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AO CONSPÍCUO JUIZ COMPETENTE DA _ VARA DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA FEDERAL DE GUARABIRA-PB.

Petição Inicial de Tutela Provisória Antecipada Antecedente para Obrigação de Fazer.

CONSELHO REGIONAL DE
ODONTOLOGIA DA PARAÍBA – CRO-PB, Autarquia Federal, com CNPJ de
nº 09.319.617/0001-49, sediado a Av. João Machado, 894, Centro, CEP 58013-
520, João Pessoa/PB, por intermédio de seus advogados in fine, constituídos
na forma da procuração, vem, concessa venia, imbuído pela máxima
efetividade de safeguards legais, notadamente da Constituição Federal, das
Leis 4.324/64, 5.081/66, 11.889/08, 3.999/61 e do Código de Processo Civil,
como também dos demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, requerer
TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA ANTECEDENTE, com o escopo de
perquirir o respeito a Lei 3.999/61 que estabelece o Piso e a jornada de
trabalho para os Cirurgiões Dentistas, consubstanciado pela adequação legal
da jornada estipulada aos Cirurgiões Dentistas previsto no edital, bem como
aos efetivos, celetistas e contratados que desenvolvem atividades na edilidade,
em face do MUNICIPIO DE BORBOREMA, CNPJ sob o n° 09.070.400/0001-
48, Rua Pedro Moreno Gondim, S/N – Centro, CEP: 58394-000 -
Borborema/PB, pelas regras-matrizes de incidência e fatos jurídicos abaixo
citados.

CABIMENTO.

Considerando a leitura do postulado


processual civil, temos que seja factível o manejo de requerimento de Tutela
Provisória de Urgência Antecipada, tramitando nos mesmos autos, porquanto
haja permissivo para que as medidas provisórias sejam pleiteadas e deferidas
nos autos da ação principal.

Av. João Machado, 849 – Emp. Monte Carlo - Sala 705 - Centro - CEP: 58013-520 - João Pessoa - PB
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Para tanto, o CPC estatuiu que a parte
que tencione interesse no uso dessa prerrogativa aduza requerimento simplório
com a exposição dos fatos, o direito em que se ampara e que se busca
realizar, do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo e a tutela
final pretendida. Vejamos:

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à


propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento
da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.

§1º. Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:


I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de
sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do
pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que
o juiz fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de
mediação na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será
contado na forma do art. 335.

§2º. Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste


artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito.

§3º. O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-


á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.

§4º. Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá
de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido
de tutela final.
§5º. O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do
benefício previsto no caput deste artigo.
§6º. Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição
inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo
ser extinto sem resolução de mérito.

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Com efeito, o Promovente, dessa feita,
se utiliza da ferramenta processual prevista na legislação processual (art. 303),
perquirindo a Obrigação de Fazer em desfavor da Promovida pela via da Tutela
Provisória Antecipada Antecedente, concernente a: suspensão do Concurso
Público, e retificação do edital para que seja aplicada a Lei 3.999/61, devendo
constar como vencimento para o cargo de Cirurgião Dentista o Piso
estabelecido na Lei retro.

FUNDAMENTAÇÃO DO REQUERIMENTO DE TUTELA.

O Promovente vem recebendo reportes


reiterados de Cirurgiões Dentistas, bem como teve conhecimento através de
redes sociais e de veículos de comunicação quanto a Edital divulgado de
Concurso Público do Promovido, no qual traz patente malferimento ao Piso
estabelecido na Lei 3.999/61.

Perfaz-se necessário traçarmos os


elementos necessários para a concessão da Tutela Provisória Antecipada
Antecedente. Ei-los:

1) COMPETÊNCIA DO JUÍZO

Cumpre destacar que o presente juízo é


competente para apreciação definitiva do feito, notadamente da Ação Ordinária
de Obrigação de Fazer, cujo teor, pela urgência, será minuciosamente
abordado em oportunidade de aditamento a ser conferido nos moldes da
processualística.

Confira-se o teor constitucional:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
opoentes, exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
(...)
§2º. As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver
ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

Por certo, o Supremo Tribunal Federal já


pacificou o entendimento em sede de RE 627.709/DF, com repercussão geral,
dispondo sobre a possibilidade de escolha de foro prevista no art. 109, §2º, em
que a expressão UNIÃO deverá ser interpretada de forma estendida as
Autarquias e Fundações.

2) EXPOSIÇÃO SUMÁRIA DA LIDE

O Promovente é uma Autarquia Federal


instituída por Lei, com o objetivo de regulamentar a entidade de classe, sendo
paladino na defesa da ética e da odontologia, e detentor de plena legitimidade
para proceder a uma vigilante fiscalização, com espeque, frise-se, na
inteligência das Leis 4.324/64, Lei 5.081/66, Decreto Lei 68.704/71 e
legislações reflexas (Lei 11.889/08).

Desta forma, temos que o Conselho


Federal de Odontologia, e os respectivos Conselhos Regionais, possuem plena
virilidade para representarem os interesses e proceder a uma vigilante
fiscalização quanto ao prestigio e bom conceito da profissão, bem como a
higidez de todos os profissionais da odontologia, conforme faz crível o art. 5º,
IV, da Lei 7.347/85 c/c o art. 1º, IV e VIII.

