Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curriculo Base Da Educacao Josefense 2020
Curriculo Base Da Educacao Josefense 2020
Inclui bibliografia.
ISBN 000-00-00000-00-0
1. Educação Básica. 2. Educação Infantil – São José. 3. Ensino fundamental – São José. 4.
Educação integral. 5. Educação básica – Currículos. 6. Educação e Município – São José.
Diretora de Ensino
Cláudia Regina Macário
COMISSÕES
Consultores de Áreas
Alzira Isabel da Rosa
Ana Carolina Farias de Souza
Marcos Leandro Espíndola
Redatores de Currículo
Textos introdutórios: Alexandre Gandolfi Neto
Marcos Legais: Rodrigo Mioto dos Santos
Educação Básica e Diversidades: Rodrigo Mioto dos Santos
Educação das Relações Étnico-Raciais: Marcos Martín
Os Marcos Legais da Educação das Relações Étnico-Raciais: Rodrigo Mioto dos Santos
Educação de Gênero: Rodrigo Mioto dos Santos
Educação Especial: Patricia Brilhante Kuriki e Patricia Moratelli
3
Educação de Jovens e Adultos: Roberta Silvano, Virgínia Canarin Polla Weber, Janaina
Priscila Ricci e Fabiana de Fatima Aparecida Oliveira
Educação Ambiental: Cinthya Regina Persike, Marcelo Cipriani e Maurizia Maria de Souza
Razões
Educação Infantil: Vera Regina Lúcio
Alfabetização: Carla Cristofolini
Língua Portuguesa: Eduardo Bugs Gonçalves
Práticas de Leitura e Escrita (PLE): Rosiane da Silva Clemente Silvano
Arte: Ana Paula Silva e Costa
Língua Inglesa: Mileidi Heiderscheidt
Educação Física do Ensino Fundamental: Thaís Almeida
Matemática: Jaison Gasperi, David Kososki, Cleonice M. Steimback, Marcelo Rivadávia T.
Peres, Vanessa C. Dinali
Ciências da Natureza: Sérgio Luiz de Almeida
Geografia: Fabio Cesar de Moraes
História: Elton Francisco
Filosofia: Adão de Souza
Informática: Marinêz Chiquetti, Rose Mara da Silva Garcia e Kelen Bittencourt
Capa:
Diagramação:
Revisão de Texto:
4
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 5
2 INTRODUÇÃO................................................................................................................................................. 6
2.1 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO ........................................................................................ 6
2.2 MARCOS LEGAIS .................................................................................................................................................. 13
3 PARA LER ESTE DOCUMENTO................................................................................................................ 29
4 DIVERSIDADES ............................................................................................................................................ 37
4.1 EDUCAÇÃO BÁSICA E DIVERSIDADES ........................................................................................................ 37
4.2 AS DIVERSIDADES E SUAS CONCRETAS MANIFESTAÇÕES ............................................................... 49
4.3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ............................................................................................................ 97
4.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................................................118
5 EDUCAÇÃO INFANTIL............................................................................................................................. 130
6 ENSINO FUNDAMENTAL: ÁREAS E COMPONENTES ESPECÍFICOS .......................................... 207
6.1 ÁREA: LINGUAGENS .........................................................................................................................................207
6.1.1 Língua Portuguesa ........................................................................................................................................208
6.1.1.1 Alfabetização ....................................................................................................................................................209
6.1.1.2 Língua Portuguesa: 3° ao 9° ano ............................................................................................................233
6.1.1.3 Práticas de Leitura e Escrita (PLE) ........................................................................................................352
6.1.2 Arte ..........................................................................................................................................................................371
6.1.3 Língua Inglesa ..................................................................................................................................................399
6.1.4 Educação Física ...............................................................................................................................................424
6.2 ÁREA: MATEMÁTICA .......................................................................................................................................441
6.3 ÁREA: CIÊNCIAS DA NATUREZA .................................................................................................................486
6.4 ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS ..........................................................................................................................507
6.4.1 Geografia .............................................................................................................................................................508
6.4.2 História .................................................................................................................................................................538
6.4.3 Filosofia ................................................................................................................................................................594
6.5 ÁREA: ENSINO RELIGIOSO ............................................................................................................................603
6.6 ÁREA: INFORMÁTICA ......................................................................................................................................604
5
1 APRESENTAÇÃO
Educadores,
A rede de ensino de São José decidiu, ao longo do ano de 2019, enfrentar o desafio de pensar,
debater e consolidar um documento curricular de referência para reger o processo pedagógico das
unidades educativas do nosso município. Uma difícil demanda, que só traria resultados frutíferos com
a união de todos, e que só se tornou possível pois tínhamos certeza do comprometimento dos nossos
pares com a qualidade do trabalho que desenvolvemos.
Nossa convicção é parte de um processo, que no caso específico da elaboração curricular,
iniciou em 2018, quando nossos profissionais dedicaram suas horas de estudo e pesquisa, durante as
formações continuadas, para conhecer a Base Nacional Comum Curricular. Posteriormente, em 2019,
os conhecimentos foram aprofundados com a participação de educadores da rede no seminário de
elaboração do Currículo do Território Catarinense, que foi feito em regime de colaboração entre o
Estado de Santa Catarina, os Municípios e entidades parceiras.
Após essa trajetória, a Secretaria Municipal de Educação, ouvindo o coletivo de atores que
participam da rede, deliberou a necessidade de elaboração do documento curricular próprio, em
consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com o Currículo do Território
Catarinense. Ação necessária para consolidar nossas especificidades e nossa história educacional e
cultural, que sempre foram permeadas por um pensamento plural e democrático.
O Currículo Base da Educação Josefense é fruto de um trabalho colaborativo e participativo,
que envolveu os profissionais da rede e de colaboradores parceiros. A elaboração deste documento
contou com a participação de mais de dois mil servidores da educação municipal e deve,
qualitativamente, atingir em torno de vinte e dois mil estudantes atendidos anualmente por nossas
unidades educativas nas etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.
O currículo marca um momento histórico para a rede municipal de ensino de São José, como
resultado de um processo democrático, alinhando nossas demandas e considerando a educação para
a realidade do cidadão do século XXI. Nosso pensamento-ação pedagógico delineado no currículo
proposto abarca a cidade, a diversidade, a tecnologia, a sensibilidade, a emoção, ou seja, traz um olhar
curricular para potencializar a vida.
Tenho orgulho de fazer parte deste marco histórico. Parabenizo e agradeço a todos que com
entusiasmo e dedicação, participaram da construção deste documento, que muito contribuirá para uma
educação inovadora, fazendo a diferença na vida escolar dos nossos alunos.
Lilian Sandin Boeing
Secretária Municipal de Educação
6
2 INTRODUÇÃO
A reflexão sobre o currículo base começou nas formações dos componentes da rede a
partir do ano de 2018, após a BNCC ter sido homologada e o estado de Santa Catarina solicitar
consultas aos municípios da versão 0 (zero) do documento que estava em elaboração. Estes dois
anos de trabalho não poderiam ser negligenciados e também temos convicção que, ao nos
dedicarmos à elaboração do nosso documento próprio, também já projetamos e mobilizamos a
sua implementação na ação pedagógica das instituições de ensino.
Importa ressaltar que ainda possuímos a garantia de formação continuada mensal para
os profissionais da educação de forma coletiva e oferecida em espaço adequado, o que
possibilitou aos grupos de componentes pensar e aprofundar o estudo sobre a base nacional
comum curricular. Desta mesma maneira, esta estrutura nos permite organizar e consolidar
formações qualificadas para a implementação do novo modelo com estudos presenciais e em
tempo prolongado.
O suporte teórico e organizacional também é um diferencial que conquistamos, pois
contamos com a participação de cerca de 30 profissionais da rede na elaboração do Currículo
Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, sendo que 4
destes profissionais foram redatores ou consultores de componentes e fizeram parte do projeto
de formação ProBNCC do MEC. Esta experiência nos deu suporte para validar a condição de
promover este movimento em prol da educação do município.
E, por fim, temos a fecunda parceria com o Observatório do Sistema Interamericano de
Direitos Humanos da UNIVALI, que nos permite avançar nas questões das Diversidades, e
também nos possibilita um suporte intelectual e humano para (re)pensar a educação que
almejamos, garantindo que as Diversidades e os Direitos Humanos perpassem todos os
momentos e componentes da matriz curricular.
Portanto, o presente documento representa um marco histórico para a nossa rede, pois
se trata do primeiro currículo que rege toda a educação das instituições do município desde a
Educação Infantil até o último ano do Ensino Fundamental. Não se trata de uma proposta ou de
um caderno de orientações, mas de um currículo sistematizado com objetivo de promover uma
unidade curricular aos nossos estudantes, em consonância com um projeto nacional para
garantir a equidade, a igualdade e a diversidade na educação brasileira. A partir da
homologação, será obrigatória a implementação das orientações estabelecidas neste documento
em todos os centros de educação municipal, sendo necessária a revisão de projetos pedagógicos,
reformulação de planos de ensino e avaliação de aprendizagens, promoção de projetos
integrados, formações continuadas nas escolas e nos grupos de componentes curriculares, e
também ponderações para a próxima revisão curricular.
8
na escola. A educação integral que vislumbramos está relacionada com uma ação pedagógica
estruturada para fomentar a formação e o desenvolvimento humano global em todas as suas
dimensões: intelectual, física, social, emocional e cultural. É preciso avançar no pensamento
educativo e superar as visões reducionistas que por muito tempo nos fez privilegiar a dimensão
intelectual (cognitiva) em detrimento da dimensão afetiva ou vice-versa.
princípio dos territórios educativos presentes nos estudos de diversos autores brasileiros, dentre
eles: Anísio Teixeira (Escolas-Parque), Mário de Andrade (Parques Infantis), Paulo Freire
(Educação Cidadã), Milton Santos (Território), Moacir Gadotti (Escola Cidadã) e Ladislau
Dowbor (Educação e Desenvolvimento Local). Conforme explica Márcia Fernandes (2019,
s./p.), “Nos Territórios Educativos as diferentes políticas, espaços, tempos e atores são
compreendidos como agentes pedagógicos, capazes de apoiar o desenvolvimento de todo
potencial humano”.
Precisamos falar de nossos rios, praias, artesanato, cultura, bairros, finanças, saúde,
parques, etc. Para formar cidadãos é fundamental que a escola se integre à cidade, discutindo e
agindo na sua transformação, revertendo o paradigma que tornou o ambiente escolar um núcleo
isolado da comunidade a que pertence. Aliás, muitas das competências e habilidades presentes
em nosso plano de ensino podem ser despertados nas relações com a comunidade e a cidade:
conhecer e entender porque os rios da cidade não abastecem a população do município, qual a
razão da não balneabilidade de nossas praias, qual a importância de consumir no comércio local
de pequeno porte, quais as manifestações culturais e artísticas fazem parte da experiência dos
habitantes de nosso território, dentre outros. Essas ações podem ser feitas em colaboração com
diversos sujeitos, com diferentes pontos de vista e formação de saberes. Reconhecer a
participação desses atores na educação dos estudantes nos permite promover uma
transformação rumo a promoção de uma cidade educadora, onde cada local possa ser visto
como potencial espaço de aprendizado para a vida.
Importa salientar que nosso documento foi elaborado em regime de colaboração, o que
nos permite assegurar a riqueza e a qualidade deste trabalho, porém temos consciência de que
temos que aprofundar discussões e avançar ainda mais na próxima versão. Para que isso
aconteça, temos que ler, estudar, implementar e anotar as contribuições para a revisão
assinalada para acontecer no final deste quinquênio (2020-2024), conforme sinalização do
Ministério da Educação.
Os textos dos componentes e etapas foram feitos por redatores junto aos grupos de
trabalho nas formações, portanto, respeitamos as formas de escrita e de pensamento de cada
coletivo, dando ênfase a um dos princípios desse currículo que é a diversidade. Respeitamos
também o percurso formativo do estudante na organização do documento, iniciando com o
conteúdo geral das diversidades, seguido da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.
Todo o processo de elaboração foi um árduo trabalho, que exigiu diálogo, disposição,
flexibilidade, estudo e muito empenho. Porém, o trabalho não se encerra na escrita, pois o que
torna vivo qualquer documento norteador de política pública educacional é a sua assimilação e
12
Sempre que a “educação" produz algum documento, abre-se um campo para os tais
“marcos legais”, geralmente um trecho pouco lido e pouco explorado, visto que, geralmente,
monótono e burocrático. Este documento pretende que por aqui as coisas sejam diferentes.
Inicialmente, cabe ressaltar que a educação é um processo tão livre em seus diversos
aspectos didático-pedagógicos, como regrado em suas concepções, seus princípios e seus
conteúdos. No que diz respeito especificamente aos currículos, seja no plano internacional
(Declarações, Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos), que
abordaremos no ponto das diversidades, seja no plano interno (Constituição, Legislação Federal
e Legislação Municipal), que abordaremos a seguir, vários são os documentos que orientam
alguns elementos e conteúdos curriculares dos quais a educação brasileira não pode se furtar.
Às gestões, às professoras e aos professores é dado, sim, realizarem uma série de
discussões e opções sobre caminhos a seguir no que se refere ao “modo de ser escola”. Porém,
sobre conteúdos, fins almejados e até no que se refere a vários aspectos do processo, algumas
definições estão dadas, balizadas. E a seguir queremos apresentá-las.
E antes de fazê-lo, duas outras observações se mostram imprescindíveis. A primeira é
que muito contrariamente à equivocada ideia de “decisões de cima para baixo”, toda essa
normatização que se apresenta tem forte base democrática, tendo perfeita consonância com os
valores constitucionais e, muitas vezes, contando em seu processo de produção com ampla
participação de professoras e professores, especialmente por meio das Conferências de
Educação. A segunda, e aqui queremos frisá-la, é que não devemos interpretar tudo o que
adiante se apresentará como “dever de quem educa”, pois não é esse o foco. Não é disso que se
trata. Nós falamos aqui de “direitos das nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos”. O que
a Lei – em sentido amplo – diz sobre a educação, não se refere a deveres de redes, escolas,
gestoras(es), professoras(es) e técnicas(os), mas sim àquilo que forma a essência da “escola de
qualidade social”, direito humano, direito fundamental de crianças, adolescentes, jovens e
adultos.
Vejamos, pois, quais são esses direitos em matéria de currículo.
14
Eis, no essencial, a disciplina da LDB sobre currículo e seus conteúdos. Porém, outras
leis federais ainda trazem temas que são de trato obrigatório, em especial porque abordar tais
temas em sala, para além de um dever da escola, é um direito do aluno. Veremos tais leis na
sequência.
sendo que aqui será destacada a 7.1, que é “estabelecer e implantar, mediante pactuação
interfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos
currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as)
para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e
local”. As demais estratégias, referentes a conteúdos, serão indicadas no momento oportuno.
Voltando um pouco no tempo e no que se refere ao Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei n°. 8.069, de 13 de julho de 1990), dois artigos em especial nos interessam, o 57 e o 58,
pois o primeiro trata de currículos inclusivos e o segundo cria um vínculo entre educação e
cultura. Com efeito, o art. 57 fixa que “O poder público estimulará pesquisas, experiências e
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório”,
ou seja, no que aqui interessa trata-se de um currículo que não apenas inclua como que combata
a exclusão. Já o art. 58 estabelece que “No processo educacional respeitar-se-ão os valores
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente,
garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.” Mais uma vez, e
agora especificamente no que se refere à cultura, trata-se de uma educação (e por consequência,
de um currículo) que contemple a diversidade cultural tão caracterizadora de nossa sociedade.
Igualmente antes do PNE e no que se refere a conteúdos curriculares obrigatórios, temos
ainda o art. 22 do Estatuto do Idoso (Lei n°. 10.741, de 1º de outubro de 2003), para o qual:
“Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos
voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a
eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.”
Cabe destacar que existe para redes, escolas e professoras(es) ampla liberdade no que
se refere à forma de trabalhar tais conteúdos, mas igualmente se faz necessário ressaltar que tais
conteúdos devem estar, de maneira minimamente significativa – porque se a Lei os destacou
quis a eles dar certa preponderância –, presentes no percurso formativo dos estudantes.
da educação nacional (art. 7), garantida pela obrigação de que metade dos conselheiros sejam
da sociedade civil em área de atuação afim (art. 8, §1).
O CNE é composto por duas Câmaras, a de Educação Básica e a de Educação Superior,
e possui competência normativa, deliberativa e de assessoramento (art. 7, caput). Dentre suas
funções destaca-se, no que aqui interessa, a competência da Câmara de Educação Básica para
“deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo Ministério da Educação e do Desporto”
(art. 9º, § 1º, c). Ou seja, dentre a sua competência normativa, a mais importante é justamente
a fixação de Diretrizes, como as que veremos na sequência.
E quando o assunto é currículo, cabe já destacar, para a Educação Infantil, que as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB n°. 5/2009)
estabelecem no art. 3° que: “O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto
de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e
tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de
idade.”
Já no que se refere aos currículos em geral, vamos aqui destacar duas Diretrizes tão
importantes quanto – ainda – sonegadas na educação brasileira: a Resolução CNE/CEB n.
4/2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e a
Resolução CNE/CEB n. 7/2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental de 9 anos.
As Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação Básica (DNGEB), dedicam todo um
Título (o quinto) para tratar de “Organização curricular: conceito, limites e possibilidades”, e
logo em sua abertura estabelecem a concepção de escola e de currículo que deve nortear a escola
pública brasileira:
Em seguida, as Diretrizes apresentam dois capítulos: um para tratar das formas para a
organização curricular e outros para justamente disciplinar a ideia de um currículo com
formação básica comum e parte diversificada.
Para as Diretrizes, currículo é “[...] o conjunto de valores e práticas que proporcionam
a produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem intensamente para a
construção de identidades socioculturais dos educandos” (art. 13). Os §§1° e 2° desse artigo
densificam tal noção de currículo, deixando claro como se trata de uma concepção bastante
aberta e inovadora. Com efeito, tem-se que: “O currículo deve difundir os valores fundamentais
do interesse social, dos direitos e deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem
democrática, considerando as condições de escolaridade dos estudantes em cada
estabelecimento, a orientação para o trabalho, a promoção de práticas educativas formais e
não-formais.” (§ 1°) Ou seja: boa parte da preocupação do currículo deve estar voltada para
valores referentes à formação de um cidadão que respeite o bem comum, os direitos humanos
e a ordem democrática. E como não poderia deixar de ser, a concepção é de um currículo vivo
que, de fato, prepare para a vida democrática em sociedade: “Na organização da proposta
curricular, deve-se assegurar o entendimento de currículo como experiências escolares que se
desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, articulando vivências
e saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para
construir as identidades dos educandos.” (§ 2°) Essa noção aqui lançada é detidamente
explicada no §3° do art. 13 das Diretrizes, que apesar da extensão, é importante ser transcrito
na íntegra:
Art. 10. O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum,
complementada em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar
por uma parte diversificada.
Por fim, ainda no que se refere às Diretrizes para o Ensino Fundamental de 9 anos, temos
os importantes artigos 12 e 13, que nos fornecem, por assim dizer, o sustentáculo teórico,
epistemológico e cultural que embasa os conteúdos que compõem tanto a base comum, quanto
a parte diversificada.
Art. 12 Os conteúdos que compõem a base nacional comum e a parte
diversificada têm origem nas disciplinas científicas, no desenvolvimento das
linguagens, no mundo do trabalho, na cultura e na tecnologia, na produção
artística, nas atividades desportivas e corporais, na área da saúde e ainda
incorporam saberes como os que advêm das formas diversas de exercício da
cidadania, dos movimentos sociais, da cultura escolar, da experiência docente,
do cotidiano e dos alunos.
Ou seja, o movimento, que parte do plano federal, passa pelo Município e chega até a
escola é: BNCC – Currículo Municipal – PPP (proposta pedagógica). Em outras palavras, este
documento que ora se apresenta à educação josefense é aquele que, conjuntamente com a
BNCC e todas as demais Diretrizes aqui citadas, deve conduzir a reformulação dos projetos
político-pedagógicos de cada escola.1
Mas voltando propriamente ao tema do currículo, o art. 7º da Base estabelece que “Os
currículos escolares relativos a todas as etapas e modalidades da Educação Básica devem ter
a BNCC como referência obrigatória e incluir uma parte diversificada, definida pelas
instituições ou redes escolares de acordo com a LDB, as diretrizes curriculares nacionais e o
atendimento das características regionais e locais, segundo normas complementares
estabelecidas pelos órgãos normativos dos respectivos Sistemas de Ensino.” O parágrafo único
do dispositivo ainda determina que: “Os currículos da Educação Básica, tendo como referência
a BNCC, devem ser complementados em cada instituição escolar e em cada rede de ensino, no
âmbito de cada sistema de ensino, por uma parte diversificada, as quais não podem ser
consideradas como dois blocos distintos justapostos, devendo ser planejadas, executadas e
avaliadas como um todo integrado.” Percebe-se, pois, que todo esse processo levado a cabo
pela Secretaria de Educação do Município de São José caminha na mais perfeita sintonia com
a regulamentação, federal e obrigatória, sobre o tema.
No entanto, em que pese o poder normativo federal e municipal, nunca se pode perder
de vista o horizonte de forte autonomia que a legislação educacional brasileira confere à
escola. Eis a razão pela qual, por exemplo, o art. 8° da Resolução que fixa a BNCC se debruça
sobre o currículo pensado na perspectiva da unidade escolar e de sua comunidade que sobre sua
construção deve se debruçar. Vejamos as ousadas diretrizes dadas pelo citado artigo:
1
Cabe destacar que o art. 6° fixa que “As propostas pedagógicas das instituições ou redes de ensino, para
desenvolvimento dos currículos de seus cursos, devem ser elaboradas e executadas com efetiva participação de
seus docentes, os quais devem definir seus planos de trabalho coerentemente com as respectivas propostas
pedagógicas, nos termos dos artigos 12 e 13 da LDB”, sendo ainda mencionado que tais propostas e os currículos
“devem considerar as múltiplas dimensões dos estudantes, visando ao seu pleno desenvolvimento, na perspectiva
de efetivação de uma educação integral” (parágrafo único).
24
Em outros termos, ainda que o disposto aqui seja de observância necessária pelas
escolas, a autonomia para ampliar e ressignificar a parte diversificada, bem como os aspectos
metodológicos do currículo, está à disposição de cada uma das escolas da rede.
Vistas, pois, as quatro principais Resoluções advindas do CNE e que regem a ideia de
um novo currículo no contexto da BNCC, cabe por fim analisar a legislação municipal naquilo
que se refere a currículo.
A Legislação Municipal
Em nosso Município, a Lei nº. 3.472, de 16 de dezembro de 1999, é a que “dispõe sobre
o sistema municipal de ensino”, e em seu art. 35 basicamente repete a disciplina da
Constituição, da LDB e das Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação Básica:
25
Art. 35. O currículo do Ensino Fundamental, deve ter uma base nacional
comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e
locais da sociedade, da cultura e da economia.
Parágrafo Único. O currículo a que se refere o "caput" deste artigo deve
abranger obrigatoriamente o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
especialmente a do Brasil.
Porém, em seu art. 36, a Lei municipal nº. 3.472/99 estabelece a tônica da proposta
curricular do Município, seu “DNA” material:
Nos artigos seguintes, a Lei fixa alguns conteúdos mínimos a serem contemplados no
currículo municipal:
Ou seja, fica claro do exposto nas três estratégias acima citadas que o respeito à
diversidade e seu correlato combate à violência/intolerância devem ser a tônica não apenas do
currículo, mas dos projetos político-pedagógicos e de todo o cotidiano escolar.
Encerrando este tópico sobre os marcos legais do currículo josefense, cumpre esclarecer
que seu objetivo é demonstrar que o trabalho que por ora se constrói tem, em que pese a ampla
liberdade, expressivo regramento. Como dito no início deste texto, a educação pública brasileira
possui uma série de balizas, de regramentos, de orientações, de definições que são tomadas pela
Lei democraticamente estabelecida e que compete à escola fazer valer no dia-a-dia do fazer a
educação.
Este texto, assim como todo este currículo que pretende guiar a educação básica pública
do Município de São José, a todo momento fará menção à legislação que embasa e fundamenta
suas escolhas. Eis um cuidado constante deste currículo: cada passo, cada opção, cada escolha
tem a mais ampla e segura fundamentação legal indicada. Não se trata, porém, de procurar quais
são as obrigações do sistema de ensino josefense como todo, mas sim de assegurar às nossas
crianças e aos nossos adolescentes seus direitos de aprendizagem. O dever que a escola tem de
possibilitar esta ou aquela habilidade ou competência, é tão-somente decorrência do direito de
aprendizagem que nossas alunas e nossos alunos possuem. Eis a tônica deste currículo.
Referências Normativas
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB 7/2010. Fixa
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da
União, Brasília, 15 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 34. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf Acesso em: 14 fev. 2020.
No entanto, para que se construam, é fundamental que todos se responsabilizem por esse
percurso durante as etapas de ensino, com especial atenção e dedicação na etapa e/ou
modalidade em que atua para promover o desenvolvimento das competências ao longo dessa
trajetória.
A imagem que segue apresenta o itinerário formativo do estudante na Educação Básica
composto de três etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Ressaltamos
que a rede municipal de São José contempla as duas primeiras, sendo a restante
responsabilidade estadual em nosso território.
31
A organização por Grupos Etários trabalha a partir dos Campos de Experiências e vêm
acompanhados dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, com o propósito de
garantir os objetivos delineados para essa etapa de ensino conforme exposto abaixo.
Segundo esse critério, o código EF67EF01, por exemplo, refere-se à primeira habilidade
proposta em Educação Física no bloco relativo ao 6º e 7º anos, enquanto o código EF04MA10
indica a décima habilidade do 4º ano de Matemática.
35
4 DIVERSIDADES
seja, cada pessoa tem o direito à cidadania (ao reconhecimento e ao exercício de seus direitos)
e é protegida pelo mínimo da dignidade humana, ou seja, precisa sempre ser entendida como
detentora de direitos fundamentais que não lhe podem ser sonegados sem que sua dignidade
seja atingida. Vale aqui lembrar que tudo isso se aplica a cada aluna, a cada aluno, a cada
professora, a cada professor, a cada servidora e a cada servidor da educação brasileira. Por isso,
a escola, a instituição educacional, precisa ter claro que antes de uma aluna ou um aluno, uma
professora ou um professor, uma servidora ou um servidor, o que se tem é uma pessoa, uma
cidadã ou um cidadão com sua dignidade humana fortemente protegida. Em outros palavras: é
da pessoa que partimos. Mas voltando aos três fundamentos republicanos antes destacados,
cabe agora ressaltar o “pluralismo político”, que não deve ser interpretado restritamente como
pluralismo político-partidário, mas como pluralidade de concepções políticas, de mundo, de
sociedade, de humanidade, de valores. Ao reconhecer a pluralidade que nos caracteriza como
sociedade, a Constituição de 1988 começa a se posicionar contra qualquer forma de
discriminação.
Não por acaso, logo à frente, no artigo 3°, ao fixar os objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil, a Constituição de 1988 estabelece como um desses objetivos
“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação” (CF/88, art. 3°, IV), ao passo que no inciso XLI do seu art. 5°
estabelece, imperativamente, que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos
e liberdades fundamentais”.
Mais adiante em seu texto, ao tratar da educação e da cultura, a Constituição ainda
destaca o “pluralismo de ideias” e a “gestão democrática do ensino” como princípios
educacionais (art. 206, III e VI), estabelece as bases de uma Base Nacional Comum Curricular,
destacando o “respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (art. 210),
assegura “a valorização e a difusão das manifestações culturais” (art. 215), obriga o Estado a
proteger “as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros
grupos participantes do processo civilizatório nacional”, e fixa como princípio do Plano
Nacional de Cultura “a valorização da diversidade étnica e regional” (art. 215, § 3º, V). Ou
seja, claramente trata-se de uma Lei Maior que tem no respeito, na proteção e na promoção da
diversidade um de seus focos.
Todo esse reconhecimento e proteção às diversidades que se faz presente na
Constituição de 1988 também são encontrados no plano do Direito Internacional dos Direitos
Humanos, em Declarações, Tratados e Convenções sobre o tema que vinculam o Brasil, seja
39
2
Quando se fala em Leis e em Direito, logo vem à mente a Constituição, geralmente apresentada como Lei Maior.
E essa visão, de fato, é correta. Dentro de uma democracia constitucional, é a Constituição a lei mais importante.
Ocorre que em matéria de direitos humanos – e no plano da educação isso especialmente nos interessa – também
temos que lidar com tratados e convenções dos quais o Brasil seja parte. E isso por uma especial razão: esses
documentos podem ter status constitucional, como é o caso da Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e que será abordada na parte sobre educação especial, ou
status de supralegalidade, como é o caso de todos esses que abordaremos na sequência. E o que significa dizer
que uma norma tem status de supralegalidade? Significa dizer que ela está abaixo da Constituição, sim, mas acima
de todo o restante da legislação nacional. Em outras palavras, os tratados e convenções que apresentamos a seguir
possuem maior peso e autoridade do que toda e qualquer outra lei nacional que não seja a Constituição. E isso se
dá desde 2008, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) assim decidiu (RE 466.343).
3
Que em seu Artigo I estabelece que “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”, garantindo
no Artigo II que “Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.” O Artigo XVIII, por
sua vez, assegura que “Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino,
pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular.” Por fim, e em especial no que se refere
à educação, o Artigo XXVI, parágrafo 2, estabelece que “A instrução será orientada no sentido do pleno
desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento e do respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e
grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.”
4
O artigo 1° da Convenção define "discriminação racial" como “qualquer distinção, exclusão, restrição ou
preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular
ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida
pública.” O Artigo 5° da Convenção, por sua vez, determina que “os Estados Partes comprometem-se a proibir e
a eliminar a discriminação racial sob todas as suas formas e a garantir o direito de cada um à igualdade perante a
lei, sem distinção de raça, de cor ou de origem nacional ou étnica, nomeadamente no gozo dos seguintes direitos:
[...] (v) direito à educação e à formação profissional”, ao passo que o Artigo 7° fixa que “Os Estados Partes
comprometem-se a tomar medidas imediatas e eficazes, sobretudo no campo do ensino, educação, cultura e
informação, para lutar contra preconceitos que conduzam à discriminação racial e para favorecer a compreensão,
a tolerância e a amizade entre nações e grupos raciais e étnicos, bem como para promover os objetivos e princípios
da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Declaração das Nações Unidas
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial e da presente Convenção.”
5
Art. 2. [...] 2. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a garantir que os direitos nele enunciados e
exercerão em discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra situação.
3. Os países em desenvolvimento, levando devidamente em consideração os direitos humanos e a situação
econômica nacional, poderão determinar em que garantirão os direitos econômicos reconhecidos no presente
Pacto àqueles que não sejam seus nacionais.
Artigo 13 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação. Concordam
em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua dignidade
e a fortalecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda que a educação
deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
6
O Artigo 10 da Convenção fixa que os Estados-partes “adotarão todas as medidas apropriadas para eliminar a
discriminação contra a mulher, a fim de assegurar-lhe a igualdade de direitos com o homem na esfera da educação
40
das Crianças de 19897, da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência de 20078 e do Protocolo de San Salvador de 19889, para ficar em um primeiro plano
que foque em documentos de caráter mais geral, mas que ainda assim possuem todo um cuidado
específico em acentuar a necessidade de respeito, promoção e defesa das diversidades.
e em particular para assegurar, em condições de igualdade entre homens e mulheres: 1 – as mesmas condições de
orientação em matéria de carreiras e capacitação profissional, acesso aos estudos e obtenção de diplomas nas
instituições de ensino de todas as categorias, tanto em zonas rurais como urbanas; essa igualdade deverá ser
assegurada na educação pré-escolar, geral, técnica e profissional, incluída a educação técnica superior, assim como
todos os tipos de capacitação profissional; [...] 3 – a eliminação de todo conceito estereotipado dos papéis
masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas de ensino, mediante o estímulo à educação mista
e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em particular, mediante a modificação
dos livros e programas escolares e adaptação dos métodos de ensino”.
7
O art. 2 da Convenção obriga os Estados Partes a respeitar os direitos nela enunciados e assegurar “sua aplicação
a cada criança em sua jurisdição, sem nenhum tipo de discriminação, independentemente de raça, cor, sexo,
idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional, étnica ou social, posição econômica,
deficiência física, nascimento ou qualquer outra condição da criança, de seus pais ou de seus representantes
legais.” Já o Artigo 23, versando especificadamente sobre a criança com deficiência, estabelece que “Os Estados
Partes reconhecem que a criança com deficiência física ou mental deverá desfrutar de uma vida plena e decente,
em condições que garantam sua dignidade, favoreçam sua autoconfiança e facilitem sua participação ativa na
comunidade. Os Estados Partes reconhecem que a criança com deficiência tem direito a receber cuidados
especiais, e devem estimular e garantir a extensão da prestação da assistência solicitada e que seja adequada às
condições da criança e às circunstâncias de seus pais ou das pessoas responsáveis por ela, de acordo com os
recursos disponíveis e sempre que a criança ou seus responsáveis reúnam as condições exigidas.” Já o Artigo 28
determina que “Os Estados Partes devem adotar todas as medidas necessárias para assegurar que a disciplina
escolar seja ministrada de maneira compatível com a dignidade humana da criança e em conformidade com a
presente Convenção.” De específica importância para os fins aqui estabelecidos, o Artigo 29, item 1, estabelece
que “Os Estados-partes reconhecem que a educação da criança deverá estar orientada no sentido de: [...] b) imbuir
na criança o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, bem como aos princípios consagrados
na Carta das Nações Unidas; [...] d) preparar a criança para assumir uma vida responsável em uma sociedade livre,
com espírito de compreensão, paz, tolerância, igualdade de sexos e amizade entre todos os povos, grupos étnicos,
nacionais e religiosos e pessoas de origem indígena; e) imbuir na criança o respeito ao meio ambiente.” Por fim,
em mais uma demonstração de tolerância e respeito à diversidade, o Artigo 30 fixa que “Nos Estados-partes onde
existam minorias étnicas, religiosas ou lingüísticas, ou pessoas de origem indígena, não será negado a uma criança
que pertença a tais minorias ou que seja indígena o direito de, em comunidade com os demais membros de seu
grupo, ter sua própria cultura, professar e praticar sua própria religião ou utilizar seu próprio idioma.”
8
Em seu artigo 24, que versa sobre a educação, a Convenção fixa que “Os Estados Partes reconhecem o direito
das pessoas com deficiência à educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de
oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o
aprendizado ao longo de toda a vida [...].” E ainda que: “Para a realização desse direito, os Estados Partes
assegurarão que: a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação
de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e compulsório
ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência; [...].”
9
No artigo 3 do Protocolo de San Salvador há uma geral “Obrigação de não discriminação”, consistente no fato
de que “Os Estados Partes neste Protocolo comprometem‑se a garantir o exercício dos direitos nele enunciados,
sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra
natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.” Já no
artigo 13, que versa sobre a educação, estabelece-se que “Os Estados Partes neste Protocolo convêm em que a
educação deverá orientar‑se para o pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua dignidade
e deverá fortalecer o respeito pelos direitos humanos, pelo pluralismo ideológico, pelas liberdades fundamentais,
pela justiça e pela paz. Convêm, também, em que a educação deve capacitar todas as pessoas para participar
efetivamente de uma sociedade democrática e pluralista, conseguir uma subsistência digna, favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e
promover as atividades em prol da manutenção da paz.”
41
10
O artigo 1 da Declaração, diz que “Cada pessoa – criança, jovem ou adulto – deve estar em condições de
aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Essas
necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a
expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes), necessários para que os seres humanos possam sobreviver,
desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do
desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo. A
amplitude das necessidades básicas de aprendizagem e a maneira de satisfazê-las variam segundo cada país e cada
cultura, e, inevitavelmente, mudam com o decorrer do tempo.” (parágrafo 1), e que “A satisfação dessas
necessidades confere aos membros de uma sociedade a possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de
respeitar e desenvolver sua herança cultural, linguística e espiritual, de promover a educação de outros, de
defender a causa da justiça social, de proteger o meio-ambiente e de ser tolerante com os sistemas sociais, políticos
e religiosos que difiram dos seus, assegurando respeito aos valores humanistas e aos direitos humanos comumente
aceitos, bem como de trabalhar pela paz e pela solidariedade internacionais em um mundo interdependente.”
(parágrafo 2) Já seu artigo 3 fixa que “A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e
adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para
reduzir as desigualdades.” (parágrafo 1), ao passo que estabelece “A prioridade mais urgente é melhorar a
qualidade e garantir o acesso à educação para meninas e mulheres, e superar todos os obstáculos que impedem
sua participação ativa no processo educativo. Os preconceitos e estereótipos de qualquer natureza devem ser
eliminados da educação.” (parágrafo 3), e impõe que “Um compromisso efetivo para superar as disparidades
educacionais deve ser assumido. Os grupos excluídos - os pobres: os meninos e meninas de rua ou trabalhadores;
as populações das periferias urbanas e zonas rurais os nómades e os trabalhadores migrantes; os povos indígenas;
as minorias étnicas, raciais e linguísticas: os refugiados; os deslocados pela guerra; e os povos submetidos a um
regime de ocupação - não devem sofrer qualquer tipo de discriminação no acesso às oportunidades educacionais.”
(parágrafo 4), bem como que “As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências
requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo.” (parágrafo 6). Por
fim, no artigo 5 da Declaração se estabelece que “A diversidade, a complexidade e o caráter mutável das
necessidades básicas de aprendizagem das crianças, jovens e adultos, exigem que se amplie e se redefina
continuamente o alcance da educação básica [...], ao passo que uma das estratégias do Plano de Ação aprovado
naquele ano é “Ampliar o acesso à educação básica de qualidade satisfatória é um meio eficaz de fomentar a
equidade. A permanência do envolvimento de meninas e mulheres em atividades de educação básica até a
consecução do nível padrão de aprendizagem pode ser garantida se lhes forem oferecidos incentivos, via medidas
especialmente elaboradas para esse fim e, sempre que possível, com a participação delas. Enfoques similares são
necessários para incrementar as possibilidades de aprendizagem de outros grupos não assistidos.”
11
O Plano de Ação, ao tratar da “Finalidades da educação para a paz, os direitos humanos e a democracia” fixa
que “A educação deve desenvolver a capacidade de reconhecer e aceitar os valores que existem na diversidade
dos indivíduos, dos gêneros, das pessoas e das culturas, e desenvolver a capacidade de comunicar, compartilhar e
cooperar com os outros. Os cidadãos de uma sociedade plural e de um mundo multicultural devem estar aptos a
aceitar que suas interpretações de situações e problemas têm origem nas suas vidas pessoais, na história de suas
sociedades e nas suas tradições culturais; consequentemente, nenhum indivíduo ou grupo detém a única resposta
aos problemas; e, para cada problema, há provavelmente mais de uma solução. Por essa razão, as pessoas devem
entender e respeitar uns aos outros e negociar em pé de igualdade, com vistas a buscar um objetivo comum. Com
isso, a educação deve reforçar a identidade pessoal e deve encorajar a convergência de ideias e soluções que
fortaleçam a paz, a amizade e a solidariedade entre indivíduos e povos.”
12
Em seu artigo 4°, ao versar especificamente sobre o papel da educação na construção da tolerância, o documento
afirma que “4.1 A educação é o meio mais eficaz de prevenir a intolerância. A primeira etapa da educação para a
tolerância consiste em ensinar aos indivíduos quais são seus direitos e suas liberdades a fim de assegurar seu
respeito e de incentivar a vontade de proteger os direitos e liberdades dos outros.” E ainda: “4.2 A educação para
a tolerância deve ser considerada como imperativo prioritário; por isso é necessário promover métodos
sistemáticos e racionais de ensino da tolerância centrados nas fontes culturais, sociais, econômicas, políticas e
religiosas da intolerância, que expressam as causas profundas da violência e da exclusão. As políticas e programas
42
Ou seja, trata-se de nada mais, nada menos do que 10 (dez) documentos internacionais
que estabelecem a diversidade como um valor merecedor da mais alta proteção.
Saindo do plano internacional dos direitos humanos bem como do plano constitucional,
passamos à mais importante lei nacional sobre a educação, a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional de 1996.
Em seu art. 3°, a LDB elenca, dentre outros, quatro importantes princípios educacionais
a reger a educação básica: “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”,
“pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas”, “respeito à liberdade e apreço à
tolerância” e “gestão democrática do ensino público”. Ou seja, fica claro como o respeito e a
inclusão do outro, do diferente e a criação e manutenção de um ambiente democrático, plural
e tolerante devem reger a vida cotidiana do ambiente escolar. Não nos esqueçamos que aqui a
LDB fala de “princípios”, ou seja, dos mais importantes parâmetros a reger a educação básica
brasileira.
Vimos, pois, que no plano internacional (Declarações, Tratados e Convenções), no
plano constitucional (Constituição de 1988) e no plano da legislação federal (LDB) a não-
discriminação e o respeito à diferença é uma tônica que, por si só, já obrigaria a educação a
considerá-la.
Porém, chegando àqueles documentos que mais detidamente se debruçam sobre a
educação nacional – que são as Resoluções emanadas do Conselho Nacional de Educação –,
temos três documentos, já citados quando da abordagem dos marcos legais do currículo, que
ressignificaram a educação brasileira nos últimos anos e que explicitam de forma inequívoca a
relação entre educação e diversidade(s). Falamos das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais
para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB n. 4/2010), das Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos (Resolução CNE/CEB n. 7/2010) e da
Resolução CNE/CP n. 2/2017, que Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum
Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades
no âmbito da Educação Básica.
Vejamos, pois, como cada um desses documento relaciona a educação com a(s)
diversidade(s).
Ou seja, faz-se necessário clareza, por parte da comunidade escolar, acerca das
“múltiplas diversidades” e da “pluralidade cultural” que não só a compõem, como devem ser
foco do processo ensino-aprendizagem, ou em perspectiva ainda mais incisiva, clareza quanto
“à riqueza da valorização das diferenças manifestadas pelos sujeitos do processo educativo, em
seus diversos segmentos, respeitados o tempo e o contexto sociocultural”.
Já o art. 11 das Diretrizes, agora sob o enfoque cultural e identitário, problematiza o
lugar, o papel da educação básica no contexto das diversidades.
Outro artigo de fundamental importância nesse tema é o 43, que norteia a elaboração
do PPP de cada escola:
É importante destacar como o artigo enfatiza o processo democrático que deve permear
a elaboração do projeto político-pedagógico (PPP) e o respeito à singularidade de cada
estudante, bem como estabelecendo que “a missão da unidade escolar, o papel socioeducativo,
artístico, cultural, ambiental, as questões de gênero, etnia e diversidade cultural que compõem
as ações educativas, a organização e a gestão curricular são componentes integrantes do projeto
político-pedagógico”. Ou seja, ao mesmo tempo que reforça a ideia do respeito às
individualidades e diferenças, o artigo ainda apresenta o PPP como espécie de local
privilegiado pra que a escola assim também o faça. Nesse sentido, podemos imaginar este
currículo como uma ponte que liga o plano normativo internacional, federal e municipal ao
documento mais importante da escola, qual seja, o PPP. Em outras palavras, é em boa medida
no PPP que toda essa diversidade aqui exposta se materializará.
as Diretrizes Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 Anos, documento que também traz
a(s) diversidade(s) como um de seus alicerces fundantes.
E logo em seu art. 4°, ao tratar da educação pública fundamental como dever do Estado,
as Diretrizes já reconhecem a diversidade que marca a sociedade em que pretendem atuar.
Dos mais importantes do texto, o art. 5° estabelece que “O direito à educação, entendido
como um direito inalienável do ser humano, constitui o fundamento maior destas Diretrizes.”
E ainda complementa estabelecendo o caráter dúplice da educação (de direito humano e de
direito humano que potencializa os demais direitos humanos) e a necessidade “do direito à
diferença”: “A educação, ao proporcionar o desenvolvimento do potencial humano, permite o
exercício dos direitos civis, políticos, sociais e do direito à diferença, sendo ela mesma também
um direito social, e possibilita a formação cidadã e o usufruto dos bens sociais e culturais.”
Em três de seus parágrafos, o art. 5° das Diretrizes – de forma muita clara e incisiva –
aborda diversas facetas da diferença:
Ainda que os dispositivos acima citados sejam muito claros, cabe ressaltar que juntos
parecem querer transmitir um único recado: a escola pública brasileira tem como uma de suas
marcas – visto que também marca da própria sociedade – a diversidade, e por isso tem a
obrigação de com ela lidar (sabendo equitativamente lidar com as diferenças), mas também e
especificamente se justifica à medida que se esforça e trabalha no sentido de reduzir as
desigualdades que inferiorizam e tão-fortemente contribuem para a sonegação de direitos.
Em perspectiva ainda principiológica e com um recorte bem interessante, o art. 6° das
Diretrizes estabelece que “sistemas de ensino e escolas” adotarão como norteadores das
políticas educativas e das ações pedagógicas princípios de origem ética, política e estética, nos
seguintes termos:
Mais uma vez um conjunto de orientações com vistas à diversidade, à democracia e aos
direitos humanos, que um pouco adiante o texto vem densificar por meio do seu art. 16, o que
exatamente deve ser trabalhado em matéria de currículo e de conteúdo quando o assunto é essa
complexa diversidade que permeia a sociedade e a educação:
Vê-se, pois, como as Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação Básica e as Diretrizes
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 Anos, ao ressignificarem a educação básica
brasileira no ano de 2010, estabeleceram para ela um lugar de destaque para a(s) diversidade(s).
Esse processo de ressignificação iniciado em 2010 “conclui-se” com a BNCC em 2017, como
veremos a seguir.
Mas voltando às dez competências, quando delas fazemos uma detida análise fica claro
que em todas, em maior ou menor grau, o estudante é chamado a pensar, trabalhar,
problematizar e criar soluções que não apenas se dirijam à diversidade, mas que pensem a
diversidade, a diferença e a multiplicidade que tanto marcam o mundo atual. Daí expressões
como “colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”
(competência 1), “conhecimentos das diferentes áreas” (competência 2), “reconhecer, valorizar
e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural” (competência 3),
“diferentes linguagens [...] em diferentes contextos, e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo” (competência 4), “de forma [...] ética nas diversas práticas sociais [...] e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva” (competência 5), “valorizar a
diversidade de saberes e vivências culturais [...] e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania” (competência 6), “formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns, que respeitem e promovam os direitos humanos [...] com posicionamento ético em
relação ao cuidado [...] com os outros e com o planeta” (competência 7), “compreendendo-se
na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas” (competência 8) e “tomando decisões [...] com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários”.
Todas essas expressões perpassam em alguma medida uma concepção de estudante que,
insistamos, entende e respeita o outro e a todo momento esforça-se e avança no sentido de
construir caminhos que permitam a convivência harmoniosa no seio da(s) diversidade(s).
Porém, uma competência em especial talvez marque a tônica do respeito à diferença, a
de número 9:
49
É possível afirmar que existe uma relação indissociável entre direitos humanos e
educação? Seria possível pensar um processo educacional que não esteja centrado na formação
para e na cultura dos direitos humanos? A resposta nos parece claramente positiva para a
primeira questão e evidentemente negativa para a segunda, visto que a partir do
reconhecimento do próprio direito à educação como direito fundamental (humano), seria no
mínimo curioso que o próprio processo educacional pudesse se desenvolver em um marco não
compatível com a ideia de direitos humanos.
Inicialmente, para ficar apenas no âmbito interno, há que se destacar os artigos 205 e
206 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (doravante CF/88). Esses dois
dispositivos evidenciam que a educação não apenas é um direito fundamental, mas também
deve se desenvolver em uma lógica que respeite a noção de direitos fundamentais e ainda tenha
como objetivo uma formação cidadã fortemente ligada à ideia de respeito pelos direitos
fundamentais.
Mas antes de o próprio Brasil consignar em seus documentos a ideia de uma educação
pautada nos direitos humanos, todo um desenvolvimento se deu no plano internacional a servir
de inspiração para o quadro que hoje temos em nosso país.
E como um de nossos principais objetivos aqui é demonstrar que para além de um
compromisso ético, educar em Direitos Humanos é uma obrigação jurídica, vejamos, ainda que
sucintamente, como tudo isso começou. O tratamento da relação que existe entre “educação” e
“direitos humanos” exige-nos uma rápida contextualização sobre o próprio movimento de
surgimento e desenvolvimento da ideia de “Direitos Humanos”.
O período que se sucede à Segunda Grande Guerra marca mais contemporaneamente o
que podemos chamar de momento de nascimento do Direito Internacional dos Direitos
Humanos (DIDH). Com efeito, a criação da ONU em 1945, o advento da Declaração Universal
dos Direitos Humanos em 10 de dezembro de 1948 e todo o desenvolvimento legislativo
internacional posterior em matéria de Direitos Humanos inauguram uma nova época na
compreensão (e reconhecimento) sobre os direitos que todo e qualquer ser humano teria pelo
“simples” fato de à nossa espécie pertencer.
A segunda metade do século XX, portanto, em matéria de Direitos Humanos,
caracterizou-se por um interessante período de surgimento de documentos internacionais de
51
proteção desses direitos. Desde os Pactos de Direitos Civis, Políticos, Sociais, Econômicos e
Culturais de 1966, até as mais variadas Convenções setoriais (como a sobre os direitos das
crianças, de 1989), trata-se de um período inédito na história dos Direitos Humanos tendo em
vista o expressivo leque de direitos que passaram a gozar de proteção legislativa. E, ainda que
não fosse exatamente objeto específico de nenhum deles, a educação e mesmo uma educação
em Direitos Humanos aparecem em vários desses documentos, tais como no art. 26 da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, no art. 7° da Convenção Internacional
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1965, no art. 13 do Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, no art. 10 da Convenção
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher de 1979 e nos arts.
28 e 29 da Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989. Isso demonstra que a segunda
metade do século passado foi um momento de gestação, não só da noção de educação como
um Direito Humano, mas igualmente da ideia de que a própria educação deveria apoiar-se
discursiva e pragmaticamente nos Direitos Humanos.
Em 1993 acontece em Viena, Áustria, a Primeira Conferência Mundial sobre Direitos
Humanos. Dessa importante reunião resulta um documento intitulado “Declaração e Programa
de Ação de Viena”, que além de ressaltar, nos itens 33 e 34 da primeira parte, o papel da
educação como elemento de difusão e proteção dos Direitos Humanos, em sua segunda parte
possui um específico item sobre a centralidade de uma educação pautada nos Direitos Humanos
e que se intitula “Educação em matéria de Direitos Humanos”. No item 78 do referido
documento se constata que:
Estava aberto o caminho para que a comunidade internacional passasse a pensar mais
detidamente sobre o tema. E então, em 10 de dezembro de 2004, por meio de sua Resolução
59/113 A, a Assembleia Geral da ONU aprova o Programa Mundial para a educação em
Direitos Humanos. No ano seguinte foi aprovado o Plano de Ação do Programa, documento
que previa duas etapas distintas. A primeira, realizada entre 2005 e 2009, envolveu os sistemas
primário e secundário de ensino. A segunda, por sua vez, ocorrida entre 2010 e 2014, teve por
objeto o sistema de educação superior bem como a formação de profissionais de imprensa e
52
dos órgãos de segurança pública. Posteriormente, foi aprovada uma terceira fase, para viger
entre 2015 e 2019, com vistas tanto a reforçar as duas primeiras quanto a trabalhar
especificamente com formação em matéria de direitos humanos para profissionais de mídia e
jornalistas.
Paralelamente ao movimento que ocorria internacionalmente após a Conferência de
Viena, o Brasil lança já em 1996 o Programa Nacional de Direitos Humanos I, documento
advindo de decreto presidencial (Decreto n°. 1.904/1996) e que aponta para a necessidade de
avanços em matéria de educação em Direitos Humanos. O mesmo se deu com o Programa II,
lançado em 2002 (Decreto n°. 4.229/2002) e com o Programa III, lançado em 2009 por meio
do Decreto 7.037 de 21 de dezembro de 2009, que em seu quinto eixo orientador – o da
Educação e Cultura em Direitos Humano – estabelece como diretriz a “Efetivação das
diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos para
fortalecer uma cultura de direitos”.
Cabe destacar que antes mesmo do Programa III, ainda em 2003, o Brasil lança um
específico Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (doravante PNEDH), documento
fruto do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, constituído por meio da Portaria
nº 98, de 9 de julho de 2003, e que propõe, como consta de sua própria apresentação, “[...]
concepções, princípios, objetivos, diretrizes e linhas de ação, contemplando cinco grandes
eixos de atuação: Educação Básica; Educação Superior; Educação Não-Formal; Educação dos
Profissionais dos Sistemas de Justiça e Segurança Pública e Educação e Mídia.” (PNEDH,
2007, p. 13)
Dentre as várias ações propostas, consta do PNEDH a de “propor diretrizes normativas
para a educação em direitos humanos”, o que, por fim, se consolida em 2012, mais
especificamente em 30 de maio, quando o Conselho Nacional de Educação apresenta por meio
de sua Resolução n° 1 as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos
(doravante DNEDH). Antes, porém, do advento das Diretrizes Nacionais, cabe mencionar que
no plano internacional, a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou, em 19 de dezembro
de 2011, por meio da Resolução 66/137, a Declaração das Nações Unidas sobre educação e
formação em matéria de direitos humanos.
Ou seja, desde o advento da Declaração Universal em 1948, passando por todo o
desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos até a Declaração e Programa
de Ação de Viena de 1993 e o Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos de
2004, no plano internacional, bem como no Brasil desde a LDB e a CF/88, passando pelo
PNEDH e pelos três Programas Nacionais de Direitos Humanos, até chegarmos às DNEDH,
53
Logo em seu artigo 2º as Diretrizes nos apresentam a concepção essencial do que venha
a ser a Educação em Direitos Humanos:
Na literatura especializada é possível se deparar com vários conceitos sobre o que venha
a ser uma educação em direitos humanos, como é o caso deste apresentado pela UNESCO no
Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos.
Mas como se depreende do próprio conceito acima, bem como de outros, pode-se
afirmar que educar em direitos humanos envolve transitar por dois caminhos distintos mas
conectados: (1) por um lado, faz-se necessário trabalhar a aquisição de conhecimento em
matéria de direitos humanos, ao passo que, por outro lado, e não menos importante, muito pelo
contrário, (2) faz-se necessário que o processo educacional seja um locus privilegiado de
vivência (e portanto de assimilação) de uma cultura inclusiva, democrática e participativa que
permita que o conhecimento sobre tais direitos adquiridos saiam do papel e se tornem realidade.
Essa educação, vale lembrar com o art. 5° das Diretrizes, tem como objetivo central “a
formação para a vida e para a convivência, no exercício cotidiano dos Direitos Humanos como
forma de vida e de organização social, política, econômica e cultural nos níveis regionais,
nacionais e planetário” (caput), sendo que tal “objetivo deverá orientar os sistemas de ensino e
suas instituições no que se refere ao planejamento e ao desenvolvimento de ações de Educação
em Direitos Humanos adequadas às necessidades, às características biopsicossociais e culturais
dos diferentes sujeitos e seus contextos” (§ 1º).
55
Nesse contexto, tem-se que a aplicação das Diretrizes no âmbito escolar dar-se-á em
um primeiro momento pela abordagem de forma transversal da temática dos direitos humanos
nos processos educativos e de formação, como pedem os artigos 6° e 7° das Diretrizes. Mas
não só. Pois como já afirmado, para muito além de conteúdos, a Educação em Direitos
Humanos preocupa-se com práticas, atitudes e valores, como fica claro do exposto pelo art. 4º
das Diretrizes e suas cinco dimensões.
As DNEDH destacam, em seu quarto artigo, as cinco dimensões que se fazem
necessárias para uma formação integral e sistemática em educação em direitos humanos. Essas
dimensões são interdependentes, pois o desenvolvimento de cada uma isoladamente depende
dos demais e apenas juntas alcançarão os objetivos almejados. São elas:
direitos”, ou seja, essa dimensão exige que faça parte do processo educacional uma espécie de
instrumentalização do cidadão como defensor de direitos humanos. No processo de formação
do estudante, essa dimensão parece nos chamar a atenção para a necessidade de se apresentar
o âmbito dos direitos humanos como um espaço de resistência, que como tal exigirá luta, ações,
estratégias e um engajamento em prol dessa nobre causa.
Em suma, no que se refere às cinco dimensões, a ideia é que a Escola seja um espaço
de transmissão de conhecimentos, sim, sobre direitos humanos, mas especialmente um espaço
de desenvolvimento de práticas, de atitudes e de valores democráticos que possibilitem, em um
cotidiano escolar participativo, a formação de um cidadão consciente do seu papel de defensor
de direitos humanos, pois como defende RAYO (2004, p. 89): “A educação na democracia é
uma tarefa dirigida ao desenvolvimento de uma personalidade que faz do diálogo, da confiança
de ideias e da participação os elementos de seu processo formativo permanente”, o que se
coaduna intrinsecamente com as competências apontadas pela BNCC e com tudo o mais que
até o momento se tem visto em matéria de marcos legais.
Porém, o caráter por vezes generalizante dos direitos humanos permite que deles se faça
um uso que podemos chamar de invisibilizante. Ou seja, sob o pretexto da igualdade de todos
perante a lei, por exemplo, se sonega os incontáveis direitos a que grupos politicamente
minoritários fazem jus, pois como magistralmente nos disse Boaventura de Sousa Santos
(2003, p. 56):
ONU. Declaración de las Naciones Unidas sobre educación y formación en matéria de derechos
humanos. Resolução 66/137, de 19 de dezembro de 2011, da Assembleia Geral das Nações Unidas.
2011. Disponível em: https://documents-dds-
ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N11/467/07/PDF/N1146707.pdf Acesso em: 14 fev. 2020.
RAYO, José Tuvilla. Educação em Direitos Humanos: rumo a uma perspectiva global. Tradução de
Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 2004.
UNESCO (ONU). Programa Mundial para a educação em direitos humanos. Plano de ação.
Primeira etapa. Nova Iorque e Genebra, 2006. Disponível em
http://www.dhnet.org.br/dados/textos/edh/br/plano_acao_programa_mundial_edh_pt.pdf Acesso em:
14 fev. 2020.
59
“O índio não chamava nem chama a si mesmo de índio. O nome ‘índio’ veio trazido
pelos ventos dos mares do século XVI, mas o espírito ‘índio’ habitava o Brasil antes mesmo
de o tempo existir e se estendeu pelas Américas para, mais tarde, exprimir muitos nomes que,
depois, passariam a ser classificados [pelos europeus] em etnias” (grifo nosso). As palavras do
escritor Kaká Werá Jecupé (1998) buscam narrar, em prosa poética, uma mesma história
contida, em parte, nas evidências arqueológicas verificadas no abrigo rupestre e habitacional
de Santa Elina, localizado no estado do Mato Grosso. Segundo os pesquisadores, a presença
humana no centro-oeste brasileiro foi claramente evidenciada desde 27 mil anos atrás
(VILHENA VIALOU, 2005; VIALOU et al., 2017). Se, para o leitor, esse número puder
parecer superestimado, o professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, André
Prous (1997), afirma que, “a partir de 8 mil anos atrás, uma ocupação humana inquestionável
é evidenciada [no Brasil] pela abundância de instrumentos bem mais complexos” (grifo nosso).
Dessa forma, estabelecer o ano de 1500 como marco inicial de uma história a ser contada sobre
estas terras significa ignorar milhares de anos de memórias e conhecimentos acumulados. É
nesse sentido que, retomada a representação lírica de Jecupé, o exercício epistêmico a que
somos convidados pode ter algumas perguntas como ponto de partida: Antes de existir o tempo,
como chamavam a si e aos outros os habitantes destas terras? Como esses habitantes se
referiam a estas terras e a seus territórios? Como se referiam a territórios alheios? Que
conhecimentos e histórias atravessaram as gerações? Se nos orientarmos por essas e por outras
perguntas afins, estaremos, em última análise, direcionados a preservar o direito àquilo que a
60
Organização das Nações Unidas cunhou como “autodeterminação dos povos indígenas” (ONU,
2007). Porém, uma vez que perguntas obviamente geram busca por respostas, o referencial
teórico-metodológico impõe-se como basilar para a construção de soluções alinhadas a esse
direito à autodeterminação.
Mantendo-nos ainda sob a inspiração de Jecupé, convém penetrar mais profundamente
na vastidão de quando não havia o tempo. Tão antiga quanto a história do ser humano é a
história do território batizado pelo olhar estrangeiro de África e dos povos que receberam o
rótulo de africanos. A ciência reúne hoje fundamentos significativos que, de forma bastante
segura, vinculam a origem ancestral do Homo sapiens sapiens, nossa espécie, ao continente
africano. Recentemente, por exemplo, a equipe do paleontólogo Yohannes Haile-Selassie,
autoridade em hominídeos pré-Homo sapiens, publicou na revista Nature (2019) a descoberta,
feita na Etiópia, de um crânio quase completo, datado de 3,8 milhões de anos, que identifica
uma espécie ancestral do ser humano (Australopithecus anamensis). Kabengele Munanga
(2015), doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo, sustenta que é a partir daquele
continente que nossa história começa e nele floresceram grandes sociedades que marcaram a
história da humanidade graças à exuberante riqueza nos três reinos naturais que foi e ainda é
motivo de cobiça sobre a África. No subsolo, encontram-se as maiores riquezas minerais do
globo terrestre, como diamantes, ouro, ferro e variados tipos de rochas e argila. O reino vegetal
sempre foi responsável por garantir aos povos recursos alimentares, moradia e vestimentas, o
mesmo ocorrendo com o reino animal, com abundantes reservas de caça e peixes e outros
animais à disposição. Lá desenvolveram-se aqueles que nos deram origem e de lá partiram para
espalharem-se pelo mundo (KOPANAKIS PACHECO, 2008).
Num salto para uma época em que o despertar da consciência e o consequente domínio
do espaço físico haviam possibilitado a invenção de algumas ideias sobre a passagem e a
quantificação do tempo, povos subsaarianos já apresentavam uma organização social, com grau
de desenvolvimento tecnológico que superava regiões europeias em alguns casos
(ASSUMPÇÃO, 2008). O pesquisador britânico Basil Davidson (1981) pontua que houve
presença africana em praticamente todo o mundo conhecido anteriormente ao século XVI —
século marcado pelo início do tráfico internacional de escravizados. Segundo Davidson,
africanos foram soldados no Império Romano e entraram, por meio do Saara, nas sociedades
do Oriente Médio, na Índia e na China da dinastia Ming. Durante o período que, no calendário
gregoriano, é chamado de Idade Média, os grandes centros comerciais e de finanças, as cidades
mais ricas e os maiores mercadores se encontravam no continente africano. Nessa mesma
época, entre 700 a 1600 d.C., reinos como Gana, Mali, Congo e Monomotapa, para citar alguns,
61
representavam Estados bastante bem estruturados e prósperos. Tanto que, por volta de 1325, a
quantidade de ouro despendida pelo regente do Mali em uma passagem pelo Egito causou a
desvalorização do metal naquela região (SOUZA MARQUES, 2008).
Embora muitos ainda acreditem que, até as invasões europeias que pavimentaram o
colonialismo, a África vivesse um desenvolvimento análogo à pré-história, já no século XII,
cerca de 400 anos antes da expansão colonial, existiam cerca de 25 mil estudantes em
Tombuctu, situada no atual Mali (ASSUMPÇÃO, 2008). Na obra Revelando a Velha África,
Basil Davidson (1977) registrou a referência de Leon, o Africano, àquela cidade: “Em
Tombuctu, há muitos juízes, médicos e letrados, e todos recebem bons estipêndios do rei, que
tem grande respeito pelos homens de saber. O comércio livreiro é aí mais lucrativo que
qualquer outra espécie de negócio”. É com intensa e relevante participação e indispensável
protagonismo de africanos que, segundo o professor Mário César Brinhosa (2008), a
humanidade produz a grande base daquilo que os historiadores passariam a chamar de
civilização. Contudo, uma ressalva aqui se impõe sobre o conceito de “civilização” a que nos
referimos. Na obra Processos civilizatórios, Darcy Ribeiro (2001), recusando a ideia de
sequência evolutiva linear e enfatizando as rupturas, apresenta doze processos civilizatórios
em suas singularidades, com dezoito formações socioculturais distintas. Nesse sentido, o modo
mais correto de interpretar os alicerces sobre os quais se edificou a modernidade seria
investigar as relações que se estabeleceram entre os diferentes processos civilizatórios
desenvolvidos pelas sociedades humanas em seus diferentes territórios. Isso significa que, por
exemplo, a Europa — grega, romana ou ibérica — não era a civilização, mas sim um processo
civilizatório dentre outros processos civilizatórios balizados pelas condições materiais e
necessidades singulares de cada formação sociocultural em seu território específico. Mas da
Europa sopraram os ventos dos mares do século XVI, que varreram de forma semelhante África
e Américas, suas histórias e seus processos civilizatórios singulares; e essa história comum de
invasão e domínio colonial nos traz às mesmas perguntas de outrora: Como chamavam a si e
aos outros os habitantes do continente africano? Como esses habitantes se referiam àquelas
terras e a seus territórios? Como se referiam a territórios alheios? Que conhecimentos e
histórias atravessaram as gerações?
Estima-se que no século XVI, havia nesta terra que seria chamada de Brasil ao menos
5 milhões de habitantes. Por volta de 1650, viviam cerca de 100 milhões de pessoas no
continente africano. Em ambos os casos, distinguidos em milhares de povos que, além de
línguas, culturas, conhecimentos e cosmovisões diferentes, apresentavam formações
socioculturais distintas e singulares processos civilizatórios (ROCHA, RIBEIRO e
62
FERREIRA, 2016; JECUPÉ, 1998; ASSUMPÇÃO, 2008). Entretanto, num decurso que durou
de 200 a 300 anos, as terras deste lado do Atlântico tornaram-se América, e seus milhares de
povos com diferentes culturas foram reduzidos a “índios”. Do lado de lá do oceano, o território
recebeu o nome de África, e seus milhares de povos com diferentes culturas tornaram-se
simplesmente “africanos” ou negros. Conforme Quijano (2005), nada impediu que, nas
Américas, os nomes dos mais desenvolvidos e sofisticados — astecas, maias, chimus aimarás
incas, chibchas — se reduzissem a uma única identidade. Assim como, no continente africano,
deu-se com achantes, iorubás, zulus, congos, bacongos etc. Neste ponto inicia-se parte da
problemática epistemológica que discutiremos na sequência.
que essas gentes [os negros] sejam homens, pois, se os considerássemos homens,
começaríamos a acreditar que nós próprios não somos cristãos” (e aqui a palavra “cristãos” tem
o valor semântico de “ser humano”). Segundo Hegel, filósofo alemão, as “hordas primitivas”
do continente africano e do americano eram incapazes de realizar a Ideia da Razão e estariam
condenadas a “vagar no espaço natural, a menos que, pelo contato com os europeus, essas
hordas primitivas tomassem consciência de si” (BERND, 1988). A publicação, em 1855, da
obra Essai sur l'inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas),
de Arthur de Gobineau, foi fundamental para assentar as raízes pseudocientíficas do racismo.
Além de afirmar que nenhuma civilização surgiu sem ser um empreendimento da raça branca,
esse ensaio popularizou conceitos como “eugenia” e “raça ariana”. Cabe reforçar que,
conforme Quijano (2005), raça é uma categoria mental da modernidade que implica uma “re-
identificação histórica” de certas regiões e populações do planeta; isso significa que, de forma
alguma, características e potencialidades biológicas sustentam as teorias que se desenvolveram
na trilha da empresa colonial.
