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TIZIANA ALTERIO Re cer tornou uma nova religiéo cujos dogmas néo podem ‘ser postos em xeque? Ha conflitos de interesse ead edt eke ee 200m tie eketiuaes Ce eee ae etd ue Sete ‘Ambito médico e sanitério, e de como a Organizagéo ‘Mundial da Sade tem mudado sua postura desde os ‘anos 1990, sendo financiada cada vez mais por ‘empresas privadas que condicionam as decisées de Red ad Ce us O MAIOR E MAIS OBSCURO NEGOCIO DO SECULO XxI VENDA PROIBIDA SEM PRESCRICAO DO CONSELHO MUNDIAL. CONSULTE A BULA. CONSUMIR IMEDIATAMENTE! ‘geopolitica e analisa os novos reposicionamentos. ie C2 ) estratégicos de palses como Russia, China e Estados Unidos no jogo de xadrez politico internacional. e Pee eee brevemente, os aspectos econdmicos e fnanceiros Pe a eet etd eee ute teat! Se ge eat BIG PHARM Tiziana Alterio n Big PHARMA Bucs ae O maior ¢ mais obscuro ae mea negécio do século XXI ‘Tradutor: Gabriel Campos Medeiros SPHVox ig Pharmac maior emaiscbscnro negdcio do séewlo 31. Tiana Akerio| 1 edigdo — feverciro de 2023 —PHVox “Titulo cxiginal Il dio Vaccino — pi grande w oscuro business del xxi seco. ‘Copyright © 2021 by Tisiana Alero. (Os iis desta ediiopetencem ae CCEDET — Con 4 DesevlvmenoFrafisinale Tecnologie ‘i Cmendadoe Aladin See 4530, ‘Coeminn GR? Campinas male 8 (CoP tet tad — Win Sn Marin Campin SP “Tilden (9) 3208-0880 Com ewetedeecombe SPHVox i. ‘Tradugae: Gabriel Campos Medeiros Revisio: Pietro Menezes |» Preparagiode exter Joo Maria Rieiro Malet, tics Diagramagao: Estante Historic Gabriel Hida, Capa: [Anderson C, Sardes Consetho editorials José Carlos Sepalveda da Fonseca Paulo Henrique Araujo Rogério Luiz Paleo icita caratooninica Altero, Tiziana. igPharma: omaioe eras chscuro neyicio do séculoxx1/ TTisiana Altcrio, adugso de Gabriel Campos Medkiros — ‘Sio Paulo, s: Editora PHVox, 2022. 4. Clencia poles, 2- Control social. Titulo. tt Autor. cop —s0/ 20332 INDICE PARA CATALOGO sISTEMATICO 1. Citneia politica — 320 2. Controle social — 303.33, eprrona rivox— www.phvox.combe Reservar redo 0 dines deat obra. Prod toda qaiqe erode ‘Gordo elite por ausluer neo forme, se da tris, mei, ip pg sae me ere, Ferme SUMARIO 9 | PREFACIO 15 |rRoDUGKO Saiide: um negécio lucrative AL carirvi0r: ‘A Torre de Babel 33) carfruton: 1980: Quando tudo isso teve inicio 4 oo mH: ‘Saude: Um negocio lucrativo S3)cariroiow: '© apertar de botoes da OMS ¢ asfalsas pandemias (carirutov: P| 'A raposa Gates entra no galinheiro gi cariru.o: 2014: Itdlia,um pais inteiro feto decobaia Tramas fininceizas ¢ 0 faroeste de experimentagdes 99 |carirvxo vu [Vacina: O caixa.eletrdnico dos acionistas carfruto vu Direct sows cariruto: A [ODigiedeTetecabesse BL 137) isi 159| 179| 193} 205} 213 225| 233 237 CAPCTULO x: ‘As Sete Irma ‘CAPLTULO Xt: Conflito de interesses mad in Italy ‘cAPtTULO xt Napele das criangas captru.o xu: Um faroeste de experimentagoes Aggeopolitica da vacina ‘ carfruto xv: Sputnik: A vacina imbativel R Onde i ruina, ha esperanca de tesouro ‘canfruvo xvi: China eas vacinas de bairo custo capfruzo xvi: Covid-19: Uma miquina de fazer dinheiro cearfruzo xn: Davos e seu projeto de futuro ccanfruto xx: 243 247 ara qué somos chamados? | AGRADEEMAENTOS jrownes Eoteante Hlistitica Este livro é dedicado a Michael, meu filho, minha forca e minha luz; e também a todos os rebeldes, porque rebelar-se, hoje em dia, € um ato de amor incrivelmente necessdrio para voltarmos a ser homens ¢ mulheres livres, em harmonia com a natureza! )Big Pharma, de Tiziana Alterio, é um livro precioso, que todos de- 'weriam ler. Por qué? Porque nele Tiziana, munida de provas, joga tum tema urgente: o da dita pandemia. Tema central do debate atual, conduzido com o intuito de ofuscar e confundir a mente ‘com falsas noticias, difundindo medo e desorientagao. “objetivo desse debate ¢ ocultar a verdadeira motivagio por tras lieago de vacinas, motivacao que consiste em fazer cumprit, ‘0s meios disponiveis ¢ de modo acelerado, 0 projeto neo- de dominio absoluto do sistema financeiro internacional sobre do mundo. vamos por ctapas. Quem € Tiziana Alterio? Tiziana € uma jor- investigativa, uma escritora muito capaz ¢ prolifica, que sabe fascinar quanto guiar a mente do leitor, mesmo quando toca em diticeis € complicados, desvendando com paciéncia e compe- as tramas escondidas de uma superficie de mentiras. © que eu disse acima, a meu ver, no é bastante para expor a a moral que exala de seus escritos: antes de ser jornalista, Tiziana mie, é uma alma feminina criada segundo valores de cui- ede cura, de justiga c de protegdo dos mais fracos: é alguém que ‘de empatia ¢ compaixio por todos aqueles que sofrem. alma espiritual que anseia pelo fim de sofrimentos desneces- que 0s prepotentes, os injustos © os perversos sempre causam indefesos. ‘Uma alma que se coloca a servigo do bem e da justia, os quais, Exstante Historica ‘mais do que nunca, tém sido sacrificados em escala global, jd que lite neoliberal se expandiu por toda a parte. ‘Tiziana é uma querida amiga, que conhego hé cinco anos. ‘Uma companheira de luta que nunca dissociou a agdo conereta de ‘Yisdo espiritual mais ampla. Visio essa que fornece senso € res- bilidade de agir, impedindo que esse mesmo agir seja prisioneiro ‘um comportamento reativo, raivoso, odiento e ressentido, io por acaso, Tiziana, ao fim do livro, nos aponta suas principais inspiragies, entre as quais estao, em primeiro lugar, a revolugao inte- riot, necessaria para superarmos nossos condicionamentos, ea atuagao integral da Constituigio Italiana, que, em seu art.3°, §2, define o pleno desenvolvimento da pessoa humana como premissa indispensével para a efetivagao da democracia constitucional. itiana € buscadora da verdade. Na terminologia gandhiana, en- cama o Satyagraha, isto é, a forga da alma. Isso tora scu trabalho extremamente disciplinado e sistemitico, aapto para conectar as pegas de um enorme quebra-cabeca de falsidade, {que se mostra como tal gracas a uma visdo unitiria capaz de revelar a ‘sua perversa motivagio. . Motivagéo que demonstra toda sua monstruosidade, j4 que sio 10s préprios seres humanos que estao sendo sacrificados como verda- deiras cobaias, a semelhanca dos experimentos da medicina nazista fem Auschwitz. Chegando 20 épice da desumanidade quando entre as eobaias incliem as criancas: ‘A covid-19 permitin que 0 Ocidente se transformasse num grande la~ boratério humano, um sonho para a industria farmacéutica muicas vveres ainda forcada a submeter-se a uma produgio bastante complexa ‘ecustosa, E um momento de ouro! Dispensaram-se 0s devidos contro- Ies, pois num tempo de emergéncia tudo é possivel. [Lu] Parece que voltamos aos anos 1990, quando, a fim de explorar 2 bom preso o mercado e sem grandes vinculos burocriticos ¢ fasti- ddiosos controles, a industria Big Pharma andow testando farmacos ¢ vvacinas nos meninos enfermos da Africa, cujas familias ignoravam 08 interesses que se movimentavam por trés da chegada daqueles médicos salvadores da pitria vindos dos Estados Unidos. © pensamento dialético, que, por sua prépria natureza, tende nao a dividir, mas a conectar uma coisa 4 outra, ¢ traco tipico da natureza feminina, em particular da natureza feminina e materna, competente para cuidar de outrem mediante uma escuta atenta da realidade que ressoa ao seu redor. ‘Nas culturas tradicionais compete sempre s mulheres cuidar dos pequenos ¢ da familia. Em Querala, estado da India meridional e bergo da medicina ayut ‘veda, apés a perseguicdo dos invasores ingleses, essa mesma arte m¢ ica se torna apandgio das mulheres. Os poucos médicos de tradigio irveda remanescentes iam até os vilarejos para ensinar as mulheres ‘de massagem, e elas se tornaram as “doutoras” do lugar. Talvez nio seja mera coincidéncia que hoje sejam trés intelectuais s (Tiziana Alterio, Elisabetta Frezza e Ilaria Bifardini) que as- a tarefa de verdadeiramente cuidar do povo italiano, agora nido e deprimido, a nivel tanto cognitivo quanto afetivo, pela ganda do mainstream. No que consiste esse cuidado? Em revelar extrema clareza e preciso certas artimanhas neoliberais particu- mente repugnantes a0 senso moral comum, ideais para provocar efetivo despertar intelectual ¢ ético nos cidadaos. Os t6picos de interesse central dessas mulheres so: '* Osactificio dos povos africanos, incluindo as criancas, obrigadosa ria emigrar, em nome da restituigo de uma divida indevi- fa com a unica finalldade de perpetuar a dominagao dos povos parte do sistema financeiro internacional ap6s a descolonizagao; O sacrificio dos povos europeus do Sul, sempre em nome dessa ¢ © sacrificio das criancas africanas, e hoje das nossas proprias ‘submetidas a vacinas experimentais, e sobretudo o sacrifi dos 0s adultos forcados a receber vacinas experimentais, sendo 1 possivel e imperioso evicar tal risco por meio de tratamento do- = Além disso, a destruicio da economia ¢ do trabalho, que jé diuziu danos incalculaveis, garantindo-nos um futuro de pobreza; ‘A destruigdo da escola ¢ da cultura humanistica, ‘nica capaz. de er a