Você está na página 1de 33
1 CAENCIAE LINGUAGE LENDO A LEITURA DE CIENTISTAS 1M. LENDO UM FISICO NA ESCOLA A eara dew recho de Manet Ltrs de extudontes de ensio més. O posconamenta de encodes Leturas de etadantes de lencatira om fie CO DEATUO ESCOLA. SOBRE ‘MamIaUATICA E LNGUAGEM COMUNE REFERENCIAS IDLIOGRAFICAS no APRESENTAGAO Neste tur falo te cin ee linguagens, da comm eda formal: filo de dscursos, de turns e de decoys. Demaneira sucint, no primeir capitulo, “Cinta, discur- 8, Jetta, deologa localize a clea como entidae social ¢ abordo © funcionamenio da sia predugto € a formacae do fentista, para, em segulda, fazer comentarios respelto dos pee ein Ne cakes an experinesineome meme erecta ‘Tanto quanto a distingto entre conheeimento imedinto € clentileo, essa dinamiea do pensamento clentifco tem que ser Jevada em conta a0 apenas peo oso que toma eve cone mento como objeto de anti. mas tamlsém pelos que quetram verifearofuncionamento de outros Conheeimentos ew orem {e aliguma maneira mmantenha relagto com o conbecimentoclen- tifleo:€o caso de Ieturas escolares do diseursaclentieo, Adi do acu: rguogem. ‘eeuro, acing siete vance ‘Dada uma cefta compreensio da ciénca, anteriormente apresentada, passo agora.aintreduzirconcepes que, AmeU ver, ‘conrtbuesignifcatvamente paraacompreensdo de eturas 0 “dscurso clentiio textos preiamenteselecionados, buseando Indios de como seus astores havlam produzido sentdos, ba- scando-me para tal em concepodes de Hnguagem €lelturn coe: fentes com a Andlise de Discurso (AD) da escola francesa ‘rincipelmente me subside, em obras desenvolvdas no rast ‘por Ent Orland, a partir do trabalio de Michel Pecheus. ‘Aconeepeto de leitar coloeada em funcnarnent fer com ‘que, dante dos textos, trabahasse com diseisos, 08 efetivos objetos de minha andlise, € cor eles procuristeconstrutr sent: os a partir da localizaeo e apoio em condigtes da sua produ. ‘Assim, Ios textos na posigdo de analista de digcurso, buscando ‘compreender © movimento de.interpretacio de seus formulado- ‘Tes. ou sa, pracurando exper fatto de sentido passives partir de seus gestos de interpretapo, que impileou assum a etara ‘como ato no dominio do simbileoedesconsiderar, dfiiivamen {. possbilidade de que os sentido entivessem dadoe no exto \ mo astando, prtanto, me resting apenas a le propriamente to Um pro em que comprende mp burr ones e producto dos diseursos. Essas condigbes de produgde supdem o conteatohistGrico socal de fermulagdo do texto, o@ interocutores (autor © a quem le se ding) 0 higares(posigSes) en que eles (os nteracutores) se situam ¢ em que so vistos, « at iragens que fazexn de st proprio © dos outros, bem como do objeto da fla 0 referee, Nesfe eioque, para compreensto de llturasexcolares do ‘Alscurso clei, assurnl que a nguagem, alm de ser suporte 4 pensamento instrumento fara transmisado de inormacio, fu seja, mo de comunicacto, ¢,essencialmente, produto do Irabalho dos homens, num procesto de Interagse social e, por tant, histérco. Dat decore que, para compreender seu fan ‘Jonamento, nao bastam mecaniamos UngOisteos,o& qua, por ts0, no apreendem os confontos Mdeokglcos que a consti, Peruntas como "o que determinado texto signifies?” ou 6 2 su fang? ndo no compativeis com essa abordagem, sla 0 sentidos esto associados a sutton sctl e histori te locaizados, esentidos¢ sujeitos se constitue mutua- ‘do eabendo, prtanto,suposicdes que remetem a orger jum discrso apenas a individvalidade do sujet, o qual. por este ou naquele agar, num dado tempo, oeupanda evs 34 ‘Segundo Orlandi (1964), a partir de estudos e pesquisas sobre a relaglo da nguayem com seu contest (eteriordade = 0 auto a situagto). AD se constitu nos anos 60 do seco pasado, tum campo dicipinar que lea em conta tanto a ext ordade, que sera excluida pela lingaten, quanto 2 ordem prépria da linguagem. Essa ordem, como sistema signifleante, ‘lo teria esse tratamento nas clnctns totais, pols para elas lnguager sera transparente. portadora de sentios. ou sam sistema de comunseacao ou informaco. Autora lembra também que, na consttuigao da AD como ‘campo discplinar, nto ocorre a adigte do que & proprio da linguagem com 0 que vila da consideracio do sujetio © da sstuagho. A AD int estabelecer sua pride nas relagdeseantradl- torias entre esses diferentes saberes, 8 sj rd produit ma forma de conhecimento cam sew objeto proprio, que €0 discurso ‘Eeat, se constitu lugar especifio em que se pole observar a relacao entre inguagem e declogia, ou sea, no dlscurso, proces ‘so octal com materaldade inghistica, como no sult a relagso com © mundo s¢ faz pela tdeclogia: Iaido vatacomeotmagase qu med eta 80 jt com tan concen enc, No sino. ond ¢ spre aba pl tngugem cate ap anal prcar seeder «ena curt don frente A lg ia, nae da ego mundo cam Unga, rl cena paren elt 56) , ao earacterizar assim a ideologa, a autora também frm tmpossibilidade deelagses temo a termoentreas coisas 4 nguagera, po, ena eInguage tem raturezas diferentes. 8 a ideologia que possibiita essa relagao. Volto a ea, para profundar o se papel na nase de disees, quando me refer 9 dispositive anatico, ae ‘Aqul, embro ainda que uma tmpagto tmediata de se ‘assumiF a anise de dlscurso como disposi tedrico € a cons: \eragao de que os processor scursvos no poderam fer orgem ‘no att, mas énele queneeessariamente sereallzam, (Pécheux Fuchs 1997, p, 170), ‘No texto anteriormente itado, ao tratar da linguagem em "et fanclonamente, Orlandi aponta essa ligagaoessencalentte ‘sujet e sentido, quando define iscurso ce manera ampla como 8 eftio de sentido entre locutores e lima que, seo dlscurso for ‘ssim definido, a linguagem precisa ser pensaida de uma manera ‘muo partetar “aquela que implica consider-la necessaria- mente em relaedo & constituigdo dos syjeltos © & produgao dos sentidos (p52). que, segundo autora, quer dace que: 10 diene supe un stems leat, a pe ern ‘reacts ema cua ete J i ean tts ho et, use ans dir alg ue a omg ea sq: Dao etn cite heres. Ese contrarian eaten 2) Preaeupads com otmaginaro socal ea produgio de conhe- ‘mento, nesse mesmo texto a autora caractertza 0 discurso, johjeto da AD, definindo-o como processo social cya materilida- ¢lngstca, © diz que nee pode-se apreender a relagto entre iageme deologa, com a nogdo de stietto como medladors. Em sintese: ‘NAD prope um esocments reat ferme cm as nds de documeniog. to, Iron, ec. fame neonate tnerpreago ltrs debe, em ido Temendan Para 2 AD, « euro ¢ wm tet hrie soci | Hedge € 4 wat trade se ar de un aerial Ande, gue Unghie, © seu jee @ deta tes das lon de ib presente. (20) ainda una outra nogio, trabalhada na analise de discur- 0, que considera