Com efeito, em período recente o


Promovente vem recebendo relatos e queixas de profissionais da odontologia

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em geral no tocante a edital de concurso público lançado pela Promovida,
que tem como objetivo o provimento de cargos naquela edilidade, notadamente
no que toca a remuneração do cirurgião dentista, que estaria aquém do que
prevê o piso estabelecido em Lei 3.999/61.

Em que pese às queixas gerais, a


Promovida se mantém silente quanto à adequação do salário estipulado aos
cirurgiões dentistas, ora seja no edital conspurcado ou aos servidores efetivos,
celetistas e contratados que desenvolvem atividade naquela edilidade.

Temos que de acordo com o calendário


editalicio, que as inscrições se encerram na data de 08 de setembro de 2019, e
a data provável da prova escrita objetiva será 14 de julho de 2019.

Com isso, o Promovente vem sendo


provocado pelos profissionais e toda a classe odontológica de modo a agir em
sua finalidade legal para que seja cumprida a Lei 3.999/61, de modo a evitar
que candidatos interessados sejam prejudicados diante de remuneração ilegal
estabelecida pela Promovida.

Em oportunidade de análise do edital


supramencionado, temos que estabeleça salário ao cirurgião dentista no
importe de R$ 1.904,13, para um carga horária de 40 horas semanais.
Vejamos:

Ora, é patente o vilipêndio a Lei


3.999/61, estando as virtuais Leis Municipais da Promovida (que fixaram o
reajuste anual para o cargo de cirurgião dentista) em desalinho ao piso salarial
legal.

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É sabido que tanto os Médicos como os
Cirurgiões Dentistas possuem piso salarial estabelecido na Lei 3.999/61
equivalente a três salários mínimos, para uma jornada de 20 horas semanais,
conforme disposto nos arts. 5º, 8º e 22 da citada Lei.

Assim, o piso salarial do Cirurgião


Dentista atualmente gira no importe de R$ 2.994,00.

Todavia, o Promovido ignora o piso!

Cumpre trazer a tona que outros


Conselhos Regionais de Odontologia vêm atuando no sentido de obstar o
vilipêndio ao piso salarial, no que a Justiça Federal de seus Estados vem
acolhendo a tese e determinando a suspensão de concursos para adequação
da remuneração do Cirurgião Dentista ao piso salarial da Lei 3.999/61.

Sendo assim, entendendo ser uma


estipulação ilegal e equivocada da Promovida, no que por inúmeros
precedentes vem sendo combatido pelo judiciário, inferimos, pois, que o salário
insculpido no edital de concurso público lançado pela Promovida fere os
dizeres da Lei 3.999/61, nomeadamente ao piso salarial.

Aliado a isso, se tem a necessidade por


parte da Promovida para adequação legal ao Piso Salarial da Lei 3.999/61, da
remuneração paga aos servidores efetivos, celetistas e contratados que
desenvolvem atividades na edilidade.

3) DIREITO QUE SE PRETENDE REALIZAR

Em virtude da estipulação ilegal e em


desalinho a Lei 3.999/61 pela Promovida em detrimento ao piso salarial dos
Cirurgiões Dentistas, aliado a necessidade premente, e que ora gerou a
formulação da presente Petição de Tutela Provisória de Urgência Antecipada

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Antecedente, haja vista o edital já ter sido publicado e as inscrições na
iminência do encerramento, que o Promovente almeja e tenciona que o
Promovido seja compelido a suspender o Concurso Público em prol de adequar
a remuneração prevista em edital ao piso salarial disposto na Lei 3.999/61,
aliado também a adequação aos cirurgiões dentistas efetivos, celetistas e
contratados que desenvolvem atividades naquela edilidade.

4) PRESSUPOSTOS PARA CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE


URGÊNCIA ANTECIPADA

Considerando os elementos fáticos e de


direito destacados, recai no caso em tela a necessidade de concessão de
Tutela de Urgência Antecipada pelo douto juízo para cessar eventuais danos
irreversíveis a todos os profissionais e entidades abarcadas por este Conselho
Profissional Promovente.

Atentamos à presença dos devidos


pressupostos processuais, nomeadamente: probabilidade do direito; perigo de
dano ou do risco ao resultado útil do processo.

Quanto a probabilidade do direito:


temos que do exame dos relatos, do direito e das provas coligidas, que a
conduta adotada pelo Promovido fere o ordenamento pátrio e disposições
legais expressas, ao passo que o piso salarial da Lei 3.999/61, ora
estabelecido em favor dos Cirurgiões Dentistas vem sendo desrespeitado
crassamente, ao passo que subsista no edital do concurso público
remuneração aquém do que prevê a Lei.

Temos que em nosso ordenamento


subsista disposição legal estatuindo piso salarial aos Cirurgiões Dentistas,
notadamente na razão de 3 (três) salários mínimos para uma jornada de 20
horas semanais.

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Vejamos a intelecção da Lei 3.999/61:

Art. 5. Fica fixado o salário-mínimo dos médicos em quantia igual a três


vêzes e o dos auxiliares a duas vêzes mais o salário-mínimo comum
das regiões ou sub-regiões em que exercerem a profissão.

Art. 8. duração normal do trabalho, salvo acôrdo escrito que não fira de
modo algum o disposto no artigo 12, será:
a) para médicos, no mínimo de duas horas e no máximo de quatro
horas diárias;

Seguindo a intelecção legal, esta


expressamente agasalha o Cirurgião Dentista:

Art. 22. As disposições desta lei são extensivas aos cirurgiões


dentistas, inclusive aos que trabalham em organizações sindicais.

