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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

Campus Universitário – Bairro Eduardo Mondlane

3° Ano, 2° Semestre

Usinagem e Tratamento Térmico

Projecto de Torneamento de Peça G1

Discente:

Erasmo António Trinta Docente:

Lígio Manhique, Eng.

Pemba, Novembro de 2023


Projecto de Torneamento de Peça G1

Projecto de Torneamento de character avaliativo


apresentado a disciplina de Usinagem e Tratamento
Térmico, do Curso de Licenciatura em Engenharia
Mecânica, como requisito parcial para aprovação na
disciplina.

Leccionado pelo:

Docente: Lígio Manhique, Eng.

Universidade Lúrio

Pemba

i
Lista de Tabelas

Tabela 1 - Folha de Processo .......................................................................................................... 7


Tabela 2 - Operações e Ferramentas a Utilizar ............................................................................... 9
Tabela 3 - Ângulos recomendados para ferramentas de corte em funçao do material a ser usinado
....................................................................................................................................................... 11

ii
Lista de Ilustrações

Figura 1 - Ferramentas de Corte a Utilizar ..................................................................................... 9


Figura 2 - Peça Inicial ................................................................................................................... 15
Figura 3 - Realização da Operação 1 - Cilindrar à Direita ........................................................... 20
Figura 4 - Realização da Operação 2 - Desbastar à direita ........................................................... 21
Figura 5 - Realização da Operação 3 - Sangrar em Grandes Dimensões ..................................... 23
Figura 6 - Realização da Operação 4 - Sangrar em Grandes Dimensões ..................................... 24
Figura 7 - Realização do Corte ..................................................................................................... 25
Figura 8 - Realização do Corte ..................................................................................................... 25
Figura 9 - Peça Final Torneada em 2D ......................................................................................... 26
Figura 10 - Peça Final Torneada em 3D ....................................................................................... 27

iii
Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 6

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 6

2. Fluxograma de processo .......................................................................................................... 7

2.1. Ferramentas de Corte ........................................................................................................... 8

2.1.1. Propriedades Necessárias para as Ferramentas de Corte ................................................. 8

2.1.2. Selecção da Ferramenta de Corte ..................................................................................... 8

2.1.3. Operações e Ferramentas a Utilizar ................................................................................. 9

2.2. Ângulos de Corte das Ferramentas ...................................................................................... 9

2.3. Ângulos em Função do Material ........................................................................................ 11

2.4. Raio de Arredondamento da Ponta da Ferramenta ........................................................... 11

2.5. Avanço de Corte para Torno Mecânico ............................................................................. 13

2.6. Parâmetros de Corte Para Torneamento ............................................................................ 15

2.6.1. Velocidade de Corte ....................................................................................................... 15

2.6.2. Cálculo do Número de Rotações .................................................................................... 15

2.7. Cálculo da Aproximação do Anel Graduado ..................................................................... 18

2.8. Corte................................................................................................................................... 25

2.9. Cálculo do Toleranciamento .............................................................................................. 26

2.10. A Peça Final Torneada ................................................................................................... 26

2.10.1. Em 2D ............................................................................................................................ 26

2.10.2. Em 3D ............................................................................................................................ 27

2.11. Fluidos de Corte ............................................................................................................. 27

2.11.1. Funções dos Fluidos de Corte ........................................................................................ 27

2.11.2. Tipos de Fluidos de Corte para Torneamento ................................................................ 28

2.11.3. Critérios de Selecção dos Fluidos de Corte para Torneamento ..................................... 29

iv
2.11.4. Escolha do Fluido de Corte ............................................................................................ 29

3. Conclusão .............................................................................................................................. 31

3.1. Referências bibliográficas ................................................................................................. 32

v
1. Introdução

O processo de torneamento é uma prática fundamental na fabricação de peças mecânicas precisas


e funcionais. O projecto em questão foca na usinagem de uma peça do tipo G1, onde a precisão,
a qualidade e a exatidão das dimensões são essenciais para o funcionamento adequado do
componente.

Neste projecto de torneamento, o objectivo principal é empregar técnicas avançadas de usinagem


para produzir uma peça G1 conforme especificações técnicas rigorosas, garantindo sua
compatibilidade e desempenho ideal dentro de um sistema maior ou como parte de um
equipamento específico.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objetivo Geral:


 Desenvolver um projecto para o processo de torneamento da peça G1.