sles a de que o siento, coma fla, produz cto de sentidos, Segundo Orland (19971) 0 no-dito visto do interior da inguagem é sigpicante, tem historia, nao € apenas lum eomplemento ‘da nguager. Segundo a autora. a relagio entre sléncio €linguagem ¢ complexa € 0 slencto ¢fandador E também esclacece que: ‘ces. Pndd ie a gare em (hg de ei ean, No rps gu her ln ‘to um indepen monet pet Sg ti parted ating p28 Fundamentgdo da sine do dics Neste tem, procuro de modosinteice abordarafindamen- taco da anilise de discurso da escola francesa ~ AD. Para ta parto de uma primeira consiatacio: pode-se dizer que @ no fransparéncia da linguagem para &-AD se manifesta pea consic eracdo do equivoco, como constitutive da Knguagem. Ou sj ‘ambigatlade, a nio unieldade do sentido, a possbidade de Interpretagto sto increntes& linguager. ‘isan a compreensie dessa constatagio,recorotnilal- mente a Péchest (1999), texto em que o autor. propondo-se a “apresentaralgumas observagdes sobre tendéncias & desconstr- ‘cto de teorias no campo lingistic, se refere ao aparecimento na Franca, no inkl dos anos 1960 de uma corrente que se consttat 1a (ellettura de obras pertencentes a eferentes areas de conhe- ‘mente flasota de Marx. psicandlise de Freud ea lingistiea ‘de Saussure. ‘Segundo Henry (1997). num texto em que se relere aos fundamentes teoreos da "anflise autométiea do diseurso de Michel Pecheux (1969), este autor, flésofo de formagio, | mas uum Mosofo faseinado pelas miiquinas, peas ferrementas, pelos Jnstrumentos ¢ peas teenies..." (p 16) estava preocupado com 8 consirugao dé um insinmento cleniica para as ciencias sodas, incluida af palologia socal, ainda segundo Henry. ‘sex trabatno segue de perte as propostas de Gaston Bachelard © Georges Canguilhem, sures que questionaram a corrente Alosfica neopositivsta, as abordagens empiristas da cléncia © procuraram mostrar a necessdade dando separago entre epts {emologa histera da ene, recussnido também a concep ‘continulsta da histria da lénca,echamarvdo a atengio para as rupturas no fazer clentiico. Em itene anteriores jé me refer. princpalmente, ao primeiro destes autres, Mas, ainda segundo Henry, Pécheux leva em conta também elementos da. andlise Imarxista sobre dtvisdo do trabalhd e sobre conseqdéncias. do ‘carter contraitrio da combinagao das forgas proutivas ¢ dae ‘elugdes sclats de produgao numa sociedade dvidida em classes, No seu entenclmento, Récheux [diqurs potar se he ae reat a revrmitnagrblmon dominate des soon eae © vari de wa reer e Mare: panto. a cane ore etn species do sane viens chamado. do sem ides. de ert No dead de eta 9 Asser aca eae ofan ie 37. ‘an matte no reco ue aera Be fatlp.a9) Henry val apontar que, embora Michel Pécheux, Jacques Lacan, Louis thstre tami Fouleauit e Derrida ndo possam ‘sr considers esrutrlists, im foco sabre ngage pode ‘se encontrado tanto nesses autores quanto no movimento estru- ‘uals franots. Entetanto, enquanto os esiruturalistastransfe- Fram paraes seus proprios campos canctiosemtodosnghistioos ‘sem reelaboragoes fundamentals, para os autores actma ctads: {tenga ou ge adem tg aca nto 1 ententiacoms na rg. ee als qe cee em or 9 que faite. © qe debe pecan «pens do ‘jt, deta «nut pine. ta to dee 9 ye cme np 20 z ‘Acasa concepeo de linguagem est areladoo estatuto do _seto, cua coneepeto estruturalista ¢ questionada pels auto- res itados por Henry. Bstes rao se postcinar contra hatsto de buscar a natureza humana prineipios expicativos para as mais ‘varias ocorréncias ‘Segundo Maingueneau (1960), num texto em que também se refee a acontecimentos que teriam dado origem 8 analise de ‘scurso de linha francesa nos anos essenta do seculo XX, a AD, {endo saido de uma versio particular do marxismo, a altwusse- ‘ana, ede uma versdo a pstcanalise atribulda a Lacan, nao se redhat a esas verses, Em suas palavras: 38 i [1 ao produ” paceman gg in ec pe rt lt de serge er Mick Pro, ms eens, de ures ot a 6) theese 0 cio também seu comentario, nesse mesmo texto, que Pe ‘heux trabalhavastmultaneamente contra aflosoftapostvist ‘que dominava a psicologia social nessa époea, ¢ contra os com nists, que. por dilerentes motvos,rejitavam a patcaniice, Entretanto, de seus comentarios, © que mie parece o mls relevante para @apropriagao da AD que procure! imprimir este estudo @ 0 que associa a dfinigto de discursividade idelogia, ‘clocando, assim, a leltura do discurto no campo do police. E {msm a retomada da eoncetuagto de teologia em Althusser. ‘com a evidencia de que. na maior parte do tempo, ela, deol, Imo tem a ver com a “consclencta", endo imagens, conceitos ©, Drincipalmente,estruturas, Voltando agora ao texto de Pécheus (1990) © sua “analise dlseuirso de po francés (p. 12), gstara de fazer notar que, {omar como base teria concetls come metafora © metont J cadela de sigptleadon ¢ eft de sentdos, ce rd bata a tla de uma eiéncia formal do signicante © questionar 1 do posts bio-psteo-funchonal,Trata se basteamen. do questionamento da artieulag do bilégien como social em todo sito, 40 Nesse tet, Pechets, prosteguindo no percurso historic. porta nos ans 80, ¢ vai reler-se a espacos coerentes de ‘dominio do blossactal, partcularmente com os desenvolumentos ‘da genética, da neurofisologia, a “.] reorentagan‘egtivista ‘a pscologia experimental [-(p. 20) e também o-embasamen: ton desenvolvimento da ligea formal. Segundo o autor, nesses espacos, como possibilidade de non alana. lnghstca tem seu lugar desde que trate a Unguagem como wn snstrumento logic, simbico, como um shal Em decorrtncla, descaracterzande a funclonalidade bie: social como fato universalmente realizado, chew fala em dots luniversos discursvos: um, 0 dos diseursos logiamente estab aos, no qual ical discursos como os inserii no espace das ‘matemscas ¢ das léncia da patureza nesses universes, cons trvidos ia manipilagto de metalingsna, ou aoa. de lnguagens ‘uuliades para descreveroutras lingoagens,capazes de evar a ‘ambigaidade, esta se forma tim rseo: mas, © autor lembra que ‘eases universoe a6 tiveram sua construgio histriea possivl pelo apoio em linguaa naturals JA no outro wntverso,o dos dseursos ‘no estabilzados logicamente. no qual Pécheux inehut aqueles priprios aos espagos sclo-histérions dos rial colds, dos ‘scursos Mloséiices, dos eaunclados politicos, da expresso cultural eestéica, a ambighidade e o equivoco constituem um {ato estrutural sncontornavel, eehéu, inclusive, fla do equivoco eam“ fate estru- ‘ural implicado pela ordem simbelica” ip. 25), 0 que para ele Smplica “|. wabalhar no ponto em que acaba a cansistencia da representaghologleainsrita no espaco dos iundos hormals™ {p-25), Resulta