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P R O F . I S A B E L L A P A R E N T E
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A N ATO M I A E F I S I O LO G I A D O C Ó LO N

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E S Í N D R O M E D O I N T E S T I N O I R R I TÁV E L
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GASTROENTEROLOGIA Prof. Isabella Parente| Anatomia e Fisiologia do Cólon e Síndrome do Intestino Irritável 2

INTRODUÇÃO

PROF. ISABELLA
PARENTE

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Querido (a) aluno (a),
que bom ter você aqui, começando a leitura deste resumo. Por
meio dele, iniciaremos o estudo do Intestino e seus distúrbios,
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uma área bem importante da Gastroenterologia. Neste material
em especial, trouxe dois temas-chave para você: Anatomia e
Fisiologia Intestinal e Síndrome do Intestino Irritável.
“Anatomia e Fisiologia” não são temas diretamente tão

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cobrados nas provas, é fato. Porém assumem grande importância


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enquanto ciência básica, por permitirem a adequada compreensão


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de todas as outras doenças que afetam o intestino e reto. Já a


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“Síndrome do Intestino Irritável” tem-se mostrado um distúrbio


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funcional cada vez mais prevalente, na vida e na prova.


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Assim, preparei um resumo conciso e didático sobre tais


temas e peço que o leia com atenção. São poucas páginas que
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poderão fazer aquela diferença na sua aprovação!


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Prof. Isabella Parente



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@profaisabella @estrategiamed

/estrategiamed Estratégia MED

@estrategiamed t.me/estrategiamed

Estratégia
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SUMÁRIO

1.0 ANATOMIA E FISIOLOGIA COLORRETAL 4


1 .1 INTESTINO DELGADO 4

1.1.1 MICROSCOPIA 5

1.1.2 FISIOLOGIA 7

1 .2 INTESTINO GROSSO 8

1.2.1 FISIOLOGIA COLORRETAL 12

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2.0 SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL 13

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2 .1 CONCEITO 14

2 .2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 14

2 .3
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FISIOPATOLOGIA 15

2 .4 DIAGNÓSTICO 16

2 .5 TRATAMENTO 18

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3.0 LISTA DE QUESTÕES 20


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4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21


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5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22


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CAPÍTULO

1.0 ANATOMIA E FISIOLOGIA INTESTINAL


1. 1 INTESTINO DELGADO

Neste tópico, trataremos da porção mais distal do trato digestório: os intestinos (delgado e grosso) e o reto. O intestino delgado
estende-se do piloro (junção gastroduodenal) ao ceco (junção ileocecal) e é subdivido em DUODENO, JEJUNO e ÍLEO. Mede de 600 cm a
700 cm, sendo 20 cm de duodeno (porção mais curta) e o restante correspondendo ao íleo e jejuno. O intestino delgado é sede dos principais
eventos digestivos e, sobretudo, absortivos. Que tal falarmos brevemente sobre cada uma das porções do intestino?!

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• DUODENO: é a menor e mais larga porção do intestino delgado, possuindo forma
de C ao redor da cabeça do pâncreas. Compreende da junção gastroduodenal

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até o ângulo duodenojejunal, sustentado pelo ligamento de Treitz. O duodeno
é quase inteiramente retroperitoneal, sendo a única porção fixa do intestino
delgado. A mucosa duodenal apresenta algumas dobras ou pregas circulares
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denominadas de válvulas ou pregas de Kerckring (válvulas coniventes),
presentes em todo o intestino, porém bem desenvolvidas no duodeno e jejuno.
Outro ponto importante diz respeito à vascularização do duodeno. As
artérias que irrigam o duodeno se originam do tronco celíaco (artéria

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pancreaticoduodenal superior) e da artéria mesentérica superior (artéria


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pancreaticoduodenal inferior). Figura 1. Representação esquemática do duodeno,


demonstrando sua forma em “C”, sua íntima relação
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com o pâncreas e a desembocadura da papila


duodenal maior. Fonte: Shutterstock.
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Você lembra quais os ramos originários do


tronco celíaco?!
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O chamado “tronco celíaco”, responsável


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por parte da irrigação do duodeno e de outras


vísceras abdominais, emerge da aorta abdominal


e, em 89% dos indivíduos, emite três ramos: a
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artéria gástrica esquerda, a artéria esplênica e a


artéria hepática comum.
A artéria hepática comum divide-se em
artéria gastroduodenal, para irrigar pâncreas
e duodeno, e em artéria hepática própria, que
irriga o fígado.
Figura 2. Representação esquemática do tronco celíaco e sua relação com o fígado,
baço, estômago e pâncreas. O tronco celíaco emite três ramos: artéria gástrica
esquerda, que irriga estômago e porção inferior do esôfago; artéria esplênica,
que irriga pâncreas, baço e fundo gástrico; e a artéria hepática comum, que irriga
vesícula biliar, parte do estômago, pâncreas, duodeno e fígado.