Quijano ainda explica que, apesar da origem mais antiga do colonialismo, a
colonialidade aparece como duradoura e com alcance mais profundo (DANTAS, 2015), uma
vez que ela não envolve apenas o domínio da economia e da autoridade, mas também atinge o
controle da subjetividade e do conhecimento — entre outros aspectos. Nesse sentido, as rajadas
do colonialismo vão impor sobre os territórios ocupados a cultura, os valores e o conhecimento
europeus em um processo que não incluiu apenas o genocídio dos corpos, mas também o
epistemicídio (o extermínio do conhecimento do outro), o que contribuiu para a construção da
ideologia da desumanização, da inferiorização e da ausência de racionalidade principalmente
do negro. Matar o pensamento do outro foi uma estratégia determinante para relegar o negro a
uma condição de subalternidade e inferioridade perpétuas. A imposição da “insígnia da raça”
e sua classificação como não-humana criam uma categorização de seres despossuídos de
racionalidade. O que inclui, claro está, a memória (PESSANHA, 2018). Isso significa que,
além de não ser o único processo civilizatório em curso, tampouco a concepção de mundo
europeia era ímpar. As diferentes sociedades que se desenvolviam nas Américas e no
continente africano produziram suas próprias epistemologias, suas próprias maneiras de
compreender o conhecimento e de relacionar-se com ele, suas próprias cosmovisões, seus
próprios modos de ser e estar no mundo. Assim, nossa “tradição epistemológica” é uma herança
colonial europeia e eurocentrada, que reproduziu e reforçou ao longo de séculos a mentalidade
segundo a qual as diferenças culturais podem ser hierarquizadas, inaugurada nos séculos XV-
XVI, e o pensamento que se enraizou durante os séculos XVIII-XX, segundo o qual as raças
65
humanas não só existem como também possuem entre si uma relação de poder natural e
intrínseca. E esse legado permanece até hoje nas relações e nas instituições sociais.
Conforme escreve Eliseu Amaro de Melo Pessanha em sua dissertação:
a minha geração não conheceu nos livros escolares ou nos textos acadêmicos referências positivas
que fossem oriundas da África. O conhecimento que nos era transmitido nos bancos escolares era de
um continente atrasado, que não possuía escrita, com religião primitiva e que oferecia ao mundo nada
mais do que recursos naturais e mão de obra escrava. Todo estudante negro no Brasil já passou pelo
dissabor de ter que engolir em seco nas salas de aula o momento, o único momento, em que o negro
é posto em evidência no contexto escolar, como um ser inferior, de baixa ou nenhuma
intelectualidade cuja a única contribuição relevante na história foi durante o período da escravidão
negra. Descobrir que esse acontecimento faz parte da estratégia do racismo estrutural e tem nome,
epistemicídio, é libertador e assustador ao mesmo tempo, provoca catarse, mas não simboliza o fim
do caos (p. 12).
Desde o século XV, todas as concepções de negro que nossos currículos apresentam
em todos os níveis tem sido sempre a concepção do ocidente. Mas o que pensa o africano a
respeito de si mesmo? Antes do contato com o europeu, como o africano concebia a sua própria
identidade? A ótica europeia como único referencial epistemológico e a produção de
conhecimento que estabelece a narrativa de herança colonial sobre o mundo e as ações dos
europeus como os únicos marcos propulsores da história da humanidade consistem em um
pensamento colonizado e colonizador. Tomar como ponto de partida a afroperspectiva é parte
de um exercício de descolonização do pensamento e do currículo. E a razão e a urgência dessa
necessidade residem no fato de que, em termos de Brasil, os africanos compõem a maioria das
pessoas que chegaram aqui. O continente africano é mais importante para a formação do povo
brasileiro do que a Ásia e boa parte da Europa e das Américas. Por essa razão, é imperativo
que os referenciais teórico-metodológicos que sustentam currículos e práticas em todos os
níveis da educação no país desconstruam, combatam e contenham narrativas existenciais
eurocentradas que jamais descreveram o Brasil, um país marcadamente africanizado. Porém,
cabe também destacar que não se trata de um negacionismo acrítico do conhecimento
produzido com viés europeu, mas de recuperar os conhecimentos que foram marginalizados,
silenciados e invisibilizados por uma narrativa eurocêntrica excludente que se tornou
hegemônica.
já se conhecia era logo traduzido como ausência ou carência, e não como um costume diverso
ou variado. A narrativa fundante sobre o país apareceu em um concurso promovido pelo
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: um ensaio escrito em 1844 pelo alemão Carl von
Martius respondeu à pergunta “Como se deve escrever a história do Brasil?”. Foi o “pontapé
inicial” para aquilo que mais tarde seria chamado naturalmente de “História do Brasil”. Martius
utilizava a metáfora de um poderoso rio, a herança portuguesa, que deveria “absorver os
pequenos confluentes das raças índia e ethiopica”. Lá estariam todos juntos em harmonia. No
entanto, harmonia não significa igualdade e, no jogo de linguagem usado pelo autor, ficava
evidente uma hierarquia entre os rios/as raças. Estava, assim, dado o modelo para pensar e
“inventar” uma história local: feita pelo olhar (eurocentrado) estrangeiro (SCHWARCZ, 2013).
Atualmente, o período escravagista ainda é três vezes maior do que o tempo de
liberdade dos negros brasileiros. À época da narrativa de Carl von Martius, o contexto era de
344 anos de africanos escravizados de forma ampla, rigorosa e irrestrita em todo o território.
Martius falava em um “pequeno confluente”, sendo que o Brasil foi o que mais importou
africanos — 46% de todos que foram trazidos coercitivamente para as Américas, considerado
como uma propriedade privada, uma ferramenta de trabalho, uma não-pessoa. Walter Rodney
(1975) estima em mais de 100 milhões a sangria dos habitantes do continente africano durante
os séculos de escravismo e estudos mostram que em nenhum outro território a propriedade
escrava era tão difundida quanto aqui. Quase tudo dependia do trabalho escravo e da chegada
dos africanos (ALENCASTRO, 2018). O Brasil é um país extraordinariamente africanizado.
Com ou sem remorso, a escravidão foi o processo mais importante da história do país (COSTA
E SILVA, 2003). Por essa razão, convém observar mais atentamente de que forma se
constituíram as relações étnico-raciais em solo brasileiro e como a história da influência
africana e afrobrasileira (não) é contada.
Se o conceito de raça data do século XVI, as teorias deterministas raciais são ainda mais
jovens: surgem em meados do século XVIII. São vários os autores que adotaram esse tipo de
modelo e de teorias que procuravam “naturalizar” diferenças e transformar questões políticas
e históricas em dados “inquestionáveis” da própria biologia (SCHWARCZ, 2013). Nomes
como Carl von Linné, Charles Darwin e Francis Galton sustentavam crenças segundo as quais
os africanos seriam naturalmente preguiçosos, negligentes, indolentes e dominados pela
vontade, enquanto os europeus se distinguiriam por sua vocação pela descoberta e pelo culto
às leis. Assim, justificava-se a hierarquização das raças e a ideia de que os brasileiros eram
incapazes de desenvolver o país por serem em sua grande maioria negra e mestiça; em
contrapartida, promovia-se a noção de que era necessário “depurar” a população. Membros
67
ilustres da elite econômica e intelectual dedicaram-se à questão racial. Nina Rodrigues, médico,
antropólogo e etnólogo brasileiro, publica em 1894 As raças humanas e a responsabilidade
penal, em que afirma haver uma relação biológica entre potencial criminal e raça. Euclides da
Cunha, em Os sertões, de 1902, oscilava entre considerar o mestiço um forte e um
desequilibrado, mas acabava julgando “a mestiçagem extremada um retrocesso” em razão da
mistura de “raças mui diversas”. João Batista Lacerda, médico e cientista, em ensaio de 1911
intitulado Sur les métis au Brésil (Sobre os mestiços do Brasil), previa: “na entrada do novo
século, os mestiços terão desaparecido no Brasil, fato que coincidirá com a extinção paralela
da raça negra”. Roquette-Pinto, médico, antropólogo e ensaísta, no I Congresso Brasileiro de
Eugenia, em 1929, previa que em 2012 teríamos uma população composta de 80% de brancos
e 20% de mestiços; nenhum negro, nenhum índio (SCHWARCZ, 2013). Essa mentalidade
higienista cimentou-se na cultura brasileira ao longo do século XIX e durante o início do século
XX. O elemento negro, apesar de majoritário e fundante, era visto como um mal a ser extirpado
da nascente identidade nacional de forma prática e simbólica. Isso pautou o desenvolvimento
da sociedade brasileira, de suas relações e de suas instituições.
Além disso, cabe destacar que a legislação portuguesa do século XII vigorou em terras
brasileiras até o Código Criminal de 1830. Isso quer dizer que, enquanto a escravidão ainda
estava estabelecida, as religiões de matriz africana e afrobrasileira eram consideradas feitiçaria
pelo Tribunal da Santa Inquisição e, por conseguinte, um crime cuja pena era a morte. A
Constituição de 1824 e o Código Criminal de 1830 também expressavam a criminalização, a
intolerância e a marginalização das religiões de matriz africana e afrobrasileira (OLIVEIRA,
2015). Nessa mesma época, a capoeira era enquadrada como vadiagem e, portanto, configurava
crime. O Código Penal de 1890 trazia de forma mais explícita a prática da capoeira como
criminosa. Antes e depois da abolição da escravidão condutas corriqueiras da cultura e do modo
de viver dos negros passam a ser consideradas crime e tornam-se motivo para a perseguição
policial e para a estigmatização dessa população. O próprio samba foi considerado “coisa de
marginal” no início do século XX. João da Baiana, um dos primeiros e mais importantes
compositores, relata no documentário Breve História do Samba: “era proibido porque a gente
ia para a penha, e na hora que a gente ia com o pandeiro e o violão, a polícia cercava e tomava
o pandeiro” (CUNHA e TEIXEIRA, 2017; SANCHES e OLIVEIRA, 2014, 3’07’’ a 3’17’’).
Na Constituição Federal, promulgada em 1934, a alínea b do artigo 138 determinava que
incumbiria “à União, aos Estados e aos Municípios [...] estimular a educação eugênica”. Isso
significa que há apenas 85 anos, a divisão hierárquica da humanidade em raças e a ideia de
68
superioridade da raça branca já eram tão incontestes na cultura brasileira que figuravam
explícitas na lei maior da república.
Até aqui, fica evidente que, desde a formação do Brasil, o corpo negro representava
uma propriedade privada, destituída de humanidade. No avançar dos séculos, o ser negro e suas
manifestações culturais e identitárias passam por um processo institucional de marginalização
e criminalização que persistem e ainda marcam as relações sociais em todas as esferas da vida
prática. A estratégia que levou à abolição, inclusive, seguiu um sistema de segregação. No
projeto de lei do Senador Manuel Pinto de Sousa Dantas, estava prevista uma espécie de
reforma agrária:
[...] o governo fundará colônias agrícolas para a educação de ingênuos, trabalho de libertos,
à margem de rios navegáveis, das estradas (inclusive ferrovias, observação minha) ou do
litoral. Nos regulamentos para essas colônias se proverá à conversão gradual de foreiro ou
rendeiro do Estado em proprietário dos lotes de terra que utilizar, a título de arrendamento
(Projeto B de 1887).
[...] negrinhos que por ahi andão, filhos de Africanos Livres que matriculão-se, mas não
freqüentam a escola com assiduidade, que não sendo interessados em instruir-se, só
freqüentariam a escola para deixar nela os vícios que se acham contaminados; ensinando
aos outros a prática de actos e usos de expressões abomináveis, que aprendem ahi por essas
espeluncas onde vivem [...] Para estes devião haver escolas a parte. (Relatório do Professor
José Rhomens enviado ao Inspetor Geral da Instrução Pública da Província de São Paulo,
1877, preservada a grafia da época)
entre o porto do Rio de Janeiro até a colônia de destino, recebimento de um lote de terra para
a família, uma casa provisória e ajuda para construir uma nova moradia. Em 1871, formou-se
a Associação Auxiliadora de Colonização de São Paulo, reunindo importantes fazendeiros e
contando com o apoio do governo. E em 1886, foi criada a Sociedade Protetora da Imigração,
responsável direta por alojamento, emprego e transporte dos recém-chegados. Vê-se aqui uma
política pública social inclusiva de mais ou menos um século, em que os imigrantes foram
recebidos e auxiliados com recursos materiais, enquanto a escravidão permanecia vigente e
negros e mestiços ficaram excluídos dos planos de distribuição de terras. O projeto de nação,
inequivocamente, era o de uma nação sem negros. João Pandiá, político e historiador, afirmava
em 1930: “a mancha negra tende a desaparecer num tempo relativamente curto em virtude da
imigração branca em que a herança de Cam se dissolve” (NASCIMENTO, 1978).
A negligência e a exclusão manifestaram-se e ainda permanecem em todos os níveis
sociais, políticos, econômicos e culturais e, como não poderia deixar de ser, em níveis prático
e simbólico nos currículos e nas práticas pedagógicas que se baseiam em referenciais teóricos
e metodológicos herdeiros da tradição eurocêntrica e que tratam o conhecimento e a história a
partir de uma concepção unicamente ocidental. A escola representa um microuniverso social.
Isso significa que no seu interior encontram-se os arquétipos das relações socioculturais da
comunidade onde ela está inserida. Desse modo, o ambiente escolar brasileiro pode se tornar
um local de reprodução de ideias preconceituosas, uma vez que as formas de se relacionar com
o outro transparecem práticas socioculturais e históricas e mecanismos sutis de difusão da
intolerância e dos estereótipos, potencialmente favorecendo sua naturalização. Além disso,
tomando a escolarização como meio de as futuras gerações terem acesso à herança
sociocultural e histórica dos povos, a escola tradicional, tal como ela é/está, simboliza a
aprendizagem colonizada ou o ensino colonizador, já que a memória e a história resgatadas lá
dizem respeito à lógica eurocentrada. Mesmo o Egito fica arrolado entre as “civilizações
orientais”, esvaziando de africanidade uma das mais extraordinárias sociedades da história.
Caracteriza-se, assim, o “não-lugar” como o espaço do continente africano e do aluno negro, o
lugar do anonimato, que não se refere estritamente a espaço físico — trata-se, antes, de uma
exclusão que opera no nível simbólico e subjetivo. Exclusão esta que leva à omissão; e a
omissão quanto aos impasses étnico-raciais, além de contribuir para a naturalização da posição
de inferioridade e subalternidade da população negra, favorece sua
impessoalização/despessoalização, que é o fundamento da lógica da estereotipia (a morte da
subjetividade e dos traços individuais de identidade e de valorização) e o mecanismo de ação
do preconceito.
71
Conforme afirma o ilustre fotógrafo e professor Januário Garcia, “existe uma história
do negro sem o Brasil; o que não existe é a história do Brasil sem o negro”. A diversidade da
sociedade brasileira é o que melhor explica e sintetiza os valores que sedimentam a unidade
nacional. As regiões possuem expressões culturais marcadamente locais, e a cultura negra se
ambientou em todos os cantos do país. Assim, Santa Catarina também é um estado pluriétnico,
multicultural e com uma diversidade inegável; nunca esteve, portanto, encapsulada na ideia de
cultura única. A omissão da presença da população negra no processo de formação das cidades
se naturalizou no ideário de branqueamento, sustentando sua quase invisibilidade sobretudo
nos espaços públicos e de poder (ROMÃO, 2011). Isso coloca os educadores diante da
necessidade de se pensar uma educação voltada para a universalização e a inclusão da
diversidade, num processo de ruptura dos silêncios curriculares e de reordenação dos conteúdos
de modo equânime no desenvolvimento de atividades, escolhas e práticas pedagógicas no
debate sobre as relações raciais para a desconstrução dos modelos e das práticas que
desconsideram a pluralidade étnica (SANTA CATARINA, 2018).
Conforme Ribeiro (2009), negar a multiplicidade étnica e cultural brasileira é
desconsiderar a própria realidade. Da mesma forma, soa um tanto disparatado discutir relações
raciais, africanidade e negritude na esteira da diversidade. O Brasil é o segundo país em
população negra do mundo, perdendo apenas para a Nigéria; mais da metade do povo brasileiro
descende de povos africanos. Desse modo, incluir história e cultura africana e 72fro-brasileira
nos currículos, dar espaço para as afroperspectivas e as epistemologias africanas, além de
buscar referenciais teóricos contra-hegemônicos, como, por exemplo, a pretagogia,13 não se
trata de respeito à diversidade ou inclusão de um prisma minoritário; trata-se, antes, de
reconhecer a notória realidade social, histórica, cultural e populacional do Brasil. Por essa
razão, é imperioso combater folclorismos ou guetizações, tendo o cuidado de não reduzir a
prática pedagógica à valorização de costumes, festas e aspectos folclóricos ou comemorações
de dias (Dia do Índio, Dia da Consciência Negra), nem construir propostas curriculares
exclusivas para determinados grupos, o que implica reducionismo identitário e desconsidera,
por vezes, a diversidade cultural do próprio continente africano. Sem um trabalho crítico e
contextualizado, atividades pontuais reforçam a discriminação. E, assim, o multicultural é visto
como algo exótico (CAPRINI, 2014).
13
A Pretagogia surge como uma metodologia de combate ao racismo no cotidiano escolar e está associada aos
valores da cosmovisão africana, como: a ancestralidade, a tradição oral, o corpo enquanto fonte espiritual e
produtor de saberes, a valorização da natureza, a religiosidade, a noção de território e o princípio da circularidade
(GERTRUDES e SILVA, 2016).
73
Uma vez que, conforme Mário César Brinhosa (2008), pensar a África dentro das
dimensões de pensamento europeu é, na realidade, não pensar a África, a Secretaria Municipal
de Educação de São José, Santa Catarina, organizou em julho de 2007 um Grupo de Estudos
sobre África e Africanidade, formado por professores da rede, para pensar e estruturar o
processo educativo. A meta foi e é a materialização de um processo de ensino-aprendizagem
para conscientizar e politizar a população de professores e estudantes (SÃO JOSÉ, 2008).
Considerando que, segundo Tajfel (1982 apud FREIRE, 2009), crianças entre 3 e 5 anos de
idade já demonstram uma preferência pelo seu grupo social, a imposição de uma reformulação
curricular profunda encontra-se nos dados de que, na faixa etária citada, 96% das crianças
brancas mostram preferência pelo seu grupo, enquanto esse número é de apenas 26% entre as
crianças negras. Assim, se a percepção que um indivíduo tem de si depende também das
percepções do mundo social (SILVA, 2009), é vital que os currículos escolares e as práticas
pedagógicas recuperem para a memória histórica popular o valor das lutas pela liberdade dos
negros no decorrer da história brasileira e, em especial, a dos Quilombos, [...] e incorporem os
líderes daquelas lutas na galeria das figuras honradas pela historiografia e pelas comemorações
oficiais (Relatório sobre a situação de direitos humanos no Brasil, 1997 apud OLTRAMARI
e KAWAHALA, 2009).
Como aponta Janaína Amorim da Silva (2008), é indispensável reconhecer e valorizar
a diversidade cultural do nosso país, num exercício diário de combate ao racismo, adotando o
princípio ético do multiculturalismo e estimulando a ação organizada de grupos culturalmente
subalternizados para superar desigualdades como caminho de descolonização dos saberes, de
combate à discriminação racial, de construção da autoestima e de elaboração de uma identidade
positiva das populações negras. A educação antirracista interessa a todos, pois, de acordo com
Kabengele Munanga, o resgate da memória coletiva e da história da comunidade negra não
interessa apenas aos alunos de ascendência negra. Essa memória não pertence somente aos
negros. Ela pertence a todos, tendo em vista que a cultura da qual nos alimentamos
cotidianamente é fruto de todos os segmentos étnicos que, apesar das condições desiguais nas
quais se desenvolveram, contribuíram cada um de seu modo na formação da riqueza econômica
e social e da identidade nacional (MUNANGA, 2008 apud DA SILVA, 2008).
74
Pode-se dizer que a história legislativa da ERER no Brasil começa com a Lei n°. 10.639,
de 9 de janeiro 2003, que alterou a LDB “para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’”. Posteriormente, em 2008,
com a Lei n° 11.645, de 10 de março, nova alteração foi realizada “para incluir no currículo
oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena’”. Com tais mudanças, o artigo 26-A da LDB ficou assim:
“ministrados no âmbito de todo o currículo escolar”. Ou, ainda, de forma mais explícita, como
estabelecem as Diretrizes:
Outro aspecto que aqui mais uma vez frisamos, é que educar no contexto da educação
das relações étnico-raciais é, antes de tudo, um direito da aluna negra e do aluno negro, como
diz o Art. 5° das Diretrizes, que em especial impõe à escola o dever de “de corrigir posturas,
atitudes, palavras que impliquem desrespeito e discriminação”:
Cabe, ainda, destacar, nos termos do art. 6° das Diretrizes, ser dever da escola, em
especial por meio de seus órgãos de gestão, pensar externa e internamente o problema da
76
Em suma, tem-se que educar no contexto das relações étnico-raciais é tomar uma
postura firme diante de nossa histórica e arraigada desigualdade étnico-racial. O destaque que
o tema possui nos âmbitos jurídico e educacional tem um único propósito: instrumentalizar –
aqui no nosso caso educadoras e educadores – com vistas à problematização e enfrentamento
da desigualdade que, no âmbito das relações étnico-raciais, apresenta-se como estrutural.
14
A Resolução CNE/CEB nº 5, de 22 de junho de 2012, “Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Escolar Indígena na Educação Básica”, ao passo que a Resolução CNE/CEB nº 8, de 20 de novembro
de 2012, “Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica”.
77
ALENCASTRO, L.F. “Abolição da escravidão em 1888 foi votada pela elite evitando a
reforma agrária, diz historiador”. Entrevista publicada em 13 de maio de 2018 na BBC News
Brasil. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44091474. Acesso em
30/11/2019.
ASSUMPÇÃO, J.E. “África: uma história a ser reescrita”. In: MACEDO, J.R. (org.).
Desvendando a história da África. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.
COSTA E SILVA, A. Um rio chamado Atlântico: a África no Brasil e o Brasil na África. Rio
de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2003.
DA SILVA, J.A. “A legislação pertinente frente a realidade social”. In: SÃO JOSÉ.
Referenciais pedagógicos para uma abordagem multicultural: reflexões sobre as leis 10.639/03
e 11.645/08. Caderno pedagógico da rede municipal de ensino de São José. São José: Secretaria
Municipal de Educação de São José, 2008.
DANTAS, L.T.F. Descolonização curricular: a filosofia africana no ensino médio. São Paulo:
Editora PerSe, 2015.
DAVIDSON, B. Os africanos: uma introdução a sua história cultural. Lisboa: Edições 70,
1981.
JECUPÉ, K.W. A terra dos mil povos: história indígena brasileira contada por um índio. São
Paulo: Petrópolis, 1998.
MBEMBE, A. “Necropolítica”. Artes & Ensaios, vol. 32. Rio de Janeiro, 2016.
MIGNOLO, W. The darker side of the Renaissance: literacy, territoriality and colonization.
Ann Arbor: Michigan University Press, 1995.
MUNANGA, K. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje?. Revista do
Instituto de Estudos Brasileiros, nº 62: São Paulo, 2015.
79
NEVES, Y.P. “Algumas considerações sobre o negro e o currículo”. In: LIMA, I.C.; ROMÃO,
J. (Orgs.). Negros e currículo. Florianópolis: Atilènde, 2009. Série pensamento negro em
educação. Publicação no Núcleo de Estudos Negros (Programa de Educação), entidade do
Movimento Negro de Florianópolis.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração das nações unidas sobre os direitos
dos povos indígenas. Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas: Nova Iorque,
2007.
PROUS, A. O povoamento da América visto do Brasil: uma perspectiva crítica. Revista USP,
nº 34: São Paulo, 1997.
ROCHA, B.F.; RIBEIRO, P.O.; FERREIRA, M.A. “A gênese e a ampliação indígena”. Anais
do Encontro Toledo de Iniciação Científica Prof. Dr. Sebastião Jorge Chammé - Centro
Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente, vol. 12, nº 12, 2016.
RODNEY, W. “Africa in Europe and the Americas”. The Cambridge History of Africa,
Volume 4. Cambridge: Cambridge University Press, 1975.
80
ROMÃO, J. “Samba não se aprende na escola”. In: LIMA, I.C.; ROMÃO, J. (Orgs.). Negros
e currículo. Florianópolis: Atilènde, 2009. Série pensamento negro em educação. Publicação
no Núcleo de Estudos Negros (Programa de Educação), entidade do Movimento Negro de
Florianópolis.
SANTOS, N.B. “O educador e a luta contra o racismo”. In: LIMA, I.C.; ROMÃO, J. (Orgs.).
As ideias racistas, os negros e a educação. Florianópolis: Atilènde, 2009. Série pensamento
negro em educação. Publicação no Núcleo de Estudos Negros (Programa de Educação),
entidade do Movimento Negro de Florianópolis, com apoio da Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de Florianópolis.
SÃO JOSÉ. Referenciais pedagógicos para uma abordagem multicultural: reflexões sobre as
leis 10.639/03 e 11.645/08. Caderno pedagógico da rede municipal de ensino de São José. São
José: Secretaria Municipal de Educação de São José, 2008.
SCHWARCZ, L.M. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade
brasileira. São Paulo: Claro Enigma, 2013.
SILVA, A.M. “Auto-estima e educação”. In: LIMA, I.C.; ROMÃO, J.; SILVEIRA, S.M.
(Orgs.). Os negros, os conteúdos escolares e a diversidade cultural II. Florianópolis: Atilènde,
2009. Série pensamento negro em educação. Publicação no Núcleo de Estudos Negros
(Programa de Educação), entidade do Movimento Negro de Florianópolis, com apoio da
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de
Florianópolis.
VILHENA VIALOU, A. (org.). Pré-história do Mato Grosso. São Paulo: EDUSP, 2005.
81
Educação de Gênero
Segundo dados do IBGE, o Brasil possuía, em 2018, 48,3% de sua população composta
por homens, ao passo que os demais 51,7% eram de mulheres. Ou seja, dentre os 220 milhões
de habitantes do país, as mulheres são maioria. Por outro lado, no plano constitucional, se
estabelece logo no início do art. 5° da CF/88 que “homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações” (inc. I).
Ocorre que segundo o mesmo IBGE, as mulheres ganham, em média, 79,5% do salário
dos homens. Na política, temos hoje – 2019/2020 – 12 senadoras (14,81% do total de 81
cadeiras) e 77 deputadas (15% do total de 513 cadeiras). Ademais, os números de violência
física contra a mulher são expressivos: em 2018, “1,6 milhão de mulheres foram espancadas
ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras
passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor.
Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência,
mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.” (BBB
Brasil, 2018) E o quadro que hoje é preocupante, vem piorando nos últimos anos. Segundo o
Atlas da Violência de 2019, em 2017, 4.936 mulheres foram mortas violentamente no Brasil,
uma média de 13 mortes por dia. Na série 2007-2017, o número de mulheres violentamente
mortas subiu expressivos 30,7%. No entanto, uma unidade federativa chamou positivamente a
atenção: o Espírito Santo. O Estado que até 2012 liderava o número de mortes violentas de
mulheres, foi o segundo que mais conseguiu reduzir os números. Segundo o Atlas da Violência
de 2019:
Embora tenha apresentado crescimento entre 2016 e 2017, parece ter havido
uma redução consistente da violência letal contra as mulheres no estado,
provavelmente reflexo das diversas políticas públicas implementadas pelo
governo no período e que priorizaram a o enfrentamento da violência baseada
em gênero. (IPEA, 2019, p. 36)
Sobre as políticas públicas do Espírito Santo, cabe mencionar que o Estado pensa mais
sistematicamente a questão desde 2014, em um processo que resultou, em 2019, no Plano
Estadual de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo, documento que dedica todo seu eixo
02 para “Educação inclusiva, não sexista, não racista, não homofóbica, não lesbofóbica e não
transfóbica”, que chega a prever a instituição de um “Plano de Diretriz Curricular para a
Educação Básica relativa a gênero, orientação sexual e direitos humanos.” Ou seja, ainda que
82
não se possa estabelecer uma direta relação de causa e efeito, o caso do Espírito Santo parece
ser mais uma experiência a corroborar o lugar comum que é a afirmação científica segundo a
qual violência de gênero se combate com políticas públicas. E nesse contexto, a educação
adquire lugar de destaque.
Fixado o quadro que é de acentuada e recorrente violência / desigualdade de gênero, e
que poderia ser ilustrado e embasado por outras variadas pesquisas e uma infinidade de outros
dados, há que se pensar em que medida a escola é, por um lado, um espaço que por vezes
contribui para a manutenção desse quadro, ao passo que, por outro, se apresenta como locus
privilegiado para que a questão seja problematizada e soluções e práticas de enfrentamento
sejam criadas e postas em vigor.
Conforme LOURO (2019, p. 45), ainda que a escola tenha ciência de toda a
complexidade que envolvem as questões de gênero, a tônica ainda parece ser a de que “[...]
haveria apenas um modo adequado, normal, legítimo, normal de masculinidade e de
feminilidade e uma única forma sadia e normal de sexualidade, a heterossexualidade.” Ou seja,
a escola, por vezes, ainda reproduz padrões que contribuem para a manutenção da desigualdade
de gênero e sua consequente violência. Nesse ponto vale lembrar dos Parâmetros Curriculares
Nacionais de 1998, segundo os quais: “Por vezes a escola realiza o pedido, impossível de ser
atendido, de que os alunos deixem sua sexualidade fora dela.” (BRASIL, 1998, p. 292). Por
outro lado, também com LOURO (2019, p. 52-53):
E esse dever de lidar com a complexidade da diversidade possui, como já visto, forte
amparo legal. Nas questões de gênero, em especial, enquanto o Direito fixa a igualdade, a
realidade insiste em afirmar a diferença, e não a diferença que reconhece, mas a diferença que
exclui e violenta. Não por acaso temos vários documentos (internacionais e nacionais) que
propugnarão por equidade real entre homens e mulheres, prevendo não apenas medidas de ação
afirmativa, mas também, e aqui no que interessa, educacionais.
83
Ou seja, a Lei Maria da Penha impõe às escolas que destaque (ou seja, não apenas
mencione, mas ressalte) nos currículos escolares os conteúdos relativos aos “direitos humanos”
em sentido mais amplo e especificamente a “equidade de gênero e de raça ou etnia” e o
“problema da violência doméstica e familiar contra a mulher”.
Ademais, nos termos do art. 43 das Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação Básica,
“as questões de gênero [...] são componentes integrantes do projeto político-pedagógico”
(BRASIL, 2010a), ao passo que nos termos do art. 16 das Diretrizes Nacionais para o Ensino
Fundamental de 9 (nove) Anos, “[...] temas como saúde, sexualidade e gênero [...] devem
permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do
currículo.” (BRASIL, 2010b)
E nesses temas que as Diretrizes nos exigem, não há de se esquecer que em 1998 o
Ministério da Educação publicou – para os terceiro e quarto ciclos, equivalentes aos atuais anos
finais, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que, ainda vigentes, possuem um livro
destinado aos chamados temas transversais, dentre os quais se encontra a “Orientação Sexual”.
Já ali se destacava que “[...] o estudo do corpo humano não se restringe à dimensão biológica,
mas coloca esse conhecimento a serviço da compreensão da diferença de gênero (conteúdo de
Orientação Sexual) e do respeito à diferença (conteúdo de Ética).” (BRASIL, 1998, p. 27).
Ademais, como fixam os PCN, ao se tratar de orientação sexual nos anos finais do ensino
fundamental:
Outro ponto a merecer atenção, para além da violência de gênero que tão fortemente
atinge as mulheres e que acima foi objeto de apresentação, é a violência LGBTFóbica.
85
Documento produzido pelo Ministério dos Direitos Humanos em parceria com o PNUD/ONU,
e datado de 2018, aponta para um quadro de ampla e sistemática violação de direitos humanos
por parte desse grupo altamente vulnerável. Em suas conclusões, o documento aponta para a
rua e para a casa como sendo locais privilegiados para a perpetração dessas violências. E sobre
o espaço da casa, o documento ressalta ser “[...] importante que o poder público amplie o
empoderamento de mulheres e jovens para que se sintam seguros para denunciarem a violência
ocorrida no espaço doméstico.” (MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS, 2018, p. 75).
Nesse sentido, importante citar a Resolução n° 1, de 19 de janeiro de 2018, do Conselho
Nacional de Educação, que Define o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros
escolares, que em seu art. 1° estabelece que “Na elaboração e implementação de suas propostas
curriculares e projetos pedagógicos, os sistemas de ensino e as escolas de educação básica
brasileiras devem assegurar diretrizes e práticas com o objetivo de combater quaisquer formas
de discriminação em função de orientação sexual e identidade de gênero de estudantes,
professores, gestores, funcionários e respectivos familiares.” Mais uma vez, cabe ressaltar que
esse tipo de discriminação/violência que é tão recorrente na sociedade “lá fora”, também se faz
presente na escola – perpassando estudantes, professoras/es, gestoras/es e funcionárias/os – e
deve, a partir da função social e formativa desempenhada por ela, ser desde ali enfrentada. Com
relação à orientação de gênero, ademais, importante destacar a pacífica jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal:
(a) por um lado, a escola deve ser um local de problematização das questões
de desigualdade(s) e violência(s) de gênero, ao mesmo tempo que
dialeticamente se problematiza como o Direito insiste na eliminação dessas
desigualdades e violências; e
(b) por outro, há que se trabalhar com atitudes, práticas e metodologias que
descontruam a desigualdade de gênero e a problematize, insistindo na
normalidade da diferença e das escolhas de cada pessoa nesse âmbito.
Em síntese, de tudo o que aqui se expôs, fica evidente que o tema da educação de gênero
é um dos temas centrais a ser trabalhado pela escola no contexto da diversidade. O quadro de
violência/desigualdade/discriminação reinante nessa seara destoa por completo daquilo que o
Direito estabelece, ou seja, um quadro de equidade, respeito, tolerância e não-discriminação. E
nessa guerra entre a Lei e a Realidade, mais uma vez a escola é chamada a adotar a postura que
dela sempre se espera, a de defensora e promotora dos valores democráticos e do Estado de
Direito. Não se desconhece, claro, a pertinência, em parte, da crítica de VIANNA e
UNBEHAUM (2006), para as quais as políticas de educação de gênero previstas no
ordenamento brasileiro, ao não serem efetivadas pelas redes de ensino, teriam “sua
legitimidade [...] prejudicada”. É certo que como já escreveu Carlos Drummond de Andrade,
87
em Nosso Tempo, “As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei.” Mas o fato de a Lei, em
si, não basta, jamais a deslegitima. A legitimidade da Lei reside nos valores que a embasam.
O movimento de uma política pública ou de um direito fundamental passa, em regra,
por três ciclos: a reivindicação (a luta), o reconhecimento legislativo (a previsão legal) e a luta
– novamente necessária – pela efetivação. No que se refere ao âmbito da relação entre gênero
e educação, podemos dizer que no Brasil os dois primeiros ciclos possuem interessante
desenvolvimento, sendo dever da escola trabalhar o terceiro e último ciclo. É sabido que a
formação docente, inicial e continuada, é peça-chave desse processo, assim como é peça-chave
de absolutamente todo o processo educacional. Qualquer base, qualquer currículo, qualquer
proposta pedagógica depende, para o seu sucesso, em boa medida, da formação inicial e
continuada de quem é condição de possibilidade de uma educação emancipadora e de
qualidade. E a efetivação deste currículo passa, muito fortemente, por esse processo. Mas esse
é um passo seguinte.
O que por ora se pretende destacar é que, seja no plano macro e difuso das
“diversidades”, seja nos planos específicos da “educação das relações étnico-raciais”, da
“educação especial” ou da “educação de gênero”, por exemplo, os marcos legais estão postos,
o embasamento jurídico-normativo para o trabalho docente está dado. Quando estudantes,
professoras/es, gestoras/es, funcionárias/os e respectivos familiares são cotidianamente
sujeitas/os às mais variadas violências decorrentes de sua diversidade, seja racial, sexual ou
qualquer outra, se coloca como dever da escola o “ser resistência”. A escola precisa insistir no
quanto isso é juridicamente errado, viola direitos fundamentais e humanos e precisa ser
enfrentado nos mais diversos âmbitos.
Durante muitos e muitos anos, a diversidade sexual que sempre se fez presente na
sociedade foi silenciada, ocultada e reprimida pelos mais violentos métodos. Hoje, no Brasil,
as Leis e os Tribunais repetem cotidianamente que esse estado de coisas não pode mais
subsistir. E essa equidade é um direito de todas/os, em especial de nossas e nossos estudantes.
Que este texto, e as referências que o embasam, permitam às nossas escolas exercer
protagonismo na construção de uma São José em que liberdade, justiça e solidariedade, como
diz a Constituição, prevaleçam em vários âmbitos, mas em especial nas relações de gênero.
BRASIL. Presidência da República. Lei n°. 11.340/06 (Lei Maria da Penha). Cria
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher... Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 18
fev. 2020.
BRASIL. Agência Brasil. Mulher ganha em média 79,5% do salário do homem, diz
IBGE. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-03/mulheres-
brasileiras-ainda-ganham-menos-que-os-homens-diz-ibge Acesso em: 18 fev. 2020.
BBC Brasil. Violência contra a mulher: novos dados mostram que 'não há lugar seguro
no Brasil'. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47365503 Acesso em: 18
fev. 2020.
FURLANI, Jimena. Educação sexual na sala de aula: relações de gênero, orientação sexual
e igualdade étnico-racial numa proposta de respeito às diferenças. Belo Horizonte: Autêntica,
2016.
LINS, Beatriz Accioly. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo:
Editora Reviravolta, 2016.
LOPES, Alice Casimiro; OLIVEIRA, Anna Luiza A. R. Martins de; OLIVEIRA, Gustavo
Gilson Sousa de. (orgs.) Os gêneros da escola e o (im)possível silenciamento da diferença
no currículo. Recife; Ed. UFPE, 2018.
LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre. (orgs.) Corpo,
Gênero e Sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2013.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 3.
ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.
VIANNA, Claudia e FINCO, Daniela. Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão
de gênero e poder. Cadernos Pagu. 2009, n. 33, pp. 265-283. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/cpa/n33/10.pdf Acesso em: 18 fev. 2020.
Educação Especial
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§1° Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
§2° O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§3° A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
91
Em 2015 é instituída a Lei n° 13. 146 (BRASIL, 2015) - Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) - destinada a assegurar e a
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Desta forma, o município de São José promove a Educação Inclusiva alinhada aos
fundamentos e princípios que asseguram o direito à educação de todos os alunos,
independentemente das diferenças ou das especificidades que venham a apresentar. O direito
incondicional de TODOS à educação, assegurado pela Constituição Brasileira de 1988,
pressupõe práticas educacionais que consideram as diferenças nas unidades de ensino, sem que
os alunos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento (TGD) e AH/SD sejam
discriminados, segregados ou excluídos dos processos de escolarização.
Com o crescimento da demanda e a necessidade de gerenciar o processo de inclusão da
pessoa com deficiência na rede regular de ensino, a SME criou o Setor de Educação Especial
através da Lei Complementar nº 014/04 (BRASIL, 2004)
Em 2009 o MEC institui por meio da Secretaria de Educação Especial (Seesp) o “Programa
de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais” com o objetivo de apoiar a organização
do atendimento educacional especializado – AEE aos alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, matriculados no ensino regular.
Em consonância, são implantadas na Rede Municipal de Ensino as salas de AEE.
Em 2013, houve um considerável aumento nas matrículas no censo escolar dos alunos
público-alvo da educação especial. Neste mesmo ano, a Rede Municipal de Ensino de São José,
teve uma ampliação das salas de AEE. Esta crescente também impulsionou a SME a buscar
ações que efetivassem o processo de educação especial em um local que pudesse ampliar o
quadro de profissionais, e com isso qualificar o atendimento pedagógico. Um espaço
humanizado que contribuísse para o acolhimento das famílias, professores e equipes diretivas
da Rede Municipal de Ensino e comunidade em geral.
O Setor de Educação Especial é composto por uma equipe de profissionais com formação
na área de Educação Especial e tornou-se responsável por orientar as famílias, assessorar os
professores, equipe diretiva e pedagógica das unidades de ensino e as salas de AEE, como
também organizar todo o trabalho de inclusão dos alunos público-alvo da educação especial,
bem como, tornou-se responsável pela formação continuada dos profissionais da educação
especial.
Convém salientar que, determinações legais não são suficientes para garantir aos alunos
com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação aprendizagens
94
Redatoras: Roberta Silvano, Virgínia Canarin Polla Weber, Janaina Priscila Ricci e Fabiana de
Fatima Aparecida Oliveira
Com o intuito de abrir caminhos para uma educação integral dos estudantes, no tocante
à autonomia crítica, a EJA tem como base as disciplinas do Ensino Regular, buscando
contribuir de forma efetiva e diferenciada, levando em conta as especificidades dos sujeitos e
seu contexto cultural e social.
Conforme resolução 051/2015-COMESJ o Ensino Fundamental tem duração de quatro
fases/semestrais. O atendimento aos estudantes é no período noturno, através do ensino
presencial, de segunda a quinta feira das 18h30min as 22h, com cinco aulas de 40 minutos.
Sexta feira é destinada as atividades complementares, permitindo ao estudante uma maior
participação que se refere às atividades desenvolvidas no espaço escolar, propiciando interação
entre os sujeitos de diversas faixas etárias.
Especificamente, aos estudantes das turmas de Alfabetização (1º segmento), o horário
de atendimento é das 18h30min às 21h30min, de segunda-feira a quinta-feira. O tempo
necessário para a conclusão da Alfabetização fica condicionada ao desempenho individual e
ao próprio tempo do estudante, que será encaminhado para as fases seguintes, por meio de
avaliações realizadas pelos professores.
Para que o estudante possa matricular-se no 2º segmento (6º ao 9º ano) é necessária a
apresentação de documentos que comprovem a sua escolaridade. Se o mesmo não possuir
nenhum tipo de documentação, a própria escola realizará uma avaliação do seu desempenho e
o encaminhará à fase que estiver apto a frequentar, conforme determina a legislação vigente,
LDB n º 9.394/96, Art. 37. Convém ressaltar que para cada fase acima citada, existe o tempo
equivalente a um semestre do ano letivo, ou seja, ele poderá concluir os estudos
correspondentes ao Ensino Fundamental em dois anos.
A frequência mínima exigida dos estudantes é de 75% (setenta e cinco por cento) para
Ensino Fundamental, sendo que a aprovação fica condicionada ao aproveitamento, nota ou
conceito mínimo correspondente a 05 (cinco) na escala de 0 a 10 (zero a dez). Caso não atinja
essa nota, será reprovado e deverá cursar novamente o semestre letivo (fase) em que foi
reprovado.
Em relação ao aluno trabalhador, o qual possui amparo legal no que diz respeito à
frequência obrigatória, este deverá comprovar que está trabalhando e que o turno de trabalho
comprometerá a chegada no horário estabelecido pela escola. O aluno trabalhador não será
dispensado das aulas e obterá autorização para entrada tardia, que geralmente será a carência
de 15 minutos para início da aula, que não deverá prejudicá-lo em seu processo de
aprendizagem.
102
No que se refere à prática pedagógica dos professores, de acordo com o Decreto nº 86,
de 2017, que regulamenta a jornada de trabalho dos membros do magistério, concernente à
hora-atividade, no Art. 6º, parágrafo 11, é esclarecido que os professores da Educação de
Jovens e Adultos, seja na Alfabetização, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a hora-
atividade coletiva de formação continuada deverá ser cumprida, exclusivamente, às sextas-
feiras. Assim, os professores deverão reunir-se, às sextas-feiras para ações de estudo,
planejamento, avaliação da prática pedagógica, bem como, para aperfeiçoamento profissional.
O tempo destinado à hora-atividade equivale a 1/3 (um terço) da jornada de trabalho,
respeitando o limite de 50% (cinquenta por cento) para hora-atividade coletiva e 50%
(cinquenta por cento) para hora-atividade individual, conforme tabelas anexo.
A hora atividade do professor dos anos finais do ensino fundamental, deverá ser
organizada e distribuída conforme sua carga horária. Considerando ainda o artigo 10 do decreto
n. 8630/2017, que o professor em regência de classe que cumpre sua jornada de trabalho em
duas ou mais unidades de ensino, será distribuído proporcionalmente em cada unidade.
A Educação de Jovens e Adultos da Rede Municipal de Ensino de São José tem um
olhar diferenciado ao contexto do educando da EJA. Olhar esse que permite propor situações
específicas de atendimento, valorizando o sujeito e suas especificidades, uma vez que,
proporciona caminhos, tempos e espaços para esta modalidade, que permitam ao estudante o
reconhecimento de suas possibilidades e saberes, assegurando-lhe a formação indispensável ao
exercício da cidadania.
do preconceito social.
Outra questão presente, nesse contexto da EJA, é o desemprego. Fatores refletem no
número crescente de estudantes migrantes, atendidos nas escolas, provenientes,
principalmente, das regiões Norte e Nordeste do país, como também de Estados vizinhos.
Discentes que, em sua maioria, são trabalhadores não qualificados em busca de formação
básica para inserção no mercado de trabalho.
Observa-se, ainda, um crescente número de estudantes vindos de outros países
(refugiados, imigrantes e apatriados), que ao chegarem nas instituições, precisam ser
acolhidos. Nessa conjuntura, percebe-se a necessidade de adequar as práticas pedagógicas
para que os estudantes, de outras regiões do país ou estrangeiros, consigam compreender
nossas características regionais, da mesma maneira, a nossa língua portuguesa, e, assim,
acompanhar as aulas, sendo inseridos, de fato, não somente no âmbito escolar, mas na
sociedade como um todo.
É de fundamental importância conhecer e considerar os sujeitos que procuram a
Educação de Jovens e Adultos no município de São José. Dessa forma, cabe entender os
motivos que os impossibilitaram de concluir seus estudos na idade regular, seus objetivos ao
retomarem o espaço escolar, seus sonhos, experiências de vida e a maneira particular de
buscar conhecimento. Tais informações subsidiam a ações pedagógicas para esses sujeitos.
De maneira geral, podemos dizer que o primeiro segmento da EJA, que compreende
os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, é formado, em sua grande maioria, por pessoas
adultas e idosas, sem instrução formal ou pouco tempo de escolarização, decorrente, em
muitos casos, do abandono escolar para adentrar ao mercado de trabalho, devido às
necessidades financeiras familiares.
O segundo segmento da EJA, referente aos Anos Finais do Ensino Fundamental, é
composto por um público mais jovem e adulto. Muitos deles são oriundos de um processo
de evasão escolar e retornaram aos estudos devido às exigências do contexto
socioeconômico que estamos inseridos. Os alunos adolescentes, que também compõem esse
segmento, são oriundos do Ensino Regular. A juvenilização da EJA apresenta-se fortemente
nas Instiuições, sendo crescente o perfil juvenil, com idade igual ou pouco mais de 15 anos
que, por questões de distorção série/idade, procuram a Educação de Jovens e Adultos com o
objetivo de acelerar a conclusão dessa etapa da Educação Básica.
Atualmente, sabe-se que a EJA inclui adolescentes, jovens, adultos e idosos, o que,
em algumas escolas, provoca conflitos bastante significativos e merecedores de uma
discussão em torno desses sujeitos, com diferentes valores, interesses e linguagens, visando
104
O CURRÍCULO
Pensar currículo na Educação de Jovens e Adultos implica em pensar um processo
escolar, que considere o tempo histórico em que vivem os educandos. O contexto da EJA exige
um currículo pautado na realidade social dos sujeitos como jovens, adultos e idosos,
demarcados pelas questões geracionais em suas diferentes histórias de vida, vinculadas às
condições de classe, de etnia e de gênero, contextualizadas de forma social, histórica, política
e econômica. Esses sujeitos vêm em busca de escolarização, de um direito constitucional, que
não tiveram acesso quando crianças ou jovens.
Desse modo, o currículo da EJA considera os sujeitos que a constituem e reconhece que
estes possuem uma grande bagagem de conhecimentos adquiridos ao longo da história de sua
vida e de seu percurso formativo. Conhecimentos sobre o mundo letrado, que se apropriaram
em passagens pela escolarização ou na realização de suas atividades cotidianas e profissionais.
Sendo assim, pensar as especificidades do sujeito e seu contexto histórico é condição
primordial no currículo da EJA. Além de buscar participação efetiva, nesta modalidade de
ensino, é necessário o reconhecimento desse sujeito como pertencente a esta ação. Conforme
Arroyo (2007) aponta, é necessário olhar para as especificidades de ser povo, de ser
trabalhador, de ser pessoa jovem e adulta dos setores populares. Reafirmando, o caráter
105
O currículo da EJA deve contemplar as temáticas sociais para a sala de aula, do mesmo
modo, conteúdos sistematizados, capazes de favorecer a visão interdisciplinar que permita a
106
coletiva.
6. Trabalho e Projeto de Vida: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.
8. Autoconhecimento e Autocuidado: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde
física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Empatia e Cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Responsabilidade e Cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Fonte: BRASIL, 2017.
Nesse sentido, propõe-se uma organização curricular que considere os percursos
formativos dos sujeitos, por meio de unidades temáticas, focadas em problemas materiais,
conceituais e sociais e que garantam o desenvolvimento das dez Competências Gerais, para
que os estudantes possam desenvolver atitudes e valores na resolução de demandas complexas
da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
Cabe considerar que, para a EJA, não há uma tabela curricular com os conteúdos das
diferentes áreas. Dessa maneira, no contexto do Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos
Finais), encontram-se os conteúdos dos diferentes componentes curriculares pensados a partir
de unidades temáticas, como também, os objetos do conhecimento e seus objetivos. Torna-se
imprescindível pensar a relevância dessas unidades temáticas e dos conteúdos no contexto dos
sujeitos, sejam os jovens, os adultos e os idosos.
evidencia-se uma visão de respeito das relações pedagógicas e de aprendizado por meio do
diálogo e da indagação (HERNÁNDEZ, 2014).
Essa forma de trabalho propõe a ressignificação dos conteúdos, assim, estes são vistos
como seleção de saberes culturais. Por meio deles, introduz-se a aprendizagem não só de
conceitos, como também de fatos, procedimentos, atitudes, normas, valores, sentimentos,
linguagens, crenças, interesses. A partir desse panorama, ao planejar, deve-se ter a preocupação
de abordar o conhecimento de forma contextualizada, o que implica refletir sobre algumas
questões conforme aponta,
O planejamento por projetos, surge como uma possibilidade de enfocar diferentes áreas
do conhecimento e trabalhar, tendo em vista, a execução de tarefas reais, inseridas na vida
cotidiana dos alunos. Opta-se por uma visão de currículo que busca a interdisciplinariedade no
sentido de articulação entre as diferentes áreas do conhecimento, de modo a tentar constituir
uma unidade interpretativa na explicação da realidade. Portanto, desenvolver atividades, por
meio de projetos, implica levar em consideração o modo como jovens e adultos pensam e
aprendem, de maneira a possibilitar diversos tipos de interações e experiências aos sujeitos.
De acordo com as Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos para o desenvolvimento
do trabalho pedagógico, a Resolução nº 51, de 2014, do Conselho Municipal de Educação de
São José nos Artigos 4º e 5º propõem,
Art. 4°: Farão parte das atividades complementares da parte diversificada da
Matriz Curricular, além dos projetos interdisciplinares, todas as atividades
realizadas em período contraturno como festa junina, desfile cívico, mostra
cultural, seminários, entre outras que compõem o calendário letivo.
Art. 5°: Os professores deverão planejar, a partir do contexto da comunidade
escolar, todas as atividades a serem realizadas no decorrer do semestre letivo,
contemplando os conteúdos mínimos necessários ao desenvolvimento
científico, cultural e social dos estudantes.
Por isso, o conhecimento, ao ser selecionado e organizado de forma curricular, não deve
ser um recorte simplificado, reduzido e condensado do saber científico. Tal recorte, ao ser
trabalhado de forma descontextualizada das origens de sua produção, pode dificultar uma
aprendizagem com compreensão. A escolha dos saberes escolares ao serem ensinados, devem
considerar a concepção de conhecimento em determinado momento histórico.
Com essa abordagem, ao planejar os projetos, é preciso ter a preocupação de trabalhar
o conhecimento de forma contextualizada, assim como, de favorecer a organização de relações
interdisciplinares do conhecimento.
Portanto, faz-se necessário refletir sobre como lidar com a organização e com o ensino
do conhecimento numa perspectiva interdisciplinar, sem, no entanto, fragmentar e
superficializar o conhecimento. Desse modo, ao pensarmos a questão das possibilidades de
110
2. Integração através de temas, tópicos ou ideias: Opta-se por um tema que permite integrar
diversos conteúdos e atividades característicos de diferentes áreas do conhecimento;
Os projetos podem ser organizados por conceitos das áreas de conhecimento, em cada
fase, por temáticas relacionadas à questão social ou de interesse dos estudantes e professores.
Dessa maneira, aponta-se a incorporação dos Temas Contemporâneos Transversais, como
temáticas a serem abordadas nos projetos que se realizarão durante o período letivo.
Temas
Contemporân
eos
Transversais
b) Deverá ser considerada, na avaliação, a história pessoal de cada aluno e sua relação com os
trabalhos realizados e seus registros;
d) Nesse processo, o professor deverá buscar novas ações de ensino, considerando o que já foi
aprendido e o que, ainda, precisa ser mediado. Dessa forma, teremos uma avaliação consciente
e produtiva.
e) O “erro" passa a ser visto como parte importante do processo e, não, como um elemento de
rótulo e de classificação dos alunos. A partir do “erro”, o professor poderá planejar outras
atividades de ensino para a apropriação desse e de novos conhecimentos.
Por isso, queremos mostrar que a avaliação é uma retrospectiva do trabalho, no qual deve ser
repensado, tanto o percurso do aluno, como o do professor, em busca de novas ações que
possibilitem o desenvolvimento e a efetivação do processo de ensino-aprendizagem.
CONSELHO DE CLASSE
Todo o processo de ensino-aprendizagem e avaliação do percurso deverão ser debatidos no
Conselho de Classe organizado pelo respectivo polo. O conselho será composto pela
Coordenação da EJA, por especialistas em Assuntos Educacionais, professores (no mínimo 2/3
dos professores da turma) e por um ou dois estudantes, representando a turma, conforme Art.
16, da Resolução 019/2008 – COMESJ.
com a mediação do professor. Nesse parecer, o professor indicará, além do percurso do aluno,
na apropriação do conhecimento, a possibilidade dele seguir no semestre para a 6ª série/Ano.
REFERÊNCIAS
______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2017. Brasília,
DF, 2017. Disponível em <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/download-da-bncc/>.
Acesso em: 25 de outubro de 2019.
Redatores: Cinthya Regina Persike, Marcelo Cipriani e Maurizia Maria de Souza Razões
(1983) Criação da Comissão Após avaliação das ações propostas Apresentação do “Relatório Brundt ou
sobre o Meio pela Conferência de Estocolmo, Nosso Futuro Comum”, que instituiu o
Ambiente e promoveu a discussão entre líderes conceito de desenvolvimento
Desenvolvimento de governo e membros da sociedade sustentável, sugerindo a conciliação
civil entre questões sociais e ambientais
RIO DE JANEIRO Conferência das Convocada a partir da descoberta de Declaração do Rio sobre Meio
Nações Unidas sobre impactos como o buraco de Ambiente e Desenvolvimento; Agenda
(1992)
Meio Ambiente e impactos como o buraco na camada 21; Princípios para a administração
Desenvolvimento de ozônio e perda da biodiversidade sustentável das florestas; Convenção da
(Rio-92) Biodiversidade e sobre a Mudança do
Clima.
JOHANNES- Cúpula Mundial sobre Avaliação e busca por ações de Plano de Implementação: Declaração
o Desenvolvimento aceleração e fortalecimento dos de Johannesburgo ou Declaração
BURGO (2002)
Sustentável (Rio+10) princípios da Rio-92 Política.
RIO DE JANEIRO Conferência das Busca pela renovação do Documento final – O Futuro que
Nações Unidas para o compromisso político com o Queremos.
(2012)
Desenvolvimento desenvolvimento sustentável
Sustentável Rio+20
Fonte: Educação ambiental: políticas e práticas pedagógicas/Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação,2018.
A EMMA se estrutura a partir de uma ação educativa crítica, por ser uma educação
que envolve os sujeitos sociais e permite práticas contextualizadas, questionadora dos
problemas ambientais vigentes, em especial, no nosso município.
As atividades desenvolvidas durante a visita de estudos na EMMA precisam estar em
consonância com a realidade vivenciada pelos estudantes e pela comunidade em que as escolas
estão inseridas, para que estes possam atuar como agentes mobilizadores e transformadores da
sua realidade.
Baseada nestes princípios, foi que em 2010 a EMMA lançou o projeto VERDEPERTO,
desenvolvido durante 05 anos com os estudantes do Centro Educacional Municipal Santa
Terezinha. O projeto tinha como principal objetivo formar lideranças na escola e assim garantir
a conquista de melhorias para a comunidade do entorno do Parque Ambiental dos Sabiás. As
melhorias alcançadas foram resultado de várias mobilizações (entrevistas com moradores
locais, abaixo assinado, reuniões com os presidentes de associações de bairro, visitas ao aterro
sanitário e estação de tratamento de água e esgoto, culminando com a participação dos alunos
na Câmara de Vereadores, reivindicando as obras necessárias.
Através do envolvimento dos estudantes, a comunidade conquistou a implantação da
rede de tratamento de esgoto no bairro, calçamento das ruas, colocação de ponto de ônibus
coberto e construção de quadra na escola.
Com o desenvolvimento deste projeto a EMMA conquistou em 2015, importantes
prêmios: Troféu ONDA VERDE-Expressão de Ecologia, Prêmio Instituto Guga Kuerten e
Prêmio Fritz Muller/FATMA, reafirmando nosso compromisso com a Educação Ambiental
como uma das principais ferramentas de mobilização social.
Pensando na amplitude das ações de Educação Ambiental, a EMMA foi em busca de
novas parcerias que pudessem colaborar com ações desenvolvidas na escola. Foi então que
contamos com a participação do curso de Direito e Relações Internacionais do
CEJURPS/Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) no desenvolvimento do projeto
CADERNO DA CIDADANIA e também da Fundação SOS Mata Atlântica com o projeto
OBSERVANDO OS RIOS.
Em 2019 a EMMA receberá o Prêmio IMA de Educação Ambiental com o trabalho:
práticas colaborativas: a importância da Educação Ambiental como ferramenta de mobilização
social.
Certamente que o alcance do nosso trabalho está diretamente relacionado com o
comprometimento dos estudantes e dos educadores da Rede Municipal de Ensino que ao
agendar suas saídas de estudo, precisam estar em sinergia com as atividades que este trabalho
126
As atividades desenvolvidas na escola tinham como aliada uma embarcação baleeira onde as
crianças e jovens tinham contato com ambiente marinho da Baía Norte e as implicações da
ação humana. Em dezembro de 2005 o projeto Barco Escola é finalizado e a aula inaugural
contou com a presença de gestores e a comunidade da Serraria. O Barco Escola é uma sala
itinerante que possibilita aos participantes uma imersão na Região da Baía Norte, reconhecendo
suas belezas e também suas mazelas, consequência de ações irresponsáveis.
Já em 2006, a CMEA Escola do Mar apresenta o “Projeto Colônia de férias” com a
intenção de oportunizar atividades de lazer e educação ambiental para educandos da rede
municipal no período de férias escolares. Esse movimento teve continuidade no ano de 2007 e
em 2008 inovou no atendimento com a “Colônia de Pais” e a “Colônia de Crianças Especiais”.
Essas e outras ações tiveram relevância e a escola se destacou em 2006 com o “Prêmio
Destaque em Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social” do
Instituto Ambiental Biosfera; 2007 com o “Prêmio Fritz Müller”, na categoria Educação
Ambiental/Setor Público com o Projeto Colônia de Férias na Escola do Mar e, em 2010, obteve
destaque na mídia televisiva em matéria exibida por um jornal de audiência nacional com a
reportagem intitulada “Alunos de SC têm aula de Educação Ambiental dentro de barcos”.
As atividades pedagógicas desenvolvidas, inicialmente, contavam com uma equipe com
qualificações técnicas na área da Engenharia de Aquicultura, Engenharia Sanitária e Ambiental
e Pedagogia, além de estagiários da Engenharia de Aquicultura (UFSC). Esse quadro funcional
foi se modificando na medida em que profissionais concursados foram sendo integrados. Com
essa mudança buscou-se um olhar mais pedagógico para as atividades, principalmente, quando
não havia possibilidade de saída com a embarcação.
Até então, o CMEA Escola do Mar recebia agendamentos de redes públicas e
particulares de ensino de diferentes municípios, além de universidades, grupos de idosos e
ong’s. A partir de 2015, por determinação do Procuradoria Municipal a escola ficaria restrita a
receber somente turmas da Rede Municipal de Ensino.
Atualmente a escola recebe crianças e adolescentes da Educação Infantil ao Ensino
Fundamental (Anos Iniciais e Finais) e para isso conta com profissionais nas áreas da
Pedagogia (Pedagoga e Supervisora), Biologia e Educação Física, além dos profissionais
ligados ao manuseio das embarcações e serviços gerais.
No ano de 2010 o CMEA Escola do Mar lançou o “Projeto Conhecer para Preservar”.
Essa iniciativa permitia que duas instituições de ensino tivessem atividades sistemáticas de
educação ambiental. As aulas aconteciam quinzenalmente, tanto no espaço da própria
instituição, quanto nas dependências do CMEA Escola do Mar. Nos anos seguintes, o projeto
128
passou a ser desenvolvido com o Centro Educacional Municipal Escola do Mar Flávia Scarpelli
Leite. Além dessa iniciativa optou-se por elencar um ano dos Anos Iniciais e um dos Anos
Finais para que tivessem a mesma experiência na Escola do Mar. O tema “Águas de São José”
foi abordado com os quartos anos e “Biodiversidade marinha da Baía Norte” com os sétimos
anos da Rede Municipal de Ensino
Para esses atendimentos a escola organizou um informativo constando algumas
abordagens possíveis. No entanto, os profissionais das instituições podem sugerir outros temas
que já estejam no planejamento, sempre com o foco da conscientização ambiental.
De que serviria a liberdade de um indivíduo que, para aplacar sua sede, é obrigado a
consumir água poluída por dejetos tóxicos, que está condenado a sofrer durante toda
sua vida de um câncer causado pela poluição atmosférica ou que se vê impelido a
emigrar de seu país para viver em condições precárias, porque este foi o único recurso
para evitar os efeitos da desertificação? (KAMBUMBA apud CARVALHO, 2011, p.
95).
É fato, que vivemos tempos sombrios no que diz respeito ao meio ambiente com o
desmonte de vários órgãos ambientais e o enfraquecimento das políticas ambientais no Brasil.
Diante de vários acontecimentos recentes relacionados às questões ambientais, em agosto
de 2019 a ONU Meio Ambiente e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Direitos Humanos (ACNUDH) assinaram um acordo para promover e proteger os direitos
humanos e ambientais:
“Encorajamos todos os Estados a desenvolver e reforçar as estruturas legais nacionais que mantêm as
ligações claras entre um ambiente saudável e a capacidade de desfrutar de todos os outros direitos
humanos, incluindo os direitos à saúde, água, comida — e até mesmo o direito à vida” (Inger Andersen).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.
A “juridicialização” da questão ambiental: uma forma de contribuição para uma vida digna?
Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=ffdc7fa7222f38ca
130
5 EDUCAÇÃO INFANTIL
[...] observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores
e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio
da ação e nas interações com o mundo físico e social (BRASIL, 2017, p. 36).
O livro publicado em 2018, pelo setor de Educação Infantil do Município de São José
(PEPRMESJ, 2018), tem como centralidade o direito da criança, o respeito aos princípios
éticos, políticos e estéticos, a valorização das culturas infantis em seus variados contextos,
aponta que se deve romper com a lógica adultocêntrica que por vezes permeia o cotidiano da
Educação Infantil e não respeita os direitos das crianças.
Proporcionar tempos e espaços de qualidade, repensar a organização dos CEIs, com
olhar para a intencionalidade pedagógica, visando garantir, proteger, promover o direito das
crianças, escutar sua voz, considerar a diversidade, construindo nessa dialética uma educação
referenciada de qualidade, são alguns dos objetivos dos docentes. Com efeito:
Dessa forma, considerando todo o percurso de construção de Educação Infantil que São
José possui, serão apresentados a seguir alguns encaminhamentos que nortearão os trabalhos
dessa Rede de Ensino que estão em consonância com as DCNEI (2009), a BNCC (2017), e
com o Estado de Santa Catarina que em 2019 elaborou e publicou o documento “Currículo
Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense” – CBEIEFTC
133
Pode-se dizer que, no âmbito da Educação Infantil, diversos documentos apontam para
os direitos das crianças, porém é sempre necessário ter em vista essas questões e, nesse sentido,
no ano de 2018, São José publicou o documento PEPRESJ (2018) que reforça o direito à
proteção, promoção e garantia dos direitos das crianças na sua inteireza, dignidade e
completude.
Nesse viés, a BNCC (2017) e o CBEIEFTC (2019) expressam preocupação com os
direitos, com ênfase aos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, tendo como ponto em
comum:
I. Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando
diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em
relação à cultura e às diferenças entre as pessoas;
II. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a
134
O documento PEPRMESJ (2018) reitera o direito das crianças para além dos dispostos
nos documentos citados acima. Ou seja, além de serem ampliados conceitualmente se
entrelaçam à prática pedagógica e as ações da comunidade e da família com vistas à educação
integral e de qualidade. Garantindo, por conseguinte, o reconhecimento das crianças como
atores sociais, protagonistas e sujeitos de direitos.
Nesses moldes, passa a ser relevante compreender e se apropriar dos conceitos que
fazem parte dessa nova organização do CBEIEFTC (2019) que serão incorporados aos
documentos já construídos, a partir da caminhada da Rede de Educação Infantil de São José.
Ao se garantir que a proposta curricular irá considerar a concepção de criança
construída pela Rede de Ensino, tendo a criança como ponto central do planejamento, pode-se
dizer que a práxis docente virá permeada de intencionalidade e contextualização, sustentada
pela reflexão-ação-reflexão, além de promover e garantir os direitos das crianças a uma
infância plena e feliz, repleta de experiências significativas, conseguirá fortalecer o constitutivo
do humano. Assim,
[...] compreender que a passagem do mundo exterior para nosso o corpo é marcada
pela experiência que converte e transforma o mundo material em mundo simbólico.
Em outras palavras, o processo de significação do mundo externo é feito pelo corpo
e passa, tanto pela referência da relação que construímos, como por aquilo que
internalizamos e que, por isso, tornar-se-ão parte de nossa singularidade
(PEPRMESJ, 2019, p.34).
O universo infantil tem uma linguagem simbólica e criativa que precisa ser
desenvolvida, e para isso, o contato da criança com a brincadeira e o faz de conta são essenciais.
No brincar a criança se expressa indo além do seu comportamento habitual, diário, vivenciando
desafios e situações com novas experiências.
Precisamos considerar ainda que segundo Augusto (2015):
[...] A experiência é fruto de uma elaboração, portanto mobiliza diretamente o sujeito,
deixa marcas, produz sentidos que podem ser recuperados na vivência de outras
situações semelhantes, constituindo um aprendizado em constante movimento.
Aprender em si mesmo, como processo que alavanca o desenvolvimento, é uma
experiência fundamental às crianças e um compromisso de uma boa instituição
educativa (Grifo nosso) (AUGUSTO, 2015. p.112, destaque nosso).
Perceber que a experiência não está fragmentada em áreas de conhecimento faz com
que o docente agregue sentidos e significados a prática, deve-se ter em mente que objetivos
gerais e específicos no planejamento e desenvolvimento de uma ou outra proposta são
137
A partir da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) que define o conjunto
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais, de modo que todos tenham assegurados
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o
Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos que visam a formação humana integral e à construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica – DCNEB (2013).
Como primeira etapa da Educação Básica, a Educação Infantil é o início e o
fundamento do processo educacional, assim, alicerçado pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (2009), Resolução CNE/CEB nº 5/2009, em
seu artigo 4º, definem a criança como:
[...] sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas
que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia,
deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a
natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009 apud BNCC, 2017, p.
35).
