Objetivos permite diagnosticar a ausência de insulina, já que a
mesma tem meia vida muito curta e é difícil a sua 1. Compreender o mecanismo de ação da insulina dosagem – se tiver peptídeo C nas condições ideias 2. Conhecer os critérios para diagnóstico da diabetes significa que também foi produzido a molécula de 3. Diferenciar diabetes tipo 1 e tipo 2 insulina, se não tem significa que o indivíduo pode estar desenvolvendo um quadro de diabetes tipo I (indivíduo 4. Conhecer os objetivos da terapia de diabetes não consegue secretar insulina na circulação) 5. Diferenciar as formulações de insulina quanto ao tempo de ação Receptor de insulina 6. Conhecer as formas absorção da insulina • O receptor de insulina é um tetrâmero, o que significa 7. Conhecer a posologia e esquema das insulinas que tem 4 partes – possui 2 subunidades α e 2 8. Conhecer as reações adversas ao uso da insulina subunidades β • As subunidades α ficam bem externas e constituem o Insulina local onde a molécula de insulina se liga • A insulina tem como função manter a homeostasia da • As subunidades β ficam inseridas na membrana das glicemia – hormônio hipoglicemiante células ligadas às subunidades α por pontes de dissulfeto • Glicose: fonte obrigatória de energia para o cérebro. • No lado intracelular do receptor, há presença de tirosina Outras células conseguem utilizar outras fontes. quinases que são enzimas de fosforilação • Alimentação: calorias em excesso armazenadas sob a forma de gordura ou glicogênio → Em alimentação rica em glicose, a insulina tenta captar a glicose e usá-la como fonte de energia; dentro da célula, a glicose é degradada → O excesso é armazenado sob a forma de gordura ou glicogênio • A glicose aumenta a liberação dos hormônios incretinas (polipeptídio insulinotrópico dependente de glicose – GIP; e o polipeptídio semelhante ao glucagon – GLP-1) pelo intestino. Isso faz com que o fígado seja estimulado a produzir insulina • Hipoglicemia: insulina; glucagon; adrenalina; glicocorticoides; GH → glicemia • Quando há insulina presente no sangue, ela interage → A secreção de insulina é inibida e a de outros com as subunidades α (2 moléculas de insulina podem hormônios é estimulada na tentativa de aumentar reagir com 1 único receptor) e imediatamente ativa-se as a glicemia subunidades β que ativam as tirosina quinases que irão → Apenas a insulina é hormônio hipoglicêmicos. Em fosforilar os transportadores de glicose (GLUT) e os contrapartida, existem vários tipos de hormônios inserem na membrana da célula hiperglicêmicos • Na maior parte dos tecidos, a glicose precisa de um • A insulina é um hormônio de origem proteica transportador para entrar na célula que só irá aparecer • Todo hormônio proteico é sintetizado no interior do diante da ação da insulina ribossomo na forma de pré-pró-hormônio. Essa • O GLUT permite que a glicose entre na célula por estrutura deve ser clivada em pró-insulina (pró- processo de difusão facilitada hormônio) no interior do RER. Por fim, essa estrutura é • Uma forma de tentar evitar o excesso de ação da insulina lançada no interior do CG e fica acondicionado no é o processo de internalização, no qual todo o receptor interior de vesículas contendo enzimas que farão a juntamente com as moléculas de insulina entram na última clivagem, formando o hormônio na forma ativa célula, já que sem receptor a insulina não atravessa a • A insulina é formada por duas cadeias de aminoácidos membrana celular por ser um hormônio proteico – se o (cadeia A e cadeia B) unidas por pontes de dissulfetos receptor já foi estimulado, ele não pode ser estimulado • Durante a forma de pró-hormônio, o peptídeo C servia imediatamente após como forma de ligação entre as cadeias A e B – pela ação das enzimas presentes no CG ocorre a retirada do Transportadores de glicose peptídeo C • O peptídeo C e a insulina (cadeias A e B) ficam dentro das • GLUT 1: localizado na barreira hematoencefálica vesículas do CG, mas o peptídeo C não apresenta • GLUT 3: presente no neurônio nenhuma função ainda conhecida, mas importante pois • GLUT 1 e GLUT 3 são independentes da ação da