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• JEJUNO E ÍLEO: não existe nenhum marco anatômico que estabeleça


exatamente onde acaba o jejuno e onde se inicia o íleo. Considera-se que
o jejuno corresponda aos 2/5 proximais e o íleo, aos 3/5 distais. O jejuno
costuma ter uma cor mais avermelhada do que o íleo, além de apresentar
parede mais espessada e válvulas de Kerckring mais proeminentes (assim
como o duodeno). Além disso, os vasos mesentéricos do jejuno formam
poucas arcadas com os vasos retos longos, ao passo que os ileais formam
múltiplas arcadas. Jejuno e íleo são exclusivamente intraperitoneais e
envoltos por mesentério. O jejuno e íleo são irrigados pelos vasos retos

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por meio dos arcos arteriais originários da artéria mesentérica superior.

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1.1.1 MICROSCOPIA

A parede do intestino delgado é composta por quatro das células dessa camada (enterócitos absortivos) apresentam
camadas, assim dispostas “de dentro para fora”: MUCOSA, microvilosidades, com cerca de 1 micrômetro de comprimento,

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SUBMUCOSA, MUSCULAR PRÓPRIA e SEROSA. Dentre elas, constituindo a chamada “borda em escova”. A principal função
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destacaremos a CAMADA MUCOSA pela sua importância nas dessas vilosidades e microvilosidades é aumentar a superfície
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questões de prova. absortiva do intestino.


Pregas, vilosidades, microvilosidades!!!! Entendo que às
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A camada mucosa é a mais interna, fazendo interface direta


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com o conteúdo do lúmen intestinal. É dividida em três camadas: vezes fica difícil enxergar como tudo isso funciona anatomicamente,
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camada muscular da mucosa, lâmina própria e camada epitelial. A não é mesmo?! Pensando nisso, trouxe algumas imagens bem
lâmina própria é rica em células de defesa. interessantes. Garanto que, depois de analisá-las atentamente,
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A camada mucosa apresenta vilosidades, projeções ficará bem mais fácil de compreender como se organiza a macro e

mucosas de cerca de 1 mm de comprimento. Além disso, algumas microanatomia do intestino delgado.


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Figura 3. A) Intestino delgado, seu lúmen e suas camadas. B) Visão mais aproximada das paredes intestinais, mostrando uma prega intestinal. C) Visão aproximada de
vilosidade, mostrando as células que a compõe. D) Enterócito absortivo, componente da camada mucosa, e suas microvilosidades, as quais constituem a chamada
“borda em escova”.

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Você sabia que a combinação das válvulas de Kerckring,


vilosidades e microvilosidades aumentam a área absortiva
da mucosa intestinal em cerca de 1.000 vezes, perfazendo
uma superfície absortiva equivalente a 250 metros
quadrados?!

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Figura 4. Representação das válvulas coniventes.
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1.1.2 FISIOLOGIA

O intestino delgado assume, principalmente, dois importantes papéis: o de continuar a DIGESTÃO iniciada na cavidade oral e no

estômago e o de propiciar a ABSORÇÃO de grande parte dos nutrientes provenientes da dieta. Além disso, o intestino delgado também tem,
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no hall de suas atribuições, o PERISTALTISMO, a FUNÇÃO ENDÓCRINA e a FUNÇÃO IMUNOLÓGICA.


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• DIGESTÃO E ABSORÇÃO: dos 8 a 10 litros de líquidos que passam diariamente pelo intestino delgado, apenas 500 mL ou menos
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penetram o cólon, tamanha a importância absortiva do intestino delgado. A maioria dos nutrientes provenientes da dieta é
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absorvida pelo intestino delgado e cada nutriente apresenta uma porção específica em que é mais bem absorvido. Isso é cobrado
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nas provas de Residência Médica. Por isso trouxe esta tabela que representa um RESUMO dos locais de absorção dos principais
nutrientes, segundo consta no “Tratado de Cirurgia” do Sabiston, uma das principais referências para as provas.
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Absorção de Nutrientes segundo Porção do Intestino Delgado

Porção Nutrientes Absorvidos


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Duodeno Aminoácidos, dissacarídeos, ferro, eletrólitos, água

Dissacarídeos, monossacarídeos, ácidos graxos livres, monoglicerídeos, ácido fólico, vitaminas


Jejuno
lipossolúveis (A, D, E e K), Ca, Mg, Zn, Cu

Íleo Vitamina B12, ácidos biliares

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• PERISTALTISMO: o produto parcial da digestão do bolo alimentar, conhecido como quimo, atinge o duodeno após passar pelo
estômago e é movido distalmente no intestino delgado por meio de uma série complexa de contrações musculares, chamada de
peristaltismo, que ocorre nesse órgão.

• FUNÇÃO ENDÓCRINA: o intestino delgado é considerado o maior órgão endócrino do corpo humano. Inúmeros hormônios são
aí secretados, como é o caso de gastrina, colecistoquinina, secretina, somatostatina, peptídeo liberador de gastrina, motilina,
peptídeo intestinal vasoativo, entre vários outros.