1.1.2. Objetivos Específicos:

 Elaborar um fluxograma que mapeie todas as etapas do processo de torneamento da peça


G1;
 Identificar as diferentes ferramentas de corte necessárias para cada etapa do processo;
 Definir critérios claro para a selecção das ferramentas de corte ideais;
 Apresentar as operações específicas de usinagem necessárias para fabricar a peça G1;
 Demonstrar a relação entre esses ângulos de corte das ferramentas de torneamento e a
qualidade do acabamento da superfície usinada.
 Calcular os principais parâmetros de corte, como velocidade de corte, número de
rotações, aproximação do anel graduado e tolerâncias;
 Avaliar a importância dos fluidos de corte no processo de usinagem e definir critérios
para a escolha do fluido ideal.

6
Processo de Torneamento N°. do desenho: 1
Peça: Peça tipo G1 Material: Aço Aprovado por:
Carbono Macio SAE
1020 Ø55 × 80 mm
Referência Normativa: ISO 9001/2008 Data: / /

2. Fluxograma de processo

Item Descrição Máquina/Sector Máquina/Equipamento


1 Aquisição de matéria-prima Departamento de Não aplicável
Compras
2 Recebimento de matéria-prima Controlo de Qualidade Trena, paquímetro,
relatório de análise
química do material
3 Cortar barra de 80 mm Usinagem (Célula de Serra de fita, paquímetro
Corte) 150 mm
4 Inspecionar peças cortadas Usinagem (Célula de Paquímetro 150 mm
Corte)
5 Tornear peça conforme desenho Usinagem Torno Mecânico
n°. 1 Horizontal, paquímetro,
micrômetro (25-50)
6 Eliminar rebarbas Usinagem Bancada
7 Inspecionar peça torneada Usinagem Paquímetro, micrômetro
conforme desenho n°. 1 (25-50)
8 Inspecionar peça conforme Controlo de Qualidade Paquímetro, micrômetro
desenho n°. 1 e matriz de
características
9 Armazenar peças para Almoxarifado Não aplicável
montagem
Tabela 1 - Folha de Processo

7
2.1. Ferramentas de Corte

2.1.1. Propriedades Necessárias para as Ferramentas de Corte

Segundo (Almeida, 2015), as principais propriedades desejáveis em um material para


ferramentas de corte podem ser assim listadas:

 Alta dureza;
 Tenacidade suficiente para evitar falha por fractura;
 Alta resistência ao desgaste abrasivo;
 Alta resistência à compressão;
 Alta resistência ao cisalhamento;
 Boas propriedades mecânicas e térmicas em temperaturas elevadas;
 Alta resistência ao choque térmico;
 Alta resistência ao impacto;
 Ser inerte quimicamente.

2.1.2. Selecção da Ferramenta de Corte

Para o torneamento da peça usar-se-a ferramentas de aço rápido.

As ferramentas de aço rápido são divididas em dois grandes grupos: aços ao tungstênio (W),
identificados pela letra “T”, e aços ao molibidênio (Mo), identificados pela letra “M”.

Assim, os principais elementos das ligas de aços rápidos são (CHIVERINI, 1979):

 Carbono (0,7% a 1,6%);


 Tungstênio (teores que podem chegar a 20%);
 Molibidênio (substituto parcial do tungstênio, para substituir 18% de W, necessita-se
apenas de aproximadamente 9% em peso de de Mo);
 Vanádio (1% a 5%);
 Cromo (teores sempre em torno de 4%);
 Cobalto;
 Enxofre (teores de 0,05% a 0,2%).

8
2.1.3. Operações e Ferramentas a Utilizar

Figura 1 - Ferramentas de Corte a Utilizar


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

1- Desbastar à direita;
2- Cilindrar à direita;
3- Sangrar com grande dimensão,
4- Cortar.

Operação Tipo de ferramenta utilizada


Torneamento cilíndrico externo Ferramenta/suporte para torneamento externo
Faceamento Ferramenta para torneamento externo com
ângulo de incidência lateral negativo
Sangrar e cortar Ferramenta de sangrar com perfil específico
para canais, de aço rápido
Tabela 2 - Operações e Ferramentas a Utilizar

2.2. Ângulos de Corte das Ferramentas

De acordo com Almeida (2015), As ferramentas de corte utilizadas em usinagem possuem


ângulos de corte que formam uma cunha, possibilitando a penetração no material e a retirada de
sobremetal para o alcance das medidas previstas no desenho.