Neste sentido, o “avanço na conquista dos direitos,” se é que podemos assim dizer,
ainda não chega a modificar o cotidiano da instituição. Não basta que a criança tenha direito
a educação infantil. É preciso que a instituição seja, também, o lócus da vivência deste direito.
Nesta perspectiva, a criança é vista como ser social, cultural e histórico, e se constitui
como tal nas relações que estabelece com o mundo desde que nasce. É um ser que aprende
e, porque aprende, se desenvolve. É um ser que deseja e, porque deseja, age relacionando-
se com a realidade na busca de compreendê-la. Nesse processo, crianças e adultos vão se
apropriando e produzindo cultura, tecendo histórias, significando e ressignificando o mundo
no qual estão inseridos. Deste modo, a instituição de Educação Infantil passa a ser um lugar
privilegiado de interações, de interlocuções e de mediações em torno da apropriação da
cultura.
de faz-de-conta; transformam uma caixa de papelão num tesouro, uma árvore numa floresta,
um pneu num carro, um cabo de vassoura num cavalo, uma mesa numa casinha; conversam
sozinhas sem se importar com o mundo à volta delas, vivem no faz-de-conta a vida dos
adultos... Para que a criança possa vivenciar tudo isso, é preciso que se criem condições
adequadas. O que confirma as observações de Brougére (1995), quando nos diz que:
[...] A criança não brinca numa ilha deserta. Ela brinca com as substâncias materiais
e imateriais que lhe são propostas. Ela brinca com o que tem à mão e com o que tem
na cabeça. [...] Só se pode brincar com o que se tem, e a criatividade, tal como a
evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente, sempre particular e
limitado. O educador pode, portanto, construir um ambiente que estimule a
brincadeira em função dos resultados desejados (BROUGÉRE, 1995, p.105).
Assim sendo, a criança precisa considerar o espaço da instituição como seu. Esse
precisa ser usado por ela de forma participativa e autônoma, possibilitando-lhe realizar o
exercício da escolha, da decisão, da diversidade, da proposição, da solidariedade, da
cooperação, da tolerância, da diferença, (de idade, gênero, raça, etnia, cultura, credos, entre
outras).
O que se quer no trabalho educativo com as crianças é justamente respeitá-las
enquanto crianças no tempo real e presente de suas vivências, com a especificidade de sua
idade, em que o cuidado e a educação estejam presentes e de forma indissociável, ampliando
seus conhecimentos em relação à cultura na qual estão inseridas. Assim sendo, o livro, as
brincadeiras de roda, de faz-de-conta, a arte, a natureza, a afetividade, o corpo e o movimento,
o folclore, os objetos, a escrita, a oralidade, os brinquedos, enfim, “a vida que pulsa lá fora”
deve ser o conteúdo da educação infantil, porque as crianças estão inseridas neste contexto
144
CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA
O conceito de infância foi construído socialmente e não é inerente ao sujeito criança,
acompanha as mudanças ocorridas nos diversos contextos sociais, onde não há padrões
específicos que normatizam uma única maneira de se viver a infância (SARMENTO, 2001
apud CBEIEFTC, 2019, p. 102). Indica-se a especificidade histórica nesse fenômeno, com o
preceito legal contido na Constituição Federal (1988) que dimensiona a infância no âmbito da
cidadania, tratando-a como uma categoria social (BRASIL, 1988).
As Orientações Curriculares para a Educação Infantil no município de São José - (2017)
têm como centralidade o desafio do saber-fazer a promoção, defesa e garantia dos direitos nas
práticas pedagógicas com as crianças, constituindo como ponto de partida para essa caminhada
a reflexão permanente sobre a docência na Educação Infantil (SÃO JOSÉ, 2018, p. 17).
No CBEIEFTC (2019), a infância é compreendida como categoria social e histórica, de
modo que sejam respeitadas e valorizadas as diversas formas de viver a infância, bem como de
pensar, de conviver, de sentir e de se expressar. Assim, cabe ao Projeto Político Pedagógico -
PPP, em consonância com as Propostas Curriculares Municipais, construírem as significações
145
CONCEPÇÃO DE CRIANÇA
A BNCC (2017), considera a criança como ser que questiona, observa, hipotetiza,
conclui, faz julgamentos e assimila valores, sob essa condição, a criança é compreendida como
sujeito histórico, de direitos, reprodutor e produtor de cultura, cuja identidade pessoal e coletiva
constitui-se pelas vivências no contexto social, por meio de experiências qualificadas no
brincar, no fantasiar, no explorar, no questionar, construindo sentidos sobre a natureza e a
sociedade (BRASIL, 2009a apud CBEIEFTC, 2019, p. 103).
Reconhecer essa criança real, pensante, cidadã do presente, distante de concepções
pautadas no “vir-a-ser”, garantem espaços de protagonismo infantil e imersão em ambientes
educativos em que a expressão, o afeto, a socialização, o brincar, a linguagem, o movimento,
a fantasia e o imaginário conduzam os processos de aprendizagem. Garantir o direito ao
brincar, de ser criança e viver suas infâncias com dignidade e nas interações sejam valoradas
pelos seus ritmos de relacionar-se consigo, com o outro e com o contexto manifestando seu
pensar em modo próprio nas diversas interações.
PRINCÍPIOS
Prevalecendo o respeito de todos e por todos, em que os direitos sejam oportunizados
sem distinção de qualquer natureza, que se faz necessário compreender e reafirmar que é por
meio da educação, seja ela formal ou não formal, que a formação dos sujeitos permeia três
princípios básicos: ético, político e estético.
Os princípios são considerados como partes indissociáveis na formação integral das
crianças, portanto precisamos criar condições para que as mesmas tenham a oportunidade de
vivenciar, de experimentar, de refletir e de avaliar suas escolhas para a transformação da
realidade ao qual estão inseridas.
Muitas foram as conquistas no que diz respeito à prática pedagógica que respeite as
crianças como atores sociais. A necessidade de assegurar esse direito se potencializa nos
aspectos de “proteger, promover e garantir”, corroborando com as Orientações Curriculares
para a Rede de Ensino de São José (2017), que reiteraram o reconhecimento das crianças como
atores sociais, sujeitos de direitos.
146
A relevância que os princípios, éticos, políticos e estéticos têm para a organização das
propostas pedagógicas desenvolvidas na Educação Infantil estão demarcadas na Resolução nº
5, de 17 de dezembro de 2009, que define as DCNEI (2010).
Nesse compromisso, promover, garantir e proteger o desenvolvimento integral das
crianças requer pautar ações em que os princípios éticos - valorização da autonomia, da
responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às
diferentes culturas, identidades e singularidades; os princípios políticos - dos direitos da
cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; e os princípios
estéticos - valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de
manifestações artísticas e culturais, sejam organizados e planejados com intencionalidade
pedagógica/educativa, de maneira a assegurar o direito de todas as crianças ao desenvolvimento
integral.
A consolidação dos princípios éticos, políticos e estéticos nas propostas pedagógicas
pensadas com e para as crianças, visam a garantia de uma educação cidadã, participativa e uma
educação estética da sensibilidade, sendo esses aspectos primordiais para a apropriação pela
criança do mundo físico, social e natural. Esse processo constitui-se em uma ação coletiva que
envolve a família, as instituições de Educação Infantil e a comunidade na qual as crianças estão
inseridas.
Nesse viés, os direitos apontam para além dos seus conceitos e que compete ao/a
professor/a planejar os contextos de aprendizagem relacionados ao cotidiano da criança, uma
vez que os direitos de aprendizagem e desenvolvimento se estruturam a partir de um processo
de aprendizagem.
Quadro 01: Direitos de aprendizagem e desenvolvimento para além dos seus conceitos.
Garantir os direitos torna-se uma busca contínua para a construção de uma Educação
Infantil de qualidade que promove, protege e garante os direitos das crianças. Com efeito:
Cabe ressaltar, nessa direção, que é preciso assegurar às crianças o direito de não
vivenciarem nenhuma forma de constrangimento que as menorize por conta das suas
identidades, seus modos de expressão através do corpo, gestos e movimentos; traços,
cores e sonoridades; oralidades e grafias. Enfatizamos que a transitividade dos
códigos sociais, marcados por esses traços identitários, devam ser assumidos
permanentemente nos processos formativos desta Rede, de modo que as relações
entre a vida privada e pública das crianças possam ser mediadas pela proteção,
promoção e garantia dos seus direitos (SÃO JOSÉ, 2018, 16).
Promover uma práxis docente e ações que se concretizem e garantam esses direitos
perpassa pelo compromisso de implementação de políticas públicas com base nos direitos
universais das crianças.
pleno desenvolvimento. Estas são dimensões presentes na educação das crianças que
devem ser traduzidas no currículo e na relação indissociável entre a família e as
instituições de Educação Infantil (SANTA CATARINA, 2019, p. 105).
É preciso estabelecer, nas instituições, espaços de diálogos sobre como tem sido
organizado o espaço e vivido o tempo. Como é administrado o tempo na prática com as
crianças? O que é priorizado? Quanto tempo é destinado ao brincar? Existe tempo para
brincadeiras? Existe espaço para as experiências e como são organizados? Pensar na
organização do tempo e espaço é pensar no cotidiano, é pensar nas necessidades e no
desenvolvimento das crianças, é pensar nas concepções dos profissionais, pois estes traduzem
a sua maneira de compreender as infâncias.
BRINCADEIRAS E INTERAÇÕES
No momento em que a criança brinca, convive com o outro, participa das ações, explora
diferentes movimentos e objetos, expressa suas necessidades e emoções e se conhece
construindo sua identidade pessoal, social e cultural, bem como estabelece relação consigo,
com o outro e com o meio que a cerca. Uma vez que é na interação com os pares e com os
adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão
descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes e com outros pontos de vista.
BRINCADEIRAS
A infância deve ser um tempo de brincadeira, pois é brincando que as crianças têm suas
primeiras aproximações e apropriações dos encontros sociais, representando o mundo em que
está inserida, se constituindo e se colocando no espaço de convivência.
A importância da brincadeira está nas representações estabelecidas entre os pares, entre
a representação da criança com o brinquedo, entre os limites estabelecidos, entre as noções de
151
regras para um bom convívio social, sendo aporte para (com)viver nas expressões, narrativas,
diálogos, encontros, altruísmo, constituição da maturação socioafetiva.
Os contextos formadores (situações de aprendizagem) serão significativos pelo brincar
experienciado pelos diversos objetos, texturas, sons... percepções da vida real (MARTINS,
2018), quando percebermos que o brincar não é inato na criança, passando a ser de
responsabilidade do/a professor/a participar desta construção, promovendo vivências e
aproximando as relações entre crianças e adultos.
Amparadas em Vygotsky, entende-se que o brincar é a atividade principal da criança,
sobretudo na primeira infância. A ampliação da comunicação neste momento se dá de modo
que a criança se percebe como agente direto e indireto nessa ação, comunicando-se, refletindo,
interagindo e consequentemente modificando o ambiente e o seu estado inicial, percebendo
que pode ser um agente transformador de sua própria realidade.
Brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois a brincadeira permite
conhecer e aprender sobre as coisas que estão presentes no seu cotidiano: sobre as pessoas, a
natureza, a cultura, os objetos e sobre si mesma. O brincar envolve o corpo e a linguagem da
criança, que elabora o mundo vivido e expressa-se, através da imaginação e do faz de conta, os
sentidos que atribui aos códigos sociais partilhados pela cultura (SÃO JOSÉ, 2018, p. 29).
É durante as brincadeiras e o faz de conta, que a criança tem a oportunidade de
demonstrar o que sabe e o que gostaria de saber, de reviver situações que lhe causam medo e
alegria, de entender os conflitos, partilhar brinquedos, de conviver e entender as regras que o
constituem, vivenciando diferentes papéis e conhecendo, criando e recriando novas culturas,
inventando e reinventando sua própria história.
Os professoras/es e demais profissionais da educação têm a oportunidade, por meio do
brincar, de conhecer os significados culturais partilhados pelas crianças através das
brincadeiras, para tanto, faz-se urgente ancorar um entendimento sobre as crianças como
produtoras de culturas e não apenas como sujeitos que reproduzem 'passivamente' o mundo em
que vivem (SÃO JOSÉ, 2018). Nas experiências de mundo das crianças, o brincar aparece
como elaboração cultural, onde as materialidades ganham sentido e por isso, torna-se essencial
que os adultos observem e busquem escavar os sentidos que estão envolvidos nas brincadeiras.
Segundo a Proposta Curricular de São José “Ao permitir a manifestação do imaginário
infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica
subsidia o desenvolvimento integral da criança” (2018, p. 132). Fica evidente a importância do
brincar (seja livre ou com mediação) como uma das etapas principais do processo de
aprendizagem e desenvolvimento, de ampliação de experiências, do respeito à cultura da
152
Segundo Klisys e Fonseca (2008) para o direito de brincar ser garantido não basta ter
brinquedos e jogos, afinal a escola é um espaço, por excelência, de conhecimento. O que
diferencia o brincar na escola do brincar em outro espaço é que a intencionalidade educativa
por trás da organização dos espaços e tempos para brincar, alimentada pela atenta observação
da criança, visa ao aprimoramento do jogo e dos desafios relacionados ao conhecimento
advindo da interação com os objetos, com as pessoas e com a natureza do conhecimento.
Segundo Fortuna (2011) há uma confusão conceitual nos termos Jogo, Brinquedo e
Brincadeira pois, tanto podem ser reconhecidos como uma grande família (KISHIMOTO,
2002) ou ainda podem significados opostos e um conceito pode assumir o significado do outro
(FREUD, 1968). Sendo assim, definir o brincar com demasiado rigor é uma atividade
paradoxal.
A criança tem o direito a desfrutar, desde a tenra idade a produção cultural da
humanidade. O professor ao observar o interesse genuíno das crianças por jogos de construção
pode propor desafios e situações-problemas que ajudem a aprofundar sua relação com o uso de
materiais.
Quando a criança brinca de faz-de-conta, se apropria da cultura ao experimentar a
imaginação, a interpretação e a construção de significados para diferentes situações. No faz-
de-conta podem exercer diversos papéis para, dessa forma, melhor compreendê-los. E, à
medida que esse processo se amplia com a participação de outras pessoas, a criança vai
aprendendo a lidar com diferentes situações, a estabelecer relações entre ela e o outro, ao
mesmo tempo em que se diferencia (SÃO JOSÉ, 2018, p. 30).
O brincar perpassa por todos os espaços do CEI, de acordo com Proposta Curricular
de São José (2000, p.160):
As crianças se mostram imprevisíveis, espontâneas, lúdicas, singulares, plurais. Elas
153
INTERAÇÕES
A Educação Infantil é uma das etapas mais importantes no desenvolvimento da criança,
nesta fase ela desenvolve a parte cognitiva e psicológica, obtendo vivências que irão marcá-la
por toda sua vida. A interação com o outro é fator relevante para desenvolvimento, seja com
adulto, com crianças da mesma faixa etária ou idades diferentes.
O ser humano está em constante transformação com o ambiente e o meio em que vive.
Por meio dessas interações eles trocam informações orais, gestuais e escrita. Começam a se
relacionar com o outro, constroem valores e conhecimento na composição do próprio sujeito e
sua forma de agir. Interação é um dos eixos estruturantes apresentado no Currículo Base do
Território Catarinense (2019), sendo fundamental no processo de ensino aprendizagem.
O conceito de interação decorre dos Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na
Educação Infantil (conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se), as
aprendizagens e o desenvolvimento das crianças e têm como eixos estruturantes as interações
e a brincadeira assegurando-lhe os direitos, pois tais direitos não acontecem de forma isolada,
é um movimento que integra a interação em todos os momentos. Com um cotidiano repleto de
interações entre as crianças e professores pautado nas vivências e nos saberes sobre a infância.
Por meio dos projetos, planejamentos e da prática diária se pode promover a plena vivência
dos direitos das crianças. Para tanto, passa a ser relevante que o professor/a olhe a criança como
sujeito de direitos, única, repleta de particularidades, acolhendo seus medos e anseios, suas
angústias, suas formas de ver, compreender e pensar sobre o mundo que a rodeia.
As interações entre crianças e professores/as acontecem a todo momento, caracterizadas
pelo respeito mútuo, pelo afeto e pela confiança. O cuidado e a brincadeira permeiam estas
ações, seja brincando diretamente com elas ou observando seus modos de brincar e interagir
com seus pares, e assim identificar padrões, mediar situações, orientar condutas e
comportamentos que contribuam em seu desenvolvimento.
154
ORGANIZADOR CURRICULAR
De acordo com o CBEIEFTC (2019) Educação Infantil pode contemplar dois
organizadores curriculares: Campos de Experiências e Grupos Etários.
157
GRUPOS ETÁRIOS
A Educação Infantil, da Rede Municipal de Educação de São José/SC optou pelo
organizador curricular por Grupos Etários:
Nesse formato de organizador curricular, é possível visualizar todos os objetivos por
campos de experiência, de modo a favorecer a constituição de contextos de
aprendizagem e a interlocução entre os campos de experiência. [...] apresentam-se
indicações metodológicas com o objetivo de ampliar as possibilidades de trabalho
com as crianças, por grupos etários e campos de experiências. As indicações
metodológicas buscam traduzir possibilidades de aprendizagem e produção do
conhecimento com o intuito de instrumentalizar a prática docente e propor estratégias
de ação junto às crianças. Apresentam características fundantes de cada campo de
experiência e questões imprescindíveis para o trabalho com crianças na Educação
Infantil. Ressalta-se que essas indicações metodológicas podem ser vistas como ponto
de partida; assim, elas podem ser problematizadas e ampliadas de acordo com os
contextos educativos. Nas indicações metodológicas, é possível perceber
características do desenvolvimento infantil, relacionadas às possibilidades de
brincadeiras e de interações no cotidiano, dando visibilidade à criança e seu potencial
criativo e imagético, bem como a potência de suas ações na contribuição da
construção de uma proposta pedagógica significativa, em que os direitos de
aprendizagem e de desenvolvimento estejam garantidos (SANTA CATARINA,
2019, p. 112).
A BNCC (2017) definiu como Grupos Etários - Creche sendo os Bebês (de 0 a 1 ano
e seis meses) e as crianças bem pequenas (de 1 ano e sete meses a 3 anos e 11 meses). E a
pré-escola às crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses), vindo ao encontro da
organização da Educação Infantil da Rede Municipal de São José.
Quadro 02: Relação dos Grupos da Educação Infantil da Rede Municipal de São José e
respectivos Grupos Etários
G2 Bebês
De 1 ano a 2 anos (De 0 a 1 ano e seis meses)
(respeitando a data de corte)
Crianças Bem Pequenas
158
Porém, havendo vaga e não existindo lista de espera do grupo, DEVERÃO ser
agrupadas crianças de diferentes idades, sempre com idades subsequentes, respeitando o
número máximo de crianças por grupo, visando o preenchimento de todas as vagas. Dessa
forma, o planejamento deverá contemplar e atender aos dois grupos etários.
A proposta de organização por Grupos Etários trabalha a partir dos Campos de
Experiências e vêm acompanhadas dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, com
o propósito de garantir os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento elaborados pela própria
Rede de Ensino, considerando as Orientações Curriculares de São José (2018) e o CBEIEFTC
(2019).
Os entrelaçamentos entre a organização por grupos etários e o currículo/cotidiano/dia a
dia na Educação Infantil fortalecem o planejamento a partir dos princípios e conceitos de um
fazer centrado na criança, cujos desdobramentos só serão garantidos se o/a professor/a com
muita intencionalidade pedagógica, considerar as crianças como protagonista do processo de
aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil.
CAMPOS DE EXPERIÊNCIA
A partir dos pressupostos das DCNEI (2010), a BNCC (2017) aponta que a organização
curricular deve contemplar as experiências cotidianas dos bebês, crianças bem pequenas e
crianças pequenas:
✓ O eu, o outro e o nós;
159
Para tanto, os/as professores/as da Educação Infantil da Rede Pública de São José/SC
se reuniram em formação continuada para, a partir do estudo das especificidades dos Grupos,
dos CEIs, das comunidades, das Propostas Curriculares do Município e das legislações, ampliar
as possibilidades apresentadas no CBEIEFTC (2019), visando apontar novas possibilidades de
INDICAÇÕES15 METODOLÓGICAS e OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM, com
considerações pertinentes a nossa realidade, a nossa cidade, a nossa caminhada histórica, a cada
criança, cada grupo etário, respeitando os campos de experiências, tendo como eixo as
interações e brincadeiras.
Sabe-se que cada criança é única, então,
[...] esses grupos não podem ser considerados de forma rígida, já que há diferenças
de ritmo na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que precisam ser
consideradas na prática pedagógica (BNCC, 2017, 42).
15
Apêndice 1 - CBEIEFTC (2019) adaptado pelos/as autores/as de São José (2019).
162
INDICAÇÕES METODOLÓGICAS
As crianças bem pequenas encontram-se em processo de transição de sua condição de bebê para
uma situação de independência de movimentos, aquisição de mais autonomia e
desenvolvimento da linguagem oral. Esses aspectos interferem significativamente na condução
das propostas pedagógicas para as crianças. Elas estão em processo de reconhecimento de si
mesmas e do outro, tudo é explorado e manipulado, demonstram equilíbrio e flexibilidade,
correm, pulam, sobem e estão em constante busca do novo. Planejar espaços, tempos e
materiais, organizar ambientes onde as brincadeiras e as interações ocupam o foco do processo
de aprendizagem e de desenvolvimento é primordial para esse grupo etário.
Precisamos propor momentos onde ouvimos a criança e a tratamos como um ser que carrega
uma história de vida, mesmo tão pequeno, e que pode nos ensinar muito em uma conversa de
apenas um minuto. Precisamos considerar a forma como nos relacionamos com ela, como
respondemos quando necessário, não a tratando como alguém incapaz de compreender o que é
dito. Precisamos encoraja-la nos momentos em que elas apresentam medo ou insegurança, para
seguirem em frente, dando tempo e tendo paciência para conhecer a criança, sua personalidade,
e respeitar sua subjetividade, não a expondo a situações embaraçosas.
Os planejamentos mudam de grupo para grupo e de docente para docente, desde o momento do
sono, da alimentação ao momento de criações artísticas e brincadeiras, a documentação vai se
formando de acordo com o que o grupo demonstra e necessita, com vistas a um desenvolvimento
integral que respeite as potencialidades que cada uma carrega.
As crianças bem pequenas também aprendem por meio das relações, do afeto e da imitação.
Acolher os sentimentos das crianças, suas dúvidas, suas ideias, respeitar e considerar suas
hipóteses; enfim, exercer uma escuta atenta que promova a efetiva participação nas decisões da
instituição, exercendo seus direitos de cidadã e favorecendo seu protagonismo no ambiente
escolar, conduzem para uma Educação Infantil.
IMPORTANTE PRIORIZAR NAS EXPERIÊNCIAS COM CRIANÇAS BEM
PEQUENAS:
✓ Explorar com as crianças os espaços da instituição e entorno escolar.
✓ Oportunizar momentos de interação com o meio ambiente.
✓ Promover com as crianças situações de educação e cuidado, consigo, com o outro e
com seus pertences, bem como nos momentos de alimentação, higiene e repouso.
✓ Proporcionar interação intencional com crianças de outras faixas etárias e adultos, de
forma a estabelecer vínculos afetivos e relações de respeito, de cuidado e de
brincadeiras.
✓ Proporcionar momentos de brincadeiras, de criação e de construção com materiais
estruturados e não estruturados, elementos da natureza e objetos do cotidiano.
✓ Planejar experiências em que a criança possa relacionar-se com o tempo e o espaço,
explorar objetos e estabelecer relações de tamanho, cores, formas e texturas, resolução
de situações-problema, classificação, seriação e sequência.
✓ Oferecer variado repertório musical, artístico e literário de forma a ampliar
possibilidades orais de expressão e comunicação.
✓ Construir e explorar com as crianças diversos elementos sonoros e musicais,
instrumentos prontos, sons da natureza, do corpo.
✓ Despertar o gosto pela leitura e escrita espontânea, utilizando diversos gêneros
textuais.
✓ Inserir as crianças em ações culturais e artísticas de sua comunidade como
possibilidade de ampliar seu repertório cultural e visão de mundo.
✓ Proporcionar e valorizar experiências de representação (teatro) com fantasias, roupas e
objetos que potencializam esta ação, em que possam brincar de assumir diferentes
171
CRIANÇAS PEQUENAS
4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES
DIREITOS: BRINCAR, CONVIVER, EXPLORAR, EXPRESSAR, CONHECER-SE,
PARTICIPAR
O eu, o outro Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes
e o nós sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
173
✓ Ampliar o repertório cultural com visitas a teatro, museu, cinema, oficinas, praças,
teatros, centro histórico de São José, etc.
✓ Possibilitar o acesso ao conhecimento de diferentes culturas, como também permitir
que a criança contribua com suas vivências para a construção e desenvolvimento
cultural.
✓ Explorar diversos locais na cidade, no CEI, na comunidade, enriquecendo e
complementando os conhecimentos
✓ Troca de papeis, a partir de intencionalidades pré-definidas, o professor sugere a
criança que assuma a resolução de situações problemas.
✓ Oportunidade de acesso a diversas mídias impressas e digitais.
✓ Por meio da literatura, propiciar situações que a leve a criança a transformar as
informações contidas nas histórias em conhecimentos por meio de atividades orais,
escritas (espontânea) e lúdica.
✓ Explorar elementos das artes, dos jogos, das danças, das lutas, das diversas matrizes
étnicas, ampliando seu repertório.
✓ Escolher parceiros, objetos, temas, espaço e personagens, nas propostas.
✓ Elaborar e escolher suas produções para construção do portfólio individual, parecer ou
mostra pedagógica.
✓ Compartilhar objetos e espaços com crianças de diferentes faixas etárias e adultos.
✓ Construir formas de interação com as outras crianças da mesma faixa etária e adultos,
adaptando-se ao convívio social.
179
Mais importante do que conhecer as letras é que as crianças entendam a função social da
escrita, pois
[...] O termo letramento surgiu da palavra inglesa “literacy” (letrado) em decorrência
de uma nova realidade social na qual não bastava somente saber ler e escrever, mas
responder efetivamente às práticas sociais que usam a leitura e a escrita. Letrado então
não é mais “só aquele que é versado em letras ou literaturas”, e sim “aquele que além
180
Os nossos CEI são espaços de trocas, podemos aproveitar todos os lugares (banheiros,
hall de entrada, refeitórios, portas (dentro e fora), parede, teto, chão, escada, entre outros, para
as crianças encontrarem as diferentes formas de escrita e diferente formas de descobrir e
compartilhar suas vivências com outras crianças e adultos. Nestes espaços entendemos que o
viver a escrita seria, também, oferecer letras, imagens, sons, corpos, toques, sentimentos...
“QUINTAIS”. Nossas crianças perderam os espaços que nós adultos tínhamos na infância
(ruas, quintais de casa, praças...), no qual podíamos viver tempos diferenciados dos adultos,
hoje esse espaço são as instituições junto com adultos responsáveis em pensar sobre esse
espaço e sobre essas crianças. O que realmente pensamos sobre esses espaços e essas crianças?
Fazer o uso social da leitura e da escrita é uma prática de letramento, desta forma, nos
diferentes entrechos, ela forma e informa, amplia o repertório cultural e vivencial dos sujeitos.
Nesse sentido, os Centros de Educação Infantil se revelam como um espaço especial – para/e
da infância – um lugar de descobertas, de aprendizado e com múltiplas possibilidades de
aproximar as crianças da linguagem escrita, por meio de contações de histórias, músicas,
danças, dramatizações, desenhos, registros, brincadeiras de faz de conta, enfim, um partilhar
de conhecimentos, os quais permite que cada um expresse a sua singularidade, que haja uma
aproximação das diferentes formas de ser e de pensar, é permitir-se tocar pelo outro, afetar-se.
Ouvir a leitura de textos pelo professor é uma das possibilidades mais ricas de
desenvolvimento da oralidade, pelo incentivo a escuta atenta, pela formulação de
perguntas e respostas, de questionamentos, pelo convívio com novas palavras e novas
estruturas sintáticas, além de se constituir em alternativa para introduzir a criança no
universo da escrita (BRASIL – BNCC, 2017, s.p).
As DCN (2010) orienta que as práticas na Educação Infantil, dentre tantos outras, devem
garantir experiências que favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica,
dramática e musical e; Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e
interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais
orais e escritos.
Coelho (2010) nos ajuda a refletir quando afirma que
[...] O letramento começa muito antes de a criança pegar um lápis ou conhecer as
letras e as formas de escrever. A partir de suas vivências cotidianas com a família,
com a sociedade ou com seus pares, os pequenos participam de tal prática de maneira
intensa, através de situações diversificadas e no contato com materiais escritos em
lugares diversos e de variadas formas.
PLANEJAMENTO
A partir dos pressupostos legais e teóricos da BNCC (2017) e do CBEIEFTC (2019) o
planejamento do currículo se estrutura a partir dos direitos de aprendizagem e
desenvolvimento. Outra inovação da BNCC (2017) e CBEIEFTC (2019), para a educação
infantil, é a organização curricular por Grupos etários e Campos de Experiências que apontam
um conjunto de objetivos de aprendizagens e desenvolvimentos.
Para o planejamento16 se faz necessário ficar atento/a, primeiramente, aos direitos de
aprendizagem (Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar, Conhecer-se); em seguida
aos grupos etários (bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas), após, contemplar os
campos de experiências (o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores
e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e
transformações) e, por fim, considerar os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
Barbosa aponta que:
Uma proposta educacional como intencional do ponto de vista pedagógico, torna-se
necessário que o docente não realize a ação educativa como se fosse apenas uma
tarefa a cumprir, nem se submeta à mera aplicação de propostas, de ideias, de
técnicas, de planos ou de projetos concebidos por outros, em outros contextos. A
docência é a prática na qual cada ação exige a tomada de uma decisão ou opção
teórica. O exercício do magistério envolve concepções, técnicas, procedimentos,
instrumentos, estudos e projeção de experiências. Porém, esses artefatos precisam
estar incorporados nos contextos sociais, nas interpretações que o docente pode
efetuar do acontecido e lançar às metas que estabeleceu para o futuro (2009, p. 101).
16
Apêndice 2 - Proposta de estrutura de Projeto e Plano de Docência para a Educação Infantil, a partir dos
pressupostos do CBEIEFTC (2019) e da PEPRMESJ (2019).
183
AVALIAÇÃO
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (2009)
determinam que as instituições que atuam nessa etapa de ensino criem procedimentos para a
avaliação da aprendizagem e desenvolvimento das crianças. De acordo com as DCNEI, (2009),
com o intuito de considerar a criança em seu direito pleno e como ponto de partida para as
práticas pedagógicas:
184
As DCNEI (2009) apontam algo de fundamental importância: que a avaliação que não
tem objetivo de promoção, seleção e classificação. Isso deve ser respeitado na sua
integralidade, pois, a educação infantil deve ser vivenciada de maneira lúdica, trazendo as
brincadeiras e interações como forma de garantir os direitos das crianças na sua plenitude.
A Proposta e Experiências do Município de São José (2018), aponta que a avaliação
assume sua dimensão formativa na Educação Infantil quando possibilita acompanhar, apoiar,
mediar o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Para tanto, exige conhecer
o processo individual de cada uma delas, suas especificidades, seus anseios, suas inquietações
e seu contexto social, econômico e cultural. Desta forma, se faz necessária a observação
contínua, o diálogo, a escuta qualificada e o olhar sensível.
É necessário enfatizar a importância de desenvolver permanentemente o olhar atento e
sensível, para considerar as crianças, as interações sociais, a construção de aprendizagens
significativas, as práticas pedagógicas qualificadas, de forma a considerar o percurso trilhado
pelas crianças sem julgamentos, rótulos ou notas.
Contudo, precisamos romper com a perspectiva de medir, comparar, padronizar
comportamentos no momento de avaliar e perceber, compreender que cada criança tem seu
próprio tempo e ritmo de aprendizagem, sem deixar de considerar os fatores externos que
podem influenciar no processo.
Assim, a avaliação formativa se desenvolve a partir do conhecimento e das experiências
que a criança possui, de modo a ser processual, reflexiva e contínua. Tendo o professor(a),
papel fundamental de pesquisador que identifica os elementos, contribuindo para as
possibilidades de expressão, experimentação, aprendizagem e desenvolvimento da criança.
Para isso, o profissional precisa estar atento à necessidade de organizar a documentação
pedagógica e perceber a especificidade do seu grupo de atuação.
Salienta-se que a avaliação não pode ser unilateral, precisa de um olhar coletivo,
interpretativo e com um efetivo e constante diálogo entre professor(a), criança, família e demais
186
profissionais do CEI. O olhar avaliativo não é apenas sobre a criança, mas sobre a mesma no
âmbito do CEI com todas as variáveis que esta contempla.
Os elementos como a observação e o registro diário (fotos, vídeos, produções das
crianças, composições de portfólio, etc), são ações fundamentais para a construção de uma
avaliação formativa significativa, respeitando os direitos, interesses e necessidades da criança
que atua como protagonista deste processo.
O Caderno Pedagógico (2008) aponta que o registro diário se faz necessário para a
avaliação, tanto para acompanhar o desenvolvimento da criança, como para redirecionar o
planejamento do professor(a), pois o processo de avaliação deve ser “[...] realizado de forma
contínua, e consiste na observação da criança durante o período em que ela se encontra no CEI”
(SÃO JOSÉ, 2008, p. 32).
Ao avaliar a criança considerando o processo formativo, o professor(a) deve levar em
conta os documentos que orientam a Educação Infantil entre os quais se destacam as DCNEI
(2010), a Proposta Curricular deste Município (2000, 2008, 2018), a BNCC (2017) e o
CTCEIEF (2019).
Desta forma, os CEI’s da Rede Municipal de Ensino de São José têm o compromisso
de ampliar as experiências e os conhecimentos que as crianças já possuem, valorizando as
aprendizagens existentes e potencializando as novas, dentro de uma perspectiva de avaliação
formativa e de um planejamento bem elaborado.
O olhar do/a professor/a deve ser atento sobre as vivências, sem deixar de lado o
respeito às crianças, reconhecendo-as como sujeitos de direitos. De acordo com a BNCC
(2017):
[...] Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses,
conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se
apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o
mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um
processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a
necessidade de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na
Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola (BNCC, 2017, p. 34).
Nesse contexto, há que se abordar uma prática interdisciplinar que insira a criança no
centro do processo de aprendizagem e desenvolvimento garantindo experiências significativas
diante deste novo cenário educativo.
Para que as crianças vivenciem com tranquilidade o processo de transição, é
indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade das aprendizagens
e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base no que as crianças
sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e a descontinuidade do trabalho
pedagógico que inicia na Educação Infantil.
As crianças atendidas nos Centros de Educação Infantil de São José são, em grande
maioria, as mesmas que irão frequentar o ensino fundamental. Dessa forma, os/as
professores/as de ambas etapas precisam articular práticas e processos educativos que
considerem a criança em sua integralidade, inteireza, bem como as interações e as brincadeiras,
sem fragmentação ou ruptura entre as etapas. Necessário se faz, (re)pensar esse processo, pois
sabe-se que as crianças saem de um ambiente estruturado para atender as especificidades dessa
fase da vida tão particular e ingressam em escolas que muitas vezes não dispõem de um espaço
que contempla a continuidade desse processo.
Necessário se um diálogo franco entre as etapas da Educação Básica, com reflexões que
colaborem para o fortalecimento de estratégias que melhor atendam as necessidades das
crianças, especialmente na transição da Educação Infantil para os Anos Iniciais. Nesse sentido,
é importante considerar que deve-se buscar maior integração entre o cuidar, o educar, o brincar
e o letramento, pois são fatores fundamentais e constituintes da formação social e cultural da
infância.
Na educação infantil a tríade, cuidar, educar e brincar faz parte do contexto educativo,
podendo ser uma grande aliada para a articulação desse processo. As DCN (2009) defendem
que os educandos de seis anos ainda estão em um momento da vida em que o brincar faz parte
de seu desenvolvimento, sendo assim, é extremamente importante que a escola acolha essas
crianças no ensino fundamental e atenda a especificidade da infância que é o brincar como um
direito. Nesta perspectiva a BNCC (2017) reafirma que no Ensino Fundamental as brincadeiras
e os aspectos lúdicos que permeiam a infância devem fazer parte do processo ensino
aprendizagem.
Diante do exposto, a transição deve ocorrer de forma contextualizada, com o diálogo
pautado nas documentações pedagógicas entre as etapas (Infantil e Anos Iniciais) que
fornecerão subsídios para orientar o processo educativo. Segundo as DCN (2013) para a
Educação Infantil:
189
Fica evidente que na transição entre a Educação Infantil e os anos iniciais, o brinquedo
e a brincadeira, o brincar, são elementos indispensáveis à aprendizagem e ao desenvolvimento
das crianças independentemente da sua faixa etária.
Precisamos lançar luz sobre o brincar, que deve ser visto na escola, pelos professores,
como um recurso mediador no processo de ensino – aprendizagem em sala de aula, tornando
mais fácil e enriquecedor o processo das relações sociais com o grupo, possibilitando um
fortalecimento da relação entre o ser que ensina e o ser que aprende.
190
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Por amor e por força. Rotinas na Educação Infantil.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Organização do espaço
e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, Carmen; KAERCHER, Gladis Elise (orgs.).
Educação Infantil. Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
BRASIL. [BNCC (2017)] Base Nacional Comum Curricular 2017. Brasília, DF:
Ministério da Educação e Cultura, [2017]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-
nacional-de-educacao/base-nacional-comum-curricular-bncc. Acesso em 01 out. 2019.
Estamos nos referindo “às profissionais’’ no feminino devido ao fato de nessas instituições a maioria serem
17
mulheres.
191
FARIA, ANA LÚCIA. Goulart. et al. Educação Infantil Pós-LDB: Rumos e Desafios. São
Paulo, Editores Associados,1999.
FINCO, Daniela; BARBOSA, Silveira Carmen; FARIA, Ana Lúcia Goulart de. (orgs.).
Campos de experiências na escola da infância: contribuições italianas para inventar um
currículo de educação infantil brasileiro. Campinas, SP: Edições Leitura Crítica, 2015.
FORTUNA, Tânia Ramos. A formação lúdica docente e a universidade. 2011, 425 f (Tese
Doutorado em Educação) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio
Grande do Sul. 2011.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto
Alegre: Mediação, 2001.
KLISYS, Adriana; Fonseca, Edi. Brincar e ler para viver: um guia para estruturação de
espaços educativos e incentivo ao lúdico e à leitura. São Paulo. Instituto Hedging-Griffo.
2008.
KUHLMANN Jr. Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto
Alegre: Mediação,1998.
SARMENTO, Manuel Jacinto; GOUVEIA, Maria Cristina Soares. de. (orgs.). Estudos da
Infância: educação e práticas sociais. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
SOARES, Magda Becker. Alfabetização e letramento. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
SOARES, Magda Becker. Letramento: um tema em três gêneros. Autêntica, Belo Horizonte:
2001.
gestos e movimentos”, integrando e indo para além dos cinco campos, por ser uma área do
conhecimento humano, que mesmo com especificidades bem definidas, é interdisciplinar.
A Educação Física incorpora em suas ações pedagógicas os seis direitos de
aprendizagem e desenvolvimento mencionados na BNCC e no CBTCEIEF (conviver, brincar,
participar, explorar, expressar e conhecer-se), e ao tomar conhecimento dos objetivos propostos
pode-se perceber que a maioria deles são também contemplados nos planejamentos e práticas
docentes da área, porém, muitas lacunas ainda precisam ser preenchidas.
Considerando todo o histórico da Educação Física na Rede que os professores da área
refletiram sobre estas demandas e elaboraram esse documento que versa sobre os princípios e
as características da EF na EI, abarcando os preceitos difundidos pela BNCC e pelo
CBTCEIEF, as concepções pedagógicas defendidas pelo município, contemplando sua
importância, entrelaçando-as às especificidades da nossa área de atuação.
A produção deste documento visa ultrapassar a visão fragmentada e disciplinar que é
tão decorrente no Ensino Fundamental, enfatizando o trabalho em conjunto com as pedagogas
e os projetos coletivos institucionais que ocorrem na maioria dos Centros de Educação Infantil
da Rede. O intuito é atualizar e unificar a ação pedagógica dos professores, superando a
fragmentação do conhecimento, e construindo um elo entre a Educação Infantil, o Ensino
Fundamental e a vida adulta, na perspectiva de um efetivo desenvolvimento integral das
crianças.
18
A adoção deste termo ocorreu no sentido de os professores da RMESJ apoiarem a ideia do autor que o criou e
que enfatiza a criança (aluno) como protagonista das suas ações. (KUNZ, 2010 apud GHIDETTI, 2011)
198
A organização dos momentos deve considerar a faixa etária das crianças envolvidas, a
quantidade de crianças, seus conhecimentos e as unidades temáticas e orientações curriculares
da área, o espaço físico disponível, os materiais, a freqüência, a duração e a intensidade das
atividades que serão desenvolvidas.
Cabe ao professor de Educação Física, dentro da sua carga horária, se fazer presente em
todos os acontecimentos da instituição. Assim sendo, deve garantir seu espaço se posicionando
nas reuniões pedagógicas, participar das formações continuadas e grupos de estudos com os
demais colegas do seu cotidiano, bem como dos projetos coletivos da unidade. Além disso,
deve também inserir e atualizar as informações específicas da área no PPP, fundamentando sua
prática.
Suas aulas devem priorizar o caráter lúdico e inclusivo, relacionando-o com todos os
princípios, concepções e conteúdos contidos neste currículo. Faz parte das suas
responsabilidades cuidarem e educar as crianças buscando sempre integrar suas ações às
produzidas na instituição, articulando-se com os demais profissionais. Além disso, deve zelar
pelos espaços e materiais que utiliza, e, participar das reuniões com as famílias sempre que
puder contribuir para o melhor desenvolvimento da criança.
Ao longo do ano letivo é desenvolvida nas instituições de Educação Infantil uma série
de projetos coletivos, tais como apresentações, festas, musicais, teatros, passeios, eventos,
saídas de campo, entre outros. Esses momentos podem fazer parte da carga horária do professor
de Educação Física que ao participar das propostas, pode auxiliar na organização ou propô-las,
de acordo com os combinados coletivos de cada unidade.
Introduzir e garantir a integração e a continuidade dos processos de aprendizagem das
crianças e um efetivo percurso formativo são de suma importância que os conhecimentos
199
REFERÊNCIAS
ARRUDA, E.O. Cultura Corporal do Movimento e a Inclusão nas Aulas de Educação
Física. Cultura, v. 27, p. 11, 2017.
200
Atividades de estimulação à autonomia nos Observar e se deixar ser manipulado pelo adulto ao realizar
deslocamentos, rolamentos, saltos etc. movimentos das ginásticas.
Unidade temática: Danças
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais da dança e da
música
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Atividades expressivas, dramatúrgicas e de faz de Observar, reproduzir e dramatizar gestos relativos a músicas e
conta. histórias, expressando seu entendimento.
Atividades rítmicas e com instrumentos musicais. Conhecer e manusear instrumentos musicais, criando ou reproduzindo
sons por meio deles.
Brinquedos cantados: que estimulam a Contemplar e reproduzir as músicas e brinquedos cantados por meio
aprendizagem das partes do corpo, músicas sobre da voz e dos gestos, percebendo a existência de movimentos
os animais, cirandas etc. coreográficos.
202
Brincadeira de pegar e esconder (pega- congela, Experimentar jogos e brincadeiras de pegar e esconder, ampliando as
pega-rabo, esconde-esconde, caça ao tesouro etc.). capacidades físicas, observando e respeitando a existência de regras.
Confecção de jogos e brinquedos com materiais Vivenciar diferentes significados e possibilidades de movimento por
recicláveis. meio da construção de brinquedos.
Unidade temática: Esportes
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais dos esportes
com regras mais simples
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Coletivos: jogos pré- desportivos de iniciação do Experimentar e fruir os esportes coletivos conhecendo seus
vôlei, basquete, futebol, handebol etc. implementos, espaços e formações, com regras simples, de forma
lúdica.
Individuais: jogos pré- desportivos de iniciação Experimentar e fruir os esportes individuais conhecendo seus
do tênis, badminton, atletismo, croquete, implementos, espaços e formações, com regras simples, de forma
ciclismo, boliche, bocha etc. lúdica.
Demais esportes podem ser trabalhados de forma Conhecer os esportes individuais ou coletivos, que não são possíveis
expositiva ou em forma de jogos (vídeos, imagens, de aplicar na instituição, por meio de imagens e vídeos.
etc.)
Unidade temática: Ginásticas
203
Alongamento e ginástica natural (que explora Conhecer e experimentar as possibilidades do seu corpo em relação
elementos e ambientes da natureza) à flexibilidade, força e equilíbrio do seu corpo por meio dos
alongamentos e práticas corporais alternativas.
Circuito de habilidades motoras (força, Experimentar e desafiar seu corpo por meio de práticas de atividades
equilíbrio, agilidade, flexibilidade, velocidade, em forma de circuitos, conhecendo as capacidades motoras básicas.
resistência, coordenação, destreza etc.)
Unidade temática: Danças
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais das danças e da música
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Danças culturais e folclóricas (matriz indígena, Conhecer e vivenciar diferentes meios de se movimentar por meio das
africana etc.) práticas de dança das diversas matrizes culturais.
Ampliação do repertório musical (diferentes Conhecer a relação entre ritmo e movimento por meio das práticas de
gêneros: samba, rock, tango etc.) dança, conhecendo os diversos estilos musicais e suas características.
Unidade temática: Lutas
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais das lutas
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Jogos de oposição (imobilização, equilíbrio e Conhecer e vivenciar as diversas lutas e jogos de oposição,
desequilíbrio, toque e percussão, derrubada, conhecendo e recriando seus tipos e regras, observando a diferença
conquista de objetos). entre luta e briga.
Lutas com implementos: esgrima, bastões, boxe Observar e praticar movimentos relacionados às lutas que utilizam
etc. implementos, ampliando seu entendimento sobre esta unidade
temática.
Práticas de luta das diversas culturas: Capoeira, Conhecer e vivenciar as diferentes culturas por meio das lutas,
sumô, jiu-jítsu, etc. conhecendo suas características.
Unidade temática: Práticas de aventura
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e práticas corporais relacionadas às práticas de aventura
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Escalada, surf, skate, tirolesa, slackline, falsa Observar, vivenciar e se arriscar a participar das diferentes práticas
baiana, parkour, rapel, corrida orientada etc. de aventura em espaços desafiadores e seguros, reconhecendo seus
limites e suas possibilidades.
Atividades relacionadas ao contato com a Vivenciar e explorar as diferentes possibilidades de movimento
natureza: trilhas, subir em árvores, passeios a relacionadas ao meio ambiente nos espaços internos e externos à
204
Projetos interdisciplinares relacionados à Participar dos projetos da instituição se sentindo parte deles e se
alimentação, higiene, cuidado e bem-estar geral. socializando com os demais funcionários e crianças.
Conceitos de saúde e as partes do corpo. Conhecer as partes do seu corpo, percebendo e observando suas
funções.
Práticas de relaxamento e massagem. Realizar movimentos de massagem no outro, tocando e permitindo-
se ao toque e ao descanso por meio da massagem e outras práticas
de relaxamento.
Percepção corporal (batimento cardíaco, Realizar movimentos de massagem no outro, tocando e permitindo-
respiração, transpiração, percepção subjetiva de se ao toque e ao descanso por meio da massagem e outras práticas
esforço). de relaxamento.
Percepção corporal (batimento cardíaco, Observar e perceber as sensações do seu corpo que estão
respiração, transpiração, percepção subjetiva de relacionadas à prática de atividades físicas.
esforço).
Brincadeira de pegar e esconder (pega- congela, Experimentar e criar jogos e brincadeiras de pegar e esconder,
pega-rabo, esconde-esconde, caça ao tesouro ampliando as capacidades de velocidade, agilidade e
etc.) coordenação, tanto de forma competitiva como cooperativa.
Confecção de jogos e brinquedos com materiais Refletir e vivenciar diferentes significados e possibilidades de
recicláveis. movimento por meio da construção de brinquedos.
Unidade temática: Esportes
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais dos esportes com regras mais
complexas
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Coletivos: jogos pré- desportivos de Experimentar e fruir os esportes coletivos conhecendo seus
iniciação do Vôlei, basquete, futebol, implementos, espaços e formações, com regras um pouco
handebol etc. mais complexas, aplicando algumas estratégias e apreendendo
conceitos da competição de forma lúdica e reflexiva.
Individuais: jogos pré- desportivos de Experimentar e fruir os esportes individuais conhecendo seus
iniciação do tênis, badminton, atletismo, implementos, espaços e formações, com regras simples,
croquete, ciclismo, boliche, bocha. aplicando algumas estratégias e apreendendo conceitos da
competição de forma lúdica e reflexiva.
Demais esportes podem ser trabalhados de Conhecer os esportes individuais ou coletivos, que não são
forma expositiva ou em forma de jogos possíveis de aplicar na instituição, por meio de imagens e
(vídeos, imagens, etc.) vídeos.
Unidade temática: Ginásticas
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais das ginásticas
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Rítmica: conceitos e utilização de Experimentar e fruir os implementos da ginástica rítmica com
implementos (corda, arco, maça, bola e a utilização de músicas, buscando se movimentar no mesmo
fita). ritmo.
Esportiva (artística): conceitos e Experimentar e fruir os movimentos desafiadores e
movimentos básicos (rolamentos, parada manifestações inerentes à cultura da ginástica com cuidado e
de mão, reversão, estrela, ponte etc.) segurança.
Acrobática (circenses): trapézio, tecidos, Experimentar e fruir os movimentos acrobáticos pertencentes
cama elástica, malabarismo etc. à cultura circense com cuidado e segurança.
Danças circulares (cirandas etc.) Conhecer, reproduzir e recriar práticas de dança presentes no
contexto comunitário e regional.
Biodança (ritmo, improvisação,
Experimentar e fruir diferentes meios de se movimentar a partir
contemporânea etc.)
dos estilos musicais diversos, de forma livre e criativa.
206
Danças de jogos eletrônicos (gestos Conhecer e desfrutar as práticas de dança a partir de jogos
coreografados) eletrônicos, reproduzindo e recriando coreografias.
Explorar a relação entre ritmo e movimento por meio das
Ampliação do repertório musical (diferentes
práticas de dança, conhecendo os diversos estilos musicais e
estilos: samba, rock, tango etc.)
suas características.
Unidade temática: Lutas
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e atividades relacionadas às práticas corporais das lutas
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Jogos de oposição (imobilização, Experimentar e fruir as características das lutas por meio de
equilíbrio e desequilíbrio, toque e diferentes jogos de oposição, conhecendo e recriando seus
percussão, derrubada, conquista de tipos e regras, diferenciando os conceitos de luta e briga.
objetos).
Lutas com implementos: esgrima, bastões, Conhecer, explorar e praticar movimentos relacionados às
boxe etc. lutas que utilizam implementos, coordenando seu uso com o
objetivo de superação de situações problema (desequilíbrios,
imobilizações e projeções).
Práticas de luta das diversas culturas: Vivenciar e explorar as diferentes culturas por meio das lutas,
Capoeira, sumô, jiu-jítsu etc. conhecendo suas características e aspectos históricos.
Unidade temática: Práticas de aventura
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e práticas corporais relacionadas às práticas de aventura
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Escalada, surf, skate, tirolesa, slackline, Experimentar e fruir diferentes práticas de aventura em
falsa baiana, parkour, rapel, corrida espaços desafiadores e seguros, conhecendo suas
orientada etc. características e correlacionando com os cuidados ao meio
ambiente.
Atividades relacionadas ao contato com a Conhecer, experimentare explorar as diferentes possibilidades
natureza: trilhas, subir em árvores, de movimento relacionadas ao meio ambiente nos espaços
passeios a parques florestais, praias etc. internos e externos à instituição, percebendo os cuidados ao
meio ambiente.
Unidade temática: Saúde e bem-estar
Objeto de conhecimento: Brincadeiras e práticas corporais relacionadas à saúde e ao bem-estar
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
Estímulo à alimentação saudável, beber Perceber a importância das práticas de higiene, cuidado e
água e higiene. alimentação, ampliando seu entendimento sobre suas
influências no seu próprio bem-estar e na qualidade de vida.
Projetos interdisciplinares relacionados à Participar dos projetos da instituição se sentindo parte deles e
alimentação, higiene, cuidado e bem-estar se socializando com os demais funcionários e crianças.
geral.
Conceitos de saúde e as partes do corpo. Conhecer as partes do seu corpo e fazer relações com as suas
funcionalidades e a prática de atividades físicas.
Práticas de relaxamento e massagem. Realizar movimentos de massagem no outro, tocando e
permitindo-se ao toque e ao descanso por meio da massagem
e outras práticas de relaxamento.
Percepção corporal (batimento cardíaco, Conhecer e explorar as sensações do seu corpo que estão
respiração, transpiração, percepção subjetiva relacionadas à prática de atividades físicas.
de esforço).
207
6.1.1.1 Alfabetização
19
“Esse processo básico (alfabetização) de construção do conhecimento das relações fonografêmicas em uma
língua específica, que pode se dar em dois anos, é, no entanto, complementado por outro, bem mais longo, que
podemos chamar de ortografização, que complementará o conhecimento da ortografa do português do Brasil. É
preciso também ter em mente que este processo de ortografização em sua completude pode tomar até mais do
que os anos iniciais do Ensino Fundamental. (...) Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão
do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de
linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses e suas
expectativas quanto o que ainda precisam aprender. Ampliam-se a autonomia intelectual, a compreensão de
normas e os interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com sistemas mais amplos, que dizem respeito
às relações dos sujeitos entre si, com a natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com o
ambiente”. (BNCC, 2017, p 57)
211
20
Soares (2018, p 33), adotou a palavra faceta para “designar os componentes da aprendizagem inicial da língua
escrita: tal como, em uma pedra lapidada, as varias superfícies – facetas – se somam para compor o todo que é a
pedra, assim também os componentes do processo de aprendizagem da língua escrita – suas facetas – se somam
para compor o todo que é o produto deste processo: alfabetização e letramento. Uma só faceta de uma pedra
lapidada não é a pedra; um só componente – faceta – do processo de aprendizagem da língua escrita não resulta
no produto: a criança alfabetizada inserida no mundo da cultura escrita, a criança letrada.”
212
do conhecimento escolar, para a ideia de que essas práticas derivam de situações da vida social
e, ao mesmo tempo, precisam ser situadas em contextos significativos para os estudantes”
(BNCC, 2017, p 83). Assim, para os Anos Iniciais21, a BNCC (2017) indica quatro campos de
atuação22: o campo da vida cotidiana, que envolve “situações de leitura próprias de atividades
vivenciadas cotidianamente, no espaço doméstico e familiar, escolar, cultural e profissional”
(p 94); o campo artístico-literário, que envolve “situações de leitura, fruição e produção de
textos literários e artísticos, representativos da diversidade cultural e linguística, que favoreçam
experiências estéticas” (p 94); o Campo da vida pública, que abarca “situações de leitura e
escrita, especialmente de textos das esferas jornalística, publicitária, política, jurídica e
reivindicatória, contemplando temas que impactam a cidadania e o exercício de direitos” (p
102) e o Campo das práticas de estudo e pesquisa que abrande as “situações de leitura/escrita
que possibilitem conhecer os textos expositivos e argumentativos, a linguagem e as práticas
relacionadas ao estudo, à pesquisa e à divulgação científica, favorecendo a aprendizagem
dentro e fora da escola” (p 106).
Também relacionadas às orientações metodológicas que envolvem os eixos de ação das
práticas linguísticas e dos campos de atuação,
21
Nos Anos Finais, o Campo da Vida Pública é dividido em Campo jornalístico-midiático e Campo de atuação
na vida pública.
22
“Diferentes recortes são possíveis quando se pensa em campos. As fronteiras entre eles são tênues, ou seja,
reconhece-se que alguns gêneros incluídos em um determinado campo estão também referenciados a outros,
existindo trânsito entre esses campos”. (BNCC, 2017, p 83)
215
desse acompanhamento, retomar o que não foi aprendido, (re)planejar, de modo a garantir as
aprendizagens, na perspectiva da formação integral” (CTC, 2019, p 153).
Com isso, “(...) conclui-se que a aprendizagem inicial da língua escrita é um fenômeno
extremamente complexo: envolve duas funções da língua escrita – ler e escrever - que, se se
igualam em alguns aspectos, diferenciam-se em outros; é composto de várias facetas (...) que
se distinguem quanto à sua natureza, ao mesmo tempo que se complementam como facetas de
um mesmo objeto (...)” (SOARES, 2018, p 32). Também por isso,
(...) é importante reiterar que o processo de alfabetização e letramento,
em uma perspectiva mais ampla, ocorre ao longo do percurso
formativo e precisa ser compromisso de todas as áreas e de todos os
componentes curriculares; dessa maneira, todos devem trabalhar
considerando o texto como articulador da prática pedagógica, os
diferentes gêneros discursivos como estratégia de ensino, como meio
para elaborar suas sínteses. Nessa lógica, entende-se que quanto mais
os sujeitos ampliam suas aprendizagens, elaboram e reelaboram
conhecimentos/desenvolvem o pensamento complexo, mais
alfabetizados e letrados eles se tornam” (CTC, 2019, p 154).
Finaliza-se, então, reiterando que “alfabetização é um instrumento na luta pela
conquista da cidadania, e é fator imprescindível ao exercício da cidadania” (SOARES, 2013, p
59) e é nesta busca que nossa ação pedagógica deve ser pautada.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília:
SECAD, 2010.
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Caderno de Educação
em Direitos Humanos. Educação em Direitos Humanos: Diretrizes Nacionais. Brasília:
Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos Humanos, Secretaria Nacional de
Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2013.
Resolução nº 020/08/COMESJ/SC.
Alfabetização - 1º e 2º Anos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO
Alfabetização - 1º e 2º Anos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: CAMPO DA VIDA COTIDIANA
Alfabetização - 1º e 2º Anos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: VIDA PÚBLICA
leitura em notícias, manchetes e - Leitura dos diferentes gêneros discursivos (notícias, manchetes
lides em notícias, álbum e lides em notícias, álbum de fotos digital noticioso e notícias
de fotos digital noticioso curtas para o público infantil), identificando sua estrutura,
e notícias curtas para situação comunicativa e variações da língua. Inferência no
público infantil, dentre tema/assunto do texto.
outros gêneros do campo - Ritmo, entonação, pausas.
jornalístico, considerando - Pontuação.
a situação comunicativa e - Variações da língua (culta, informal, regional).
o tema/assunto do texto. - Percepção da relação imagem/texto.
- Compreensão que esses gêneros discursivos podem ser digitais.
Compreensão em (EF12LP09) Ler e compreender, - Estrutura e características desses gêneros textuais, identificando
leitura em colaboração com os colegas e sua função social, onde circulam, quem produziu e a quem se
com a ajuda do professor, slogans, destinam
anúncios publicitários e textos de - Linguagem formal e informal.
campanhas de conscientização - Leitura, informações implícitas e explícitas.
destinados ao público infantil, - Ritmo, entonação, pausas.
dentre outros gêneros do campo - Pontuação.
publicitário, considerando a - Variações da língua (culta, informal, regional).
situação comunicativa e o - Relações entre textos e outros textos (ilustrações, fotos,
tema/assunto do texto. tabelas...).
- Relações lógico-discursivas presentes nos textos (causa,
finalidade, temporalidade etc.).
Compreensão em (EF12LP10) Ler e compreender, - Gêneros textuais: elementos, estrutura, suporte e função social.
leitura em colaboração com os colegas e - Manipulação dos diferentes gêneros discursivos (slogans,
com a ajuda do professor, anúncios publicitários e textos de campanhas de conscientização
cartazes, avisos, folhetos, regras e destinados ao público infantil), identificando sua estrutura,
regulamentos que organizam a situação comunicativa, variações da língua e figuras de
vida na comunidade escolar, linguagem.
dentre outros gêneros do campo da - Percepção da relação imagem/texto.
atuação cidadã, considerando a - Leitura dos diferentes gêneros discursivos (slogans, anúncios
situação comunicativa e o publicitários e textos de campanhas de conscientização
tema/assunto do texto. destinados ao público infantil), identificando sua estrutura,
situação comunicativa, variações da língua e figuras de
linguagem.
-Linguagem formal e informal.
- Leitura, informações implícitas e explícitas.
- Ritmo, entonação, pausas.
- Pontuação.
- Variações da língua (culta, informal, regional).
- Inferência no tema/assunto do texto.
- Compreensão que esses gêneros discursivos podem ser digitais.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM Escrita (compartilhada e autônoma)
Escrita (EF12LP11) Escrever, em - Gêneros textuais: elementos, estrutura, suporte e função social.
compartilhada colaboração com os colegas e com - Letras e outros signos.
a ajuda do professor, fotolegendas - Produção de fotolegendas em notícias, manchetes e lides em
Escrita autônoma em notícias, manchetes e lides em notícias, álbuns de fotos digital noticioso e notícias curtas para o
notícias, álbum de fotos digital público infantil mantendo a estrutura e situação comunicativa.
Forma de noticioso e notícias curtas para - Utilização de letras e outros signos nos gêneros discursivos.
composição do público infantil, digitais ou - Compreensão da importância da relação entre imagem/texto.
texto impressos, dentre outros gêneros - Reconhecimento das variações linguísticas e sua influência no
do campo jornalístico, processo inicial de alfabetização (marcas de oralidade).
considerando a situação - Linguagem formal e informal.
comunicativa e o tema/assunto do - Normas gramaticais e ortográficas.
texto. - Fatores de textualidade: coerência, coesão, intencionalidade.
- Espaçamento entre palavras.
- Signos e letras em textos verbais e não verbais (multimodais).
- Pontuação.
- Grafia de palavras.
- Textualidade e as marcas linguísticas.
220
Alfabetização - 1º e 2º Anos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Alfabetização - 1º e 2º Anos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: ARTÍSTICO LITERÁRIO
Alfabetização - 1º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO
oposição de significado
(antonímia).
Alfabetização - 1º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: VIDA COTIDIANA
Alfabetização - 1º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: VIDA PÚBLICA
Alfabetização - 1º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA
tema/assunto/a finalidade do
texto.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Análise linguística/ semiótica (Alfabetização)
Forma de (EF01LP24) Identificar e - Manuseio de diferentes suportes com gêneros discursivos para
composição dos reproduzir, em enunciados de compreensão de sua formatação e diagramação.
textos/ tarefas escolares, diagramas, Identificação da formatação e diagramação dos gêneros,
Adequação do entrevistas, curiosidades, digitais inclusive em suas versões orais: enunciados de tarefas escolares,
texto às normas ou impressos, a formatação e diagramas, entrevistas, curiosidades.
de escrita diagramação específica de cada Produção dos gêneros: enunciados de tarefas escolares,
um desses gêneros, inclusive em diagramas, entrevistas, curiosidades, garantindo a formatação e
suas versões orais. diagramação específicas desses gêneros.
Alfabetização - 1º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: ARTÍSTICO- LITERÁRIO
Alfabetização - 2º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO
ortografia para elaborar novas palavras. uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo que
distintas palavras compartilham as mesmas letras.
- Compreensão que as sílabas podem variar quanto às
combinações entre consoantes e vogais(CV, CCV, CVV, CVC,
V, VC, VCC, CCVC.).
Construção do (EF02LP03) Ler e escrever - Decodificação de palavras com correspondências regulares
sistema palavras com correspondências diretas entre letras e fonemas (f, v, t, d, p, b).
alfabético e da regulares diretas fonemas (f, v, t, - Decodificação de palavras com correspondências regulares
ortografia d, p, b) e entre letras e contextuais (c e q; e o, em posição átona em final de palavra).
correspondências regulares - Reflexão sobre a estrutura silábica simples.
contextuais (c e q; e o, em - Relação fonema/grafema.
posição átona em final de - Escrita de palavras com correspondências regulares diretas
palavra). entre letras e fonemas (f, v, t, d, p, b), dentro de um gênero
discursivo.
- Escrita de palavras com correspondências regulares contextuais
(c e q; e o, em posição átona em final de palavra), dentro de um
gênero discursivo.
- Diferenciação na escrita e leitura as palavras com
correspondências regulares diretas entre letras e fonemas (f, v, t,
d, p, b), compreendendo que a troca da letra muda o sentido da
palavra.
- Identificar nas palavras a sílabas átonas (aquela pronunciada
em menor intensidade).
- Relação das correspondências regulares contextuais (c e q; e o,
em posição átona em final de palavra).
Construção do (EF02LP04) Ler e escrever - Decodificação de palavras com sílabas CV, V, CVC, CCV,
sistema corretamente palavras com identificando que existem vogais em todas as sílabas.
alfabético e da sílabas CV, V, CVC, CCV, - Relação grafema/fonema.
ortografia identificando que existem vogais - Análise da estrutura silábica concluindo que todas as sílabas do
em todas as sílabas. português contêm, ao menos, uma vogal.
- Compreensão quanto às combinações entre consoantes e
vogais.
- Escrita de palavras com diferentes combinações silábicas
dentro de um gênero discursivo.
- Estrutura silábica: CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, VCC, CCVC
na produção de palavras.
Construção do (EF02LP05) Ler e escrever - Identificação de palavras com marcas da nasalidade dentro de
sistema corretamente palavras com um texto.
alfabético e da marcas de nasalidade (til, m, n). - Percepção do efeito fonético da nasalação vocálica.
ortografia - Compreensão que a nasalidade vocálica aparece na escrita com
diacrítico (~ til).
- Compreensão que a nasalidade vocálica aparece na escrita com
a sucessão de uma consoante nasal como declive silábico (como
travador) m -n.
- Compreensão da relação entre regras ortográficas e os fonemas.
- Compreensão que as consoantes que configuram no declive
silábico como travadores não têm mais valor sonoro próprio.
Conhecimento (EF02LP06) Perceber o - Conhecimento do nome das letras.
do alfabeto do princípio acrofônico que opera - Associação entre os grafemas e os segmentos (fonemas) em
português do nos nomes das letras do alfabeto. palavras.
Brasil - Associação de consciência fonêmica e conhecimento de letras
identificando que grande parte dos nomes das letras no alfabeto
português são acrofônicos (icônicos).
Conhecimento (EF02LP07) Escrever palavras, - Manipulação de textos com diferentes tipografias de letras.
das diversas frases, textos curtos nas formas - Identificação das letras do alfabeto nas formas imprensa e
grafias do imprensa e cursiva. cursiva.
alfabeto/ - Compreensão de que a variação tipográfica das letras não cria
Acentuação novas letras.
- Escrita de palavras, frases e textos nas formas imprensa e
cursiva dentro de um gênero discursivo (listas, bilhetes, notícias,
228
reportagens, poema).
- Revisão e edição da própria escrita garantindo: estrutura do
gênero, material linguístico, situação comunicativa.
Segmentação de (EF02LP08) Segmentar - Compreensão de que a palavra é composta por sílabas.
palavras corretamente as palavras ao
escrever frases e textos.
Classificação de - Compreensão de que a sílaba é a correspondência entre partes
palavras por da oralidade e partes da escrita.
número de - Compreensão do espaçamento entre as sílabas de acordo com a
sílabas pauta sonora.
- Compreensão de que a segmentação das palavras está
relacionada a sua classificação pelo número de sílabas.
- Compreensão de que usamos a divisão silábica na segmentação
das palavras ao escrever frases e textos.
Pontuação (EF02LP09) Usar - Compreensão do uso do ponto final, ponto de interrogação e
adequadamente ponto final, ponto de exclamação.
ponto de interrogação e ponto de -Compreensão que o ponto final, ponto de interrogação e ponto
exclamação. de exclamação indicam a entonação da frase e intenção do
enunciador.
Sinonímia e (EF02LP10) Identificar - Compreensão de sinônimos.
antonímia/ sinônimos de palavras de texto - Ampliação de vocabulário.