• FUNÇÃO IMUNOLÓGICA: diariamente, milhares de patógenos chegam ao intestino delgado provenientes da nossa alimentação e
raramente algum deles nos causa algum mal. Você já tentou imaginar por que isso acontece?! Nosso sistema digestivo dispõe de
uma série de mecanismos capaz de eliminar esses patógenos estranhos e, entre eles, destaca-se a função imunológica exercida

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pelo intestino delgado.

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1. 2 INTESTINO GROSSO

Também chamado de cólon, constitui, juntamente ao reto, um tubo de aproximadamente 150 centímetros de comprimento e é
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subdividido em apêndice, ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmoide. O cólon sigmoide conecta-se ao
reto funcionando como um reservatório fecal e correspondendo à porção final do trato gastrointestinal. Veja a imagem abaixo:

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Figura 5. Ilustração representativa do intestino grosso e suas partes.

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O intestino delgado conecta-se ao intestino grosso por meio da válvula ileocecal, sendo menos calibroso. Além disso, o intestino
grosso possui faixas musculares longitudinais denominadas de tênias (tênia mesocólica, tênia omental e tênia livre), que seguem todo seu
comprimento. Apresenta também projeções adiposas que se assemelham ao omento, denominadas de apêndices omentais, e saculações
das paredes do cólon entre as tênias.
Difícil entender sem uma imagem, não é?! Veja a representação dessas estruturas anatômicas na imagem abaixo:

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Figura 6. Observe, nesta ilustração, uma representação de parte do intestino grosso. Visualize as três tênias, as saculações e os apêndices omentais.
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Falarei rapidamente de cada uma das partes do intestino grosso para você!
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• CECO E APÊNDICE VERMIFORME: o ceco localiza-se no quadrante inferior direito do abdome e ali está situada a papila ileal
(válvula ileocecal), através da qual o conteúdo ileal desemboca no intestino grosso. Essa papila tem importância anatômica por
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impedir o refluxo do conteúdo cecal para o íleo. Já o apêndice é um tubo em fundo cego de 8 a 10 centímetros que contém

tecido linfoide, originando-se na face posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. O apêndice tem sua extremidade
proximal relativamente constante, entretanto sua extremidade pode assumir uma série de posições, sendo retrocecal em 65% dos
casos. Quando inflamado, gera “apendicite aguda”, com dor caracteristicamente na fossa ilíaca direita, justamente pela topografia
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anatômica apendicular.

VASCULARIZAÇÃO DO CECO E APÊNDICE

Irrigação arterial: o ceco é irrigado pela artéria ileocólica, ramo da artéria mesentérica superior (AMS). Já o apêndice
é irrigado pela artéria apendicular, um ramo da artéria ileocólica.

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• CÓLON: é subdivido em ascendente, transverso, descendente e sigmoide. O cólon ascendente desloca-se cranialmente a partir
do cólon sigmoide, virando à esquerda na flexura direita do cólon (flexura hepática), quando passa a se chamar cólon transverso.
O cólon transverso é a porção mais longa (cerca de 45 cm) e móvel do intestino grosso. Localiza-se transversalmente, da flexura
hepática à flexura esquerda do cólon (flexura esplênica), e é totalmente revestido pelo peritônio visceral. A flexura esplênica
costuma ser mais alta e mais aguda do que a hepática. O cólon descendente vai da flexura esplênica até a fossa ilíaca esquerda, de
forma descendente, continuando-se com o cólon sigmoide. Este apresenta formato de letra “S”, conectando o cólon descendente
ao reto. A junção retossigmoide é demarcada pelo fim das tênias colônicas, a cerca de 15 centímetros do ânus. Por ter um
mesentério longo, o cólon sigmoide está sujeito a torções chamadas de vólvulos, ou volvos, que serão ensinadas pela equipe de
professores da Cirurgia.

Outro conhecimento muito importante e exigido nas provas de Residência Médica diz respeito à vascularização do intestino. Como
estudar irrigação pode ser algo bem complexo se estivermos apenas lendo, lançaremos mão do recurso visual. Assim, de imediato, peço que
observe este interessante desenho esquemático que representa a irrigação do intestino grosso:

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Tente localizar a artéria mesentérica superior (AMS)! É um ramo da aorta e está representada do lado direito. Localizou?! Perceba
agora que essa artéria emite alguns ramos: artéria ileocólica, artéria cólica direita e artéria cólica média. A artéria ileocólica irriga o íleo
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terminal, o ceco e o apêndice. A artéria cólica direita supre o cólon ascendente, a flexura hepática e comunica-se com a artéria cólica média
(forma a arcada colateral marginal). Por fim, observe a artéria cólica média. Ela emite dois ramos, um para o lado esquerdo, que irriga o cólon
transverso proximal, e outro para o lado direito, irrigando o cólon transverso distal.
Agora, focaremos no outro ramo da aorta, a artéria mesentérica inferior (AMI). Localizou?! Perceba que a artéria mesentérica inferior
também emite ramos: a artéria cólica esquerda e as artérias sigmóideas! A artéria cólica esquerda irriga a porção distal do cólon transverso,
a flexura esplênica e o cólon descendente. As artérias sigmóideas, por sua vez, irrigam o cólon sigmoide.
Por fim, peço que observe a arcada de Riolan! Essa arcada conecta diretamente as porções proximais da AMS com a AMI, por meio das
artérias cólica média e cólica esquerda, respectivamente, e é essencial em situações em que uma das duas importantes artérias sofre oclusão,
de forma que seu fluxo pode, inclusive, mudar de direção a depender do local de oclusão! Já deu para perceber que essa arcada tem uma
importância ímpar nos casos de isquemia mesentérica, não é mesmo?!