decadéncia do mundo neoliberal; ‘A destruigao da identidade, da familia e da comunidade, através de Género € suas praticas, em todos os niveis escolares; © projeto de destruigao tanto da psique das criancas e adolescentes o do poder dos genitores de educar e ajudar seus proprios filhos, te a descriminalizagao da pedofilia, introduzida por uma reso- o da Unido Européia; Gp su Sctante Hictitica IG PHARMA ‘© F finalmente, 0 projevo do Grande Reset, que resume e amplifica todos os pontos precedentes, prospectando-nos um futuro realmente tercivel, propagado falsamente como 0 novo soci humanidade, nio mais competitiva, mas solidéria. © t6pico mais importante, abordado por Tiziana no sew livro, se refere ao desdobramento econdmico ¢ financeiro que esta por tras da aplicagio de vacinas. Em suma, existem trés grandes instituigdes:financeiras, no centro como As Ties rma ‘As Trés Irma, com suas garras, t8m nas mos milhares de grandes multinacionais. Entre elas: © A indiistria Big Pharma (Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Johnson&- Jonhson), que detém o desenvolvimento das vacinas. Assim, a satide de milhdes de pessoas esti nas maos dos trés maiores fundos de inves- timento do mundo, todos provenientes dos Estados Unidos; 0 prego ddas ages ¢ dos dividendos pagos sao para uma empresa farmacéutica (08 tinicos indicadores de sucesso: a ehcacta dos medicamentos ¢ das vvacinas fica em segundo plano; * Big Food ¢ Big Drink, ou seja, todas as multinacionais do setor alimenticio; + Big Techs, todas as multinacionais do setor informativo ¢ tecno- Kogico; ‘* As multinacionais do setor de Tecnologia da Informacao. Junta-se a esse elenco parcial o controle sobre os Estados, exercido através do mecanismo de divida. Para dar somente um exemplo, na Ikilia 80% da divida esté nas maos do mercado financeiro, e, portan- to, sobretudo, nas maos d’As Trés Irmas. Para concluir, cumpre dizer que até mesmo os Srgios miximos de controle, que deveriam garantir a sate dos cidadaos (OMSS EMA sarray 13s, Ministério: so fortemente influenciados pelo/sis ‘PREPACIO ‘um exemplo: A ENA recebe {859 dos financiamentos do setor ‘especificamente da indistria Big Pharma. Ou seja, os orgaos controlar emanam das mesmas empresas que s40 con- ! Uma l6gica idéntica pode ser encontrada no setor bancério: de rating sio financiadas pelos proprios bances. Boa leitura. ‘Camogli, 20 de maio de 2021 ‘MAURO SCARDOVELLI B Introducao ndo, no ano de 1992, Giovanni Falcone ¢ Paolo Borsellino fo- assassinados, eu era uma jovem estudante de Teoria Geral do disposta a sonhar com o futuro, como faziam todos os rapazes de vinte anos naquela fase da vida. luci extremamente abalada por aqucle atentado, ¢ assim ficou Irdlia. Contudo, passados alguns anos, 0 tempo trouxe 4 tona osidade daquelas personalidades que marcaram a hist6ria, ¢ perceber que aqueles dois homens extraordinérios haviam do dentro de mim algo muito poderoso: a busca pela verdade ma de todas as coisas, custe 0 que custar. Era esse o legado que mi Falcone ¢ Paolo Borsellino haviam deixado a minha geragao. i, portanto, a estrada do jornalismo, pois compreendera que when profissio era meu caminho natural no mundo, e decid honrar o le- Estante flistitia daqueles homens: buscar a verdade a todo custo, sem. concessdes. O Big Pharma nasce sob este espirito: coletar informagoes, datas, documentos — pesquisas que respaldam o impeto investigativo n livro escrito sem qualquer censura. Giovanni Falcone amava “Segui o dinheiro ¢ encontrei os mafiosos”, e, assim, adotando ‘seu método, procurei seguir as inter-relagdes de ordem financeira que hé entre as trés principais empresas farmacéuticas wwolvedoras de vacinas contra a covid-19, bem como uma série de tras realidades que implicam na vida de milhares de pessoas. “Tomo por ponto de partida algumas simples perguntas que de ma- ira legitima ocorreram a mim e a diversas outras pessoas durante época de covid-19. Por trés da obsessio pela vacinagdo em massa, em voga unicamente ‘Ocidente, a protegio da saiide dos cidadios seria realmente uma fioridade, conforme faz crer a midia mainstream? Qual é a légica que de fato move a Big Pharma, sobretudo neste momento em que a porteira esté completamente aberta para a indas- ria farmacéutica? — ‘Teriam os governos carta branca para honrar a missio de tutelar o bem comum que Ihes foi confiada? Hi conflitos de interesse capazes de aviltar as liberdades funda- mentais de milhares de pessoas? £ a ciéncia realmente livre demo- critica, ou se tornou uma nova religido cujos dogmas nao podem ser postos em xeque? Assim como 0 fio de Ariadne ajudou Teseu a atravessar o labirinto para aniquilar 0 Minotauro ¢ em seguida reencontrar © caminho de retorno, do mesmo modo atravesso esses tineis estreitos, esses corredo- res e portas escondidas, essas estradas inacessiveis, ¢, sempre seguindo ‘o fio que conduz até o lugar onde o dinheiro foi parar, encontro algu- mas interessantes respostas as perguntas que me ocorreram. “Segui o dinheiro e descobri a verdade”, proceder de Falcone revela-se vilido em todo tipo de investigagio, este proceder € uma importante chave para compreender 0 que estamos vivendo neste par- ticular momento da historia da Humanidade. (O tema das vacinas nia seré abordado aqui nem do ponto de vista da cigncia nem do ponto de vista da medicina clinica, visto que tais ‘pontas de vista escapam ao campo da minha competéncia. ndo sendo, Portanto, o escopo visado por este livro. (Big Pharma divide-se em trés partes. Avprimeira dedica-se a narrar uma breve historia de como as empresas farmacéuticas tornaram-se (Wislinacionsiscapascieceenat alias em Ambito médico c'sa* gmitrie ¢ de como a Organizagio Mundial da Saiide tem mudado sua postura desde os anos 11990, sendo financiada cada vez mais por em presas privadas que condicionam as decisdes de um érgio que deveria ser totalmente independente, mas que,na realidade, jé nao 0 é mais. O segundo capitulo dedica-se 3iltlia, escolhida em 2014 como o primeiray ppais.destinatario dos experimentos de-vacinacie infantil em massa. A segunda parte apresenta brevemente os fundamentos sobre os ‘quais ira se desenvolver a segunda parte do livro, inteiramente dedicada ‘a0s aspectos|econdmicos e financeiros que hA por tris das empresas farmacéuticas que desenvolyeram as vacinas contra Por fim, 2 tiltima parte debruca-se sobre a ise sobre os novos reposicionamentos de paises com ‘no jogo de xadrez internacional 16 ~ INTRODUGAO ‘Certamente estamos vivendo um periodo de céleres mudangas ¢, isso, os fatos narrados na parte final do livro podem ser submeti- aalteragies. RK Exstante Historica Estante Histiri at : um negécio lucrativo capfruLor A torre de Babel Se que, ap6s o dilivio, o mundo foi repovoado de homens, 8s © criancas que, reunidos em grupos, viviam em comu- ‘Conta-se ainda que todos falavam a mesma lingua e se com- sem nenhum problema. lam, aqui, alie acolé, & procura de Aré que um dia pararam numa grande planicie, na regio na Mesopotmia, ¢ um daqueles homens disse: “Por que nio € nos estabelecemos aqui em vez de irmos de um lado para 9 fizeram. E comegaram todos a trabalhar a fim de cons- cidade c uma torre cujo topo pudesse tocar 0 céu. Deseja- se dos deuses ¢ para isso escolheram o ponto da Terra vam o centro exato do universo, © mesmo ponto sobre o deus Marduque teria criado o mundo: somente a partir daquele Céu e Terra podiam comunicar-se, i em diante, ficariam conhecides em todo o mundo ¢ todos ha- de falar deles, : Jentao, a construir, tijolo a tjolo, uma alta torre que seria de 0s fazer chegar até Deus; c que, conseqiientemente, os tornaria Comesaram a crer, também, que poderiam assemelhar-se € que nao precisariam mais do Criador. Contudo, durante da torre, comegaram a disputar uns com os outros, pois altura nenhum deles ainda havia se tornado um deus — havia desejasse que a torre fosse mais alta, outros que fosse mais larga ue fosse mais bem tingida. assim que, no mais entendendo-se entre si, tomaram-se inimigos. ficou surpreso a0 ver como, sem nenhum descanso, aquele povo na construcao de uma torre que se destinava a tocar 0 céu ¢ ‘objetivo era demonstrar a sua superioridade em relagio aos outros dda terra ¢ a sua semelhanca com o Senhor. Deus observava tudo ¢ ficava sempre mais entristecido com aquilo. A cada tijolo Cstante Historic BIG PRARMA colocado, crescia o orgulho daqueles homens, e vi era toda tentativa de fazé-los compreender que eram iguais entre si e que nenhum povo deveria dominar outro povo. Por fim, Deus toma uma decisao, dizen- do: “Bis que so um sé povo ¢ falam todos a mesma lingua, ¢ é essa a obra que comecaram, doravante nada poderd impedir os projetos que venham a empreender. Descamos ¢ Ihes confundamos as linguas, para {que um nao compreenda mais 0 que 0 outro diz”. Ea partir daquele instante cada um comecou a falar uma lingua distinta, Alastrou-se a confusdo. Os homens nao se compreendiam en- tre sie a construcao da torre foi interrompida. Entre aqueles homens $6 havia lugar para a discussio: gritavam e tentavam se expressar com ‘estos, mas ninguém compreendia o que o outro tinha para falar. ‘Tio impossivel era yiver daquele modo que muitos comegaram,a pensar em se mudar dali, “Vamos embora para sempre eu ¢ minha familia, eu e minha grei”, dizia um; “Ajuntarei tudo e irei para longe daqui”, dizia outro; “Nao ficaremos aqui nem mais um dia sequer”, um terceiro dizia. Todos partiam daquele lugar, dali em diante deserto ¢ desolado. Babilonia era a cidade € inguéu uuna mais a habitou. Desde entao, a narrativa da Torre de Babel chega a nés como uma admoestacdo aos seres humanos que, movidos pelo orgulho ¢ pela arrogancia, consideram-se superiores ¢ colocam-se acima da ordem natural da prépria vida, acima da natureza, visando substituir 0 Deus Criador. Sucede que colocar-se acima da ordem da natureza traz con- seqiiéncias nefastas. A propria vida encontra um modo de reconstituir a harmonia destrufda, recolocando ordem naquilo que havia se tor- ‘nado confusio de Babel, e o faz de maneira muitas vezes incompre- censivel, se analisada a partir de uma visio superficial dos eventos. A histéria ensina que a civilizacto passa por periodos de esplendor periodos de decadéncia, de paz e de guerra, de construgdo € de des- truigao: sempre buscando uma maneira de recompor-se, retornando uma nova forma de equilibrio. Hoje, 0 Ocidente vive a sua Babel, a sua fase de decadéncia e de grande confusio. [Nos siltimos 200 anos, desde a Revolugdo Industrial, o homem tem sem divida alcancado coisas extraordindrias, do progresso da medicina a possibilidade de se deslocar facilmente em viagem; da conquista da CAPITULOT | A TORREDE BADEL |i experiéncia de se expressar livremente; do surgimento dia & possibilidade de se valorizar aptidées nos mais di Entretanto, tijolo a tijolo, a ganiincia, a cobica, 0 desejo ede poder tém acelerado a concentracio de riqueza nas encaminhando-nos a um modelo de valores baseados © materialismo, olucro, 0 consumismo, 0 individualis- » © sucesso. Tudo isso em prejuizo de outros valores es- ‘valores espirituais capazes de recolocar o homem no mesmo znem acima nem abaixo, mas em harmonia com ela. do surgimento da Escola de Chicago e do Consenso de ‘que permearam as instituigdes pablicas dos paises oci- m os valores neoliberais, os dltimes 30 anos culminaram agio e exacerbagao destes valores ¢ daqueles falsos fdo- a 0S quais os seres humanos jé estavam se direcionando. A ar € falsa ilusdo de haver seres superiores & natureza, de poder uld-la ¢ controlé-la, levou o mundo inteiro em diregio ao ponto hoje se encontra a humanidade: extraviada por ter se perdido esma, por ter concedido a poucos apoder: la eee some d-19 foi, portanto, uma bofetada na face do mundo inteiro, que o homem enfim compreendesse que fora longe demais. Nao construir uma torre capaz de tocar 0 céu, no se pode con- ‘uma competicdo cega em detrimento de tudo, até mesmo da eza ¢ da propria vida, Quer seja um virus vindo de um pequeno quer scja um virus feito em laborat6rio, no fundo isso nao thuma difrenga. A mensagem & clara: 2 humanidade deve re- Seu percurso se quiser encontrar um novo equilfbrio entre os hhumanos, estabelecendo maior igualdade ¢ maior respeito pela Terra. 6 que resposta foi dada a essa bofetada recebida em marco de , a esse siléncio ensurdecedor que milhares de pessoas tém tes- do pela primeira vez em suas vidas, a essa cidade desolada ¢ ta pela clausura forgada, a tudo isso, que resposta foi dada? _Nenhuma. Apenas um empurréo mais forte na mesmissima direcao. inidade, controlada e guiada por um pequeno grupo de pessoas tm nas suas maos o destino do mundo, peeferiu precipitar-se pondo an Estas 4 2 ‘BIG PHARMA a ciéncia acima de tudo, elevando-a a um dogma, a uma nova religido que no pode ser posta em xeque. Eis af a nossa Babel! © nosso mais novo idolo: a vacina, simbolo da salvagaio do homem. ‘A.uma pequena ampola de poucos centfmetros foram confiados 0 tio cobigado retorno & normalidade, a retomada da economia, a volta das relagGes humanas, a possibilidade de as criangas brincarem e de todos sorrirem e se abracarem. Essa l6gica obsessiva — de que a hu- ‘manidade sera salva quando toda a populagao for vacinada — preva- Ieceu sobre todas as outras, até mesmo sobre as evidéncias cientificas de tratamento domiciliar, 0 qual j4 salvou muitas vidas. Prevaleceu ‘uma medicina autoritéria que impde procedimentos ¢ protocolos aos ‘governos em vez de trabalhar em favor da prevengao ¢ do tratamento. Os protocolos ministeriais baseavam-se em duas diretivas: estar sempre em constante vigilincia e usar paracetamol, 0 trivial parace- tamol, atitude que deixou os enfermos & mercé dos acontecimentos ¢ sem a pronta intervengio dos médicos domiciliares, os quais ficaram completamente despojados de seus papéis, impossibilitados de curar por mciv da cignsia ¢ da conseitneia, como inctitui o Juramento de Hipécrates. © culto a vacina — vacina que, diga-se de passagem, é experimental — prevaleccu sobre todas as coisas, pois ela, a vacina, tornou-se um deus, um deus tinico que nio aceita concorrentes que pudessem trazer ‘uma outra possibilidade de tratamento, caso contrario, a torrea partir da qual foi erguido todo esse andaime cairia como um punhado de neve que derrete sob a luz do sol. A vacina ter sido autorizada ja em fase experimental e de “modo cofidicionado” por agéncias regulado- ras de medicamentos — a americana Food and Drug Administration (rpa) e a européia European Medicines Agency (ema) — significa que ‘nao ha interesse em apoiar um tratamento vidvel para a doenga. Assim assinala 0 regulamento europeu, de n° 507/2006, da Comis- sdo de 29 de marco de 2006, relativa a “permissao condicionada” de se por medicamentos venda: De fato, a condigio é que 0 medicamento responda as exigén- cias médicas nio atendidas até entio — 0 que se entende por 4 Estant CartrULOL | A TORKE DE BABEL ppatologia para a qual nio hé ainda um método suficiente de estabe- __lecer nem o diagndstico nem a prevengo, tampouco o tratamento _ autorizado pela Comunidade, e, mesmo que tal método surgisse, no entender da Comunidade 0 medicamento em questao seria um beneficio substancial para os infectados. al condigo se estabeleceu para a aprovagio condicionada da parte da americana Food and Drug Administration (FDA), istta 0 documento “Emergency Use Authorization for Vac- ‘Prevent covid-19 — Guidance for Industry Document issued ruary 22, 2021". ‘exigéncia para a imunizacio em massa é a de que nao exis- s de tratamento capazes de dispensar imediatamente iis das vacinas, os governos do Ocidente guerra as porgées da ciéncia ¢ da medicina que, ao con- 8 agéncias, demonstraram que ha sim tratamentos para 19, © que esses tratamentos sio eficazes quando a doenga é ‘© quanto antes, sem necessidade de se esperar em “cons- jlancia”, como impéem os protocolos oficiais. No entanto, da Seude da Italia, Roberto Speranza, juntamente com a Traliana de Farmacos (a1FA), recorreu ao Conselho de Estado, ide 2021, de uma decisao do Tribunal Administrativo Regio- Licio, de 4 de margo de 2021, a qual autorizava aos médicos, de pacientes infectados pelo coronavirus, “a prescri- licamentos que eles considerassem os mais convenientes, de gom a ciéncia e com a consciéncia”. 4,0 Tribunal Administrativo Regional (rar) acolhera, Aquela 4 possibilidade de traramento domiciliar c estabelecera que a te vigildncia e o uso de paracetamol, sugeridos pelos protoco- AIPA, seriam revistos, porque, apés um ano, parecia claro que is tiltimos tratamentos prestavam um formidavel favor a0 ‘que provocavam a internagio dos pacientes, tio logo a doenca ‘© controle, causando pneumonia. maneira de evitar a superlotacao dos hospitais seria, portan- amento domiciliat, por meio da ministracao de medicamentos jeortisona e heparina. © Comité para o Tratamento Domiciliar da 19 (Comitato Cura Domiciliare Covid-19), que se enderecara IG PHARMA 20 TAR com o intuito de impugnar a nota da aira, de 9 de dezembro cde 2020, que continha “ princ{pios para a gestao dos casos de covid-19 no ambiente doméstico”, havia vencido a batalha até entao. Apesar disso, 0 Ministério da Satie, juntamente com a AIFA, recorreu, no Conselho de Estado, daquela decisio do Tar. Em 24 de abril de 2021, o Conselho de Estado surpreendentemente acolhe o recurso, dando razio ao Ministro da Saide, Roberto Spe- tanza — prova clara de que a ciéncia nao é mais democratica! O pro- tocolo ministerial acerca do paracetamol e da “constante vigildncia” vencera mesmo diante desta evidéncia: muitas vidas salvas gracas a0 tratamento domiciliar. i A exasperagio consumista monopolizou os coragbes € mentes dos homens com 0 objetivo de remodelar as suas necessidades para {que eles se tornem consumidores perfeitos. Na nova era iniciada pela covid-19, foi-se muito além de todo e qualquer limite: o gerenciamen- to do proprio corpo esti nas mios de pessoas alheias ¢ € abdicado em nome de um falso bem coletivo. A vacina, um deus, ¢ imposta por meio: da obrigaroriedade de ce vacinar e do passaporte sanitério, por meio da reclusio forgada e do cerceamento da liberdade de