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LPS Belançon; JF Bertonha. VIII CIH.

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USTASHE, PARTISANS E CHETNIKS: A VIOLÊNCIA EM PAUTA


Doi: 10.4025/8cih.pphuem.4127

Leonardo Pires da Silva Belançon, UEM


João Fábio Bertonha, UEM

Resumo

Em 1929, na Croácia, foi fundado a Ustasha (transliteração do


termo em servo-croata Ustaša), grupo nacionalista de extrema-direita, que
foi colocado no poder do Estado Independente da Croácia, em 1941, pelas
forças do Eixo. Inspirado na ideologia nazista tinha por objetivo o
estabelecimento de uma Croácia “pura” do ponto de vista étnico, contudo,
os croatas são de origem eslava e, portanto, inferiores aos olhos dos nazistas.
Tal contradição fez com que os ideólogos ustashe elaborassem teorias
acerca da etnia croata que melhorassem sua imagem perante os nazistas.
Após o início da Segunda Guerra Mundial, na Iugoslávia, surgem os
Partisans. Grupo de resistência à ocupação do Eixo, de orientação
Palavras Chave:
comunista, liderados pelo croata Josip Broz Tito. Com o apoio do Exército
violência; Iugoslávia;
Vermelho, os partisans venceram as forças do Eixo, entre 1944 e 1945,
Ustashe; Partisans;
expulsando-os da Iugoslávia e se tornando uma das mais eficazes
Chetniks.
resistências europeias daquele período. Os Chetniks se organizaram no
mesmo período que os Partisans e chegaram a atuar em conjunto, contudo,
de orientação monarquista e nacionalista sérvia, divergiram dos partisans e
romperam, fazendo com que alguns chetniks se aliassem às forças de
ocupação com ofensivas contra a resistência dos partisans. Por meio deste
trabalho, analisaremos brevemente as histórias desses grupos, como
atuavam e os resultados desses enfrentamentos, tendo como fio condutor a
violência, que é também o ponto de convergência desses grupos.
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seria o equivalente ao Füher alemão ou ao


Ustashe
Duce italiano. Cox (2007) aponta que
Em 1918, foi estabelecido nos Mussolini e Hitler apoiaram Pavelic por
Bálcãs, sudeste da Europa, o Reino dos nutrirem interesses em relação ao
Sérvios, Croatas e Eslovenos, também território iugoslavo. A Itália tinha por
chamado de Reino da Iugoslávia. objetivo anexar a Dalmácia a seu
Monarquia comandada pela dinastia sérvia território, enquanto a Alemanha tinha
dos Karadjodjievic, o reino anexou grande interesses na região da Bósnia, rica em
parte dos territórios da Eslovênia e da minerais. Quando Pavelic chegou ao
Croácia, além da Bósnia, Sérvia, poder, amparado pela Alemanha e pela
Montenegro, Kosovo e Macedônia, Itália, tratou de colocar em curso seu
submetendo todas essas populações ao projeto nacionalista de limpeza étnica,
comando sérvio. Considerando que ao perseguindo a população que não estivesse
longo de sua história a região foi palco de dentro dos parâmetros para uma Croácia
diversos conflitos entre aquelas pura. Durante seu governo, foram
populações, não tardou para que, após a estabelecidos campos de concentração
instituição do poder sérvio, surgissem como os que estavam em funcionamento
movimentações de cunho nacionalista, e nos territórios ocupados pelos nazistas. O
nessa atmosfera, em 1929, surgiu a mais conhecido foi o de Jasenovac onde,
Ustasha1. Organização nacionalista croata, segundo estimativas, foram mortas mais
fundada na Itália por Ante Pavelic, então de 100 mil pessoas (KURAPOVNA,
no exílio, surgiu com o objetivo de lutar 2010). A política violenta de Pavelic fez
pela emancipação e independência da com que, a partir de 1941, diversas
Croácia. Com o apoio das lideranças ofensivas fossem empenhadas em
católicas na região, os ustashe defendiam território croata e bósnio, com a invasão
o estabelecimento de uma Croácia “pura” de cidades e vilas e o massacre da
etnicamente, o que dava à organização o população sérvia, cigana, judia e quaisquer
tom chauvinista e xenofóbico que se grupos “impuros”. Houve algum
intensificou ao longo do tempo. Durante abrandamento com relação aos bósnios,
seu período de atuação, seus principais porque para os ustashe, esses eram croatas
alvos eram os sérvios, ciganos e muçulmanos (BELLAMY, 2003).
comunistas. Na década de 1930, inspirada Para legitimar a postura dos
no nazismo alemão e no fascismo italiano, ustashe em relação à pureza racial croata,
a Ustasha assume também o caráter seguindo um viés próximo ao modelo
antissemita característico, sobretudo, no nazista, foi necessário que se criasse uma
regime de Adolf Hitler. narrativa com arcabouço teórico que
Em 1941, durante a Segunda justificasse a superioridade da “raça
Guerra Mundial, as forças do Eixo croata”. Desta forma, Bartulin (2014)
invadem a Iugoslávia, destituem o rei aponta que os intelectuais croatas
Pedro II e assumem o poder sobre o afirmavam que aquele grupo tinha origens
território. Com o desmembramento do góticas, distanciando-os dos eslavos
território, os nazistas instituem o Estado “tradicionais”, como russos e sérvios. O
Independente da Croácia – que foi um autor comenta a “sub-raça” germânica,
estado fantoche nazista – colocando no teorizada pelo eugenista nazista Hans F.K.
poder o fundador e líder dos ustashe, Ante Günther, chamada de nórdico-dinárico,
Pavelic. Segundo Irina Ognyanova (2000), que seria uma hibridização entre os
Pavelic recebeu a alcunha de Poglavnik, que nórdicos, considerados mais fortes e