entao que, aque que € préprio da gua estar ‘travessado pela manipulacio de um espago de significaces ‘estabiluadas ¢ por outro das transformagies do sentio. Este ‘tino eacaparia a normas pré-estabelecidas, E Pechex também se relere a diieuldade de se determina a fronteima entre os dois ‘epayos, apsitando uma zona de processos aiscursvos que! ‘oseslam em tomo dessa frontetr, Aparentemente, @angunientago do autor visa encarinhar 6 leitor para a compreensto dé que (Tena pemar at nguncme epee ere net ze deo. comeje sre as as super nga ren de rege que mi eign. nearer apts ‘te que a ntn, como ego expectant ng, io € eo a mga pe fu stem ermal atmo ete sao, 0 einen a agmaton eae enna em ensue de trem metangue oul an epee tn en tig tte ra ecto cert 27 28 ‘Um outro aspecte a er ressaltado ¢ aie a compreensio do ‘quivoeo como sendo estrutural leva necessaramente, entre as goes implicadas ha compreensto da anilise'de discurso de linha fiancesa, ao destaque da relagdo evident entre discurso © deologla,& qual referencia anterlormente, eque é mateada por Récheusx (1996). quando, retomando o tabalho de Althusser, fxplicta que nfo existe prea a ndo ser numa Wdesloga, nee deol “[.] exceto palo sujet € para suetos™(p. 147): le ambém torna Inteligivels mecanismos da Wdeologta na relagto Aujetacoletivo, quando afrma que: te poeta der ue ¢ lta, mo eae presi tess ge pte nin mare sin em cada ajo, eb for eum “sca” dnd mee sks” soba como ries nena Na verde, tse eso nterpea Indde comm sete” gue a, a ‘ier que o“nko se interplay -conntndo ome nee eect tp 180, a 42 Besa Enfase ma constituicdo do sujeto © a origem do tratamento dado por Pecheux Meals nao sto acidenta, mas se relaclonam ao quaadro eplstemolegioo de prec da AD, J ‘comentado,e que sintetlcamenteéapontad por Pésheuxe Fuchs (10071 em artigo de 1075, como sendo a arenlagso das seg tes reese contecimento: 1 materatame inser df ncn © sin ranoragies compre ta dg 2. a wnat ton ee saree Sitti © oe rons nme 10-10 Eos autores explicitant anda que. de certo modo, sss tres regoes sa". leavessndas ariewladas por ima teorta da subjeividade (de natreza peanaltica)(p. 108) Entretanfo, na constitalgo da AD, elementos das Ciencias ‘Socals eda Lingistica nao so smplesmente incoxporados do ‘campo de conhecimento orginal. Ao eontraro, tata da trans ormacao desses elementos Procurarel no item seguinte aprofendar questo dos Instrumentos, teérico € analites, principamente deste wikia, tendo em vista seu funcionamenta na leltura de diseursoscien- {ilos. Mas, antés,gostaria ainda de marcar com falas de seus Autores dus obras cua mareagto pode contribu pars com - reensdo do disposiivo analiticn que coloco em funcionamenta neste trabalho. ‘Jaassinalet a relevancia do trabalho de Lous Althusser 0 sesenvolvimento da AD por Pécheux. Correndo 0 isco de er ta potico repetiva, gestaia aqui de destacar que, na sua obra ‘Meolaga apareos teoligicos de estado, Asser (197). ema ‘um capitulo de ttulo"A Meola ¢ uma Tepresentacao'darlagho ‘maginaria dos indvduos com as suas condigoes de existence" val argumentar que “L.. na weologia, 0 que ¢representado ni (4 existéncia dos indviduos,mns a relagib tmaginéia destes Individuos com as relagies reals em que vvem” (p, #2}. anda ease mesino capitulo, me parece marcante, no deseavlviento 4a AD. teor da nocio de sujet, que o autor destaca e com 9 ‘qual enuncla “1. $6 exit prticnatravese sob uma Medloga: 2 So exiteidcologia através do suelo para sufeitoa”(p. 91) ‘Uma outra fala que gostaria de assinalar ¢ de Michel Poulet (2000), na obra A orqueologia do saber: [Cement ot dierent tin deg miso en tle que wat es eno par dear ena. te mt ‘quater eae nga 36 a de ia, Bene ae gue pei ze apres rc dese, 86) Depostvo onan fomaybes decurva o denen genet com a eitagio de Henry (1997). na referencia que faz & Juma das primeiras publeagies de Pécheux, assinada com 0 cixdonimo Thomas Herbert, quedestacoo pensamento explo ide Pechetx sobre a importancia dos instrumentos na construcio fetal petra rp tre am erie ic othe gai en ype emia Fi ecenia 43 44 tang com un wae agp ta eu ee i um ee mars a ort i tibia pc a aay vg net as rete, meme te rec rier one se miners doce eso com ue ta eco msi oma aio tie dete rte mest expr 10 Nessa publicags, Pecheus ne refere a disponthon tors. No caso. a prpia analise de dscurso ae conan come camp “iseipinar, estabelecendosua prtiea as relagiescontradiri| ‘entre o que & proprio da linguagem ¢a cansideracto do sujet © 4a situa, como relate em outro iter, Em qualquer cotudo, a explictacto do dispositive tsriea| colocade a funeionar é fundamental, « quase sempre se papel ‘al além daquilo que feqdenterients 6 supoato pelos autores do ‘stuido, Assim, a propria decisio dle compreender aspecton da Tettura 60 diseurso cientiea, no mew caso, ¢devida em grande parte a0 dispostivo terico da andlise de diseurs. pois, como geralmente acontees, osuporte edrco nto entra emcena apenas za analse de informacSes obtidas com a tntengto de se solu: ‘nar tam problema: as convicgbes que esse referencia possibilit, dlireta ow indietamente, ae fazem presentes na definigho dese problema, Por outro lado, a construcao de um dlspostivo anal {co val alésy do simples uso do referencial tere, © est ass0- wanareza do problema a ser analisado. ‘Nun trabalho em que se fila 8 andlise de dseurso segundo seu desenvolvimento no Brasil, Ziceolillo (2000), assumindo aver distingo, conform proposta de Orland (1999), entre 08 ‘tspostivas terico ¢ analideo da andlise de discurso, aponta ‘como esta incorpera,enquante diaponitvo analieo,o recone: ‘imento do papel determinante da deolgla no funcionamento da linguagem © na consutuigso do suet. Enquanto dispositive tesco a analise de discurso J& questona a déia de uma subj LUvidade pateologien como principio espleatve, [Neste trabalho, a autora mostra como a nore de Keologia lol se transformando, desde seu primeto apareeimento no inkclo do século dezenove, ¢resalia que, na AD 2 deoogsa nto poss uum sentido negativo de ecultamento da realidade, nein de fas conscenela, ou de allenagdo-a ser superada, nem tamporico representagao da realidade, visio de mundo ou doutrina, menta, lidade de época ou consencta de grupo. Nas palaas da autor: ‘Aiden ¢enenida na. AD ema rags nerd ne ‘ag tea gene a pel ingunges rn oes me antes comet act nee rj eo mud sie dopant entrada sings po ncn autora continsa: alqie cme ducts teat ede etoe ‘oso maar ng, ea a wo ve ot ‘es rela om mn, stra daa aac ort 1 45, ti elm og it tage circ a ct ar lee ct E no dizer de Oriana (1090) ‘Aas om, praca a Pantie, me psec gue tence eer me ui Uaggen. Ae de ‘ecu, cman gi lg tele at ga