Ademais, no tocante a vigência e


aplicabilidade hodierna da Lei 3.999/61, esta foi plenamente recepcionada pela
Constituição Federal de 1988, tampouco violenta a Súmula Vinculante nº 4,
porquanto o salário mínimo não está sendo usado como indexador de base de
calculo.

Nesse sentido, o Supremo Tribunal


Federal já verberou:

AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. LEI Nº 4.950-


A/1966. OFENSA À SÚMULA VINCULANTE Nº 4 E À ADPF
53. INEXISTÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.

1. A decisão que aplica o piso salarial estabelecido no art. 5º da


Lei 4.950/1966, mas ressalva a vedação de vinculação aos
futuros aumentos do salário mínimo, está em consonância com
o enunciado da Súmula Vinculante 4 e com a decisão proferida
na ADPF 53 MC. Precedente do Tribunal Pleno: Rcl 14.075
AgR/SC, Rel. Min. Celso de Mello (DJe de 16/9/2014). 2.
Agravo regimental desprovido.

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(Rcl 19.130 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de
20.03.2015)

E mais:

pecuniária, desde que não haja atrelamento entre os


respectivos reajustes. Isto é, o que se veda é o uso do salário
mínimo como indexador, o que sobrecarregaria sua política
nacional de revisão. Neste sentido, confira-se: RE 409.427-
AgR, Rel. Min. Carlos Velloso; RE 389.989, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence; e ARE 684.565-AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes.

(RCL 21664 MC/RN, Rel. Luís Roberto Barroso, decisão de


14.08.2015)

Em igual modo, o referido


entendimento vem sendo trilhado pelo Tribunal Superior do Trabalho,
nomeadamente através da Orientação Jurisprudencial 71 da SDI II. Vejamos:

71. AÇÃO RESCISÓRIA. SALÁRIO PROFISSIONAL.


FIXAÇÃO. MÚLTIPLO DE SALÁRIO MÍNIMO . ART. 7º, IV,
DA CF/88 (nova redação) - DJ 22.11.2004

A estipulação do salário profissional em múltiplos do


salário mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da
Constituição Federal de 1988, só incorrendo em vulneração
do referido preceito constitucional a fixação de correção
automática do salário pelo reajuste do salário mínimo.

Noutra banda, há de se agitar quanto a


não violência a autonomia municipal, que ora deve respeitar os limites mínimos
dispostos pela União.

Colhe-se regramento Constitucional que


aduz acerca da organização do sistema nacional de emprego e
condições/regulação para o exercício de profissões no País, no qual restou sob
os auspícios do Governo Federal.

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Vejamos expressamente a dicção
constitucional:

CF 1988.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o
exercício de profissões;

Temos que seja competência exclusiva


da União legislar sobre a organização e condições do exercício profissional,
esta se traduz de inúmeras maneiras via Leis Federais.

A título de exemplo, se tem que


inúmeras profissões têm carga horaria reduzida por dispositivo federal e que
tem sua amplitude para todos os entes, seja Municipal ou Estadual.

Tal fato não atenta a autonomia do ente


Municipal ou Estadual, apenas coloca lindes e balizas a serem observadas.

Por certo, a autonomia Municipal ou


Estadual restará incólume, tendo que apenas os dispositivos respectivos
observarem os limites mínimos da legislação federal.

Em lição primorosa, o TRF 3ª Região


traduziu objetivamente:

ADMINISTRATIVO. CONSELHO REGIONAL DE


FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 3ª REGIÃO.
CONCURSO PÚBLICO. MUNICÍPIO. EDITAL. JORNADA DE
TRABALHO. 40 HORAS SEMANAIS. REDUÇÃO DA CARGA
HORÁRIA. 30 HORAS. SEMANAIS. LEI FEDERAL N.º
8.856/94. CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DE
PROFISSÕES. COMPETÊNCIA DA UNIÃO FEDERAL.
REMUNERAÇÃO. PROPORCIONALIDADE. 1. Extrai-se do
art. 22, inciso XVI da Constituição Federal, que a disciplina
legal da organização e condições para o exercício de
profissões é de competência privativa da União, cabendo-
lhe a edição de normas gerais, de observância obrigatória

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em todas as unidades da federação, inclusive dos
Municípios. 2. Editada a Lei nº 8.856/94, que disciplina a
jornada de trabalho dos fisioterapeutas e terapeutas
não se
ocupacionais, limitando-a a 30 horas semanais,
pode, em nome da afirmada a autonomia
Municipal, admitir que lei editalícia estabeleça
carga horária superior ao limite estabelecido por
lei nacional. 4. Observado o piso salarial, o
Município dispõe de autonomia legislativa e
orçamentária para livre disposição, cabendo ao
Poder Judiciário interferir somente em casos de flagrante
ilegalidade. 5. Remessa oficial desprovida.