1Em servo-croata, Ustasha é singular e Ustashe é


plural, logo, os membros da Ustasha são os
ustashe.

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superiores racialmente, e os dináricos, garantir a liberdade e independência do


surgidos na região de uma cordilheira que país. Uma reunião em Zagreb, capital da
dá nome ao grupo (Alpes Dináricos) e que Croácia, em maio de 1941, tratou das
corta, entre outros países, a própria questões organizacionais do movimento e
Croácia, portanto, seria o grupo étnico que a principal decisão tomada foi a de
deu origem aos croatas. Na pirâmide angariar a cooperação e apoio de qualquer
racial, esse grupo estaria no mesmo força política e social disposta a participar
patamar que os estonianos e lituanos, de uma luta intensa pela libertação
portanto superiores aos eslavos, o que nacional (BAMBARA, 1988). O PCI agia
conferia superioridade e justificava seu conforme as instruções vindas da União
objetivo de uma nação pura. Soviética, como era costume entre os
partidos comunistas europeus, que na
As ações de Pavelic em sua
ocasião aconselhou a Iugoslávia a não
empreitada por limpeza étnica incluíram
provocar as forças alemãs, que até então
não só o massacre físico da população,
eram aliadas à URSS. Os iugoslavos
assassinatos, perseguições, envio de
seguiram as instruções dos soviéticos até o
milhares de pessoas a campos de
momento em que a Alemanha invadiu a
concentração e outras diversas ações
Iugoslávia, em meados de 1941,
violentas contra a população que se
encontrando resistência dos partisans que
desejava exterminar, sobretudo os sérvios.
Segundo Cox (2007), até o próprio Hitler agiram rapidamente diante da invasão.
teria se surpreendido com as atitudes de O líder dos partisans era o
Pavelic. O massacre e a destruição desses comunista croata Josip Broz Tito, figura
grupos também apresentava seu âmbito de grande importância durante a
cultural e uma das ações do governo de resistência partisan e na história da
Pavelic foi a criação de um órgão do Iugoslávia no pós-Segunda Guerra. Em
Estado responsável por expurgar do julho daquele ano, o comitê decidiu dar
idioma croata as palavras de origem turca início à luta armada e, pouco tempo
e russa, banir o alfabeto cirílico e tornar o depois, convocou novamente a população
idioma croata mais puro e impor sua a resistir à ocupação do Eixo, mas, desta
universalização. Para o líder ustasha, vez, a partir da luta armada para combater
embora o sérvio e o croata fossem idiomas a violência dos invasores e de seus
muito próximos, o idioma croata também colaboradores internos, os ustashe. Tito
tinha seu tom superior sobre o sérvio, era demonstrou grande destreza e notável
mais moderno, menos “balcânico” e, já qualidade de liderança militar ao organizar
que a “raça croata” era superiora, nada uma das resistências mais eficientes na
mais natural que seu idioma ser o único Europa, naquele período. Cercado de
oficial. (COX, 2007). oficiais disciplinados e fieis, e graças a seu
carisma pessoal e sua autoridade, soube
Não só a invasão nazista como
manter a liderança da resistência
também o governo ustasha, violento e
comunista e uma estrutura militar muito
autoritário, motivaram o surgimento de
movimentos de resistência por toda a organizada (VUKSIC, 2003). O PCI
Iugoslávia, entre eles os mais expressivos soube promover uma política eficaz que
foram os Partisans e os Chetniks. fazia apelo à união de toda a população
iugoslava, independente da etnia/nação,
Partisans para defender a liberdade do país contra a
brutal ocupação dos invasores, o que de
Quando a invasão das potências fato fez com que o movimento partisan
do Eixo à Iugoslávia se iniciou, o Partido tivesse adesão de boa parte da população.
Comunista Iugoslavo (PCI) logo tratou de Os comunistas ainda afirmavam que a
organizar um comitê militar e convocar a Iugoslávia precisava de uma renovação
população a combater os invasores para econômica e social para sair da caótica