locomogio. © surgimento da covid-19 desencadeou uma linguagem militaresca, toda feita de expresses como “toque de recolher” ¢ “guerra ao virus”, impondo uma ditadura sanitéria alimentada pelo de morrer. A co- vide-19 foi o Golpe de Estado do Neoliberalismo. Tudo 0 que havia so- brevivido a crise econémica de 2008 — pequenas empresas, artesios, 10s mimeros de 1VA — foi, com a covid-19, posto numa situagao andloga a de um morto agonizante, que antes gozava de tima saiide, e deu as multinacionais ¢ ao lobby financeiro motivo de sobra para festejarem essa nova era que fez seus portfdlios se expandirem enormemente. (0 surgimento da covid-19 revelou, porém, uma série de outras coi- sas: 0 total despreparo do sistema sanitdcio do Ocidente, sempre nas miaos de empresas privadas, e o desastre do desmonte tanto da satide piblica quanto da medicina em domiciio; revelou, ainda, que 0 con- cccito de liberdade que pensévamos j ter conquistado, na realidade, pode ser rapidamente minado em nome de um pretenso “estado de ex cegao”. O que estamos assistindo é, com efeito, uma “securitizagao” da saiide, que ocorre quando o Estado, colocando-se na linha de frente capfroror | A TORRE DE AREL | ameaga existencial, requer que medidas urgentes e extraor sejam tomadas, persuadindo a populacao de que tal proce- ‘necessirio. Essa “securitizacao” legitima o engano de que as ‘comuns do jogo politico facam parte do processo democratico Dessa maneira, a epidemia passa a ser, pelas autoridades ¢ is da satide, um problema de seguridade, regulado pelas politicas, judiciais e da Forga Nacional, deixando de ser yblema meramente de saiide. 19 revclou, também, que a morte faz parte da vida, verdade talyez tivéssemos esquecido. Em tempos de consumismo, afirma € tanatélogo Guidalberto Bormolini: a-se ocultar a morte; entre os jovens, a principal causa de morte 0 Suicidi, isso se da justamente pela tentativa de oculti-a.Trata-se Jum suicidio por falta de conhecimento, pois os jovens aio sabem ‘esse ato € irrepardvel e muitas vezes'0 praticam porque munca Juma pessoa morrer, nunca foram a um funeral, nunca foram 4 ‘cemitécio. a tro de Medicina do Adolescente da Universidade de Roma, como La Sapienza, fez um alerta a esse respeito: 0 suicidio wes e mogas se difunde enormemente por puro desconheci da morte. s Estados Unidos —como contei no meu livro Entrevistas Revo- is —existem empresas especializadas que se ocupam em fazer irecer tudo aquilo que lhe traga 4 meméria uma pessoa morta; paises europeus, outras empresas trabalham em prol da lidade digital, estipulando um contrato enquanto se esta vivo: ia se dispde a continuar enviando mensagens, videos ¢ torpe- [pessoa morta a todos os contatos e, tendo por base o prego que disposto a pagar a imoctalidade tera tempo pré-determinad anos... 1s tecnologias modernas é possivel, também, ceconstruir a persona- com todos os tragos disponibilizados na rede, acrescentando-se ee crengas, além disso, a voz, que, representando a pessoa como inda fosse viva, possibilita que alguém receba o telefonema de morta. Qual 6, pois, a terrivel conseqiiéncia disso tudo? 26 stan 7 PHARMA Uma sociedade com medo da morte € devastada por obsessies patolégicas, como a nossa, cujo conhecimento da morte € negado ¢ enterrado, Negar a morte gera uma outra morte — diz Bormolini. Somos se- pulcros caiados. Quem nio aceita a reflexio sobre a morte, conse lentemente nao aceita a vida, porque se a vida possui um limite {quer dizer que possui um tempo limitado ¢ quem nao reflete sobre ‘a morte nio saber usar o tempo da melhor maneira, porque pensa {que o tempo ¢ ilimitado. Segundo o tanat6logo Bormolini, “a morte nos causa medo porque perdemos 0 contato com anatureza, para a qual hé uma nova vida em cada extremidade. Infelizmente, o materialismo dominante impediu ‘uma reflexio sobre o fim da vida ¢ s6 fez aumentar 0 medo da morte”. A covid-19, de repente, colocou a humanidade diante do medo da morte ¢ diante de sua prépria existéncia. Agora, ndo é mais possivel remoyé-la, porque ja faz parte da vida e da natureza. A covid-19 colo- cou a humanidade diante de uma verdade, a de que a natureza se rebe- a quando o cer humano com «ua arrogincia penea pacer domind-la ¢ controli-1a. Mas também colocou a humanidade diante das distorcdes de um modelo que, antes de ser econdmico, financeiro ¢ politico, € um modelo de pensamento j4 em seu Apice, dado que ajuda a enriquecer ‘uns poucos enquanto depaupera a maioria, criando, assim, um dese- quilibrio impossivel de se suportar a longo prazo. E necess4rio mu- daar de dircgdo: encontrar outros caminhos, outra linguagem, outras manciras de cocxistir com a criagao, outras maneiras de se relacionar ‘com a criatura, outras maneiras de existir. E necessario despertar para uma vida nova! © medo da morte, em vez de conduzir 0 homem a vida, a uma revolugao do espirito, tem-no levado a idolatrar a ciéncia, a fazer da yacina um deus absoluto, ¢, por isso, cada ser humano tem esquecido do seu principal propésito num momento como esse: 0 de despertar. ‘A cesposta aos acontecimentos presentes nao podia ser outra, por- tanto, senao o falatério de Babel! Dia apés dia, noticias se sucedem, uma desmentindo a outra, noti- cias que s6 causam confusio e desorientagio, noticias que s6 causam 28 Lat es oy wee emedo. Uma overdose de informagdes cujo objetivo ¢ criar ‘um barulho continuo, um ruido insuportavel. do € alimentado de tal modo que milhares de pessoas sio aceitar o inaceitavel: a total privagdo das liberdades funda- a perda de emprego, o encerramento das atividades, a im- de se satisfazer as necessidades mais essenciais e vitais, Wivio social, os abragos, 08 sorrisos. o em nome do medo de morrer que, em pouquissimo tempo, endrado uma cultura da morte. De tanto quererem “defender 45 nagGes ocidentais estio... morrendo! da mais brusca dualidade, dois posicionamentos opostos gido: de um lado, esto os que defendem a vacina a todo custo m a solugio na cigncia e no seu idolo absoluto, a vacina, a eulto; do outro, estio os que impugnam a vacina, reivin- Oa liberdade de escolher uma saida terapéutica, os que poem & dias vicdec antagiinicas acerca da vacina até o atrito entre ‘€ continentes 0 passo foi curto. A vacina se tornou, alias, um Mento para impor novas relagdes de poder entre paises desde = em competicio no jogo de xadrez internacional, redesenhando nova geopolitica do poder econdmico, financeiro ¢ politico. um lado, os Estados Unidos, que estao por tras das maiores em- dda inddstria Big Pharma, as quais detém as licencas das vacinas em aos scus milhdes de acionistas, e que, além disso, junta- ¢ com a Unido Européia, adotaram uma politica de vacinago em i nio somente de adultos, mas também de criangas, criangas que, ‘menos sujeitas a sofrer as conseqiiéncias do virus, nao tinham ser vacinadas. Vacinagio em massa s6 fez criar uma répida c ilus6ria sensagio lidade para promover o retorno das atividades econémicas. ‘outro lado, Rssia ¢ China —cujas licengas de vacinas esto nas § do Estado, bem como sua produgao ¢ distribuigo — utilizam a como uma nova arma para perpetuar 0 poder. A velocidade com paises distribuem suas milhdes de doses de vacina—sobretudo a ees ee es a paises latino-americanos, africanos ¢ asidticos — é tao grande que de mortalidade em torno de 0,18% em todos os paises oci jd superaram todos os outros. Para além das vacinas, Riissia ¢ China ite de uma taxa de casos confirmados, entre sintométicos tém direcionado know-how para a producio local dos seus préprios ticos, que oscila de 5 a 9% da populagio, diante do faro cios de “salvar vidas”. Salvar a vida dos outros! Pois sabe-se que tum flagrante abuso na imposicio do uso de mascaras, estes paises nao estdo preocupados em tutelar a vida de sua propria ssio de todo confidveis conforme a propria Organiza- populagio: vacinam-na bem pouco. Em abril de 2021, apenas 8% dos da Saiide ja declarou, diante do fato de que os médicos russos receberam a primeira dose; j4 no inicio de 2021, apenas 2% poderiam estar na vanguarda do socorro aos pacientes, dos chineses haviam retornado a uma situagao de normalidade. Prote- hes tratamentos e evitando um cenirio de hospitais su- luos mais vulneraveis, mas dei~ diante de tudo isso, enveredou-se por um caminho de mio nago em massa como solucio, custe 0 que custar. ‘gem as camadas mais fracas e 0s indi xam que a imunidade de rebanho seja alcangada naturalmente. Esta visio ¢ também sustentada por alguns imunologistas no Ocidente, isso, até 0 retorno 4 normalidade, milhdes de mascaras, como John Toannidis, professor da Stanford University, um dos maio- de higienizantes e de materiais sanitarios ndo-reciclaveis es- res imunologistas do murido, que tem contribuido para uma medicina jo 0s mares e a terra, provocando um desastre ambiental baseada em evideéncias, para a epidemiologia e para a pesquisa clinica; Igue 0 cenério pré-covid-19. 