As ferramentas de corte são fabricadas com o formato do perfil ou operação de usinagem que
será realizada.
9
2.2.1. Ângulo de Folga (α)

O ângulo de folga permite que que a usinagem ocorra sem o atrito entre a peça e a lateral da
ferramenta. Geralmente, para as ferramentas de aço rápido o ângulo α está entre 6° 12°.

2.2.2. Ângulo de Cunha (β)

O ângulo de cunha é responsável pelo corte pro[priamente dito do material que está sendo
usinado. Para as ferramentas de aço rápido o ângulo β está entre 55° a 75°.

2.2.3. Ângulo de Saída (γ)

É formado pela superfície de saída da ferramenta e pelo plano de referência medido no plano de
medida. Para tornear materiais tenazes (γ = 14°). Geralmente, nas ferramentas de aço rápido γ
está entre 8° e 18°.

A somas dos ângulos α, β e γ, medidas no plano de medida, é igual a 90°.

α + β + γ = 90°.

10
2.3. Ângulos em Função do Material

A tabela 3 apresenta os valores de ângulos de corte recomendados aos principais materiais


utilizados na indústria metalmecânica.

Tabela 3 - Ângulos recomendados para ferramentas de corte em funçao do material a ser


usinado

2.4. Raio de Arredondamento da Ponta da Ferramenta

Além dos ângulos de corte, outra parte importante da ferramenta é a ponta. Ela deve ser
arredondada de maneira adequada ao tipo de material e à operação que será realizada. O raio de
arredondamento é medido no plano de referência da ferramenta. Alguns valores que são
utilizados no arredondamento em função do material da ferramenta são:

Aço rápido: .

Em que:

: raio da ponta da ferramenta;

s: avanço; p: profundidade.
11
2.4.1. Raio da Ponta da Ferramenta - Operação 1: Ferramenta de Cilindrar à direita

Aço rápido: .

Realizar cilindramento com profundidade de 15 mm.

2.4.2. Raio da Ponta da Ferramenta - Operação 2: Ferramenta de Desbastar à direita

Aço rápido: .

Realizar faceamento com profundidade de 35 mm.

2.4.3. Raio da Ponta da Ferramenta - Operação 3: Ferramenta de Sangrar em


Grandes Dimensões

Aço rápido: .

Realizar cilindramento com profundidade de 15 mm.

12
2.4.4. Raio da Ponta da Ferramenta - Operação 4: Ferramenta de Sangrar em
Grandes Dimensões

Aço rápido: .

Realizar cilindramento com profundidade de 5 mm.

2.5. Avanço de Corte para Torno Mecânico

Segundo Almeida (2015), nas operações de usinagem é frequente a necessidade de operações de


avanço automático nos eixos longitudinal, transversal ou vertical, com as seguintes finalidades:

 Evitar acidentes causados por exposição do operador às partes móveis da máquina ao


acioná-la e aos fragmentos (cavacos ou respingod de fluido de corte) gerados nas
operações de usinagem;
 Conservação dos ângulos de corte da ferramenta, pois o movimento é uniforme;
 Controlo da rugosidade do acabamento da superfície da peça;
 Precisão das medidas feitas, pois não há variação da rugosidade nem pressão de corte.

O avanço é o percurso que a ferramenta faz em cada volta da peça ou da ferramenta na usinagem
e está relacionado à velocidade de corte e ao rpm do material. É expresso em milímetros por
miniuto (mm/min), em milímetros por rotação (mm/r), e é indicado pela letra S.

Nas operações de torneamento de desbaste, o raio da ponta da ferramenta deve ser o maior
possível, para conferir resistência durante a operação.

Na prática, utiliza-se a fórmula:

( ⁄ )

13
– raio da ponta fa ferramenta.

2.5.1. Avanço de Corte - Operação 1: Ferramenta de Cilindrar à direita

( ⁄ )

Realizar cilindramento com profundidade de 15 mm.

( ⁄ )

( ⁄ ) ⁄

2.5.2. Avanço de Corte - Operação 2: Ferramenta de Desbastar à direita

( ⁄ )

Realizar faceamento com profundidade de 35 mm.