((REO - REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL - 1582414 0000355-


42.2010.4.03.6110, DESEMBARGADOR FEDERAL NELTON
DOS SANTOS, TRF3 - TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:13/05/2016 ..FONTE_REPUBLICACAO)

No mesmo caminho trilha o Tribunal


Regional Federal da 5ª Região:

ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. CONCURSO


PÚBLICO MUNICIPAL. CARGO DE TÉCNICO EM
RADIOLOGIA. CLÁUSULAS EDITALÍCIAS QUE PREVEEM
REMUNERAÇÃO ABAIXO DO PISO SALARIAL DA
CATEGORIA. APLICAÇÃO DA LEI Nº 7.394/1985 E DO
DECIDIDO PELO STF NA ADPF Nº 151/DF. REMESSA
OFICIAL IMPROVIDA.

1. Trata-se de remessa oficial em face de sentença que,


mantendo a concessão da medida liminar, julgou procedente o
pedido no sentido de determinar à demandada a adequação do
Edital Simplificado da Prefeitura Municipal de Gravatá, somente
com relação ao cargo de Técnico em Radiologia de modo a
prever remuneração de 2 salários mínimos vigente em maio de
2011, acrescida de 40% do adicional de insalubridade.

2. A Carta Magna, em seu art. 37, I, preceitua que"os cargos,


empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei",bem como, no art. 22, XVI,
define que compete privativamente à União legislar sobre as
condições para o exercício de profissões.

3. Da simples leitura dos dispositivos constitucionais é possível


concluir pela prevalência, em razão da competência, da
legislação federal sobre a legislação municipal, o que torna
obrigatório o cumprimento das disposições da Lei nº 7.394/85,

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que regula o exercício da Profissão de Técnico em Radiologia,
quando se cuida do preenchimento de cargo de profissional da
respectiva área.

4. Tal diploma legal, em seu art. 16 estabelece piso salarial


equivalente a 2 (dois) salários mínimos profissionais da região,
incidindo sobre esses vencimentos 40% (quarenta por cento)
de risco de vida e insalubridade.

5. Precedentes deste Tribunal Regional: APELREEX


27443/CE, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA
LUCENA, Primeira Turma, JULGAMENTO: 12/12/2013,
PUBLICAÇÃO: DJE 18/12/2013 - Página 78; REO 560065/PE,
Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL ERHARDT,
Primeira Turma, JULGAMENTO: 22/08/2013, PUBLICAÇÃO:
DJE 29/08/2013 - Página 265.

6. Seguindo o entendimento do STF, o edital do certame, ao


fixar salário de R$ 880,00, sem o acréscimo de 40% referente
ao risco de vida e insalubridade, para o cargo de Técnico em
Raio-X, fixou a remuneração abaixo do piso salarial da
categoria profissional, divergindo da legislação federal que
regulamenta a profissão, que se encontra em plena
aplicabilidade até que sobrevenha norma que fixe nova base de
cálculo, em conformidade com o preconizado pela Suprema
Corte, podendo sofrer controle de legalidade pelo Poder
Judiciário.

7. Remessa oficial a que se nega provimento.

(PROCESSO: 08001503320164058302, DESEMBARGADOR


FEDERAL MANUEL MAIA, 1º Turma, JULGAMENTO:
18/10/2016, PUBLICAÇÃO:)

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO PARA TÉCNICO EM
RADIOLOGIA. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA
LEGISLAR SOBRE CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DE
PROFISSÕES. JORNADA DE TRABALHO DE 24 HORAS
SEMANAIS FIXADA PELA LEI Nº. 7.394/85. NECESSIDADE
DE AJUSTAMENTO E FIXAÇÃO DO VALOR DA
REMUNERAÇÃO AOS TERMOS DA LEI E DO JULGADO NA
ADPF 151.

1. Agravo de Instrumento manejado pelo Município de Floresta,


em face da decisão que deferiu o pedido de antecipação dos
efeitos da tutela, para suspender o concurso público referente
ao Edital nº 001/2015, realizado no dia 13/09/2015, apenas em
relação ao cargo de Técnico em Radiologia, até que o
agravante promova as alterações do edital necessárias a

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adequá-lo aos ditames legais.

2. Nos termos do art. 22, XVI, da Constituição Federal, a


competência para legislar sobre condições para o exercício de
profissões é privativa da União, razão porque deve prevalecer a
norma federal sobre qualquer lei estadual ou municipal. Tal
prevalência da legislação federal sobre a municipal torna
obrigatório o cumprimento das disposições da Lei nº 7.394/85,
que regula o exercício da profissão de Técnico em Radiologia.

3. Diante da controvérsia acerca da vinculação do salário dos


Técnicos ao salário-mínimo, o STF, por ocasião do julgamento
da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº
151, decidiu, diante da incompatibilidade do art. 16, da Lei
7.394/85, com o art. 7º, IV, da CF, continuar aplicando os
critérios estabelecidos pela lei em questão, até que sobrevenha
norma que fixe nova base de cálculo.

4. A teor da Súmula Vinculante nº 4, do STF "salvo nos casos


previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial". Mas, no caso da Lei 7.394/85, não se trata de
estipulação do salário profissional em múltiplos de salário
mínimo, mas sim o valor mínimo que deve ser estabelecido
como remuneração.

5. O Edital do Concurso Público nº 001/2015, do Município de


Floresta, no que se refere à categoria dos Técnicos em
Radiologia, ao estabelecer jornada de trabalho de 40 horas
semanais e salário de R$ 800,00 (oitocentos reais), sem o
acréscimo de 40% referente ao risco de vida e insalubridade,
impôs carga de trabalho superior ao definido em lei e fixou
remuneração inferior ao piso salarial da categoria profissional.