129 milhdes de mascaras € 65 trata-se de um dos cientistas mais renomados a nivel internacional que vas por més usadas para defender o homem a revelia dos falou numa cooperagio entre vacinados € nio-vacinados a fim de se tose da natureza devascada em decorréncia de ral us0. © alcangar uma imunidade natural. Segundo Ioannidis, fa2-se necessério SUNT trcar'at biodiversidade; «'riqueca’ dalnatweene ‘acinar 0s idosos ¢ aqueles que possuem patologias graves, e deixar BEM enduzito os Estados Unidos ¢ a’ Uniio Europes 4 infecgao pelo virus correr entre as pessoas das outras faixas etérias, SMe ctida de uma “transicio ecolégica” necessirial Uni caso contrario, pode surgir um indesejado fortalecimento do virus e, Re ajiticul ctiar's dedente' ago Quetteene conseqiientemente, o desenvolvimento de uma resistencia a0 efeito da BIE is l2ver'o iin page eal Gorninho daseniane™ vacina, o que leva 3 inoculagao de sucessivas vacinas cujo intuito seria fenquanto faz crer que se trata de uma mudanga de rota. 6 de atacar as variantes do virus. Para o professor de Stanford, essa RN sits’ diese’ noe giustts peopolitice, Suan seria a tinica maneira de transformar a existéncia de um virus assaz BN a cicussa toque convergindo nis « aiatlfeatl perigoso numa situacéo endémica accitavel. multinacionais que esto acabando com os pequenos em- Nem mesmo a aplicacao do lockdown seria eficaz para conter a § com os artesios, com as pequenas e médias empresas, difusao do virus, declarou Ioannidis, em $ de janeiro de 2021, para equenos hoteleiros, em suma, com todos aqueles que haviam 1 revista European Journal of Clinical Investigation, a partir de uma BEMMPScritenica de 2008’ que agora estaa fallariee anaes pesquisa que realizou acerca do lockdown tomando por base dex. pa- ei Grande Reser estabelecido em Davos, ondé um Forum fses: “A aplicagio do lockdown nao acarretou nenhum impacto na BENNING sorce'do’planera; Tudo isso sem a pardcipiedo bs diminuigao de casos de contaminagio”. que ficam a mercé das especulagdes financeiras ¢ do grande Declaragdes claras € precisas como esta permaneceram ignoradas detentores do real poder sobre os Estados. Entre os cidadaos, pelos governos ocidentais. ‘uma minoria resiste & narrativa oficial, invocando a restaura- ‘Accigncia é um dogma, assim como sdo dogmas os nimeros ¢ datas liberdades fundamentais, neste momento sufocadas por uma difundides quotidianamente sob aspecto de um relatério de guerra sanitéria que faz do virus um Cavalo de Tidia para impor a — uma dose de medo didria que se infunde na populagao. Diante de ‘Ordem Mundial. 30 u eeeenmenel © mando vive uma nova Babel! Estamos todos envolvidos nessa si- twagio, somos todos chamados a, antes de tudo, provocar uma grande revolugio interior: o primeiro passo em diregao a liberdade — visto que, como afirma Platao: “Antes de mudar o mundo, antes de fazer re- volugdes, antes de pensar em novas constituigées, antes de estabelecer Dt ary Prinses mergslbonedpcctind se ‘pa manha de uma terca-fera, dia 14 de outubro de 1980, a. Sess a alice asad ee © tclefone de Paul Berg, em Stanford, California, Aquele |S badarali © preocupou, a ele e sua mulher, porque o pai dele € cstava muito doente, Paul temia o pior, Atendeu. Do da linha, ouviu, no lugar da yor do pai, a de um colega de Komberg, e de sibito suspirou aliviado, Em seguida, sua mulher, Arthur telefonara para comunicar que Paul : © Prémio Nobel de Quimica. ia Real de Cigncias da Suécia no conseguira encontrar ide Paul, pois a familia Berg no fgurava na lista telefOnica. da familia Kornberg, entretanto, tendo ouvido a noticia manha através do rdio, chamou seu pai, que, por sua Jar a0 amigo Paul Berg, dando-Ihe de antemiio aquela jordinaria. Naquele ano, 0 Nobel de Quimica foi conce- “pelos seus estudos fundamentais sobre a bioquimica ee leicos, com especial destaque 20 DNA recombinante” Frederick Sanger “plas descobertas de como seqien- scientistas, em Stanford ¢ em outros lugares, davam, i épo- ccontribuigdes ao desenvolvimento do DNA recombinante; perguntayam por que a Academia sueca havia concedido a reconhecimento também merecido por varios outros pesqui- E que, em relagio aos scus colegas, Paul Berg havia feito algo ‘sua pesquisa: ele estava entre os promotores da Conferénci ‘em 1975, que entrou para a histbria da pesquisa cientifica © bwA recombinante, mais conhecido por Engenharia Gen wa-se de uma série de experimentos tecnol6gicos e cientificos ‘da biologia humana; , h4 muitos anos, havia uma espécie de itre a comunidade cientifica e a sociedade civil no tocante & sidade de tais experimentos envolvendo DNA, isto é,0 genoma 3 ee hhumano, por assim dizer. Pensava-se que, em sendo realmente pernicio- ava rever aquela decisio. Conseguiu-o por intermédio sas, tais pesquisas poderiam alterar a evolugao humana ou modificar fade Asilomar, dando inicio 2 sua pesquisa sobre o DNA anatureza de modo irreversivel. te, a qual passow a ser regulada por rigidas diretrizes, pu- Era iniciado, também, o debate acerca do uso da tecnologia no depois pelo National Institute of Health. Daquele dia desenvolvimento de plantas animais geneticamente modificados. > centenas de milhdes de experimentos, inconcebiveis antes Sendo certo que plantas ¢ animais sio utilizados como alimento pelo ‘conduzidos pelas mais importantes universidades, por ser humano, muitas nagbes editaram leis que proibiam tais modifica- pesquisa e por empresas farmacéuticas ao redor do mundo; Ges genéticas. A Conferéncia de Asilomar marcou o inicio de uma firmacos comecaram a ser comercializados gragas a0 passo cra excepcional para a ciéncia e para o debate pablico sobre politicas rica Conferéncia de Asilomar na California, Foi a par- ‘entificas a serem adotadas; o seu sucesso — escreverd o préprio Paul 1a Conferéncia que as pesquisas sobre novas vacinas, Berg anos mais tarde — se deve ao fato de a Conferéncia ter feito pros- RNA mensageiro ¢ hoje usadas contra 0 SaRS-COV-2, se perar do até ento controverso uso de tecnologia no DNA. Atualmente, ris © estudo do genoma huimano lidera entre as pesquisas em Biologia, naquela quarta-teira, dia 14 de outubro de 1980, nao isolamento dos genes de qualquer organismo do planeta, vivo ou algo fora do comum somente para Paul Berg, que dali a alguns morto, passou a ser algo rotineiro ea construgdo de novas variantes iante da realeza sueca para receber o prémio Nobel de de genes, de cromossomos e de virus, é agora uma pritica padrio nos laboratérios de pesquisa; Aquela época, contudo, havia obstacu- SeMiie terran, coracdo de Nova York. “Nan-sewig tii los de natureza ética. O surgimento do DNA recombinante na década género em Wall Street desde 0 tempo dos go-go dos anos de 1970 possibilitou a clonagem de segmentos de DNA, desencade- Los Angeles Times naquele dia. Sucede que, pela primeita ando preocupagoes que, em meados dos anos 1974, culminaram na ia, uma jovem ¢ emergente empresa de biotccnologia, suspensio deliberada de alguns experiments feitos a partir de DNA. (apenas quatro anos antes, a Genenicch, estava prestes Em poucas palayras, a comunidade cientifica pusera limites contra si milhdo em agSes na sua primeira oferta pablica (1P0) & mesma no que dizia respeito a esse tipo de estudo. Foi uma ago sem Nova York, a um preco aberto de 35 délares cada. Dentro precedentes, fruto da vontade de um grupo de cientistas norte-ameri- tuma hora, o titulo subiu para 88 délares, fechando em canos preocupados com o prosseguimento descontrolado de pesqui. . O Wall Street Journal definiu aquele dia como “ama sas que poderiam gerar conseqiiéncias imprevistas e danosas tanto petachlares estréias de uma empresa no mercado da histd- satde humana quanto aos ecossistemas da Terra. Mas Paul Berg fora **. A Genentech foi a primeira companhia de biotecnologia designado para mudar 0 curso dos acontecimentos. ida na Bolsa; dali para frente, outras trezentas companhias ;mas sobretudo para a sede de Wall Street, a 4.752 quilo- Um ano depois, em fevereiro de 1975, Paul Berg, Aquela altura um ih mesma toada. Segundo Bob Swanson, co-fundador da Ge- dos pioneiros no estudo do DNA recombinante, organizou, no Asilo- parisdo de uma empresa de biotecnologia na Bolsa se deve mar Conference Center, localizado na Peninsula de Monterrey, Cali- te ao fato de que a sua companhia necessitava de capital fornia, Estados Unidos, uma conferéncia que reuniu mais de duzentos finuar a desenvolver sua tecnologia ¢ seus produtos, mas an- pesquisadores vindos de todas as partes do mundo, juntamente com jue planejava ser pionciro, levando para o mercado financciro patrocinadores, jornalistas e funciondrios do governo, todos com o sa farmacéutica biotecnolégica. A atividade da Genente- objetivo de decidir 0 mérito da pesquisa cientifica acerca do DNA, sus- $6 NO DNA, ¢ os seus produtos consistiam em proteinas hu- pensa deliberadamente pela moratoria de 1974, luzidas a partir de bactérias, nas quais o gene humano ra u Esta eenenmened inserido, por meio de récnicas de DNA recombinante, as mesmas téeni- cas descobertas ¢ utilizadas por Paul Berg. Swanson atribuiu o sucesso do 1P0 ao fascinio do puiblico pelo setor da engenharia genética, Aquele momento em constante cresciment, “Era o tipo de tecnologia capaz de