insulina, → Polidipsia – perda de grande volume de água na uma vez que as células neurais usam apenas glicose urina reduz a concentração de água no organismo como fonte de energia, não podendo ficar dependente causando sede excessiva da ação da insulina para fazer captação de glicose → Cetose e desgaste proteico – principal fonte de • GLUT 2: localizado nas próprias células β do pâncreas e energia não é captada então as células começam a no fígado utilizar gordura e proteína • GLUT 4: fica no músculo, principalmente o esquelético e tecido adiposo Teste de tolerância oral a glicose → São locais importantes na ação da insulina • Glicemia de jejum normal: 99mg/dL • Indicações – a realização do teste de sobrecarga de 75g é indicada quando → Glicose plasmática de jejum > 110 mg/dL e < 126mg/Dl → Glicose plasmática > 110 mg/dL na presença de dois ou mais fatores de risco para DM em indivíduos com 45 anos (indicado mesmo quando abaixo desse valor, mas existe fatores de risco) • Menor que 100 mg/dL é normal → Em gestante: até 95 mg/dL – ideal abaixo de 92 Modelo de liberação da insulina mg/dL • Entre 100 e 126 mg/dL: intolerância à glicose em jejum • A insulina é produzida pela célula β pancreática e sua • Maior que 126 mg/dL: diabetes mellitus liberação ocorre de acordo com a glicemia • O aumento da glicemia faz com que a glicose seja transportada para o interior da célula β através do transportador presente na própria célula β pancreática (GLUT 2) • A glicose, ao entrar sofre quebra (glicólise) liberando energia na forma de ATP • Ao aumentar os níveis de ATP, ocorre fechamento dos canais de potássio que são sensíveis ao ATP. Como todas as células têm maior quantidade de potássio IC do que EC, ao fechar os canais deixa de ocorrer efluxo, retendo cargas positivas no interior da célula e gerando uma despolarização • Ao despolarizar a célula, ocorre abertura dos canais de cálcio sensíveis à voltagem ocorrendo entrada de cálcio nas células β pancreáticas desestabilizando as enzimas, Dosar hemoglobina glicada (A1C) • O processo de “glicação” de proteínas envolve uma sofrendo exocitose liberando a insulina na circulação • Uma vez que a insulina esteja presente na circulação, ela ligação não enzimática e permanente com açúcares se liga ao seu receptor, fazendo com que tenha inserção redutores como a glicose – proteínas se ligam à glicose • A manutenção do nível de A1C abaixo de 7% (6,5%) é de GLUT nas células para captar a glicose da circulação considerada como uma das principais metas no controle Diabetes Mellitus (DM) da diabetes • Importância de mensurar a hemoglobina glicada: • Deficiência na secreção de insulina e diminuição da → Acima de 7%, os riscos das doenças mais comuns resposta do tecido periférico à insulina (resistência à (retinopatia, nefropatia, neuropatia e insulina) ou ambos levam à DM microalbuminúria) começam a aumentar muito. • Sintomas: Por isso, é importante sempre fazer o → Hiperglicemia – ausência do hormônio acompanhamento do paciente, dosando a hipoglicemiante hemoglobina glicada e mantendo até no máximo → Glicosúria – perda de glicose na urina; o excesso de de 7% glicose na circulação ultrapassa a taxa máxima que → A cada 1% de redução na hemoglobina glicada o o rim possui de reabsorver essa glicose paciente consegue reduzir: → Poliúria e desidratação – a glicose ao ser excretada ➢ 37% de chance de doenças microvasculares na urina faz efeito osmótico atraindo moléculas de ➢ 21% as chances de óbito água, o que aumenta o número de micções além de ➢ 43% de amputação perder grande volume de água pela urina Diabetes tipo 1 x Diabetes tipo II insulina): dessa forma não conseguem se ligar ao receptor. À medida que vão se transformando em • Diabetes tipo I: monômeros que conseguirão fazer efeito → Infância ou início da adolescência → Pode ser administrado por via venosa – útil na → Paciente não produz insulina – degradação das cetoacidose diabética (caso de urgência) células β pancreáticas (autoimune); → Coloração transparente insulin0dependente → Insulina liberada pelo SUS → Geralmente magro – quadro de cetose e desgaste proteico Análogos