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A VASCULARIZAÇÃO DO INTESTINO GROSSO E SEUS PONTOS CRÍTICOS


PONTO DE GRIFFITHS 🡪 corresponde ao ângulo ou à flexura esplênica. Nessa área, a circulação colateral
é mais inconsistente e, consequentemente, esse ponto está mais vulnerável aos processos isquêmicos.
PONTO DE SUDECK 🡪 corresponde ao limite entre o território irrigado pelas artérias sigmoideas e o
irrigado pela artéria retal superior, na transição entre o cólon sigmoide e o reto (flexura retossigmoidea).
Também é ponto crítico para isquemia pela deficitária rede de colaterais.

Preparei um quadro com um resumo da irrigação arterial do cólon. Que tal dar uma olhada? Ele está logo ali:

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VASCULARIZAÇÃO DOS CÓLONS

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Irrigação arterial: Cólon ascendente 🡪 artérias ileocólica e cólica direita (ramos da AMS)
Cólon transverso 🡪 artéria cólica média (ramo da AMS) – principal
Artérias cólica direita e esquerda (artéria marginal)
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Cólon descendente e sigmoide 🡪 artérias cólica esquerda e sigmóidea (ramos da artéria mesentérica inferior – AMI)

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• RETO E CANAL ANAL: o reto corresponde à porção distal


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do intestino grosso, continuando-se com o canal anal e


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medindo de 12 cm a 15 cm. A separação entre reto e canal


anal é feita internamente pela linha pectínea. O reto é órgão
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fixo, retroperitoneal e subperitoneal. Assim, o peritônio


recobre as faces anterior e lateral do 1/3 superior retal, a
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face anterior do 1/3 médio (porções retroperitoneais, ou


seja, ficam atrás do peritônio) e não cobre o 1/3 inferior


(que é, portanto, subperitoneal).
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É importantíssimo saber que o reto NÃO TEM TÊNIAS NEM parte do reto que recebe e armazena o bolo fecal, até que ele seja
APÊNDICES EPIPLOICOS. Tal órgão apresenta três involuções expelido com a defecação.
ou dobras chamadas de VALVAS DE HOUSTON (superior, média O canal anal vai da linha pectínea ao ânus e mede entre 2,5
e inferior). Apesar do nome, elas NÃO APRESENTAM FUNÇÃO cm e 3 cm, sendo circundado por dois esfíncteres que possibilitam
DE VÁLVULA, ou seja, NÃO IMPEDEM FLUXO ALGUM. A valva de a continência fecal: o esfíncter anal interno, involuntário, profundo,
Houston média (ou prega de KOHLRAUSCH) coincide com a reflexão formado por musculatura lisa circular e o esfíncter anal externo,
peritoneal e com o limite superior da AMPOLA RETAL, que é a voluntário, formado por musculatura estriada.

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A irrigação do reto superior é feita por meio da artéria retal superior (originária da AMI), enquanto o reto médio e inferior é suprido
pelas artérias retais médias (ramo da artéria ilíaca interna). O canal anal, por sua vez, é irrigado pela artéria retal inferior (ramo da artéria
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pudenda). A drenagem venosa é feita por veias homônimas às artérias. A veia retal superior drena para o sistema venoso porta, enquanto as
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veias retais médias e inferiores o fazem para o sistema venoso sistêmico.


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1.2.1 FISIOLOGIA COLORRETAL


As principais funções do intestino grosso são absorção de água e eletrólitos, seguida do armazenamento e eliminação do material
fecal. A maior parte da absorção ocorre na metade proximal do cólon, também chamada de cólon absortivo. A porção mais distal do cólon
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tem como principal função o armazenamento das fezes, por isso é chamada de cólon de armazenamento. Entretanto a fisiologia colorretal é
muito complexa e contempla alguns outros tópicos relevantes:

• FLORA COLÔNICA: o cólon apresenta uma flora bem mais rica do que o intestino delgado. Estima-se que mais de 400 espécies
diferentes de bactérias habitem o cólon, totalizando cerca de 1011 a 1012 bactérias por grama de conteúdo fecal. Essa rica flora
colônica tem papel fundamental na defesa do intestino contra patógenos invasores e na formação de nutrientes, como a vitamina
K.