ove de Decuro pemate compete 4 Msg ~ © 9 eu ‘nc 90 Somandorse & nogao de relagao, apentada por Zccol luna nogo necessaria & compreensao do papel da ideologa no Aispositiva da AD éa de media diseursioa ow terdiscurso, c)2 fuancionamento Orland (1998) vat apontar, a eer que Ano dente, a para eer se ngage ‘enna canst de esol a a defn 0 ‘otrucrio 0 ho gu iets» pute mesma de ter nyo del ue om pease dere eee ma {ode que ap fa en. magi to Dg eda ex gue ‘since yr ona pala erie ti, © pec ge 1 esha neti. Eat et & pre pba elas enact astm custa cng de ore on © ‘tumor once. ae on ge de ‘ere i tag ga com tira, Ptnen eine gen eum ser ge io se rane. oe area none ‘eran que no et, xt profi fet Fett ‘Com nocies assim conerbidas na andlie de discurso, autora val se refertr ao trabatho do analista como sendo 0 de praticas de leitura, uma leltura que vat rlacionardiccursos, © gue €dto.em um aiscurso como que dite otro, ou de outa ‘maneira, A essas préticas de leita a autora também se refere ‘no *.eseutas’ que permitam levar em canta eses efeitos © cxplctar a relagao (Aiscursva) com esse saber que nfo se ‘aprende."(p. 10, Eainda firma que". oanalista poders ouvir, aqulo que o sujet, aguilo gu cle nto dz, masque const ‘ualmente os sents de suas palavras.”(. 10) Duas nogces sem asquals fea fell compreendr relagses jenlreestruturae acontecimentos num dlscursa so a de forma. ‘io dlscursiva ideologlea. Hm sua “Introdugd &Analse do Discurso", Brando (1991) se refer a essas nogies comentando ‘que Pécheux se apropriou de e realzou um trabalho especies sobre as concetuagoes de formago discursive de Foucault. na ‘obra Argueolegta do saber «de formagio idokigic, de Althusser, no trabalho Aparenoe Weoléices de estada.E no glossrio desse Arabalho a ator ir carsctertar: Peon dsc cenunts de somone mari pelos ncaa giles, pee enn “era de fora A ermaph decir eine flaw eg cm ogo oligo 8 texos Que tee parte ea oto ‘atbusta renin aun mea froin, formas otitis qe ple eee 5rd" pre 47 oor sot samen deena Um wa tentepe spacer om noe dacs dre. seareta erro etc cot par tn ounce stdee © represents quel nett, ‘Umm outra nogo qual recor € ae género do dlscurso ‘em Maingueneau (1980), Lembrando que na analise de dscurso ‘© suftio que faa € um pressupostoe no 0 objeto de est, © ‘autor, chamando aesse sujet de sujetio ingisteorecupera na AAD outros dois sufeltos num mesmo enunetad, o sieto da formato discursiva © 6 sete genérca. Ox ef alan de estar Imserdo numa formagi dlscursiva, e dai falar, segundo cera gra de formagto do diceurso vinculada a deterinada forma: ‘lo ideologia,o sueto também fala neste ou naquele genero do ‘iseurso: uma carta, um dif, um artigo cleniico ete. E Main- ‘#renatilembra anda que". eada gener’ presume um contrato ‘specifi pelo ritual que define~(p, 4%. No entanto, “La 08 ‘s2erosencalxam.sefreqtentemente uns os tron” ip. 38. e mers mae em ep, ml ene tn ones de wee can flare Cada oman strlen ae compen vr ome cui te eae p00) No que se refere a nogao de formacaodiscursiva, Recheuws (0997) aponta como essa nog mulls vezes dervou para maquina discursiva voltada 8 repetici. Como considera ds curso tanto como estratura quanto come acontecimento, cle prope ainda 0 entrecrizamento da tensa entre descrigio © Interpretagto no terior da snllse do discurso aparentemente, 9 quc 0 prooeupa € que a repeticao, associada so estrutural acarrete 0 rse0 de apagamento do acontecimento, Em uum outro trabalho, Péchewe (19008) die que “Ls} a memoria discursiva sera agullo que, face a um texto que surge coms acontecimento a ler. vem restabelecer a “mpliestos” |.” (p. 52) B tambemal,remotendo ao trabalho deP.Achard, 0 autor sponta 6 peso do acontecimento nov: ‘eo depo gees. adnate eae 4 rea revels am cn, Inopranien. Fala de “ane pink ena "eg euro de mide Maa, eter prt de mnt qe teense ‘besten um au de cures somun ut onc varam spun o ges ¢ a can, ogre fa ote qu ta os gee a or edt Fates cen rt dete ane deus tenn trees neo qu Ihe pce petri (38) Ime ene arr 9 concent. come ase fone prose nyt o tera seu em ra TB a proposta € que se “J artcule 0 “come dizer” 20 Junto de fatores do ritual enuncativ(p. 96) Edentre as condigtes de lferentes ods, implicadas num de aiscureo ¢ apentadas por Maingueneau, uma que me Dastante relevant & a questdo geal da autoidae que © autor associa 8 socolgia de Pierre Bourdieu, Trata-se da lei ‘midade de quem fala e de para quem fala = Finalmente, para coneluir meu recorte da exposicto de Maingueneau sobre a questio do género,reproduze sua conside- ragto de que [10 tmpatante mse mar casnag de que cate te ees cts en oR Blan oie nal seco pte nina es 1 dare concerts oer mens 4+ cine cncareies, weet not means er, (calender rt cemstek 2 Apendzcgem. culate toon de dic Volto neste item a Orland (1998) para relatar a ausénca, apontada pela autora, de aprendizagem por interagio, como a . costumamos entender. pss, a necessidade de nterpretagao in . trinseca a linguagem © a possiblidade de-transformacao no sentido €no sujet“. nos mostram que as casas a saber sao sempre tomas cin redes de menira ria quala oe stetos ve Inserevem fliando-se ao que os Wentilea” fp. 12), o ea {tase piri cen tem gu ec 'edepriende a pone do ene uma ou our rach expo ets dentro qu sega ane precestde ena mon na ages de enn desceer a ep gone cam er. 2} 50. Mas, se a apreniizagem nao se dé por interagto, como cla ‘corre? Para a autora, as posstiidades da esgola, ¢ acredito Poder extrapolar para qualquer ensino, estio na eragto de “condigGes para que © aluno trabalhe sua relagio com suas ‘iagoes de sentido, com a meméria do der”. 14) [esse modelo, “autor €o principio de agrupamento do Aiscurso, unidade ¢ origem de suas signifieagées (p14) 80 ‘como subjetividade, mas enquanto liga ou posi com relagio ‘cfettos de memoria, Memérta que, nessa lina de pensamento, mio € pensada como pecullardade individual, mas sim mum relagao com a ideoogsa. ; , dessa forma, na autor, ou instancia de formula do lscurso, 0 autor se liga &istria, ama hlstérta de formulagoes passives as quals se Integrardo sew enunciado. Decorrendo da ‘que ele nao pare evitar a repetgao. pois sem ela ost enunciado to fia sentido, mas a formulagio ¢ também a instauracio de um Nagar de mterpretagao. Ness processo, a atitora aponta trés Possblidades de repeugao: a empiriea, que seria o simples ‘rereelo mneménieo; a formal asoctadla a téniens de prodacae e frases: € a historia, que serla propriaimente a memoria ‘constitutiva. No movimento entre esses tes pos de reptigao € ‘que se ocalizariam as possbiidaes da escola. Segundo Orland: [ma rgeee notre ramen alin em uel ababo © gue Me poms nao epee a 20 fb, pret sempre post