6. Para que seja realizado o referido concurso, é necessário


que o município/agravante promova as alterações necessárias
a adequá-lo ao que dispõe a Lei nº 7.394/85.Agravo de
Instrumento improvido.

(PROCESSO: 08049631720154050000, DESEMBARGADOR


FEDERAL CID MARCONI, 3ª Turma, JULGAMENTO:
13/11/2015, PUBLICAÇÃO:)

Portanto, não pode o Promovido em sua


autonomia Municipal editar Lei que afronte dispositivos federais.

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Assim, caberia ao Promovido no
exercício de sua autonomia legislativa e orçamentária, editar Lei por livre
disposição desde que observado o Piso Salarial mínimo.

Jamais se poderia entender que os


entes Municipais e Estaduais têm autonomia irrestrita, e o pior, em
matéria privativa da União e relacionada a organização de emprego e
condições do exercício profissional.

Não se trata de malferimento a


autonomia municipal, mas sim respeito a normas federais e gerais, de
observância obrigatória em todas as unidades da federação, inclusive dos
Municípios.

Por certo, o Piso Salarial da Lei 3.999/61


vai se aplicar tanto ao servidor em regime estatutário, como aos celetistas e
aos contratados por excepcional interesse público (temporários).

Não há distinção!

Logo, patente o dever de observância do


Município Promovido a disposição do Piso Salarial da Lei 3.999/61.

No caso em concreto, temos que o edital


do concurso público estabelece salário de R$1.904,13 ao Cirurgião Dentista
para uma carga horária de 40 horas semanais.

Logo, é incompatível o salário editalício


com o piso salarial da Lei 3.999/61, que ora se perfaz em R$ 2.994,00.

Quanto à matéria em disceptação, o


Tribunal Regional Federal da 5° Região, em apreciação de demanda do CRO-

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PB análoga ao presente caso, entendeu pela legitimidade e aplicação do piso
salarial em favor dos cirurgiões dentistas:

PROCESSO Nº: 0805592-49.2019.4.05.0000 - AGRAVO DE


INSTRUMENTO - PB

AGRAVANTE: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA


DA PARAIBA

ADVOGADO: Landoaldo Falcão De Sousa Neto

AGRAVADO: PRINCESA ISABEL PREFEITURA

RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Paulo Roberto de


Oliveira Lima - 2ª Turma

É o que merece relato. Passo a decidir.

Cuida-se de ação ordinária movida pelo Conselho Regional de


Odontologia da Paraíba -CRO/PB em face do Município de
Princesa Isabel, almejando a suspensão de Concurso Público -
Edital 2019, quanto ao cargo de Cirurgião Dentista, para que as
suas disposições sejam retificadas, adequando-se o
instrumento convocatório ao disposto na Lei nº 3.999/61,
quanto ao piso salarial profissional.

Com efeito, considerando que a legislação federal prevalece


sobre a municipal, no que concerne ao exercício da profissão, a
aplicação da é medida Lei nº 3.999/61 que se impõe, devendo
o Edital do certame ser corrigido para prever, ao invés da
remuneração de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), o piso
salarial de 03 (três salários mínimos).

Em caso análogo, esta Corte trilhou idêntico posicionamento:

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO MUNICIPAL.


TÉCNICO EM RADIOLOGIA. APLICAÇÃO DAS
DETERMINAÇÕES IMPOSTAS PELA LEI Nº 7 . 3 9 4 / 8 5 .

1. Cuida-se de ação ordinária movida pelo Conselho Regional


de Técnicos em Radiologia - CRTR 15ª Região em face do
Município de Brejinho, almejando a suspensão de concurso
público, unicamente quanto ao cargo de Técnico em
Radiologia, para que as suas disposições sejam retificadas,
adequando-se o Edital nº 001/2016 ao disposto na Lei nº
7.394/85 quanto ao salário mínimo profissional, adicional de
risco de vida e insalubridade, e jornada de trabalho semanal;

2. Considerando que a legislação federal prevalece sobre a


municipal, no que concerne ao exercício da profissão, a
aplicação da Lei n° 7.394/85 é medida que se impõe, devendo
o Edital do certame ser corrigido para prever, além da jornada

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de trabalho de 24 (vinte e quatro) horas semanais para essa
categoria, o piso salarial de 02 (dois salários mínimos), com
acréscimo de 40% (quarenta por cento) de adicional d e i n s a l
ubridade;

3. Tendo sido a demanda ajuizada quando ainda vigente o


CPC/1973, devem os honorários advocatícios ser fixados nos
termos do art. 20, § 4º daquele diploma legal. Diante da
complexidade da causa e do trabalho desempenhado pelo
causídico, devem os mesmos ser elevados para R$ 2.000,00
(dois mil reais);

4. Apelação do autor parcialmente provida. Remessa oficial


improvida. (APELREEX PJe nº 0800015-18.2016.4.05.8303,
TRF5, Segunda Turma, Des. Federal Relator PAULO
ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA, Data de julgamento:
30/10/2018)

Mercê do exposto, recebo o agravo de instrumento, atribuindo-


lhe, além do ordinário efeito DEVOLUTIVO, também o efeito
SUSPENSIVO, para se determinar a suspensão do Concurso
Público - Edital 2019, promovido pelo MUNICÍPIO DE
PRINCESA ISABEL/PB, até que seja retificada a remuneração
prevista, adequando-a às disposições normativas da Lei nº
3.999/61, no que tange ao piso salarial dos profissionais de
Odontologia.