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• ABSORÇÃO: o cólon apresenta uma área absortiva de cerca de 900 cm2, inferior à do intestino delgado, porém ainda bastante
expressiva. De 1 a 1,5 litros de conteúdo que adentra o cólon, apenas 100 mL a 150 mL é eliminado nas fezes. O cólon absorve
sobretudo água e eletrólitos (sódio e cloro).

• SECREÇÃO: as células do intestino grosso, ao contrário das células do intestino delgado, não secretam enzimas, mas sim MUCO.
Esse muco tem pH alcalino, protege a parede intestinal dos ácidos fecais e de patógenos luminais.

• MOTILIDADE: os movimentos colônicos são mais lentos do que os movimentos do delgado e dividem-se em “movimentos
de mistura”, que permitem que o material fecal seja revolvido e totalmente exposto à mucosa intestinal, tornando possível o
processo absortivo, e “movimentos de massa”, com caráter propulsivo, que empurram o conteúdo luminal em direção ao reto para
possibilitar a defecação.

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• FORMAÇÃO DAS FEZES: após a absorção da água e dos eletrólitos pelo intestino e a ação das bactérias componentes da flora
intestinal, as fezes são formadas. Fezes são compostas por 75% de água e 25% de material sólido (bactérias, gordura, matéria

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inorgânica, proteínas e restos alimentares não diferidos).

• DEFECAÇÃO: você sabia que o reto fica vazio a maior parte do tempo?! Quando ocorre movimento de massa suficiente para forçar
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as fezes em direção ao reto, surge a vontade de evacuar.

CAPÍTULO

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2.0 SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL


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A síndrome do intestino irritável é uma entidade muito comum, afetando cerca de 10% da população mundial.
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Provavelmente, você já se deparou com alguns pacientes que exibiam uma suspeita para esse diagnóstico ao longo da sua
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vida acadêmica, não é mesmo?! A síndrome do intestino irritável costuma ser cobrada com relativa frequência nas provas de
o

Residência Médica e, por esse motivo, traremos os principais aspectos acerca dessa condição nas próximas páginas. Vamos

juntos?!
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Observe atentamente a imagem abaixo. Ela não está aí à toa. O que você vê?

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Isso mesmo! São mulheres jovens que parecem apresentar dor abdominal localizada no abdome inferior de intensidade
variável. Gostaria que você memorizasse essa imagem como um protótipo dos portadores da síndrome do intestino irritável.
Você já terá uma excelente pista sobre quando desconfiar desse diagnóstico.

2. 1 CONCEITO

A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio funcional do trato gastrointestinal, que se caracteriza por dor abdominal crônica
de variável intensidade e alteração do hábito intestinal (diarreia e/ou constipação). Trata-se de doença crônica e recidivante, com períodos
de piora e melhora.

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Afeta cerca de 10-20% dos adolescentes e adultos, sendo duas a três vezes mais comum em mulheres. A faixa etária gira em torno
de 20 a 30 anos e algumas condições podem associar-se à SII, como depressão, ansiedade, dispepsia funcional, fibromialgia e somatização.

2. 2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

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Agora, detalharemos as principais manifestações clínicas da SII, a começar pela dor abdominal.

DOR ABDOMINAL: é critério obrigatório para o diagnóstico, apresentando intensidade variável. Costuma apresentar-se como cólica
transitória e recidivante.

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Alguns fatos interessantes sobre a dor abdominal na SII devem ser pontuados, pois frequentemente são abordados nas questões:
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• Não costuma acordar o paciente durante o sono;


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• Raramente determina anorexia ou desnutrição;


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• Melhora com a eliminação de fezes e flatos;


• Piora com alimentação;


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• Piora com estresse;


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• Pode piorar na fase menstrual ou pré-menstrual.


Assim, se você se deparar na prova com uma dor abdominal que fuja desse padrão, DESCONFIE! É provável que o diagnóstico NÃO seja
síndrome do intestino irritável!
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ALTERAÇÃO DO HÁBITO INTESTINAL: pode incluir predominância de diarreia, predominância de constipação, alternância entre
diarreia e constipação ou até hábito intestinal normal que periodicamente cursa com diarreia e/ou constipação. No caso das formas
diarreicas, geralmente, encontraremos um aumento da frequência de evacuação associada a volumes fecais pequenos. As fezes podem
conter muco, porém não apresentam sangue ou gordura. As formas constipantes podem ser acompanhadas de tenesmo e sensação
de evacuação incompleta.

OUTROS SINAIS/SINTOMAS: paciente portador de SII pode exibir flatulência e sintomas do trato gastrointestinal superior (dispepsia,
náuseas e vômitos).