Morfologia/ lido, determinando a diferença -Reflexão sobre o uso de sinônimos mais adequado ao contexto
Pontuação de sentido entre eles, e formar em que a palavra foi utilizada.
antônimos de palavras - Compreensão de antônimo.
encontradas em texto lido pelo - Identificação de palavras antônimas pelo prefixo de negação in-
acréscimo do prefixo de negação /im.
in-/im-.
Morfologia (EF02LP11) Formar o - Identificação das terminações indicativas de diminutivo e
aumentativo e o diminutivo de aumentativo.
palavras com os sufixos -ão e - Associação da sufixação ao diminutivo e aumentativo.
inho/-zinho. - Escrita de palavras no diminutivo e aumentativo.
Alfabetização - 2º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: VIDA COTIDIANA
Alfabetização - 2º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: VIDA PÚBLICA
230
Alfabetização - 2º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Alfabetização - 2º Ano
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
CAMPOS DE ATUAÇÃO: ARTÍSTICO- LITERÁRIO
Este texto, construído a partir das colaborações dos professores que trabalham com o
componente curricular Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e na
Educação de Jovens e Adultos, busca fazer algumas reflexões acerca dos processos de ensino
e aprendizagem da língua materna, bem como, da área de Linguagens, compreendida a partir
da legislação educacional brasileira como conhecimento escolar a ser trabalhado de forma inter
e transdisciplinar. O processo de construção desta nova proposta de currículo e de olhar para a
Língua Portuguesa foi gestado a partir de um longo trabalho de discussões, elaboração
conceitual, revisão da distribuição dos conteúdos trabalhados, bem como, das contribuições
advindas da prática de sala de aula, colhido durante os últimos anos, através da participação
dos professores de Língua Portuguesa nos encontros de capacitação continuada que vem se
desenvolvendo, desde 2018 com foco na BNCC, na rede municipal de ensino de São José.
No que diz respeito à estruturação do texto, como grupo de professores que trabalham
com o ensino da Língua Portuguesa como uma disciplina que responda aos anseios e
necessidades da educação contemporânea, em especial, a partir dos marcos legais advindos nos
últimos anos – a saber, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC e o Currículo Base da
Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense - CBTC, optamos por
organizá-lo em tópicos que sintetizam as escolhas teórico-metodológicas que vão orientar a
ação docente nas escolas municipais.
Dessa forma, o texto que elaboramos parte de alguns princípios que julgamos
essenciais, em consonância com a BNCC e CBTC, e busca explicitar os campos e objetos de
conhecimento, as competências/habilidades, os conteúdos a serem trabalhados e as estratégias
metodológicas, sem deixar de lado a concepção de currículo, de aprendizagem e de linguagem
sobre as quais devem se pautar o para quê (objetivos), o quê (conteúdo), como (metodologia)
e o porquê (importância) de ensinar língua materna no âmbito do processo de escolarização
dos educandos.
234
ensino-aprendizagem que orienta as ações em sala de aula, mesmo que o professor não tenha
tomado consciência disso. Diferentes referenciais são utilizados por nosso grupo de
educadores, sendo preponderantes o sociointeracionista, o construtivista, o ambientalista e o
inatista. Diferentes são, também, as visões acerca da escola e de seu papel.
Estabelecendo uma relação dessa nossa reflexão com o que já citamos sobre a
constituição da Rede Municipal de Ensino de São José, é possível dizer que os professores
estão construindo uma "nova" forma de entender e de concretizar o processo de ensino-
aprendizagem escolar e esse é um processo longo. Recorrendo aos estudos de Vygotsky e,
apoiando-nos na Concepção Histórico-Cultural (conhecida também como sociointeracionista
e socio-histórica), é possível compreender o ensino e a aprendizagem como uma relação que
se estabelece entre o sujeito que aprende (aluno) e o conhecimento a ser aprendido (objeto),
num processo que é mediado por outros sujeitos (no caso a escola, o professor e os colegas).
Aprofundando mais um pouco essa teoria, compreendemos que a mediação se
caracteriza por ser um processo de intervenção que se realiza pelo uso de instrumentos e signos.
Os instrumentos são elementos que se interpõem nas relações que se estabelecem ao longo do
processo de desenvolvimento dos sujeitos. Para exemplificar, na escola, quando o professor
utiliza um rótulo para ensinar a leitura a seus alunos, está fazendo uso de um instrumento.
Porém, aquilo que esse rótulo representa, aquilo que ele significa, constitui-se no signo. A
linguagem passa a ser vista como sistema simbólico, tem um papel fundamental no processo
de desenvolvimento dos sujeitos pelas funções que assume: a de intercâmbio social, pois a
humanidade cria e utiliza sistemas que possibilitam a comunicação; e a de pensamento
generalizante, pois permite ordenar o real, agrupar objetos diferentes em uma mesma classe,
eventos e situações distintos sob um mesmo conceito.
Dessa forma, assumimos, enquanto professores de Língua Portuguesa, uma posição de
quem entende que o aprendizado promove o desenvolvimento do sujeito pela relação que
estabelece com o meio sociocultural do qual faz parte, sempre tendo presente que esse é um
processo que não se efetiva plenamente sem a ajuda dos outros.
Não se pode deixar de considerar que a interação que os estudantes estabelecem entre
si também provoca intervenções no desenvolvimento da turma e de cada um em particular.
Diferentemente de compreender a aprendizagem escolar como resultado da inspiração
individual, da repetição mecânica de conceitos prontos ou da construção espontânea de
determinados conceitos para posterior acomodação, é entendê-la como um processo que se
constitui pela apropriação e reelaboração dos conhecimentos produzidos historicamente e pela
236
elaboração de novos conhecimentos. E a instituição que tem essa função, na nossa sociedade,
é a escola.
Não obstante, além do entendimento de como o sujeito aprende, a forma como o
professor concebe a linguagem também orienta a sua ação no processo de aprendizagem escolar
da língua. Segundo Geraldi (1999), podem ser apontados, fundamentalmente, os entendimentos
de que a linguagem é expressão do pensamento, instrumento de comunicação e forma de
interação. Dessa maneira, parece-nos apropriado relembrar o que afirma Bakhtin (1990), ao
fazer uma análise crítica das duas linhas teóricas - subjetivismo idealista e objetivismo abstrato
- que orientavam os estudos sobre a linguagem no final do século XIX e início do século XX.
Para esse autor, os pensadores da corrente do subjetivismo idealista percebiam o fenômeno
linguístico puramente como ato de criação individual, isto é, como algo que se produz no
interior da mente de cada sujeito e que se materializa na fala. Entende-se, no contexto dessa
concepção, que é a aprendizagem das normas do bem falar e do bem escrever que vai garantir
a possibilidade de o aluno se expressar. A prioridade está, por assim se dizer, no ensino da
gramática normativa e com a variedade culta da língua, características do ensino prescritivo.
Outra abordagem diz respeito ao chamado objetivismo abstrato, no qual se entende que
a linguagem compreende língua e fala, estabelecendo, no entanto, uma dicotomia entre o
aspecto social (língua) e o aspecto individual (fala) da linguagem. Sustenta que a linguística
deve se preocupar com a língua e não com a fala porque esta última é individual e heterogênea.
A língua (sistema abstrato, homogêneo e social), ao contrário, se organiza em torno de sua
estrutura, o que garante unidade e compreensão. O sujeito falante não age sobre o sistema
linguístico, apenas o incorpora.
O objetivismo abstrato relaciona-se com a concepção que compreende a linguagem
como instrumento de comunicação, mas, na relação comunicativa, o outro aparece apenas
como ouvinte, como um destinatário passivo. De acordo com único objetivo mostrar o
funcionamento da língua, ou seja, mostrar como se pode utilizar, sem alterar, as habilidades
linguísticas já adquiridas, pauta sua ação nessa concepção. Isso é o mesmo que dizer que para
saber português, para entender o que se lê e para poder escrever, o aluno precisa aprender
primeiro (ou apenas) a classificar substantivos, pronomes, advérbios e orações, entre outros
fatos da língua. Esse modo de entender e de ensinar a língua é o que podemos chamar de ensino
descritivo.
Para Bakhtin, a linguagem é um projeto inacabado que se completa na corrente da
interação verbal. Os vários sentidos que uma mesma palavra assume, considerando o contexto
em que ela ocorre, é a outra dimensão da língua apresentada por Bakhtin. A maioria dos
237
professores adota uma prática pedagógica que se preocupa com o ensino produtivo de língua,
que tem como objetivo a aquisição de novas habilidades linguísticas, por parte do estudante,
para que possa fazer uso da língua de maneira mais eficiente. No âmbito do ensino produtivo,
“o papel da escola não é o de ensinar uma variedade no lugar da outra, mas de criar condições
para que os estudantes aprendam também as variedades que não conhecem, ou com as quais
não têm familiaridade, aí incluída, é claro, a que é peculiar de uma cultura mais ‘elaborada’”
(POSSENTI, 1996, p.83, grifo do autor). Nesse cenário, o texto se constitui no objeto empírico
que possibilita o estudo desse processo.
Concluímos, portanto, que um dos objetivos do ensino da língua é o de encaminhar o
estudante para as interlocuções em instâncias públicas de uso da linguagem. Fica clara a
importância de um novo entendimento acerca do ensino, que parta da necessidade de se
(re)definir objetivos, (re)pensar a metodologia e o processo de ensino/aprendizagem da língua,
(re)discutir quais são e como se apresentam os conteúdos e se podem ou não ser distribuídos
anualmente. Cabe ao professor selecionar estratégias, preparar conteúdos, realizar atividades
dentro das aulas de sua disciplina ou de forma interdisciplinar, avaliando os resultados obtidos,
em especial no que diz respeito ao alcance das competências e habilidades previstas nesta
proposta curricular, e, sempre que necessário, (re)dimensioná-las, considerando as
peculiaridades das turmas com as quais trabalha, para que o estudante possa aprimorar sua
competência comunicativa.
brasileira. Somado a isso, os educadores perceberam que os estudantes, na maioria das vezes,
não se veem representados nos materiais didáticos que chegam até suas mãos, o que acaba por
ser mais um obstáculo no trabalho com conteúdos significativos em sala de aula.
Apesar das ponderações que foram apresentadas pelo grupo de professores, é
importante registrar que a não utilização do livro didático pode se constituir num outro
problema, uma vez que este é, para muitos alunos, um dos poucos recursos de leitura de que
dispõem em seu meio social. As práticas pedagógicas para o ensino da língua devem voltar-se,
assim, para um trabalho global, interdisciplinar e coletivo; estarem pautadas no entendimento
da língua como produção humana, construída historicamente nas e pelas relações sociais e
situarem estudantes e professores no contexto social em que vivem.
Dentro desse processo, é preciso apropriar-se adequadamente, entre outros, dos
conceitos de dialogia (a língua existe em relação ao outro); polifonia (as muitas vozes que
falam na voz de cada um); polissemia (os muitos significados que uma mesma palavra assume);
interdiscursividade (a relação que se estabelece entre os diferentes discursos); intertextualidade
(a relação que os textos estabelecem entre si - abertura e incompletude); discurso (efeito de
sentido que se produz entre os interlocutores); textualidade (o que faz de um texto um texto e
não uma junção de frases); texto (unidade de linguagem em uso); coerência (o que garante a
unidade semântica do texto) e coesão (a manifestação linguística da coerência). Os conteúdos
para que os alunos se apropriem desses e de outros conceitos permearão as práticas reais de
uso da língua (fala/escuta – leitura/escrita) e a reflexão (análise linguística) sobre elas. No
trabalho com o texto, o estudante precisa sentir “que está construindo um objeto discursivo
com efetiva materialidade de uso, no ambiente em que vive(rá)” (FURLANETTO, 1996, p.
21).
Percebemos que, historicamente, as práticas de oralidade não têm estado muito
presentes no espaço da sala de aula. Na maioria dos casos, não foram ao menos percebidas
como conhecimento escolar. Em razão disso, o entendimento de que a fala e a escuta, como
práticas de linguagem, possibilitam aos sujeitos a transmissão e a apropriação da experiência
acumulada, ainda é algo que não está bem claro.
As variedades linguísticas não podem mais ser consideradas erradas em relação à norma
padrão, mas como diferentes formas de revelar histórias, práticas culturais e experiências de
grupos sociais. Merecem especial atenção os estudos de Vygotsky (1991), que parte do
conhecer, estudar e respeitar as variedades linguísticas como uma forma de ampliação das
possibilidades de interação dos alunos na sociedade da qual fazem parte. Destaca, ainda, o
autor, que as práticas de fala/escuta na sala de aula se revestem de importância quando se
240
entende que a expressão oral é o degrau para a escrita, já que essa exige a ruptura com o
contexto imediato.
Como os conteúdos e as atividades a serem desenvolvidas no que diz respeitos às
práticas de fala/escuta são recorrentes ao longo do Ensino Fundamental e até mesmo do Ensino
Médio, a presente proposta curricular de Língua Portuguesa buscou não separá-las somente por
ano escolar, mas sim por competências e habilidades, conforme preceitua a BNCC,
considerando os conhecimentos prévios dos alunos; a complexidade de cada conteúdo e de
cada atividade para ter clareza da mediação e do aprofundamento necessários em cada
momento do processo de aprendizagem.
Outra reflexão que inquietou nossos educadores foi a que trata da leitura e escrita de
textos, sendo necessário destacar que essas práticas de uso da linguagem não se realizam em si
mesmas, mas pela especificidade que cada uma assume, se pensadas em termos de
conhecimento a ser trabalhado com os alunos. No âmbito da concepção de linguagem aqui
assumida, ler “é uma interlocução que se estabelece entre sujeitos e, como tal, espaço de
construção e circulação de sentidos, sendo impossível descontextualizá-la do processo de
constituição da subjetividade, alargado pelas possibilidades múltiplas de interação que o
domínio da escrita possibilitou e possibilita” (GERALDI, 1996, p. 96).
Ainda sobre a leitura, Orlandi (1993) considera que a escola exclui o fato de que o aluno lê fora
de seu âmbito, que o seu universo simbólico ultrapassa o verbal e que as diferentes formas de
linguagem que o constituem devem ser o ponto de partida do processo de construção da leitura
numa relação dialética entre professor e estudantes. Para a autora, cabe à escola resgatar a
história de leitura dos alunos e a história de sentido dos textos para que se possa estabelecer
uma relação entre eles e construir uma prática mais significativa de leitura no espaço escolar.
Com a finalidade de alcançar esse objetivo, a disciplina de Língua Portuguesa pretende
trabalhar com os conteúdos, de forma a incorporar nas práticas de leitura elementos da cultura
local e regional, textos com os quais se possam trabalhar com as diversidades, exposições orais
e que acentuem a necessidade de respeito aos direitos humanos e às questões étnico-raciais,
entre outros temas que necessitam espaço na sala de aula e no cotidiano da escola.
Para isso, a Literatura será um significativo instrumento de trabalho na escola, pois faz parte
do processo de fruição do imaginário.
A Literatura assume um papel de perpetuação cultural, de disseminadora de conteúdos
histórico-sociais, de ferramenta para estabelecimento de relações de poder e/ou dependência,
como forma de preservação da identidade de uma determinada comunidade de falantes e de
compreensão do saber erudito.
Além da literatura enquanto gênero canônico, a Língua Portuguesa pode
instrumentalizar o aluno para a leitura de textos para os quais se necessite decodificar,
compreender ou fazer uso de conhecimentos técnicos ou científicos, promovendo, desta forma,
uma apropriação de elementos do texto que possam tornar-se significativos e provocar os
educandos para que sejam capazes de ler e interpretar não somente textos, mas sim realizar o
que costumeiramente chamamos de “leitura de mundo”.
Nesse sentido, a Literatura possibilita conquistar novos espaços quando for aceita como
ampliadora de horizontes, do real, do ficcional, do informativo, do conhecimento universal e
dos acontecimentos históricos do homem, situado no tempo e no espaço, no relacionamento
consigo mesmo, quando compreende-interpreta-transforma-perpetua as relações histórico-
sociais, diante das reações e implicações emocionais, dos conflitos e indagações que ele faz a
respeito de si, da vida e do mundo. Ela – literatura – constitui-se, em outras palavras, como
uma ferramenta de emancipação e de aprofundamento da consciência crítica dos leitores.
BIBLIOGRAFIA
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 5. ed. São Paulo: Scipione,
1995. BAKHTIN, Mikhail (Voloshinov). Marxismo e filosofia da linguagem. 5. ed. São Paulo:
Hucitec, 1990.
_____. Os gêneros do discurso. In: _____. Estética da criação verbal. Trad: Maria Ermantina
Galvão Gomes Pereira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 277-326.
_____. O problema do texto. In: _____. Estética da criação verbal. Trad: Maria Ermantina
Galvão Gomes Pereira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 327-358.
BERNÁRDEZ, Enrique. Introduccion a la lingüística del texto. Madrid: Espassa-Calpe. S. A.,
1982. BORTOLOTTO, Nelita. A interlocução na sala de aula. São Paulo: Marins Fontes, 1998.
BRAGATTO FILHO, Paulo. Pela leitura literária na escola de 1º grau. São Paulo: Ática, 1995.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua
portuguesa. Brasília, 1997.
_____. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:
língua portuguesa. Brasília, 1998.
243
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Lingüística. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1990.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria e prática. 16. ed. São Paulo:
Ática, 1997.
FURLANETTO, Maria Marta. Gênero discursivo, tipo textual e expressividade. Florianópolis,
1996. Inédito.
GERALDI, João Wanderley. Portos de Passagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
_____. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas: Mercado das
Letras/ALB, 1996.
_____ (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999.
HENTZ, Maria Izabel de Bortoli . A aula de língua portuguesa como aula de linguagem:
aprendendo a interagir. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UDESC, 1998.
JESUS, Conceição Aparecida de. Reescrevendo o texto: a higienização da escrita. In:
CHIAPPINI, Ligia (Coord). Aprender e ensinar com textos. V. 1. São Paulo: Cortez. 1997. p.
99-117.
JOBIN E SOUZA, Solange. Infância e linguagem: Bakhtin, Vygotsky e Benjamin. 3. ed.
Campinas: Papirus, 1996.
MATÊNCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Leitura, produção de texto e a escola. São Paulo:
Editores Associados/Mercado de Letras, 1994.
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa. Currículos e programas no Brasil. Campinas: Papirus,
1990. _____ (org). Currículo: questões atuais. Campinas: Papirus, 1997.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-
histórico. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1995.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993.
_____. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4. ed. Campinas, SP: Pontes,
1996.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: ALB/ Mercado de
Letras, 1996.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 3. ed.
Petrópolis: Vozes, 1996.
SACRISTÁN, J. Gimeno. Uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SANTA CATARINA. Proposta Curricular: uma contribuição para a escola pública do pré-
escolar, 1o. grau, 2o. grau e educação de adultos. Florianópolis: Secretaria de Estado da
Educação. IOESC, 1991.
SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular
de Santa Catarina: educação infantil, ensino fundamental e médio: disciplinas curriculares.
Florianópolis: COGEN, 1998.
_____. Proposta Curricular de Santa Catarina: educação infantil, ensino fundamental e médio:
temas multidisciplinares. Florianópolis: COGEN, 1998.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e
na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.
244
SILVA, Tomaz Tadeu da & MOREIRA, Antonio Flávio. Currículo, cultura e sociedade. São
Paulo: Cortez, 1995.
SMOLKA. Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: alfabetização como
processo discursivo. São Paulo: Cortez/Universidade da UNICAMP,1991
SMOLKA, Ana Luíza B.; GÓES, Maria Cecília Rafael de (orgs). A linguagem e o outro no
espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. 5. ed. Campinas: Papirus, 1996.
SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 5. ed. São Paulo: Ática, 1988.
_____. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,1998.
SOUZA, Maria Salete Daros de. A conquista do jovem leitor: uma proposta alternativa.
Florianópolis: Editora da UFSC, 1993.
TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez,1995.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática
no 1o e 2o graus. São Paulo: Cortez, 1996.
VYGOTSKY, Lev Seminovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexis
Nicoláievich. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Trad: Maria da Penha Villa
Lobos. 5. ed. São Paulo/Ícone: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Trad: José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna
Barreto, Solange Castro Afeche. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
_____. Pensamento e Linguagem. Trad: Jeferson Luiz Camargo. 3. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1993.
245
Aspectos não linguísticos (EF15LP12) Atribuir significado Gêneros textuais: elemento, estrutura,
(paralinguísticos) no ato da a aspectos não linguísticos suporte e função social.
249
Apreciação estética/ Estilo (EF35LP23) Apreciar poemas e Gêneros textuais: estrutura, suporte
outros textos versificados, e função social.
observando rimas, aliterações e Contação, declamação e
diferentes modos de divisão dos dramatização.
versos, estrofes e refrões e seu
Intertextualidade.
efeito de sentido.
Polissemia e polifonia.
Rima e aliteração.
Sonoridade, musicalidade, cadência,
ritmo, melodia.
Denotação e conotação.
Figuras de linguagem.
Textos dramáticos (EF35LP24) Identificar funções do Gêneros textuais: estrutura, suporte
texto dramático (escrito para ser e função social.
encenado) e sua organização por Leitura.
meio de diálogos entre personagens Tipos de discurso.
e marcadores das falas das
Turnos de fala.
personagens e de cena.
Pontuação.
Entonação.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma)
Escrita autônoma e (EF35LP25) Criar narrativas Gêneros textuais: estrutura, suporte e
compartilhada ficcionais, com certa autonomia, função social.
utilizando detalhes descritivos, Fatores textuais unidade, organização,
sequências de eventos e imagens coesão, coerência,
apropriadas para sustentar o objetividade.
sentido do texto, e marcadores Classes de palavras
de tempo, espaço e de fala de Tipos de discurso.
personagens. Normas gramaticais e ortográficas.
Variação linguística.
Pontuação.
(EF35LP26) Ler e compreender, Gêneros textuais: estrutura, suporte e
com certa autonomia, narrativas função social.
ficcionais que apresentem Leitura textual, temática e
cenários e personagens, interpretativa.
observando os elementos da
estrutura narrativa: enredo,
tempo, espaço, personagens,
narrador e a construção do
discurso indireto e discurso
direto.
Leitura autônoma (EF35LP27) Ler e compreender, Gêneros textuais: estrutura, suporte e
com certa autonomia, textos em função social.
versos, explorando rimas, sons e Leitura.
jogos de palavras, imagens Signos e letras em textos verbais e não
poéticas (sentidos figurados) e verbais.
recursos visuais e sonoros.
Pontuação.
Polissemia, denotação e conotação.
Figuras de linguagem.
Normas gramaticais e ortográficas.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Oralidade
253
sílabas. Ortografia.
Textos poéticos.
Forma de composição de (EF04LP27) Identificar, em textos
textos dramáticos dramáticos, marcadores das falas das
personagens e de cena.
sufixo.
Forma de composição dos (EF05LP20) Analisar a validade e força Gêneros textuais: elemento,
textos de argumentos em argumentações sobre estrutura, suporte e função social.
produtos de mídia para público infantil Fatores textuais unidade,
(filmes, desenhos animados, HQs, games organização, coesão, coerência,
etc.), com base em conhecimentos sobre objetividade.
os mesmos. Distinção entre opinião e fato.
(EF05LP21) Analisar o padrão Gêneros textuais: elemento,
entonacional, a expressão facial e estrutura, suporte e função social.
corporal e as escolhas de variedade e Fatores textuais unidade,
registro linguísticos organização, coesão, coerência,
de vloggers de vlogs opinativos ou objetividade.
argumentativos. Discurso oral.
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Relação do texto com (EF69LP06) Produzir e publicar notícias, - Gêneros textuais: elementos,
o contexto de produção fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, estrutura, suporte e função
e experimentação de reportagens multimidiáticas, social.
papéis sociais infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, - Linguagem formal e informal.
cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de - Normas gramaticais e
interesse local ou global, textos de apresentação e ortográficas.
apreciação de produção cultural – resenhas e - Fatores de textualidade -
outros próprios das formas de expressão das coerência, coesão,
culturas juvenis, tais intertextualidade, intencionalidade.
como vlogs e podcasts culturais, gameplay, - Textualidade e marcas
detonado etc.– e cartazes, anúncios, linguísticas.
propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, - Hipertexto.
dentre outros em várias mídias, vivenciando de - Variação linguística.
forma significativa o papel de repórter, de
comentador, de analista, de crítico, de editor ou
articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro)
etc., como forma de compreender as condições de
produção que envolvem a circulação desses textos
e poder participar e vislumbrar possibilidades de
participação nas práticas de linguagem do campo
jornalístico e do campo midiático de forma ética e
responsável, levando-se em consideração o
contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade
de circulação desses textos e “funde” os papéis de
leitor e autor, de consumidor e produtor.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Evidenciar as diferenças entre o oral e o escrito (com ou sem presença do interlocutor);
* Planejar a fala pública em função da situação e dos objetivos, usando a linguagem
escrita;
* Utilizar recursos da linguagem escrita para a compreensão de textos orais.
* Desenvolver a capacidade de uso da linguagem em instâncias públicas mais formais,
na produção de textos e na oralidade;
* Compreender a língua como mediadora de valores que circulam na sociedade;
* Promover a ação e reação, de forma a desenvolver o senso crítico;
* Perceber a linguagem como meio privilegiado de ter acesso aos conhecimentos
indispensáveis à sua formação;
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com adequação
vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Reconhecer a presença do outro, suas intenções e objetivos, tanto na escuta quanto na
leitura de textos;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Apresentar as diferentes formas de representar ideias, situações, fantasias,
imaginações;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação,
organização, lazer, entre outras);
* Utilizar estratégias de escrita, tais como estabelecer o tema, levantar ideias e dados,
planejar o texto, redigir rascunhos, revisar e cuidar da apresentação, com orientação do
professor;
271
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Adequar vocabulário(objetividade, consistência argumentativa, fluência, coerência e
coesão na exposição de ideias);
* Desenvolver a capacidade de uso da linguagem em instâncias públicas mais formais,
na produção de textos e na oralidade;
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com adequação
vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte de
ampliação do horizonte cultural;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação,
organização, lazer, entre outras);
* Utilizar estratégias de escrita, tais como estabelecer o tema, levantar ideias e dados,
planejar o texto, redigir rascunhos, revisar e cuidar da apresentação, com orientação do
professor;
* Propor atividades que permitam analisar as relações que se estabelecem entre forma e
sentido, como maneira de ampliar os recursos expressivos: ampliação de expressões
para explicar elementos dispersos no texto, inserção de nominalizações de uma dada
expressão, de eventos, resultado de eventos e relações, reorganização de orações,
períodos e do texto, para expressar diferentes pontos de vista, ampliação de relações
entre sentenças colocadas lado a lado no texto, mediante o uso dos recursos de
coordenação e subordinação, utilização de recursos sintáticos e morfológicos que
permitam expressar diferentes pontos de vista, quando de sua alteração na sentença,
redução do texto para diminuir redundância e evitar recorrências não necessárias;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório
cultural, comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e
cooperação, autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o trabalho;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais seja
possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem desenvolvidas
pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
* Promover o trabalho com as marcas da linguagem própria de nossa região como uma
forma de desenvolvimento da consciência linguística e de luta contra o preconceito
linguístico, racial, de classe, de gênero e de todas as outras formas;
* Realizar a promoção da consciência ambiental, por meio de projetos, ações e reflexão
acerca das questões atuais que envolvem o meio ambiente, seja nos aspecto local e
regional, seja em termos de Brasil e mundo;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Oralidade
*Considerar todas as habilidades dos eixos leitura e produção que se referem a textos ou produções orais, em áudio ou
vídeo
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
275
Produção de textos (EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou - Gêneros textuais: elementos,
jornalísticos orais vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, estrutura, suporte e função
entrevistas, comentários, vlogs, jornais social.
radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, - Linguagem formal e informal.
relativos a fato e temas de interesse pessoal, local - Normas gramaticais e
ou global e textos orais de apreciação e opinião ortográficos.
– podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de - Fatores de textualidade -
opinião, orientando-se por roteiro ou texto, coerência, coesão,
considerando o contexto de produção e intertextualidade, intencionalidade.
demonstrando domínio dos gêneros. - Textualidade e marcas
(EF69LP11) Identificar e analisar linguísticas.
posicionamentos defendidos e refutados na escuta - Hipertexto.
de interações polêmicas em entrevistas, - Variação linguística.
discussões e debates (televisivo, em sala de aula,
em redes sociais etc.), entre outros, e se
posicionar frente a eles.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Compreender a língua como mediadora de valores que circulam na sociedade;
* Promover a ação e reação, de forma a desenvolver o senso crítico;
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com adequação
vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Reconhecer a presença do outro, suas intenções e objetivos, tanto na escuta quanto na
leitura de textos;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Analisar e discutir as ideias dos textos lidos;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação,
organização, lazer, entre outras);
* Analisar a própria produção oral e da produção oral do outro, considerando a
adequação da linguagem à situação de uso;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório
cultural, comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e
cooperação, autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o trabalho;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
Planejamento e (EF69LP12) Desenvolver estratégias de - Gêneros textuais: elementos,
produção de textos planejamento, elaboração, revisão, edição, estrutura, suporte e função social.
jornalísticos orais reescrita/redesign (esses três últimos quando não - Intencionalidade.
for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, - Tipos de discurso.
áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos - Tabulação dos dados.
contextos em que foram produzidos, à forma - Tratamento de informações.
composicional e estilo de gêneros, a clareza, - Argumentação, persuasão,
progressão temática e variedade linguística inferências e considerações
empregada, os elementos relacionados à fala, tais finais.
como modulação de voz, entonação, ritmo, altura - Linguagem formal (oral e
e intensidade, respiração etc., os elementos escrita).
cinésicos, tais como postura corporal,
movimentos e gestualidade significativa,
expressão facial, contato de olho com plateia etc.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Adequar vocabulário(objetividade, consistência argumentativa, fluência, coerência e
coesão na exposição de ideias);
276
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Fazer uso da linguagem para produzir conhecimentos, sempre que necessário;
* Ampliar a capacidade de compreensão de diferentes gêneros textuais, interpretando-os
e identificando sua função social e suas especificidades;
* Perceber as marcas linguísticas e dos recursos expressivos nos textos (tipo de
vocabulário, estrutura, discurso direto e indireto, intenções do autor,...);
* Evidenciar as estratégias linguísticas e notacionais implicadas na produção de textos,
tais como: articulação entre fato/opinião, problema/solução, conflito/ resolução,
278
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Evidenciar as estratégias linguísticas e notacionais implicadas na produção de textos,
tais como: articulação entre fato/opinião, problema/solução, conflito/ resolução,
anterioridade/posterioridade pelo uso de elementos de ligação (conectivos), organização
em períodos e parágrafos, escrita coletiva de textos e o professor como redator, emprego
de mecanismos básicos de coesão (retomada pronominal, repetição, substituição de
palavras…), separação entre discurso direto e indireto e entre os turnos do diálogo,
utilizando os sinais de pontuação adequados, utilização de recursos gráfico-visuais
(distribuição espacial, margem, marcação de parágrafos…), emprego de formas
ortográficas resultantes de padrões regulares e de palavras de uso mais frequente,
emprego de mecanismos básicos de concordância nominal e verbal;
Efeito de sentido (EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que - Gêneros textuais: elemento,
envolvam argumentação, os efeitos de sentido de estrutura, suporte e função social.
elementos típicos da modalidade falada, como a - Discurso oral.
pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e - Texto e contexto.
expressão facial, as hesitações etc. - Entonação, cadência, ritmo.
- Recursos discursivos objetivos,
organização, coerência e unidade.
- Textualidade e marcas
linguísticas.
- Variações da língua (culta,
informal, regional etc.).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Desenvolver a fluência, a entonação, o ritmo e a articulação das palavras como
recursos expressivos da fala;
* Planejar a fala pública em função da situação e dos objetivos, usando a linguagem
escrita;
* Desenvolver a capacidade de uso da linguagem em instâncias públicas mais formais,
na produção de textos e na oralidade;
* Compreender a língua como mediadora de valores que circulam na sociedade;
* Promover a ação e reação, de forma a desenvolver o senso crítico;
* Perceber a linguagem como meio privilegiado de ter acesso aos conhecimentos
indispensáveis à sua formação;
* Fazer uso da linguagem para produzir conhecimentos, sempre que necessário;
* Condizer o educando na expressão oral da leitura (fluência, entonação e ritmo);
* Registrar diferenças e semelhanças entre fala e escrita (influências recíprocas);
* Apresentar as diferentes formas de representar ideias, situações, fantasias,
imaginações;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação,
organização, lazer, entre outras);
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Identificar as intenções e objetivos na escuta ativa de textos;
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com
adequação vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Reconhecer a presença do outro, suas intenções e objetivos, tanto na escuta
quanto na leitura de textos;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e
falam, leem e escrevem;
* Fazer utilização de recursos de apoio (notas, resumos, comentários) para a escrita
de textos;
* Realizar a análise dos sentidos possíveis na leitura de cada texto e dos elementos
que validam ou não os diferentes sentidos;
* Contrastar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que
possibilitem antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Análise Linguística/ Semiótica
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Análise de textos (EF69LP27) Analisar a forma - Gêneros textuais (estrutura,
legais/normativos, composicional de textos pertencentes a característica e função social).
propositivos e reivindicatórios gêneros normativos/jurídicos e a gêneros - Fatores de textualidade - coerência,
da esfera política, tais como propostas, coesão,
programas políticos (posicionamento intertextualidade, intencionalidade.
quanto a diferentes ações a serem - Leitura analítica: informações
propostas, objetivos, ações previstas etc.), implícitas e explícitas.
propaganda política (propostas e sua - Vozes verbais.
sustentação, posicionamento quanto a - Variação linguística.
temas em discussão) e textos - Tipos de discursos.
reivindicatórios: cartas de reclamação,
petição (proposta, suas justificativas e
ações a serem adotadas) e suas marcas
linguísticas, de forma a incrementar a
compreensão de textos pertencentes a esses
gêneros e a possibilitar a produção de
textos mais adequados e/ou fundamentados
quando isso for requerido.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Fazer a proposição de atividades e recursos, associados à Língua Portuguesa, ,
que trabalhem a consciência ambiental;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório
cultural, comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e
cooperação, autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o
trabalho;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de
questões relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência,
tecnologia, multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais
seja possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem
desenvolvidas pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
* Planejar e executar projetos interdisciplinares para trabalhar os diferentes
aspectos da diversidade (ex.: indígena, quilombola, ERER, direitos humanos), bem
como, as dimensões cultural, histórica, geográfica, filosófica e outras que compõem
a gama de conhecimentos a serem desenvolvidos pela área das linguagens;
285
Reconstrução das condições (EF69LP29) Refletir sobre a relação - Gêneros textuais: elementos, estrutura,
de produção e recepção dos entre os contextos de produção dos suporte e função social.
textos e adequação do texto à gêneros de divulgação científica – - Linguagem formal e informal.
construção composicional e texto didático, artigo de divulgação - Normas gramaticais e ortográficas.
ao estilo de gênero científica, reportagem de divulgação - Textualidade e marcas linguísticas.
científica, verbete de enciclopédia - Fatores de textualidade - coerência,
(impressa e digital), esquema, coesão, intertextualidade,
infográfico (estático e animado), intencionalidade.
relatório, relato multimidiático de
campo, podcasts e vídeos variados de
divulgação científica etc. – e os
aspectos relativos à construção
composicional e às marcas linguística
características desses gêneros, de
forma a ampliar suas possibilidades de
compreensão (e produção) de textos
pertencentes a esses gêneros.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório
cultural, comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e
cooperação, autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o
trabalho;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de
questões relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência,
tecnologia, multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais
seja possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem
desenvolvidas pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
* Planejar e executar projetos interdisciplinares para trabalhar os diferentes aspectos
da diversidade (ex.: indígena, quilombola, ERER, direitos humanos), bem como, as
dimensões cultural, histórica, geográfica, filosófica e outras que compõem a gama
de conhecimentos a serem desenvolvidos pela área das linguagens;
* Promover o trabalho com as marcas da linguagem própria de nossa região como
uma forma de desenvolvimento da consciência linguística e de luta contra o
preconceito linguístico, racial, de classe, de gênero e de todas as outras formas;
* Realizar a promoção da consciência ambiental, por meio de projetos, ações e
reflexão acerca das questões atuais que envolvem o meio ambiente, seja nos aspecto
local e regional, seja em termos de Brasil e mundo;
Relação entre textos (EF69LP30) Comparar, com a ajuda - Gêneros textuais: elementos, estrutura,
do professor, conteúdos, dados e suporte e função social.
informações de diferentes fontes, - Linguagem formal e informal.
levando em conta seus contextos de - Debate e simulações de textos.
produção e referências, identificando - Fatores de textualidade: coerência,
coincidências, complementaridades e coesão,
contradições, de forma a poder intertextualidade, intencionalidade.
identificar erros/imprecisões - Reflexão sobre a linguagem empregada
conceituais, compreender e nos textos.
posicionar-se criticamente sobre os - Elementos gramaticais e linguísticos
conteúdos e informações em questão. (estilísticos).
- Interpretação crítica e analítica.
- Tipos de discurso.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Identificar as intenções e objetivos na escuta ativa de textos;
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com
adequação vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Reconhecer a presença do outro, suas intenções e objetivos, tanto na escuta
quanto na leitura de textos;
287
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e
falam, leem e escrevem;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro,
orientação, organização, lazer, entre outras);
* Fazer utilização de recursos de apoio (notas, resumos, comentários) para a
escrita de textos;
* Realizar a análise dos sentidos possíveis na leitura de cada texto e dos elementos
que validam ou não os diferentes sentidos;
* Contrastar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que
possibilitem antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório
cultural, comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e
cooperação, autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o
trabalho;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de
questões relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência,
tecnologia, multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos
quais seja possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a
serem desenvolvidas pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e
oralidade);
* Promover o trabalho com as marcas da linguagem própria de nossa região como
uma forma de desenvolvimento da consciência linguística e de luta contra o
preconceito linguístico, racial, de classe, de gênero e de todas as outras formas;
Apreciação e réplica (EF69LP31) Utilizar pistas - Linguagem formal e informal.
linguísticas – tais como “em - Fatores de textualidade - coerência,
primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por coesão, intertextualidade,
outro lado”, “dito de outro modo”, isto intencionalidade.
é”, “por exemplo” – para compreender - Reflexão sobre a linguagem empregada
a hierarquização das proposições, nestes textos.
sintetizando o conteúdo dos textos. - Elementos gramaticais e linguísticos
(estilísticos).
- Análise de aspectos da língua oral e da
língua escrita.
- Pontuação e entonação.
- Ambiguidade.
- Textualidade e marcas linguísticas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Fazer uso da linguagem para produzir conhecimentos, sempre que necessário;
* Reconhecer as especificidades dos diferentes gêneros textuais encontrados na
sociedade para poder lidar com eles,;
* Evidenciar as estratégias linguísticas e notacionais implicadas na produção de
textos, tais como: articulação entre fato/opinião, problema/solução, conflito/
resolução, anterioridade/posterioridade pelo uso de elementos de ligação
(conectivos), organização em períodos e parágrafos, escrita coletiva de textos e o
professor como redator, emprego de mecanismos básicos de coesão (retomada
pronominal, repetição, substituição de palavras…), separação entre discurso direto
e indireto e entre os turnos do diálogo, utilizando os sinais de pontuação adequados,
utilização de recursos gráfico-visuais (distribuição espacial, margem, marcação de
parágrafos…), emprego de formas ortográficas resultantes de padrões regulares e de
palavras de uso mais frequente, emprego de mecanismos básicos de concordância
nominal e verbal.
Estratégias e procedimentos (EF69LP32) Selecionar informações - Gêneros textuais: elementos, estrutura,
de leitura e dados relevantes de fontes diversas suporte e função social.
288
Relação do verbal com outras (impressas, digitais, orais etc.), - Linguagem formal e informal.
semioses avaliando a qualidade e a utilidade - Debate e simulações de textos.
Procedimentos e gêneros de dessas fontes, e organizar, - Fatores de textualidade: coerência,
apoio à compreensão esquematicamente, com ajuda do coesão,
professor, as informações necessárias intertextualidade, intencionalidade.
(sem excedê-las) com ou sem apoio de - Reflexão sobre a linguagem empregada
ferramentas digitais, em quadros, nos textos.
tabelas ou gráficos. - Elementos gramaticais e linguísticos
(EF69LP33) Articular o verbal com (estilísticos).
os esquemas, infográficos, imagens - Interpretação crítica e analítica.
variadas etc. na (re)construção dos - Tipos de discurso.
sentidos dos textos de divulgação - Reflexão sobre a linguagem empregada
científica e retextualizar do discursivo nestes textos.
para o esquemático – infográfico, - Elementos gramaticais e linguísticos
esquema, tabela, gráfico, ilustração (estilísticos).
etc. – e, ao contrário, transformar o - Análise de aspectos da língua oral e da
conteúdo das tabelas, esquemas, língua escrita.
infográficos, ilustrações etc. em texto - Pontuação e entonação.
discursivo, como forma de ampliar as - Ambiguidade.
possibilidades de compreensão desses - Textualidade e marcas linguísticas.
textos e analisar as características das
multissemioses e dos gêneros em
questão.
(EF69LP34) Grifar as partes
essenciais do texto, tendo em vista os
objetivos de leitura, produzir
marginálias (ou tomar notas em outro
suporte), sínteses organizadas em
itens, quadro sinóptico, quadro
comparativo, esquema, resumo ou
resenha do texto lido (com ou sem
comentário/análise), mapa conceitual,
dependendo do que for mais
adequado, como forma de possibilitar
uma maior compreensão do texto, a
sistematização de conteúdos e
informações e um posicionamento
frente aos textos, se esse for o caso.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Reconhecer as especificidades dos diferentes gêneros textuais encontrados na
sociedade para poder lidar com eles,;
* Evidenciar as estratégias linguísticas e notacionais implicadas na produção de
textos, tais como: articulação entre fato/opinião, problema/solução, conflito/
resolução, anterioridade/posterioridade pelo uso de elementos de ligação
(conectivos), organização em períodos e parágrafos, escrita coletiva de textos e o
professor como redator, emprego de mecanismos básicos de coesão (retomada
pronominal, repetição, substituição de palavras…), separação entre discurso direto
e indireto e entre os turnos do diálogo, utilizando os sinais de pontuação adequados,
utilização de recursos gráfico-visuais (distribuição espacial, margem, marcação de
parágrafos…), emprego de formas ortográficas resultantes de padrões regulares e de
palavras de uso mais frequente, emprego de mecanismos básicos de concordância
nominal e verbal.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
289
Consideração das condições (EF69LP35) Planejar textos de - Gêneros textuais: elementos, estrutura,
de produção de textos de divulgação científica, a partir da suporte e função
divulgação científica elaboração de esquema que considere social.
Estratégias de escrita as pesquisas feitas anteriormente, de - Linguagem formal e informal.
notas e sínteses de leituras ou de - Debate e simulações de textos.
registros de experimentos ou de - Fatores de textualidade - coerência,
estudo de campo, produzir, revisar e coesão,
editar textos voltados para a intertextualidade, intencionalidade.
divulgação do conhecimento e de - Reflexão sobre a linguagem empregada
dados e resultados de pesquisas, tais nestes textos.
como artigo de divulgação científica, - Elementos gramaticais e linguísticos
artigo de opinião, reportagem (estilísticos).
científica, verbete de enciclopédia, - Interpretação crítica e analítica.
verbete de enciclopédia digital - Análise de aspectos da língua oral e da
colaborativa , infográfico, relatório, língua escrita.
relato de experimento científico, - Pontuação e entonação.
relato (multimidiático) de campo, - Ambiguidade.
tendo em vista seus contextos de - Textualidade e marcas linguísticas.
produção, que podem envolver a
disponibilização de informações e
conhecimentos em circulação em um
formato mais acessível para um
público específico ou a divulgação de
conhecimentos advindos de pesquisas
bibliográficas, experimentos
científicos e estudos de campo
realizados.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório
cultural, comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e
cooperação, autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o
trabalho;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de
questões relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência,
tecnologia, multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais
seja possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem
desenvolvidas pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
* Planejar e executar projetos interdisciplinares para trabalhar os diferentes aspectos
da diversidade (ex.: indígena, quilombola, ERER, direitos humanos), bem como, as
dimensões cultural, histórica, geográfica, filosófica e outras que compõem a gama
de conhecimentos a serem desenvolvidos pela área das linguagens;
* Promover o trabalho com as marcas da linguagem própria de nossa região como
uma forma de desenvolvimento da consciência linguística e de luta contra o
preconceito linguístico, racial, de classe, de gênero e de todas as outras formas;
* Realizar a promoção da consciência ambiental, por meio de projetos, ações e
reflexão acerca das questões atuais que envolvem o meio ambiente, seja nos aspecto
local e regional, seja em termos de Brasil e mundo;
Estratégias de escrita: (EF69LP36) Produzir, revisar e editar - Linguagem formal e informal.
textualização, revisão e textos voltados para a divulgação do - Fatores de textualidade - coerência,
edição conhecimento e de dados e resultados coesão, intertextualidade,
de pesquisas, tais como artigos de intencionalidade.
divulgação científica, verbete de - Reflexão sobre a linguagem empregada
enciclopédia, infográfico, infográfico nestes textos.
290
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
294
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte
de ampliação do horizonte cultural;
* Ler, com fluência, diferentes gêneros textuais (fábulas, lendas, contos, poemas,
canções, quadrinhos, cartas, bilhetes, notícias, parlendas, rótulos, panfletos,
propagandas, crônicas...) adequando os recursos de entonação e ritmo ao tipo de texto;
* Ampliar a capacidade de compreensão de diferentes gêneros textuais, interpretando-
os e identificando sua função social e suas especificidades;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Fazer a análise das relações intravocabulares e intervocabulares pela comparação,
observação e pesquisa, como forma de se apropriar do sistema ortográfico;
* Compreender a leitura como fonte de informação, fruição estética e ampliação do
horizonte cultural;
* Analisar e discutir as ideias dos textos lidos;
* Identificar as ideias principais em relação às secundárias;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro,
orientação, organização, lazer, entre outras);
Consideração das (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos - Gêneros textuais: elementos, estrutura,
condições de produção processos de planejamento, textualização, suporte e função social.
Estratégias de produção: revisão/edição e reescrita, tendo em vista - Linguagem formal e informal.
planejamento, as restrições temáticas, composicionais e - Figuras de linguagem.
textualização e estilísticas dos textos pretendidos e as - Textualidade e marcas linguísticas.
revisão/edição configurações da situação de produção – - Leitura
o leitor pretendido, o suporte, o contexto - Denotação e conotação.
de circulação do texto, as finalidades etc.
– e considerando a imaginação, a estesia
e a verossimilhança próprias ao texto
literário.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Compreender a língua como mediadora de valores que circulam na sociedade;
* Perceber a linguagem como meio privilegiado de ter acesso aos conhecimentos
indispensáveis à sua formação;
* Identificar, compreender e respeitar as variedades linguísticas, respeitando, assim,
todas as pessoas;
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com adequação
vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Reconhecer a presença do outro, suas intenções e objetivos, tanto na escuta quanto na
leitura de textos;
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte
de ampliação do horizonte cultural;
* Ampliar a capacidade de compreensão de diferentes gêneros textuais, interpretando-
os e identificando sua função social e suas especificidades;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Oralidade
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Produção de textos orais (EF69LP52) Representar cenas ou textos - Gêneros textuais: elementos, estrutura,
dramáticos, considerando, na suporte e função social.
caracterização dos personagens, os - Linguagem formal e informal.
aspectos linguísticos e paralinguísticos - Figuras de linguagem.
das falas (timbre e tom de voz, pausas e - Textualidade e marcas linguísticas.
hesitações, entonação e expressividade, - Leitura
variedades e registros linguísticos), os - Denotação e conotação.
gestos e os deslocamentos no espaço
cênico, o figurino e a maquiagem e
elaborando as rubricas indicadas pelo
autor por meio do cenário, da trilha
301
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam, leem
e escrevem;
(EF06LP02) Estabelecer relação entre os -Informações implícitas e explicitas;
diferentes gêneros jornalísticos, -Leitura;
compreendendo a centralidade da notícia. -Entonação, pausas, conforme sinais de
pontuação;
-Variações da língua (culta, informal,
regional...);
- Discursos direto e indireto;
- Estrutura e características destes gêneros
textuais, identificando sua função social,
onde circulam, quem produziu e a quem se
destinam.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Estabelecer procedimentos de leitura com objetivos variados, considerando: as estratégias
para adequação texto/contexto, a utilização de dados para confirmar hipóteses, a resolução
de dúvidas, a socialização de experiências de leitura, a leitura de textos para os alunos;
* Promover a leitura de diversos textos para: tê-los como referência na escritura de outros
textos, construção da intertextualidade/interdiscursividade, compreensão de implícitos,
formulação de comentários, consultas, explicação/comparação de argumentos e análise das
regularidades;
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Compreender a língua como mediadora de valores que circulam na sociedade;
Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com adequação
vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Apresentar as diferentes formas de representar ideias, situações, fantasias, imaginações;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação,
organização, lazer, entre outras);
* Destacar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que possibilitem
antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
* Contrastar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que possibilitem
antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
(EF07LP02) Comparar notícias e - Exposição de ideias e argumentação;
reportagens sobre um mesmo fato - Intencionalidade;
divulgadas em diferentes mídias, - Interpretação crítica e analítica;
analisando as especificidades das - Variedade e variantes linguísticas;
mídias, os processos de - Pontuação e entonação;
(re)elaboração dos textos e a - Interpretar textos multimodais (com materiais gráficos
convergência das mídias em diversos e com auxílio de elementos não verbais);
notícias ou reportagens - Formalidade e informalidade nestes textos;
multissemióticas. - Coerência e coesão;
- Leitura e interpretação de textos em diferentes suportes
(manual ou digital);
- Argumentação e persuasão;
- Informações implícitas e explicitas;
- Estrutura e características destes gêneros textuais,
identificando sua função social, onde circulam, quem
produziu e a quem se destinam.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Adequar vocabulário(objetividade, consistência argumentativa, fluência, coerência e
coesão na exposição de ideias);
* Usar as Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC’s como novas ferramentas para
instrumentalizar o processo de ensino-aprendizado da língua materna, trabalhando com
vídeos, charges, tirinhas, fanfics, análise de fake news e outras formas de uso das tecnologias
em sala de aula;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais seja
possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem desenvolvidas pela
área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
- Argumentação;
- Objetividade.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Perceber as marcas linguísticas e dos recursos expressivos nos textos (tipo de vocabulário,
estrutura, discurso direto e indireto, intenções do autor,...);
Planejamento e produção (EF67LP14) Definir o contexto de - Exposição de ideias e argumentação, sem sair do
de entrevistas orais produção da entrevista (objetivos, o assunto/persuasão;
que se pretende conseguir, porque - (Re)Produção destes textos em diferentes suportes;
aquele entrevistado etc.), levantar - Estrutura e características destes gêneros textuais,
informações sobre o entrevistado e identificando sua função social, onde circulam, quem
sobre o acontecimento ou tema em produziu e a quem se destinam;
questão, preparar o roteiro de - Sinais de pontuação;
perguntar e realizar entrevista oral - Regras gramaticais;
com envolvidos ou especialistas - Língua formal e informal;
relacionados com o fato noticiado - Coerência e coesão;
ou com o tema em pauta, usando - Recursos discursivos e linguísticos que deem a
roteiro previamente elaborado e estes gêneros, objetivos, organização, e unidade;
formulando outras perguntas a partir - Revisão e reelaboração, levando em conta: material
das respostas dadas e, quando for o linguístico, objetivos da produção e interlocutores,
caso, selecionar partes, transcrever e em suporte manual ou digital.
proceder a uma edição escrita do
texto, adequando-o a seu contexto
de publicação, à construção
composicional do gênero e
garantindo a relevância das
informações mantidas e a
continuidade temática.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Demonstrar as características dos diferentes gêneros textuais, no que se refere ao tema, à
forma de organização e ao estilo: pela análise das sequências discursivas predominantes
(narrativa, descritiva, argumentativa e conversacional) e dos recursos expressivos próprios de
cada gênero, pelo reconhecimento das marcas linguísticas específicas (escolha dos processos
anafóricos, marcadores temporais, operadores argumentativos, esquema dos tempos verbais,
dêiticos…);
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
quando de sua alteração na sentença, redução do texto para diminuir redundância e evitar
recorrências não necessárias;
Estratégias, (EF67LP18) Identificar o objeto - Debate e simulações destes textos;
procedimentos de leitura da reclamação e/ou da solicitação - Intencionalidade;
em textos reivindicatórios e sua sustentação, explicação ou - Funcionalidade;
ou propositivos justificativa, de forma a poder - Reflexão sobre a linguagem empregada nestes
analisar a pertinência da textos;
solicitação ou justificação. - Ética;
- Direitos e Deveres;
- Elementos gramaticais e linguísticos
(estilísticos);
- Interpretação crítica e analítica;
- Discurso direto e indireto;
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte de
ampliação do horizonte cultural;
* Ampliar a capacidade de compreensão de diferentes gêneros textuais, interpretando-os e
identificando sua função social e suas especificidades;
* Reconhecer as especificidades dos diferentes gêneros textuais encontrados na sociedade
para poder lidar com eles,;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam, leem
e escrevem;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Estratégia de produção: (EF67LP19) Realizar - Regras gramaticais e ortográficas;
planejamento de textos levantamento de questões, - Língua formal e informal;
reivindicatórios ou problemas que requeiram a - Coerência e coesão;
propositivos denúncia de desrespeito a direitos, - Produção, revisão, reelaboração e edição destes textos
reivindicações, reclamações, levando em conta: material linguístico, gênero de texto,
solicitações que contemplem a objetivos da produção e interlocutores, em suporte
comunidade escolar ou algum de manual ou digital;
seus membros e examinar normas - Textualidade e marcas linguísticas;
e legislações. - Organização do texto (capítulo, parágrafo, seção ...)
- Configurações de textos digitais (textos
reivindicatórios ou propositivos, estatutos,
regimentos...)
- Intencionalidade;
- Funcionalidade;
- Classes de palavras;
- Hipertexto – hiperlink.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte de
ampliação do horizonte cultural;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório cultural,
comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e cooperação,
autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o trabalho;
* Promover a leitura de textos, trabalho com filmes, realização de palestras e saídas de
estudos que gerem reflexão, debate e consequente respeito e empatia frente às diversidades;
* Realizar a análise dos sentidos possíveis na leitura de cada texto e dos elementos que
validam ou não os diferentes sentidos;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Oralidade
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Conversação espontânea (EF67LP23) Respeitar os turnos de - Intencionalidade;
fala, na participação em - Funcionalidade;
conversações e em discussões ou - Interpretação crítica e analítica;
atividades coletivas, na sala de aula
- Discurso direto e indireto;
e na escola e formular perguntas - Análise de aspectos da língua oral e da língua escrita;
coerentes e adequadas em - Língua formal e informal;
momentos oportunos em situações - Variedade e variantes linguísticas;
de aulas, apresentação oral, - Pontuação e entonação;
seminário etc. - Coerência e coesão;
- Argumentação e persuasão;
- Intervir sem sair do assunto, formulando e
respondendo perguntas).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Identificar as intenções e objetivos na escuta ativa de textos;
* Desenvolver a capacidade de uso da linguagem em instâncias públicas mais formais, na
produção de textos e na oralidade;
* Compreender a língua como mediadora de valores que circulam na sociedade;
* Perceber a linguagem como meio privilegiado de ter acesso aos conhecimentos
indispensáveis à sua formação;
Procedimentos de apoio (EF67LP24) Tomar nota de aulas, - (Re) Produção de textos;
à compreensão. apresentações orais, entrevistas (ao - Coerência e coesão;
Tomada de nota. vivo, áudio, TV, vídeo), - Língua formal e informal;
identificando e hierarquizando as - Pontuação;
informações principais, tendo em - Ortografia;
vista apoiar o estudo e a produção - Análise, revisão, reelaboração e edição destes textos
de sínteses e reflexões pessoais ou levando em conta: material linguístico, objetivos de
outros objetivos em questão. produção e interlocutores, em suporte manual ou
digital.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Fazer utilização de recursos de apoio (notas, resumos, comentários) para a escrita de
textos;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Análise linguística/semiótica
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Textualização (EF67LP25) Reconhecer e utilizar - Coerência e coesão;
Progressão temática os critérios de organização tópica - Textualidade e marcas linguísticas;
(do geral para o específico, do - Organização do texto;
específico para o geral etc.), as - Configurações de textos em meios digitais;
marcas linguísticas dessa - Intencionalidade;
organização (marcadores de - Funcionalidade;
ordenação e enumeração, de - Pontuação
explicação, definição e
exemplificação, por exemplo) e os
mecanismos de paráfrase, de
maneira a organizar mais
adequadamente a coesão e a
progressão temática de seus textos.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Propor atividades que permitam analisar as relações que se estabelecem entre forma e
sentido, como maneira de ampliar os recursos expressivos, utilização de recursos
323
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Contrastar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que
possibilitem antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Construção da (EF67LP30) Criar narrativas - (Re) produção e adaptação de textos teatrais,
textualidade ficcionais, tais como contos romances, contos, entre outros;
populares, contos de suspense, - Elementos característicos destes textos;
mistério, terror, humor, narrativas de - Tipos de narrador;
enigma, crônicas, histórias em - Revisão, reelaboração e edição destes textos
quadrinhos, dentre outros, que levando em conta: material linguístico, objetivos
utilizem cenários e personagens de produção e interlocutores, em suporte manual
realistas ou de fantasia, observando ou digital;
os elementos da estrutura narrativa - Textualidade e marcas linguísticas;
próprios ao gênero pretendido, tais - Organização do texto;
como enredo, personagens, tempo, - Polissemia;
espaço e narrador, utilizando tempos - Polifonia;
verbais adequados à narração de - Intencionalidade;
fatos passados,empregando - Funcionalidade;
conhecimentos sobre diferentes - Elementos gramaticais e linguísticos
modos de se iniciar uma história e de (estilísticos);
inserir os discursos direto e indireto. - Discurso direto e indireto;
325
- Acentuação.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Propor atividades que permitam analisar as relações que se estabelecem entre forma e
sentido, como maneira de ampliar os recursos expressivos, mediante o uso dos recursos de
coordenação e subordinação, utilização de recursos sintáticos e morfológicos que permitam
expressar diferentes pontos de vista, quando de sua alteração na sentença, redução do texto
para diminuir redundância e evitar recorrências não necessárias;
Elementos notacionais (EF67LP33) Pontuar textos - Pontuação;
da escrita adequadamente.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Escrever textos, adequando-os à norma padrão(concordância, regência, ortografia,
acentuação e pontuação, dentre outros aspectos da língua-estrutura);
Léxico/morfologia (EF67LP34) Formar antônimos com - Classes de palavras;
acréscimo de prefixos que expressam - Sinônimos e Antônimos;
noção de negação. - Formação e estrutura de palavras;
- Ortografia.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Comparar fatos linguísticos que se manifestam na fala e na escrita das diferentes
variedades, priorizando: o sistema pronominal, o sistema dos tempos verbais e o emprego
dos tempos verbais, os verbos de significação mais abrangente em relação aos de
significação mais específica, o emprego dos dêiticos e de elementos anafóricos, os casos
mais gerais de concordância nominal e verbal e a predominância das estruturas de
coordenação sobre as estruturas de subordinação;
(EF67LP35) Distinguir palavras - Formação e estrutura de palavras;
derivadas por acréscimo de afixos e - Derivação e sufixação.
palavras compostas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Escrever e reescrever textos, adequando-os à norma padrão no que diz respeito à
concordância, regência, ortografia, acentuação e pontuação, dentre outros aspectos da língua-
estrutura;
Coesão (EF67LP36) Utilizar, ao produzir - Coerência e coesão;
texto, recursos de coesão referencial - Classe de palavras;
(léxica e pronominal) e sequencial e - Pontuação.
outros recursos expressivos adequados
ao gênero textual.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Produzir diferentes gêneros textuais (fábulas, lendas, contos, poemas, canções, quadrinhos,
cartas, bilhetes, notícias, parlendas, rótulos, panfletos, propagandas, crônicas...) considerando
a sua função social, a adequação vocabular e os aspectos relativos à coesão e à coerência;
Sequências textuais (EF67LP37) Analisar, em diferentes - Polissemia;
textos, os efeitos de sentido - Denotação e Conotação;
decorrentes do uso de recursos - Pontuação;
linguístico-discursivos de prescrição, - Intencionalidade;
causalidade, sequências descritivas e - Intertextualidade.
expositivas e ordenação de eventos.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte de
ampliação do horizonte cultural;
* Ampliar a capacidade de compreensão de diferentes gêneros textuais, interpretando-os e
identificando sua função social e suas especificidades;
Figuras de linguagem (EF67LP38) Analisar os efeitos de - Linguagem formal e informal.
sentido do uso de figuras de - Reflexão sobre a linguagem empregada
linguagem, como comparação, nestes textos.
metáfora, metonímia, personificação, - Elementos gramaticais e linguísticos
hipérbole, dentre outras. (estilísticos).
- Interpretação crítica e analítica.
327
articuladores textuais.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Produzir diferentes gêneros textuais (fábulas, lendas, contos, poemas, canções, quadrinhos,
cartas, bilhetes, notícias, parlendas, rótulos, panfletos, propagandas, crônicas...) considerando
a sua função social, a adequação vocabular e os aspectos relativos à coesão e à coerência;
Semântica (EF08LP14) Utilizar, ao produzir - Coesão sequencial;
texto, recursos de coesão sequencial - Coesão referencial;
(articuladores) e referencial (léxica e - Coerência;
pronominal), construções passivas e - Classes de palavras.
impessoais, discurso direto e
indireto e outros recursos
expressivos adequados ao gênero
textual.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Comparar fatos linguísticos que se manifestam na fala e na escrita das diferentes
variedades, priorizando: o sistema pronominal, o sistema dos tempos verbais e o emprego
dos tempos verbais, os verbos de significação mais abrangente em relação aos de
significação mais específica, o emprego dos dêiticos e de elementos anafóricos, os casos
mais gerais de concordância nominal e verbal e a predominância das estruturas de
coordenação sobre as estruturas de subordinação;
Coesão (EF08LP15) Estabelecer relações entre - Classes de palavras;
partes do texto, identificando o - Coerência;
antecedente de um pronome relativo ou - Coesão sequencial.
o referente comum de uma cadeia de
substituições lexicais.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Escrever e reescrever textos, adequando-os à norma padrão no que diz respeito à
concordância, regência, ortografia, acentuação e pontuação, dentre outros aspectos da língua-
estrutura;
Modalização (EF08LP16) Explicar os efeitos de - Coerência e coesão;
sentido do uso, em textos, de - Textualidade e marcas linguísticas;
estratégias de modalização e - Intencionalidade;
argumentatividade (sinais de - Funcionalidade;
pontuação, adjetivos, substantivos, - Modalização;
expressões de grau, verbos e perífrases - Argumentação;
verbais, advérbios etc.). - Objetividade;
- Pontuação;
- Classes de palavras;
- Perífrase.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Expor ideias, relatar informações, debater e defender pontos de vista com adequação
vocabular, objetividade e consistência argumentativa;
* Perceber as marcas linguísticas e dos recursos expressivos nos textos (tipo de vocabulário,
estrutura, discurso direto e indireto, intenções do autor,...);
* Reescrever textos, considerando aspectos como adequação ao gênero, coerência, e coesão
textual, pontuação e ortografia;
verificação/avaliação do veículo,
- Língua formal e informal;
Caracterização do campo fonte, data e local da publicação,
- Variedade e variantes linguísticas;
jornalístico e relação entre autoria, URL, da análise da
- Pontuação;
os gêneros em circulação, formatação, da comparação de
- Intertextualidade;
mídias e práticas da cultura diferentes fontes, da consulta a sites
- Denotação e conotação;
digital de curadoria que atestam a
- Interpretar textos multimodais (com materiais
fidedignidade do relato dos fatos e
gráficos diversos e com auxílio de elementos não
denunciam boatos etc. verbais);
- Marcas linguísticas;
- Argumentação, exposição e persuasão;
- Ética e respeito.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Usar as Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC’s como novas ferramentas para
instrumentalizar o processo de ensino-aprendizado da língua materna, trabalhando com
vídeos, charges, tirinhas, fanfics, análise de fake news e outras formas de uso das
tecnologias em sala de aula;
* Planejar e executar projetos interdisciplinares para trabalhar os diferentes aspectos da
diversidade (ex.: indígena, quilombola, ERER, direitos humanos), bem como, as dimensões
cultural, histórica, geográfica, filosófica e outras que compõem a gama de conhecimentos
a serem desenvolvidos pela área das linguagens;
Relação entre textos (EF09LP02) Analisar e comentar a - Informações implícitas e explicitas;
cobertura da imprensa sobre fatos de - Relações entre textos e outros textos
relevância social, comparando (ilustrações, fotos, tabelas...);
diferentes enfoques por meio do uso - Exposição de ideias e argumentação;
de ferramentas de curadoria. - Intencionalidade;
- Interpretação crítica e analítica;
- Interpretação de textos multimodais (com
materiais gráficos diversos e com auxílio de
elementos não verbais);
- Formalidade e informalidade nos textos;
- Coerência e coesão;
- Leitura e interpretação de textos em
diferentes suportes (manual ou digital);
- Estrutura e características destes gêneros
textuais, identificando sua função social,
onde circulam, quem produziu e a quem se
destinam.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Promover a leitura de diversos textos para: tê-los como referência na escritura de outros
textos, construção da intertextualidade/interdiscursividade, compreensão de implícitos,
formulação de comentários, consultas, explicação/comparação de argumentos e análise das
regularidades;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Textualização de textos (EF09LP03) Produzir artigos de - Intencionalidade;
argumentativos e opinião, tendo em vista o contexto de - Funcionalidade;
apreciativos produção dado, assumindo posição - Exposição de ideias e argumentação;
diante de tema polêmico, - Regras gramaticais e ortográficas;
argumentando de acordo com a - Língua formal e informal;
estrutura própria desse tipo de texto e - Características deste gênero textual,
utilizando diferentes tipos de identificando sua função social, onde circulam,
argumentos – de autoridade, quem produziu e a quem se destinam;
comprovação, exemplificação - Coerência e coesão;
princípio etc. - Escrita, Reescrita e Revisão, destes textos
levando em conta: material linguístico, objetivos
da produção e interlocutores, em suporte digital;
- Textualidade e marcas linguísticas.