( ⁄ )

( ⁄ ) ⁄

2.5.3. Avanço de Corte - Operação 3: Ferramenta de Sangrar em Grandes Dimensões

( ⁄ )

Realizar cilindramento com profundidade de 15 mm.

( ⁄ )

( ⁄ ) ⁄

2.5.4. Avanço de Corte - Operação 4: Ferramenta de Sangrar em Grandes Dimensões

( ⁄ )

Realizar cilindramento com profundidade de 5 mm.

( ⁄ )

( ⁄ ) ⁄

14
2.6. Parâmetros de Corte Para Torneamento

Os parâmetros de corte são os cálculos e os valores necessários para a correcta operação e a


preparação de máquinas de usinagem. Os parâmetros de corte correctamente utilizados nas
operações de usinagem conferem melhor desempenho, pois a máquina realizará menos esforço
durante a usinagem. As vantagens do processo são:

 Melhor aproveitamento da vida útil das ferramentas de corte;


 Economia de energia eléctrica;
 Melhor rendimento e conservação da máquina;
 Diminuição dos ruídos e vibrações gerados durante a usinagem;
 Economia de fluido de corte;
 Aumento da vida útil da máquina.

2.6.1. Velocidade de Corte

Segundo a tabela de Velocidade de Corte (V), a velocidade de corte para descastar o material de
Aço Carbono Macio 1020 é 25 m/min.

E a velocidade de corte para o acabamento do material de Aço Carbono Macio 1020 é 30 m/min.

Figura 2 - Peça Inicial


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

2.6.2. Cálculo do Número de Rotações

Nas operaões de torneamento é necessária a correcta selecção do número de rotações por minuto
para que a usinagem ocorra de maneira adequada, com as seguintes vantagens:
15
 Aproveitamento correcto do torque da máquina;
 Economia de energia eléctrica;
 Prudução de cavacos quebrados que são adequados para evitar acidentes;
 Aproveitamento da ferramenta de corte;
 Melhoria no acabamento e na precisão nas medidas da peça.

2.6.2.1. Cálculo do Número de Rotações para Desbaste

Dados:

D = 55 mm

V = 25 m/min

318 = Constante (simplificação de )

Fórmula:

Solução:

2.6.2.2. Cálculo do Número de Rotações para Acabamento - Operação 1 (Cilindrar à


Direita)

Dados:

D = 42 mm

V = 30 m/min

318 = Constante (simplificação de )

Fórmula:

Solução:

16
2.6.2.3. Cálculo do Número de Rotações para Acabamento - Operação 2 (Desbastar à
direita)

Dados:

D = 22 mm

V = 30 m/min

318 = Constante (simplificação de )

Fórmula:

Solução:

2.6.2.4. Cálculo do Número de Rotações para Acabamento - Operação 3 (Sangrar em


Grandes Dimensões)

Dados:

D = 42 mm

V = 30 m/min

318 = Constante (simplificação de )

Fórmula:

Solução:

17
2.6.2.5. Cálculo do Número de Rotações para Acabamento - Operação 4 (Sangrar em
Grandes Dimensões)

Dados:

D = 52 mm

V = 30 m/min

318 = Constante (simplificação de )

Fórmula:

Solução:

2.7. Cálculo da Aproximação do Anel Graduado

Fórmula para penetração axial:

Fórmula para penetração radial:

Fórmula para a resolução do anel graduado:

Fórmula para número de divisões a avançar no anel graduado:

18
2.7.1. Operação 1: Cilindrar à Direita

O torno mecânico possui no carro transversal um anel graduado com 200 divisões, sendo o passo
do fuso de 3mm. Para desbastar uma barra de aço ABNT 1020, o torneiro mecânico precisa
retirar 15 mm.

Pretende-se calcular quantas divisões o torneiro deve avançar para retirar a quantidade necessária
ao desbaste de 55 mm para 40 mm.

a) Penetração da Ferramenta (Radial):

b) Resolução do anel:

c) Número de divisões a avançar:

500 ÷ 200 = 2,5, ou seja, o anel fará 2,5 voltas.

19
Figura 3 - Realização da Operação 1 - Cilindrar à Direita
Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

2.7.2. Operação 2: Desbastar à direita

O torno mecânico possui no carro transversal um anel graduado com 200 divisões, sendo o passo
do fuso de 3mm. Para desbastar uma barra de aço ABNT 1020, o torneiro mecânico precisa
retirar 35 mm.