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2. 3 FISIOPATOLOGIA

A fisiopatologia da SII ainda não está totalmente elucidada, sendo provavelmente multifatorial. Tradicionalmente, alterações na
motilidade gastrointestinal e hipersensibilidade visceral são sempre citadas. Ultimamente, vários outros fatores também têm sido destacados.
A imagem abaixo sintetiza bem os principais pontos implicados na fisiopatologia desse distúrbio:

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HIPERSENSIBILIDADE VISCERAL: os portadores de SII apresentam resposta sensorial exacerbada ao estímulo visceral.
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MOTILIDADE ANORMAL: a motilidade intestinal alterada pode ser expressa como aumento da frequência e irregularidade das
contrações luminais, trânsito intestinal lentificado (forma constipante) ou resposta motora exacerbada após refeições (forma diarreica).
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DESREGULAÇÃO NEURAL CENTRAL: estresse e distúrbios emocionais acentuam os sintomas da SII, e fármacos que atuam no córtex
cerebral atenuam tais sintomas, o que sugere a participação do sistema nervoso central na patogênese da doença.

DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS: até 80% dos portadores de SII exibem transtornos psiquiátricos associados (por exemplo, ansiedade e
depressão). Essa associação é muito comum nas provas!

SII PÓS-INFECCIOSA: cerca de 1/3 dos portadores de SII apresentaram clínica similar a uma gastroenterite no início do quadro clínico.

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ATIVAÇÃO IMUNE E INFLAMAÇÃO DA MUCOSA: alguns portadores de SII apresentam sinais de inflamação leve da mucosa intestinal.
Número aumentado de linfócitos e mastócitos tem sido observado no intestino de portadores de SII, bem como níveis plasmáticos
elevados de citocinas inflamatórias.

ALTERAÇÃO DA FLORA INTESTINAL: a disbiose intestinal poderia alterar a permeabilidade intestinal e aumentar a apresentação de
antígenos, ativando mastócitos de forma mais significativa, cuja degranulação contribuiria para os sinais e sintomas da SII. Entretanto
existem estudos com resultados conflitantes, de modo que o papel da flora intestinal relacionado à SII ainda permanece incerto.

ANORMALIDADES NAS VIAS SEROTONINÉRGICAS: a serotonina atua na regulação da motilidade gastrointestinal e na percepção
visceral. Alguns portadores de SII, sobretudo com predomínio de diarreia, apresentam aumento colônico das células enterocromafínicas
que contêm serotonina, além de um aumento nos níveis plasmáticos de serotonina, quando comparados a indivíduos sadios.

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GENÉTICA: fatores genéticos influenciam, de forma modesta, o desenvolvimento da SII.

2. 4 DIAGNÓSTICO

co
s.
Finalmente, chegamos a essa parte fundamental do nosso resumo sobre SII!
Alguns critérios foram criados para melhor definir essa síndrome e, atualmente, utilizamos os critérios de ROMA IV, atualização
realizada em 2016 dos antigos critérios de ROMA III. E em que consiste esse critério?! Trago-o abaixo com um pedido: MEMORIZE-O! Ele é
um dos itens mais cobrados nas provas de Residência Médica em se tratando de SII.

eo
o
ub

Critérios Diagnósticos de ROMA IV para Síndrome do Intestino Irritável


ro
id
é

Dor abdominal recidivante, pelo menos 1x por semana nos últimos 3 meses
o

Associada a dois ou mais dos seguintes critérios:


a

1. Relação com evacuação


dv
pi

2. Mudança na frequência das evacuações


3. Mudança no aspecto das fezes


me

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Por ser um distúrbio funcional, a SII não leva a NENHUMA ALTERAÇÃO NOS EXAMES, sejam eles laboratoriais,
endoscópicos ou exames de imagem. Também o exame físico não costuma exibir alterações significativas, embora alguma
dor abdominal possa existir à palpação. Assim, após uma anamnese detalhada com a adequada caracterização dos sinais
e sintomas apresentados pelo paciente e de um exame físico que provavelmente não revelará nenhuma alteração, NÃO
DEVEMOS SUBMETER nosso paciente suspeito para SII a uma propedêutica diagnóstica extensa. Alguns exames podem ser
solicitados pensando nos diagnósticos diferenciais, como hemograma, parasitológico de fezes, pesquisa de anticorpos para
doença celíaca, TSH, PCR e VHS, pesquisa de elementos fecais anormais etc.

Tão ou mais importante do que saber quando pensar em SII é saber QUANDO NÃO PENSAR nesse diagnóstico. Nesses casos, o paciente
merece ser mais bem investigado.

m
Quando pensar em outros diagnósticos que não SII?

co
Início dos sintomas > 50 anos Diarreia que persiste após 48 horas de jejum
Perda de peso inexplicada Diarreia noturna
Fezes esteatorreicas Exames laboratoriais alterados (anemia, PCR elevado, aumento
Fezes com sangue de calprotectina fecal etc.)
s.
Dor abdominal com piora progressiva História familiar de câncer colorretal ou DII

Legenda. DII: doença inflamatória intestinal



eo

Que tal um fluxograma para sintetizar o algoritmo diagnóstico da SII?!


o
ub
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Critérios ROMA IV preenchidos


id

pelo paciente!
é
o

Apresenta sinais de alarme? > 50


anos, perda de peso, sangue nas
a

SIM NÃO
dv
pi

fezes, anorexia, sintomas noturnos,


dor abdominal com piora

progressiva, história familiar de


câncer colorretal ou DII
me

Pensar em outro Considerar exames laboratoriais


disgnóstico! (caso a caso):
EXAMES EXAMES
Investigar melhor! - Hemograma completo
NORMAIS ALTERADOS
- TSH
- Sangue oculto nas fezes
- Pesquisar doença celíaca
- Pesquisar elementos fecais anormais

Diagnosticada Pensar em outro


síndrome do disgnóstico!
instestino irritável Investigar melhor!