Comunique-se ao respeitável Juízo de origem.

Intime-se o Município agravado para que apresente as


contrarrazões dentro do prazo legal.

Intimem-se.

Recife, 19 de junho de 2019.

PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA

Desembargador Federal Relator

Nessa senda, pela substância do direito


pleiteado, o Promovente vem obtendo inúmeras decisões favoráveis no âmbito
da Justiça Federal da Paraíba, e que, conforme transcrição alhures, estão
sendo referendadas pelo TRF 5ªRegião. Vejamos o repertório:

PROCESSO Nº: 0801586-34.2019.4.05.8201 - TUTELA


ANTECIPADA ANTECEDENTE

REQUERENTE: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA


DA PARAIBA

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16/25
ADVOGADO: Landoaldo Falcão De Sousa Neto
REQUERIDO: JUAREZ TAVORA PREFEITURA

4ª VARA FEDERAL - PB (JUIZ FEDERAL TITULAR)

SENTENÇA

Ante o exposto, para: JULGO PROCEDENTE o pedido

(a) condenar o Município de Juarez Távora/PB a adequar a


jornada de trabalho máxima e o piso salarial de todos os
cirurgiões-dentista vinculados ao município, seja por
vínculo estatuário, celetista ou temporário, ao disposto na
Lei nº 3.999/613 (três salários mínimos para uma jornada
de 20 horas semanais);

(b) determinar que a Prefeitura de Juarez Távora/PB retifique,


no prazo de 30 dias, o Edital nº. 001/2019, adequando a
jornada de trabalho máxima e o piso salarial ao disposto na Lei
nº 3.999/613 (três salários mínimos para uma jornada de 20
horas semanais).

Fixo, para tanto, o prazo de cento e oitenta dias, após o qual


passará a incidir multa diária no valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais).

Campina Grande, 22/07/2019

PROCESSO Nº: 0801587-19.2019.4.05.8201

- TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE

REQUERENTE: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA


DA PARAIBA

ADVOGADO: Landoaldo Falcão De Sousa Neto

REQUERIDO: NOVA PALMEIRA PREFEITURA

4ª VARA FEDERAL - PB (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO)

Ante o exposto, DEFIRO em parte o pedido de tutela de


urgência, para determinar que a Prefeitura de Nova
Palmeira/PB retifique, no prazo de 30 dias, o Edital nº.
001/2019, fixando do piso salarial do cargo de Odontólogo em
3 salários mínimos para uma jornada de 20 horas semanais.

Intime-se o autor desta decisão, inclusive para que emende a


inicial.

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17/25
Cite-se a ré para oferecer contestação, na forma e prazo
legais, trazendo aos autos toda a documentação de que
disponha para elucidação da questão em litígio.

Havendo resposta com preliminares e/ou documentos, intime-


se a parte autora para apresentar impugnação, no prazo de 15
(quinze) dias.

Após, retornem os autos conclusos, registrados para Sentença.

Campina Grande, 24 de maio de 2019

PROCESSO Nº: 0801786-41.2019.4.05.8201 - TUTELA


ANTECIPADA ANTECEDENTE

REQUERENTE: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA


DA PARAIBA

ADVOGADO: Landoaldo Falcão De Sousa Neto


REQUERIDO: MUNICIPIO DE DAMIAO

4ª VARA FEDERAL - PB (JUIZ FEDERAL TITULAR)

Ante o exposto, DEFIRO o pedido de tutela de urgência, para


determinar que a Prefeitura de Damião/PB retifique, no prazo
de 30 dias, o Edital nº. 001/2019, fixando do piso salarial do
cargo de Odontólogo em 3 salários mínimos para uma jornada
de 20 horas semanais.
Intime-se o autor desta decisão, bem como para, na forma do
art. 303 do CPC, aditar a petição inicial, com a
complementação de sua argumentação, a juntada de novos
documentos e a confirmação do pedido de tutela final.

Campina Grande, 10 de junho de 2019

VINÍCIUS COSTA VIDOR

Juiz Federal da 4ª VF/SJPB

PROCESSO Nº: 0801586-34.2019.4.05.8201 - TUTELA


ANTECIPADA ANTECEDENTE

REQUERENTE: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA


DA PARAIBA

ADVOGADO: Landoaldo Falcão De Sousa Neto

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REQUERIDO: JUAREZ TAVORA PREFEITURA

4ª VARA FEDERAL - PB (JUIZ FEDERAL TITULAR)

Ante o exposto, DEFIRO em parte o pedido de tutela de


urgência, para determinar que a Prefeitura de Juarez
Távora/PB retifique, no prazo de 30 dias, o Edital nº. 001/2019,
fixando do piso salarial do cargo de Odontólogo em 3 salários
mínimos para uma jornada de 20 horas semanais.

Intime-se o autor desta decisão, inclusive para que emende a


inicial.

Campina Grande, 24 de maio de 2019

VINÍCIUS COSTA VIDOR

Juiz Federal da 4ª VF/SJPB

Confluindo na exegese tencionada, a


Justiça Federal do País vem acolhendo a tese de Conselhos Regionais de
Odontologia diante de certames que estabeleçam salário aquém do piso
salarial.