Pretende-se calcular quantas divisões o torneiro deve avançar para retirar a quantidade necessária
ao desbaste de 55 mm para 22 mm.

a) Penetração da Ferramenta (Axial):

b) Resolução do anel:

20
c) Número de divisões a avançar:

2200 ÷ 200 = 11, ou seja, o anel fará 11 voltas.

Figura 4 - Realização da Operação 2 - Desbastar à direita


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

2.7.3. Operação 3: Sangrar em Grandes Dimensões

O torno mecânico possui no carro transversal um anel graduado com 200 divisões, sendo o passo
do fuso de 3mm. Para desbastar uma barra de aço ABNT 1020, o torneiro mecânico precisa
retirar 35 mm.

Pretende-se calcular quantas divisões o torneiro deve avançar para retirar a quantidade necessária
ao desbaste de 55 mm para 40 mm.

a) Penetração da Ferramenta (Axial):

21
b) Resolução do anel:

c) Número de divisões a avançar:

1000 ÷ 200 = 5, ou seja, o anel fará 5 voltas.

22
Figura 5 - Realização da Operação 3 - Sangrar em Grandes Dimensões
Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

2.7.4. Operação 4: Sangrar em Grandes Dimensões

O torno mecânico possui no carro transversal um anel graduado com 200 divisões, sendo o passo
do fuso de 3mm. Para desbastar uma barra de aço ABNT 1020, o torneiro mecânico precisa
retirar 35 mm.

Pretende-se calcular quantas divisões o torneiro deve avançar para retirar a quantidade necessária
ao desbaste de 55 mm para 50 mm.

a) Penetração da Ferramenta (Axial):

b) Resolução do anel:

c) Número de divisões a avançar:

23
333 ÷ 200 = 1.6, ou seja, o anel fará 1,6 volta.

Figura 6 - Realização da Operação 4 - Sangrar em Grandes Dimensões


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

24
2.8. Corte

Figura 7 - Realização do Corte


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

Figura 8 - Realização do Corte


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

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2.9. Cálculo do Toleranciamento

Pretende-se calcular o toleranciamento para desbastar uma barra de aço ABNT 1020 sendo o
passo do fuso de 3mm.

2.10. A Peça Final Torneada

2.10.1. Em 2D

Figura 9 - Peça Final Torneada em 2D


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

26
2.10.2. Em 3D

Figura 10 - Peça Final Torneada em 3D


Fonte: Autor. Feito: AutoCAD 2022

2.11. Fluidos de Corte

Os fluidos de corte são substâncias desenvolvidas com a função de refrigerar a peça e a


ferramenta de corte durante a usinagem. A eficiência nos trabalhos de usinagem está
directamente ligada aos fluidos de corte, uma vez que influenciam no desempenho das operações
de corte.

2.11.1. Funções dos Fluidos de Corte

As principais funções dos fluidos de corte são:

 Lubrificação a baixa velocidade de corte;


 Refrigeração a altas velocidades de corte;
 Remoção dos cavacos da zona de corte;
 Protecção da máquina-ferramenta e da peça contra a oxidação.

27
2.11.2. Tipos de Fluidos de Corte para Torneamento

Existem diferentes tipos de fluidos de corte usados no processo de torneamento, cada um com
suas próprias características e aplicações específicas. Aqui estão alguns dos principais tipos:

1. Fluidos de corte à base de óleo: São compostos principalmente por óleo mineral ou
sintético, com aditivos para melhorar suas propriedades de lubrificação e refrigeração.
São eficazes em uma ampla gama de materiais e operações de usinagem, proporcionando
boa lubrificação e refrigeração. Podem ser menos agressivos para a pele e oferecer
melhor acabamento superficial.

2. Fluidos de corte à base de água: Geralmente, são misturas de água com aditivos
especiais, como agentes anticorrosivos, bactericidas e lubrificantes. Esses fluidos são
mais ecológicos e econômicos do que os à base de óleo, porém podem ser menos eficazes
em certos materiais e podem exigir maior atenção à manutenção para prevenir a corrosão.

3. Fluidos de corte semissintéticos: São uma combinação de óleo e água, oferecendo as


vantagens de ambos os tipos. Têm boa capacidade de refrigeração, são mais estáveis que
os fluidos à base de água e têm um desempenho superior em comparação com os fluidos
à base de óleo em algumas aplicações.