atrair a imaginagao das pessoas”, disse ele, “Colocaremos essas ages na gaveta para os nossos netos, Pensamos no futuro”, declararam os primciros a comprarem as ages, ‘A impressionante oferta ptiblica inicial (1r0) das agdes langadas pela Genentech naquela manha de 14 de outubro de 1980 tinha algo a ver com o antincio do Nobel de Quimica entregue a Berg? Jamais o saberemos! & seguro dizer que, desde aquele dia, muitas ‘outras companbias de biotecnologia seguiram o exemplo da Genentech ‘€ €m poucos anos se tornaram grandes entre as empresas da indissria farmacéutica que hoje conhecemos. ‘As conjunturas fayoriveis para a indastria farmacéutica por um caso niio se encerram por aqui. Nobel concedido a Paul Berg ¢ a extraordindria estréia da Genentech na Bolsa de Wall Street nao foram 6s tinicos acontecimentos fora do comum para a indiistria naquele ano. O presidente doc Extados Unidos, Jimmy Carter, do Partido Democrata, preparara, por aqueles dias mesmo, uma lei que entrou para a histéria sob o nome de Bayh-Dole Act ¢ que tratava da liberacao das licengas ¢ das marcas de produtos. Fm 1980, na América, a teoria neoliberal do laissez-faire ganhava espaco; poucos anos antes, em 1974, um dos pais fundadores dessa nova teoria econdmica, Friedrich August von Hayek, fora agraciado com o prémio Nobel de Economia, o que aju- dou a alavancar 0 novo liberalismo econémico nos Estados Unidos € na Inglaterra. © terreno estava sabiamente preparado para a Escola de Chica- g0, uma escola de peasamento elaborada por alguns professores da Universidade de Chicago que haviam promovido reformas de cunho liberal liberalista no plano econdmico ¢ que punham em xeque as teses keynesianas, bascadas numa constante ¢ massiva intervengao do Estado na economia. Intervengio esta que conseguiu reerguer ¢ re- estruturar muitos paises destruidos da Segunda Guerra Mundial em diante, auxiliando milhdes de pessoas caidas em miséria durante a Grande Depressio. 36 ee ‘com Hayek estavam Milton Friedman e George Stigler, dois ‘expoentes da Escola de Chicago e também ganhadores do Nobel de Economia. ‘dos anos 1970, 0s neoliberais iam, portanto, de vento exercendo, com sua teoria econdmica, influéncia na politica norte-americanos e da primeira-ministra da Inglaterra, Thatcher: Foi simples o trajeto da universidade até as ca- poder, dado que o tempo era propicio para se trocar um ‘econdmico social-democratico por um modelo econdmico Quem nasceu primeiro, 0s académicos universitarios que as elites politicas ou as elites politicas que tragaram um para as universidades, incitando-as a mudar seus pensa- patrocinar novas idéias? Disso nunca saberemos. aconteceu foi, seguramente, uma mudanga radical, primeiro ‘Unidos;em seguida, no ano de 1976, com a primeira-ministra ‘Thatcher, no Reino Unido; e, por fim, apés a queda do Berlim em 1989, em todos os paises europeus. “O mercado incognoscivel e imprevisivel”, escrevera Hayek em seu lifesto The Constitution of Liberty. acrescentanido que “nao. sentido em tentar direcionar ou planificar os resultados, Jum governo deveria fazer ¢ intervir para eliminar a barreira ‘e manifestagao plena de tais resultados”. da centralidade do Estado, a nova doutrina sustentava a de sua reducdo ao maximo que fosse possivel, para que 0 tivesse manifesta sua forca incognoscivel como aduzia Hayck. 4 pouco nao somente o pensamento comegou a mudar, mas f@ terminologia, ¢ o verbo “desregulamentar” se tornou uma jas de ordem que comegaram a circular durante 0 ano em yy Carter passara a conduzir os Estados Unidos. agora, aquele outubro de 1980 no qual sucederam dois ‘extraordindrios para a pesquisa cientifca, o prémio Nobel de concedido Paul Berg ¢ o ingresso da primeira empresa de logia em Wall Street, a Genentech. Durante aqueles mesmos yuanto Berg ¢ Genentech festejavam seu sucesso, o Presidente balhava para promover um terceiro evento extraordinario jia e para a indiistria farmacéutica; em 12 de dezembro de ‘BIG PHARMA 1980, exatamente cingtienta e nove dias depois do antincio do Nobel a Berg e da primeira cotacao da Genentech na Bolsa, Carter assinou 0 Bayb-Dole Act. Seguindo o espirito do nove modelo econémico em voga por aqueles anos, essa lei deu sinal verde para a liberagao das licencas de produtos as universidades com fins comerciais, abrindo uma nova era tanto para a pesquisa cientifica quanto para a industria farmacéutica. Uma verdadeira revolucio! Agora, daremos um passo atrés para abordar a relevancia de uma lei que mudou completamente o ramo do direito de propriedade inte- lectual do século xx, gerando enorme repercussdo, do ponto de vista ccondmico, para as empresas privadas dos Estados Unidos. Apés a Se- sgunda Guerra Mundial, o presidente Harry Truman passou a financiar, com bastante dinheiro, a pesquisa piblica para o desenvolvimento da forga militar sem, contudo, fomentar uma politica inica ¢ comum que incluisse o licenciamento dos produtos. Isto significa que, na falta de uma lei que tratasse dos direitos de propriedade intelectual, o Gover- no norte-americano acumulou 28 mil paentes das quais menos de 5% ram a cer wtilizadas com propésitos comerciaicy 00 95% restantes ‘ram propriedade do Governo, que no sabia de que maneira utilizé-las. Em suma, as universidades criavam novas e animadoras tecnologias, isso gracas aos conspicuos fundos governamentais; ocorre que, num segundo momento, o fruto dessas descobertas tecnolégicas nao con- seguia chegar & indistria e, conseqiientemente, nem 4 populagao: 0 ‘rosso permanecia nas maos do Governo, uma vez que as empresas nao haviam desenyolvido produtos, ja que nao detinham os direitos exclusivos para a sua comercializagao. O Bayb-Dole Act mudou ra- dicalmente © modo como as patentes financiadas pelo Governo, por meio do National Institutes of Health (x11), a maior financiadora de fundos ptblicos para pesquisa, eram geridas: dali em diante, o mundo académico e as pequenas empresas passaram a ter garantia da plena disponibilidade de suas invengdes para vendé-las ao setor produtivo. Dessa forma, ambos podiam patentear suas descobertas em seguida licencia-las com exclusividade as empresas farmacéuticas que, por sua vez, as transformavam em firmacos ou vacinas para fins comerciais, além de lucrarem com os royalties. Até ali, as descobertas financiadas 38 Esta Oe jinte norte-americano eram de dominio publico, isto é, Aisposicio de qualquer empresa que as quisesse utilizar. fi liberacdo das pacentes oriundas das universidades abriu ‘que as empresas privadas desfrutassem ao maximo das 4 l6gica do livre mercado, cujo principio de laissez- wa a render frutos consistentes para o sctor privado. as universidades poderem conceder a patente de suas in bertas, com intuito de encaminha-las ao setor privado, | Federal recebia uma taxa sobre o licenciamento que havi ‘Act, como aponta Marcia Miller em seu livro-manifesto os laboratérios farmacéuticos, impulsionou enorme- ia biotecnolégica, ainda recém-nascida Aquela altura, {da como Big Pharma. Pequenas empresas, muitas delas pesquisadores norte-americanos, rapidamente prolife- acordo com os mais importantes institutos de pes- darem inicio a0 desenvolvimento de novos farmacos, na de firmarem outros acordos, mais lucrativos, com émpresas \éutico. De um modo geral, os pesauisadores tanto das quanto das pequenas empresas detinham participagao farmacutica por causa das patentes, que demonstra um to de interesscs. Quando uma patente produzida pelas uni ‘era licenciada a uma grande empresa farmacéutica, todos Jucravam com o investimento piblico oriundo da pesquisa. Dole Act, portanto, liveou as grandes empresas da de- dos inyestimentos privados para a pesquisa e conseqiiente de novos firmacos: desde 1980 acirrou-se a confianga nos ‘académicos e nas pequenas startups de bioteenologi Iei foi sem diivida uma béngao para a indiistria biotecnol6gica. 1a béngao também para os cidadaos, isso jé 6 discutive, 10 de 1980 foi um divisor de 4guas para a pesquisa e para a ia farmacéutica dos Estados Unidos. Antes disso, esse tipo de ‘ancorava-se em principios éticos que foram afastados quando do Nobel a Paul Berg, durante a Conferéncia de Asilomar. fia biotecnolégica j4 era um bom negécio, porém, foi se tornar js rentavel um pouco depois — com a venda das agoes para os Sen maiores mercados acionistas do mundo. De 1960 a 1980, as vendas de carfroLo m produtos farmacuticos eram estaveis; de 1980 a 2000, contudo, elas ide: um negécio lucrativo triplicaram, chegando a mais de 200 bilhdes de délares ao ano. Essa fortuna certamente no se deveu & qualidade dos farmacos vendidos pelas empresas, mas ao novo rumo que a economia estava tomando, bbem como aos ventos favoraveis que sopraram naquele ano. Em menos de dois meses, de 14 de outubro a 12 de dezembro de dias depois da aprovacao do Bayh-Dole Act, outro namente favoravel 4 industria farmacéutica estava 1980, as inddstrias de biotecnologia e de farmicia, além da pesquisa Wises Ne cseshd dose 20 dc uuniversitéria, ganharam projecdo com o prémio Nobel entregue a Paul eee g st SP oo Sin 20 oe lane