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situação em que se encontrava em 1941. Federal Popular da Iugoslávia (JESULIC,


De acordo com Jelusic (2015), a 2015).
retórica partisan assumiu uma postura
Chetniks
revolucionária e proselitista ao longo do
conflito. Com a eficácia de sua ação contra O uso do termo “chetnik”
a invasão do Eixo e seus aliados, o grupo remonta ao período da dominação
articulou sua propaganda no intuito de otomana em que surgiram grupos
angariar apoio e legitimidade da população paramilitares nacionalistas sérvios, como
iugoslava. Em determinado momento, os resistência àquela dominação. Foi também
partisans passaram a se apresentar como a usado por algumas formações
melhor organização a repelir os invasores, paramilitares nacionalistas sérvias nas
uma vez que, de fato, atingiram grandes guerras nos Bálcãs, antes da Primeira
feitos em sua resistência à ocupação das Guerra Mundial. Nos conflitos que se
forças do Eixo, o que teve grande desenvolveram após esse período, muitas
importância para a história e para o moral unidades militares e paramilitares sérvias
da população iugoslava. A postura unitária se autodenominaram “chetniks”. Os
dos partisans conquistou grande parte das croatas e bósnios passaram a utilizar a
populações iugoslavas e estimulou uma palavra para se referir a qualquer unidade
atmosfera de cooperação mútua entre as sérvia, fosse de caráter regular ou
nacionalidades, dando a eles a reputação paramilitar (RAMET, 2006).
de guerreiros da liberdade. Por volta de
1943, até mesmo o rei Pedro II reconhecia No período da invasão do Eixo,
os partisans como defensores da na Segunda Guerra Mundial, os chetniks
Iugoslávia e ordenou que seus leais surgiram como grupo de resistência
chetniks os apoiassem – apoio dado monarquista e nacionalista em apoio ao
apenas por parte dos chetniks (JELUSIC, monarca exilado, Pedro II. A composição
2015). durante esse período de ocupação foi
fundada pelo general Draza Mihajlovic e
Os partisans tinham por objetivo tinha entre seus membros, além dos
não apenas a expulsão dos invasores da sérvios, os montenegrinos e pequenos
Iugoslávia, mas, obviamente, também grupos de croatas, bósnios e eslovenos.
tinham ambições de conquistarem o Sua postura durante o período da invasão
governo do país. Ainda em 1943, os foi bastante volúvel, tendo causado
partisans se reuniram em Jajce, na Bósnia, divisões em sua estrutura dispersando os
para discutir suas próximas ações e ali chetniks. A priori o grupo atuava
estabeleceram um governo provisório, paralelamente aos partisans com o
dando origem à República Federal da objetivo comum de expulsar os invasores
Iugoslávia, baseada no direito de e, no caso dos chetniks, reestabelecer a
autodeterminação dos povos que ali monarquia sérvia que havia sido
viviam (JELUSIC, 2015). Em 1944, o condenada ao exílio quando da ocupação
Exército Vermelho de Stalin, entrou na do Eixo (ROBERTS, 1987). A posteriori,
Iugoslávia ajudando os partisans a os interesses entraram em conflito e
libertarem Belgrado, na Sérvia, da chetniks e partisans passaram a se
ocupação do Eixo e na sequência enfrentar. Foi então que os chetniks
continuaram a libertação do território até receberam armas e apoio total por parte
chegar à Eslovênia. Em 1945, Tito já era o dos nazistas em sua luta contra os
líder “natural” da Iugoslávia e a guerrilheiros comunistas. Eles exerceram a
Assembleia Constituinte estabelecida limpeza étnica contra os muçulmanos
naquele ano decidiu pela abolição da bósnios, na parte oriental da Bósnia-
monarquia sob o comando de Pedro Herzegovina e trabalharam com os
Karadjordjevic, e foi criada a República ustashe em diversas batalhas. Contudo,