333
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Escrever e reescrever textos, adequando-os à norma padrão no que diz respeito à
concordância, regência, ortografia, acentuação e pontuação, dentre outros aspectos da língua-
estrutura;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório cultural,
comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e cooperação,
autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o trabalho;
* Promover o trabalho com as marcas da linguagem própria de nossa região como uma
forma de desenvolvimento da consciência linguística e de luta contra o preconceito
linguístico, racial, de classe, de gênero e de todas as outras formas;
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Comparar fatos linguísticos que se manifestam na fala e na escrita das diferentes
variedades, priorizando: o sistema pronominal, o sistema dos tempos verbais e o emprego
dos tempos verbais, os verbos de significação mais abrangente, o emprego dos dêiticos e de
elementos anafóricos, os casos mais gerais de concordância nominal e verbal e as estruturas
de coordenação e subordinação;
(EF09LP07) Comparar o uso de - Regência verbal;
regência verbal e regência nominal na - Regência nominal;
norma-padrão com seu uso no - Língua formal e Informal
português brasileiro coloquial oral
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
334
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Demonstrar as características dos diferentes gêneros textuais, no que se refere ao tema, à
forma de organização e ao estilo: pela análise das sequências discursivas predominantes
(narrativa, descritiva, argumentativa e conversacional) e dos recursos expressivos próprios
de cada gênero, pelo reconhecimento das marcas linguísticas específicas (escolha dos
processos anafóricos, marcadores temporais, operadores argumentativos, esquema dos
tempos verbais, dêiticos…);
Efeitos de sentido (EF89LP07) Analisar, em notícias, - Polissemia;
reportagens e peças publicitárias em - Língua formal e informal;
Exploração da várias mídias, os efeitos de sentido - Variedade e variantes linguísticas;
multissemiose devidos ao tratamento e à composição - Pontuação, sonoridade e entonação;
dos elementos nas imagens em
- Figuras de linguagem;
movimento, à performance, à
montagem feita ritmo,duração e - Intertextualidade;
sincronização entre as linguagens – - Denotação e conotação;
complementaridades, interferências - Interpretar textos multimodais (com materiais
etc.) e ao ritmo, melodia, instrumentos gráficos diversos e com auxílio de elementos
e sampleamentos das músicas e não verbais).
efeitos sonoros.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Destacar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que possibilitem
antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
* Analisar situações intravocabulares e intervocabulares pela comparação, observação e
pesquisa, superando os exercícios ortográficos;
* Realizar a análise dos sentidos possíveis na leitura de cada texto e dos elementos que
validam ou não os diferentes sentidos;
* Contrastar a relação texto/contexto, identificando no contexto elementos que
possibilitem antecipar ou verificar os sentidos possíveis;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Estratégia de produção: (EF89LP08) Planejar reportagem - Regras gramaticais e ortográficas;
planejamento de textos impressa e em outras mídias (rádio - Língua formal e informal;
informativos ou TV/vídeo, sites), tendo em vista - Coerência e coesão;
as condições de produção do texto – - (Re)Produção de textos levando em conta:
objetivo, leitores/espectadores, material linguístico, gênero do texto, objetivos
veículos e mídia de circulação etc. – da produção e interlocutores, em suporte manual
a partir da escolha do fato a ser ou digital;
aprofundado ou do tema a ser focado - Textualidade e marcas linguísticas;
(de relevância para a turma, escola - Configurações destes textos digitais.
ou comunidade),do - Roteiros para vídeos, textos, áudios...;
levantamento de dados e - Hipertexto;
informações sobre o fato ou tema – - Intencionalidade;
que pode envolver entrevistas com - Funcionalidade;
envolvidos ou com especialistas, - Variedade e variantes linguísticas;
consultas a fontes diversas, análise - Pontuação;
de documentos, cobertura de eventos - Produção de textos multimodais (com
etc. -, do registro dessas informações materiais gráficos diversos e com auxílio de
e dados, da escolha de fotos ou elementos não verbais).
imagens a produzir ou a utilizar etc.,
da produçãode infográficos, quando
for o caso, e da organização
hipertextual (no caso a publicação
em sites ou blogs noticiosos ou
mesmo de jornais impressos, por
meio de boxes variados).
338
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
* Usar as Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC’s como novas ferramentas
para instrumentalizar o processo de ensino-aprendizado da língua materna, trabalhando
com vídeos, charges, tirinhas, fanfics, análise de fake news e outras formas de uso das
tecnologias em sala de aula;
* Promover a leitura de textos, trabalho com filmes, realização de palestras e saídas de
estudos que gerem reflexão, debate e consequente respeito e empatia frente às
diversidades;
Estratégia de produção: (EF89LP09) Produzir reportagem - Regras gramaticais e ortográficas;
planejamento de textos impressa, com título, linha fina - Língua formal e informal;
argumentativos e apreciativos (optativa), organização - Coerência e coesão;
composicional (expositiva, - (Re)Produção de textos levando em conta:
interpretativa e/ou opinativa), material linguístico, gênero do texto, objetivos
progressão temática e uso de da produção e interlocutores, em suporte manual
recursos linguísticos compatíveis ou digital;
com as escolhas feitas e reportagens - Textualidade e marcas linguísticas;
multimidiáticas, tendo em vista as - Configurações destes textos digitais;
condições de produção, as - Hipertexto;
características do gênero, os - Intencionalidade;
recursos e mídias disponíveis, sua - Funcionalidade;
organização hipertextual e o manejo - Variedade e variantes linguísticas;
adequado de recursos de captação e - Produção de textos multimodais (com
edição de áudio e imagem e materiais gráficos diversos e com auxílio de
adequação à norma- padrão. elementos não verbais).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Trabalhar a língua em uso para compreender a variação própria do processo linguístico,
considerando: as variedades geográficas, históricas, sociais e técnicas, as diferenças entre o
oral e o escrito, os registros formal e informal, relacionados a situações linguísticas
específicas, as diferentes pronúncias, os diferentes empregos de palavras, as variações e
reduções na flexão e derivação das palavras, a forma de estruturação e de concordância
próprios de cada sistema linguístico em que a variação se manifesta;
Estratégias de produção: (EF89LP10) Planejar artigos de - Regras gramaticais e ortográficas;
planejamento, opinião, tendo em vista as condições - Língua formal e informal;
textualização, revisão e de produção do texto – objetivo, - Características destes gêneros textuais,
edição de textos leitores/espectadores, veículos e identificando sua função social, onde circulam,
publicitários mídia de circulação etc. –, a partir da quem produziu e a quem se destinam;
escolha do tema ou questão a ser - Coerência e coesão;
discutido(a), da relevância para a - Revisão, reelaboração e edição destes textos
turma, escola ou comunidade, do levando em conta: material linguístico, objetivos
levantamento de dados e de produção e interlocutores, em suporte digital;
informações sobre a questão, de - Textualidade e marcas linguísticas;
argumentos relacionados a - Intencionalidade;
diferentes posicionamentos em jogo, - Funcionalidade;
da definição – o que pode envolver - Exposição de ideias e argumentação.
consultas a fontes diversas,
entrevistas com especialistas, análise
de textos, organização esquemática
das informações e argumentos – dos
(tipos de) argumentos e estratégias
que pretende utilizar para convencer
os leitores.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
339
* Propor atividades que permitam analisar as relações que se estabelecem entre forma e
sentido, como maneira de ampliar os recursos expressivos: ampliação de expressões
para explicar elementos dispersos no texto, inserção de nominalizações de uma dada
expressão, de eventos, resultado de eventos e relações, reorganização de orações,
períodos e do texto, para expressar diferentes pontos de vista, ampliação de relações
entre sentenças colocadas lado a lado no texto, mediante o uso dos recursos de
coordenação e subordinação, utilização de recursos sintáticos e morfológicos que
permitam expressar diferentes pontos de vista, quando de sua alteração na sentença,
redução do texto para diminuir redundância e evitar recorrências não necessárias;
(EF89LP11) Produzir, revisar e - Ambiguidade;
editar peças e campanhas - Intertextualidade;
publicitárias, envolvendo o uso - Regras gramaticais e ortográficas;
articulado e complementar de - Língua formal e informal;
diferentes peças publicitárias: cartaz, - Características destes gêneros textuais,
banner, indoor, folheto, panfleto, identificando sua função social, onde circulam,
anúncio de jornal/revista, para quem produziu e a quem se destinam;
internet, spot, propaganda de rádio, - Coerência e coesão;
TV, a partir da escolha da - Revisão, reelaboração e edição destes textos
questão/problema/causa significativa levando em conta: material linguístico,
para a escola e/ou a comunidade objetivos da produção e interlocutores, em
escolar, da definição do público- suporte digital;
alvo, das peças que serão - Textualidade e marcas linguísticas;
produzidas, das estratégias de - Intencionalidade;
persuasão e convencimento que - Funcionalidade;
serão utilizadas a publicação em - Exposição de ideias e argumentação.
sites ou blogs noticiosos ou mesmo
de jornais impressos, por meio de
boxes variados).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou discriminatórias,
usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Desenvolver o conhecimento, pensamento científico crítico e criativo, repertório cultural,
comunicação, cultura digital, responsabilidade, cidadania, empatia e cooperação,
autoconhecimento, autocuidado, argumentação e preparação para o trabalho;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Oralidade
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Estratégias de produção: (EF89LP12) Planejar coletivamente - Exposição de ideias e argumentação;
planejamento e participação a realização de um debate sobre tema - Ambiguidade;
em debates regrados previamente definido, de interesse - Intertextualidade;
coletivo, com regras acordadas e - Regras gramaticais e ortográficas;
planejar, em grupo, participação em - Língua formal e informal;
debate a partir do levantamento de - Características destes gêneros textuais,
informações e argumentos que identificando sua função social, onde circulam,
possam sustentar o posicionamento a quem produziu e a quem se destinam;
ser defendido (o que pode envolver - Coerência e coesão;
entrevistas com especialistas, - Revisão, reelaboração e edição destes textos
consultas a fontes diversas, o registro levando em conta: material linguístico, objetivos
das informações e dados obtidos de produção e interlocutores, em suporte digital;
etc.), tendo em vista as condições de - Textualidade e marcas linguísticas;
produção do debate – perfil dos - Intencionalidade;
ouvintes e demais participantes, - Funcionalidade.
objetivos do debate, motivações para
sua realização, argumentos e
estratégias de convencimento mais
eficazes etc. e participar de debates
regrados, na condição de membro de
uma equipe de debatedor,
340
apresentador/mediador, espectador
(com ou sem direito a perguntas),
e/ou de juiz/avaliador, como forma
de compreender o funcionamento do
debate, e poder participar de forma
convincente, ética, respeitosa e
crítica e desenvolver uma atitude de
respeito e diálogo para com as ideias
divergentes.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Fazer uso da linguagem para produzir conhecimentos, sempre que necessário;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Conduzir o educando na expressão oral da leitura (fluência, entonação e ritmo);
* Apresentar as diferentes formas de representar ideias, situações, fantasias, imaginações;
* Analisar a própria produção oral e da produção oral do outro, considerando a adequação
da linguagem à situação de uso;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou discriminatórias,
usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais seja
possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem desenvolvidas
pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
Estratégias de produção: (EF89LP13) Planejar entrevistas - Exposição de ideias e argumentação, sem sair
planejamento, realização e orais com pessoas ligadas ao fato do assunto;
edição de entrevistas orais noticiado, especialistas etc., como - (Re)Produção destes textos em diferentes
forma de obter dados e informações suportes;
sobre os fatos cobertos sobre o tema - Estrutura e características destes gêneros
ou questão discutida ou temáticas em textuais, identificando sua função social, onde
estudo, levando em conta o gênero e circulam, quem produziu e a quem se destinam;
seu contexto de produção, partindo - Sinais de pontuação;
do levantamento de informações - Regras gramaticais;
sobre o entrevistado e sobre a - Língua formal e informal;
temática e da elaboração de um - Coerência e coesão;
roteiro de perguntas, garantindo a - Recursos discursivos e linguísticos que deem a
relevância das informações mantidas estes gêneros, objetivos, organização e unidade;
e a continuidade temática, realizar - Revisão e reelaboração, levando em conta:
entrevista e fazer edição em áudio ou material linguístico, objetivos de produção e
vídeo, incluindo uma interlocutores, em suporte manual ou digital.
contextualização inicial e uma fala
de encerramento para publicação da
entrevista isoladamente ou como
parte integrante de reportagem
multimidiática, adequando-a a seu
contexto de publicação e garantindo
a relevância das informações
mantidas e a continuidade temática.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Apresentar as diferentes formas de representar ideias, situações, fantasias,
imaginações;
* Analisar a própria produção oral e da produção oral do outro, considerando a
adequação da linguagem à situação de uso;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
341
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
* Planejar e executar projetos interdisciplinares para trabalhar os diferentes aspectos da
diversidade (ex.: indígena, quilombola, ERER, direitos humanos), bem como, as
dimensões cultural, histórica, geográfica, filosófica e outras que compõem a gama de
conhecimentos a serem desenvolvidos pela área das linguagens;
Relação entre contexto (EF89LP19) Analisar, a partir do - Informações implícitas e explícitas;
de produção e contexto de produção, a forma de - Exposição e argumentação;
características organização das cartas abertas,
- Intencionalidade;
composicionais e abaixo-assinados e petições on-line
estilísticas dos gêneros (identificação dos signatários, - Funcionalidade;
Apreciação e réplica explicitação da reivindicação feita, - Pontuação;
acompanhada ou não de uma breve - Língua formal;
apresentação da problemática e/ou de - Marcas linguísticas;
justificativas que visam sustentar a - Análise gramatical e ortográfica;
reivindicação) e a proposição, - Interpretação crítica e analítica.
discussão e aprovação de propostas
políticas ou de soluções para
problemas de interesse público,
apresentadas ou lidas nos canais
digitais de participação, identificando
suas marcas linguísticas, como forma
de possibilitar a escrita ou subscrição
consciente de abaixo-assinados e
textos dessa natureza e poder se
posicionar de forma crítica e
fundamentada frente às propostas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Trabalhar a língua em uso para compreender a variação própria do processo
linguístico, considerando: as variedades geográficas, históricas, sociais e técnicas, as
diferenças entre o oral e o escrito, os registros formal e informal, relacionados a
situações linguísticas específicas, as diferentes pronúncias, os diferentes empregos de
palavras, as variações e reduções na flexão e derivação das palavras, a forma de
estruturação e de concordância próprios de cada sistema linguístico em que a variação se
manifesta;
* Utilizar as atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa como meio para
desconstrução de discursos, denominações e práticas preconceituosas ou
discriminatórias, usando como suporte, diferentes gêneros textuais;
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
Estratégias e procedimentos (EF89LP20) Comparar propostas - Debate e simulações de textos;
de leitura em textos políticas e de solução de problemas, - Intencionalidade;
reivindicatórios ou identificando o que se pretende
- Funcionalidade;
propositivos fazer/implementar, por que
(motivações, justificativas), para que - Reflexão sobre a linguagem empregada nestes
(objetivos, benefícios e textos;
consequências esperados), como - Ética;
(ações e passos), quando etc. e a - Direitos e Deveres;
forma de avaliar a eficácia da - Elementos gramaticais e linguísticos
proposta/solução, contrastando (estilísticos);
dados e informações de diferentes
- Interpretação crítica e analítica;
344
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais seja
possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem desenvolvidas
pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
* Promover a leitura de textos, trabalho com filmes, realização de palestras e saídas de
estudos que gerem reflexão, debate e consequente respeito e empatia frente às
diversidades;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Produção de textos
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Estratégias de escrita: (EF89LP25) Divulgar o resultado - Regras gramaticais e ortográficas;
textualização, revisão e de pesquisas por meio de - Língua formal e informal;
edição apresentações orais, verbetes de - Características destes gêneros textuais,
enciclopédias colaborativas, identificando sua função social, onde circulam,
reportagens de divulgação quem produziu e a quem se destinam;
científica, vlogs científicos, vídeos - Coerência e coesão;
de diferentes tipos etc. - Revisão, reelaboração e edição destes textos
levando em conta: material linguístico, gênero do
texto, objetivos de produção e interlocutores, em
suporte digital;
-Textualidade e marcas linguísticas;
- Configurações destes textos digitais;
- Intencionalidade;
- Funcionalidade;
- Produção destes textos multimodais (com
materiais gráficos diversos e com auxílio de
elementos não verbais).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Trabalhar com temas transversais, por meio de textos e exposições orais, de questões
relacionadas à economia, saúde, meio ambiente, civismo, ciência, tecnologia,
multiculturalismo;
* Usar as Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC’s como novas ferramentas
para instrumentalizar o processo de ensino-aprendizado da língua materna, trabalhando
com vídeos, charges, tirinhas, fanfics, análise de fake news e outras formas de uso das
tecnologias em sala de aula;
* Fomentar o trabalho, em sala de aula, com temas de interesse do aluno, nos quais seja
possível trabalhar, entre outros aspectos, as competências básicas a serem desenvolvidas
pela área de Linguagens (leitura, escrita, interpretação e oralidade);
* Planejar e executar projetos interdisciplinares para trabalhar os diferentes aspectos da
diversidade (ex.: indígena, quilombola, ERER, direitos humanos), bem como, as
dimensões cultural, histórica, geográfica, filosófica e outras que compõem a gama de
conhecimentos a serem desenvolvidos pela área das linguagens;
Estratégias de escrita: (EF89LP26) Produzir resenhas, a - Regras gramaticais e ortográficas;
textualização, revisão e partir das notas e/ou esquemas - Língua formal e informal;
edição feitos, com o manejo adequado das - Características destes gêneros textuais,
vozes envolvidas (do resenhador, do identificando sua função social, onde circulam,
autor da obra e, se for o caso, quem produziu e a quem se destinam;
também dos autores citados na obra - Coerência e coesão;
resenhada), por meio do uso de - Revisão, reelaboração e edição de textos levando
paráfrases, marcas do discurso em conta: material linguístico, gênero do texto,
reportado e citações. objetivos de produção e interlocutores, em suporte
digital;
- Textualidade e marcas linguísticas;
347
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Propor atividades que permitam analisar as relações que se estabelecem entre forma e
sentido, como maneira de ampliar os recursos expressivos: , inserção de
nominalizações de uma dada expressão, de eventos, reorganização de orações, períodos
e do texto, para expressar diferentes pontos de vista, mediante o uso dos recursos de
coordenação e subordinação, utilização de recursos sintáticos e morfológicos que
permitam expressar diferentes pontos de vista, quando de sua alteração na sentença,
redução do texto para diminuir redundância e evitar recorrências não necessárias;
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Reconhecer a presença do outro, suas intenções e objetivos, tanto na escuta quanto na
leitura de textos;
* Valorizar a leitura como fonte de informação e de fruição estética, bem como fonte de
ampliação do horizonte cultural;
* Refletir sobre o uso que os sujeitos fazem da língua, nos textos que escutam e falam,
leem e escrevem;
* Colocar em evidência as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação,
organização, lazer, entre outras);
Reconstrução da textualidade (EF89LP34) Analisar a organização - Polissemia;
e compreensão dos efeitos de de texto dramático apresentado em - Denotação e conotação;
sentidos provocados pelos teatro, televisão, cinema, - Estrutura e caraterísticas destes textos;
usos de recursos linguísticos identificando e percebendo os
- Signos e letras em textos verbais e não verbais
e multissemióticos sentidos decorrentes dos recursos
linguísticos e semióticos que (multimodais);
sustentam sua realização como peça - Textualidade e marcas linguísticas.
teatral, novela, filme etc.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Promover a leitura de textos, trabalho com filmes, realização de palestras e saídas de
estudos que gerem reflexão, debate e consequente respeito e empatia frente às
diversidades;
PRÁTICAS DE LINGUAGEM: Construção da textualidade
OBJETOS DE HABILIDADES CONTEÚDOS
CONHECIMENTO
Construção da textualidade (EF89LP35) Criar contos ou - Elementos textuais (tempo, espaço,
crônicas (em especial, líricas), personagens...);
crônicas visuais, minicontos, - (Re) produção e adaptação destes textos;
narrativas de aventura e de ficção - Figuras de linguagem;- Revisão, reelaboração e
científica, dentre outros, com edição destes textos levando em conta: material
temáticas próprias ao gênero, linguístico, objetivos da produção e interlocutores,
usando os conhecimentos sobre os em suporte manual ou digital;
constituintes estruturais e recursos - Textualidade e marcas linguísticas.
expressivos típicos dos gêneros - Organização do texto;
narrativos pretendidos, e, no caso de - Polissemia;
produção em grupo, ferramentas de - Polifonia;
escrita colaborativa. - Elementos gramaticais e linguísticos
(estilísticos);
- Pontuação;
- Denotação e conotação;
- Produção de textos multimodais (com materiais
gráficos diversos e com auxílio de elementos não
verbais).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
* Produzir diferentes gêneros textuais (fábulas, lendas, contos, poemas, canções,
quadrinhos, cartas, bilhetes, notícias, parlendas, rótulos, panfletos, propagandas,
crônicas...) considerando a sua função social, a adequação vocabular e os aspectos relativos
à coesão e à coerência;
* Revisar/reelaborar textos, adequando-os à situação, ao gênero, ao interlocutor e à
convenção da escrita;
* Apresentar as diferentes formas de representar ideias, situações, fantasias, imaginações;
Relação entre textos (EF89LP36) Parodiar poemas - (Re) produção e adaptação destes textos;
conhecidos da literatura e criar - Figuras de linguagem;
textos em versos (como poemas - Elementos textuais (versos, rimas, sonoridade...);
concretos, ciberpoemas, haicais, - Revisão, reelaboração e edição destes textos
liras, microrroteiros, lambe-lambes e levando em conta: material linguístico, objetivos da
outros tipos de poemas), explorando produção e interlocutores, em suporte manual ou
o uso de recursos sonoros e digital;
semânticos (como figuras de - Textualidade e marcas linguísticas;
linguagem e jogos de palavras) e - Organização do texto;
351
23
Os professores substitutos foram contratados para assumir as turmas de anos iniciais enquanto o professor
regente estivesse em período de hora-atividade. Esses profissionais lecionavam por 4 (quatro) horas/aula por
turma, e suas aulas eram planejadas de acordo com a necessidade apontada pelo professor-regente, não tendo ele
uma unidade curricular específica para desenvolver seu trabalho.
353
24
A Base Nacional Comum Curricular, aprovada em dezembro de 2017, determina que é nos 1º e 2º anos do
Ensino Fundamental que se espera que a criança se alfabetize. (BRASIL, 2017, p.89)
25
O professor de PLE é contratado como mensalista e, por esse motivo, pode ter horas excedentes no fechamento
do horário das turmas de anos iniciais na escola em que ele atua. Nesses casos, recomenda-se a negociação dessas
horas de acordo com a necessidade da unidade escolar.
355
Assim sendo, o trabalho desenvolvido pela disciplina de PLE, segue os objetivos traçados
para os 4 eixos de integração trazidos pela BNCC, a fim de que, ao entrar em contato com
textos orais, escritos e multissemióticos que circulam no meio social, o aluno seja capaz de
ler/escutar, compreender, produzir e analisar cada um deles, adequando sua prática à situação
de interação em questão.
Figura 2- Esquema de sequência didática proposto por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 98).
26
As avaliações e frequências devem ser registradas no diário de classe pessoal do professor de PLE.
360
demais disciplinas, o PLE deve garantir que a recuperação paralela aconteça durante os
bimestres, tendo o professor, também, a responsabilidade de participar ativamente dos
conselhos de classe.
Referências
AMARAL, Heloisa. Sequência didática e ensino de gêneros textuais. Publicação de 2006.
Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-
publicacoes/revista/artigos/artigo/1539/sequencia-didatica-e-ensino-de-generos-textuais.
Acesso em 14 out.2019.
DIONISIO, Angela Paiva. MACHADO, Anna Rachel, BEZERRA, Maria Auxiliadora.
Linguagem e línguas: Estudo e ensino. 5. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas
para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard;
DOLZ, Joaquim (Org.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras,
2004. p. 81-108.
LEITE, Fabiana Ferreira Souza. Dismistificando a Sequência Didática. A Elaboração passo
a passo de uma SD. Paraíba: UEPB, 2014. Disponível em:
http://www.editorarealize.com.br/revistas/eniduepb/trabalhos/Modalidade_1datahora_04_11_
2014_20_51_55_idinscrito_16_e19b71557802bd755edf1ffc98cdaf83.pdf. Acesso em 14
out.2019.
SOUZA, Anike Laurita de; MACHADO, Vanessa. Corpo e Movimento. Vol. 1. Coleção
Aprendendo com Projetos. São Paulo: Evoluir Cultural, 2017.
SOUZA, Anike Laurita de; MACHADO, Vanessa. Amizade e Convivência. Vol. 2.
Coleção Aprendendo com Projetos. São Paulo: Evoluir Cultural, 2017.
SOUZA, Anike Laurita de; MACHADO, Vanessa. O Mundo ao meu redor. Vol. 3.
Coleção Aprendendo com Projetos. São Paulo: Evoluir Cultural, 2017.
SOUZA, Anike Laurita de; MACHADO, Vanessa. Nosso Planeta. Vol. 4. Coleção
Aprendendo com Projetos. São Paulo: Evoluir Cultural, 2017.
SOUZA, Anike Laurita de; MACHADO, Vanessa. Viver em Sociedade. Vol. 5. Coleção
Aprendendo com Projetos. São Paulo: Evoluir Cultural, 2017.
Leis e Decretos Municipais: Lei Ordinária nº5182/2012 de 09/04/2012; Decreto Municipal
1570/2013; Instrução Normativa nº 001/2014; Parecer nº78/14 de 26/11/2014.
362
PLE - 1ºano
1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Tema: Corpo Tema: Ok, doutor Tema: Meu corpo, Tema: Criança brinca,
Dançante meus direitos não trabalha
Sequência Didática: Sequência Didática: Sequência Didática: Sequência Didática:
Canção Receitas Listas Cartaz Estatuto da Criança e
do Adolescente
Diversidades ou Competências a serem trabalhados
Respeito às experiências Desenvolvimento do Desenvolvimento da Direitos Humanos
trazidas por cada aluno autocuidado (Higiene). autoproteção. (Foco na Infância e
(Repertório Cultural) Adolescência).
Habilidades
Leitura/Escuta
EF01PL01SJ -Apreciar EF01PL02SJ - Mostra-se EF01PL03SJ - Exerce a EF01PL04SJ
canções por meio da capaz de ler textos dos escuta ativa das - Identifica e lê
escuta ativa, sendo capaz gêneros receita/lista, orientações do (a) palavras-chave
de compreendê-las e compreendendo sua professor (a) em relação referentes aos direitos
participar de momentos função social, ao Gênero Cartaz, e deveres da criança.
de interpretação coletiva. identificando os compreendendo sua EF01PL05SJ- Realiza
ingredientes nela contidos função social. a leitura de imagens a
e/ou sendo capaz de respeito dos direitos e
compreender instrução deveres da criança,
contida na mesma. compreendendo a
mensagem trazida
pelas mesmas.
Escrita
EF01PL06SJ-Participar EF01PL07SJ-- Identifica EFO1PL08SJ-- EF01PL09SJ-
de momentos de escrita de a letra inicial dos Realiza tentativas de Registra palavras-
memória, sendo capaz de ingredientes de escrita de palavras chave e/ou frases
registrar a canção ouvida receitas/listas, assim apresentadas no referentes aos direitos
por meio de ilustrações e, como as vogais, e realiza Gênero Cartaz. e deveres da criança.
com mediação, o título da tentativas de escrita
mesma. espontânea.
Oralidade
EF01PL10SJ- EF01PL11SJ- Explica o EF01PL12SJ- EF01PL13SJ-
Desenvolve a percepção passo a passo de uma Compreende a Interpreta oralmente
musical, sendo capaz de receita ouvida ou enumera utilidade do Cartaz em imagens a respeito dos
reproduzir canções os ingredientes de uma seu cotidiano, sendo direitos e deveres da
conhecidas com ritmo, lista na oralidade, capaz de expressar criança.
desenvoltura e expressão contribuindo na oralmente sua opinião. EF01PL14SJ-
corporal necessária. construção de registros Expressa sua opinião,
coletivos. construindo textos
orais, de acordo com o
tema estudado
(direitos e deveres da
criança).
Análise Linguística
EF01PL15SJ-Identifica EF01PL16SJ- Estabelece EF01PL17SJ- EF01PL18SJ-
as letras iniciais de relação entre letras e Colabora na elaboração Compreende a
palavras-chave retiradas sons, organizando os (coletiva) do cartaz, estrutura básica de
das canções trabalhadas, ingredientes de uma lista percebendo a formação uma frase, sendo
associando-as aos sons em ordem alfabética. das sílabas simples e capaz de formar frases
correspondentes. complexas na simples, de acordo
363
PLE - 2ºano
1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Tema: Diferentes e Iguais Tema: Meu amigo do Tema: Velhas Tema: Descobrindo
coração memórias Valores
Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática:
Regras e regulamentos Entrevista Conto Tirinhas
Bilhete
Diversidades ou Competências a serem trabalhados
Empatia e Cooperação Respeito às Diferenças. Direitos Humanos (Foco Responsabilidade e
na Terceira Idade – Cidadania
Estatuto do Idoso)
Habilidades
Leitura/Escuta
EF02PL01SJ- Lê e EF02PL02SJ - Identifica EF02PL04SJ - Pratica a EF02EF05SJ - Lê
compreende a mensagem e explora as leitura de pequenos tirinhas, identificando
contida em placas e características do Roteiro relatos e contos, com e interligando os
sinalizações, como de uma entrevista, elementos que a
placas para deficientes, mostrando-se capaz de progressiva valorização compõem, de modo a
364
PLE - 3ºano
1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Tema: Tempo de Tema: Batucada Nossa Tema: Olhar Tema: Escrevendo
repensar Fotográfico minha história
Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática:
Notícia Lenda Regras de jogos e Legendas Poema História em
brincadeiras Quadrinhos
Diversidades ou Competências a serem trabalhados
Respeito ao Meio Respeito às Diferentes Cultura Digital; Autoconhecimento
Ambiente Culturas. Apreciação Artística;
Conhecimento das
próprias emoções
mediante estímulos
externos.
Habilidades
Leitura/Escuta
EF03PL01SJ - Mostra-se EF03PL02SJ - Lê e EF03PL03SJ - Realiza EF03PL04SJ - Lê
capaz de ler o título, o compreende lendas a leitura de imagens e com entonação
subtítulo e o corpo de populares, identificando aprecia a leitura de adequada,
uma notícia com sua função social. textos poéticos, respeitando os sinais
366
PLE - 4ºano
1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Tema: como vivem as Tema: Bicho solto Tema: Ambiente e Tema: Cinco peles
plantas saúde
Sequência didática: Nota Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática:
de Divulgação Científica Fábula Reportagem Carta
Diversidades ou Competências a serem trabalhados
Pensamento Científico, Conhecimento; Respeito Conhecimento; Conhecimento;
crítico e criativo. aos animais. Argumentação; Respeito Argumentação;
ao Meio Ambiente. Respeito ao Meio
Ambiente.
Habilidades
Leitura/Escuta
EF04PL01SJ - Lê e EF04PL02SJ - Realiza a EF04PL03SJ - EF04PL04SJ -
compreende Notas de leitura de diferentes Identifica as Desenvolve a leitura
Divulgação Científica, fábulas, reconhecendo as características do ativa e afetiva,
compreendendo o características do Gênero Gênero Textual compreendendo o
estudado e sendo capaz de “Reportagem”, contexto de produção e
368
PLE – 5ºano
1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre
Tema: Mulheres Incríveis Tema: O que é Política Tema: Brincar e Tema: Revelando
preservar Profissões
Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática: Sequência didática:
Artigo (texto) de Opinião Diário Relato de Experimentos Infográfico
Charge/cartum Texto de Campanhas de
Conscientização
Diversidades ou Competências a serem trabalhados
Respeito às Mulheres. Responsabilidade e Conhecimento; Conhecimento;
Cidadania. Pensamento Científico; Argumentação;
Respeito ao Meio Trabalho e Projeto de
Ambiente. Vida.
Habilidades
Leitura/Escuta
EF05PL01SJ -Realiza EF04PL02SJ - Lê e EF04PL03SJ -Lê EF04PL04SJ – Lê e
leitura do Gênero “Texto compreende a ideia artigos de opinião, compreende as
de Opinião” ou “Charge”, central dos textos e compreendendo o imagens e/ou o texto
identificando o ponto de assunto trazido pelos escrito, extraindo
vista do autor. folhetos sobre o tema mesmos, bem como o deles as informações
trabalhado ao longo do posicionamento do implícitas e
bimestre. autor. explícitas.
Escrita
EF05PL05SJ - Realiza EF05PL06SJ - Elabora EF05PL07SJ -Escreve EF05PL08SJ -
produções escritas de opinião e a expressa por textos, expressando sua Pesquisa e analisa as
acordo com os gêneros escrito, por meio de textos opinião, sendo textos profissões do futuro,
estudados, defendendo coerentes e coesos. para produção de
seu ponto de vista. individuais e coletivos, infográficos, legendas
respeitando as normas dos e relatórios.
Gêneros textuais “Diário” EF05PL09SJ -
e “Textos de Campanha Mostra-se capaz de
de Conscientização”. sintetizar ideias.
Oralidade
EF05PL10SJ - Emite EF05PL11SJ - Expressa EF05PL12SJ - Lê com EF05PL14SJ -
opiniões referentes ao sua opinião na oralidade, entonação adequada, Debate a respeito das
gênero “Texto de contribuindo para a respeitando a pontuação profissões
Opinião” ou “Charge”, construção de textos dos textos. pesquisadas, sendo
respeitando as diferenças coletivos. EF05PL13SJ - capaz de argumentar
culturais e defendendo, Participa dos momentos de forma respeitosa e
respeitosamente, suas de fala, exercendo a coerente, sustentada
ideias em debates e rodas em dados coerentes
de conversa. escuta atenta e (de acordo com a
escolha feita).
370
expressando sugestões e
argumentos.
Análise Linguística
EF05PL15SJ - EF05PL16SJ - Exercita a EF05PL17SJ - Produz EF06PL18SJ -
Compreende e aplica as revisão de seus textos, textos respeitando as Conhece o Gênero
regras gramaticais adequando-os aos gêneros normas ortográficas e Textual
referentes ao Gênero textuais estudados. utilizando “Infográfico”,
estudado, diferenciando a adequadamente os sinais identificando suas
defesa oral de ideias da de pontuação, características;
aplicação das regras na paragrafação e EF05PL19SJ -
escrita. acentuação gráfica. Relaciona as imagens
com a síntese de
dados coletados, de
forma harmoniosa.
Estratégias/ Metodologia
Sequência Didática sobre Sequência Didática sobre Sequência Didática Sequência Didática
o tema/ gênero. o tema/ gênero. sobre o tema/ gênero. sobre o tema/ gênero.
Introdução da Temática a Introdução da Temática a Introdução da Temática Introdução da
partir do Livro Didático; partir do Livro Didático; a partir do Livro Temática a partir do
Momentos de Momentos de Didático; Livro Didático;
socialização e construção socialização e construção Momentos de Momentos de
de hipóteses; de hipóteses; socialização e socialização e
Pesquisas e tarefas de Pesquisas e tarefas de construção de hipóteses; construção de
casa. casa. Pesquisas e tarefas de hipóteses;
Pesquisa e leitura de Filmes, músicas, textos casa. Pesquisas e tarefas de
diferentes fontes informativos e casa.
(biografias, charges, propagandas. Debates.
plataformas digitais que
possibilitam a expressão
de ideias e opiniões).
Produção(ões) de Texto(s) Sugerida(s)
Criação de memes em sites Vídeos de entrevistas com Criação de jogos pela Tabular as profissões
específicos; mulheres da comunidade, turma (utilizando presentes nas famílias
criação de charges/cartuns, cujo roteiro preveja o materiais reciclados); dos alunos;
em sites específicos, sobre combate às intolerâncias e Registro escrito da Listar e produzir
o cenário político atual. preconceitos; produção infográficos a respeito
Artigo (pequeno texto) de Diário da turma, com (opção: diário de bordo das profissões
opinião sobre o tema registros da experiência de da turma); conhecidas dos alunos,
estudado (por meio de filmagem (vídeos de A partir dos jogos e e das que desejam
citação, posicionamento e entrevistas); brincadeiras sugeridos no conhecer/seguir na vida
criação de hipóteses); Folhetos de combate às material didático, adulta.
intolerâncias. produzir gráficos e Realizar pesquisas a
tabelas; respeito das
Realização de pesquisas características de cada
a respeito da mudança profissão, as quais
das brincadeiras entre gerarão infográficos;
diferentes gerações.
371
6.1.2 Arte
Reunidos em percurso formativo nos anos de 2018 e 2019 na Casa do Educador, o grupo
de Arte Educadores da Prefeitura Municipal de São José, coletiva e democraticamente, redigiu
esta proposta inicial para a formação do currículo no município, através do estudo dos
documentos nacionais norteadores da disciplina.
A Arte é a capacidade do ser humano de transformar uma ideia em matéria, expressar
uma visão ou abordagem sensível do mundo, seja este real ou imaginário. É uma atividade
humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da
percepção das emoções e das ideias, e por isso, constrói meios de despertar nas pessoas reações
culturalmente ricas e de aguçar o indivíduo para a apreensão do mundo. Portanto, a Arte
relaciona o indivíduo com o mundo que o cerca. Lida com todos os tipos de ideias, sensações,
emoções, crenças e outros conceitos abstratos transformando-os em algo concreto: cores, tintas,
traços, gestos, palavras… e a recepção da Arte é diferente para cada um de nós, além de ser
diferente em cada momento da nossa vida. Herbert Read (2013) define que a Arte é o esforço
do ser humano para entrar em compasso com os ritmos constantes da vida. Tal conceito amplia
o campo da Arte que, vista assim, entra em todas as disciplinas do currículo.
A história do ensino da Arte no Brasil é marcada pela dependência cultural. Devemos
pensar primeiro nos indígenas que aqui habitavam e tinham uma visão de Arte ligada à vida
cotidiana.
O primeiro produto cultural brasileiro de origem erudita foi o Barroco, que trazido de
Portugal, recebeu da criação popular, características nacionais: artistas e artesãos brasileiros, à
maneira antropofágica, criaram um Barroco com distinções formais em relação ao Barroco
europeu. O ensino da arte barroca tinha lugar nas oficinas sob a orientação de um mestre, única
educação artística popular na época.
A primeira institucionalização do ensino de Arte foi a Missão Francesa (1816) com o
modelo neoclássico (cópia como elemento principal), um dos poucos modelos com atualidade
no país de origem no momento de sua importação para o Brasil. Normalmente os modelos
estrangeiros eram tomados de empréstimo de maneira já enfraquecida e desgastada. A Missão
Francesa foi de fato uma invasão cultural de cunho elitista.
372
branco, mas com o indígena, o africano e o asiático. Ao tomar contato com essas diferenças, o
aluno flexibiliza suas percepções visuais e quebra preconceitos. O estudante desenvolve sua
sensibilidade, percepção e imaginação, tanto realizando formas artísticas quanto apreciando e
conhecendo as formas produzidas por ele e por seus colegas, pela natureza e nas diferentes
culturas.
Entendemos que a Abordagem Triangular traz um outro jeito de olhar para o ensino de
Arte com a intenção de ampliar o repertório do estudante. A introdução da imagem da Arte na
sala de aula para ser analisada, faz com que o aluno forme sua própria iconografia. E, ao final
de um processo, deve-se questionar o que foi aprendido e o que pode ser ampliado. Troca-se a
valorização do produto pela valorização da produção (processo de criação). Nesse sentido,
estamos conscientes de que não podemos trabalhar com uma história, um artista ou uma obra
únicos. O repertório precisa conter arte popular regional, brasileira, européia, indígena,
africana, asiática, americana, enfim, ser o mais amplo possível.
Para Barbosa (2009, p. 21), “a arte tem enorme importância na mediação entre os seres
humanos e o mundo, apontando um papel de destaque para a arte/educação: ser a mediação
entre arte e o público”.
A publicação de 2000 da primeira síntese da proposta curricular da Rede Municipal de
Ensino de São José mostrou a grande dificuldade de reconhecimento do trabalho em Arte no
sentido do componente ser menosprezado pela comunidade escolar, visto como “recreação”
que incomodava pelo barulho e pela bagunça. Já chamava a atenção o fato de haver apenas
uma aula por semana e a falta de um espaço adequado para o fazer artístico. Diante disso, o
grupo de professores em formação continuada se empenhou em demonstrar que a Arte deve
ser reconhecida como uma área de conhecimento que oferece múltiplas alternativas de
aprendizagem e desenvolvimento, já pautado na Proposta Triangular:
O professor, então, explora essas zonas de contato entre as linguagens artísticas com o objetivo
de instaurar processos de pesquisa que abarcam e extrapolam as fronteiras da própria arte.
A proposta curricular de 2000 esclareceu que a busca por inter-relações entre as
diferentes linguagens artísticas não significa que o professor deva ser polivalente, já que apenas
um especialista pode se aprofundar no trabalho com essa linguagem e criar, de forma
consistente, vínculos com as outras, explorando múltiplas possibilidades do fazer e fruir arte
em sala de aula.
O Caderno pedagógico de 2008 confirmou os objetivos do documento de 2000 e
chamou a atenção para a importância da escola josefense levar em conta a diversidade da
origem étnico-cultural dos alunos. “É importante não negar os interesses urbanos atuais dos
alunos, mas valorizar também suas raízes rurais, negadas e inviabilizadas na cidade.” (SÃO
JOSÉ, 2008. p. 22). Posição que possibilita o respeito à cultura da comunidade escolar
(memória local da arquitetura, cerâmica, música, festas etc) e que pode incentivar a
participação da população na escola.
A legislação atual enfatiza os processos de produção artística específica – musical,
visual, cênica e da dança, com conteúdos próprios. Mas, apesar de todos os esforços e discursos
políticos em favor da especificidade de cada arte, ainda há Redes de Ensino que continuam
interpretando a área de Arte como educação artística, conforme previa a Lei 5692/71.
A Base Nacional Comum Currricular (BNCC), renova esse posicionamento e propõe a
articulação dessas quatro linguagens para a produção de saberes que envolvem a construção
dos fenômenos artísticos e de práticas que englobam o ler, o produzir, o refletir, o criar e o
construir. O processo de aprendizagem da Arte se dá através das formas de expressão que
envolvem a sensibilidade, a intuição, a subjetividade, as emoções e o pensamento. Assim, a
Arte contribui para o respeito à diversidade, para que o estudante possa compreender e fazer
uma análise crítica em relação à complexidade do mundo, bem como promover um diálogo
intercultural, algo que ajuda no exercício da cidadania.
A aprendizagem da Arte não pode ser vista e apenas trabalhada através de códigos e
técnicas como outrora. A BNCC (2017) valoriza o processo de aprendizado e o
desenvolvimento criativo e humano do estudante, tornando essa etapa tão importante quanto o
resultado final.
O processo é trabalhado em seis dimensões do conhecimento que demandam discussões
durante a formação inicial e continuada dos arte educadores, para que sejam realmente tratadas
como linhas permeáveis que contemplem questões críticas, éticas, estéticas, políticas e
376
culturais, em diálogo com a proposta da Rede Municipal de Ensino de São José, pautada pelo
reconhecimento das Diversidades e pelo respeito aos Direitos Humanos.
As seis dimensões do conhecimento são as seguintes:
• CRIAÇÃO - voltada para a ação do estudante diante de um pensamento onde ele vai atuar e,
dentro das suas ideias e análises, produzir algo que é próprio dele, dessa construção
desenvolvida junto a toda apreciação que fez. Envolve o fazer artístico desse estudante dentro
de uma intencionalidade que foi gerada através de uma prática investigativa. Trata das
inquietações, dos conflitos e das tomadas de decisão nas práticas artísticas, estéticas e culturais,
tanto do estudante, individual e coletivamente, quanto do arte educador.
• CRÍTICA - voltada para as impressões que impulsionam os estudantes, com base nas relações
estabelecidas entre as diversas experiências e manifestações artísticas e culturais que eles já
trazem, em direção a novas compreensões do espaço em que vivem. Através do estudo e da
pesquisa, articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos, políticos,
históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais.
• ESTESIA - voltada para o corpo como protagonista em sua totalidade: emoção, percepção,
intuição, sensibilidade e intelecto. Envolve uma experiência sensível através do espaço, dos
sons, das cores, das imagens, do próprio corpo, assim como suas materialidades. Articula a
sensibilidade e a percepção, como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo.
• EXPRESSÃO - voltada para uma situação em que o estudante possa exteriorizar, de forma
individual e coletiva, todo o processo de construção do fenômeno artístico. Emerge da
experiência artística com os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários
específicos e de suas materialidades.
• FRUIÇÃO - relacionada ao deleite, à apreciação, ao estranhamento, ao entusiasmo, à reflexão
ao participar de práticas artísticas e culturais. Implica disponibilidade dos estudantes para a
relação continuada com o objeto/espaço/obra observados, vindos das mais diversas épocas,
lugares e grupos sociais.
• REFLEXÃO - envolve a construção de argumentos que acontecem após a fruição, as
experiências e os processos criativos, artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e
interpretar as manifestações artísticas e culturais, tanto como criador quanto como leitor.
Todo esse processo não acontece de forma estanque. Há um diálogo com as 10
competências gerais, com as competências específicas da área e com as competências do
componente curricular, proporcionando ao estudante ter um olhar crítico e participativo diante
do mundo, para que possa interagir de forma mais ativa.
377
10
Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação,
ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
2 0
3 0
Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material
e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.
4 0
Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente
aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade
brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as
nas criações em Arte.
5 0
Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e
colaborativo nas artes.
6 0
Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções
artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das
comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos
tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural,
histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as
diversidades.
7 0
Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo,
de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da
arte na sociedade.
80
Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas,
tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e
apresentações artísticas.
9 0
Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas
integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias
de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas
condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas
articulações.
Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação
artística.
378
A área contempla e abraça com entusiasmo essa diversidade de posturas que é fruto de
diferentes estudos, interesses, repertórios, metodologias e modos de se relacionar com o
mundo. Sendo assim, dirigimos nosso olhar aos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
do ensino de Arte, a fim de estabelecer parâmetros que regulamentam a estrutura de trabalho
dos arte educadores da Rede Municipal de São José, consolidando as ações formativas de
aprendizagem e apoiando a atividade docente em práticas mais efetivas.
Cabe ao professor-artista desenhar o seu plano de ensino como um percurso criativo,
lúdico e inventivo. E, tendo clareza das competências e habilidades que o estudante deve
vivenciar, pode nortear em um percurso, situações diversas de fruição e nutrição estética como
intervenções, interações, diálogos e ações poéticas.
A diversidade de propostas e atuações dos arte educadores na Rede fortalecem a troca
de conhecimentos e a afirmação da pluralidade, tornando o ensino de Arte mais vivo, autêntico
e interessante.
No nosso entendimento da BNCC, o professor na sua habilitação específica faz o
diálogo com as outras modalidades considerando o conceito de arte contemporâneo, quando
propõe:
[...] que a abordagem das linguagens articule seis dimensões do conhecimento que,
de forma indissociável e simultânea, caracterizam a singularidade da experiência
artística. Tais dimensões perpassam os conhecimentos das Artes Visuais, da Dança,
da Música e do Teatro e as aprendizagens dos alunos em cada contexto social e
cultural. Não se trata de eixos temáticos ou categorias, mas de linhas maleáveis que
se interpenetram, constituindo a especificidade da construção do conhecimento em
Arte na escola. Não há nenhuma hierarquia entre essas dimensões, tampouco uma
ordem para se trabalhar com cada uma no campo pedagógico. (BRASIL, 2017, p.
194, grifo do autor).
Embora procuremos ressaltar o foco do professor em situar seu plano de ensino no que
é específico da linguagem de seus estudos e pesquisa, também ressaltamos a necessidade da
organização de projetos que proporcionem o trabalho no que é comum a todas.
É de extrema importância que o arte educador josefense participe de toda produção
cultural do entorno com visitas aos centros de cultura, museus, teatros, cinemas, feiras, para
que possa viver de forma intensa esse fazer artístico e levar essa vivência para os estudantes
com a intenção de motivá-los para que esse contato com a Arte esteja cada vez mais presente
na vida deles.
Viviane Mosé (2013) questiona se o professor José Pacheco - um dos idealizadores da
Escola da Ponte, que se notabilizou pelo projeto educativo inovador, que se desvia do modelo
379
[...] Sem pragmatismo, direi que uma boa abordagem integradora das áreas ditas
menores potencia o desenvolvimento das áreas ditas nobres. Porém, isso só é possível
se o próprio professor também se desenvolver esteticamente e integralmente.
Ninguém dá aquilo que não tem. Os professores não ensinam aquilo que dizem,
transmitem aquilo que são. E aqueles de que a escola dispunha nunca tinham fruído
uma suíte de Bach para violoncelo. E quem não se comove com uma suíte de Bach
para violoncelo nunca viveu. A partir do momento em que os professores foram
encarados como pessoas, foram aceitos como eram, nos foi dada a possibilidade de
compreender que a formação humana do profissional da educação começa na poesia,
na música. A transformação da pessoa, a partir do que a pessoa é, do sujeito, porque
onde não há uma pessoa não existe algo onde colocar o profissional. Quando se
propicia ao professor a possibilidade de se realizar como pessoa, todo o resto
acontece. Não há alunos autônomos de professores que não o são. Não há alunos
criativos se o professor não for criativo. Quando o professor estabelece que todos
devem fazer o mesmo palhacinho, pintado da mesma maneira, ou que a lua tem que
ser de determinada cor, o desenvolvimento da criatividade fica comprometido. (José
Pacheco, apud MOSÉ, 2013, p. 300)
Para Mirian Celeste Martins (2009) a forma mais potente de organizar o ensino da Arte
é por meio de projetos. Em um processo de ensino-aprendizagem em Arte sob esta ótica estão
presentes algumas premissas:
• uma temática (conjunto de perguntas e ideias que se articulam a partir da leitura de
necessidades, interesses e faltas apresentadas pelos alunos;
• uma sequência de situações de aprendizagem que leve o estudante a perseguir respostas,
problematizando, desvelando pensamentos/sentimentos e ampliando referências. Sequência
que vai se estruturando pela análise dos seus resultados, levando a novas ações;
• o uso de códigos da linguagem da Arte para concretizar o que se quer expressar e comunicar,
além de ler e conhecer os objetos da produção artística da Humanidade e
• o ato de desvelar ou ampliar como ações que se alimentam de modo argumentativo no sentido
de mostrar o que está velado e abrir novas possibilidades e potencialidades.
É uma possibilidade de sintonizar os conteúdos que queremos ensinar com aqueles que
os estudantes trazem para proporcionar ao grupo situações de aprendizagem nas quais escolher,
propor, opinar, discutir, decidir e avaliar são desenvolvidas. Em síntese, o trabalho do estudante
com projetos está pautado na ação-reflexão-ação.
Na avaliação iniciante (1º momento) é vital criar situações para sondar o repertório dos
aprendizes, seja observando suas produções realizadas sem nossas intervenções, seja dando
espaço para ouvi-los. É papel do arte educador organizar a ação, escolher materiais adequados
para a sondagem e preparar o ambiente. É importante observar a sua ação expressiva, isto é,
380
seu interesse, soltura, indiferença, pedido constante ou não de ajuda etc. Também a maneira
como expressam seus pensamentos ou sentimentos por meio do teatro, da música, da dança e
das artes visuais. O processo de exploração e manipulação do material, do espaço etc. As
temáticas que estão presentes em suas produções. Suas preferências estéticas - quais as obras
preferidas e quais as desprezadas. Sua interação no grupo e a relação entre educando/educador.
Após a ação pedagógica, o arte educador deve observar e refletir sobre a leitura das
produções realizadas pelos estudantes, analisando os trabalhos que deixaram registro concreto,
ou relembrando as produções efêmeras na música, na dança, no teatro etc. Assim como refletir
sobre a articulação e as relações entre o conteúdo que é preciso trabalhar e o repertório que os
estudantes trouxeram. A avaliação iniciante nos faz encontrar um foco de estudo.
No encaminhamento de ações (2º momento) devemos desenvolver o projeto, ampliando
suas possibilidades e sempre voltar aos objetivos traçados para que não se perca de vista o foco
de estudo.
Há muitas possibilidades de intervenção que podem ser oferecidas como situações de
aprendizagem, instigando a criação, a percepção e o contato com a arte. Mudar o
espaço físico, entrar na sala trazendo uma “surpresa”, oferecer aos aprendizes um
suporte diferente em cor, tamanho e textura, variar a postura corporal para o fazer,
ficando de pé, deitados ou sentados no chão, e propor subgrupos de acordo com algum
critério diferente são alguns modos possíveis de intervir. Tudo isso pode renovar a
criação e a ousadia de pensar, sentir e imaginar por outras perspectivas. (MARTINS,
PICOSQUE, GUERRA, 2009, p. 161)
Por fim, a sistematização (3º momento) pode acontecer quando encerramos cada aula
(ou quando a começamos relembrando o que aconteceu na anterior) ou quando terminamos um
projeto. Os estudantes retomam o que criaram e produziram, o que perceberam e analisaram e
o contato que tiveram com a produção artístico-estética da Humanidade no contexto conceitual,
histórico e cultural.
Na medida em que os educandos discutem o mundo da cultura, vão explicitando seu
nível de consciência da realidade, em que estão implicados vários temas. Para Paulo Freire
(2016, p. 193) “Vão referindo-se a outros aspectos da realidade, que começa a ser descoberta
em uma visão crescentemente crítica. Aspectos que envolvem também outros tantos temas”.
A avaliação processual em Arte exige planejar propostas que dialoguem com o percurso
de aprendizagem dos estudantes e potencializem as conexões entre a produção, a leitura da
obra de arte e a contextualização. Também é preciso assegurar que as propostas de produção
não tenham papel secundário, ficando a serviço de outras aprendizagens, como outrora. Devem
ser flexíveis a ponto de favorecer diferentes construções, de acordo com os processos
individuais e os da turma.
381
Assim, a avaliação precisa ser coerente, contínua, formativa, clara para os estudantes e
integrada à prática artística. Entendemos que os produtos finais nem sempre revelam as
aprendizagens. Portanto, é preciso avaliar os processos de criação dos estudantes bem como
ajudá-los a tomar consciência dos seus percursos de aprendizagem em Arte.
Como instrumento para a avaliação processual temos o portfólio, que para Hernández,
como um continente de diferentes tipos de documentos,
[...] é algo mais do que uma recompilação de trabalhos ou materiais colocados numa
pasta, ou os apontamentos e notas tomadas em sala de aula e passadas a limpo, ou
uma coleção de lembretes de aulas colados num albúm. [...] O que caracteriza
definitivamente um portfólio como modalidade de avaliação não é tanto seu formato
físico (pasta, caixa, CD-ROM etc.), mas sim a concepção de ensino e aprendizagem
que veicula. O que definitivamente o particulariza é o processo constante de reflexão,
de contraste entre as finalidades educativas e as atividades realizadas para sua
concepção, a maneira como o aluno explica seu próprio processo de aprendizagem,
como dialoga com os problemas e temas da série e os momentos-chave em que o
estudante considera (e coloca para contraste com o grupo e com o professor) em que
medida superou ou localizou um problema que dificulta e/ou permite continuar
aprendendo. (HERNANDEZ, 2000, apud MARTINS, PICOSQUE, GUERRA,
2009, p. 132).
Depois, para além disso, é importante que o professor propicie uma prática constante
de auto-avaliação para os estudantes, que se torne uma rotina, incorporada ao
planejamento, com instrumentos elaborados para esse fim e, especialmente, que os
resultados obtidos da auto-avaliação sejam utilizados, seja em conversas individuais,
tarefas orientadas ou exercícios de grupo. [...] A auto-avaliação quando realizada no
grupo significa verificar e avaliar, no coletivo, se os propósitos estabelecidos com o
grupo estão sendo contemplados. (BRASIL, 2007, p. 36, grifo do autor).
forma de contato mais íntimo com a própria atuação e pensamento de educador “[...] seja
revendo caminhos dos projetos, alterando métodos, buscando novas alternativas, reforçando
conteúdos, seguindo em frente, retrocedendo ou mudando totalmente a direção.” (MARTINS;
PICOSQUE; GUERRA, 2009, p. 135).
É preciso destacar também que é necessário fazer propostas que orientem o foco da
aprendizagem para acontecimentos artísticos fronteiriços, de limites apagados, que cruzam os
limites culturais e artísticos e que podem ser chamados de: hibridação, contaminação,
fronteiriço, transversalidade, complexidade, liminaridade. Neste sentido, o componente Arte
em contato direto com as expressões artísticas atuais, dispõe da possibilidade da integração de
diversas linguagens expressivas para a aquisição de conhecimento abrangente e integrador.
REFERÊNCIAS
ALVES, Jucélia Maria org. O Ensino da Arte em Foco Florianópolis: Ed. da UFSC, 1994.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos. 1ª reimp.
da 7ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2009.
BRASIL. Lei No 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 6377, 12 ago. 1971.
______. Lei No 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Brasília, 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm . Acesso em: 12 maio 2019.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf .
Acesso em: 14 out. 2019.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Indagações sobre o
currículo. Currículo e Avaliação. Brasília, DF: MEC, 2007. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag5.pdf Acesso em 28 out. 2019.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 60. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
FUSARI, Maria Felisminda de Resende; FERRAZ Heloísa Corrêa de Toledo. Metodologia do
ensino da arte: fundamentos e proposições – 2. ed. rev. eamp. – São Paulo: Cortez, 2009.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria Terezinha Telles. Teoria e
prática do ensino de arte: a língua do mundo: volume único: livro do professor. – 1. ed.
– São Paulo: FTD, 2009.
MÖDINGER et al, Artes visuais, dança, música e teatro. In: SANTA CATARINA.
Secretaria de Estado da Educação. Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino
Fundamental do Território Catarinense, 2019.
384
APÊNDICE A
● a experimentação e a leitura dos diferentes modos da linguagem visual como desenho, pintura,
recorte, colagem, modelagem, dobradura e escultura, usando de forma sustentável os materiais
da natureza e do cotidiano - com incentivo da aplicação dos 5 Rs da sustentabilidade (reduzir,
reutilizar, re-educar, reciclar e repensar).
● a expressão musical usando o corpo como instrumento expressivo - boca, mão e voz como
recursos sonoros criando ritmos e melodias ;
● o conceito de paisagem sonora, com base nas propriedades do som (intensidade, timbre,
altura, duração), exercitando-as em objetos do cotidiano;
● a apreciação de diferentes formas, gêneros e estilos musicais;
● a leitura de imagens ampliando o repertório acerca da pluralidade artística e suas
possibilidades (grafite/espaço urbano/texturas/superfície);
● o universo da arte popular (cenografia, dança/coreografia e música) valorizando a cultura local
e regional - Boi de Mamão;
● as expressões teatrais do cotidiano discutindo estereótipos, identidades, diversidade cultural e
social.
Esses jogos e brincadeiras devem favorecer a espontaneidade estética e a capacidade de criação das
crianças, já que a invenção e a representação estão presentes. A percepção das formas traz mais
recursos também linguísticos para ser expressa e compartilhada. Há noções que podem ser iniciadas
como: o que é pintura, desenho, escultura, cores claras, escuras, traçado forte, fraco, além de
relações de tamanho e de posição. Também noções simples como a de pintor/a, músico/a, maestro
ou maestrina e ator ou atriz podem ser enfocadas desde que inseridas no contexto das experiências
expressivas das crianças. Uma situação inventada e uma história tornam-se o meio de ordenação do
material sonoro, cênico e é assim que vivenciam a essência do seu fazer artístico.
Por isso é importante promover um projeto integrador que correlacione as linguagens artísticas com
a cultura popular.
Artes visuais Contextos e (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes
práticas visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o
repertório imagético.
Dança Contextos e (EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de
práticas manifestações da dança presentes em diferentes contextos,
cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de
simbolizar e o repertório corporal.
Música Contextos e (EF15AR13) Identificar e apreciar criticamente diversas
práticas formas e gêneros de expressão musical, reconhecendo e
analisando os usos e as funções da música em diversos
contextos de circulação, em especial, aqueles da vida
cotidiana.
388
Por uma ótica pessoal de ver/pensar/sentir o mundo, as crianças devem exercitar esse pensar
imaginativo, abordando:
● a leitura de obras de arte da cultura brasileira com a diversidade das raízes culturais indígenas,
africanas, européias e as bases da colonização josefense;
● a contextualização das manifestações populares da dança e da música, refletindo sobre as
raízes culturais históricas na relação entre música e dança contemporâneas e a própria
expressão da criança (conhecimento prévio adquirido com a vivência familiar);
● os aspectos estéticos e culturais das criações africanas (artes visuais e cênicas, dança e
música), considerando a rica diversidade e complexidade do continente, analisando e
debatendo estereótipos e preconceitos;
● os conceitos básicos da cor fazendo experiências com as cores primárias e secundárias,
quentes e frias, os tons, seus efeitos, o círculo cromático, assim como as funções e
possibilidades da tinta, seus diferentes tipos e especificidades;
● os jogos dramáticos (faz de conta a partir de obras visuais, releitura dramatizada de contos,
fábulas, imagens e jogos de imitação);
● os processos de investigação, leitura e fazer artístico experimentando desenho, pintura,
recorte, colagem, dobradura, modelagem e escultura.
● os instrumentos musicais africanos relacionando-os com a produção musical do Brasil para
compreender as influências e matizes culturais que constituem a cultura brasileira;
● a arte circense e suas características (espaço público, questão familiar, diversidade);
● os gêneros de expressão musical popular, contemporânea, folclórica e étnica: africana,
quilombola, indígena, regional, entre outras.
Os signos construídos pelas crianças são pautados nas suas referências pessoais e culturais, no
registro de suas preferências e prioridades, nas características que enfatizam ou excluem. O arte
educador, a partir desse movimento expressivo, deve possibilitar à criança inventar, propor novas
relações e criar a partir das suas próprias ideias. Nesse processo, é importante perceber por meio da
observação e da escuta o que as crianças já sabem e quais as suas perguntas. Curiosidades que
devem ser geradoras de projeto integrador entre as diferentes linguagens artísticas (visual, cênica,
música e dança).
389
As ações coletivas, seja na linguagem cênica, musical, corporal ou plástica ganham um novo
interesse e as crianças devem ser desafiadas a investigar sobre:
● o universo das expressões e como o ser humano se comunica por meio de sons, gestos e
imagens (arte rupestre, danças circulares, capoeira, cancioneiro popular entre outras);
● o surgimento do teatro (transição entre os rituais, as brincadeiras e os espetáculos);
● o surgimento dos primeiros instrumentos musicais e as possibilidades sonoras que podem ser
exploradas com o corpo e em objetos do cotidiano;
● a arte abstrata: formas geométricas e orgânicas das estampas com influência da arte africana e
a integração de elementos como repetição, forma, composição e cor;
● o uso das formas geométricas e dos contrastes de cor na construção de ilusões (profundidade,
proporção, volume);
● os conceitos de dimensão: bidimensionalidade e tridimensionalidade
● os elementos cênicos: iluminação, sonoplastia, cenário, figurino e a relação palco/plateia;
● os elementos da linguagem da dança:, espaço de ensaio, coreografia, dança individual (solo) e
coletiva, a dança como profissão e a reflexão sobre uma alimentação adequada;
390
A produção expressiva das crianças ganha em complexidade e para conquistar sua poética pessoal
elas devem experimentar os códigos das seguintes narrativas tradicionais e contemporâneas:
● a fotografia, sua história e possibilidades, sua influência no comportamento e na própria
compreensão do indivíduo;
● a imagem em movimento como princípio da animação, com vivências na produção de
animações simples (brinquedos ópticos);
● o cinema, sua história e as especificidades da sua linguagem (cena narrada, sequência de
planos, storyboard, efeitos especiais, maquiagem e figurino, cidades cenográficas, a
sonoridade - trilha sonora e sonoplastia);
● o universo das Histórias em Quadrinhos, seu histórico nacional e internacional, seus
componentes, sua organização narrativa e a sua relação com as outras manifestações artísticas
como o cinema e as artes visuais;
● a comunicação visual, com a cultura da imagem, a fim de entender os meios, a linguagem e as
técnicas da mídia (impressa, eletrônica, digital), para desvelar os seus mecanismos internos,
contribuindo assim para uma postura crítica e não simplesmente contemplativa.
● a “escuta ativa”, capaz de perceber a música no sentido estrutural e emocional, valorizando a
produção musical de todas as épocas e culturas.
A narrativa dos acontecimentos aparece como tema nos desenhos, pinturas, peças de teatro e shows
de música. O exercício dos elementos formais amplia as possibilidades de expressão das crianças
tanto para interpretar, como para improvisar e compor.
O arte educador deve aproveitar o momento para desenvolver esse movimento expressivo
propiciando a invenção de regras e relações que geram critérios próprios, na busca de soluções
criativas e do pensamento abstrato.
Tais soluções devem alimentar esse pensamento criador com maior autonomia, como estímulo à
construção e ao exercício da identidade.
Nesse momento expressivo, as crianças costumam comparar o que é real, sua imaginação e sua
produção. Para que elas não desistam (amassem ou joguem fora suas produções), precisam ser
sensibilizadas para outras possibilidades, seja pela observação direta, pela ampliação de referências
ou por rodas de conversa sobre a produção.
A inter-relação das linguagens e suas narrativas poderá ser explorada com o uso das diferentes
tecnologias e recursos digitais.
Artes visuais Contextos e (EF69AR01) Apreciar formas distintas das artes visuais
práticas tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas
brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em
diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a
experiência com diferentes contextos e práticas artístico-
visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de
simbolizar e o repertório imagético.
Sistemas da (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão,
linguagem produtor cultural, curador, designer, entre outras,
estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das
artes visuais
Dança Processos de (EF69AR13) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas
criação e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e
culturais como referência para a criação e a composição de
danças autorais, individualmente e em grupo.
(EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas
em dança vivenciadas na escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e preconceitos.
394
A conversa sobre os conceitos e a história das linguagens artísticas na criação de uma identidade
brasileira com ênfase na valorização das nossas raízes africana/ indígena e como isso reverbera no
nosso comportamento atual, relacionando arte, mídia, mercado e consumo, deverá servir como
norte para um projeto integrador.
Artes visuais Contextos e (EF69AR01) Pesquisar e analisar formas distintas das artes
práticas visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas
brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em
diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a
experiência com diferentes contextos e práticas artístico-
visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de
simbolizar e o repertório imagético.
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais,
contextualizando-os no tempo e no espaço.
Processos de (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais,
criação proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de
criação nas suas produções visuais.
Dança Elementos da (EF69AR11) Experimentar e analisar os fatores de
linguagem movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como
elementos que, combinados, geram as ações corporais e o
movimento dançado.
Processos de (EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos
criação (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etc.) e espaços
(convencionais e não convencionais) para composição
cênica e apresentação coreográfica.
Música Contextos e (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação
práticas musical, usos e funções da música em seus contextos de
produção e circulação, relacionando as práticas musicais às
diferentes dimensões da vida social, cultural, política,
histórica, econômica, estética e ética.
(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes
meios e equipamentos culturais de circulação da música e do
conhecimento musical.
Teatro Contextos e (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos,
práticas contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a
aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.
Processos de (EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções
criação teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico
coletivo e colaborativo.
396
As experiências e os sentimentos dos adolescentes, ganham o interesse pela história e pelo diálogo
com o mundo da Arte. A interpretação torna-se um processo público e, para que aconteça um
diálogo entre as próprias impressões e as impressões dos outros, nas aulas de Arte devem ser
provocados a problematizar sobre:
● os diferentes tipos de patrimônio cultural (mundial e natural), sua representação visual e a
seleção/, classificação/catalogação de um patrimônio;
● os museus como mediadores culturais ativos (visitas virtuais e a relação com o turismo);
● a Dança como patrimônio cultural imaterial (pelo mundo e pelo Brasil) e a valorização dos
mestres da cultura brasileira;
● a Música como patrimônio cultural (a musicalidade do samba, do carimbó e dos povos
indígenas brasileiros);
● o Teatro e o espaço urbano tendo a escola e a cidade como patrimônio de todos (intervenções
urbanas);
A educação patrimonial se faz importante no município de São José como cidade histórica. O
adolescente deverá relacionar a arte popular regional, nossas festas e manifestações culturais com
a arte contemporânea, nossos artistas, e travar relações mais fortes com as questões locais:
políticas, sociais, artísticas, estéticas e conceituais.
Para que possa poetizar, fruir e conhecer o campo da linguagem visual deve ter a possibilidade de
conhecer monumentos, edifícios, museus e seus acervos, sítios arqueológicos etc.
Na linguagem da dança deverá ter experiência com os acervos de registros fotográficos
audiovisuais.
Na linguagem da Música deverá envolver-se com a música erudita, popular e étnica. E na
linguagem cênica, ter experiência com o patrimônio cultural teatral, suas edificações, os acervos
de trajes de cena e cenografias, os acervos de registros fotográficos e em audiovisual de
espetáculos etc.
Um projeto integrador que envolva exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas,
deverá ser articulado para que entrem em jogo, somando as especificidades dos conceitos, fatos,
procedimentos, atitudes, valores e normas próprias das linguagens artísticas.
Ou seja, primando pelo compromisso com a prática docente inclusiva, não pode o
professor prescindir da reflexão sistemática, diagnóstica e redirecionadora de seu trabalho,
pois, como nos lembra Paulo Freire em sua Pedagogia da Indignação, a escola pública possui
dever social.
aulas, pesquisa, consultoria com a supervisão de sua(s) unidade(s), atendimento aos pais,
reuniões e formação continuada promovida pela prefeitura.