ee proton res pa les ae era “eat pretest i & puma dept cps rn ange ore i eval te pa ic ha si esa ug wt ire att 0) 51 62 ‘es aluno © professor, Orland vat evdenelar& necessidade da ‘evertbilidade, sem que, entretanto, sea possivel a interambia- lidade entre as poses aluno ¢ professor: no mesmo texto, Orland vat apontar di religao contrad {Gria,constitutiva, entre © mesmo, a paralrase © 0 diferente, a pollsenia, na andlise de dicurso, eando a deciso entre uma atta nao por conta das condgdes de produgo medias, mas ‘sim da memfria,ointerdiacurso, destacando-ve newse prodesso (0 papel da Ideals {etna pr condies pra que a, pan san pag ato: tena arpa er poem ge © ‘lar uuramene a pa profesor. Part ee content cots emi ab pt deem on ‘mcm nts reo ela pif, etn «parse ada fer eta tig em eg sea kin crenata lena oredr tenant donuts ace, os ener ue ri quid eda de tin soon elt eet eo do ta pede descent ie fe. Aner ek asin ate a meni taco {ero #0 eo mess Gere ome do ‘ruin eptce nr ati. odoin dtnrdacue ‘mi pone sentir a area 0 mo ‘menor eno emo 0dr p18 ‘umara depeteme trade tr skne epee ‘ac anon ee iar poe ptr poe ‘a pode peende pd fan paca Ute pont lo ea trae nto poe gar 1) ‘Parcce-me também relevant tendo em vista pensar leit zs escolares do discurso centile efocar que a posige a que autora se refer €postgao sible, e n80 a empire: [A partir das nogoes expostas, Orlandi vat classiicar 0s ‘Atscursce em autora, polemic e tideo. Neste texto, destaco apenas a distincdo entre 0 discurso autontan e © pomic. No ‘primeira ha contenco da plisseria,no havendo permisso para 4 reversblidate,enmuanta. no discurso polemico a polisemia ‘ontrolada, havendo Iigar para a reversbdade. Ou sea, ha letmidade para os dress pessoas em diferentes posgtes, ‘Umm ontra distingia a que @ autora se referee que dst ‘gue da reversbiidade.€ a noo de intereamblalidade, ou sea, f permuta entre pessoas na mesma posigto: or exemplo, uma mae ¢ outra mae falando a partir da posigto mae, dizendo cosas ‘que sto propras de serem dilas por mies. A posstbilidade de Intereamblalidade supe a mesma posi, posicho-mae. pos- ‘¢20-aluno, posiqao-professor ete. E ao exempliear com ns pos 11 ars 0 ge tte oa pon fet > tne nto astucd scl len enelagiamen de tre quem oper nic pd aa on pt (peep eng 7) ‘Agora, voliando & questa do dispositive analtic, lembro fqve, ao selecionarrogdes da andlise de dscurso que destaquel ql, meu objeto efachegara construct de um dispositive eo de Tetras do discurso cients. E, nesse sentido, panda ao trabalho de Zuccillo (2000). Assumira anise iscurs0 como dispositno teérco Amplica, para a autora, vlecer que: cultura nao principloexpliativo da sociedade 84 ‘© que a pstcologia nto € prinepio explieativo do sujeto. E para ‘ehegar a tais conclusdes, ela ressalta que, na perspectiva da anise de discurso, compreender 0 que o sujelto diz nao ¢ ter sceavo num conte interior, ds ao conti, dlante do que ee diz “L. & preciso relacondlo com cutros dzeres que sto cestrioros ee, ma que conatituer o sentido de stae palaveas « eonformam seus sentimentos ¢ suas erengas interiors.” (pp. 184-188). autora val reairmar que o sentido nao conteido sim, relagio coma exterordade, qi, por sua vez constiatien esse contetido.F assim expée atarefa do anaista: conte pig Pre conecemt sere rc cet it im preenes co mconacet ae econo preci eri ieee ote irs tehehieanpnts teri set pnt do enuacaor doe soe cnet et onc cps ern fie light ‘ete de age seo err da ul ae an se conse item. mim pees qu apap pe anc nanent du eoga 9.189 [A complesdade da tarefa do analista, na tentativa de reconstlustr a rede de Mingbessimbolieas em que os enunciadas se consttuem e signiicam em processos apagados peo fancio- namento da Kdeologla, nao pode também detrar de lado a impor tante recomendagio de Orlandi (1996) de “| nto acettar a separacio entee forma e conteido, na linguage” (p. 40), poi. segundo a autora 0 como se diz ja € 0 que se di. Corhoctronto 9 decuwos conta essolat Introduzo aqut letra de alguns aspectos de um trabalho voltade para questées de eurrcul, trabalho esse facado 0 que esse expo tem so chamado de conhecimento escolar: Lapes (4990), visando caracterizar esse conhecimento coloc-o em relagio ao conhecimento cientiien e cotdiano, assume em set ‘studo uma perspeetiva plurlista para’ razao ¢ entende a histérta como um processo descentinua, coerentemente com 0 ‘trabalho de Gaston Bachelor. ‘Na corcepeio exposta pela autora, © euriculo escolar & ‘una forma tnstitucionallzada de ransmissto e reelaboragio da cultura, que na raga eritica¢entendido como conhiecimentos, ‘rengas, hiitos valores sletonados na eur de uma dada socledde: ele éarbtraro e condieonado po fatores Wdeolgcos, pistemologeos ehistorieose consti 0 contesido da edueagio. Assim, nessa concepgao, a cultura € vista como contenido subs tancial do processo etucativo, definidora do que se entende jor ‘cnhecimento escolar € assim sitetizada pea autora: tra elentia com oo eae pon de rag de bio. de represents de spf ma exp. como pre cone catia dela tect ect. ¢ ‘rorrinent ute human. que sigue 9 ver amano ture omar 9.68 , a0 mesmo tempo que distingue a eltura daqullo que € ral, Lopes também valapontar que, assim pensada. acura relaciona ao trabalho humano. ‘Ja quanto as carnctereagbes dos conhecimentos comm ¢ Fa autor, quanto a saber ox confecimentacaidiano vai ira sua equvaléncla como conhecmento comum ou senso ‘aracterzando este como soma de conhecimentos que twsamos na vida eotdiana, sempre de mod tngestio Ta um ‘conhecimento essenciaimente pragmatico,exjo crater de valida ‘dena esfera cotidiana da vida € sta funcionalidade(p. 143) Parece-me ainda relevante a distingdo entre saber popular ¢ cotlano apontada por Lopes, que se refere os Saberes pop lares como aqucles que so ruto da produgso de signicados das cmadas populares da sociedad. As priticas socal colina, ‘ necessidade de desenvoWer mecanismos de tuta pela sbrevt ticta © os processor de resstecha ¢ que consttvem ir con: Junto de pritias formadoras de diferentes saberes. E 0 qe o= Aistngue do saber comum ¢ que J enquanto o senso comum penta para a universaldade e para a uniformidade, os saberes populares se voltam para a espeeiitdade para a diveridade~ (pp. 150-151) : Ja quanto 20 conteciment escola, depots de adie que © contectmento trabalnado na escola passa por uma seecio cultural de carter Wdeokxjeoearbtrro,eque ese processo de selegdo cultural “J parte essencialmente dos segnentos da ‘tra yalrizadossocialmente como saber os conhecimenta"(p 93}, a autora conclu que o que se considera como conhetmento escolar depende do que se considera com coneclmento/saber. , parti