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parte do grupo acabou por apoiar os década de 1990.


comunistas partisans e pequenas frações
se tornaram grupos de resistência A violência em pauta
autônomos e menos expressivos
(RAMET, 2006). Durante a Segunda Guerra, o
que se observou no Iugoslávia pode ser
Em 1945, enquanto o vitorioso considerado uma guerra civil entre as
exército iugoslavo tomava posse do milícias Ustasha, Partisan e Chetnik que
território, os chetniks retiraram-se para acentuaram as divergências étnico-
a Itália e um pequeno grupo foi para linguísticas, religiosas e políticas entre os
a Áustria. Muitos foram capturados pelos povos da Iugoslávia. Instalou-se uma
partisans ou devolvidos à Iugoslávia por atmosfera de violência generalizada que
forças britânicas. Outros foram julgados produziu massacres contra populações de
por traição com penas de prisão ou de vilarejos e cidades inteiras numa
morte. Não houve execuções sumárias, campanha de limpeza étnica empregada,
especialmente nos primeiros meses após o sobretudo pelo nacionalismo ustasha.
fim da guerra. Em 1946, as últimas Mas, não se pode isentar os outros grupos
unidades de Chetniks sob o comando de de suas responsabilidades pelo caos e pela
Draza Mihajlovic foram capturadas na violência empregada contra aqueles que
Bósnia. Foram julgados, condenados por divergiam de suas convicções. Enquanto
traição e executados (ROBERTS, 1987). os ustashe perseguiam os não-croatas, os
Após a Segunda Guerra Mundial, chetniks massacravam croatas e bósnios,
os chetniks que escaparam e outros uma vez que parte destes apoiavam
migrantes sérvios nacionalistas formaram aqueles, e os partisans perseguiram os anti-
associações nacionalistas em países como comunistas e dissidentes da ideologia.
os Estados Unidos, Grã-Bretanha e A instalação de campos de
Austrália e continuaram glorificando a concentração na Iugoslávia trouxe a lume
ideologia e iconografia chetnik - o que era o caráter torpe da perseguição étnica,
ilegal durante o período da Iugoslávia nacional e religiosa observada também em
socialista - e apoiando a ideia de uma outros lugares da Europa da década de
Grande Sérvia, à custa dos territórios da 1940. A escalada da violência deixou como
Bósnia-Herzegovina, Croácia e resultado milhares de mortos por toda a
Montenegro, em um claro tom racial e Iugoslávia, produziu refugiados e, por
étnico excludente (RAMET, 2006). No meio das ofensivas sobre o território, não
final da década de 1980, Slobodan só destruiu parte da estrutura física do
Milosevic chegou ao poder na Sérvia e os país, como prédio, casas, vilarejos, como
chetniks foram reabilitados, embora não também deixou um rastro de destruição
oficialmente. Acabava-se assim com a cultural de todos aqueles que estivessem
proibição de sua literatura e símbolos pelo caminho.
nacionalistas. Apareceram novos partidos
de oposição defendendo abertamente o Uma marca desse cenário de
papel dos chetniks durante a II Guerra guerra, assim como de vários outros na
Mundial e afirmavam que a história oficial Segunda Guerra, foi a violência dos
havia sido distorcida. Políticos como Vuk combates. Por vezes, registraram-se
Draskovic e Vojislav Seselj organizaram massacres contra civis realizados por
unidades paramilitares que exigiam o uso todos os grupos beligerantes, conforme o
da força por nacionalistas sérvios para relato trazido por Max Hastings: “Todas
resolver as tensões na Iugoslávia e em as aldeias no vale de Sutjeska [Sérvia]
territórios habitados por sérvios do foram destruídas. Primeiro, a Ustasha
Kosovo e nas outras repúblicas iugoslavas incendiou as aldeias ortodoxas, e, depois,
ainda ligadas à Sérvia, nos conflitos da os chetniks queimaram as aldeias
muçulmanas.” (p.487).