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2. 5 TRATAMENTO

A primeira parte do tratamento é orientar bem o paciente sobre sua doença, sobre os possíveis fatores de melhora e de piora e sobre
sua cronicidade e possibilidade de recorrência. Devemos tranquilizar o paciente de que ele não tem uma doença grave e ameaçadora à vida,
mas, ao mesmo tempo, sem menosprezar o que o doente sente! Abaixo, você conferirá os principais tópicos acerca do tratamento dessa
condição:

DIETA: o paciente deverá excluir da dieta alimentos que sabidamente o fazem piorar dos sintomas, porém sem que isso culmine em
uma dieta nutricionalmente deficitária. Cada vez mais tem sido defendida a adoção de dieta com baixo teor de oligossacarídeos, dissacarídeos,
monossacarídeos e polióis fermentáveis (FODMAPs), o que melhoraria significativamente os sintomas dos pacientes. Advoga-se, portanto,
uma dieta rica em fibras e substâncias que aumentem a massa fecal. Ademais, a suplementação com psyllium, uma fibra solúvel, tem-se

m
demonstrado benéfica tanto na diarreia quanto na constipação.

co
ATIVIDADE FÍSICA: estudos demonstram que a prática de atividade física promove melhor controle dos sintomas da SII.

ANTIESPASMÓDICOS: os anticolinérgicos (hioscina, escopolamina) inibem o reflexo gastrocólico e possibilitam o alívio das cólicas
relacionadas ao espasmo intestinal, proporcionando melhora dos sintomas relacionados à SII.
s.
ANTIDEPRESSIVOS: você sabia que alguns antidepressivos, além de melhorarem o humor, apresentam efeito analgésico, o que os
tornam possíveis aliados no tratamento da SII?! Os antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina e imipramina) apresentam

eo

propriedades anticolinérgicas e, por esse motivo, promovem uma lentificação do trânsito gastrointestinal, auxiliando no subtipo diarreico
o

da SII. Já os inibidores seletivos da receptação da serotonina (ISRS), como a paroxetina, fluoxetina e citalopram, agem de forma contrária
ub

aos antidepressivos tricíclicos, promovendo uma aceleração do trânsito gastrointestinal, o que sugere benefício no seu uso nas formas
ro

constipantes da SII.
id
é
o

MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL: atualmente, não existem dados que sustentem o uso de nenhum antibiótico de rotina nessa

entidade clínica. Já o uso dos probióticos tem demonstrado benefício quanto ao alívio da dor abdominal, distensão e flatulência nos portadores
a

de SII.
dv
pi

ANTIDIARREICOS:opioides com ação periférica são excelentes drogas no tratamento da diarreia por SII. A loperamida, um agonista
do receptor opioide, reduz a peristalse e a secreção de fluidos intestinais, retardando o trânsito intestinal e reduzindo a perda de fluidos e
eletrólitos.
me

LAXATIVOS OSMÓTICOS: os laxativos osmóticos auxiliam no tratamento da constipação, porém sem benefício quanto à dor abdominal.
Dentre eles, destaca-se o polietilenoglicol por apresentar baixo custo e poucos efeitos colaterais quando comparado ao leite de magnésia e
à lactulose.

AGONISTAS E ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DA SEROTONINA: os antagonistas dos receptores da serotonina diminuem a percepção
da estimulação visceral dolorosa e retardam o trânsito gastrointestinal, tendo utilidade nos casos de diarreia por SII. Já os agonistas dos
receptores da serotonina, por sua vez, estimulam o trânsito gastrointestinal. O tegarosede, fármaco dessa classe, foi utilizado com sucesso na
SII com constipação. No entanto foi retirado do mercado por aumentar eventos cardiovasculares.

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Outros medicamentos, como os ativadores dos canais de cloreto (lubiprostona) e os agonistas da guanilato-ciclase C (linaclotida),
podem ser utilizados no tratamento da SII de forma constipante.
Muita coisa, não é mesmo?!
A boa notícia é que estamos quase chegando ao final. Para "fechar com chave de ouro", que tal uma bela tabela sintetizando as drogas
utilizadas no tratamento da SII?!