da resto de virlos autores, ela caraéteriza 0 conhe ‘imento escolar essencialmente como um conheciments seleco- ‘nada a partis de uma ealtura socal mats ampla. que passa poe’ i lum processo de mediagao diditca, ao mesmo tempo que ¢ latseiptinarzado, consttuindo-se assim no embate comes demals saberes socials ¢ dierenciando-se dos mesmos. medagao idléten deve ser entendida, na coneepeao mantfestada pela autora, no sentido dalético, ou sea. “LJ um processo de cons: lutwicho de uma reaidade a partir de mediagBes contradiéras, {de relagées complexas, nao medias. (p. 208) ‘Da sua caracertzagho para osaber escolar parece-meaaico ressaltaro fo. apontado por ela, de que se trata de ura conhec- ‘mento seleionado, ou sea. ¢ um entre mulls otros poses, ato ‘gue ussatmente¢ pousoconsiderado pela escola, ima ere, em talando do contetido a er ensnado, est, traqdentemente, se submete a determnantes exchiahamiente exter, como, or ‘cxemplo, os vestibulares os cursos superiores. Por outro lado, com relagio A caracterizagta da mediacio ‘data, embora a autora apentea nae linearidace dos prcessos nstaurads em sala de aula, oreeonheciment das contradigdes ‘que envolvem a metiagdo escolar, por st 96, no englba a ‘natureza dos diferentes eonhecimentos assoeiado, entre outros spect da escola € da comunidad em que se sere, as aieren- {es discipinas que consttuem seu currkcule Entreianto, para concur a expletagio de algunas nogBes ‘numnctadas por Lopes de maneira coerente com a epstemologia ‘nachelardiana, remeto para a sua afrnagao de que... conhe- timento clentiic, seja no campo das elencias secisis ou no ‘eampo das eléncas fiscas e bokgieas, se consti ao romper ‘como conhecimento cotdiano |. (p. 14,0 que ¢ conseqaente ‘com a afimagao de que “1 © saber eoidiano pode, iciusve, oother certs aquisigSes clentieas, mas nao 0 conectmento ‘entice como tal (p. 143) For outro lade, eonsidero as carncterzagces dos diferentes ‘enecimentos, como sa estabelecdas por essa autora, bastante Pertinentes, quando se quer pensar o conhecimento possvel a ‘de determinadas insituigdes, em particular esol. Por outro lado, venho desenvolvende este texto com foco 87 supor sua Ident, e que no seja meu Intl, aq, diseorrer sobre essa relagao, ‘Anassumira relaga stow supondo um discurs centioo associado ao conhecimento cinco ¢ um discurso escolar tssociado ao conhectments escolar. como amina preeeupacio te respite a como 0 diseurso clentifieo trabalhado na escola, fo considerar as eMferencas entre 0s conheclmentos, stow ai- ‘ond tambéma dferenca entre os lseursos. Ou sea, odisctrs0 ‘escolar relativo ao discurso clntien 9& diferencia deste ¢ ‘onsitudo no embate com outros dlscursos. Logo, a compreen sto do discurso clentiico nto € condigio suflciente pars se compreendero dlscurso escolar ratio clei. ‘Uma outra questio que deve ser tocada éa da Wdentidade ound entre discurso pedagéglc e escolar. No em anterior citet ‘Orlandi remetendo para o discurso pedagéglco, e vou aqut eto ‘mar ess autora, estendendo sua caracterizagin desse discus. Veo 0 dlscurso pedagiggeo crculando em outras instituigoes ‘lem da escola, certamente, se pensarmos odiscurso escolar de ‘maneira abrangente, este no s restringira ao dlscurso pedago- fo, Bntretanto, neste texto. quando me refer a0 discurso pedagéeleo, estarel pensando naguele praticado na escola e, também, 9 meu intuto¢ ode procurar compreender um discurso ‘escolar espectics,aquele relativo& cinta, ‘Voltando agora Acaracertzacto dos discursos que aprese- telno tem anterior, me referindo a Orland. parece-merelevante retomar aqui a elassicagio para tipos de discurso. Oriana (1989), em um texto sobrea dscurso pedagesicoestahelece como ‘tera para distingse de Upos de dlscurso a relagao entre 08 | Intertocutores ¢ aquilo de que falam,o referents. Como Ja exp, segundo as condigoes de produgao de cata discus pode-se fala fem diseurso polemic, se a poistenla for eontolada, com 04 interlocutor procurandodireclonar, cada um por, orelerente do aiscurso, enquanto “|. no discurso auton ha a eonten- ‘oda poissemia,j que o agente do discurso se pretend tnico ocultao referente pelo diver“ (p 22) alnda com relagho ab diseurso pedagégeo (DP). nesse ‘mesmo texto, a autora ao fazer consideragies sabre 0 dlscurso autorttrio, remete par dots aspectos, a apropriaco do clentista pelo professor e a metainguagem: re eimai 8 einen onetinehibrhn gic oem ors cus ences smplots Acta de to cree pd etn exp ‘ala n0 DF oq tr mn ides es ee © ier alam ele, Ka alin unto niece fen eta itn cen abe us opto serio cm, a conte cm a tag © domi 4 teed ster: 29) ‘Com a intenefo de abordar um pouco mals de perto 0 ‘Aiscurso clentiico, e de aprofundar o comentéri’de Orland essa cto, quando se refere ao uso da metainguagem na ‘onstrucdo da objetividade, busco também subsidies em Mala Jreneau (1980), que aponta a natureza muito particular do Aiseurro centiico €comenta que: ete, tse uma peda cago coe a epee (de conpnt da sredae no bem ae deetente rls leo que ages pire on oat um eels em toma eles emp eetaerte al ans en dese 60 deme eterna it desman cate tt cemeert gn. 7) ‘A Jetura de textos clentiees em perdicos de diferentes areas de conhecimento ¢ sufctente para evdenciar a fala de Motngueneau, Bhtrecanto¢fato que odiscurso centifco nao reula apenas centre os fentistas. nse dacs 0 Hes fragmento, ent outa formagdes diseursvas pode se ntegrad a outros dseursos, FE, dado que os conecimentos cientfico ¢ escolar no coineidem,estando 0 itino sujeto a um processo de mediacto ‘idatiea, como ja comentel aneriormente,térna-se evidente que ‘os discursos clenifio ¢ escolar também nao cotneldam, mesmo ‘que oilimo xe rfira pret, Assim, no seni de buscar possives relagdes entre um € ‘outro, voto ao, solo Gaston Bachelard (1977). Nessa obra. ‘seri em 1949, 20 mesmo tempo em que se considera mals professor que Asso, o auto dz que sre «tte do saber pm ae ple Inne. enon © race dete et epee 0) 5, além de apontar a importineia do conhecimento para © alo de endinar, o autor também ressalta as natureza cilerenies os conhecimentos. Eleaf, por exemplo, que © ensino da {sca cle modo matemitco realiza sob mattos pontos de vista tm {esaparecimento do pstologsmo nesse enkine. Mas, nio deta ‘em obsticulo da razdo, © formalism pode, por exempo,degene- ‘ar num automatismo do raional ea zo tore como que utente de ua organiaga.” [p. 21) ‘Ressaltar a possbiidade desse automatismo ¢ de grande "elevaneia quando & preecupacio ¢ com oensino doconecinen to elentieo, A instauragae do automatismo, apontad por Ha ‘celard, mesmo que com ou sem a presenca do formalism, é, sem dvida, um dos fatores determpantes no estabelecmento fo estatuto do dscurso autertaie. Ou sea, se, por ui lado, ba ‘uma ruptura entre os conhechnentos catidianae lent, para ‘que esta ocorra ndo se pode dispensar um precesso de contin ade. Caso contrario, se apagndo © rclonallsme docente ent ‘nome do ractonalismo clealile, quebra-e a possblidade de ‘mediagao apotada na mtersubjetiidade, ou sea, embora a up {ura com 0 cotidlano seja ums neceaaidade a apropringto do conhecmento clentiio, eta no pode ocorrerprecipltadamente num processo no qual, efetkamente, o mecanismos da raeiona: Iidade nfo selam athados. 