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A análise que Sémelin (2009) faz Referências


da construção do “inimigo”, afirma que
por meio de um discurso inicial sugere-se BAMBARA, Gino. La guerra di liberaziona
que determinado grupo seja o motivo do nazionale in Jugoslavia (1941-1943). Milano:
Ugo Mursia Editore, 1988.
flagelo de uma nação. Pouco a pouco esse
discurso se encorpa e encontra respaldo na BARTULIN, Novenko. The racial idea in the
Independent State of Croatia: origins and
população, de modo geral, fazendo com o
theory. Brill: 2014.
que o “indesejável” seja facilmente
identificado e rejeitado, aumentando a BELLAMY, Alex J. The formation of croatian
national identity: a centuries-old dream?.
hostilidade e justificando a violência Manchester: Manchester University Press, 2003.
empregada contra esse grupo, por aqueles
que incorporam o discurso. O ápice desse COX, John K. Ante Pavelic and the Ustasha State
in Croatia. In: FISCHER, Bernd J. Balkan
processo é quando a eliminação física strongmen: dictators and authoritarian rulers
desse grupo passa a ser apreendida como of Southeast Europe. West Lafayette: Purdue
uma medida necessária para uma limpeza University Press, 2007.
ou purificação da nação. Assim como os HASTINGS, Max. O mundo em guerra: 1939-
judeus foram estigmatizados na Alemanha 1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
nazista e considerados indesejados e JELUSIC, Iva. Making a partisan: founding
passíveis de eliminação física, religiosa e narratives on the participation of women in
cultural, os bósnios, sérvios, croatas, the People’s Libertation struggle in
ciganos, e outros grupos que se tornaram Yugoslavia. Budapest, 2015. 106 f. Dissertation
indesejáveis sofreram o mesmo martírio. (European Master in Women’s and Gender
History). Central European University, 2015.
Após os quatro anos de conflito KURAPOVNA, Marcia Christoff. Shadows on
na Iugoslávia, os partisans prevaleceram e the mountain: the Allies, the resistance and
o saldo foi cerca de 1,2 milhão de pessoas the rivalries that doomed WWII Yugoslavia.
mortas. Os partisans contaram com o Hoboken: John Wiley and sons, inc. 2010.
apoio dos Aliados, uma vez que estavam OGNYANOVA, Irina. Nationalism and National
ligados à URSS pelo comunismo e esta Policy in Independent State of Croatia. In:
esteve aliada ao Reino Unido, França e ROGERS, D.; WHEELER, J.; ZAVACKA, M.;
EUA. A liderança da Iugoslávia, como CASABIER, S. Topics in Feminism, History
and Philosophy. Vienna: IWM, 2000.
apresentado, foi entregue a Tito que,
embora tenha exercido o poder de modo RAMET, Sabrina P. The three Yugoslavias:
State-building and ligitimation, 1918-2005.
autoritário, mostrou seu carisma e grande
Washington: Woodrow Wilson Center Press,
habilidade política ao manter o regime 2006.
socialista no país e por supostamente
ROBERTS, Walter R. Tito, Mihailovic, and the
conseguir mantê-lo coeso abrandando os Allies. Durham: Duke University Press, 1987.
sentimentos nacionalistas ao longo de sua
vida. A Iugoslávia voltou a ser palco de SÉMELIN, Jacques. Purificar e destruir: o uso
político dos massacres e dos genocídios. Rio
conflitos que tinham o caráter étnico e de Janeiro: Difel, 2009.
nacionalista na década de 1990, quase dez
VUKSIC, Velimir. Tito’s partisan 1941-45.
anos após a morte de Tito.
Oxford: Osprey Publishing, 2003.

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