Para instrumentalizar de modo efetivo a organização dos professores, as formações são
realizadas sempre no mesmo dia da semana, mensalmente. Os professores de espanhol e inglês
as realizam, geralmente, na terceira sexta-feira de cada mês, ao longo do ano letivo, totalizando
40h de formação continuada in-service (em serviço). O formador que mais esteve à frente do
grupo nos últimos anos, inicialmente, por convênio do município com a FEPESE e,
posteriormente, como coordenador institucional do PIBID (UFSC), foi o professor Hamilton
de Godoy Wielewicki, que deixou como herança a confiança a qual hoje nossos colegas têm
em compartilhar seu trabalho e receberem a apreciação e contribuição de seus colegas em
momentos de motivadora e significativa socialização na Casa do Educador.
Nos anos de 2018 e 2019, professores da própria rede assumiram, a convite da secretaria
de educação, sem ônus para os cofres públicos ou qualquer dispensa de sua já existente carga
horária, a condução das formações, discutindo a recém-aprovada BNCC, Base Nacional
Comum Curricular (BRASIL, 2017).
Como já anteriormente exposto, os cursos superiores de docência na língua estrangeira
têm carência de disciplinas que preparem os acadêmicos para atuarem nos anos iniciais. Faltam
diretrizes, parâmetros, experiências, documentos oficiais com os quais os futuros professores
possam preparar-se.
Nesse contexto, desde o ano passado, a Universidade Federal de Santa Catarina, por
meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), tem oportunizado,
a alguns estudantes de Letras-Inglês, a interação e docência-aprendiz na escola pública nas
salas de aula do Colégio Municipal Maria Luiza de Melo, sob a orientação e tutoria da
professora Vanice da Rosa Zottis, professora efetiva da rede. Os alunos recebem uma bolsa
modesta para custearem seu deslocamento e outras necessidades e, em troca, passam pelo crivo
da sala de aula e do aluno real. Em várias oportunidades, os acadêmicos estiveram presentes
em nossas formações, brindando-nos com a socialização de suas aulas criativas, inspirando-
nos, enriquecendo nosso trabalho.
Em relação ao ensino de Língua Estrangeira nos anos finais, um elemento importante é
a disponibilização de livros didáticos através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD),
que tem como finalidade oferecer gratuitamente livros didáticos de diversas disciplinas,
inscritos mediante edital e selecionados para a composição do Guia de Livros Didáticos para
três segmentos da escolarização básica. Iniciado em 1995, foi somente no ano de 2011 que o
405
Programa avaliou livros didáticos para as disciplinas de Línguas Estrangeiras Modernas (LEM)
– Inglês e Espanhol – no âmbito dos anos finais do ensino fundamental (EF).
Para os docentes atuantes em Língua Estrangeira na rede pública municipal de São José,
um momento marcante na sua trajetória formativa, como grupo, foi o processo decisório a
respeito das coleções do PNLD para os anos finais do EF. Reunidos na Casa do Educador em
vinte e três de agosto de 2019, determinamos coletivamente os parâmetros sob os quais
escolheríamos o livro didático a ser adotado para toda a rede municipal de ensino. Analisamos
os autores, a presença de tópicos/temas atuais relevantes com abordagem crítica,
contextualização das unidades, cultura brasileira retratada, presença de glossário e
interdisciplinaridade.
Alguns fatores motivaram o grupo a adotar um referencial único como material base
para os anos finais: a grande rotatividade de alunos ao longo do ano letivo, a possibilidade de
trocas e contribuições entre os educadores e a possibilidade de oferecer efetiva continuidade
do trabalho desenvolvido pelo(a) profissional a quem necessita-se substituir nos casos de
transferência docente ou licença por qualquer motivo. A grande rotatividade do alunado se
pode ser compreendida em face das oportunidades de trabalho e crescimento que o próspero
município de São José oferece. Via de regra, quando o aluno acompanha sua família em busca
de novas oportunidades, seja transferindo-se para outro bairro da cidade ou retornando à sua
terra natal, o mesmo leva consigo o livro didático.
Como até então, as coleções poderiam ser diferentes de escola para escola, os
educadores tiveram alguns problemas em repor o material, pois ou o aluno transferido trazia,
para a nova unidade escolar um livro didático diferente daquele ali utilizado, ou as
transferências de diferentes alunos no tempo de vigência da coleção já haviam esgotado as
reservas de livros didáticos da escola.
Assim, de comum acordo, registrando o consenso em assinaturas na presença de
representante da secretaria municipal de educação, escolhemos, respectivamente, como
primeira e segunda opção a coleção “Way to english for brazilian learners” (0313P20092) e
“Become” (0357P20092). Mais do que a decisão por uma ou por outra coleção, o elemento
fundamental nesse processo foi a busca por um caminho comum que fosse capaz de acomodar
as especificidades de cada contexto, pautado num debate profissional maduro, responsável e
respeitoso.
A formação continuada e a formação inicial dos professores são dois dos principais
elementos em todo o universo vasto que envolve a aprovação da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) em fevereiro de 2017, por meio da aprovação da LEI Nº 13.415, alterando,
406
ou podemos dizer, atualizando, mais uma vez, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Seu texto traz as orientações para a condução do processo escolar formativo das
próximas gerações desde a educação infantil até o ensino médio. São seiscentas páginas que
definem as aprendizagens iniciais que deverão orientar o fazer pedagógico de todos os
professores em nosso território de dimensões continentais e profundamente diverso.
O foco de todo o documento é a educação para a vida, o desenvolvimento de
competências, pois não basta saber, o mundo contemporâneo, em sua complexa dinâmica,
exige que os sujeitos mobilizem conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para dar uma
resposta às demandas da vida cotidiana, no pleno exercício da cidadania e de sua realização no
mundo do trabalho.
Essa tem sido a tônica das discussões pedagógicas desde as décadas finais do século
XX até o presente momento e tem orientado a maioria dos Estados e Municípios brasileiros,
assim como vários países na construção de seus currículos.
Na prática, exames internacionais conduzidos pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas (ONU) tem se
pautado, há algum tempo, por competências na hora de avaliar a qualidade da Educação de
diversos países. Os resultados dessas avaliações impactam os noticiários e produzem políticas
públicas a fim de melhorar os índices brasileiros.
Nesse cenário de inquietação, pesquisadores, docentes, especialistas e toda a
comunidade, comprometidos com a formação integral das crianças e adolescentes, elaboraram
a BNCC preconizando uma educação voltada para o acolhimento, reconhecendo, em cada
educando, o ser único que é, mas que, ao mesmo tempo, faz parte de grupos com identidades
próprias.
Não há, desse modo, como prescindir da formação do professor no que tange as
especificidades de cada faixa etária ao longo de todo o percurso da educação básica, em
especial nos anos finais do ensino fundamental, quando tomados por transformações
biológicas, sociais e emocionais, o aluno, envolto na cultura digital, necessita da mediação e
orientação do professor. A avalanche de informações a que os alunos têm acesso por meio da
rede tem formado não só consumidores, mas protagonistas da cultura digital.
Nossos alunos interagem em novas e múltiplas formas ágeis de atuação que requerem
discernimento e responsabilidade. No entanto, para que essa agilidade não se converta em
imediatismo de respostas, análises superficiais, reprodução de notícias falsas, visões
reducionistas da realidade, desqualificação da ciência e toda sorte de atuação desprovida de
407
senso crítico, deve, a escola, agir com intencionalidade pedagógica para educar e promover a
cidadania – inclusive a virtual – já que nossos alunos são nativos virtuais.
Os autores do texto que compõe a Base, cientes dos saberes necessários aos homens e
mulheres para esse novo mundo que nos cerca, elenca como resiliência, autonomia, empatia,
criatividade, autoconhecimento histórico e cultural, crítica e análise, colaboração,
comunicação, participação, abertura ao novo, produção e responsabilidade. Todos esses
saberes devem desenvolver-se na escola democrática e inclusiva, demonstrando, em seu
cotidiano, a prática educacional livre de qualquer discriminação ou preconceito, acolhendo e
respeitando as diferenças e diversidades. Não se trata de privilegiar a dimensão afetiva em
detrimento da dimensão intelectual (cognitiva). Trata-se de romper com a visão linear de
formação do humano e efetivar a educação integral, a formação global do ser.
Se um dos saberes mencionados anteriormente diz respeito à autonomia – atributo
indispensável na tomada de decisões que exige a vida real, especialmente o mundo do trabalho
– a mesma deve ser incentivada a partir do primeiro dia de aula na educação infantil, quem dirá
no restante do percurso formativo.
Por esse motivo, a fim de propiciar ampliação e aprofundamento do repertório dos
estudantes, o currículo é em espiral, ou seja, parte dos saberes já adquiridos pelos estudantes e,
respeitadas as especificidades de cada etapa, amplia, promovendo a especialização necessária
com vistas à superação da fragmentação disciplinar.
O documento recomenda que as aprendizagens dos anos iniciais sejam retomadas e
ressignificadas nos anos finais do ensino fundamental. Os professores de línguas estrangeiras
já estão há muito habituados a essa premissa, dada a variedade de níveis que compõe o alunado
que se move entre unidades escolares e, até mesmo, os alunos que sempre estiveram sob nosso
fazer pedagógico. Há dificuldades não diagnosticadas, alunos laudados ou não, realidades
sócio-afetivo-econômicas, muitas vezes, perversas que dificultam o sucesso escolar.
iniciais, dos compartilhamentos feitos por colegas e sua experiência em aproximar seu trabalho
do planejamento do professor regente.
Em nossas discussões, sempre ficou muito clara a necessidade de utilizar a classroom
language (linguagem de sala) desde o primeiro instante, habituando, desde cedo, o aluno à
sonoridade, ao contexto, à funcionalidade e intencionalidade dos enunciados trocados nas
aulas. Consoante ao momento formativo dos pequenos, as cantigas de roda, ou nursery rhymes,
abundantes em canais de streaming no Youtube, muitas das mesmas com versões em nossa
língua materna, têm provado ser de muita valia pedagógica formativa.
Como atividades possíveis de serem aplicadas, dentro de nossa realidade, nas turmas
dos anos iniciais, os professores da formação sugeriram maquetes em caixas de
papelão/sapatos, cartazes, colagens utilizando material concreto como panfletos de mercados,
lojas de departamentos (confecção de pictionary, dicionário de figuras), utilização de
flashcards e jogos da memória confeccionados pelos próprios alunos, dramatizações, desenhos,
utilizar relógio analógico ou digital (de papelão, real ou de brinquedo) para trabalhar as horas,
aulas de culinária ou lanches comunitários ao trabalhar os alimentos, calendário móvel em
inglês com condições climáticas, meses, dias da semana, caça-palavras, bingos, brincadeiras
variadas, árvore genealógica, horário das disciplinas na LI, etc.
Em se tratando dos anos finais, dentro da perspectiva cultural, na BNCC, a LE é vista
como ferramenta que pode contribuir para que o aluno reconheça e ocupe seu lugar no mundo,
em especial, no que concerne seu projeto de vida, seu lugar a ser conquistado no mundo do
trabalho.
Para tanto, é necessário que a sala de aula de língua estrangeira crie vida e arrisque-se,
permitindo e possibilitando, tanto aos alunos como aos professores, comunicarem-se na LE,
reafirmando o compromisso da Educação Brasileira em ampliar as perspectivas, possibilidades
e escolhas dos alunos.
A BNCC confere ao professor de línguas estrangeiras e a seus alunos a licença e o poder
legal para refletir sobre os valores e interesses de outras culturas, a fim de que os sujeitos, em
transição da infância para a adolescência, possam exercer seu protagonismo social.
Assim sendo, a análise linguística desprovida de preconceitos ou baixa autoestima em
relação à sua língua materna também tem seu lugar dentre as seis competências elencadas: deve
o aluno ser capaz, ao final desse percurso formativo, identificar similaridades e diferenças
entre a língua que esteja aprendendo e sua língua materna/outras línguas. Porém, não de
forma deslocada, puramente gramatical; mas de maneira a articular essas línguas a aspectos da
sociedade, da cultura e da identidade. Para tanto, observando o momento formativo do aluno,
409
podem ser usados vídeos, mapas, tirinhas, cartuns, gibis, músicas, áudios, imagens etc, a fim
de que o aprendizado seja o mais significativo e concreto quanto possível.
Ainda na direção do encorajamento de professores e alunos, as competências abrem um
novo horizonte: o de educar com as tecnologias, utilizando as mesmas para que surja o aluno
autor, elaborando repertórios linguístico-discursivos da língua estrangeira e abraçando a
diversidade linguística como direito, valorizando seus diferentes usos sociais contemporâneos.
Com esse ideal traçado, é necessário que o aprendiz tenha acesso a diferentes
manifestações artístico-culturais para que o contato com os patrimônios culturais e materiais
difundidos pela LE se concretize. Nesse sentido, as mídias têm papel fundamental nas aulas de
LE, uma vez que possibilita a visualização – em 360º, em alguns casos – de museus, landmarks
(marcos geográficos), obras, lugares etc.
Todas essas competências específicas, acima mencionadas, podem ser alcançadas pelo
trabalho dos cinco eixos: oralidade, leitura, escrita, conhecimento linguístico e dimensão
intercultural. Dessa forma, rompe-se com o ensino descontextualizado do conhecimento
linguístico e enfatiza-se, no fazer pedagógico diário do chão de sala, a formação de leitores
críticos e autônomos, falantes da língua franca sem qualquer melindre em relação à sua
pronúncia ou acuidade, e autores de seus próprios enunciados.
A avaliação, como vem sendo, há muito, discutida por profissionais e teóricos em
Educação, não é vista pela BNCC, pelo Documento do Território Catarinense e tampouco pelos
professores de língua estrangeira da rede municipal de São José como um fim em si, mas como
instrumento fundamental que permite verificar se as ações pedagógicas atingiram seu objetivo.
Assim, faz-se necessária a reflexão acerca dos dados colhidos por meio dos instrumentos
avaliativos escolhidos e aplicados pelo professor e, mediante os dados ali apresentados,
observar, registrar e diagnosticar quaisquer dificuldades no processo de ensino e de
aprendizagem.
Nos anos iniciais, a mesma dar-se-á pelo registro bimestral das habilidades trabalhadas
e como o aluno as desenvolveu, apropriando-se do conhecimento; nos anos finais, pela análise
das habilidades desenvolvidas pelos alunos, visando os objetivos de aprendizagem
estabelecidos pelo professor.
Referências
______. RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE DEZEMBRODE 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf Acesso em 07 dez. 2019
410
content/uploads/2019/07/Curr%C3%ADculo-Base-Ed.-Infantil-e-Ens.-Fundamental-de-SC-
1.pdf
Acesso em: 02 nov. 2019.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Tradução M. Resende. Lisboa: Edições
Antídoto, 1979. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/vigo.pdf Acesso
em 12 ago. 2019.
Citação sobre os primeiros professores de língua estrangeira no Brasil
http://www.helb.org.br/index.php/revista-helb/ano-1-no-1-12007/94-o-ensino-de-linguas-
estrangeiras-no-brasil-periodo-de-1808-1930
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Disponível em:
http://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/201202605200821164092b8a65e812866/BAKHTIN_Mi
khail._Esttica_da_Criao_Verbal._So_Paulo._Martins_Fontes_2003..pdf Acesso em 02 dez.
2019.
BRYDON, D. 2011. Local Needs, Global Contexts: Learning New Literacies. In: MACIEL,
R. F. e ARAÚJO, V. A. (Orgs). Formação de professores de línguas: ampliando perspectivas.
Jundiaí, Paco Editora. Pp.105.
ROCHA, Claudia Hilsdorf. Provisões para Ensinar LE no Ensino Fundamental de 1ª a 4ª
Séries: dos Parâmetros Oficiais e Objetivos dos Agentes. Campinas: _____, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas a outros escritos. São Paulo:
UNESP, 2000.
HABILIDADES
EF05LI01SJ - Identificar - e EF05LI08SJ – Ler e EF05LI11SJ – Refletir e EF05LI15SJ - Ler horas em
utilizar para sua própria compreender narrativas avaliar seus hábitos relógios analógicos e digitais.
organização - o registro de em primeira pessoa a alimentares.
tempo contendo o mês, dia respeito de rotinas
da semana e ano. diárias, assim como
textos autobiográficos
ou biográficos simples
e curtos.
EF05LI02SJ - Ler os EF05LI09SJ - Ser EF05LI12SJ – Pesquisar EF05LI16SJ – Perceber por
números (algarismos e por capaz de falar de si, de e socializar no grande que as estações mudam.
extenso) até um milhão. sua vida, seus grupo práticas de
familiares, sua escola, produção de alimentos
sua comunidade, rotina sustentáveis, debatendo e
diária, lazer, hobbies, refletindo com os colegas.
gostos e etc.
EF05LI03SJ – Fornecer EF05LI10SJ – EF05LI13SJ – EF05LI17SJ - Identificar as
comandos e instruções e Produzir, refletindo a Interpretar rótulos de características da Terra:
compreender enunciados de cerca de si e do outro – alimentos de forma formato, cores
atividades utilizando o sua vida familiar, crítica. predominantes, composição e
imperativo. amigos, escola – uma as formas de representação
autobiografia. da mesma.
EF05LI04SJ - Conhecer a EF05LI14SJ – EF05LI18SJ - Analisar o
organização de um dicionário Compreender e produzir alcance da língua inglesa e os
bilíngue (impresso e/ou on- os gêneros textuais seus contextos de uso no
line) para construir repertório cardápio e lista de mundo globalizado.
lexical. compras.
EF05LI05SJ - Identificar a EF05LI19SJ - Debater sobre
presença da língua inglesa na a expansão da língua inglesa
sociedade pelo mundo, em função do
brasileira/comunidade processo de colonização nas
(palavras, expressões, Américas, na África, na Ásia
suportes e esferas de e na Oceania.
circulação e consumo) e seu
significado.
EF05LI06SJ – Tomar nota EF05LI20SJ - Investigar o
de palavra desconhecida alcance da língua inglesa no
através da escuta da mesma mundo, refletindo sobre a
soletrada. mesma como língua materna,
oficial e/ou franca.
417
Atitudes e disposições Partilha de leitura, com (EF06LI12) Compartilhar ideias e opiniões sobre o que
favoráveis do leitor mediação do professor o texto lido informa/comunica.
EIXO ESCRITA: Práticas de produção de textos em língua inglesa relacionados ao cotidiano dos alunos, em
diferentes suportes e esferas de circulação. Tais práticas envolvem a escrita mediada pelo professor ou colegas e
articulada com os conhecimentos prévios dos alunos em língua materna e/ou outras línguas.
Planejamento do texto: (EF06LI13) Listar ideias para a produção de textos,
brainstorming considerando o tema e o assunto.
Estratégias de pré-escrita
Planejamento do texto: (EF06LI14) Selecionar e organizar ideias, em função
organização de ideias da estrutura e do objetivo do texto.
Produção de textos (EF06LI15) Produzir textos escritos sobre si mesmo,
Práticas de escrita escritos, em formatos sua família, seus amigos, gostos, preferências e rotinas,
diversos, com a mediação sua comunidade, seu contexto escolar e outras temáticas
do professor abordadas.
EIXO CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS: Práticas de análise linguística para a reflexão sobre o
funcionamento da língua inglesa, com base nos usos de linguagem trabalhados nos eixos Oralidade, Leitura, Escrita
e Dimensão intercultural.
(EF06LI16) Construir repertório relativo às expressões
usadas para o convívio social e o uso da língua inglesa
Construção de repertório em sala de aula.
lexical (EF06LI17) Construir repertório lexical relativo a
Estudo do léxico
temáticas abordadas (escola, família, rotina diária,
atividades de lazer, esportes, entre outros).
(EF06LI18) Reconhecer semelhanças e diferenças na
Pronúncia pronúncia de palavras da língua inglesa e da língua
materna e/ou outras línguas conhecidas pelo estudante.
(EF06LI19) Descrever sobre si mesmo, sua família,
seus amigos, gostos, preferências e rotinas, sua
Presente simples e
comunidade, seu contexto escolar e outras temáticas
contínuo (formas
abordadas utilizando o verbo to be e o presente do
afirmativa, negativa e
indicativo.
interrogativa)
(EF06LI20) Descrever ações em progresso utilizando o
Gramática presente contínuo.
(EF06LI21) Aplicar em enunciados de atividades,
Imperativo
comandos e instruções o modo imperativo.
(EF06LI22) Descrever relações interpessoais e de
Caso genitivo (‘s)
posse por meio do uso de apóstrofo (‘) + s.
(EF06LI23) Empregar os adjetivos possessivos em
Adjetivos possessivos
produções orais e escritas.
EIXO DIMENSÃO INTERCULTURAL: Reflexão sobre aspectos relativos à interação entre culturas (dos alunos
e aquelas relacionadas a demais falantes de língua inglesa), de modo a favorecer o convívio, o respeito, a superação
de conflitos e a valorização da diversidade entre os povos.
Países que têm a língua (EF06LI24) Reconhecer o alcance da língua inglesa no
A língua inglesa no mundo inglesa como língua mundo: como língua materna e/ou oficial (primeira ou
materna e/ou oficial segunda língua).
(EF06LI25) Identificar a presença da língua inglesa na
sociedade brasileira/comunidade e seu significado
A língua inglesa no (palavras, expressões, suportes e esferas de circulação e
Presença da língua inglesa
cotidiano da sociedade consumo).
no cotidiano
brasileira/ comunidade (EF06LI26) Avaliar elementos/produtos culturais de
países de língua inglesa absorvidos sociedade
brasileira/comunidade.
419
complexidade. Por ser uma área ampla e de múltiplas abordagens, destacamos prioritariamente
o trabalho a partir dos seguintes conteúdos: dimensões relativas aos conceitos de atividade física
e saúde, hábitos saudáveis, estilo de vida ativo, qualidade de vida, fundamentos da nutrição,
hábitos alimentares, postura corporal, planejamento pessoal, doenças e distúrbios relativos ao
sedentarismo, medidas e avaliações corporais, lazer ativo, entre outras especificidades relativas
aos contextos das comunidades escolares locais. Tal temática requer também iniciativas para o
envolvimento das famílias, a realização de campanhas e suporte das políticas públicas em prol
do estímulo aos ambientes escolares saudáveis.
Procedimentos Avaliativos
A avaliação é entendida enquanto processo, através do qual observamos o
desenvolvimento dos estudantes e a qualidade efetiva dos métodos e procedimentos de ensino.
Neste sentido, cabe valorizar os saberes e conhecimentos adquiridos pelas crianças desde seu
contexto cultural e social para além dos muros da escola. Desta forma, cabe aos professores e
professoras avaliarem inicialmente de forma diagnóstica o processo de desenvolvimento de
cada aluno e aluna. É importante salientar que se devem orientar os processos avaliativos para
aspectos quantitativos e qualitativos, através do acompanhamento das habilidades e
competências desenvolvidas ao longo da trajetória particular das alunas e alunos, visando a
integralidade dos sujeitos, observando as dimensões, cognitiva, motora, afetiva e social. A
escolha dos instrumentos avaliativos deverá respeitar esta multiplicidade de dimensões e o
caráter processual do desenvolvimento das competências e habilidades ao longo do ano letivo.
Referências
BRASIL. [BNCC (2017)] Base Nacional Comum Curricular 2017. Brasília, DF:
Ministério da Educação e Cultura, [2017].
NAHAS, Marcus. Vinícius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e
sugestões para um estilo de vida ativo. 7. ed. Londrina: Midiograf, 2017.
NEIRA, Marcos. Garcia. Educação física cultural: inspiração e prática pedagógica. - 1.
ed. - Jundiaí [SP]: Paco, 2018.
REGO, Teresa. Cristina. (org.) et al. Educação, escola e desigualdade. Petrópolis: Vozes,
2011.
SANTA CATARINA. [Currículo do território catarinense (2019)]. Currículo Base da
Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense de 2019.
Florianópolis,SC: Governador do Estado de Santa Catarina - Secretário de Estado da Educação
de Santa Catarina, [2019].
431
forma individual e em pequenos grupos, Elementos corporais: equilibrar, balancear, trepar, impulsionar,
adotando procedimentos de segurança. girar, saltitar, saltar, andar, correr, circundar, ondular,
rastejar,estender, rolar e outros.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para
Elementos acrobáticos: rolamento, vela, movimentos em
a execução de diferentes elementos básicos da
quadrupedia e com inversão do eixo longitudinal.
ginástica e da ginástica geral.
Manipulação/exploração de aparelhos tradicionais/não tradicionais
(EF12EF09) Participar da ginástica geral,
e espaço escolar: corda, arco, bolas de tamanhos variados,
identificando as potencialidades e os limites do
barangandam, tecidos, lençol, tolha de banho, bastões,caixas,
corpo, e respeitando as diferenças individuais e
elástico, engradados, cadeiras, bancos, pneus, trave de equilíbrio,
de desempenho corporal.
galhos de árvores, vigas de madeira, bancos, corrimãos,escadas,
(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas muros, parede, gramado, quadra.
linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), Ginástica e sua interação com as atividades circenses:
as características dos elementos básicos da conhecimentos históricos e culturais das atividades circenses;
ginástica e da ginástica geral, identificando a palhaços: diferentes técnicas e estilos; manipulações de objetos:
presença desses elementos em distintas práticas malabares com bolas, lenços, panos, saquinhos e balões.
corporais.
Unidade temática: Danças
Objeto de conhecimento: Dança criativa/dança educativa, Dança da cultura popular/folclórica
HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS (CONTEÚDOS)
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes Atividades rítmicas e expressivas: variação de ritmos musicais,
danças do contexto comunitário e regional (rodas brinquedos e brincadeiras cantadas, cantiga de roda, expressão
cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e corporal, imitação, mímica, identificação dos ritmos corporais e
recriá-las, respeitando as diferenças individuais e do mundo externo, atividades criativas, percussão corporal,
de desempenho corporal. exploração de diferentes sons (músicas e produção de sons).
(EF12EF12) Identificar os elementos Aspectos gerais: conhecimentos sobre pluralidade cultural por
constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças meio da dança.
do contexto comunitário e regional, valorizando Danças do contexto comunitário e regional: quadrilha, dança do
e respeitando as manifestações de diferentes pezinho, ciranda, gauchesca, caranguejo, forró etc.
culturas.
na escola, adequando-as aos espaços públicos Brincadeiras e Jogos: matriz indígena: peteca, cabo de guerra, perna
disponíveis. de pau; xikunahity (futebol de cabeça), tiro com arco, zarabatana
etc.; matriz africana: terra mar Moçambique, escravos de Jó,
labirinto de Moçambique, matacuzana, etc.
Unidade temática: Esportes
Objeto de conhecimento: ESPORTE DE CAMPO E TACO, ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA E PAREDE DE
REBOTE, ESPORTE DE INVASÃO
HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS (CONTEÚDOS)
(EF35EF05) Experimentar e fruir diversos Esporte de campo e taco
tipos de esportes de campo e taco, rede/parede Aspectos gerais: características, habilidades e fundamentos dos
e invasão, identificando seus elementos esportes de campo e taco.
comuns e criando estratégias individuais e Campo e taco: brincadeiras, grandes jogos e jogos pré-
coletivas básicas para sua execução, prezando desportivos que envolvam habilidades e fundamentos
pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo. relacionados ao: baseball, cricket, softball, tacobol (bete ombro)
(EF35EF06) Diferenciar os conceitos de jogo e etc.
esporte, identificando as características que os Esportes com rede divisória e parede de rebote
constituem na contemporaneidade e suas Aspectos gerais: características, habilidades e fundamentos dos
manifestações (profissional e esportes com rede divisória e parede de rebote; discussão sobre a
comunitária/lazer). influência dos padrões de desempenho, saúde e estética corporal.
Vôlei e vôlei de praia: jogos pré-desportivos e fundamentos
básicos (postura corporal, toque, manchete, saque adaptado).
Tênis de mesa: jogos pré-desportivos e fundamentos básicos
(postura corporal, empunhadura, rebatida, saque adaptado).
Tênis de campo: jogos pré-desportivos e fundamentos básicos
(postura corporal, empunhadura, rebatida, saque adaptado).
Badminton: jogos pré-desportivos e fundamentos básicos
(postura corporal, empunhadura, rebatida, saque adaptado).
Peteca: fundamentos básicos (saque, defesa, ataque).
Punhobol: fundamentos básicos (saque, defesa/passe,
levantamento, batida/ataque).
Noções sobre: pelota basca, raquetebol, squash etc.
Esporte de invasão
Aspectos gerais: características dos esportes de invasão;
discussão sobre valores do esporte e a violência nos esportes de
contato; atividades que estimulem a interação social e a criação
de estratégias para solucionar situações problemas.
Especificidades: jogos pré-desportivos do basquetebol, futebol,
futsal, handebol; ultimate frisbee.
Unidade temática: Ginásticas
Objeto de conhecimento: Ginástica de competição
HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS (CONTEÚDOS)
(EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma Aspectos gerais: características fundantes das ginásticas rítmica,
coletiva, combinações de diferentes elementos da artísticas e acrobática; promoção de vivências que primam pela
ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros, segurança na execução.
rotações, acrobacias, com e sem materiais), Ginástica rítmica: elementos corporais: formas de andar, formas de
propondo coreografias com diferentes temas do correr, formas de girar, saltitos (1º saltito, galope, chassê), saltos
cotidiano. (grupado, vertical, tesoura, passo pulo, corza, cossaco), equilíbrio
434
(EF35EF08) Planejar e utilizar estratégias para (passê, prancha facial, perna à frente, de joelhos com a perna
resolver desafios na execução de elementos lateral, frontal ou dorsal), pivots (no passê, com sustentações das
básicos de apresentações coletivas de ginástica pernas à frente), ondas: lateral, ondas antero-posterior, postero-
geral, reconhecendo as potencialidades e os anterior e lateral, onda de peito no chão); exploração dos
limites do corpo e adotando procedimentos de aparelhos: corda, arco, bola, maças e fita; música: elaboração de
segurança. composições coreográficas a mãos livres e com aparelhos.
Ginástica artística: elementos de solo: rolamentos para frente e
para trás grupado, parada de mãos, parada de cabeça, roda,
rodante, reversão; exploração dos aparelhos: trave de equilíbrio,
barra fixa, mesa de salto, paralelas simétricas (podem ser
utilizados aparelhos alternativos como bancos, mesas, plintos,
galhos etc.).
Ginástica acrobática: fundamentos: exercícios de equilíbrio
corporal (equilíbrio dinâmico e estático em duplas e trios),
exercícios individuais de solo, exercícios de pegas e quedas;
figuras de equilíbrio em duplas: contrapeso, posições básicas da
base e do volante sem inversão do eixo longitudinal; figuras de
equilíbrio em trios: posições básicas da base, do intermediário e do
volante sem inversão do eixo longitudinal.
Unidade temática: Danças
Objeto de conhecimento: Dança educativa/ dança criativa, Dança da cultura popular/folclórica
HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS (CONTEÚDOS)
(EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças Dança educativa/dança criativa
populares do Brasil e do mundo e danças de Aspectos gerais: percepção e expressão corporal por meio de
matriz indígena e africana, valorizando e danças que possibilitem trabalhar com a diversidade dos corpos
respeitando os diferentes sentidos e significados por meio da linguagem corporal; características das diferentes
dessas danças sem suas culturas de origem. manifestações (movimento, espaço e tempo, instrumentos musicais
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos e vestimentas).
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço, Manifestações possíveis: danças coletivas, danças de improvisação
gestos) em danças populares do Brasil e do (individual, dupla, trios, grupos).
mundo e danças de matriz indígena e africana. Atividades rítmicas e expressivas: construção rítmica (utilização
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para de diferentes contagens musicais); construção musical (percussão
a execução de elementos constitutivos das corporal e exploração de instrumentos não tradicionais - latas,
danças populares do Brasil e do mundo, e das panelas, tambores etc.).
danças de matriz indígena e africana. Dança da cultura popular/folclórica
Aspectos gerais: discutir as desigualdades sociais, a criação,
reprodução e consumo da dança nos diferentes contextos.
Danças de matriz indígena: guachiré (dança da alegria); guahú,
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
etc.
preconceito geradas e/ou presentes no contexto
Danças de matriz africana: samba de roda, jongo, maracatu,
das danças e demais práticas corporais e discutir
maculelê, etc.
alternativas para superá-las. Danças do Brasil e do mundo: frevo, baião, boi de mamão,
xaxado, pau de fita, samba de roda, fandango, vaneirão, quadrilha,
polca, etc.
Unidade temática: Lutas
Objeto de conhecimento: Lutas de distância mista, Lutas de curta distância
Orientações curriculares Objetivos de aprendizagem
(EF35EF13) Experimentar, fruir e recriar Lutas de matriz africana: Capoeira e Maculelê: conhecimentos
diferentes lutas presentes no contexto históricos e culturais, movimentos corporais básicos (ginga e
comunitário e regional e lutas de matriz esquivas), movimentos acrobáticos elementares, a música e as
indígena e africana. cantigas, a dinâmica da roda de capoeira.
(EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias Lutas de matriz indígena: huka-huka, luta marajoara, derruba
básicas das lutas do contexto comunitário e toco, briga de galo: conhecimentos históricos e culturais,
regional e lutas de matriz indígena e africana movimentos corporais básicos, posicionamentos, equilíbrio,
experimentadas, respeitando o colega como desequilíbrio, agarramentos e regras.
oponente e as normas de segurança.
435
MATEMÁTICA – 1º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: Números
Contagem de rotina. (EF01MA01) Utilizar História da contagem.
Contagem ascendente números naturais como Construção do número (ideia e quantidade,
e descendente. indicador de quantidade ou de inclusão hierárquica) Associação do numeral
Reconhecimento de ordem em diferentes situações com a quantidade de elementos utilizando
números no contexto cotidianas e reconhecer diferentes estratégias (jogos, brincadeiras,
diário: indicação de situações em que os números coleções, tabelas de campeonatos esportivos,
quantidades, indicação não indicam contagem nem etc.) respondendo “quantos tem ou onde há
de ordem ou indicação ordem, mas sim código de mais”. Realização de contagem em
de código para a identificação. sequências numéricas utilizando escalas
organização de ascendentes e descendentes a partir de
informações. qualquer número dado. Reconhecimento do
numeral, em diferentes funções na sociedade,
como códigos, medida, ordem, quantidade e
localização.
Quantificação de (EF01MA02) Contar de Utilização de materiais manipulativos,
elementos de uma maneira exata ou aproximada, jogos(comparação da quantidade de pontos
coleção: estimativas, utilizando diferentes entre os jogadores), recortes, colagem, massa
contagem um a um, estratégias como o de modelar, brincadeiras, dramatização,
pareamento ou outros pareamento e outros poemas, recursos tecnológicos e desafios para
agrupamentos e agrupamentos. quantificar, estimar e contar, agrupar e
comparação. (EF01MA03) Estimar e comparar; quantificação de coleções
comparar quantidades de recorrendo aos agrupamentos de dez em dez
objetos de dois conjuntos (em representando a compreensão de que o dez
torno de 20 elementos), por está incluído no vinte e assim
estimativa e/ou por sucessivamente.
correspondência (um a um, Comparação de grupos de objetos utilizando
dois a dois) para indicar “tem diferentes estratégias e estimativa (termo a
mais”, “tem menos” ou “tem a termo, maior/menor/igual/diferente...).
mesma quantidade”.
Leitura, escrita e (EF01MA04) Contar a Utilização de diferentes linguagens, oral,
comparação de quantidade de objetos de escrita, corporal, musical, pictórica e icônicas
números naturais (até coleções até 100 unidades e na exploração, sistematização e registros (de
100) apresentar o resultado por quantidades) da contagem, comparação entre
Reta numérica registros verbais e simbólicos, coleções até duas ordens; preenchimento do
em situações de seu interesse, calendário, troca de número de telefone entre
como jogos, brincadeiras, os colegas, número de calçados, etc.
materiais da sala de aula, entre Utilização da reta numérica para traçar
outros. escrever e comparar números indicando sua
(EF01MA05) Comparar localização.
números naturais de até duas
ordens em situações
cotidianas, com e sem suporte
da reta numérica.
445
MATEMÁTICA – 2º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: Números
Leitura, escrita, (EF02MA01) Comparar e Resgate da história do surgimento dos
comparação e ordenar números naturais (até números;
ordenação de números a ordem de centenas) pela Elaboração de estratégias diversas para
de até três ordens pela compreensão de compreensão e comparação do valor do
compreensão de características do sistema de algarismo pela sua posição no numeral por
características do numeração decimal (valor meio de diversas representações e com o uso de
sistema de numeração posicional e função do zero). materiais manipulativos, como o ábaco, a
decimal (valor (EF02MA02) Fazer régua, (material dourado, fichas escalonadas e
posicional e papel do estimativas por meio de outros) para registro e resolução por meio do
zero) estratégias diversas a respeito cálculo mental e estimativo.
da quantidade de objetos de Utilização da linguagem matemática: mais,
coleções e registrar o menos, igual e diferente em situações
resultado da contagem desses problematizadoras.
objetos (até 1000 unidades).
(EF02MA03) Comparar
quantidades de objetos de
dois conjuntos, por estimativa
e/ou por correspondência (um
a um, dois a dois, entre
outros), para indicar “tem
mais”, “tem menos” ou “tem
a mesma quantidade”,
indicando, quando for o caso,
quantos a mais e quantos a
menos.
Composição e (EF02MA04) Compor e Composição e decomposição numérica,
decomposição de decompor números naturais utilizando materiais como fichas escalonadas,
números naturais (até de até três ordens, com quadro numérico, material dourado, palitos de
1000) suporte de material sorvete, canudinhos, ligas elásticas,
manipulável, por meio de investigação das diferentes formas de
diferentes adições. representação do sistema monetário com
diversas cédulas para mostrar o mesmo valor,
entre outros.
Construção de fatos (EF02MA05) Construir fatos Elaboração de estratégias pessoais para a
fundamentais da básicos da adição e subtração resolução de situações do cotidiano do aluno,
adição e da subtração e utilizá-los no cálculo mental por meio do cálculo mental e escrito e com o
ou escrito. uso de diversos materiais, tais como, argolas e
jogos de arremesso para contagem de pontos,
atividades com calculadora, uso da reta
numérica, que envolvam a adição e subtração.
Exposições das resoluções por meio do painel
de soluções e outros.
449
mililitro, cm3, grama e padronizadas (litro, mililitro, de objetos de tamanhos diferentes, elaboração
quilograma) grama e quilograma). de receitas, entre outros.
MATEMÁTICA – 3º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: Números
Leitura, escrita, (EF03MA01) Ler, escrever e Interpretação de informações numéricas
comparação e comparar números naturais de presentes no cotidiano do aluno, como o ano
ordenação de números até a ordem de unidade de letivo, ano de nascimento, leitura de tabelas e
naturais de quatro milhar, estabelecendo textos, contagem em diferentes intervalos
ordens relações entre os registros (múltiplos de 10) e outras possibilidades.
452
MATEMÁTICA – 4º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: Números
Sistema de numeração (EF04MA01) Ler, escrever e Compreensão do valor do algarismo pela sua
decimal: leitura, escrita, ordenar números naturais até posição no numeral por meio de diversas
comparação e ordenação representações e com o uso de materiais
457
equitativa e de medida,
utilizando estratégias
diversas, como cálculo por
estimativa, cálculo mental e
algoritmos.
Problemas de contagem (EF04MA08) Resolver, com Resolução de problemas de contagem que
o suporte de imagem e/ou utilizem diferentes agrupamentos para
material manipulável, combinar elementos de coleções, jogos e
problemas simples de imagens, com registros por meio de
contagem, como a estratégias pessoais ou diagramas, listas e
determinação do número de tabelas, árvores de possibilidades para
agrupamentos possíveis ao se analisar e discutir em sala de aula.
combinar cada elemento de
uma coleção com todos os
elementos de outra, utilizando
estratégias e formas de
registro pessoais.
Números racionais: (EF04MA09) Reconhecer as Uso da reta numérica e de materiais
frações unitárias mais frações unitárias mais usuais manipuláveis como o fracterial para
usuais (1/2, 1/3, 1/4, 1/5, (1/2, 1/3, 1/4, 1/5, 1/10 e compreensão da relação do inteiro com suas
1/10 e 1/100) 1/100) como unidades de partes, explicitando sempre a unidade de
medida menores do que uma referência utilizada.
unidade, utilizando a reta
numérica como recurso.
Números racionais: (EF04MA10) Reconhecer Reconhecimento e compreensão das diversas
representação decimal que as regras do sistema de representações do número racional. Utilização
para escrever valores do numeração decimal podem de materiais como cédulas, moedas, uso de
sistema monetário ser estendidas para a medidas de comprimento e outros, para a
brasileiro representação decimal de um associação da ideia número racional na forma
número racional e relacionar decimal ao sistema monetário brasileiro,
décimos e centésimos com a verbalizando e registrando as associações
representação do sistema utilizadas. Trabalho interdisciplinar com
monetário brasileiro. EF04LP09.
natural diferente de
zero
Medidas de tempo: (EF04MA22) Ler e registrar Leitura e registros de diversos ciclos de tempo
leitura de horas em medidas e intervalos de utilizando diferentes unidades por meio de
relógios digitais e tempo em horas, minutos e brincadeiras, jogos e outros.
analógicos, duração segundos em situações Elaboração e resolução de problemas que envolvam
de eventos e relacionadas ao seu cotidiano, medidas de tempo, em especial o cálculo da
relações entre como informar os horários de duração de um evento e entre outros.
unidades de medida início e término de realização
de tempo de uma tarefa e sua duração.
Medidas de (EF04MA23) Reconhecer Utilização de diversas estratégias, como a pesquisa,
temperatura em temperatura como grandeza e elaboração de quadros, tabelas, gráficos e softwares
grau Celsius: o grau Celsius como unidade para construção de escalas, explorando e
construção de de medida a ela associada e comparando as medidas de temperatura em
gráficos para utilizá-lo em comparações de diversos locais, atento às questões de consumo ético
indicar a variação temperaturas em diferentes e ambiental. É importante a utilização de
da temperatura regiões do Brasil ou no termômetros para ler e representar temperaturas,
(mínima e máxima) exterior ou, ainda, em conhecendo sua unidade de medida – grau Celsius
medida em um discussões que envolvam
dado dia ou em problemas relacionados ao
uma semana aquecimento global.
(EF04MA24) Registrar as
temperaturas máxima e
mínima diárias, em locais do
seu cotidiano, e elaborar
gráficos de colunas com as
variações diárias da
temperatura, utilizando,
inclusive, planilhas
eletrônicas.
Problemas (EF04MA25) Resolver e Resolução e elaboração de problemas que envolvam
utilizando o elaborar problemas que o reconhecimento e utilização de cédulas e moedas
sistema monetário envolvam situações de que circulam no Brasil para as possíveis trocas entre
brasileiro compra e venda e formas de elas e seus valores em situações que explorem o
pagamento, utilizando termos consumo sustentável e responsável, como a
como troco e desconto, utilização de planilha de controle de gastos, a
enfatizando o consumo ético, exploração de folhetos de ofertas e a comparação de
consciente e responsável. preços em lugares diferentes. Há conexão com a
habilidade (EF04LP09) da Língua Português.
UNIDADE TEMÁTICA: Probabilidade e estatística
Análise de chances de (EF04MA26) Identificar, Retomada do significado de evento aleatório a
eventos aleatórios entre eventos aleatórios partir de brincadeiras, jogos e outros, para o
cotidianos, aqueles que têm reconhecimento de que o espaço amostral é
maior chance de ocorrência, um conjunto de possibilidades envolvidas e
reconhecendo características que alguns eventos possíveis são mais
de resultados mais prováveis, prováveis ou menos prováveis do que outros.
sem utilizar frações.
462
MATEMÁTICA – 5º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: Números
Sistema de numeração (EF05MA01) Ler, escrever e ordenar Compreensão do valor do algarismo
decimal: leitura, escrita e números naturais até a ordem das pela sua posição no numeral por
ordenação de números centenas de milhar com compreensão meio de diversas representações e
naturais (de até seis das principais características do com o uso de materiais
ordens) sistema de numeração decimal. manipulativos, como o ábaco, a
régua, inclusão de notícias de jornais
ou revistas que expressam números
da ordem de grandezas de centenas
de milhar.
Números racionais (EF05MA02) Ler, escrever e ordenar Representação e compreensão dos
expressos na forma números racionais na forma decimal números racionais na forma decimal
decimal e sua com compreensão das principais e a relação com sua representação
representação na reta características do sistema de fracionária através da reta numérica,
numérica numeração decimal, utilizando, como das medidas de comprimento, do
recursos, a composição e sistema monetário, o uso de receitas,
decomposição e a reta numérica. retângulos divididos em partes
iguais, blocos lógicos entre outros.
Representação (EF05MA03) Identificar e representar Apresentação dos vários significados
fracionária dos números frações (menores e maiores que a de frações (parte todo, quociente,
racionais: unidade), associando-as ao resultado medida, razão, operador
reconhecimento, de uma divisão ou à ideia de parte de multiplicativo, número) por meio de
significados, leitura e um todo, utilizando a reta numérica questionamentos e situação
representação na reta como recurso. problemas a partir da manipulação
numérica de materiais do cotidiano (fracionar
uma folha de papel, pedaço de
463
MATEMÁTICA - 6º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: NÚMEROS
468
Sistema de numeração decimal: EF06MA01 - Comparar, ordenar, ler e escrever Compreensão do valor do algarismo pela sua
características, leitura, escrita e números naturais e números racionais cuja posição no numeral por meio da reta numérica,
comparação de números representação decimal é finita, fazendo uso da
explorando situações que envolvam números
naturais e de números racionais reta numérica. decimais. Reconhecimento dos diversos
representados na forma sistemas de numeração existentes no mundo
decimal. fazendo comparações e relações com o sistema
EF06MA02 - Reconhecer o sistema de de numeração decimal ou hindu-arábico.
numeração decimal, como o que prevaleceu no O uso da notação decimal para expressar
mundo ocidental, e destacar semelhanças e quantidades não inteiras, bem como a ideia de
diferenças com outros sistemas, de modo a valor posicional e a função do zero.
sistematizar suas principais características
(base, valor posicional e função do zero),
utilizando, inclusive, a composição e
decomposição de números naturais e números
racionais em sua representação decimal.
Operações (adição, subtração, EF06MA03 - Resolver e elaborar problemas Proposição de problemas que envolvam o
multiplicação, divisão e que envolvam cálculos (mentais ou escritos, cotidiano do aluno utilizando diversos recursos
potenciação e raiz quadrada exatos ou aproximados) com números naturais, que possibilitem a exploração do cálculo
exata) com números naturais. por meio de estratégias variadas, com mental, escrito, exato ou aproximado, com ou
compreensão dos processos neles envolvidos sem uso de recursos digitais.
com e sem uso de calculadora.
Aproximação de números para EF06MA12 - Fazer estimativas de quantidades Retomada das características do sistema
múltiplos de potências de 10. e aproximar números para múltiplos da decimal e fazer arredondamentos para as
potência de 10 mais próxima. potências de 10.
Cálculo de porcentagens por EF06MA13 - Resolver e elaborar problemas Resolução e elaboração de problemas no
meio de estratégias diversas, que envolvam porcentagens, com base na ideia contexto de educação financeira.
sem fazer uso da “regra de de proporcionalidade, sem fazer uso da “regra
três”. de três”, utilizando estratégias pessoais, cálculo
mental e calculadora, em contextos de
educação financeira, entre outros.
470
Raiz quadrada e raiz cúbica EF06MA03SJ - Calcular e comparar valores de Aplicar a potenciação e radiciação em
associada ao cálculo de áreas e raiz quadrada e cúbica interligando os problemas geométricos envolvendo o lado e a
volumes. conceitos com o cálculo de área e volume área do quadrado, assim como a aresta, área
através do lado do quadrado e aresta do cubo. total e volume do cubo.
Menor Múltilo Comum (MMC) EF06MA05SJ - Resolver exemplos que Aplicar o m.m.c. no algoritmo de adição e
e Maior Divisor Comum motivem as definições de MMC e MDC; subtração de frações. Utilizar mdc para resolver
(MDC). calcular MMC e MDC através do múltiplos e problemas de divisão mínima.
divisores; calcular o MMC e MDC através de
uma fatoração simultânea. Fazer aplicações
variadas de MMC e MDC; explorar o
Algoritmo Euclidiano.
Introdução às unidades de EF06MA06SJ - Compreender os conceitos Resolver situações problema do cotidiano que
medidas monetárias. introdutórios como custo, faturamento e lucro envolvam a utilização de unidades monetárias.
no conjunto dos números racionais; converter
os valores de Reais em centavos e
reciprocamente; ler e interpretar números no
sistema monetário.
Problemas que tratam da EF06MA15 - Resolver e elaborar problemas Simulação de situações do cotidiano,
partição de um todo em duas que envolvam a partilha de uma quantidade em exploradas a partir da composição de tabelas,
partes desiguais, envolvendo duas partes desiguais, envolvendo relações quadros, malhas quadriculada, entre outros,
razões entre as partes e entre aditivas e multiplicativas, bem como a razão para representar a divisão em partes desiguais
uma das partes e o todo. entre as partes e entre uma das partes e o todo. na resolução de problemas envolvendo as
relações entre uma das partes e o todo.
Comprimento e superfície. EF06MA07SJ - Identificar as grandezas de Calcular perímetro e área em situações que
comprimento e superfície em situações envolvam jardins, terrenos ou espaços do
cotidianas. cotidiano.
Polígonos: classificações EF06MA18 - Reconhecer, nomear e comparar Exploração dos elementos que compõem os
quanto ao número de vértices, polígonos, considerando lados, vértices e polígonos e suas propriedades, a partir do uso
as medidas de lados e ângulos e ângulos, e classificá-los em regulares e não de pesquisa, jogos, materiais (régua, compasso
ao paralelismo e regulares, tanto em suas representações no e transferidor), diversas malhas, geoplano,
perpendicularismo dos lados plano como em faces de poliedros. tetraminós, pentaminós, examinós, softwares
como, Geogebra, Winplot e outros para
classificar os polígonos regulares e irregulares.
EF06MA19 - Identificar características dos Percepção das congruências e propriedades na
triângulos e classificá-los em relação às construção de triângulos e quadriláteros
medidas dos lados e dos ângulos. utilizando diversos materiais e estratégias.
EF06MA20 - Identificar características dos
quadriláteros, classificá-los em relação a lados
e a ângulos e reconhecer a inclusão e a
intersecção de classes entre eles.
Construção de figuras EF06MA21 - Construir figuras planas Utilização de malhas diversas para ampliar e
semelhantes: ampliação e semelhantes em situações de ampliação e de reduzir figuras, retomando os conceitos de
redução de figuras planas em redução, com o uso de malhas quadriculadas, proporção e congruência.
malhas quadriculadas. plano cartesiano ou tecnologias digitais.
Construção de retas paralelas e EF06MA22 - Utilizar instrumentos, como Construção de croquis e maquetes dos espaços
perpendiculares, fazendo uso réguas e esquadros, ou softwares para familiares dos alunos. Elaboração de mapas
de réguas, esquadros e representações de retas paralelas e como caça ao tesouro, achados e perdidos,
softwares. perpendiculares e construção de quadriláteros, entre outros, com questionamentos a respeito
entre outros. das referências do trajeto, localização e
posicionamento dos alunos e objetos na sala de
472
Ângulos: noção, usos e medida. EF06MA25 - Reconhecer a abertura do ângulo Construção de origami, kirigami e outras
como grandeza associada às figuras dobraduras, como o tangram, uso da tecnologia
geométricas. digital, kit geométrico, entre outros, para o
EF06MA26 - Resolver problemas que reconhecimento, e medição dos ângulos em
envolvam a noção de ângulo em diferentes diversos problemas que envolvam as figuras
contextos e em situações reais, como ângulo de geométricas.
visão.
EF06MA27 - Determinar medidas da abertura
de ângulos, por meio de transferidor e/ou
tecnologias digitais.
Plantas baixas e vistas aéreas. EF06MA28 - Interpretar, descrever e desenhar Construção de croquis e maquetes dos espaços
plantas baixas simples de residências e vistas familiares dos alunos para descrição e
aéreas. interpretação desses modelos.
Leitura e interpretação de EF06MA31- Identificar as variáveis e suas Construção de diversos tipos de gráficos com
tabelas e gráficos (de colunas frequências e os elementos constitutivos (título, todos os seus elementos para a observação dos
ou barras simples ou múltiplas) eixos, legendas, fontes e datas) em diferentes fenômenos sociais, econômicos e ambientais
referentes a variáveis tipos de gráfico. para formular conclusões coerentes com os
categóricas e variáveis EF06MA32 - Interpretar e resolver situações dados utilizados.
numéricas. que envolvam dados de pesquisas sobre
contextos ambientais, sustentabilidade,
trânsito, consumo responsável, entre outros,
apresentadas pela mídia em tabelas e em
diferentes tipos de gráficos e redigir textos
escritos com o objetivo de sintetizar
conclusões.
Coleta de dados, organização e EF06MA33 - Planejar e coletar dados de Planejamento de coleta de informações para a
registro. Construção de pesquisa referente a práticas sociais escolhidas construção de diversos tipos de gráficos
diferentes tipos de gráficos pelos alunos e fazer uso de planilhas explorando assuntos de relevância
para representá-los e eletrônicas para registro, representação e socioeconômico e ambiental para formular e
interpretação das informações. interpretação das informações, em tabelas, registrar conclusões coerentes com os dados
vários tipos de gráficos e texto. levantados.
7º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: NÚMEROS
Múltiplos e divisores de um EF07MA01 - Resolver e elaborar problemas Exploração da ideia de múltiplos e divisores
número natural. com números naturais, envolvendo as noções por meio de diversas estratégias, como jogos,
de divisor e de múltiplo, podendo incluir softwares, tábua de Pitágoras, entre outros.
máximo divisor comum ou mínimo múltiplo
comum, por meio de estratégias diversas, sem a
aplicação de algoritmos.
474
Cálculo de porcentagens e de EF07MA02 - Resolver e elaborar problemas Resolução de problemas que envolvam o
acréscimos e decréscimos que envolvam porcentagens, como os que sistema monetário brasileiro aplicando a ideia
simples. lidam com acréscimos e decréscimos simples, de porcentagem na exploração de situações do
utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e cotidiano como compra e venda, valores à
calculadora, no contexto de educação vista e valores à prazo, entre outros.
financeira, entre outros.
Números inteiros: usos, EF07MA03 - Comparar e ordenar números Retomada da História do surgimento dos
história, ordenação, associação inteiros em diferentes contextos, incluindo o números.
com pontos da reta numérica e histórico, associá-los a pontos da reta numérica Exploração, resolução e elaboração de
operações. e utilizá-los em situações que envolvam adição situações que envolvam estratégias
e subtração. diversificadas, no contexto dos inteiros.
Fração e seus significados: EF07MA05 - Resolver um mesmo problema Exploração do uso do fluxograma como
como parte de inteiros, utilizando diferentes algoritmos. estratégia para a elaboração de argumentos e
resultado da divisão, razão e ideias para a resolução de problemas.
EF07MA06 - Reconhecer que as resoluções de
operador. Representação e exploração por meio de
um grupo de problemas que têm a mesma
problemas as ideias que envolvem o conceito
estrutura podem ser obtidas utilizando os
de frações(parte todo, quociente, medida,
mesmos procedimentos.
razão, operador multiplicativo, número), com
EF07MA07 - Representar por meio de um o uso de diversos materiais e registrando suas
fluxograma os passos utilizados para resolver estratégias.
um grupo de problemas.
EF07MA08 - Comparar e ordenar frações
associadas às ideias de partes de inteiros,
resultado da divisão, razão e operador.
EF07MA09 - Utilizar, na resolução de
problemas, a associação entre razão e fração,
como a fração 2/3 para expressar a razão de
duas partes de uma grandeza para três partes da
mesma ou três partes de outra grandeza.
Números racionais na EF07MA10 - Comparar e ordenar números Compreensão da relação entre a fração e o
representação fracionária e na racionais em diferentes contextos e associá-los número decimal que a representa em
decimal: usos, ordenação e a pontos da reta numérica. diferentes contextos, como medidas de
associação com pontos da reta comprimento, áreas, pesos e tempos, etc,
numérica e operações. relacionando-as com sua posição na reta
EF07MA11 - Compreender e utilizar a numérica.
multiplicação e a divisão de números racionais, Resolução e elaboração de problemas
a relação entre elas e suas propriedades envolvendo decimais e frações, com o uso das
operatórias. propriedades da multiplicação e divisão
utilizando diversas estratégias, verbalizando e
argumentando sobre os processos
desenvolvidos.
Linguagem algébrica: variável EF07MA13 - Compreender a ideia de variável, Compreensão da passagem da linguagem
e incógnita. representada por letra ou símbolo, para verbal para representação simbólicas de
expressar relação entre duas grandezas, expressões.
diferenciando-a da ideia de incógnita. Elaboração de problemas que propiciem a
diferenciação entre incógnita e variável para
que o aluno perceba esses conceitos,
EF07MA14 - Classificar sequências em
utilizando jogos de adivinhação, material de
recursivas e não recursivas, reconhecendo que
Cuisenaire, tecnologias digitais e outros.
o conceito de recursão está presente não apenas Identificação do conceito de recursão em
na matemática, mas também nas artes e na sequências presentes em filmes, textos
literatura.
literários, histórias em quadrinhos e outros.
EF07MA15 - Utilizar a simbologia algébrica
para expressar regularidades encontradas em
sequências numéricas.
Equivalência de expressões EF07MA16 - Reconhecer se duas expressões Retomada do conceito de equivalência para a
algébricas: identificação da algébricas obtidas para descrever a exploração das expressões algébricas.
regularidade de uma sequência regularidade de uma mesma sequência
numérica. numérica são ou não equivalentes.
Equações polinomiais do 1º EF07MA18 - Resolver e elaborar problemas Retomada das propriedades da igualdade a
grau. que possam ser representados por equações partir de investigação
polinomiais de 1º grau, redutíveis à forma ax + por meio de pesquisa ou outros, para a
b = c, fazendo uso das propriedades da interpretação e compreensão
igualdade. do símbolo algébrico e na percepção da
importância da
linguagem algébrica na sistematização dos
cálculos
matemáticos.
Inequação do 1º grau com uma EF07MA01SJ - Explorar noções de Resolver de forma algébrica ou geométrica
incógnita. desigualdade, relacionando os diferentes inequações propostas.
significados em inequações de primeiro grau
com uma incógnita.
Relações entre os ângulos EF07MA23 - Verificar relações entre os Reconhecimento e compreensão das relações
formados por retas paralelas ângulos formados por retas paralelas cortadas entre ângulos determinados por retas
intersectadas por uma por uma transversal, com e sem uso de transversais em retas paralelas relacionados
transversal. softwares de geometria dinâmica. aos polígonos e seus ângulos.
Triângulos: construção, EF07MA24 - Construir triângulos, usando Exploração dos elementos que compõem os
condição de existência e soma régua e compasso, reconhecer a condição de triângulos e suas propriedades, a partir do uso
das medidas dos ângulos existência do triângulo quanto à medida dos de jogos, materiais (régua, compasso e
internos. lados e verificar que a soma das medidas dos transferidor), diversas malhas, geoplano,
ângulos internos de um triângulo é 180°. fluxograma, softwares de geometria e outros
para reconhecer
suas condições de existência.
fórmulas, e estabelecer relações entre ângulos equilátero, suas propriedades, a partir do uso
internos e externos de polígonos, de jogos, materiais (régua, compasso e
preferencialmente vinculadas à construção de transferidor), diversas malhas, geoplano,
mosaicos e de ladrilhamentos. fluxograma, dobraduras, softwares de
EF07MA28 - Descrever, por escrito e por meio geometria entre outros para
de um fluxograma, um algoritmo para a reconhecer suas condições de existência.
construção de um polígono regular (como
quadrado e triângulo equilátero), conhecida a
medida de seu lado.
Cálculo de volume de blocos EF07MA30 - Resolver e elaborar problemas de Utilização de embalagens e outros
retangulares, utilizando cálculo de medida do volume de blocos materiais com o formato de blocos
unidades de medida retangulares, envolvendo as unidades usuais retangulares, a fim de elaborar e
convencionais mais usuais. (metro cúbico, decímetro cúbico e centímetro resolver problemas.
cúbico).
Equivalência de área de figuras EF07MA31 - Estabelecer expressões de cálculo Utilização de malhas quadriculadas e
planas: cálculo de áreas de de área de triângulos e de quadriláteros. triangulares, elaboração de plantas baixas de
figuras que podem ser espaços familiares aos alunos, softwares,
decompostas por outras, cujas EF07MA32 - Resolver e elaborar problemas de peças do Tangram com composição e a
áreas podem ser facilmente cálculo de medida de área de figuras planas que sobreposição, visando a percepção e a
determinadas como triângulos e podem ser decompostas por quadrados, compreensão da equivalência de área de
quadriláteros. retângulos e/ou triângulos, utilizando a figuras planas
equivalência entre áreas.
Medida do comprimento da EF07MA33 - Estabelecer o número π como a Utilização de vários objetos circulares.
circunferência razão entre a medida de uma circunferência e Construção de circunferências com compasso,
seu diâmetro, para compreender e resolver a fim de calcular a razão entre o comprimento
problemas, inclusive os de natureza histórica. da circunferência e seu diâmetro.
Contextualização histórica do Pi.
Estatística: média e amplitude EF07MA35 - Compreender, em contextos Compreensão do conceito e cálculo de média a
de um conjunto de dados significativos, o significado de média partir de dados extraídos de situações do
estatística como indicador da tendência de uma cotidiano, buscando sua aproximação com o
pesquisa, calcular seu valor e relacioná-lo, valor da amplitude desse determinado
intuitivamente, com a amplitude do conjunto de conjunto.
dados.
Pesquisa amostral e pesquisa EF07MA36 - Planejar e realizar pesquisa Compreensão do sentido de censitária e
censitária. Planejamento de envolvendo tema da realidade social, amostral em pesquisas estatísticas para o
pesquisa, coleta e organização identificando a necessidade de ser censitária ou planejamento de coleta de informações na
dos dados, construção de de usar amostra, e interpretar os dados para construção de diversos tipos de tabelas e
tabelas e gráficos e comunicá-los por meio de relatório escrito, gráficos explorando assuntos de relevância
interpretação das informações tabelas e gráficos, com o apoio de planilhas socioeconômico e ambiental para formular
eletrônicas. conclusões coerentes com os dados
levantados.
8º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: NÚMEROS
Notação científica. EF08MA01 - Efetuar cálculos com potências Percepção do significado e usos da notação
de expoentes inteiros e aplicar esse científica na representação simplificada de
conhecimento na representação de números em números reais muito grandes ou muito
notação científica. pequenos.
Potenciação e radiciação. EF08MA02 - Resolver e elaborar problemas Compreensão dos conceitos de radiação e
usando a relação entre potenciação e potenciação para exploração de problemas
radiciação, para representar uma raiz como envolvendo suas representações e aplicações,
potência de expoente fracionário. reconhecendo que a radiciação é a operação
inversa da potenciação.
O princípio multiplicativo da EF08MA03 - Resolver e elaborar problemas de Compreensão do princípio multiplicativo como
contagem. contagem cuja resolução envolva a aplicação ferramenta básica na resolução de problemas
do princípio multiplicativo. de contagem, envolvendo as noções básicas de
análise combinatória, estimativa de
possibilidades, entre outros.
Porcentagens. EF08MA04 - Resolver e elaborar problemas, Resolução de problemas que envolvam o
envolvendo cálculo de porcentagens, incluindo sistema monetário brasileiro aplicando a ideia
o uso de tecnologias digitais. de porcentagem na exploração de situações do
cotidiano incluindo o uso de tecnologias
digitais.
479
Dízimas periódicas: fração EF08MA05 - Reconhecer e utilizar Ampliação do conceitos dos números racionais
geratriz. procedimentos para a obtenção de uma fração em situações que se perceba que em algumas
geratriz para uma dízima periódica. divisões apresentam uma série infinita de
algarismos decimais que se repetem.
Associação de uma equação EF08MA07 - Associar uma equação linear de 1º Compreensão dos elementos que constituem o
linear de 1º grau a uma reta grau com duas incógnitas a uma reta no plano plano cartesiano. Utilização de jogos da
no plano cartesiano. cartesiano. batalha naval, softwares e outros materiais,
visando a elaboração de registros dessas
estratégias para o entendimento do modo de
resolução das equações a sua representação
gráfica.
Sistema de equações EF08MA08 - Resolver e elaborar problemas Proposição de situações cotidianas que podem
polinomiais de 1º grau: relacionados ao seu contexto próximo, que possam ser representadas por sistemas, explorando
resolução algébrica e ser representados por sistemas de equações de 1º várias modos de resoluções: por tentativas com
representação no plano grau com duas incógnitas e interpretá-los, o auxílio de tabelas, introduzindo incógnitas,
cartesiano. utilizando, inclusive, o plano cartesiano como usando substituições e representando seus
recurso. pontos no plano cartesiano.
Equação polinomial de 2º EF08MA09 - Resolver e elaborar, com e sem uso Retomada dos conceitos de potência e
grau do tipo ax² = b de tecnologias, problemas que possam ser radiciação. Elaboração de problemas
representados por equações polinomiais de 2º grau relacionados ao contexto das tecnologias
do tipo ax² = b. digitais, como a exploração dos pixels de uma
imagem e outros.
Sequências recursivas e não EF08MA10 - Identificar a regularidade de uma Compreensão do conceito de sequências
recursivas sequência numérica ou figural não recursiva e recursivas e não recursivas para a elaboração
construir um algoritmo por meio de um fluxograma de fluxograma.
que permita indicar os números ou as figuras
seguintes.
EF08MA11 - Identificar a regularidade de uma
sequência numérica recursiva e construir um
algoritmo por meio de um fluxograma que permita
indicar os números seguintes.
Estudo dos quadriláteros: EF08MA05SJ - Construção de quadriláteros com Retomada dos conceitos de áreas e perímetros,
construção, caracterização, régua e compasso. Reconhecer e nomear retas perpendiculares e retas paralelas,
soma dos ângulos internos, quadriláteros com base nos ângulos e lados. caracterizando quadriláteros e suas
perímetro e área. Verificar que a soma dos ângulos internos do particularidades.
quadrilátero é 360º. Cálculo e resolução de
problemas de perímetro e área.
Construções geométricas: EF08MA15 - Construir, utilizando instrumentos de Utilização de dobraduras, kits de desenho,
ângulos de 90°, 60°, 45° e desenho ou softwares de geometria dinâmica, software de geometria entre outros para a
30° e polígonos regulares mediatriz, bissetriz, ângulos de 90°, 60°, 45° e 30° elaboração, representação dos conceitos de
e polígonos regulares. ângulos, mediatriz e bissetriz de polígonos
regulares por meio de algoritmo e fluxograma.
Mediatriz e bissetriz como EF08MA17 - Aplicar os conceitos de mediatriz e Aplicação dos conceitos de ângulos, mediatriz
lugares geométricos: bissetriz como lugares geométricos na resolução de e bissetriz de polígonos regulares na resolução
construção e problemas problemas. de problemas.
Volume de cilindro reto. EF08MA20 - Reconhecer a relação entre um litro e Comparação do volume de consumo da água
Medidas de capacidade um decímetro cúbico e a relação entre litro e metro das residências dos alunos, iniciando com a
cúbico, para resolver problemas de cálculo de medida da capacidade da caixa d água.
capacidade de recipientes. Elaboração de problemas envolvendo a fatura
da conta da água.
EF08MA21 - Resolver e elaborar problemas que
envolvam o cálculo do volume de recipiente cujo
formato é o de um bloco retangular.