0 sejam apenas colocados pelos festudantes em funconamento de maneira insignificant. ainda natentatva de aprfundar a cempreensdo de ponies elages entre oconbectments cen 6 que dee taba ‘cola eer alguns autores que se pataram em Bachelor, 2 interessante « derenciagto nas posigoes em relagao @ producto de conhecimente entre alguns dos que se Inepiraraan fe/ou analisaram Bachelard ~ fosofos, iterates, educadores — ‘iferenciagao que provavelmente pode se atribuida &duplicidade sumida de sua obra, votada tanto para oconhecimentopoétice yuanto para o enti ‘Aso, num artigo am que a no haver divi eve quem vem a mente, quando se trata de rele sobre a8 cure clenclac inayinisa dient tasem ie econ dls mods de conhecmenta, octentiio 0 px Milner (1994) ‘questiona ve houve concorrénca, suplencta ou complementan- ‘dade entre essa duas vertentes, para em seguida afrmar que: {retin eo tata epee as ast pe Tract dep cts geo arte 1 constr que co ormtn ta ances orc tentos mio ¢ dena «grea, atin qu trameanere som pcr da pena aman fra do -Ense autor, da Area de ieratura, atribui também & obra de Bachelar! uma incrive eabiltagdo do confecimento pico. E, ainda que se petra acettar que © pender para os sonhos nao ¢ tum caraceristca da cine, embora possa ser do cientista Inaiidualmente.¢fato que o que Bachelard chamou de obsticu- los epistemoligeos, ou primetras leas, nao € fruto da rato ‘lida clentica como cla se apresenta erm um dado momento Ilstoric: to, stm, conseqaéncias de histdras de vida, uals ‘0 tndividvos, tnserides numa dada eultura, vio construindo ercepctes indissociavels dessa mesina cultura Por outro lado, bine, ao justifiar sua posican de analise, lem nao entender (om pesamente erties ne nem sees cee ct constant a pen achelrna me am as 8, oe cur métao perace e apae epic pron ncn 9 ou oe oe: po spree met tenga arp. 28 ‘Se preoeupagio for coma forma com que conhiecimento dentileo chega a institulgtes como a escola, Julgo quie esa otic de Mller deve ser considerada no mini um alta pare fata de que. certamente, do sonhechmenta que ¢ al trabalhado into se deve esperar que seja 0 mesmo dos artigos de que fala Maingueneau, 08 artigos clentilens, os quais fazem coincide produtorese consunidores do conhesimento ‘A caracterzagno do conhecimento escola, apontada ante- ormenie,evidenca esse fato, mas as opinides agi comentadas Sto um encaminhamento no sentido de confgurar possivels axpectos da modiigio ditica do conhecimento elentiico, ntretanto, volando a Bachelard, uma outr letra da sa ‘br ¢ fetta por Felco (1994). obra na qual a autora afma que: “Por diferentes que sejam, a razho ea Iniagnggo a ciéneta © a poesia dio acessofgualmente ao univers do espiio, que € real fenquanto nega a percepcie, mas que por Isso meso €profun- amente super reat” (p. 3. ,jaofinal de sua obra, la conch que o questionamenta| Doctlalano da “iencia em eral” nega o seu tatamento como Juma entidade indiferenciada € se vlla para o pensamento de Dachelard, dlzendo que: ‘in Macedo ure: Dacha eins eta a eal tte dae pratensis, ta & 4 dain qe 20 ae a pres sins Sift, mn era reprint deerme te em soa Mtr parte. 128) ‘Ou, nas palavras cle Pécheux © Plehant (1907) ‘mace nae cde tien nde om wm tt nem 4 pence nite Nw ‘tiga de un cope de once, com a se regrae e Profit. Por eta rr ano 9 evr ema nla & ferme dot consis € a rr deta cco x tc erent ter os rns dor. marae eter ders rere. orcs de ao ‘quent x poe rte mum ani eda 18) ‘Ao pensar sua conseqhéncla para a mediagio didaica do conheciment cent, essas dias timas fl he era aes- nalar que no ensno ado se pretend, certamente, descaracterzar © ‘que aparentemente ¢ isco na construcio da cenca. Dal art ‘mada aqut de um argo em quest autora manifesta concordancia ‘cam al caricterisicadiscptinar da producdocienifiea © aponta ‘quests relatives ao ensino da fa: Kawamura (1907), depts de ‘comentar mudancas de paradigmas ¢ posgcesrelatieas entre as ‘ééncias, numa tentativa de encamainhamento, die que ‘i prime pondne¢ un ont i dies in ema © pd eat camp dele. wean is mal dem one (2a HE RCE SE RE RT pecmor ou cares Gur dow. tori i i, neil pr dis te Ada cide pare para ear pr pk ope 8) Junto & questao da discipinardade, uma outra quest bastante presente na earacterizagio do conheckmento ‘iz respeto a sua especickdade em relagio a conhetmens ‘Nam artigo em que coment a questo da clentiNendade €0 ‘papel da linguagem nesse campo, Possent (1997) procura disso ‘ar a idea comum de que & cfenticidade de im diserso esta associada ao fato de ele ser ou nto set verdadero, Segundo esse autor, 0 ertéio para que wm diecurso sea ox io lentieo so 8 suas condigdes de producto, as regras de producto dos seus ‘emunetados . embrande que a cléncia uma vendo histrien nto uma necessidade on algo natural ao homiem, ele remete @ Foweauit, para dizer queoseteros para julgamentode dseursos lentifcos © nto clentifces sto diferentes A sistematiea de produgio de enuneiados mio gatos a subjeividadiene diseurs clentiien¢apentada pelo aur. oq, _polando-se também em Gilles Gaston Granger, afrima que o que caracterza fundamentalmente trabalho cents ¢ estes acho progresstva da linguagem, com a eiminagio, também progressiva, do vvido, de tal modo: que “| tal eotruturagao busca eliminar (oa diminuir ao mass a relagto entre o sjelto produtor desse enunciado eo enunciado ip. 18), Voltando ao ensino, esses colocagSes me fazem retornar is ‘exigénelas do racionalisme decent, apontadas por Bacheard, ja que Possenti comenta 6 treino peculiar do clentista € 0 so retente da linguager matemtica nos enunclados dagedénciaa a natureza,dizendo que esta ¢ una garanta de letra univoea | dos enunclados por letores diferentes. Quando © autor fa um Teomentario dirigido a comunidade dos clentstas de tm dado Jeampo,gostaria de acrescentar que, posstvelmente, como tendén- fla. seu comentirio Se aplique aos estudantes que estio se ssionalizando nesse campo, mas, acredlto que, mesmo nso do david sobre o fato de que ha restr¢a0 dos sentido ‘a0 funcionamento da linguagem matemites, aii! te poderemos admitr a unieldade de