Vejamos as recentíssimas decisões de


outros Conselhos Regionais de Odontologia:

Subseção Judiciária de Varginha-MG

1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Varginha-MG

PROCESSO: 1000057-88.2019.4.01.3809

CLASSE: AÇÃO CIVIL PÚBLICA (65)

AUTOR: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DE


MINAS GERAIS

Advogados do(a) AUTOR: GEISY MERENLY MACIENTE DIAS


- MG126207, GABRIELA SANTIAGO CARRIJO - MG176211,

ERICO MATIAS SERVANO - MG176350

RÉU: MUNICIPIO DE SAO TOME DAS LETRAS, PREFEITO


DO MUNICÍPIO DE SÃO THOMÉ DAS LETRAS.

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DECISÃO

Trata-se de pedido liminar em ação civil pública ajuizada pelo


Conselho Regional de Odontologia de Minas em desfavor
do na qual requer seja determinada Gerais Município de São
Thomé das Letras, a suspensão do concurso público (Edital
01/2018), até o julgamento final da demanda ou até que sejam
sanadas as ilegalidades apontadas.

Para a concessão da medida requerida, faz-se necessário o


preenchimento simultâneo de dois requisitos: a verossimilhança
do alegado e o perigo da demora, concernente no risco de
dano irreparável ou de difícil reparação, caso se tenha que
aguardar o desfecho da lide.

Conforme se depreende dos autos, foi publicado instrumento


convocatório para a realização de concurso público para
preenchimento de vagas de diversos cargos (Edital n. 01/2018
– ID 28118509).

Verifica-se que a carga honorária semanal exigida para o cargo


de Cirurgião Dentista do PSF (Programa da Saúde da Família e
Saúde Bucal) foi de 40 horas semanais, com remuneração de
R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

Contudo, a Lei Federal n. 3.999/61 em seu artigo 8º, “a”,


determinou que a duração do trabalho do Cirurgião Dentista
(equiparado ao Médico – Art. 22) é de no mínimo 2 (duas) e no
máximo 4(quatro) horas diárias. E, com relação à remuneração,
o art. 4º da mesma lei fixou que o salário mínimo desses
profissionais seria de três vezes o salário mínimo vigente.

Assim, neste ponto, vislumbro verossimilhança nas alegações


autorais, em razão de lei que rege especificamente o tema.

Assim, requerida para determinar que o município réu


DEFIRO A LIMINAR Público
suspenda o Concurso
até que se retifique o edital n. 01/2018 do
concurso, a fim de adequar a carga horária e
a remuneração do cargo de Cirurgião
Dentista, ao que rege a Lei 3.999/61.
Cite-se e intime-se o réu da presente decisão.

Publique-se e Intime-se com urgência.

VARGINHA, 16 de janeiro de 2019.

Luiz Antonio Ribeiro da Cruz

Juiz Federal Substituto da 1ª Vara da Subseção Judiciária


de Varginha/MG

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SEÇÃO JUDICIÁRIA DA BAHIA

11ª Vara Federal

PROCESSO N.1002873-18.2019.4.01.3300

CLASSE 2.100 – AÇÃO CIVIL PÚBLICA

AUTOR: CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DA


BAHIA

RÉU: MUNICÍPIO DE CACHOEIRA

Ante o exposto, DEFIRO A LIMINAR para suspender a parte


que toca aos cirurgiões dentistas do Edital do Concurso
Público 001/2019 do Município de Cachoeira.

Cite-se o réu. Havendo preliminares, à réplica.

Após, que as partes se manifestem sobre interesse na


produção de provas.

Em seguida, ao Ministério Público Federal para, querendo,


ofertar parecer.

Cumpra-se.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Salvador, 18 de março de 2019.

Por fim, se deve atentar quanto a


existência ou não de Lei municipal disciplinado a remuneração dos cirurgiões
dentistas.

E mais, aferir se os reajustes anuais do


art. 37, X da CF88, estão sendo aplicado aos cargos ou diretamente ao
servidor, o que geraria uma distinção ilegal.

Por certo, é imprescindível a tutela judicial


em prol da suspensão do certame até que se proceda ao respeito do piso
salarial da Lei 3.999/61, devendo o edital ser retificado para a remuneração do

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cirurgião, aliado também a adequação aos cirurgiões dentistas efetivos,
celetistas e contratados que desenvolvem atividades naquela edilidade.

Para o perigo de dano ou do risco ao


resultado útil do processo: salta aos olhos que acaso não se obtenha medida
de tutela antecipada poderá resultar prejuízos imediatos a uma gama infindável
de profissionais da odontologia, pois obstaculizará a procura diante do salário
aquém do piso salarial, afastando um número maior de candidatos, diminuindo
as chances de contratação do possível concorrente mais qualificado, gerando
dano iminente, haja vista que caso o concurso prossiga, encerrando a fase de
inscrição, e caso ao final a demanda seja julgada procedente os candidatos
que não fizeram a inscrição pelo baixo valor estarão prejudicados, bem como a
Administração Pública terá a perda da chance de selecionar o melhor
candidato em um universo maior de inscritos.

Perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão:

Não há que se falar em possível


irreversibilidade da medida de tutela de urgência antecipada, ora pela simples
natureza do pedido. Temos que a medida guarde caráter provisório, no qual
havendo sua concessão será suspendido o certame em prol de evitar nulidades
e que seja respeita disposição expressa da Lei 3.999/61, favorecendo toda a
classe odontológica, podendo a qualquer tempo ser revertida as determinações
sem qualquer prejuízo ao Promovido, ou seja, não há risco de irreversibilidade.

Infere-se conspícuo julgador de piso,


sem sombra de dúvidas, que a situação suscitada pelo Promovente atende
perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da medida de
tutela de urgência antecipada, pelo que se busca, antes da decisão do mérito
em si, a ordem judicial para que: suspensão do Concurso Público em prol de
adequar a remuneração prevista em edital ao piso salarial disposto na Lei
3.999/61, bem como aos efetivos, celetistas e contratados que desenvolvem
atividades na edilidade.

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Ante a exposição empreendida, confia na
concessão da tutela de urgência antecipada antecedente, para determinar
que o Promovido suspenda o Concurso Público em prol de retificar a
remuneração prevista em edital ao piso salarial disposto na Lei 3.999/61,
bem como aos efetivos, celetistas e contratados que desenvolvem
atividades na edilidade, sob pena de multa diária a ser arbitrada pelo
juízo, além de configuração de crime de desobediência.

PEDIDOS

Ex positis, requer que este conspícuo


Juízo de piso se digne de:

a) Primitivamente, acolher a Petição de Requerimento Inicial de Tutela de


Urgência Antecipada Antecedente face ao preenchimento dos
pressupostos legais:
a.1) ademais, declara para os devidos fins1 que se utiliza da prerrogativa
do caput do art. 303 do CPC.

b) Configurada a regularização processual, consoante a processualística


deverá proceder na seguinte medida:
b.1) seja apreciado e concedido o pedido INAUDITA ALTERA PARTE
de concessão da tutela de urgência antecipada antecedente, para
determinar que o Promovido suspenda o Concurso Público em prol
de retificar a remuneração prevista em edital ao piso salarial
disposto na Lei 3.999/61, bem como aplique o Piso Salarial aos
efetivos, celetistas e contratados que desenvolvem atividades na
edilidade, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00 (Dois Mil Reais)
ou a ser arbitrada pelo juízo, além de configuração de crime de

1CPC- Art. 303. §5º. O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo.

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desobediência, em prol da intangibilidade de futuro provimento
definitivo, tudo em deferência ao art. 303 do CPC;
b.1.1) se rejeitado o pedido “b.1” por entender insuficiente os elementos
para concessão, o que se cogita em deferência exclusiva à
eventualidade, que seja procedido prazo de 05 dias para emenda2.
b.1.2) ordenado o pedido “b.1”, seja concedido os benefícios para
cumprimentos dos atos processuais.
b.2) com êxito do pedido “b.1”, seja determinado a intimação do
Promovente para o aditamento previsto no art. 303, I do CPC;
b.3) consoante a inteligência do art. 334, § 5º do CPC, o Promovente
manifesta desde já, pela natureza do litígio, seu desinteresse em auto
composição, tendo em vista se tratar de ação de Obrigação de Fazer;
b.4) determinar a citação do Promovido para apresentar defesa dentro
do prazo legal, sob pena de confissão e revelia nos termos do art. 344
do CPC;
b.5) determinar a intimação do representante do Ministério Público
Federal de acordo com as hipóteses legais;
b.6) julgar pela procedência do feito com a concessão definitiva da tutela
antecipatória antecedente, tornando definitivo os termos do pedido da
tutela de urgência, com a determinação da obrigação de fazer para que
o Promovido seja compelido a observar e aplicar o Piso Salarial disposto
na Lei 3.999/61 para o cargo de cirurgião dentista tanto para os
servidores estatutários (promovendo a retificação do edital), como para
os celetistas e contratados que desenvolvem atividades naquela
edilidade, sob pena de multa diária;
b.7) condenando consequentemente o Promovido aos ônus de
sucumbência;

VALOR ATRIBUÍDO A CAUSA

2 CPC- Art. 303. §6º. Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o
órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

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Concedo a causa o valor de R$
60.000,00 (Vinte Mil Reais), porquanto necessária à estipulação3.

Termos em que, pede deferimento.


J. Pessoa, 07.08.2019.

Landoaldo Falcão de Sousa Neto Larissa de Arruda Sousa Pinto


Advogado - OAB/PB sob o n.º 13.544 Advogada - OAB/PB sob o n.º 18.750

Barbara Maria Queiroga da C. Camila Queiroga da Costa Abrantes


Abrantes
Advogada - OAB/PB sob o n.º 19.395 Advogada - OAB/PB sob o n.º 17.470

Gabriel Meira Fialho Fonseca Carlos Christiano G. dos Santos


Advogado - OAB/PB sob o n.º 16.920 Advogado - OAB/PB sob o n.º 18.875

3 CPC- Art. 291. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
aferível.

Processo: 0800375-51.2019.4.05.8204
Av. João Machado,
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Falcão de Sousa Neto - Gestor I 99106-3876
19081215564513800000019444017
Data e hora da assinatura: 12/08/2019 16:00:27
Falcão de Sousa Advocacia – OAB/PB nº 309 – CNPJ: 14.608.184/0001-81
Identificador: 4058204.4209318
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 25/25

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