Gráficos de barras, colunas, EF08MA23 - Avaliar a adequação de diferentes Construção de diversos tipos de gráficos
linhas ou setores e seus tipos de gráficos para representar um conjunto de verificando qual o mais adequado para
elementos constitutivos e dados de uma pesquisa. Ângulos, Regra de Três representar determinadas situações
adequação para (Régua, compasso, esquadro)
determinado conjunto de
dados
Organização dos dados de EF08MA24 - Classificar as frequências de uma Construir agrupamentos ou classes de
uma variável contínua em variável contínua de uma pesquisa em classes, de variáveis contínuas para uma melhor
classes modo que resumam os dados de maneira adequada apresentação e organização de dados
para a tomada de decisões. estatísticos.
Medidas de tendência EF08MA25 - Obter os valores de medidas de Compreensão do conceito e cálculo de média,
central e de dispersão tendência central de uma pesquisa estatística moda e mediana, a partir de dados extraídos de
(média, moda e mediana) com a compreensão de situações do cotidiano, buscando sua
seus significados e relacioná-los com a dispersão aproximação com o valor da amplitude desse
de dados, indicada pela amplitude. determinado conjunto
Pesquisas censitária ou EF08MA26 - Selecionar razões, de diferentes Execução de pesquisa censitária e amostral,
amostral. Planejamento e naturezas (física, ética ou econômica), que por meio de planejamento, coleta de
execução de pesquisa justificam a realização de pesquisas amostrais e informações e a construção de diversos tipos
amostral não censitárias, e reconhecer que a seleção da de tabelas e gráficos que contenham
amostra pode ser feita de diferentes maneiras informações estatísticas necessárias para a
(amostra casual simples, sistemática e análise de dados.
estratificada).
482
9º ANO
OBJETIVOS DE HABILIDADES ORIENTÇÕES METODOLÓGICAS
CONHECIMENTOS
UNIDADE TEMÁTICA: NÚMEROS
Necessidade dos números EF09MA01 - Reconhecer que, uma vez fixada uma Organização de proposições em relação
reais para medir qualquer unidade de comprimento, existem segmentos de alguns conceitos como: O que você sabe
segmento de reta. Números reta cujo comprimento não é expresso por número sobre os números racionais? Qual a diferença
irracionais: racional (como as medidas de diagonais de um entre números irracionais e números
reconhecimento e polígono e alturas de um triângulo, quando se toma racionais? Representação na reta numérica de
localização de alguns na a medida de cada lado como unidade). alguns números reais e novamente levantar
reta numérica proposições: para cada número real é possível
corresponder um ponto na reta?
Potências com expoentes EF09MA03 - Efetuar cálculos com números reais, Retomada da aplicabilidade das potências no
negativos e fracionários inclusive potências com expoentes fracionários. dia-a-dia antes da resolução dos cálculos.
Números reais: notação EF09MA04 - Resolver e elaborar problemas com Elaboração de problemas por meio de
científica e problemas números reais, inclusive em notação científica, pesquisa como por exemplo a distância do sol
envolvendo diferentes operações. da terra, a multiplicação de uma colônia de
bactérias e outros.
Porcentagens: problemas EF09MA05 - Resolver e elaborar problemas que Elaboração de proposições e resolução de
que envolvem cálculo de envolvam porcentagens, com a ideia de aplicação problemas que envolvam o sistema monetário
percentuais sucessivos de percentuais sucessivos e a determinação das brasileiro aplicando a ideia de porcentagem na
taxas percentuais, preferencialmente com o uso de exploração de situações do cotidiano
tecnologias digitais, no contexto da educação incluindo o uso de tecnologias digitais.
financeira.
Números reais: notação EF09MA04 - Resolver e elaborar problemas com Elaboração de problemas por meio de
científica e problemas números reais, inclusive em notação científica, pesquisa como por exemplo a distância do sol
envolvendo diferentes operações. da terra, a multiplicação de uma colônia de
bactérias e outros.
Porcentagens: problemas EF09MA05 - Resolver e elaborar problemas que Elaboração de proposições e resolução de
que envolvem cálculo de envolvam porcentagens, com a ideia de aplicação problemas que envolvam o sistema monetário
percentuais sucessivos de percentuais sucessivos e a determinação das brasileiro aplicando a ideia de porcentagem na
taxas percentuais, preferencialmente com o uso de exploração de situações do cotidiano
tecnologias digitais, no contexto da educação incluindo o uso de tecnologias digitais.
financeira.
Números reais: notação EF09MA04 - Resolver e elaborar problemas com Elaboração de problemas por meio de
científica e problemas números reais, inclusive em notação científica, pesquisa como por exemplo a distância do sol
envolvendo diferentes operações. da terra, a multiplicação de uma colônia de
bactérias e outros.
483
Porcentagens: problemas EF09MA05 - Resolver e elaborar problemas que Elaboração de proposições e resolução de
que envolvem cálculo de envolvam porcentagens, com a ideia de aplicação problemas que envolvam o sistema monetário
percentuais sucessivos de percentuais sucessivos e a determinação das brasileiro aplicando a ideia de porcentagem na
taxas percentuais, preferencialmente com o uso de exploração de situações do cotidiano
tecnologias digitais, no contexto da educação incluindo o uso de tecnologias digitais.
financeira.
UNIDADE TEMÁTICA: ÁLGEBRA
Funções: representações EF09MA06 - Compreender as funções como Introdução do conceito de funções resgatando
numérica, algébrica e relações de dependência unívoca entre duas a história de seu surgimento e da sua
gráfica variáveis e suas representações numérica, algébrica importância na matemática e nas outras áreas
e gráfica e utilizar esse conceito para analisar do conhecimento visando o reconhecimento
situações que envolvam relações funcionais entre das relações entre variáveis dependentes e
duas variáveis. independentes e suas representações
Razão entre grandezas de EF09MA07 - Resolver problemas que envolvam a Elaboração e resolução de problemas a partir
espécies diferentes razão entre duas grandezas de espécies diferentes, de situações do cotidiano explorando
como velocidade e densidade demográfica. velocidade e tempo e a relação entre a
população e a superfície do território ocupado.
Grandezas diretamente EF09MA08 - Resolver e elaborar problemas que Retomada dos conceitos de grandezas
proporcionais e grandezas envolvam relações de proporcionalidade direta e diretamente proporcionais e grandezas
inversamente inversa entre duas ou mais grandezas, inclusive inversamente proporcionais, para a elaboração
proporcionais escalas, divisão em partes proporcionais e taxa de e resolução de problemas.
variação, em contextos socioculturais, ambientais e
de outras áreas.
Sistemas de equação do 2º EF09MA01SJ Usar os conhecimentos de equações Retomada dos conceitos de resolução de
grau de segundo grau e de sistemas de equações do 1º problemas envolvendo sistemas de equações
grau para resolver sistemas de equações do 2º grau. buscando soluções geométricas usando
software e/ou plano cartesiano.
Relações entre arcos e EF09MA11 - Resolver problemas por meio do Exploração dos conceitos de ângulos centrais
ângulos na circunferência estabelecimento de relações entre arcos, ângulos e ângulos inscritos na circunferência
de um círculo centrais e ângulos inscritos na circunferência, estabelecendo relações por meio de pesquisas,
fazendo uso, inclusive, de softwares de geometria tecnologias digitais, etc.
dinâmica.
Semelhança de triângulos EF09MA12 - Reconhecer as condições necessárias Exploração de figuras, software, desenhos,
e suficientes para que dois triângulos sejam jogos para a compreensão do conceito de
semelhantes. semelhança.
Relações métricas no EF09MA13 - Demonstrar relações métricas do Representação na malha quadriculada e por
triângulo retângulo. triângulo retângulo, entre elas o teorema de meio de medições concretas. Investigação da
Teorema de Pitágoras: Pitágoras, utilizando, inclusive, a semelhança de aplicação do teorema de Pitágoras no
verificações experimentais triângulos. cotidiano e na sequência elaboração e
e demonstração. Retas EF09MA14 - Resolver e elaborar problemas de resolução de problemas
paralelas cortadas por aplicação do teorema de Pitágoras ou das relações
transversais: teoremas de de proporcionalidade envolvendo retas paralelas
proporcionalidade e cortadas por secantes.
verificações experimentais
Razões Trigonométricas no EF09MA03SJ Reconhecer as razões Compreensão e demonstração das razões
Triângulo Retângulo trigonométricas em um triângulo retângulo (seno, trigonométricas no triângulo retângulo,
cosseno e tangente de um ângulo agudo). trabalhando esses usando na aplicação de
EF09MA04SJ - Resolver problemas envolvendo engenharia, construção de estradas, metragens
aplicações das razões trigonométricas. de construções e cálculos de alturas.
Polígonos regulares EF09MA15 - Descrever, por escrito e por meio de Exploração dos elementos que compõem o
um fluxograma, um algoritmo para a construção de polígono regular, suas propriedades, a partir
um polígono regular cuja medida do lado é do uso de jogos, materiais(régua, compasso e
conhecida, utilizando régua e compasso, como transferidor), diversas malhas, geoplano,
também softwares. fluxuograma, dobraduras, softwares de
geometria entre outros para reconhecer suas
condições de existência.
Distância entre pontos no EF09MA16 - Determinar o ponto médio de um Exploração do conceito de área, perímetro e
plano cartesiano segmento de reta e a distância entre dois pontos ponto médio utilizando o plano cartesiano
quaisquer, dadas as coordenadas desses pontos no
plano cartesiano, sem o uso de fórmulas, e utilizar
esse conhecimento para calcular, por exemplo,
medidas de perímetros e áreas de figuras planas
construídas no plano.
Vistas ortogonais de EF09MA17 - Reconhecer vistas ortogonais de Observação de obras de arte, imagens em 3D,
figuras espaciais figuras espaciais e aplicar esse conhecimento para a sombra das figuras geométricas sobre um
desenhar objetos em perspectiva. plano, para desenhar objetos em perspectiva.
UNIDADE TEMÁTICA: GRANDEZAS E MEDIDAS
Unidades de medida para EF09MA18 - Reconhecer e empregar unidades Pesquisa sobre as unidades de medidas de
medir distâncias muito usadas para expressar medidas muito grandes ou capacidades de armazenamento da informação
grandes e muito pequenas. muito pequenas, tais como distância entre planetas das tecnologias digitais. Visão micro e macro
Unidades de medida e sistemas solares, tamanho de vírus ou de células, no google maps (localização), utilização de
utilizadas na informática. capacidade de armazenamento de computadores, microscópio na observação das células, entre
entre outros. outros
Volume de prismas e EF09MA19 - Resolver e elaborar problemas que Investigação e comparação de embalagens
cilindros envolvam medidas de volumes de prismas e de para armazenamento de produtos, a fim de
cilindros retos, inclusive com uso de expressões de elencar suas vantagens e desvantagens na
cálculo, em situações cotidianas. comparação de capacidades entre prismas e
cilindros.
485
Análise de gráficos EF09MA21 - Analisar e identificar, em gráficos Leitura e interpretação de diferentes tipo de
divulgados pela mídia: divulgados pela mídia, os elementos que podem gráficos e de seus elementos, disponíveis em
elementos que podem induzir, às vezes propositadamente, erros de mídias, jornais, etc, de forma crítica,
induzir a erros de leitura ou
leitura, como escalas inapropriadas, legendas não observando a veracidade das informações
de interpretação explicitadas corretamente, omissão de informações apresentadas
importantes (fontes e datas), entre outros.
Leitura, interpretação e EF09MA22 - Escolher e construir o gráfico mais Escolha e construção de diversos tipos de
representação de dados de adequado (colunas, setores, linhas), com ou sem tabelas e gráficos que contenham informações
pesquisa expressos em uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um estatísticas necessárias para a análise de dados
tabelas de dupla entrada, determinado conjunto de dados, destacando com ou sem o uso de tecnologias digitais.
gráficos de colunas simples aspectos como as medidas de tendência central.
e agrupadas, gráficos de
barras e de setores e
gráficos pictóricos
Planejamento e execução EF09MA23 - Planejar e executar pesquisa amostral Execução de pesquisa amostral, por meio de
de pesquisa amostral e envolvendo tema da realidade social e comunicar planejamento, coleta de informações e a
apresentação de relatório os resultados por meio de relatório contendo construção de diversos tipos de tabelas e
avaliação de medidas de tendência central e da gráficos que contenham informações
amplitude, tabelas e gráficos adequados, estatísticas necessárias para a análise de dados
construídos com o apoio de planilhas eletrônicas. com o uso de planilhas eletrônicas.
486
distribuição dos conteúdos, a relação homem – natureza e, homem – homem, por intermédio
dos meios e dos modos de produção. (BCC, 2019, p. 356-357).
Do ponto de vista da teoria pedagógica, a rede de ensino de São José, discutiu em sua
Proposta Curricular a PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA onde o trabalho educativo possui
múltiplas determinações, ao mesmo tempo em que nos aponta possibilidades de transformação.
Como um projeto educativo, a PSICOLOGIA HISTÓRICO CULTURAL, visa garantir a
coerência teórico-prática em relação as questões relativas a formação dos homens – sujeitos –
cidadãos contemporâneos. Assim, delineia a continuidade – num movimento permanente de
ação–reflexão–ação, prática–teoria–prática – de aprofundamento, desenvolvimento e
ressignificações. (PCSJ, 2000, p. 19).
Cada etapa da evolução histórica do sistema escolar esteve permeada por concepções a
respeito de como se processa o ensino e a aprendizagem. A compreensão desse processo
transitou do modelo centrado no professor, para um outro centrado no aluno e, posteriormente,
para a concepção que estabelece a dialogicidade na interação aluno-professor e a
problematização do conhecimento, como meios de ajudar os alunos a se apropriarem de
conceitos científicos. Nessa perspectiva, os conteúdos devem ter relevância para a realidade
imediata do aluno, enquanto ponto de partida, sendo posteriormente ampliados e aprofundados,
aumentando-se seu nível de complexidade. (PCSJ, 2000, p. 83).
As Ciências da Natureza têm por finalidade, nos anos iniciais e finais do Ensino
Fundamental, gerar oportunidades, possibilidades para que os estudantes possam adquirir um
corolário de ideias, de conceitos, de procedimentos além de atitudes que atuem como
instrumentos para a interpretação do mundo científico e tecnológico, capacitando-os na
educação científica. O estudante pode, assim, intervir na produção do conhecimento, razão pela
qual se apropria como sujeito social de um processo coletivo de questionamento. Isso posto,
deve-se dar ênfase à construção dos conhecimentos sobre a natureza, na relação homem -
natureza, homem-homem e sobre os espaços físicos, social, econômico e político, buscando
diálogo cultural.
A avaliação significando a compreensão do curso da ação educativa, deve buscar
encaminhamentos para dar conta do seu compromisso, ou seja,, a aprendizagem e o
desenvolvimento do educando, sua formação enquanto sujeito individual e coletivo, que passa
pela apropriação ativa, crítica e criativa do conhecimento, dos conteúdos socioculturais
significativos, o aprendizado de todas as condutas, habilidades, hábitos e convicções
indispensáveis para viver, exercer a cidadania, participar da realização de um projeto histórico-
social que busque a humanização de todos. Precisamos aprofundar/avançar em nossa concepção
489
estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da
Natureza.
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas
tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo
aqueles relativos ao mundo do trabalho.
5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar
e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito
a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos
sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas
das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.
7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na
diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos
conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para
tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da
saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e
solidários.
As aprendizagens essenciais são apresentadas em três Unidades Temáticas – Matéria e
Energia, Vida e Evolução e Terra e Universo. Elas devem ser tratadas de forma progressiva,
gradual, contínua e integrada. Temas como sustentabilidade socioambiental, ambiente, saúde e
tecnologia são desenvolvidos nas três Unidades Temáticas ao longo de todo o Ensino
Fundamental.
REFERÊNCIAS
Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na Educação Básica. Estado de Santa
Catarina. Secretaria de Estado da Educação, 2014.
1º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF01CI01) Comparar características de - Propriedade dos materiais como
diferentes materiais presentes em objetos forma, cor, cheiro e textura.
de uso cotidiano, discutindo sua origem, - Materiais usados na construção de
os modos como são descartados e como moradias e suas características.
podem ser usados de forma mais - Tipos de materiais (origens,
consciente diferenças, uso no cotidiano,
Características
reciclagem, reuso e separação).
dos materiais
- Coleta seletiva de materiais.
- Compostagem de materiais
orgânicos.
- Transformações que o ser
humano realiza no ambiente e seus
impactos.
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
(EF01CI02) Localizar, nomear e - Partes do Corpo Humano.
representar graficamente (por meio de - Órgãos dos sentidos -
desenhos) partes do corpo humano e funcionalidade (Corpo humano
explicar suas funções. como um conjunto de sistemas na
(EF01CI03) Discutir as razões pelas interação matéria e energia).
quais os hábitos de higiene do corpo - Saúde e a sua relação com
Corpo humano alimentação, higiene, prevenção de
(lavar as mãos antes de comer, escovar
os dentes, limpar os olhos, o nariz e as doenças e vacinas.
Respeito à orelhas etc.) são necessários para a - Respeito às Diferenças (peso,
diversidade manutenção da saúde. altura, sociocultural, etc.).
(EF01CI04) Comparar características - Árvores genealógicas.
físicas entre os colegas, reconhecendo a
diversidade e a importância da
valorização, do acolhimento e do respeito
às diferenças.
UNIDADES TEMÁTICAS: Terra e Universo
(EF01CI05) Identificar e nomear - Diferenças entre o dia (manhã e
diferentes escalas de tempo: os períodos tarde) e a noite.
diários (manhã, tarde, noite) e a sucessão - O efeito da luz e a sombra sobre os
Escalas de de dias, semanas, meses e anos. seres vivos.
tempo (EF01CI06) Selecionar exemplos de - Os dias da semana, mês e ano
como a sucessão de dias e noites orienta (calendário).
o ritmo de atividades diárias de seres - Tempo cronológico e suas
humanos e de outros seres vivos. influências no ciclo da natureza.
492
2º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF02CI01) Identificar de que materiais - Tipos de materiais do cotidiano
(metais, madeira, vidro etc.) são feitos os (objetos e utensílios) da escola e da
objetos que fazem parte da vida cotidiana, residência (condutor e isolantes).
como esses objetos são utilizados e com - Propriedades dos Materiais (rigidez,
quais materiais eram produzidos no maleabilidade, transparência,
passado. flexibilidade, dureza, durabilidade,
(EF02CI02) Propor o uso de diferentes etc.)
materiais para a construção de objetos de - Massa, volume e densidade.
Propriedades e
uso cotidiano, tendo em vista algumas - Cuidados no manuseio de alguns
propriedades desses materiais materiais e objetos para a prevenção
usos dos
(flexibilidade, dureza, transparência etc.) de acidentes e cuidados ambientais.
materiais.
- Reutilização de materiais.
(EF02CI03) Discutir os cuidados - Signos e símbolos usados para
Prevenção de necessários à prevenção de acidentes identificar perigos e atenção.
acidentes domésticos (objetos cortantes e - Os estados físicos da matéria (troca
domésticos. inflamáveis, eletricidade, produtos de de calor, temperatura, termômetro).
limpeza, medicamentos etc.). - As transformações dos materiais
(cerâmicas, vidros, metais, etc.) na
cultura catarinense.
- Coleta seletiva (metais, plásticos,
vidros, papéis).
- Cuidado com os tipos de
embalagens (produtos químicos do
dia a dia).
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
(EF02CI04) Descrever características de - Biomas regionais.
plantas e animais (tamanho, forma, cor, - Características e classificação das
fase da vida, local onde se desenvolvem plantas.
etc.) que fazem parte de seu cotidiano e - Características e classificação dos
relacioná-las ao ambiente em que eles animais (vertebrados e
vivem. invertebrados).
Seres vivos no (EF02CI05) Investigar a importância da - Exemplos de seres vivos
ambiente. água e da luz para a manutenção da vida (bactérias, protozoários, algas e
de plantas em geral. fungos) e vírus.
Plantas. (EF02CI06) Identificar as principais - Habitat e alimentação dos
partes de uma planta (raiz, caule, folhas, animais.
flores e frutos) e a função desempenhada - Animais ameaçados de extinção.
por cada uma delas, e analisar as relações - Água como fonte de vida.
entre as plantas, o ambiente e os demais - A importância do cultivo e
seres vivos. consumo de alimentos orgânicos
para a saúde e o meio ambiente.
UNIDADES TEMÁTICAS: Terra e Universo
Movimento (EF02CI07) Descrever as posições do Sol - Movimentos da Terra (relação entre
aparente do Sol em diversos horários do dia e associá-las os dias e as noites, as posições do sol
no céu. ao tamanho da sombra projetada. e as variações do tempo).
(EF02CI08) Comparar o efeito da - O sol - uma estrela que aquece e
radiação solar (aquecimento e reflexão) em ilumina a Terra.
O Sol como diferentes tipos de superfície (água, areia, - Luz (reflexão e absorção).
fonte de luz e solo, superfícies escura, clara e metálica - Calor.
calor. etc.).
493
3º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF03CI01) Produzir diferentes sons a - Audição humana.
partir da vibração de variados objetos e - Som, onda e noções do conceito
identificar variáveis que influem nesse partículas.
fenômeno. - Sons da natureza.
Produção de (EF03CI02) Experimentar e relatar o que - Os diversos sons criados pelo
som. ocorre com a passagem da luz através de homem e instrumentos musicais.
objetos transparentes (copos, janelas de - Poluição Sonora.
Efeitos da luz vidro, lentes, prismas, água etc.), no - Visão humana, luz e cor.
nos materiais. contato com superfícies polidas (espelhos) - Meios transparentes translúcidos e
e na intersecção com objetos opacos opacos.
(paredes, pratos, pessoas e outros objetos - Superfícies polidas e espelhos.
Saúde auditiva e
de uso cotidiano) - Energia luminosa.
visual
(EF03CI03) Discutir hábitos necessários - Poluição visual.
para a manutenção da saúde auditiva e - Benefícios e perigos da exposição
visual considerando as condições do ao sol.
ambiente em termos de som e luz.
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
(EF03CI04) Identificar características - Célula como constituinte básico dos
sobre o modo de vida (o que comem, como seres vivos.
se reproduzem, como se deslocam etc.) - Reino animal (classificação, cadeia
dos animais mais comuns no ambiente alimentar, reprodução, locomoção,
próximo. habitat, ciclo vital e noções de
(EF03CI05) Descrever e comunicar as taxonomia/nomenclatura científica
Características e alterações que ocorrem desde o exemplos de nomes científicos).
desenvolvimento nascimento em animais de diferentes - Exemplos de outros seres vivos
dos animais meios terrestres ou aquáticos, inclusive o (bactérias, protozoários, algas e
homem. fungos) e vírus.
(EF03CI06) Comparar alguns animais e - Relação entre os seres vivos, e
organizar grupos com base em destes com o ambiente (biomas
características externas comuns (presença catarinenses).
de penas, pelos, escamas, bico, garras,
antenas, patas etc.).
UNIDADES TEMÁTICAS: Terra e Universo
(EF03CI07) Identificar características da - O sistema solar.
Terra (como seu formato esférico, a - O planeta Terra.
Características presença de água, solo etc.), com base na - A Lua e suas fases.
da Terra observação, manipulação e comparação de - As Estrelas.
diferentes formas de representação do - O solo (tipos, formação,
planeta (mapas, globos, fotografias etc.). características e propriedades).
494
4º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF04CI01) Identificar misturas na vida - Mudanças dos estados físicos da
diária, com base em suas propriedades matéria.
físicas observáveis, reconhecendo sua - Introdução a misturas homogêneas
composição. e heterogêneas.
(EF04CI02) Testar e relatar transformações - Separação de mistura.
Misturas nos materiais do dia a dia quando expostos - Fenômenos químicos e físicos.
a diferentes condições (aquecimento, - Reações químicas entre as
Transformações resfriamento, luz e umidade). partículas.
- Tipos de máquinas e seus
reversíveis e
não reversíveis. combustíveis.
(EF04CI03) Concluir que algumas
mudanças causadas por aquecimento ou
resfriamento são reversíveis (como as
mudanças de estado físico da água) e outras
não (como o cozimento do ovo, a queima
do papel etc.).
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
(EF04CI04) Analisar e construir cadeias - Seres unicelulares e multicelulares.
alimentares simples, reconhecendo a - Seres microscópicos (uso de lupa e
posição ocupada pelos seres vivos nessas microscópio).
cadeias e o papel do Sol como fonte - Reino Monera, Fungi e Protoctista.
primária de energia na produção de - Cadeias alimentares.
Cadeias alimentos. - Relações ecológicas.
alimentares (EF04CI05) Descrever e destacar - Decomposição.
simples semelhanças e diferenças entre o ciclo da - Combustíveis fósseis.
matéria e o fluxo de energia entre os - Vacinas e a prevenção de doenças.
Microrganismos componentes vivos e não vivos de um - Interferências humanas nos
ecossistema. ecossistemas.
(EF04CI06) Relacionar a participação de - Produtos nocivos ao solo e
fungos e bactérias no processo de ambientes aquáticos.
decomposição, reconhecendo a - Saneamento básico.
importância ambiental desse processo.
495
5º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF05CI01) Explorar fenômenos da vida - Propriedades da matéria (densidade,
cotidiana que evidenciem propriedades condutibilidade térmica e elétrica,
físicas dos materiais – como densidade, solubilidade, forças magnéticas,
condutibilidade térmica e elétrica, resposta forças mecânicas, etc.).
a forças magnéticas, solubilidade, respostas - Ciclo hidrológico da água,
a forças mecânicas (dureza, elasticidade potabilidade, doenças e águas
Propriedades etc.), entre outras. servidas (uso doméstico, Agrícola e
físicas dos (EF05CI02) Aplicar os conhecimentos industrial).
materiais. sobre as mudanças de estado físico da água - Hidrografia, bacias hidrográficas.
para explicar o ciclo hidrológico e analisar - Tipos de energias (renováveis e não
Ciclo suas implicações na agricultura, no clima, renováveis).
hidrológico. na geração de energia elétrica, no - Mata ciliar e a importância da sua
provimento de água potável e no equilíbrio manutenção para a prevenção de
Consumo dos ecossistemas regionais (ou locais). enchentes, alagamentos e
consciente. (EF05CI03) Selecionar argumentos que assoreamentos dos rios.
justifiquem a importância da cobertura - Chuva ácida.
Reciclagem. vegetal para a manutenção do ciclo da água, - Reuso e separação seletiva dos
a conservação dos solos, dos cursos de água resíduos sólidos na comunidade
e da qualidade do ar atmosférico. escolar e entorno.
(EF05CI04) Identificar os principais usos - Sustentabilidade.
da água e de outros materiais nas atividades - Coleta seletiva de resíduos para
cotidianas para discutir e propor formas aterros sanitários nos municípios e as
sustentáveis de utilização desses recursos. vantagens ambientais e sociais.
496
6º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF06CI01) classificar como homogênea - Noções sobre átomos, moléculas e
ou heterogênea a mistura de dois ou mais substâncias;
materiais (água sal, água e óleo, água e - Misturas homogêneas e
areia etc.). heterogêneas;
(EF06CI02) Identificar evidências de - Separação de misturas;
transformações químicas a partir do - Separação do petróleo e seus
resultado de misturas de materiais que subprodutos;
originam produtos diferentes dos que foram - Fenômenos químicos e físicos;
Misturas misturados (mistura de ingredientes para - Transformações Químicas e Físicas;
homogêneas e fazer um bolo mistura de vinagre com - Reações reversíveis e irreversíveis;
heterogêneas. bicarbonato de sódio etc.). - Medicamentos e o uso racional dos
(EF06CI03) Selecionar métodos mais mesmos;
Separação de adequados para a separação de diferentes - Uso da Química na indústria
materiais. sistemas heterogêneos a partir da alimentícia;
identificação de processos de separação de - A transformação do lixo em aterros
Materiais materiais (como a produção de sal de sanitários e na natureza;
sintéticos. cozinha, a destilação de petróleo, entre - As transformações dos resíduos
outros). orgânicos em compostos orgânicos;
(EF06CI04) Associar a produção de - Como a chuva ácida vem
Transformações
medicamentos e outros materiais sintéticos degradando as rochas no planeta.
químicas.
ao desenvolvimento científico e
tecnológico, reconhecendo benefícios e
avaliando impactos socioambientais.
DIVERSIDADE:
- Culturas indígenas – plantas medicinais.
- SUS – Direito ao acesso a saúde integral.
- Agricultura familiar.
- Associação de catadores.
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
(EF06CI05) Explicar a organização básica - Citologia.
das células e seu papel como unidade - Origem dos seres vivos.
estrutural e funcional dos seres vivos. - Metabolismo.
(EF06CI06) Concluir, com base na análise - Evolução dos processos sensoriais.
Célula como de ilustrações e/ou modelos (físicos ou - Sistema Nervoso (medula
unidade da digitais), que os organismos são um espinhal, cérebro, bulbo ou medula
vida. complexo arranjo de sistemas com oblonga, cerebelo, ponte, principais
diferentes níveis de organização. divisões do sistema nervoso
Interação entre (EF06CI07) Justificar o papel do sistema periférico, sistema nervoso
os sistemas nervoso na coordenação das ações motoras voluntário, sistema nervoso
locomotor e e sensoriais do corpo, com base na análise autônomo e arco reflexo);
nervoso. de suas estruturas básicas e respectivas - Sistema nervoso e o efeito de
funções. substâncias psicoativas.
Lentes (EF06CI08) Explicar a importância da - Doenças do sistema nervoso.
corretivas. visão (captação interpretação das imagens) - O olho humano.
na interação do organismo com o meio e, - Defeitos de visão (miopia,
com base no funcionamento do olho hipermetropia, astigmatismo,
humano, selecionar lentes adequadas para a presbiopia, daltonismo, glaucoma,
correção d diferentes defeitos da visão. etc).
498
7º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
(EF07CI01) Discutir a aplicação, ao longo - Máquinas Simples.
da história, das máquinas simples e propor - Alavancas (Força resistente, Força
soluções e invenções para a realização de potente, Equilíbrio).
tarefas mecânicas cotidianas. - Braço da força potente e resistente.
(EF07CI02) Diferenciar temperatura, calor - Tipos de Alavancas (Interfixa,
e sensação térmica nas diferentes situações Inter-resistente, Interpotente).
de equilíbrio termodinâmico cotidianas. - Alavancas do corpo humano
(Antebraço, Pé, Cabeça, etc).
(EF07CI03) Utilizar o conhecimento das - Ferramentas (alicate, chave, etc).
formas de propagação do calor para - Calor.
justificar a utilização de determinados - Temperatura.
materiais (condutores e isolantes) na vida - Termômetro e suas aplicações.
cotidiana, explicar o princípio de - Escalas termométricas e Sensação
funcionamento de alguns equipamentos Térmica.
(garrafa térmica, coletor solar etc.) e/ou - Propagação de Calor.
construir soluções tecnológicas a partir - Máquinas Térmicas.
Máquinas
desse conhecimento. - Combustíveis renováveis e não
simples.
(EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio renováveis.
termodinâmico para a manutenção da vida - Influência do sol nas condições de
Formas de na Terra, para o funcionamento de
propagação do vida na Terra.
máquinas térmicas e em outras situações
calor. cotidianas.
(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes
Equilíbrio tipos de combustível e máquinas térmicas
termodinâmico ao longo do tempo, para avaliar avanços,
e vida na Terra. questões econômicas e problemas
socioambientais causados pela produção e
História dos uso desses materiais e máquinas.
combustíveis e (EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças
das máquinas econômicas, culturais e sociais, tanto na
térmicas. vida cotidiana quanto no mundo do
trabalho, decorrentes do desenvolvimento
de novos materiais e tecnologias (como
automação e Informatização).
DIVERSIDADE:
- Educação Ambiental (Uso dos recursos naturais; Resíduos sólidos; Poluição).
- Aquecimento global e as consequências para o planeta e as atitudes necessárias a
serem tomadas pelos humanos para reverter o aquecimento do planeta.
- Educação Indígena e Quilombola – construção de moradias, ferramentas do dia a
dia, bio-construção.
- Sustentabilidade (Coletores solares em residência e a economia de energia
elétrica e dos recursos naturais.
- Fogões solares.
- Fontes de produção limpa e como fazer para sua adoção em grande escala - papel
da população para que as mudanças ocorram.
- Combustíveis.
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
500
8º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
- Energia Elétrica.
(EF08CI01) Identificar e classificar
- Resistência Elétrica.
Fontes e tipos diferentes fontes (renováveis e não
- Potencial Elétrico.
de energia. renováveis) e tipos de energia
- Corrente Elétrica (contínua e
utilizados em residências,
alternada).
Transformação comunidades ou cidades.
- Circuitos Elétricos Simples.
de energia. (EF08CI02) Construir circuitos elétricos - Transformações de energia
com pilha/bateria, fios e lâmpada ou outros elétrica em outras formas de
Cálculo de dispositivos e compará-los a circuitos energia.
consumo de elétricos residenciais. - Potência Elétrica.
energia elétrica.
502
DIVERSIDADE:
9º ANO
Objetos de Habilidades Conteúdos
Conhecimento
UNIDADES TEMÁTICAS: Matéria e energia
- Modelos atômicos (O átomo).
(EF09CI01) Investigar as mudanças
- Partículas Subatômicas (Proton,
de estado físico da matéria e explicar
Neutron e elétron).
essas transformações com base no
- Tabela Periódica - A história da
modelo de constituição
Tabela Periódica.
submicroscópica.
- Elementos químicos.
(EF09CI02) Comparar quantidades de
- Transformações químicas
reagentes e produtos envolvidos em
(reagentes e Produtos).
transformações químicas,
- Fenômeno químico e físico.
estabelecendo a proporção entre as suas - Ligações químicas.
massas. - Moléculas simples.
(EF09CI03) Identificar modelos que - Radiação Eletromagnética e
descrevem a estrutura da matéria espectro eletromagnético.
(constituição do átomo e composição de - Fontes de radiação eletromágnetica;
Aspectos moléculas simples) e reconhecer sua - Aplicações das radiações
quantitativos evolução histórica. eletromagnéticas.
das (EF09CI04) Planejar e executar - Prisma.
transformações experimentos que evidenciem que todas as - Decomposição da luz.
químicas. cores de luz podem ser formadas pela - Luz e Cor.
composição das três cores primárias da luz - Som, infrassom e ultrassom.
Estrutura da e que a cor de um objeto está relacionada - Laser.
matéria. também à cor da luz que o ilumina.
(EF09CI05) Investigar os principais
Radiações e mecanismos envolvidos na transmissão e
suas aplicações recepção de imagem e que revolucionaram
na saúde. os sistemas de comunicação humana.
(EF09CI06) Classificar as radiações
eletromagnéticas por suas frequências,
fontes e aplicações, discutindo e avaliando
as implicações de seu uso em controle
remoto, telefone celular, raio X, forno de
micro-ondas, fotocélulas etc.
(EF09CI07) Discutir o papel do avanço
tecnológico na aplicação das radiações na
medicina diagnóstica (raio X, ultrassom,
ressonância nuclear, magnética) e no
tratamento de doenças (radioterapia,
cirurgia ótica a laser, infravermelho,
ultravioleta, etc.).
DIVERSIDADE:
UNIDADES TEMÁTICAS: Vida e evolução
Hereditariedade. (EF09CI08) Associar os gametas à - Especiação.
Ideias transmissão das características hereditárias, - Sustentabilidade.
evolucionistas. estabelecendo relações entre ancestrais e - Teorias da vida.
descendentes. - Fósseis e a evidência da evolução.
505
6.4.1 Geografia
• Conexões e escalas;
• Mundo do trabalho;
• Formas de representação e pensamento espacial e;
• Natureza, ambiente e qualidade de vida.
Aprofundando-nos na estrutura apresentada, o estudo se diversifica, apresentando-se
irradiado por 69 diferentes Objetos de Conhecimento distribuídos entre os 9 anos do ensino da
Geografia, sendo 38 nos anos iniciais e 31 nos anos finais.
Quando focamos a atenção nas Habilidades propostas pela BNCC, observamos a
existência de 67 diferentes facetas sendo abordadas, evidenciando a multiplicidade de enfoques
no trabalho apresentado.
Finalmente, para a elaboração dos Currículos Municipais, o ponto de discussão reside
na proposição dos Conteúdos, ou seja, respeitando a estrutura acima apresentada, cabe aos
municípios, incluir dentre os Conteúdos propostos na esfera Federal e na esfera Estadual
(RESOLUÇÃO CEE/SC No 070, de 17 de junho de 2019.), aqueles assuntos que melhor
representam as particularidades do município, mantendo a integração com os níveis
anteriormente descritos, uma vez que estes são fixos e definidos pela BNCC.
Assim sendo, o Currículo municipal, é a parte pormenorizada do estudo da Geografia
em âmbito nacional, devendo propor o conjunto de Conteúdos, com informações locais e
regionais que permitam ao aluno, dentro das possibilidades do seu local de vivência, enxergar-
se inserido no ambiente macro, identificando aspectos físicos, sociais, culturais e econômicos
que o permitam identificar-se como agente ativo e participativo do processo de construção do
espaço geográfico.
Para tanto, diversas são as metodologias sugeridas, de maneira a estimular a curiosidade,
a reflexão, a autoconfiança e o protagonismo do estudante, tais como:
• Realização de Trilhas e Passeios na natureza e no ambiente urbano, orientados por
equipe multidisciplinar de professores;
• Visitas técnicas a empresas e entidades governamentais da região;
• Palestras com expositores externos ao ambiente escolar;
• Construção de Hortas e visitas ao Horto do município;
• Gincanas, Jogos e Dinâmicas de grupo;
• Pesquisas nos mais diversos meios;
• Realização de Vídeos e de Teatros;
• Estudos e observações de campo;
511
1º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
(EF01GE01) Descrever
características observadas de • Lugar de vivência.
O modo de vida das seus lugares de vivência • Características de seus lugares de
O sujeito e seu
crianças em diferentes (moradia, escola etc.) e vivência: escola, moradia e famílias.
lugar no mundo
lugares identificar semelhanças e • Semelhanças e diferenças entre os
diferenças entre esses lugares de vivência.
lugares.
• Jogos e brincadeiras infantis dos
diferentes grupos étnicos que compõem
(EF01GE02) Identificar o local de vivência
O modo de vida das
O sujeito e seu semelhanças e diferenças • Cantigas de roda, jogos coletivos e
crianças em diferentes
lugar no mundo entre jogos e brincadeiras de brincadeiras individuais
lugares
diferentes épocas e lugares. • Jogo, brinquedo e brincadeira na
aprendizagem cartográfica
• Lateralidade e espacialidade
• O deslocamento pelo espaço vivido
(EF01GE03) Identificar e
• Os espaços públicos de uso coletivo
relatar semelhanças e
• A existência de regras de convívio nos
O sujeito e seu Situações de convívio diferenças de usos do espaço
espaços públicos e privados
lugar no mundo em diferentes lugares público (praças, parques)
• Os cuidados com os espaços públicos e
para o lazer e diferentes
privados
manifestações.
• As relações de vizinhança no bairro
512
(EF01GE09) Elaborar e
• Elaboração de mapas simples (croquis)
utilizar mapas simples para
tomando o aluno como referência
localizar elementos do local
Formas de (Mapeamento do corpo)
de vivência, considerando
representação e • Deslocamento utilizando mapas
Pontos de referência referenciais espaciais (frente
pensamento simples (croquis)
e atrás, esquerda e direita,
espacial • Elaboração de mapas simples (croquis)
em cima e embaixo, dentro e
a partir de referencias externas (Portão
fora) e tendo o corpo como
da escola, mesa do professor
referência.
2º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• Os povos originários e os fluxos
migratórios no MUNICÍPIO
• O desenvolvimento do MUNICÍPIO
(EF02GE01) Descrever a e sua relação com os povos originários
Convivência e
O sujeito e seu história das migrações no e os fluxos migratórios
interações entre
lugar no mundo bairro ou comunidade em que • Os modos de vida dos diferentes
pessoas na comunidade
vive. grupos sociais e sua relação com o
desenvolvimento do MUNICÍPIO
• A DIVERSIDADE das histórias
familiares
• A DIVERSIDADE dos grupos
(EF02GE02) Comparar sociais presentes no MUNICÍPIO
costumes e tradições de • Festas, feiras, comemorações que
Convivência e diferentes populações fazem parte do cotidiano do
O sujeito e seu
interações entre inseridas no bairro ou MUNICÍPIO
lugar no mundo
pessoas na comunidade comunidade em que vive, • Populações no bairro e comunidade –
reconhecendo a importância diferenças culturais - costumes e
do respeito às diferenças. tradições, considerando diferentes
crenças e grupos étnicos
514
• DIVERSIDADE humana – o
respeito as diferenças
3º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• As DIVERSIDADES na escola,
no bairro e no MUNICÍPIO
(EF03GE01) Identificar e
• As comunidades tradicionais e
A cidade e o campo: comparar aspectos culturais dos
O sujeito e seu suas contribuições culturais e
aproximações e grupos sociais de seus lugares de
lugar no mundo sociais para os lugares de vivência
diferenças vivência, seja na cidade, seja no
• Aspectos culturais e sociais
campo.
relacionados aos locais de moradia
(Cidade, campo, praia e etc.)
516
(EF03GE08) Relacionar a
produção de lixo doméstico ou da
• Os hábitos de consumo e a
escola aos problemas causados
produção de lixo
pelo consumo excessivo e
Natureza, • Os diferentes tipos de lixo em casa
construir propostas para o
ambientes e Produção, circulação e e na escola
consumo consciente,
qualidade de consumo • A redução, o reuso e a reciclagem
considerando a ampliação de
vida • A destinação de diferentes tipos
hábitos de redução, reúso e
de lixo (A situação no
reciclagem/ descarte de materiais
MUNICÍPIO)
consumidos em casa, na escola
e/ou no entorno.
4º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• Unidades político-administrativas
- Conceito de região, unidade da
(EF04GE05) Distinguir unidades
federação, município, distrito
político-administrativas oficiais
• Localização do seu bairro no
Unidades político- nacionais (Distrito, Município,
Conexões e município, do seu município no
administrativas do Unidade da Federação e grande
escalas estado, do seu estado na grande
Brasil região), suas fronteiras e sua
região (Região Sul) e no território
hierarquia, localizando seus
brasileiro.
lugares de vivência.
• O lugar de vivência na hierarquia
político-administrativa
5º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• Indicadores populacionais – Taxas
de Natalidade, Mortalidade e
Mortalidade infantil• Crescimento da
(EF05GE01) Descrever e
população catarinense e sua relação
analisar dinâmicas
com os fluxos migratórios e os
populacionais na Unidade da
O sujeito e seu indicadores populacionais• A
Dinâmica populacional Federação em que vive,
lugar no mundo infraestrutura do MUNICÍPIO e sua
estabelecendo relações entre
relação com os fluxos migratórios e
migrações e condições de
os indicadores populacionais• A
infraestrutura.
estrutura populacional e sua relação
com o nível de desenvolvimento dos
municípios
• Os indicadores sociais nos grupos
quilombolas, indígenas e tradicionais
(EF05GE02) Identificar
Diferenças étnico- • A desigualdade social, distribuição
diferenças étnico-raciais e
O sujeito e seu raciais e étnico- de renda e cidadania e sua relação
étnico-culturais e desigualdades
lugar no mundo culturais e com as diferenças de gênero, etnia,
sociais entre grupos em
desigualdades sociais crença e origem.
diferentes territórios.
• Os indicadores sociais e sua
relação com os fluxos migratórios
521
6º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• Conceitos de lugar, paisagem,
espaço geográfico.
• Lugares e paisagens do
(EF06GE01) Comparar território catarinense.
modificações das paisagens nos • A influência da sociedade nos
O sujeito e seu
Identidade sociocultural lugares de vivência e os usos diferentes usos dos lugares ao
lugar no mundo
desses lugares em diferentes longo do tempo (urbanos, rurais,
tempos. industriais, turísticos e etc.)
• O Lugar de vivência:
conhecendo o MUNICÍPIO em
que vivemos.
• Paisagens e suas
transformações ao longo do
tempo pelas diferentes
sociedades. (o rural e o urbano)
(EF06GE02) Analisar
• Diversidade étnica, religiosa e
O sujeito e seu modificações de paisagens por
Identidade sociocultural cultural regional e sua presença
lugar no mundo diferentes tipos de sociedade, com
no MUNICÍPIO: comunidades
destaque para os povos originários.
tradicionais, ciganos, quilombos,
indígenas (Guarani, Xokleng,
Kaingang), ribeirinhas e
pescadores
• O sistema solar e seus planetas
• Os Movimentos de rotação e
translação e suas consequências.
• Os principais paralelos e
meridianos
(EF06GE03) Descrever os • Fatores influenciadores do
Relações entre os movimentos do planeta e sua clima e do tempo (massas de ar,
Conexões e
componentes físico- relação com a circulação geral da continentalidade, maritimidade,
escalas
naturais atmosfera, o tempo atmosférico e vegetação, relevo, altitude,
os padrões climáticos. latitude, correntes marítimas,
urbanização e etc.)
• A circulação atmosférica e as
zonas climáticas
• O clima e o tempo no
MUNICÍPIO
• A interdependência entre os
padrões climáticos e os biomas
terrestres
• O conceito de biomas e sua
relação com elementos naturais
como: a circulação atmosférica,
os macros e micros climas, os
aspectos do relevo, do solo, da
Relações entre os (EF06GE05) Relacionar padrões hidrologia e etc.
Conexões e
componentes físico- climáticos, tipos de solo, relevo e • Os principais biomas terrestres
escalas
naturais formações vegetais. do Brasil
• O MUNICÍPIO e os Biomas
brasileiros
• Os biomas e sua influência nas
sociedades atuais e nos povos
nativos (Alimentação, cultura,
religião, processos migratórios,
desenvolvimento econômico e
etc.)
• O trabalho, a evolução das
sociedades e as transformações
das paisagens (Agricultura
nômade, domesticação de
animais, o comércio, a indústria,
as revoluções industriais e
(EF06GE06) Identificar as
tecnológicas)
características das paisagens
Transformação das • As sociedades e sua
Mundo do transformadas pelo trabalho
paisagens naturais e interdependência das atividades
trabalho humano a partir do
antrópicas agropecuárias, industriais,
desenvolvimento da agropecuária
comerciais e de serviços
e do processo de industrialização.
(Conceitos e relações)
• O MUNICÍPIO e o cenário
econômico (Atividades
predominantes e impactos na
DIVERSIDADE da sociedade e
na paisagem)
• A atividade comercial e o
surgimento das cidades
(EF06GE07) Explicar as • As cidades e a sua influência
Transformação das
Mundo do mudanças na interação humana nas sociedades (As
paisagens naturais e
trabalho com a natureza a partir do DIVERSIDADES culturais,
antrópicas
surgimento das cidades. alimentares, étnicas e etc.)
• A vida no MUNICÍPIO e suas
relações com a cidade e o campo
• Relação espacial de proporção
(Medidas, distâncias e escalas)
• Escalas cartográficas
(numérica e gráfica)
• Instrumentos de orientação no
espaço geográfico: coordenadas
Formas de
Fenômenos naturais e (EF06GE08) Medir distâncias na geográficas (paralelos,
representação e
sociais representados de superfície pelas escalas gráficas e meridianos, latitude e longitude),
pensamento
diferentes maneiras numéricas dos mapas. Rosa dos ventos, bússola,
espacial
aplicativos para dispositivos
móveis e demais tecnologias
digitais.
• Fusos horários.
• As escalas no dia a dia
(Distâncias até o colégio,
525
• Projeções cartográficas•
(EF06GE09) Elaborar modelos Elementos básicos dos mapas• O
Formas de tridimensionais, blocos-diagramas mapa e a maquete (As diferenças
Fenômenos naturais e
representação e e perfis topográficos e de entre o bidimensional e o
sociais representados de
pensamento vegetação, visando à representação tridimensional)• A construção de
diferentes maneiras
espacial de elementos e estruturas da mapas e maquetes•
superfície terrestre. Representações cartográficas do
local do aluno e do MUNICÍPIO
• A biosfera (conceitos
atmosfera, hidrosfera e
Litosfera)
• As diferentes técnicas de uso
(EF06GE10) Explicar as diferentes
do solo e das águas
formas de uso do solo (rotação de
• O desenvolvimento das
terras, terraceamento, aterros etc.)
Natureza, sociedades e sua relação com o
e de apropriação dos recursos
ambientes e Biodiversidade e ciclo uso dos solos e das águas
hídricos (sistema de irrigação,
qualidade de hidrológico (Agropecuária, Indústria,
tratamento e redes de distribuição),
vida Comércio, Serviços)
bem como suas vantagens e
• O crescimento da população e
desvantagens em diferentes épocas
a produção de alimentos,
e lugares.
(utilização de agrotóxicos e
transgênicos e seus impactos
para a biodiversidade e saúde
humana)
• A biodiversidade
• Os aspectos naturais e a
distribuição da população
(EF06GE11) Analisar distintas • Distribuição dos recursos
Natureza, interações das sociedades com a naturais (minerais, energéticos,
ambientes e Biodiversidade e ciclo natureza, com base na distribuição vegetais, animais) no
qualidade de hidrológico dos componentes físico-naturais, desenvolvimento das sociedades
vida incluindo as transformações da • As comunidades locais
biodiversidade local e do mundo. (ribeirinhos, pescadores,
agricultores e etc.) e sua relação
com a biodiversidade do
MUNICÍPIO
• Distribuição da água no
Planeta (águas continentais,
subterrâneas e oceânicas) e sua
interação com o
desenvolvimento e distribuição
(EF06GE12) Identificar o
das sociedades
consumo dos recursos hídricos e o
Natureza, • Recursos hídricos e sua relação
uso das principais bacias
ambientes e Biodiversidade e ciclo com a ocupação humana ao
hidrográficas no Brasil e no
qualidade de hidrológico longo do tempo, nos diversos
mundo, enfatizando as
vida lugares.
transformações nos ambientes
• Formas de utilização das
urbanos.
Bacias Hidrográficas em Santa
Catarina e no Brasil.
• As transformações nas bacias
hidrográficas em Santa Catarina
e no Brasil decorrentes
526
7º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• Desconstrução dos estereótipos a
respeito das paisagens naturais do
(EF07GE01) Avaliar, por meio brasil• Análise das percepções a
de exemplos extraídos dos meios respeito da formação populacional
Ideias e concepções
O sujeito e seu de comunicação, ideias e brasileira• A formação territorial
sobre a formação
lugar no mundo estereótipos acerca das paisagens nas diferentes paisagens naturais
territorial do Brasil
e da formação territorial do brasileiras• A formação
Brasil. populacional e a sua relação com as
alterações na paisagem natural do
MUNICÍPIO
• A influência dos fluxos
econômicos na formação da
(EF07GE02) Analisar a sociedade brasileira
influência dos fluxos • A importância dos fluxos
econômicos e populacionais na migratórios na construção do
Conexões e Formação territorial do formação socioeconômica e território brasileiro
escalas Brasil territorial do Brasil, • A relação entre os fluxos
compreendendo os conflitos e as populacionais e a atividade
tensões históricas e econômica no Brasil
contemporâneas. • O desenvolvimento econômico e
sua relação com a formação étnico
cultural do MUNICÍPIO
• Povos originários e comunidades
(EF07GE03) Selecionar tradicionais do espaço geográfico
argumentos que reconheçam as brasileiro e catarinense.
territorialidades dos povos • Territórios Quilombolas:
indígenas originários, das territorialidade, ancestralidade e
comunidades remanescentes de identidade.
Conexões e Formação territorial do
quilombos, de povos das • Territórios Indígenas: auto
escalas Brasil
florestas e do cerrado, de sustentabilidade e o respeito à Mãe
ribeirinhos e caiçaras, entre Terra.
outros grupos sociais do campo e • Direitos das comunidades do
da cidade, como direitos legais campo, de pescadores, de
dessas comunidades. ribeirinhos, de caiçaras, de
indígenas e de caboclos
527
• Os processos de industrialização e
inovação tecnológica e as
(EF07GE08) Estabelecer transformações socioeconômicas do
relações entre os processos de território brasileiro
Mundo do Desigualdade social e industrialização e inovação • As ilhas de excelência tecnológica
trabalho o trabalho tecnológica com as em Santa Catarina e sua relação
transformações socioeconômicas com o desenvolvimento do estado
do território brasileiro. • Impacto da indústria e das
inovações tecnológicas no
MUNICÍPIO em que vivemos
(EF07GE09) Interpretar e
elaborar mapas temáticos e • Mapas temáticos e históricos como
históricos, inclusive utilizando instrumentos de representação do
Formas de tecnologias digitais, com espaço geográfico• Entendendo as
representação e Mapas temáticos do informações demográficas e escalas numérica e gráfica• O uso
pensamento Brasil econômicas do Brasil de legendas na construção de
espacial (cartogramas), identificando mapas• O estudo do lugar de
padrões espaciais, vivência (MUNICÍPIO) com base
regionalizações e analogias nos mapas temáticos
espaciais.
8º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• Os movimentos migratórios e
a evolução das sociedades ao
(EF08GE01) Descrever as rotas de
longo da história. • Fatores que
dispersão da população humana
influenciam as migrações e as
pelo planeta e os principais fluxos
Distribuição da formas de povoamento.
migratórios em diferentes períodos
O sujeito e seu população mundial e (Físicos, políticos, econômicos
da história, discutindo os fatores
lugar no mundo deslocamentos e sociais)• Principais rotas
históricos e condicionantes físico-
populacionais migratórias e a distribuição da
naturais associados à distribuição da
população pelo planeta• Os
população humana pelos
fluxos migratórios locais e sua
continentes.
relação com a forma de
povoamento do MUNICÍPIO
• Formação populacional do
(EF08GE02) Relacionar fatos e MUNICÍPIO e sua relação com
situações representativas da história os movimentos migratórios
Diversidade e dinâmica
O sujeito e seu das famílias do Município em que regionais, nacionais e
da população mundial e
lugar no mundo se localiza a escola, considerando a mundiais.
local
diversidade e os fluxos migratórios • A diversidade populacional
da população mundial. mundial, nacional, estadual e
do MUNICÍPIO.
• Principais conceitos e
indicadores relacionados a
(EF08GE03) Analisar aspectos
dinâmica demográfica,
representativos da dinâmica
Diversidade e dinâmica econômica e social.
O sujeito e seu demográfica, considerando
da população mundial e • Avaliação e interpretação de
lugar no mundo características da população (perfil
local indicadores demográficos,
etário, crescimento vegetativo e
econômicos e sociais no
mobilidade espacial).
âmbito mundial, nacional,
estadual e do MUNICÍPIO,
• Principais conceitos
relacionados aos tipos de
migração: emigração,
imigração; pendular,
(EF08GE04) Compreender os
temporária, permanente,
fluxos de migração na América
clandestina, externa, interna,
Diversidade e dinâmica Latina (movimentos voluntários e
O sujeito e seu êxodo rural e etc.
da população mundial e forçados, assim como fatores e áreas
lugar no mundo • Consequências das migrações
local de expulsão e atração) e as
nas áreas de partida e de
principais políticas migratórias da
chegada.
região.
• Políticas migratórias.
• Os fluxos migratórios da
América Latina e sua
influência no MUNICÍPIO.
530
• As principais Organizações
Internacionais e suas formas de
atuação – ONU, OMC, Otan,
(EF08GE06) Analisar a atuação das FMI, Banco Mundial, OIT,
Corporações e organizações mundiais nos OCDE
organismos processos de integração cultural e • As Organizações
Conexões e
internacionais e do econômica nos contextos americano Internacionais e sua relação
escalas
Brasil na ordem e africano, reconhecendo, em seus com o mundo com destaque
econômica mundial lugares de vivência, marcas desses para América Latina e África
processos. • Influência das Organizações
Internacionais na realidade do
MUNICÍPIO (Obras, trabalhos
sociais, ambientais e etc)
• Os blocos econômicos do
(EF08GE12) Compreender os
continente americano
Corporações e objetivos e analisar a importância
• O papel dos blocos
organismos dos organismos de integração do
Conexões e econômicos na integração
internacionais e do território americano (Mercosul,
escalas regional
Brasil na ordem OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba,
• Os intercâmbios comerciais e
econômica mundial Comunidade Andina, Aladi, entre
sua relação com a economia
outros).
local (MUNICÍPIO)
• A revolução 4.0 e as
mudanças no mundo do
trabalho (novas tecnologias,
jornadas flexíveis, novas
(EF08GE13) Analisar a influência
profissões, o tele trabalho)• Os
do desenvolvimento científico e
Os diferentes contextos e impactos na vida dos cidadãos
Mundo do tecnológico na caracterização dos
os meios técnico e ( O desaparecimento de
trabalho tipos de trabalho e na economia dos
tecnológico na produção profissões, a falta de emprego,
espaços urbanos e rurais da América
o tempo livre) • O rural e o
e da África.
urbano na nova configuração
do mundo do trabalho• Os
impactos na realidade local
(MUNICÍPIO)
• A redistribuição espacial da
atividade econômica.
• O EUA e China como
(EF08GE14) Analisar os processos
impulsionadores das
de desconcentração,
economias africana e latino
Os diferentes contextos e descentralização e recentralização
Mundo do americana
os meios técnico e das atividades econômicas a partir
trabalho • O Brasil como polo atrativo
tecnológico na produção do capital estadunidense e chinês
da atividade econômica.
em diferentes regiões no mundo,
• Os principais fluxos da
com destaque para o Brasil.
atividade econômica mundial.
• Os impactos na realidade
local (MUNICÍPIO)
532
(EF08GE20) Analisar
• As regionalizações de
características de países e grupos de
América e África. (Aspectos
países da América e da África no
físicos, econômicos, sociais e
Identidades e que se refere aos aspectos
culturais)
Natureza, interculturalidades populacionais, urbanos, políticos e
• As diferenças entre os países
ambientes e regionais: Estados econômicos, e discutir as
americanos.
qualidade de Unidos da América, desigualdades sociais e econômicas
• As diferenças entre os países
vida América espanhola e e as pressões sobre a natureza e suas
africanos.
portuguesa e África riquezas (sua apropriação e
• A DIT – Divisão
valoração na produção e
Internacional do trabalho
circulação), o que resulta na
aplicada a América e África.
espoliação desses povos.
• As diferentes paisagens e
povos da América latina.
(EF08GE23) Identificar paisagens • A cordilheira dos Andes e sua
Natureza, Diversidade ambiental e da América Latina e associá-las, por influência no povoamento e no
ambientes e as transformações nas meio da cartografia, aos diferentes clima da América do Sul.
qualidade de paisagens na América povos da região, com base em • Os grandes biomas latino
vida Latina aspectos da geomorfologia, da americanos. (Florestas,
biogeografia e da climatologia. Desertos, Montanhas, Pradarias
e etc)
• O bioma local (MUNICÍPIO)
534
9º Ano – Geografia
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES CONTEÚDOS
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• O cristianismo e sua influência na
hegemonia europeia
(EF09GE01) Analisar • O mundo visto da Europa –
criticamente de que forma a Meridiano de Greenwich (Oriente e
hegemonia europeia foi Ocidente)
A hegemonia europeia na exercida em várias regiões do • As grandes navegações e o
O sujeito e seu
economia, na política e na planeta, notadamente em domínio europeu
lugar no mundo
cultura situações de conflito, • A 1ª Revolução industrial e o
intervenções militares e/ou modelo desenvolvimento europeu
influência cultural em pelo mundo
diferentes tempos e lugares. • A hegemonia cultural europeia no
estado de Santa Catarina e no
MUNICÍPIO
• As Organizações Internacionais e
sua atuação no cenário mundial
(ONU, OEA, OMC, OMS, OIT,
(EF09GE02) Analisar a OCDE, FMI, BIRD, OTAN, OIR e
atuação das corporações etc.)
internacionais e das • A ONU, a Declaração Universal
O sujeito e seu Corporações e
organizações econômicas dos Direitos Humanos e as
lugar no mundo organismos internacionais
mundiais na vida da população DIVERSIDADES
em relação ao consumo, à • O FMI e sua influência nas
cultura e à mobilidade. políticas econômicas dos países
• As organizações e as corporações
no MUNCÍPIO de vivência e no
estado de Santa Catarina
535
(EF09GE04) Relacionar
• O modo de vida e sua relação
diferenças de paisagens aos
com a paisagem natural• A
As manifestações modos de viver de diferentes
O sujeito e seu multiculturalidade catarinense e sua
culturais na formação povos na Europa, Ásia e
lugar no mundo relação com as paisagens naturais•
populacional Oceania, valorizando
O modo de vida no MUNICÍPIO –
identidades e
A cidade o campo e a praia
interculturalidades regionais.
• A Globalização: motivos e
(EF09GE05) Analisar fatos e repercussões (Economia, política e
situações para compreender a cultura)
Integração mundial e suas
integração mundial • Santa Catarina integrada ao
Conexões e interpretações:
(econômica, política e mundo globalizado (O comércio
escalas globalização e
cultural), comparando as internacional, a influência cultural )
mundialização
diferentes interpretações: • Evidências da Globalização no
globalização e mundialização. MUNICÍPIO (Hábitos, empresas,
propagandas, estilo de vida)
• O Meridiano de Greenwich e
conceito de oriente e ocidente –
(EF09GE06) Associar o Uma divisão geográfica ou
critério de divisão do mundo ideológica?
Conexões e A divisão do mundo em
em Ocidente e Oriente com o • O Colonialismo europeu e o
escalas Ocidente e Oriente
Sistema Colonial implantado choque de valores e cultura entre o
pelas potências europeias. ocidente e o oriente
• O Município e as influências do
oriente e do ocidente
• A eurásia e as diferenças físico-
naturais entre Europa e Ásia
• Os marcos físicos que separam
(EF09GE07) Analisar os Europa e Ásia
Intercâmbios históricos e componentes físico-naturais da • Eurásia, diferentes domínios
Conexões e
culturais entre Europa, Eurásia e os determinantes naturais nas mesmas latitudes
escalas
Ásia e Oceania histórico-geográficos de sua • Eurásia, do ártico ao trópico, das
divisão em Europa e Ásia. depressões as mais altas cadeias de
montanhas
• O MUNICÍPIO e as paisagens
europeias
• Fronteiras instáveis – Europa e
Ásia em movimento
• O fim das fronteiras da URSS e o
(EF09GE08) Analisar
início de novas fronteiras entre os
transformações territoriais,
Intercâmbios históricos e ex membros
Conexões e considerando o movimento de
culturais entre Europa, • A União Europeia – Uma nova
escalas fronteiras, tensões, conflitos e
Ásia e Oceania fronteira?
múltiplas regionalidades na
• Israel e Palestina
Europa, na Ásia e na Oceania.
• China e Hong Kong
• O município e suas alterações de
território ao longo da história
536
(EF09GE14) Elaborar e
• Os mapas em anamorfose, os
interpretar gráficos de barras e
gráficos de barras, os mapas
Leitura e elaboração de de setores, mapas temáticos e
temáticos, as maquetes e croquis
Formas de mapas temáticos, croquis esquemáticos (croquis) e
como ferramentas de apoio ao
representação e e outras formas de anamorfoses geográficas para
estudo da geografia• A escolha da
pensamento representação para analisar, sintetizar e apresentar
melhor representação visual•
espacial analisar informações dados e informações sobre
Produzindo gráficos, mapas,
geográficas diversidade, diferenças e
maquetes e croquis para representar
desigualdades sociopolíticas e
o MUNICÍPIO
geopolíticas mundiais.
6.4.2 História
Mais do que uma proposta de seleção e organização de conteúdos, o presente texto tem como
propósito apresentar uma reflexão sobre a forma como o ensino de História tem se pautado na
Rede Municipal de Ensino de São José (RME-SJ), bem como apontar elementos que
subsidiarão as futuras práticas pedagógicas dos profissionais desse componente curricular. Ele
se materializa por meio do crivo da reflexão, do diálogo e da prática de escrita do grupo de
professore(a)s de História dessa rede e, portanto, é um texto de qualidade e responsabilidade
compartilhada pelo(a)s mesmo(a)s. As reflexões desse grupo profissional têm acontecido
principalmente no âmbito dos encontros mensais da Formação Continuada fomentada pela
Secretaria Municipal de Educação do município (SME-SJ).
Além da visibilização das práticas pedagógicas e dos anseios profissionais desse coletivo de
professore(a)s, a escrita do texto também leva em consideração dois outros importantes
aspectos: a consciência sobre a amplitude do conceito de Currículo Escolar, e a já amplamente
divulgada premissa da SME-SJ de caracterizar a Proposta Curricular do município com os
princípios de uma educação voltada para o reconhecimento das Diversidades e do respeito aos
Direitos Humanos.
Com relação ao primeiro aspecto, não nos propomos aqui a destacar diferentes definições de
Currículo (considerando-o nas suas mais variadas formas de composição), mas apenas salientar,
como já o fez o próprio Ministério da Educação (MEC) ao publicar a coletânea “Indagações
sobre currículo” (BRASIL, 2007), que este não se trata de um espaço neutro, configurado como
simples listagem de conteúdos que devem ser abordados nos diferentes espaços escolares e nas
diferentes esferas da educação nacional. O currículo é, dentre outras coisas, um campo de
reflexão onde se discutem: as formas de aprendizagens e desenvolvimento humano; a
divulgação dos saberes populares/tradicionais e dos conhecimentos científicos reconhecidos
como de significativa relevância social; as reflexões sobre todos os aspectos do processo
pedagógico, inclusive sua própria avaliação; a legitimidade e o reconhecimento das
diversidades humanas e das diferentes formas de manifestações culturais; assim como espaço
de diferentes demandas de governos e de comunidades escolares (gestore(a)s, especialistas,
539
Tentativas mais efetivas de qualificação da educação pública municipal em São José ocorreram
a partir da década de 1990, um período de grandes mudanças na área da Educação em todo o
país, haja vista os alarmantes resultados que vinham sendo obtidos nesse campo, assim como a
pressão de organismos internacionais no sentido da melhoria do sistema educacional. O fim do
século XX trazia consigo altíssimas taxas de evasão e reprovação escolar, com cerca de 19,2
milhões de analfabetos em todo o país (IBGE, Censo de 1991).
No município os investimentos estavam relacionados à tentativa de qualificação do(a)s
docentes e do(a)s profissionais do setor pedagógico da SME-SJ, de modo a atender demandas
de uma cidade em expansão e corresponder à exigência de preenchimento de cargos dessa área
da estrutura governamental com agentes especializado(a)s, visto que muitos dele(a)s possuíam
formações calcadas nos parâmetros educacionais da década de 1970, com licenciatura curta ou
mesmo não possuindo nenhuma habilitação para as atividades que desempenhavam.
541
A partir de 1990, essas capacitações se deram por meio de parceria com profissionais do
Colégio de Aplicação da UFSC, e, em 1994, com a empresa Módulo (da cidade de Curitiba, no
Paraná), cuja experiência parece não ter sido bem recebida, conforme relatos do(a)s
profissionais da rede (SÃO JOSÉ, 2000, p.234). Por sua vez, a organização do(a)s servidore(a)s
municipais na luta pela efetivação dessas políticas e pelo fortalecimento do funcionalismo
público materializa-se por meio da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de São
José (SINTRAM-SJ) em 1988, que passa a atuar na defesa dos direitos trabalhistas do(a)s
servidore(a)s público(a)s e na melhoria nas condições de trabalho do(a)s mesmo(a)s.
Em 1996, a sanção da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (BRASIL, 1996) exigiu
a adequação das redes e sistemas de ensino no sentido de cumprir a obrigatoriedade de
oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar; a
qualificação da formação docente; a garantia de horas remuneradas de estudo e planejamento
pedagógico; o pagamento do piso salarial do magistério; a efetivação dos princípios da gestão
democrática e a ampliação do número de vagas à população. Em 1998 foi sancionado o Plano
Nacional de Educação, estabelecendo metas, diretrizes e estratégias para a educação nacional.
O impacto da legislação foi significado, visto que tradicionalmente não eram prioridades da
maioria dos estados e municípios os investimentos em educação pública. Em São José, muitas
escolas e creches começaram a ser construídas no final da década de 1990 para atender às novas
demandas.
A estrutura governamental do município inicia um processo de capacitação dos profissionais
da rede e esquematiza a escrita de uma Proposta Curricular que nortearia a educação municipal.