Berg, com a primeira venda de ages em Wall Street, da Genentech, payee . ap Roo So aad com a assinatura do Bayh-Dole Act, pelo presidente Jimmy Carter. do Chrysler Imperial. Sobre a escadaria, a espera Ninguém pareceu notas, 4 época, a excepcionalidade desses trés Grr Cacos sore care nomad atest ‘eventos que seriam a base Sobre a qual se assentariaa industria farma- BE oo eas voles Rocclonn Gereels Sahne: ‘céutica mundial dali em diante: era iniciada uma nova era. Entretantd, SMe. Roald Reagan, que, represeatando a Par como freqiientemente mostra a hist6ria, certos eventos cruciais si0 SG icia a ser 0 quadragésimo presidente dos Estados claros eevidentes, enquanto outros nao se evelam assim, emboratragam BI odo ele coara Neocs, ua rales tae a mesma forca disruptiva. As vezes, s6 depois de muitos anos, visto Riise slatacjado. - de longs, o ucbra-abea de um mosio vol a se near no gu bul eos shes conden — dene eran a dro gue hte est constundo, teas peas ese quebracabeyn eee 2 heres conridades — deme meena Lapespaialenes ice aimee como a senhora Rockefeller — se acomodayam ao longo ido Capiedlio: co septuagenrio Reagan, ex-ator de Hollywood, fava para subir & tribuna, aqucla mesma tribuna a partic da A dizer a historica frase que mudaria a cconomia americana: ‘io € a soluglo para 0 nosso problema; o Governo é 0 da era keynesiana e fez nascer a aurora da era neoliberal. deixava o campo aberto para indtstrias ¢ para o sctor 0, a fim de que estes mostrassem todo 0 seu potencial, en- 4 interven¢io do Estado na economia se abrandava. “Nossos atuais se devem 4 intromissio do Governo em nossas vi- Reagan do alto da tribuna branca montada para a ocasio. nos uma era de renovacio nacional e, a0 mesmo tempo, reite- determinagdes, nossa coragem e nossa forca, nossa fé € NG PHARMA A teoria de Hayek, Friedman e da Escola de Chicago foram, com aquele discurso, convalidadas, passando, assim, a influenciar as deci- ses politicas do Governo norte-americano. (0 historiador Tony Judt, em sua obra Ill fares the land, descreve, ‘com amargura, de que maneira, a partir dos anos oitenta, no decorrer de pouco mais de dez anos, o paradigma dominante do didlogo public ‘mudou do mais entusiasmado intervencionismo e da busca pelos bens ‘comuns a uma visio de mundo perfeitamente resumida por uma decla- ragio de Margaret Thatcher, antiga dama do liberalismo econémico no Velho Continente: “Nao existe sociedade, existem somente individuos ¢ familias”. Os valores do individualismo, da competigao e do lucro eram, portanto, exaltados pelos dois lideres mais importantes do Ocidente, Da posse de Reagan em diante, os programas da agenda politica, bem como o vocabulétio decorrente dela, mudaram de mancira histérica; além disso, foram os proprios partidos de esquerda, no poder em quase todas as nagées ocidentais entre os anos 1980 € 0 inicio dos anos 2000, que aderiram as idéias ncoliberais, promovendo muitas das maiores desregulamentagbes ¢ privatizagSes dos iltimos decénios. De Reagan ext diantc, esse idcdvio foi exportado para todo 0 mundo pelo Fundo Monetério Internacional (rt), pelo Banco Mundial ¢ pela Organizagio Mundial do Comércio (omc). E, do mesmo modo que havia acontecido com o ideério keynesiano trinta anos antes, 0 ncolibecalismo rapidamente tornou-se hegemOnico, até mesmo para influenciar os partidos sociais-democratas europeus depois da queda do Muro de Berlim em 1989 e da falencia do comunismo. ‘Apés aquele ano, a esquerda européia encontrou-se orfa de uma ideologia em creptisculo, sem ser capaz de imaginar uma ideologia alternativa, uma visio —no que conceme a modelos econdmicos e de pensamento — diversa daquela, do neoliberalismo que jé se enraizava ‘em terra inglesa e solo norte-americano. ado isso aconteceu de modo implacvel, caiu como um verdadeiro man4 dos céus tanto para o setor da satide quanto para a indistria farmacéutica. Durante o governo de Reagan, alterou-se profundamente a ética das ‘escolas de medicina e dos hospitais universitarios. Instituicdes que até no tinham fins lucrativos comecaram a se ver como “parceiros” da indistria, manifestando, abertamente, entusiasmo em relagdo a ‘ela, como se fossem empresarios visando & oportunidade de desfratar ‘economicamente das recentes descobertas académicas: muitas esco- las de medicina e hospitais universitérios criaram gabinetes especiais para cuidar da “transferéncia tecnolégica”, cuja tarefa era capitalizas, através do comércio de patentes, as descobertas universitérias. Con- forme crescia 0 espirito empreendedor nos anos 1990, as faculdades ‘de medicina firmaram mais e mais acordos lucrativos com as grandes ‘companhias farmacéuticas empresas correlatas. No entanto, a grande mudanca se deu no modo como os proprios pesquisadores université- ros se viam a si mesmos. _ Sobreveio uma verdadeira revolugao no pensamento ético: antes de 1980, os docentes universitérios contentavam-se com 0 que certa vez se tinha definido como um “estilo de vida desgastante, porém nobre”; -depois daquele ano, contudo, difundiu-se a idéia de que “se voce jd € inteligente, deve também ficar rico”. Essa mudanga, de teor antropol6gico, influenciou a maneira como a pesquisa académica passou a ser feita: as universidades coshegaram 4 prover recursos que garantissem maiores oportunidades comerciais s pesquisas, apesar das necessidades reais, da saide ¢ do bem-estar dos cidadaos. A idéia de “lucco acima de tudo” permeou a mente € 0 coragio de cada um dos clos da cadeia do setor dito de saide a0 redor do mundo: do mais modesto ao mais poderoso, cada um se ligava estreitamente a0 outro. Em 1984, o Congresso aprovou uma nova série de leis que conti nuaram a abengoar a ineistria farmacéutica, alimentando com sangue vital 0 pensamento neoliberal. Uma dessas leis foi o Hatch Waxman Act, que encorajou a producio de medicamentos genéricos, instituin- do o moderito sistema de regulamentagio desse tipo de férmaco. Antes da aprovagio da referida lei, poucos medicamentos gené- rricos eam produzidos: nao obstante as licengas dos medicamentos ‘originais — bem como a sua comercializagio — tivessem prazo de validade, apés a determinagdo desse prazo por parte da FDA (agéncia federal que regula a indistria e aprova os medicamentos), a aprovacio de um medicamento genérico costumava ser complexa, visto que os Estand dados que registravam sua seguranga ¢ eficécia fossem de propriedade de seus inventores, os quais nem sempre os compartilhavam com as publicagGes cientificas. Entio, em 1983, 35% dos medicamentos originais mais ve ‘cujas licengas ja haviam vencido, tinham verses genéricas concorrentes, ‘20 passo que a cotagio de mercado destas iltimas era de apenas 13%. O Hatch Waxman Act ofereceu um percurso menos tortuoso para a aprovacao dos medicamentos genéricos, porém dilatou notavelmente © periodo de uso de uma patente licenciada. Essa lei firmou, portanto, um claro compromisso com os interesses das grandes empresas farma- c@uticas, as quais intentavam tutelar 0 mercado ea industria de medi camentos genéricos. A partic daquele momento, os produtos genéricos foram equiparados aos originais jd existentes, na base de uma bioequi- valéncia; desde entdo, o caminho até a sua aprovagio, por parte da rDA (Food and Drug Administration), foi indubitavelmente simplificado. Por outro lado, contudo, O Hatch Waxman Act prolongou a durag: das licengas para medicamentos originais, ¢, em 1990, o Congreso promulgou outras leis que posteriormente ampliaram ainda mais a sua duracdo. O resultado foi que a duragio do aproveitamento co- mercial de uma patente licenciada passou de oito anos, como era em 1980, a quatorze anos, em 2000; em relagio aos farmacos campedes de venda, os blockbusters (como o Lipitor, 0 Celebrex e 0 Zoloft), esses seis anos a mais de validade permitiram a Big Pharma lucrar milhdes de délares, o bastante para pagar os melhores advogados ¢ contornar ao maximo essa lei. Dali em diante, a Big Pharma fez de tudo para proteger a exclusividade dos direitos comerciais diante da retbrica do livre mercado de produtos farmacéuticos. De 1980 2 1990 0s lucros subiram até as estrelas. Até mesmo 0 peso politico das empresas farmacéuticas aumentou, a0 ponto de, caso nado se agradasse com a atuacéo da FDA, a Big Pharma conseguir mudar 0 rumo das decisdes, quer por meio de pressdes dirctas, quer por meio de amizades no Congreso. Paralclamente ao peso politico, no inicio dos anos 1980 cresceu também a financeirizagio da industria farmacéutica. No final da Segunda Guerra Mundial, a maior partedas companhias farmacéuticas permanecia nas maos dos individuos eno cram cotadas “4 Estas ‘em bolsa. Somente a partir do final dos anos 1940 é que comegaram "a se tornar sociedades anénimas. Esse foi um passo importante, pois Possibilitou o levantamento de maiores quantidades de capital para ser investido em pesquisa e produgio, vendendo ages ao piblico. Até 1950, as agdes detidas por investidores institucionais correspondiam a _ apenas 5% de todas as ages cotadas em Bolsa (Blume e Keim, 2012). Dos anos 1980 em diante, percebeu-se