interpretacio por ie. ‘lentistas no caso das clenclas da natureza trata-se de uma tendéncta. Ja no ensino escolar, 0 rsco de ‘automatismo associado ao formuliemo ¢ giande, come apontet anteriormente, citando Bachelor (0u, pensando-senaleltura escolar na estrada poplagao cemgeral, mesmo na dos centistas, parece razivelreeonhecer ‘com Orland (19971, que lo ator to eto inerectato ge nga emque¢constua pela a, elo dee, abide. or ugar pra nerpeaco pode perceer que eh ce repulmentr oto don ene emo m8 dese nen {ert fost tae oe ea aca en pode prams tempo renter ernie de le, eo Ietura © que nie dencarcri a eee do dns peat ta aetieatiearelccan cette poco, ecb p82 Contcimento canto € icuce ‘Senioaeercsorno ener do fea bro aqul um parenteses para conta ui reco de um ivr 4e Nogao de Fernando Gabeira (1989) em que ta ele com alguém {de carr por uma estrada, quando viram umn homem que andava ‘com uma imensa mala na cabega. Resoleram,entio,parar para erguntar onde estavam exatamen fazenda que tinha um velo alambique ets cachoetas,E, a palavras de Gabeira: iio saber ede sana? Be pc esd rants leo prof ee, vi asad ws a tenet ‘eaquedistanea Neava uma mina tne pers pen, A om, oe ‘tar pra ene que valde crue stil gu esa peter pt "Enq men ete gu tempo para loce¢ads 1 pacetenente a tcl una ngage queer om cain cme nage reat pr alana is em spun ponte da evra Fen ae cant ene ‘marci pr le pr res epi snp, ci = bau ea sonten dca 6 ag od nt is mo ae abs ee erode mt tngugen ‘uncon: quan quintet 31-30), Base trecho de festo fer cam que me detivesse numa Feflesdo sobre a natureza dos diferentes saberes, as linguagens que o8 viabilizam os processos que faciltam seu esi eacolar fou Ihes criam barreras. Pensel no easo especie do ensina da fisica € me detive no fato de que o conheetmento cient é um conhecimento especializado, que rompe com o conhctments ‘otdiano na sua eonsttgto. No caso da sea, esse conhect. ‘mento ¢ produto em linguagem formal, com signosabstratos, “tinguagem matematia,B,além disso, com um legado da fist ‘lisicaatamente determinista, equal. aparentemente,tranepoe s pornligmas da fisica, e abrangeu também outras dscplins, Essa conetura pode ser compreenida se se leva em conta fave aponta Bachelard (1967), quando dlz que racionalismy 67 claro © positviata; riclonalizme clisaico da meciniea raconal racionalismo compieto (eatvidade) eractonalisme discursive. além de mostrar as proporgbeseMerenciadas dos diferentes ra ‘ioaliemos com as alturss das colunas dos histograms, Bache lard insite no fat: “de um pf epistemoogico dever sempre referr-sea um conceto designado, de cle apenas sr valid para ‘um espirto particular que se examina num estado parieular da ‘sua cultura."(p. 41) B,referindo-se especieamente @ nogio de massa, Bache lard comenta que ea ¢, para ele, sobretude, uma nogae raconal ‘ae dz {i pedoman enter cara note nse ce oe catelane, reo ona ple leer {ero Onan rasoalane sng rt 6 nt ak ale copie cme ont racer ac. ie ‘ewan ¢ anne paden determinate runtacl, ‘neo pre eum cence te edad cme sone “eyes arn enya eters om ga re ‘ag ceed am an prin 48) ‘Ao falar dos seus priprios perfis de concttos cient BBachelard quer, como ele proprio afima, “| eonvencer © a permanéncia das él londfens no proprio o espirtocientifto”(p. 45) ¢ também de que o rogresso de cconhecimento particular implica aspectosflosiiees variados. Dadas eseas colocagtes do autor, parece-me plausivel ad- Imitr a dominineia do racionalismo eissleo no perfil daqueles que com ele conviveram de maneira tho diveta como alunos “unhersitartos num curso de Beca, caso dos professores de fata 40 ensino médlo. E esse racionallemo no parece poder ser facmente desienettade di Weologia determiniets. a ele to Airetamenteigada. Porer-s-la entdo supor que, de onde filam, em suas mediagées em sala de aula, os profemorss de ikea, we eativeren amplamente invests pela Wdeologia determinista, cm sets dis ‘cursos posetvelmente predusirio efettos de sent compativels ‘com essa kdeologia, meso em contexos de enaino diferencias fo da mecanea racional. Desss forma, na produg de conhect mento escolar no ensino da fisica, alem de estarem em Jogo relacoes contraditerias entre diferentes saberes, a partir dos ‘qual ise constitute o saber escolar, também esto em Jogo eologias nem sempre to transparentes quanto os contecimen tos que podem ser enunelados mum indice de Lvzo didatico ou numa propesta curricular 8, vollando anda a Bachelard, embro agua afirmagio de Pato (1904) de que le, Bachelard, propde um cancito de base, ‘ode ruptura,trabalhando com “cores epistemeligicn «dferen ‘eas poeticas™(p. xii. No entanto, embora aja flo grande Amportancia que a nocdo de ruptura tem na obra desse autor. estar de lembrar que ele nao nega 0 caneito de continidade “etambém se apa nel, sendo que o par continuldade eruptura ser entendido dialetcamente,e, portant, nao sendo poss [pensar uma das nogdes sm a outa. _Julgo fra de dvidaa relevinctadesse par dialéico quando pensa o/ensino da clénela na escola, ou sea. quando se ie, a parti da eatanidade do estudante com ee, chegar saber escolar relatvo ao conhecimento cent. E para ‘eta conviegto, busco as palavras do educador Georges 70 ‘Snyders. Num texto em que procura evidenclar que © marxismo poderlainopirar uma pedagogia, Sayers (1978) sponta o fate de ‘que aprendizado da eienea exige 0 acesso a um novo ponto de sta, 0 do abstrato, 0 que 0 aulor ga sero nko melo de mB “fearno cardter parca undateral do empiro. buscando apoio fem Bachelard, ele comenta que inguém fasts mas na neces: ‘ldade de uma ruptura entre o pensamento tmediato a attude do saber clentiio,reafmando que a atitude etentifia implica uma inversSode perspectiva. Mas também di, ainda refed se fa Bachelard, que: “L] desde que se considere um daqueles ‘exemplos simples que 0 autor gosta de evoear. pereebe:se que ‘esas rupturas encontram, fnalmente, uma continudade mais ‘rotunda com a experiencia do aluno."p. 355) ou: Par tc me pra nee ee do fr dep de ar eps ii vec tron emo“. em dew. ue so pecoanene a erento de at nda com relagto ao discurso een, parece me ite ‘ressante etomara clocagio de Maingueneat (1989). em que cle ‘afrma que 0s centstas escrevem apenas para seus pares perten- ‘entesa comunidades resritas, Dada a eiténci de elas entre © conhecimento centile o que dele se trabalba na escola, € ‘consideradoo fato de que estas relages envolvem um proceso de ‘cleo, gstara de lembrar que alguns clei, instgns ou no por no centsias,freqdentemente éserevem ot ila visinde A civulguo da prc clentiica para 0 peo em geral, Am ‘dag, muos nao centisas jrmalsas,pofessres et) escevem |

Você também pode gostar