MANEJO DA SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL

Evitar FODMAPs
Dieta:
Suplementação de psyllium

m
Atividade Física

co
Antiespasmódicos: escopolamina e hioscina
Antidepressivos: tricíclicos e ISRS
Dor abdominal:
Antibióticos: rifamixina
Probióticos
s.
Antidiarreicos: loperamida, colestiramina
Diarreia:
Antagonistas dos receptores da serotonina: alosetrona, ondansetrona

eo
o
ub

Laxativos osmóticos: polietilenoglicol


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Constipação: Ativadores dos canais de cloreto: lubiprostona


id

Agonistas da guanilato-ciclase C: linaclotida


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CAPÍTULO

4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. Barbuti RC, Damião AOMC, Terra MPR. Digestão. In: Zaterka S, Eisig NE. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2 ed.
São Paulo: Editora Atheneu, 2016.
2. Camilleri M; Murray JA. Diarreia e constipação. In: Jameson JL, Kasper DL, Longo DL, Fauci AD, Hauses SL. Medicina Interna de Harrison.
20 ed. Porto Alegre: AHGH, 2020.
3. Drossman DA. Functional Gastrointestinal Disorders: History, Pathophysiology, Clinical Features, and Rome IV. Gastroenterology 2016; 150:
1262-1279.
4. Hall, JE. Tratado de Fisiologia Médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
5. Lady BE, Mearin F, Chang L, Chey WD, Lembo AJ, Simren M, Spiller R. Bowe Disorders. Gastroenterology 2016; 150: 1393-1407.

m
6. Mesquita MA, Coy CSR. Constipação intestinal. In: Zaterka S, Eisig NE. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2 ed.
São Paulo: Editora Atheneu, 2016.

co
7. Miszputen SJ. Síndrome do Intestino Irritável. In: : Zaterka S, Eisig NE. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2 ed.
São Paulo: Editora Atheneu, 2016.
8. Moore KL, Dalley AF, Agur AMR. Moore Anatomia Orientada para a Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2014.
9. Moore KL, Dalley AF, Agur AMR. Moore Anatomia Orientada para a Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2007.
s.
10.Owyang C. Síndrome do Instestino Irritável. In: Jameson JL, Kasper DL, Longo DL, Fauci AD, Hauses SL. Medicina Interna de Harrison. 20 ed.
Porto Alegre: AHGH, 2020.
11.Palsson OS, Whitehead WE, van Tilburg MAL, Chang L, Chey W, Crowell MD. Development and Validation of the Rome IV Diagnostic

eo

Questionnaire for Adults. Gastroenterology. 2016; 150: 1481-1491.


o

12.Ribeiro LT. Diarreia. In: Zaterka S, Eisig NE. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu,
ub

2016.
ro

13.Wald A (2020). Treatment of irritable bowel syndrome in adults. In Talley NJ (Ed.), UpToDate. Disponível em: https://www.uptodate.com/
id
é

contents/treatment-of-irritable-bowel-syndrome-in-adults?search=bowel%20irritable&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_
o

type=default&display_rank=1. (Acessado em: 24 de fevereiro de 2021).


14.Wald A (2021). Clinical manifestations and diagnosis of irritable bowel syndrome in adults. In Talley NJ (Ed.), UpToDate. Disponível em:
https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-irritable-bowel-syndrome-in-adults?search=bowel%20
a
dv
pi

irritable&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2(Acessado em 24 de fevereiro de 2021).


15.Wald A (2021). Pathophysiology of irritable bowel syndrome in adults. In Talley NJ (Ed.), UpToDate. Disponível em: https://www.uptodate.com/
contents/pathophysiology-of-irritable-bowel-syndrome?search=bowel%20irritable&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_
type=default&display_rank=3(Acessado em 24 de fevereiro de 2021)
me

16.Sobrado CW, Corrêa Neto IJF, Pinto RA, Sobrado LF, Nahas SC, Cecconello I. Diagnosis and treatment of constipation: a clinical update based
on the Rome IV criteria. J coloproctol. 2018; 38 (2): 137-144.
17.World Gastroenterology Organisation Global. Síndrome do intestino irritável: uma perspectiva mundial; 2015. Disponível em: https://www.
worldgastroenterology.org/guidelines/global-guidelines/irritable-bowel-syndrome-ibs/irritable-bowel-syndrome-ibs-portuguese. (Acessado
em: 46 de fevereiro de 2021).

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CAPÍTULO

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Caro (a) aluno (a),
Parabéns! Você acaba de “devorar” mais um resumo com o padrão Estratégia MED. O conhecimento que acaba de adquirir certamente
garantirá a você alguns pontinhos extras na sua jornada de provas e chegaremos ao nosso objetivo: sua APROVAÇÃO!
Caso tenha qualquer dúvida em relação a este material ou a qualquer outra questão relacionada à GASTROENTEROLOGIA, fique à
vontade para enviar um e-mail, direct ou procurar por mim no FÓRUM DE DÚVIDAS DO ESTRATÉGIA! Críticas e sugestões também são bem-
vindas, pois é por meio delas que nos aperfeiçoaremos a cada dia!
Já o estou aguardando ansiosamente para o próximo módulo!

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Um forte abraço!
Isabella Parente Almeida

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Instagram: @profaisabella s.

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