4. Fluidos de corte sintéticos: Feitos com compostos químicos totalmente sintéticos,


oferecem excelente capacidade de refrigeração e lubrificação. São adequados para uma
ampla gama de operações de usinagem e materiais, além de serem mais estáveis e menos
propensos a causar problemas de saúde relacionados à exposição prolongada.

5. Fluidos de corte especiais: Além dos tipos mais comuns, existem fluidos de corte
especializados, como os de alto desempenho para usinagem de metais específicos, fluidos
biodegradáveis ou aqueles desenvolvidos para operações de alta velocidade.

28
2.11.3. Critérios de Selecção dos Fluidos de Corte para Torneamento

A escolha dos fluidos de corte para torneamento é crucial para garantir a eficiência do processo e
a qualidade das peças usinadas. Vários critérios são considerados ao seleccionar o fluido de corte
mais adequado:

 Material da peça e ferramenta de corte;


 Operações de usinagem ;
 Refrigeração e lubrificação;
 Ambiente de trabalho;
 Custos e economia;
 Compatibilidade com o sistema de usinagem;
 Estabilidade e manutenção.

2.11.4. Escolha do Fluido de Corte

Para o torneamento da peça de aço macio SAE 1020 com diferentes operações de ferramentas, a
escolha do fluido de corte pode variar. Alguns fluidos de corte com base nas operações
realizadas:

1. Desbastar à direita: Para a operação de desbaste, onde é removida uma grande


quantidade de material, um fluido de corte à base de óleo ou semissintético é uma boa
escolha. Esses fluidos oferecem boas propriedades de lubrificação e refrigeração,
ajudando a reduzir o desgaste da ferramenta.

2. Cilindrar à direita: Durante a operação de cilindragem, que geralmente exige maior


precisão, um fluido semissintético ou sintético será apropriado. Eles fornecem
lubrificação consistente e eficaz para garantir um acabamento suave e uma vida útil
prolongada da ferramenta.

3. Sangrar com grande dimensão: Para operações de sangramento com dimensões


maiores, é essencial um fluido que ofereça boa capacidade de refrigeração, especialmente
quando há mais calor gerado. Fluidos sintéticos ou à base de água com aditivos
específicos para refrigeração é uma escolha adequada.

29
4. Cortar: Na operação de corte, onde é aplicada alta pressão e velocidade, um fluido
sintético ou semissintético que ofereça excelente lubrificação e refrigeração é crucial para
minimizar o desgaste da ferramenta e melhorar a eficiência do corte.

Considerando a necessidade de lubrificação, refrigeração e redução do desgaste das ferramentas


para essas diferentes operações de usinagem, os fluidos semissintéticos ou sintéticos são as
escolhas sólidas para o torneamento do aço SAE 1020.

30
3. Conclusão

Contudo, conclui-se que o projecto de torneamento da peça G1 representa uma análise


abrangente e detalhada do processo de torneamento, focando na produção precisa e eficiente por
meio da compreensão aprofundada dos parâmetros, ferramentas e métodos envolvidos.

Ao longo do projecto, exploramos minuciosamente cada etapa do processo de torneamento,


desde a selecção das ferramentas de corte até a determinação dos parâmetros ideais para cada
operação. O desenvolvimento do fluxograma de processo permitiu uma visualização clara e
estruturada de todas as etapas envolvidas na fabricação da peça G1.

Destacamos a importância da selecção criteriosa das ferramentas de corte, considerando suas


características, geometrias e materiais ideais para atender às demandas específicas do processo.
A compreensão dos ângulos de corte em função dos materiais, assim como o raio de
arredondamento da ponta da ferramenta, revelou-se essencial para garantir um acabamento de
alta qualidade na usinagem.

Além disso, abordamos os cálculos cruciais para determinar a velocidade de corte, número de
rotações, aproximação do anel graduado e tolerâncias adequadas, visando à precisão dimensional
da peça final.

Por fim, os fluidos de corte foram seleccionados, ressaltando sua importância na refrigeração,
lubrificação e prolongamento da vida útil das ferramentas durante o processo de usinagem.

31
3.1. Referências bibliográficas

Almeida, P. S. (2015). Processos de Usinagem: utilização e Aplicações das Principais Máquinas


Operatrizes. Sao Paulo: Editora Érica Ltda.

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