhos e
amigos da família vão em busca do noivo a fim de dar cabo de sua vida, procuram por todos os
lados. Na cidade ele não está! Vão para a mata, e depois de muita busca, o delegado e policiais
o encontram caído no meio da mata, morto... O delegado faz uma busca sobre a causa da
morte, mas não encontra nada em seu corpo... (sombra da noiva projetado ao fundo / ou
risada)

SOM: suspense....

6° ATO - Cena: Conversam entre si sobre o fato. Surpresos sobre o noivo morto.

(ABRE A CORTINA)

(CORTINA FECHA NA HORA EM QUE SOLTA UM SOM / OU IMAGEM DA NOIVA – TODOS FAZEM
O SINAL DA CRUZ)

NARRADOR
O noivo foi sepultado sem que ninguém descobrisse o que de fato lhe aconteceu... Ficou um
grande mistério. Começaram os falatórios que era a assombração da noiva que havia lhe
aparecido enquanto se escondia na mata, e por isso ele deve ter morrido de susto, remorso e
medo....
Logo após estes fatos, algo estranho começou a acontecer na Igreja do Rosário e arredores...

(ABRE A CORTINA)

7° ATO - Cena: um banco em que três jovens embriagados, vindos de uma festa sentam para
descansar... Um deles fala que ouviu dizer que ali era mal assombrado pela noiva do Rosário,
os outros dois riem e diz não acreditar nesta história boba, e que deveriam deixar a mulher
descansar em paz... Mas, o amigo insiste para irem para outro lugar... o diálogo continua, qdo
a noiva morta aparece atrás deles enquanto conversam... Um deles sente um arrepio, o outro
também... Começa um empurra, empurra para quem vai olhar pra trás para ver o que está
acontecendo, e eis que decidem olhar juntos.... Quando olham a noiva dá um grito e os três
saem correndo num grande disparo...

(FECHA A CORTINA)

NARRADOR
E assim surgiu a lenda da noiva do Rosário... se é verdade eu não sei... só sei que foi assim...

FIM

Você também pode gostar