da insulina de ação curta: • Diabetes tipo II: LISPRO, ASPARTE E GLULISINA – forma de atuação muito → Senil (acima de 40 anos de idade) parecida → Geralmente usa hipoglicemiante oral, uma vez que o problema não está na síntese de insulina; há uma • Fazem um pico mais intenso que a insulina regular resistência na ação da insulina • Reposição prandial mais fisiológica do hormônio – se → Pode precisar de insulina, mas não é assemelha à rápida liberação fisiológica de insulina para insulinodependente captação da glicose após a alimentação → Geralmente obesos • Administração pouco antes da refeição – início de ação muito rápido (5 a 10 min) • Duração de ação: 3 a 4h (pouco tempo) – chance de se ter hipoglicemia pós-prandial = pois há um pico intenso com menor duração de efeito • Não é liberada pelo SUS • LISPRO → Sequência de dois resíduos de aminoácidos foram invertidas na molécula da insulina – não prejudica a ligação no receptor → Administrada em solução na forma de hexâmetros Classes e agentes farmacológicos – na circulação rapidamente dissocia-se, quase • A insulina foi isolada pela primeira vez em 1921 e instantaneamente, em monômeros após injeção SC utilizada em 1923 (rápido início de ação) • Atualmente, tem-se a insulina recombinante humana, → Vantagens: redução da prevalência de hipoglicemia feita com tecnologia de DNA recombinante e melhora moderada da A1C (hemoglobina glicada) • Apenas por via parenteral (subcutânea, intramuscular ou • ASPARTE: intravenosa) pois por via oral é facilmente degrada pelo → Substituição de aa da molécula fisiológica da sistema digestório insulina – prolina substituída por ácido aspártico; • Existem vários tipos de insulina no mercado, pois isso diminui a auto associação (formação de fisiologicamente existem dois momentos de liberação de hexâmetros) insulina: → Dissocia-se quase instantaneamente em → Grande pico de insulina logo após refeições rias em monômeros após injeção SC – rápido início de ação carboidratos → Perfil semelhante ao da insulina lispro → Necessário o mínimo de porte basal de insulina • GLULISINA: durante o dia a fim de manter a glicemia → Substituição de dois aa da molécula fisiológica de • Por isso, haverá combinações de tipos diferentes de insulina (lisina substituída por ácido glutâmico e da insulina, atendendo a necessidade de cada paciente asparagina por lisina) – diminui a auto associação (formação de hexâmetros) CLASSIFICAÇÃO DA INSULINA QUANTO AO TEMPO DE AÇÃO → Dissocia-se quase instantaneamente em • AÇÃO CURTA: monômeros após injeção C → Insulina regular – insulina zíncica cristalina solúvel → Perfil semelhante ao da insulina lispro e asparte em → Início do efeito: após 30 a 45 min relação ao tempo de ação → Pico: 2 a 3h (pico menor) Insulina de ação intermediária e de ação longa → Duração total: 4 a 6h (duração um pouco maior) → Tenta captar uma grande quantidade de glicose NPH (Suspensão de insulina isófana): para o interior das células (pico) logo após as refeições (administrar cerca de 30 a 45 min antes • Conjugada com zinco e protamina em tampão de fosfato da alimentação) = aumenta o tempo de duração e influencia na coloração → Estão na forma de moléculas de hexâmetros em • Apresenta ação intermediária solução aquosa em pH neutro (6 moléculas de • Esbranquiçada • Início de ação: 1 a 4h • Aprovada em 2006 pela FDA e em seguida • Duração: 10 a 16h = normalmente administrada 2x ao dia disponibilizada ao mercado • Não realiza pico, mas mantém os níveis de insulina • Em outubro de 2007, a única preparação de insulina adequados ao longo do dia inalável (Exubera) que se tinha no mercado nacional foi • Quando em diabetes tipo 2: paciente administra 1x ao retirada – começou a demonstrar uma certa irritação em dia antes de dormir, a fim de normalizar a glicemia de pacientes que já tinham algum problema respiratório jejum • Segurança pulmonar: não foi aprovada para crianças, • Em geral é administrada em conjunto com insulina de adultos com asma, bronquite, enfisema ou aqueles que ação rápida – insulina regular após as refeições abandonaram o fumo há seis meses • Disponível pelo SUS • Estudos mostraram que menos de 30% atingiram o nível- alvo de glicemia depois de 6 meses de tratamento GLARGINA (insulina ultralonga sem pico): Insulinoterapia • Início de ação: 1 a 4h • Duração de efeito: 20 a 24h (uma única administração ao dia) • Modificação na molécula fisiológica da insulina → Adicionando 2 aa na cadeia beta → Substituição de um tipo de aa na cadeia alfa → Isso faz com que haja uma insulina com duração de efeito muito maior → Proporciona uma melhor cobertura de insulina durante 24h do que a NPH com menor risco de causar hipoglicemia • Duração de efeito é longa: → Solúvel somente em pH 4 (ácido) → Precipita no tecido subcutâneo em pH 7,4 – a • Mistura de insulinas (para que não haja necessidade de liberação de monômeros ocorre aos poucos fazer várias administrações durante o dia) → Dissolução lenta e baixos níveis contínuos de • Insulina de ação intermediária + ação rápida (regular + insulina circulante NHP – fornecida pelo SUS): administrada 2x ao dia, antes Insulina Detemir: do desjejum e antes do jantar • Semelhante a liberação de insulina fisiológica: insulina de • Retirada do último AA da cadeia beta adicionando um curta duração várias vezes ao dia juntamente com as ácido graxo refeições + insulina de ação prolongada à noite (lispro, • Ação longa asparte ou glulisina + Glargina) • Ao ser injetada no sangue, se liga à albumina fazendo • LOCAIS DE APLICAÇÃO DA INSULINA com que sua liberação seja gradativa = se torna → Braços – parte externa e superior monômero e consegue interagir com seu receptor e → Coxas – parte anterior e lateral fazer efeito → Região abdominal – pela manhã; mais rápida • Chance reduzida de hipoglicemia absorção • Duração: 12 a 20h (depende da dose – normalmente feia → Região glútea 1x ao dia) → Deve ser feita um revezamento do local de • Tempo de ação inferior ao da Glargina aplicação a fim de evitar lipohipertrofia → Mais rápida absorção: abdômen > braço > nádega > coxa • Dispositivo para aplicar insulina: → Seringa – dada na unidade básica de saúde (precisa fiar na geladeira) → Caneta (menos erro de dose) – consegue graduar a quantidade de insulina; não precisa ficar em ambiente om temperatura controlada; mais fácil administração Forma inalada → Bomba de infusão de insulina – ➢ Libera insulina de ação muito curta; • Pó de insulina humana rDNA – comercializada para uso ➢ Liberação de pequena quantidade dessa pré-prandial e correção da glicemia em adultos com insulina ao longo de 24h; diabetes 1 e 2 ➢ Infusão basal de insulina que representa de 40 a 60% da dose total de insulina com objetivo de suprimir a produção de glicose entre as refeições e à noite ➢ Acionamento manual: bólus de refeição e bólus de correção (grande quantidade de insulina de uma só vez) ➢ Vantagem: sem várias injeções ao longo do dia, apenas após 6 dias faz-se nova perfuração ➢ Desvantagem: aparelho com alto custo ➢ A insulina comumente usada em bombas de infusão são análogos da insulina de ação curta
Monitoramento do tratamento de hiperglicemia
• Automonitorização da glicemia – glicosimetro (medida casual da glicemia • Monitoramento contínuo da glicose – aparelho que monitora ao longo do dia a glicose
Efeitos colaterais da insulinoterapia
• Os efeitos não são intensos • Se houver complicações a dose está incorreta (apenas reposição) • Pode ocorrer hipoglicemia → Atraso na refeição; consumo inadequado de carboidratos, dose de insulina demasiado grande → Risco de perda da percepção hipoglicêmica – se habitua aos sintomas e não percebe o início dos sintomas, quando percebe, glicemia está muito alterada → Tratamento: administração de glicose por via intravenosa ou ingestão de alimento • Efeitos da hipoglicemia no SNC → As consequências do excesso de insulina estão direta e indiretamente relacionadas ao efeito da hipoglicemia no SNC → Glicose é utilizada em quantidade apreciáveis pelo cérebro → As reservas de carboidratos no tecido neural são limitadas e as funções normais dependem de um suprimento contínuo de glicose → A redução de glicose pode causar: letargia, coma, convulsões, danos permanentes no cérebro e pode até levar à morte