Nos anos de 1998 e 1999 ocorreram seminários para o(a)s professore(a)s e a eleição de
representantes que atuariam diretamente na elaboração da síntese. A sistematização do
documento ocorreu no ano 2000 e, ensejando a transformação da realidade social, visou a
definição de concepções pedagógicas mais concretas e de elementos que permitissem aos
sujeitos a compreensão das realidades históricas nas quais estavam inseridos, assim como das
relações sociais que nelas se estabeleciam. A ideia central da proposta seria a de conduzir a
educação josefense a um processo mais inclusivo e democrático, filiando-a a uma abordagem
histórico-cultural do desenvolvimento humano.
A citada Proposta Curricular buscava melhorar a qualidade do processo educacional destacando
o acesso, permanência e sucesso das crianças, adolescentes, jovens e adultos na escola, bem
como a implementação de processos de gestão democrática do sistema de ensino. O texto do
documento, na virada do ano 2000, destacava as esperanças de um novo século e a persistência
542
de uma imensa desigualdade social no Brasil, assim como uma grande preocupação com a
questão da poluição do meio ambiente e a defesa do uso racional dos recursos naturais.
Apresentando dados da ONU e da UNESCO, o texto destaca a importância da educação como
saída para a situação de pobreza e para a reversão de um sistema educacional considerado
excludente, precário e ineficiente. A criação do documento significou também uma vitória
do(a)s professore(a)s municipais, que vinham lutando por uma oportunidade para que pudessem
dialogar e sistematizar rumos mais concretos para a educação do município.
Nesse ínterim, o texto do componente curricular de História, seguindo a orientação política e
filosófica do conjunto do documento, assim como estabelecendo diálogo com a Proposta
Curricular do estado de Santa Catarina (1998), filiava-se a uma concepção marxista da História,
propondo um ensino capaz de levar o(a)s estudantes a refletirem, a partir de seus saberes
prévios, sobre suas realidades individuais e coletivas; a valorizarem seus cotidianos; e a se
reconhecerem como sujeitos históricos responsáveis pelos destinos das sociedades nas quais
estavam inserido(a)s.
As críticas presentes no texto se dirigiam aos currículos oficiais que não consideravam a
realidade sociocultural dos estudantes e a uma prática docente engessada por visões muito
tradicionais da História e pelas orientações dos livros didáticos. Nele também se defendia um
ensino voltado à formação de cidadãos conscientes, criticava-se o diagnóstico de um modelo
de escola e de ensino altamente tradicionais; assim como se sugeria a reversão desse quadro,
sobretudo pela introdução de uma perspectiva dialética da História e pela metodologia do
trabalho com grandes temas (história temática). Os temas elencados como unidades de trabalho
eram: tempo e espaço; correntes historiográficas; homem enquanto produto e produtor da
história; o que é História; relações sociais ao longo da história da humanidade; as ideologias e
as organizações políticas; e movimentos sociais.
A visão dialética da História estava relacionada, segundo o documento, à aplicação do método
progressivo-regressivo-progressivo (presente-passado-presente) apresentado pelo historiador
francês Henry Lefebvre e introduzido no Brasil por José de Souza Martins nas obras
“Introdução crítica à sociologia rural” e “Henry Lefebvre e o retorno à dialética” (SÃO JOSÉ,
2000, p.249). Nessa concepção, partia-se da problematização de questões do tempo presente
para a compreensão do tempo passado e para a transformação do devir. A experiência do(a)s
profissionais da rede parece confirmar, no entanto, que a proposta de um ensino de História
temática não se concretizou nos anos que se seguiram, assim como parece não ter regredido o
543
uso do livro didático como principal recurso pedagógico de ensino, o que enseja a constante
problematização dos usos que se faz dessa ferramenta no cotidiano escolar.
Na esteira dessa trajetória, e assim como no restante do país, o ensino de História na rede
municipal ganha maior visibilidade com a aprovação das já citadas Leis Federais nº 10.639
(2003) e nº 11.645 (2008) que instituíram a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura
africana, afro-brasileira e indígena, além do dia 20 de novembro como dia da consciência negra
no calendário escolar. Apesar de um trabalho ainda bastante incipiente no início desse período,
a RME-SJ reagiu criando, em 2007, um setor específico para pensar estratégias de formação e
ações para implementação do conteúdo da legislação. O setor voltado à promoção da Educação
das relações étnico-raciais (ERER) vem, desde então, promovendo cursos, palestras, formações,
eventos e debates em torno da questão, o que vem se traduzindo também em novas demandas
para o ensino de História.
Como em outras áreas, o corpo docente de História vem ampliando e se qualificando com o
ingresso de profissionais efetivos e temporários capacitados, inclusive em nível de mestrado e
doutorado. Essa qualificação é resultado da realização de concursos públicos nos anos de 2002,
2004, 2008, 2012 e 2015, bem como da aprovação do Plano de Carreira do magistério municipal
(Lei 4.422/2006), que ainda não prevê a retribuição por titulação de mestrado e doutorado, se
não por meio de gratificações (adicional de pós-graduação: 5% para especialização, 7,5% para
mestrado e 10% para doutorado) de valor pouco considerável, pagas apenas a servidore(a)s de
vinculação permanente, e somente após a conclusão do chamado estágio probatório. Ressalta-
se, portanto, a importância do enquadramento efetivo do(a)s profissionais da educação e a
valorização das suas carreiras como instrumentos imprescindíveis para a melhoria da qualidade
da educação municipal, posto que passam a estabelecer vínculos mais duradouros com o(a)s
estudantes, as famílias e os projetos educacionais das escolas e da própria rede de ensino.
Ainda como fator qualificatório, destacam-se os efeitos regionais da aprovação da Lei Federal
nº 11.738, em 2008, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do
magistério público da educação básica. No ano subsequente, o SINTRAM-SJ deu início à
campanha “hora-atividade, educação de qualidade”, visando a implementação do direito às
horas pedagógicas remuneradas. O que se concretizou como resultado de uma grande greve
do(a)s servidore(a)s da educação municipal em 2011, tendo como acordo o aumento gradual
das referidas horas nos três anos seguintes: 2012 – 11,11%; 2013 – 22,22%; e 2014 – 33,33%.
Também em 2014 foi inaugurada a Casa do Educador, local destinado à centralização das
formações continuadas das diversas áreas de ensino, e ao acolhimento e integração do(a)s
544
educadore(a)s da rede. A formação continuada tem se realizado ao longo dos anos por meio de
parcerias com profissionais da UFSC, da UDESC, da Univali, assim como da própria RME-SJ.
Em 2008, a SME-SJ publicou a coleção “Caderno pedagógico” como instrumento de ampliação
das discussões presentes na Proposta Curricular de 2000 e de material de apoio para a formação
continuada do(a)s educadore(a)s da rede. Esse(a)s foram convidado(a)s a contribuir com a
escrita de textos que abordassem questões pertinentes aos seus respectivos componentes
curriculares. O caderno pedagógico de História resultante desse processo seguiu a orientação
da Proposta Curricular na direção de um ensino de História que privilegiava a abordagem do
chamado materialismo dialético. O caderno realizou a discussão de cinco diferentes temas:
América Latina: colonização; As ditaduras militares na América Latina e o processo de
redemocratização; Sexualidade: história, conceitos e preconceitos; Santa Catarina: primeiros
habitantes e início da ocupação europeia; e História, religião e mitologia. Apesar da boa vontade
do projeto, a repercussão pedagógica da publicação do material não foi de grande amplitude,
de modo que parte do(a)s atuais educadore(a)s desconhecem a existência do mesmo.
Entre os anos de 2011 e 2012, a formação continuada do(a)s educadore(a)s de História contou
com a ajuda de profissionais da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (assim
como outras áreas, como a ERER, a Educação Física e a Educação Infantil). Entre 2014 e 2018,
ela esteve a cargo de um profissional especialista em Ensino de História da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC)27, e, atualmente, é organizada por um profissional da própria
rede28. Ao longo desses anos a formação continuada tem se configurado como importante
espaço de reflexão sobre as práticas pedagógicas relacionadas ao ensino da disciplina na rede
municipal de ensino, especialmente aquelas relacionadas às séries finais do ensino fundamental.
Os encontros que ocorrem mensalmente servem à socialização das diferentes formas de ensinar
e aprender, dos saberes, das dificuldades e das expectativas de futuro que o(a)s professore(a)s
carregam consigo na e sobre a atividade docente. A proposta atual busca envolver os
profissionais na elaboração do próprio formato do curso, destacadamente na deliberação dos
temas abordados e nas metodologias e atividades que os consubstanciam. A presente Proposta
Curricular é ela própria resultado das discussões e reflexões realizadas pelo grupo ao longo dos
últimos anos.
Assim, o nível de formação do(a)s professore(a)s, assim como suas experiências e atualizações
profissionais (compartilhadas no contexto dos referidos encontros), permitem inferir que o
27
Professor Doutor Elison Antonio Paim (UFSC).
28
Professor Doutor Elton Francisco (UFSC/RME-SJ).
545
ensino de História na rede municipal de São José tem se constituído por práticas profissionais
qualificadas, sobretudo porque pautadas pelas mais recentes e significativas discussões do
campo da historiografia nacional e internacional (em especial da área do Ensino de História) e
pelo debate constante sobre a legislação educacional ora em vigência nas diferentes esferas
governamentais.
anteriormente citadas, posto que percebidos como ferramentas importantes para a formação
do(a)s estudantes enquanto sujeitos históricos, críticos e partícipes da sociedade em que vivem:
Dialogando com esses objetivos, as reflexões deste coletivo profissional também resultaram na
definição de alguns princípios norteadores que procuram permear a prática do ensino de
História nas unidades de ensino da RME-SJ. São eles:
Flexibilidade do currículo: O currículo de História pode ser um instrumento de compreensão
social que possibilite abertura e adaptação aos temas e metodologias, uma vez que suporta
diferentes abordagens historiográficas e realidades educacionais. Mesmo em São José existem
escolas com peculiaridades distintas, inseridas em contextos socioculturais específicos (até
mesmo em regiões muito próximas). Nesse sentido, pode-se evitar que o trabalho com a
disciplina seja reduzido à configuração de um bloco monolítico de conteúdos
descontextualizados. As abordagens historiográficas não precisam ser arbitrárias, e tampouco
548
os conteúdos precisam estar restritos àqueles introduzidos pelos livros didáticos. Esses últimos
não precisam ser encarados como ponto de chegada, mas como ponto de partida.
Elaboração de um currículo integrado à comunidade: Para integrar o currículo à
comunidade o(a)s docentes podem elaborar planos de ensino que facilitem a compreensão dos
fatos e análises em discussão, permitindo aos estudantes relacionarem tempo e espaço (evitando
anacronismos e analogias indevidas) e utilizando linguagens apropriadas a cada contexto
escolar (levando em consideração a faixa etária e o processo de desenvolvimento cognitivo de
cada um dele(a)s, bem como garantindo a inclusão daquele(a)s com necessidades especiais).
Tais planos devem garantir uma visão da disciplina como viva (presente nas suas experiências
de vida) e passível de constantes reformulações, assim como apresentar as próprias narrativas
históricas como circunstanciadas (o mesmo fenômeno pode estar sujeito a concomitantes
hipóteses interpretativas, distintas e suplementares).
A atenção ao estudo da história local, promovendo a análise da configuração social, cultural e
econômica do município, assim como o destaque da participação de diferentes etnias na
formação da sua população, é outro fator que pode estimular essa integração, não apenas porque
auxilia na construção de uma percepção espaço-temporal, mas também porque introduz a
questão das representatividades e dos pertencimentos.
Estímulo à reflexão crítica: Os professores e professoras de História podem estimular o(a)s
estudantes a perceberem que no campo da História não temos verdades absolutas, mas sim
interpretações e hipóteses diferenciadas na narração de eventos históricos e/ou na elaboração
de conceitos abordados. O passado se move em função do presente e ambos são campos de
disputas de poder, de memórias e de narrativas, que se materializam por meio de múltiplas
enunciações discursivas.
As análises historiográficas se pautam em marcos teóricos e fontes históricas. Essas, quando
utilizadas como recurso didático em sala de aula, são cruciais no desenvolvimento das
habilidades e competências do(a)s estudantes, para que o(a)s mesmo(a)s possam estabelecer
relações reflexivas e críticas sobre os conceitos e assuntos propostos. Além das fontes
históricas, a capacidade da reflexão crítica pode se dar através do uso de recursos
metodológicos, como as diversas possibilidades de mídias e audiovisuais; músicas; saídas de
campo e visitação a patrimônios históricos e ambientais; dentre outros.
Atenção ao desenvolvimento de uma “atitude historiadora”: A História como campo de
pesquisa e produção de narrativas é uma das formas possíveis de se “inventar o passado”
(ALBUQUERQUE JUNIOR, 2007). Ao se basear na análise de fontes e vestígios deixados
549
intencionalmente ou não pelos sujeitos históricos, ela pretende ser um campo legítimo de
produção de saberes, posto que ancorada numa perspectiva científica, ou como estudo
cientificamente conduzido (FEBVRE, 1989), que identifica, analisa e critica tais vestígios,
ainda que não possa prescindir do caráter subjetivo que configura qualquer outra forma de
produção narrativa. O conhecimento sempre incompleto e provisório que temos sobre ele está
sujeito a mudanças derivadas da emergência de novas abordagens analíticas e de novos e
diversificados vestígios, mostrando o caráter perspectivista do próprio campo historiográfico
(DOSSE, 2001).
É com atenção a essa característica da História que a BNCC (BRASIL, 2017) sugere que
educadore(a)s da área envidem esforços na tarefa de incutir nos estudantes uma “atitude
historiadora”, o que se traduz através da qualificação de suas habilidades de pesquisa, do
estímulo à investigação, da leitura crítica das fontes que acessam, e da própria capacidade de
elaborar o pensamento por meio da escrita. O estímulo à pesquisa e à reflexão se apresenta
como basilar na formação do(a)s estudantes e na construção de suas consciências históricas,
sendo preciso oferecer ferramentas e conceitos para que possam realizar tarefas próprias da
disciplina de História, como os processos de identificação, comparação, contextualização,
interpretação e análise.
É preciso, portanto, termos a clara noção de que as aulas de História não se reduzem à
configuração de uma disciplina ou ao trabalho com determinados conteúdos, elas são
imprescindíveis para a formação da consciência histórica e do senso crítico do cidadão (SILVA,
2010, p.57).
Contribuição ao processo de letramento: No século XX a historiografia passou por uma
revolução no conceito de documento. Essa transformação foi incorporada ao ensino de História
como uma didática que tem como objetivo promover o contato do(a)s estudantes com o
passado. A diversidade de documentos também promoveu o acesso a uma diversidade de
gêneros textuais e visuais. Pode-se dizer, portanto, que a História é imagem, é mídia, é som.
Mas em razão de seu caráter narrativo, ela é, sobretudo, texto.
Nesse sentido, para além da capacidade de estímulo à criticidade; à construção de referências
espaços-temporais; à consciência da relatividade dos saberes historicamente produzidos; à
valoração dos princípios democráticos e do exercício da cidadania; à visibilização, acolhimento
e respeito às diversidades; o ensino de História é também um campo profícuo no que se refere
à ampliação das habilidades vinculadas ao processo de letramento, sobremaneira no que pese o
550
tanto quanto a permanência dessa opressão epistêmica, teórica, política e econômica sobre os
povos colonizados, o autor considera que os padrões de poder, de saber e de ser são impostos
pela lógica europeia e capitalista.
Assim como Freire, Quijano (2005; 2009) propõe o rompimento com esta colonialidade,
apontando para uma perspectiva decolonial da produção e valorização de saberes também por
meio de outra forma de educar. A expressão ‘decolonial’ é utilizada em referência a um
conjunto de abordagens teóricas que descortinam situações de opressões diversas, denunciando
os processos de colonização protagonizados pelos países europeus e seu sistema-mundo
capitalista, patriarcal, ocidental, cristão e branco que tem como consequências o epistemicídio
e a subalternização de corpos e saberes. Propõe uma perspectiva epistêmica pluriversal, que
parta de lugares étnico-raciais subalternos, contando outras histórias além das europeias e
formulando uma teoria crítica que busque o enfrentamento do racismo estrutural, assim como
a superação das desigualdades sexuais e de gênero, visto que reconhece a interseccionalidade
dessas categorias (AKOTIRENE, 2018).
Para contribuir nas salas de aula do ensino fundamental com uma pedagogia decolonial, é
necessário estar disposto(a) a transgredir e assumir o compromisso político de transformar, indo
além da linearidade do tempo histórico (pensado apenas para contemplar a história europeia) e
enxergando a pluralidade dos sujeitos e de seus saberes, contemplando-os no currículo,
estimulando a consciência da alteridade, a transdisciplinaridade, e promovendo uma gradual
“desobediência epistêmica”. Essa não é tarefa fácil que se realiza da noite para o dia, mas como
nos advertiu Mignolo (2008), é preciso vontade para “aprender a desaprender para reaprender
novamente”.
Como nos alerta Candau (2012, p.717), no entanto, a construção de um arcabouço jurídico,
assim como a afirmação de uma nova sensibilidade social, ética, política e cultural em relação
a esses direitos só se transformarão em mudanças sociais efetivas e positivas se os mesmos
“forem internalizados no imaginário social, nas mentalidades individuais e coletivas, de modo
sistemático e consistente”. É nesse sentido que os processos educacionais figuram como
fundamentais na construção de uma cultura dos direitos humanos e parece indiscutível a
relevância do ensino de História para a concretização dessa imprescindível tarefa. Ao
demonstrar a tecitura dos distintos processos históricos no tempo e no espaço, incluindo aqueles
que resultaram em graves violações dos direitos humanos, o ensino de História é espaço
privilegiado para efetivação de uma educação que tenha como princípio a edificação de uma
consciência histórica baseada na defesa das diferenças, das diversidades e da garantia dos
direitos de todos e todas.
O ensino de História e a Educação das Relações Étnico-raciais: Apesar de se constituir como
nação soberana, regido por uma Constituição que pretende garantir a igualdade entre todos os
seus cidadãos, o Brasil ainda é um país caracterizado pela permanência das desigualdades que
marcaram sua formação sócio-histórica e que remetem à imposição do branco colonizador em
relação às populações nativas e aos escravizados trazidos à força do continente africano. As
desigualdades culturais e sociais se naturalizaram ao longo do processo histórico, de modo que
ainda hoje se refletem na área educacional, por exemplo, na qual são amplamente conhecidas
as enormes discrepâncias entre os diferentes grupos de estudantes definidos por raça, sexo e
condição socioeconômica de suas famílias. Fato que se visibiliza pelas disparidades em termos
de acesso e permanência do(a)s mesmo(a)s na escola, assim como pelos conteúdos curriculares
que se mantêm centrados na visão daqueles que obtiveram algum tipo de privilégio histórico, o
que negligencia a questão das representatividades.
Diante desse quadro, forja-se ao longo das últimas décadas uma consciência no sentido das
reparações históricas que têm como objetivos diminuir essas desigualdades. Um passo
importante foi dado com a promulgação da Lei Federal nº 9.394 que regulamenta o sistema
educacional público e privado no país, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
LDBEN (BRASIL, 1996), que na ocasião já levava em consideração as contribuições de
diferentes etnias para a formação do povo brasileiro: indígenas, africanos e europeus. A
sistematização dos conteúdos foi introduzida nos anos subsequentes com a publicação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (BRASIL, 1997) que introduziam no ensino
conteúdos de história africana, o que segundo Mattos e Abreu (2008, p.06), foi resultado do
554
da preservação destes bens culturais” (FERNANDES, 1992, p.273). Ela enfatiza o papel do
patrimônio material e imaterial na valorização, preservação e apropriação da diversidade
cultural brasileira (TOLENTINO, 2016; 2018), e tem como elemento central a ideia de que a
educação é um dos principais meios de conscientização a respeito da importância da
preservação do patrimônio, em seu sentido mais amplo (FERNANDES, 1992).
O ensino de História estabelece um diálogo importante com este campo educativo, na medida
em que o patrimônio se torna objeto e fonte de estudo da história: possibilita que os espaços
fora da sala de aula sejam submetidos à análise crítica e à reflexão sobre a relação entre presente
e passado, que perpassa todas as esferas da produção humana e constituem os objetos e espaços
do cotidiano do(a)s estudantes: praças, monumentos, territórios, assim como espaços oficiais
de memória (museus, sítios arqueológicos, entre outros). Levando, como destacaram Schmidt
e Cainelli (2009, p.150), a reflexão sobre o passado, para fora da sala de aula, ao permitir aos
estudantes a percepção de que a história estuda as experiências individuais e coletivas de
homens e mulheres não apenas por meio da escola e dos livros didáticos, mas também por meio
de outros espaços. Como defendem as autoras, a visita a museus ou praças permite o acesso a
fontes, especialmente da cultura material, que não estariam disponíveis aos estudantes de outra
forma, possibilitando conhecimento e reflexão sobre as relações entre as sociedades e os objetos
que elas produziram (SCHMIDT e CANELLI, 2009).
Segundo Fernandes (1992, p.273-274), uma contribuição importante da Educação Patrimonial
é justamente promover a reflexão sobre o conceito de patrimônio e as relações sociais que estão
implícitas nas escolhas das memórias que são oficialmente patrimonializadas pelo poder
público, ou seja, a percepção da forma como se seleciona o que deve ou não estar presentes nos
museus, por exemplo. Situação que expõe o caráter político dos processos de patrimonialização,
e como os mesmos são reveladores das desigualdades socioculturais de diferentes sociedades,
no passado e no presente. Nesse sentido, o ensino de História e a Educação Patrimonial estão
intrinsicamente relacionados na tarefa de conhecer, refletir sobre e preservar o patrimônio
histórico, artístico e cultural local e nacional.
O ensino de História e a Educação Ambiental: As rápidas transformações ambientais das
últimas décadas, marcadas pelos desastres socioambientais de níveis regionais a globais e pelos
estudos científicos que atestam as preocupantes mudanças climáticas, têm suscitado
importantes debates mundo a fora acerca do papel humano como fator desagregador de um
meio ambiente equilibrado. O que, aliás, tem sido denunciado por um crescente e protagonista
movimento juvenil cada vez mais espraiado pelo globo.
557
Como campo de produção de saberes, a memória coletiva é uma concorrente da História, visto
que constroem visões de passado de formas diferentes. De toda forma, ambas são úteis ao
campo da História. As memórias e mentalidades coletivas são chaves de estimado valor para a
compreensão da forma como sociedades passadas e presentes organizam seus mundos, assim
como as memórias individuais têm se constituído como importante fonte histórica para a
(re)escrita de histórias e narrativas marcadas pelos silenciamentos e pelas exclusões de
determinados grupos sociais. A esse respeito, como destacou Thomson (2002, p.335), a
perspectiva teórico-metodológica da História Oral vem se firmando desde a década de 1980,
como “portadora de uma particularidade a partir da qual podemos entender melhor os
significados subjetivos da experiência histórica”. A singularidade de tal perspectiva, como bem
destacou Barela (2009), é proveniente de elementos como a memória, a subjetividade e a
particularidade dos relatos orais.
Identidade: A identidade é um sistema de representação que permite a criação do “eu”, ou seja,
que permite que o ser humano se reconheça em outros e se perceba diferente de outros,
ajudando-nos a nos constituirmos como sujeitos singulares e a definir comportamentos
coletivos. Tal sistema possui representações culturais do passado, de condutas do presente e de
projeções de ações para o futuro. Desta maneira, a memória e a identidade estão
indissociavelmente ligadas, pois sem recordar o passado não sabemos quem somos.
Para autores como Ricoeur (2007), a memória não é apenas a capacidade de guardar dados
mnemônicos, mas principalmente a capacidade de (re)significar os eventos vividos. Uma
capacidade através da qual nós revisitamos impressões do passado, compreendemos e
produzimos ideias, transmitimos conhecimentos e nos autodefinimos, por isso indispensável
para nossos processos identitários e para nossa atuação nos processos sociais.
Documento-Monumento: O entendimento sobre a memória também se desdobra em outros
dois importantes conceitos: documento e monumento. Le Goff (2003) os considera resultado
de uma seleção e de legitimidade atribuída por aqueles que se dedicaram ao desenvolvimento
temporal do mundo e aos historiadores. Tendo em vista que as noções de documento e
monumento mudam dependendo do contexto histórico e dos interesses dos grupos que os
definem, a perpetuação do passado e as relações de poder parecem conectar ambos.
O referido autor esclarece que o documento tem o sentido de evocar e recordar o passado,
enquanto o monumento constitui a memória coletiva e o próprio poder das sociedades em
produzi-lo. De toda sorte, como sugere ele, ambos estão intrinsecamente carregados de
subjetividades e intencionalidades, não podendo existir nenhuma interpretação histórica que
560
esteja destituída desses elementos, por isso todo documento histórico pode ser tomado como
um “documento-monumento”. Nesse sentido, é papel do historiador problematizá-lo,
destacando que as condições e as intenções de sua produção são indispensáveis para uma
reflexão crítica e consciente sobre o passado.
Diversidade cultural: A Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural aprovada pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) entende que a
diversidade cultural constitui patrimônio comum da humanidade, e reconhece que a
“diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os
grupos e as sociedades que compõem a humanidade” (UNESCO, 2001, s/n). A reflexão sobre
a diversidade cultural está comprometida com o respeito às diferenças das particularidades
étnicas, linguísticas e religiosas dos muitos grupos que compõem a sociedade e a cultura
brasileira, por isso se constitui como elemento fundamental no ensino de História.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), este tema contribui para
a formação de novas mentalidades comprometidas com superação de todas as formas de
discriminação e exclusão que ainda fazem parte das relações sociais nos mais diversos espaços
sociais, inclusive na escola.
A utilização de fontes não escritas também abre a possibilidade de trazer ao ensino de História
diferentes visões sobre os fenômenos históricos, incluindo vozes e perspectivas de uma grande
diversidade de grupos sociais que muitas vezes, ao longo da História, foram deliberadamente
excluídos de narrativas tradicionais, ou que, por se constituírem como sociedades ágrafas, não
deixaram memórias registradas por meio da escrita. Assim, além dos textos (didáticos, artigos,
diários, leis e outros documentos), o(a)s professor(a)s também podem lançar mão de imagens
(como fotografias, pinturas, quadrinhos); audiovisuais (como filmes, documentários, telejornais
ou produções em formatos digitais como vlogs); mapas; gráficos; dados estatísticos; músicas e
canções; e outros elementos da cultura material, como ampliação das possibilidades linguísticas
e metodológicas.
No trabalho com estes recursos, o(a) professor(a) pode optar por recorrer a metodologias que
possibilitem aos estudantes analisarem as intencionalidades e as subjetividades nos discursos
presentes nas fontes ou outros materiais analisados, indagando sua autoria, época, suportes, etc.
O(a)s estudantes podem exercitar o entendimento de que há uma diferença entre a concretude
dos eventos históricos e o que determinadas fontes revelam sobre eles, problematizando os
conceitos de verdade, ponto de vista, parcialidade e ciência histórica (PEREIRA e SEFFNER,
2018). Tais metodologias podem ser consideradas uma forma de letramento histórico porque
exercitam um tipo de leitura próprio do campo da História: é uma leitura que busca não apenas
interpretar o significado dos discursos, mas também considerá-los como “construções humanas,
cuja probidade poderia e deveria ser questionada” (REISMAN, 2012). Como destacaram
Pereira e Seffner (2018, p.127), quando eleito como estratégia pedagógica, o uso de fontes no
ensino de história deve objetivar mostrar a especificidade do conhecimento e da narrativa
histórica em relação a outras narrativas sobre o passado: cinema, televisão, a literatura, a
música, jornal. Ela pode ser vista como uma estratégia produtiva para ensinar história a sujeitos
para os quais o conhecimento da história pode auxiliar na compreensão do mundo em que
vivem.
Referências bibliográficas
ABREU, Martha; MATTOS, Hebe. Em torno das “Diretrizes curriculares nacionais para a
educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e
africana”: uma conversa com historiadores. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.21, n.41,
jan.-jun., 2008, p.05-20.
ABUD, Kátia Maria; SILVA, André Chaves de Melo; ALVES, Ronaldo Cardoso. Espaços da
História: ensino e museus. In: ABUD, Kátia Maria. Ensino de História. São Paulo: Editora
Cengage, 2010, p.125-146.
ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado. Bauru,
SP: EDUSC, 2007.
ALMEIDA, Sílvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
566
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Rev. Bras. Ciênc. Polít., Brasília,
n.11, p. 89-117, Ago. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S010333522013000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em
13/09/2018.
BARCA, Isabel. Aula Oficina: do projecto à avaliação. ___________________ (org.) Para uma
educação histórica de qualidade. Actas da IV Jornadas Internacionais de Educação Histórica.
Braga: Universidade do Minho, 2004, p.131-144.
BARELA, Liliana, MIGUEZ, Mercedes e CONDE, Luis García. Algunos apuntes sobre
historia oral y cómo abordarla. Buenos Aires: Dirección General Patrimonio e Instituto
histórico, 2009.
BARROS, José Costa D´Assunção. A escola dos annales: considerações sobre a história do
movimento. Revista História em Reflexão, v.4, n.8, Dourados jul/dez, 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado Federal,
1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em:
20/11/2019.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 20/11/2019.
BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BURKE, Peter. A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Editora da UNESP, 1992.
_______________. A escola dos Annales: 1929-1989. São Paulo: Editora da UNESP, 2010.
CARVALHO, Ely Bergo de. Uma história para o futuro: o desafio da educação ambiental para
o ensino de história. Revista História Hoje, v.5, n.14, p. 1-10, 2011.
DÁVILA, Jerry. Diploma de brancura: política social e racial no Brasil. São Paulo: UNESP,
2006.
FERNANDES, José Ricardo Oria. Educação Patrimonial e cidadania: uma proposta alternativa
para o ensino de história. Revista Brasileira de História, v.13, n.25/26, p. 265-276,
set.92/ago.93.
FONSECA. Thais Nivia de Lima e. História e Ensino de História. Belo Horizonte: Autêntica,
2006.
HOBSBAWN, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
LEITE, Lúcia Helena Alvarez. A educação como prática de liberdade: uma perspectiva
decolonial sobre a escola. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.35, 2019. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982019000100205. Acesso
em 24/11/2019.
568
MELLO, Ricardo Marques de. O que é teoria da história? Três significados possíveis. História
e Perspectivas, Uberlândia (46), jan/jun, 2012.
OLIVA, Anderson. A história africana nas escolas brasileiras. Entre o prescrito e o vivido, da
legislação educacional aos olhares dos especialistas (1995-2006). História. São Paulo, 2009,
vol.28, n.2, pp.143-172.
PEREIRA, Nilton Mullet; SEFFNER, Fernando. O que pode o ensino de história? Sobre o uso
de fontes na sala de aula. Anos 90, Porto Alegre, v.15, n. 28, p. 113-128, dez., 2008. Disponível
em: <http://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/7961>. Acesso em: 30/07/2016.
RAGO, Margareth. A “nova” historiografia brasileira. Revista Anos 90, Porto Alegre, n.11,
jul.,1999.
569
REIS, José Carlos. O desafio historiográfico. Rio de Janeiro. Editora da FGV, 2010.
ROSSATO, Luciana. Currículo e saber histórico escolar: o ensino da história pátria nos
programas do Estado de Santa Catarina no início do século XX. Currículo sem Fronteiras, v.12,
n.3, p.273-286, Set/Dez 2012.
RÜSEN, Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão.
Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.1, n.2, p.07-16, jul/dez. 2006.
SÃO JOSÉ. Lei N. 5487/2015. Plano Municipal de Educação de São José. Disponível em:
https://leismunicipais.com.br/plano-municipal-de-educacao-sao-jose-sc. Acesso em
30/11/2019.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione,
2004.
SEFFNER, Fernando. Leitura e escrita na história. In: NEVES, Iara Conceição Bitencourt
(Org.). Ler e escrever: um compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: UFRGS, 2006. p. 107-
120.
570
SILVA, Cristiani Bereta; ZAMBONI, Ernesta. Cultura política e políticas para o ensino de
história em Santa Catarina no início do século XX. Revista Brasileira de História, v.33, n.65,
p.135-159, 2013.
SILVA, Gilson Luiz Rodrigues. A Importância da Pesquisa no Ensino de História nas Séries
Iniciais do Ensino Fundamental. Revista Brasileira de Educação e Cultura, n.1, jan-jun 2010.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos. São
Paulo: Contexto, 2017.
THOMSON, Alistair. Histórias (co) movedoras: História Oral e estudos de migração. Revista
Brasileira de História, São Paulo, v.22, n.44, 2002, p. 341-364.
TOLENTINO, Átila. O que não é educação patrimonial: cinco falácias sobre seu conceito e sua
prática. In: TOLENTINO, Átila e BRAGA, Emanuel. Caderno Temático n.5: Educação
Patrimonial: políticas, relações de poder e ações afirmativas. João Pessoa: IPHAN-PB; Casa do
Patrimônio da Paraíba, 2016. p.39-48.
WARREN, Dean. A ferro e fogo: a história e a devastação da mata atlântica brasileira. São
Paulo: Companhia das Letras, 1996.
571
Unidades Objetos de
Habilidades Conteúdos
temáticas conhecimento
sociedades e épocas - Produção de pesquisa
distintas. histórica e relação com outras
áreas de conhecimento
(arqueologia, antropologia,
saberes populares, entre
outros).
- Controvérsias, embates e
diálogos entre as hipóteses
(EF06HI03) Identificar as
científicas sobre o surgimento
hipóteses científicas sobre
da espécie humana:
o surgimento da espécie
Evolucionismo e Teoria do
humana e sua historicidade
Big Bang.
e analisar os significados
- As diferentes narrativas
dos mitos de fundação.
criacionistas (mitologias
(EF06HI04) Conhecer as
indígenas, africanas, persa,
teorias sobre a origem do
hinduísta, orientais, judaico-
homem americano.
As origens da cristã).
(EF06HI05) Descrever
humanidade, - Diferentes hipóteses sobre os
modificações da natureza e
seus processos migratórios e
da paisagem realizadas por
deslocamentos e tecnológicos dos primeiros
diferentes tipos de
os processos de grupos humanos na África.
sociedade, com destaque
sedentarização - As hipóteses científicas sobre
para os povos indígenas
a chegada do homem ao
originários e povos
continente americano.
africanos, e discutir a
- Sítios arqueológicos no
natureza e a lógica das
Brasil, em Santa Catarina e no
transformações ocorridas.
município.
(EF06HI06) Identificar
- Povos originários em Santa
geograficamente as rotas de
Catarina e no município
povoamento no território
(Proto-Jê, Sambaquianos,
americano.
Guaranis): seus registros,
linguagens e tecnologias.
(EF06HI07) Identificar
Povos da aspectos e formas de
Antiguidade na registro das sociedades
- Aspectos culturais e sociais
África antigas na África, no
dos povos da antiguidade em
(egípcios), no Oriente Médio e nas
diferentes continentes
Oriente Médio Américas, distinguindo
(ameríndios, egípcios, núbios,
A invenção (mesopotâmicos) alguns significados
mesopotâmicos, hebreus,
do mundo e nas Américas presentes na cultura
sociedades da Índia, China e
clássico e o (pré- material e na tradição oral
Japão).
contraponto colombianos) dessas sociedades.
- Primeiras e diferentes formas
com outras Os povos (EF06HI08) Identificar os
de organização social.
sociedades indígenas espaços territoriais
- Ancestralidade e oralidade
originários do ocupados e os aportes
nas sociedades africanas.
atual território culturais, científicos,
- Povos ameríndios em
brasileiro e seus sociais e econômicos dos
contraste com outras culturas.
hábitos culturais astecas, maias e incas e dos
e sociais povos indígenas de diversas
regiões brasileiras.
580
Unidades Objetos de
Habilidades Conteúdos
temáticas conhecimento
- Relações entre os povos
mediterrânicos e indo-
(EF06HI09) Discutir o europeus e seus legados.
O Ocidente conceito de Antiguidade - Permanências e rupturas das
Clássico: Clássica, seu alcance e sociedades clássicas no
aspectos da limite na tradição ocidental, ocidente atual: a pólis grega, a
cultura na Grécia assim como os impactos democracia, a República, a
e em Roma sobre outras sociedades e filosofia, o antropocentrismo,
culturas. centralização e
descentralização política,
colonização e Impérios.
As noções de
cidadania e
política na Grécia
(EF06HI10) Explicar a
e em Roma
formação da Grécia Antiga,
Domínios e
com ênfase na formação da
expansão das
pólis e nas transformações
culturas grega e
políticas, sociais e
romana - Conceitos de cidadania e
culturais.
Significados do política nas experiências grega
(EF06HI11) Caracterizar o
conceito de e romana (os não cidadãos,
processo de formação da
“império” e as diferentes papeis da mulher e
Roma Antiga e suas
lógicas de da criança).
configurações sociais e
conquista, - Conceito e exemplos de
políticas nos períodos
conflito e expansionismo imperial na
monárquico e republicano.
negociação dessa antiguidade.
(EF06HI12) Associar o
forma de - As diferentes formas de
conceito de cidadania a
organização organização política na
dinâmicas de inclusão e
política antiguidade africana: reinos,
exclusão na Grécia e Roma
As diferentes impérios, cidades-estados e
Lógicas de antigas.
formas de sociedades linhageiras,
organização (EF06HI13) Conceituar
organização matriarcais ou aldeias.
política “império” no mundo
política na
antigo, com vistas à análise
África: reinos,
das diferentes formas de
impérios,
equilíbrio e desequilíbrio
cidades-estados e
entre as partes envolvidas.
sociedades
linhageiras ou
aldeias
A passagem do - A ocupação do Império
(EF06HI14) Identificar e
mundo antigo Romano por outros povos:
analisar diferentes formas
para o mundo processos de inclusão e
de contato, adaptação ou
medieval exclusão dos povos não
exclusão entre populações
A fragmentação romanos na sociedade romana.
em diferentes tempos e
do poder político - A queda do Império
espaços.
na Idade Média Romano.
O Mediterrâneo (EF06HI15) Descrever as - O Mediterrâneo como espaço
como espaço de dinâmicas de circulação de de interação comercial,
interação entre as pessoas, produtos e culturas cultural e social entre as
sociedades da no Mediterrâneo e seu sociedades da Europa, da
Europa, da significado. África (cartagineses e outros
581
Unidades Objetos de
Habilidades Conteúdos
temáticas conhecimento
África e do povos do norte da África) e do
Oriente Médio Oriente Médio.
Senhores e
servos no mundo
antigo e no (EF06HI16) Caracterizar e
medieval comparar as dinâmicas de
Escravidão e abastecimento e as formas
trabalho livre em de organização do trabalho - Conceito de escravidão e
diferentes e da vida social em trabalho livre em diferentes
temporalidades e diferentes sociedades e temporalidades e entre
espaços (Roma períodos, com destaque diferentes espaços/sociedades
Antiga, Europa para as relações entre do mundo antigo.
medieval e senhores e servos. - Relações sociais, posse da
Trabalho e África) (EF06HI17) Diferenciar terra e trabalho no feudalismo.
formas de Lógicas escravidão, servidão e
organização comerciais na trabalho livre no mundo
social e Antiguidade antigo.
cultural romana e no
mundo medieval
O papel da (EF06HI18) Analisar o
- Noções acerca do papel da
religião cristã, papel da religião cristã na
religião cristã no período
dos mosteiros e cultura e nos modos de
medieval.
da cultura na organização social no
- Movimentos cruzadistas.
Idade Média período medieval.
(EF06HI19) Descrever e
O papel da - Sociabilidade, trabalho,
analisar os diferentes
mulher na Grécia cidadania e resistência:
papéis sociais das mulheres
e em Roma, e no personalidades femininas na
no mundo antigo e nas
período medieval antiguidade e no medievo.
sociedades medievais.
(EF07HI12) Identificar a
distribuição territorial da
população brasileira em
diferentes épocas,
considerando a diversidade
étnico-racial e
etnicocultural (indígena,
- O processo de interiorização
africana, europeia e
As lógicas do Brasil – tropeirismo, ciclo
asiática) (EF07HI13)
mercantis e o do ouro, pecuária.
Caracterizar a ação dos
domínio europeu - As sociedades africanas:
europeus e suas lógicas
sobre os mares e Gana, Mali, Songai, Iorubás e
mercantis visando ao
o contraponto Bantos.
domínio no mundo
Oriental - O olhar dos viajantes sobre a
atlântico.
África.
Lógicas (EF07HI14) Descrever as
comerciais e dinâmicas comerciais das
mercantis da sociedades americanas e
modernidade africanas e analisar suas
interações com outras
sociedades do Ocidente e
do Oriente.
(EF07HI15) Discutir o
As lógicas - Mecanismos e dinâmicas do
conceito de escravidão
internas das comércio de escravizados em
moderna e suas distinções
sociedades suas diferentes fases.
em relação ao escravismo
africanas. - A escravidão moderna e o
antigo e à servidão
As formas de tráfico de escravizados.
medieval.
organização das - Trabalho escravo na
(EF07HI16) Analisar os
sociedades contemporaneidade e trabalho
mecanismos e as dinâmicas
ameríndias infantil.
de comércio de
A escravidão - As formas de resistência à
escravizados em suas
moderna e o escravização em Santa
diferentes fases,
584
A produção do
imaginário
nacional (EF08HI22) Discutir o
- O patrimônio histórico,
brasileiro: papel das culturas letradas,
artístico e cultural na
cultura popular, não letradas e das artes na
construção da identidade
representações produção das identidades
nacional brasileira.
visuais, letras e no Brasil do século XIX.
o Romantismo
no Brasil
(EF08HI23) Estabelecer
relações causais entre as - Os processos de unificação
Nacionalismo,
ideologias raciais e o da Itália e da Alemanha.
revoluções e as
determinismo no contexto - Conceitos de imperialismo,
novas nações
do imperialismo europeu e racismo, teorias racialistas e
europeias
seus impactos na África e etnocentrismo.
na Ásia.
Uma nova
ordem (EF08HI24) Reconhecer os - Segunda Revolução
Industrial: a exploração do
econômica: as principais produtos,
trabalho, o capitalismo
demandas do utilizados pelos europeus,
industrial e o neocolonialismo
capitalismo procedentes do continente
europeu na África e Ásia.
industrial e o africano durante o
- Movimento operário durante
lugar das imperialismo e analisar os a Revolução Industrial.
economias impactos sobre as - Teorias de resistência ao
africanas e comunidades locais na capitalismo: socialismos
asiáticas nas forma de organização e (utópico e científico) e
dinâmicas exploração econômica. anarquismo.
globais.
(EF08HI25) Caracterizar e
Os Estados
contextualizar aspectos das - A política expansionista dos
Unidos da
Configuração relações entre os Estados EUA e os movimentos sociais
América e a
do mundo no Unidos da América e a de resistência na América
América Latina
século XIX América Latina no século Latina no século XIX.
no século XIX
XIX.
(EF08HI26) Identificar e - Imperialismo e
O imperialismo contextualizar o Neocolonialismo na América,
europeu e a protagonismo das África e Ásia: dominação
partilha da populações locais na cultural, econômica, política e
África e da Ásia resistência ao imperialismo as resistências dos povos
na África e Ásia. nativos.
Pensamento e
cultura no século
- Discursos de dominação
XIX:
darwinismo e (EF08HI27) Identificar as (darwinismo social, dicotomia
racismo tensões e os significados civilização/barbárie, discursos
O discurso dos discursos civilizatórios, cientificistas).
civilizatório nas avaliando seus impactos - Movimentos
Américas, o negativos para os povos sociais/indígenas de resistência
silenciamento indígenas originários e as na América Latina no século
dos saberes populações negras nas
indígenas e as Américas. XIX.
formas de - Políticas de genocídio e tutela
integração e dos povos indígenas.
destruição de
588
comunidades e
povos indígenas
A resistência dos
povos e
comunidades
indígenas diante
da ofensiva
civilizatória
(EF09HI31) Descrever e
Os processos de - Descolonização na África e
avaliar os processos de
descolonização na na Ásia e a formação de novos
descolonização na África e
África e na Ásia países.
na Ásia.
(EF09HI32) Analisar
mudanças e permanências
associadas ao processo de - Migrações e imigrações em
globalização, considerando Santa Catarina, no Brasil e no
os argumentos dos mundo (migrações por fuga de
movimentos críticos às conflitos étnicos e políticos,
políticas globais. problemas econômicos, entre
(EF09HI33) Analisar as outros).
O fim da Guerra
transformações nas relações - Globalização e exclusão.
Fria e o processo
políticas locais e globais - Globalização e a supressão
de globalização
geradas pelo das fronteiras e
Políticas
desenvolvimento das enfraquecimento dos Estados-
econômicas na
tecnologias digitais de Nação.
América Latina
informação e comunicação. - Globalização e o novo
(EF09HI34) Discutir as mercado mundial.
motivações da adoção de - A Era Digital: impactos
diferentes políticas sociais, políticos e culturais.
econômicas na América - Governos populares na
Latina, assim como seus América Latina.
impactos sociais nos países
da região.
- Sociedades de consumo e
consumo de massa.
- Processos de globalização e
os conflitos do século XXI
Os conflitos do (movimentos neonazistas e
(EF09HI35) Analisar os
século XXI e a xenofóbicos).
aspectos relacionados ao
questão do - Movimentos Sociais: a pauta
fenômeno do terrorismo na
terrorismo dos Direitos Humanos,
contemporaneidade,
Pluralidades e Marchas, movimentos
incluindo os movimentos
diversidades LGBTQI+s, Movimentos
migratórios e os choques
identitárias na Negros, Luta pela Terra, Luta
entre diferentes grupos e
atualidade pela Moradia, Lutas dos Povos
culturas.
As pautas dos Tradicionais, Direitos da
(EF09HI36) Identificar e
povos indígenas Mulher.
discutir as diversidades
no século XXI e - O papel dos coletivos:
identitárias e seus
suas formas de Direitos e Movimentos dos
significados históricos no
inserção no debate Povos Indígenas na atualidade.
início do século XXI,
local, regional, - A questão indígena em Santa
combatendo qualquer forma
nacional e Catarina.
de preconceito e violência.
internacional - Juventudes em Santa Catarina
e no Brasil: movimentos
estudantis, “Passe Livre”,
ocupações de escolas.
- Populações quilombolas.
594
6.4.3 Filosofia
Este texto representa um conjunto de discussões feitas pelos professores de Filosofia desta
rede, que através do esforço coletivo, buscaram articular o seu componente curricular à BNCC,
por meio das competências especificas da área de humanas, visto que suas práticas revelaram a
necessidade de atualizar o texto do currículo local. E foi, portanto, movidos por esta necessidade
de promover uma maior integração curricular que se manifestou o empenho de cada um e de
todos os profissionais, culminando com a elaboração deste documento.
filosófico, de base racional, a que nos referimos está respaldado em perspectivas sócio –
culturais Moreira e Candau (2008), PCSC (2014) e Hall (2016) tratando-se, portanto, de uma
construção intercultural.
Ao compor o currículo da área de Ciências Humanas, a Filosofia contribui para o respeito
as diferenças, e por meio dela é possível ampliar os sentidos político, ético e estético que se dá
aos espaços de vivência (PCSC, 2014).Uma vez que o pensamento crítico está associado a ação
e a reflexão: a formação da consciência propõe-se não apenas a perceber os espaços, mas a
promover mudanças, ao compreender a si mesmo e ao seu entorno, para agir no mundo; essas
condições podem ser satisfeitas pelo conhecimento filosófico.
Com ênfase na formação do pensamento racional, a Filosofia favorece as articulações
entre elementos da cultura local e global possibilitando que se pense de modo abrangente. Por
suas dimensões epistemológicas e por seus aspectos de humanidade este componente aponta
para o currículo com pertinência social, ética, política e estética. Deste modo, ao tomarem de
empréstimo essas particularidades da filosofia, os componentes da área, podem problematizar
os sentidos históricos e sociais cedidos aos conceitos de espaço e tempo em seus múltiplos
contextos. Portanto, para além da “pura” cognição a Filosofia problematiza a experiência
humana.
Os eixos norteadores
Como parâmetros, a serviço da prática pedagógica, ambos: Ontologia, lógica, Ética,
política e Estética são os campos de conhecimento que ajudam a marcar filosoficamente o
currículo. E deste modo com relação aos conceitos e conteúdo, de viés ontológico, propõe-se
problematizar as origens e natureza das coisas, enquanto pelo viés da lógica explora-se os
ordenamentos da realidade material e social; ainda sobre os aspectos éticos do conhecimento,
sugere-se problematizar as relações humanas e igualmente debate-se a política como
manifestação de poder. Já a estética por sua vez poderá contribuir para aproximar os estudantes
de diferentes formas de linguagens.
Questões metodológicas
Propõe-se que na prática pedagógica sejam utilizadas a linguagem própria do campo das
humanas, bem como sejam valorizados os percursos e trajetórias dos estudantes PCSC (2014)
e, portanto, sugere-se o diálogo com a cultura local, entendida como fator de formação das
596
identidades dos sujeitos Hall (1999). E por isso listamos alguns temas que podem ajudar na
elaboração dos planejamentos.
O que é o homem?
O que posso eu saber finalmente?
Que devo eu finalmente saber?
O que me é permitido finalmente esperar?
Que é afinal de contas o homem?
(Caderno pedagógico da Filosofia, 2008 p.101)
Avaliação
A avaliação deverá seguir as orientações oficiais em vigor mantendo, o diálogo entre a
rede e as demais instâncias superiores. Assim, apontamos para a Resolução 20/08/ Conselho
Municipal de Educação de São José (COMSJ), cujo propósito é auxiliar os profissionais nestas
questões e, portanto, ressaltamos as dimensões diagnóstica, processual, contínua e formativa da
avaliação, ao mesmo tempo em que defendemos o estudo do assunto. Finalizando este tema
apresentamos ainda o mapa das competências com os respectivos conteúdos previsto para cada
ano.
Participação
política (ONGs,
Organizações
Transformação
3ª Felicidade em sua sociais de
da natureza, o
Identificar dimensão coletiva. proteção ao meio
filosofar.
ambiente, etc.);
importância da
política.
Diferentes tipos
de
conhecimento
Ética (dignidade
4ª (filosófico; Questões de Direitos
humana,
Interpretar científico; identidade. humanos.
reconhecimento).
artístico;
religioso;
mítico).
A passagem do Transformações das Ética e Transformações
5
mito para a ideias de belo, transformações da dos modos de ser
Comparar
filosofia. sensibilidade e arte. moral. e identidade.
A construção e avaliação de argumentos lógicos e racionais permeia o trabalho
da disciplina de Filosofia ao longo de todos os anos escolares. Além disso, o
raciocínio lógico em perspectiva interdisciplinar também figura como eixo
norteador em todos os anos.
6ª
Compromisso
Construir
com a verdade, a
A filosofia política trabalha o conceito de
honestidade e a
democracia.
responsabilidade
ambiental.
7ª
Essa competência aparece em todos os anos, de modo integrado, por meio das
Utilizar as
reflexões sobre teoria do conhecimento, causa e efeito, tempo e globalização.
linguagens
Considerações finais
Ao longo desta produção percebemos que a ideia de currículo pode vir associada a
múltiplos sentidos, e igualmente, o conhecimento escolar. Assim os debates entorno dos
conceitos currículo e conhecimento escolar, neste texto, representam as nossas preocupações
com a desvalorização da condição humana. E então em meio aos sentidos que possamos atribuir
ao currículo Lopes e Macedo (2011) e ao conhecimento escolar, Moreira e Candau (2008)
alertamos para inclusão da experiência humana no currículo com m sentido essencial a
produção de saberes, e muito embora reconheçamos os limites do texto em questão, destacamos
o seu aspecto de humanidade, visto que ao defendermos as habilidades e competências na
perspectiva da educação como direito, fortalecemos igualmente os seus aspectos de humanidade
ligados ao conhecimento.
598
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais da educação
básica. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2013. 562 p.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Governo Federal (Org.). Base Nacional Comum
Curricular. 2017. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>
. Acesso em: 20 dez. 2017.
CHAUI, Marilena de Souza. Convite à filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2012. 520 p.
REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SÃO JOSÉ (São José). Setor Pedagógico
(Org.). Caderno Pedagógico: FILOSOFIA. São José, 2008. 126 p.
JAEGER, Werner Wilhelm. Paideia: a formação do homem grego. 5. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2010. 1413p.
GIMENO SACRISTAN, Jose. O currículo: uma reflexão sobre a pratica. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
LIPMAN, Matthew. A Filosofia vai a escola. Santos: Samus, 1990.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 39. ed. Campinas: Autores Associados, 2007.
94p.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular de Santa
Catarina: formação integral na Educação Básica.Florianópolis: DIOESC, 2014. 190 p.
SÃO JOSE. Secretaria Municipal da Educação e Cultura. Proposta curricular de São José:
Uma primeira Síntese. São José: 2000. 317p.
599
Tabelas Curriculares
Na Rede Municipal de Ensino de São José é possível alinhar, a inovação que está posta
pelos movimentos tecnológicos aos processos educacionais, oportunizando e ressignificando
os espaços de Educação, numa perspectiva de novas possibilidades de acesso das tecnologias
para a aprendizagem dos alunos. A interdisciplinaridade dá o tom do trabalho integrado entre
os profissionais de diferentes áreas, num movimento necessário para a construção de uma
Educação de qualidade.
O início da inserção das tecnologias digitais na Rede Municipal de Ensino de São José,
pelo contexto histórico, teve um processo de construção de identidade da área de conhecimento
tecnologias educacionais sistematizada na procura de instrumentalizar os sujeitos com recurso
e conhecimentos, apresentados na Proposta Curricular elaborada no ano de 2000. Tal proposta
foi pensada dentro de um paradigma flexível que é justamente o que a proposta atual vai
delinear: as ações pedagógicas que serão implementadas nos espaços de tecnologias da
aprendizagem educacional. O documento anterior enfatiza a importância de criar a cultura de
acesso às tecnologias, bem como a importância de alinhar o contexto educacional com
propostas pautadas em políticas públicas que promovam o acesso a diferentes recursos
educativos e a permanência na escola.
Neste sentido, a BNCC ampara a necessidade e o direito dos alunos a ter acesso as
tecnologias para a aprendizagem, sendo que, as Redes de Ensino devem incorporar as
tecnologias no currículo educacional. Não se trata apenas de promover o uso na escola, mas
oportunizar o acesso para desenvolver a cultura do uso adequado na construção da sua própria
aprendizagem. Também destaca o papel do professor como um sujeito que está sempre
apreendendo, considerando que o professor regente e o de informática não devem saber tudo
sobre tecnologias. “[...] o professor não precisa ser o detentor do conhecimento técnico sobre o
uso das ferramentas disponíveis, mas sim o mediador que vai auxiliar os alunos na reflexão
sobre os melhores usos possíveis das Tecnologias para a aprendizagem.” (BNCC, 2017 p.1).
O papel do professor regente, neste caso, é de articular com o professor de noções de
informática, com a elaboração do planejamento das aulas, nas suas respectivas temáticas, uma
vez que este profissional também deve estar presente e participar das aulas dadas no laboratório.
A função do professor é ser mediador do conhecimento, mais do que definir o percurso a ser
seguindo, deve oportunizar e estimular o aluno a descobrir seus próprios caminhos.
É relevante pontuar que o uso das tecnologias para a aprendizagem não é o meio em si,
mas deve promover o aprendizado com os conceitos relacionados ao seu uso, como da
segurança na rede, o cyberbullying e as conseqüências do para quem promove e o impacto na
vida da pessoa que sofre, checagem de fatos em relação a fake News, bem como nas informações
e com o uso da tecnologia como ferramenta de construção e compartilhamento de
conhecimentos.
Para sistematizar uma proposta curricular inovadora, que atenda aos preceitos
metodológicos, didático pedagógico foi necessário dialogar com todos os envolvidos no
processo. Num processo integrado, foram feitos alinhamentos e uma proposta de formação dos
professores que foi planejada para o ano de 2019, onde todos os professores da área da
tecnologia vivenciaram aspectos das tecnologias em diferentes contextos e a sua inserção no
universo educacional.
Trabalhar com deve ser discutido num processo de integração com toda a comunidade
escolar. Também relevante é o processo de avaliação das ações desenvolvidas com as
tecnologias, a avaliação deve ser processual, e com a parceria do professor regente, uma vez
que o planejamento deve estar alinhado com a proposta do professor que trabalha com as
tecnologias sempre com intencionalidade pedagógica.
O acesso as tecnologias para a aprendizagem, deve acontecer regularmente de acordo
com o calendário das disciplinas, cada professor deve incluir em seu planejamento aulas que
607
contemplem o acesso e o uso das tecnologias, conforme o que está posto na BNCC e demais
documentos legais.
As aulas sob demanda podem ocorrer, desde que o professor que trabalha com as
tecnologias tenha espaço na sua agenda. Toda a proposta de uso das tecnologias deve ser
sistematizada com um plano de aula elaborado pelo professor regente, que vai estabelecer a
parceria com o professor de noções de informática.
O planejamento deve ser feito com antecedência para que o professor de noções de
informática possa sistematizar e organizar as ações pedagógicas intencionais utilizando os
recursos tecnológicos disponíveis, tendo como objetivo o aprendizado dos alunos. Este trabalho
para se efetivar precisa ter organização e interação profissional, estabelecendo boas parcerias
com toda a comunidade escolar.
A oferta de oficinas extracurriculares, wokshops, ou qualquer atividade que possa ser
oferecida com o uso de tecnologias para a aprendizagem é de responsabilidade da Unidade de
Ensino, articulado com a Secretaria de Educação de São José (SME).
A execução de atividades pedagógicas com intencionalidade, que promovam a
aprendizagem, sendo o laboratório de informática reconhecido como espaço de ensino
aprendizagem, uma vez que a presença do professor regente também é necessária para a melhor
compreensão dos alunos em relação a proposta pedagógica a ser desenvolvida, promovendo
uma Educação de qualidade pautada nos direitos dos alunos.
Este documento foi elaborado com base nas experiências realizadas em diferentes
momentos na formação continuada dos professores da Rede. O trabalho realizado nos espaços
das tecnologias educacionais é denominado de Laboratório de informática, que estão
disponíveis em todas as unidades educacionais do ensino fundamental, sendo que, com os
avanços das tecnologias, no decorrer do ano de 2020, será possível analisar as demandas que
são atendidas nesses espaços.
O uso das tecnologias para a aprendizagem são momentos planejados com
intencionalidade pedagógica que deve proporcionar aos alunos o desenvolvimento de
habilidades, atitudes e conhecimentos, promovendo as competências tecnológicas. O desafio
está em todos os envolvidos nestes contextos motivarem e participarem deste movimento, tendo
consciência do direito ao acesso dos alunos.
A BNCC ao colocar a competência cinco como a cultura digital reforça a necessidade
de política pública que não negligencie este acesso, uma vez que para o desenvolvimento
integral dos sujeitos é necessário oportunizar esta aprendizagem no seu cotidiano escolar.
608
Fonte:http://www.scielo.br/pdf/icse/v21n61/1807-5762-icse-1807-576220160316.pdf
Nesse caso, a interação está no desafio que se inicia com as situações-problemas, que
são criadas pelo professor ou pelas indagações dos próprios alunos que devem formular
explicações e contribuir nas possíveis soluções. Ao elaborar as questões é possível criar uma
diversidade de possibilidades e jeitos de realizar a mesma atividade, este processo promove a
aprendizagem, sendo a avaliação um ato processual na observação das atividades propostas. Ao
final é possível visualizar novos significados e a partir de processo finalizado pode ser
retroalimentando com novas dúvidas e a busca de mais informações sobre o que foi apreendido
pelos alunos.
609
Eixos Norteadores
Propõe-se que o trabalho pedagógico seja alinhado em três eixos norteadores:
Pensamento computacional; Cultura Digital e Tecnologias Inovadoras. Sendo que cada um
desses elementos será subdividido em ações pedagógicas baseadas em conceitos:
• Pensamento Computacional: representa a conceituação da Tecnologia Digital e os
conhecimentos básicos de funcionamento dos computadores, especificidades, bem como o
trabalho pedagógico no uso da internet. Esta etapa pedagógica remete aos conceitos aqui
compreendidos e tratados na área da computação como: hardware, software, internet,
sistemas operacionais, bancos de dados, dentre outros.
✓ Representação de Dados;
✓ Aborda diferentes formas de representar informações no mundo digital;
✓ Hardware e Software;
✓ Analisa os computadores quanto ao seu funcionamento e componentes;
✓ Comunicação e Redes;
✓ Trata dos fundamentos conceituais para compreensão de redes e internet.
• Cultura Digital: envolve as pessoas e a mediação tecnológica de comunicação digital,
aborda os conceitos como: Educação e cultura digital, sociedade da
informação/conhecimento, cibercultura e a ética de acesso, e revolução digital e o impacto
na vida das pessoas, inovação no campo das ciências.
✓ Letramento Digital;
✓ Diz respeito aos modos de ler e escrever em contextos digitais;
✓ Cidadania Digital – ética no acesso;
✓ Uso responsável da tecnologia pelas pessoas;
✓ Tecnologia e Sociedade – o impacto das tecnologias na vida das pessoas;
✓ Avanços das tecnologias de comunicação digital e o significado disso para as
pessoas.
610
A divisão por eixos deve ser apenas para melhor visualizar a possibilidade de propostas
a partir do trabalho interdisciplinar, bem como os objetivos de aprendizagem num processo de
integrar as diferentes áreas do conhecimento.
O trabalho pedagógico a ser desenvolvido na Rede de São José, está pautado nas
diferenças de cada sujeito e nos respeitos ao outro, por esta razão tem uma perspectiva inclusiva.
Para tanto, é importante que os docentes conheçam as possibilidades tecnológicas. Os conceitos
e as práticas com o uso das tecnologias têm o objetivo de trabalhar com a educação integral,
igualdade, direitos humanos, diversidade cultural e inclusiva.
O uso das tecnologias pode ser utilizado como recurso importante na inclusão dos
alunos da educação especial. Para que isso ocorra, deve haver um diálogo entre os professores
das diferentes áreas que atendam essas crianças em sala de aula. Alguns dos recursos gratuitos
disponíveis para o uso escolar:
• DOSVOX: é um sistema para microcomputadores que se comunica como usuário
através de síntese de voz, viabilizando, o uso do PC por deficientesvisuais, que desta
forma, podem desenvolver suas atividades comcerto grau de autonomia.
• Editor Livre de Prancha: editor que permite a criação de pranchas de comunicação
para que sejam impressas e usadas fora do computador.
• EG (Preditor de Palavras): é um agente de software preditor de palavras,ou seja,
sugere palavras que completem os textos editados, de acordocom sua relevância no
contexto.
• FreeVK: software de Teclado Virtual, criado como alternativa ao tecladoconvencional;
permite a entrada de texto em programas do PC.
• HeadMouse: é um software gratuito criado para substituir o mouse convencional.
611
Planejamento
Para orientar o planejamento é relevante trabalhar com as tecnologias da informação e
comunicação digitais integradas que promovam: o protagonismo, a colaboração, o pensamento
reflexivo, a autonomia, a inovação, o trabalho autoral e a investigação. É importante utilizar as
metodologias ativas como estratégias para o desenvolvimento de novas habilidades, atitudes e
conhecimentos:
✓ Aprendizagem Baseada em Projetos mobiliza os conhecimentos a partir de uma pergunta
específica com foco nos temas curriculares que estão sendo estudado, nasce de um desafio
proposto ou problema observado pelos alunos. Após a questão inicial ser definida, os alunos
são instigados a desenvolver a pesquisa, com a elaboração de hipóteses. As tecnologias
podem ser utilizadas como recursos e ao final na culminância do projeto pode ser criado um
produto, um vídeo e ou protótipo e na avaliação é possível testar e retroalimentar o trabalho
identificando os pontos fortes e fracos das descobertas.
(https://porvir.org/especiais/maonamassa/aprendizagem-baseada-em-projetos)
(http://each.uspnet.usp.br/pbl2010/trabs/trabalhos/TC0174-1.pdf)
(https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/307362/mod_resource/content/2/Material%20di
d%C3%A1tico%20PBL.pdf)
✓ Aprendizagem Baseada na Investigação: a investigação cientifica é a base das ciências,
por esta razão é uma metodologia interessante para o trabalho com as tecnologias para
aprendizagem, que não se resume apenas em pesquisar na internet, tem todo uma estratégia
didática que ampara esta proposta. (http://www.cienciaviva.pt/projectos/pollen/cap4.pdf)
✓ Aprendizagem baseada em Jogos e Gamificação: remete ao uso de jogos digitais e/ou de
tabuleiros, que podem ser utilizados com diferentes temáticas que contemplam os
componentes curriculares. Com a proposta da gamificação é possível propor que os alunos
desenvolvam aplicativos com jogos digitais, o que pode ser criado com a linguagem de
programação, sempre com enfoque no desenvolvimento de novas competências e nas
612
nas escolas serão utilizados conhecimentos científicos baseados em algoritmos, que nada mais
é do que a matemática que todos os alunos têm acesso na sala de aula. O mais interessante é
que a programação pode ser um diferencial também no ensino da matemática.
Para o uso da robótica, temos várias opções de softwares para desenvolver os protótipos,
alguns já vem com o kit de robótica completa, e outros podem ser encontrados na internet com
a versão gratuita, como exemplo o Scratch, que poder ser desenvolvido a partir de narrativas,
animações, jogos, dentre outros desafios.
A robótica encanta pela possibilidade de poder criar protótipos, proporciona a
aprendizagem por meio da experimentação, saindo da linha conceitual para a dimensão física,
com a autoria e protagonismo, o que deixa os alunos encantados pela variada gama de
possiblidades que se pode criar, colaborar, pensar juntos com as soluções, compartilhar o
resultado uns com os outros. A diferença deste processo de ensino está na estratégia pedagógica,
que baseado em um planejamento interdisciplinar permite o aprendizado significativo. A
construção se dá com o kit que vem com variadas peças que com a programação e placas de
Arduino, que são dispositivos eletrônicos que fazem com que o protótipo ganhe movimento.
Para além da programação, estão as competências que são trabalhadas durante as aulas
como: o trabalho em equipe, resolução de problemas, criatividade, repertório cultural e
inclusão, respeito a diversidade e direitos humanos.
A Robótica na Rede Municipal de Ensino de São José, inicia um projeto de inovação
em toda a Proposta Curricular de uso das tecnologias para a aprendizagem, esta implantação
vai se dar aos poucos, primeiro com a inserção da robótica na Rede e após serão oportunizados
espaços Makers que vão ampliar as possibilidades de integração dos componentes, bem como
o uso das tecnologias em todos os níveis e modalidades de Educação que são ofertados no
Municípios de São José.
Avaliação
A avaliação para as aulas com tecnologias para a aprendizagem na rede é feita pelo
professor regente com a parceria do professor de noções de informática. Aplicada como ação
formativa contínua, que promove a reflexão sobre o processo nas dimensões humanas,
habilidades, atitudes e conhecimento. A avaliação da aprendizagem é processual e favorece o
diálogo entre o professor e o aluno, que ao promover o ensino alcança os objetivos de
aprendizagem.
REFERÊNCIAS
BLIKSTEIN, Paulo. Universidade de Stanford. Disponível em:
<https://porvir.org/especiais/maonamassa/o-que-e-uma-educacao-mao-na-massa> acesso em:
Jan 20.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar.
Terceira versão. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-
praticas/aprofundamentos/193-tecnologias-digitais-da-informacao-e-comunicacao-no-
contexto-escolar-possibilidades>. Acesso em: 23 jan. 20.
SÃO JOSÉ. Proposta Curricular do Município de São José. 2000.
SÃO JOSÉ, Caderno pedagógico. 2008.
FREIRE, F. M. P. & VALENTE, J. A. (orgs.) Aprendendo para a vida: os computadores na
sala de aula. São Paulo: Cortez, 2001.
GOBBI, MC., and , KERBAUY, MTM., orgs. Televisão Digital: informação e conhecimento
[online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura acadêmica, 2010. 482 p. ISBN 978-
615