uma crescente aceleragao rumo 4 financeirizagdo, ¢, em 2010, a proporcao das acées detidas por inyestidores institucionais havia chegado a 67% nos Estados Unidos. A passagem do “capitalismo industrial” para o “capitalismo financeiro” “tapidamente tomou conta do mundo da satide e, em pouquissimos ‘anos, como descreveu muito bem Joan Busfield em seu recente estudo pela Universidade de Essex, “Documenting the financialization of the pharmaceutical Industry”, maximizar o valor das agdcs para 0s acio- nistas tornou-se o principal objetivo das empresas farmacGuticas, ora “grandes multinacionais. Tudo isso repercutiu nos investimentos em [Pesquisa e desenvolvimento, que cada vex mais foram diminuindo em Proveito do setor de marketing ou em operagées financeiras muito agressivas, como recompra de agGes com 0 intuito de aumentar-lhes a valorizacao. As clevadas retribuigoes dos diretores-gerais das empresas ‘= pagas até mesmo com opgdes de agdes A custa de reducoes salariais "dos funciondrios —, o aumento da externalizagao da pesquisa e da ‘Producio, juntamente com a adogdo da pratica de fusdo e aquisicao de ‘empresas, produciu um verdadeiro € efetivo oligopélio: hoje, algumas poucas grandes empresas controlam o mercado da saide mundial, _ Atualmente, ao todo sdo quinze as multinacionais da industria far- ‘macéutica que detém cerca de metade do mercado farmacéutica global, sendo oito delas norte-americanas (Pfizes, Merck, Johnson & Johnson, | AbbVie, Gilead, Amgen, Bristol-Myers Squibb ¢ Eli Lilly), duas bri- tanicas (AstraZeneca ¢ GlaxoSmithKline), duas suigas (Hoffman La Roche e Novartis), uma francesa (Sanofi), uma israelense (Teva) ¢ uma alema (Bayer), multinacionais que, em sua maioria, foram fundadas ou por pessoas privadas ou por familias, na segunda metade do século XIX ou no inicio do xx, mas que, agora, sao controladas pelo mercado financeiro, a excecao da Eli Lilly, cuja maior parte das aces é ainda controlada por descendentes de seu fundador. BIG PHARMA {As outras quatorze multinacionais, por sua vez, tém a maior parte de suas ages postas nas mos dos fundos de investimento, das agén- cias de gestio de poupanga c dos fundos de pensiio — 0 que veremos ais tarde. A fim de promover desenvolvimentos cientificos no campo da genética ¢ do DNA recombinante, essas grandes multinacionais tém adquirido, desde os anos 2000, diversas companhias de biotecnologia Utilizando o de RNA mensageiro de iiltima geragio, pesquisas desse ‘tipo serviram para a criagao da vacina anti-covid-19. Desenvolver no- vos produtos com elevado potencial de crescimento e com haixa possi- bilidade de ser copiado por parte das empresas produtoras de produtos ‘genéricos constitui nao s6 uma peculiaridade exclusiva, mas também uma marca registrada da thddstria biotecnolégica, meta predileta da Big Pharma, sempre desejosa de expandir seu raio de agio nos nego* cios com elevadas taxas de crescimento e rentabilidade. O negocio de farmacos biotecnol6gicos representa um verdadeiro “oasis no deserto” para as empresas farmacéuticas tradicionais, que a todo momento querem dar novo impulso ao seu crescimento. E por esta razio que as ‘empresas de biotecnologia foram ¢ continuaro a ser, num futuro pré- ximo, a tibua de salvagao das companhias farmacéuticas tradicionais: sua capacidade de introduzir inovagdes, de investir em potenciais pro- dutos e em plataformas tecnol6gicas sera fundamental para preencher 08 vazios existentes nas linhas de produtos da Big Pharma. Indubita- velmente, o momento € propicio para o setor biotecnolégico: a feroz competicdo entre as empresas da Big Pharma poderd diminuir gragas a estratégias de diversificagdo que conduzem 3 aquisigao de empresas biotecnol6gicas, as quais sobrevivem ¢m condigdes precarias, muitas vezes prestes a falir, ¢ por causa desse estado de insolvéencia se con- tentam em ser compradas, atrafdas pela consistente disponibilidade de dinheiro em caixa de que gozam as empresas da Big Pharma. Com efeito, cerca de 45% das companhias biotecnolégicas publicamente cotadas, de acordo com a estimativa da Biotechnology Industry Orga- nization (B10), opera com menos de um ano de caixa. ‘As radicais mudangas das empresas farmacéaticas, seguidas junta- mente pela revolugao trazida pelo modelo neoliberal exerceram uma influéncia téo grande que pde mover completamente 0 centro de gra- vidade do setor da saiide, colocando o luero acima de todas as coisas. CAPirULO It | SAUDE: UM NEGOCIO LUCRATIVO Pesquisadores de boa reputacdo internacional, como 0 médico, cientista, epidemiélogo, escritor ¢ professor greco-americano John P. AA. Joannidis, da Stanford University, tiveram coragem de denunciar ‘a enorme influéncia que a indtistria Big Pharma € capaz de exercer sobre a pesquisa e as revistas cientificas, os servigos de saide publica, as préticas clinicas e, conseqiientemente, a vida de bilhdes de pessoas. Joannidis explicou nao somente o porqué de os resultados publicados serem considerados falsos mas também — na companhia de outros médicos pesquisadores, Emmanuel Stamatakis Richard Weiler da Universidade de Sydney na Austrélia ede Stanford nos Estados Unidos = langou luz sobre os enormes interesses financeiros que estio por trds do desenvolvimento e da comercializagio de farmacos, vacinas e produtos médicos: interesses que conferiram as indistrias um poder excessivo, suficiente para condicionar a pesquisa médica, a politica e a pritica clinica. O estudo “Undue industry influences that distort healthcare research, strategy, expenditure and practice: a review” de 2013 e publicado no European Journal of Clinical Investigation. causou alvoroco. sendo 0 primeiro a revelar os mecanismos com que a Big Pharma assentou seu controle total da satide publica mundial ‘Comecemos do inicio. £ sobre a pesquisa clinica — isto é, sobre os ‘experimentos de um novo firmaco ou de uma nova yacina— que a in- diistria farmacéutica exerce seu primeiro grande controle. A indi Big Pharma projeta e comanda grande parte dos estudos clinicos mais influentes. Os ensaios financiados por organizagées com fins lucrativos ‘tm quatro vezes mais probabilidade de sucesso que os patrocinados [por organizages sem fins lucratives. As companhias farmacuticas Promovem, portanto, a pesquisa daquilo que, em termos comerciais, ‘as favorece;e, atualmente, grande parte das pesquiisas é solicitada pela propria indistria farmacéutica. Tudo isso gera, obviamente, repercussio sobre a eficacia final de um medicamento ou de uma vacina. O estudo de Joannidis, Stamatakis e Weiler mostrou que, para 0 mesmo me- dicamento ou vacina, a qualidade da pesquisa era muito menor se a ‘pesquisa fosse financiada por empresas em comparacdo com pesquisas independentes. Além disso, as companhias farmacéuticas oferecem um alcance bastante limitado aos dados dos experimentos. Acerca desse 49 Estas a BIG PHARMA primeiro passo, a pesquisa dignou-se a recolher diversos dados objetivos sobre a manipulagéo dos testes realizados. Tudo isso influencia nas autorizagies dos farmacos ¢ € demonstrado pelo fato de que, muitas vvezes, varios farmacos sio retirados do comércio anos depois devido aos numerosos danos causados as pessoas. Enquanto isso, a indis- tria Big Pharma fatura bilhdes de délares, enquanto o setor de saiide piiblica perde outros tantos. A lista de medicamentos retirados do ‘mercado é verdadeiramente longa. Um desses medicamentos é 0 Rofe- coxit, antiinflamatério nio-esterdide de grande sucesso que duplicava a possibilidade de infarto do miocardio, A empresa farmacéutica que 6 produzia foi levada aos fribunais; durante 0 processo judicial foi descoberto que ela, intentionalmente, distorcia a apresentagio dos dados relativos a seguranca do medicamento, instruindo os represen- tantes de venda a evitar que 0 médico fizesse perguntas acerca da sua contra-indicagao. ( segundo passo da indstria farmacéutica na produgio de medica- mentos e vacinas consiste nas publicagGes cientificas, c, também neste aso. a pesauisa realizada pelos médicos Joannidis, Stamatakis e Weiler demonstrou de que modo as empresas farmacéuticas freqiientemente compravam os redatores das revistas médico-cientificas — ou mesmo as proprias revistas, diretamente —, consideradas o mais fidedigno ins- trumento para valida, em absoluto, um tratamento ou produto farma- Butico, Harriet A. Washingron, jornalista e pesquisadora do campo da ética médica, de Harvard, demonstrou que cerca de 99% das receitas publicitérias oriundas das publicacoes cientificas podem ser constitufdas por financiamentos promovidos pelas multinacionais de farmécia. 0 terceiro passo é estabelecer o custo do medicamento, obtendo em seguida a sua autorizagao. O custo de um produto farmacéutico no reflete 0 custo da pesquisa, mas antes 0 poder financeiro das grandes ‘empresas que esto na corrida pelo lucro desmesurado. ‘Nos Estados Unidos o preco dos medicamentos € totalmente livre, de- larou Marcia Angell, médica e escritora, editora-chefe da New England Journal of Medicine ¢ uma das maiores denunciantes do sistema farma~ ‘@atico mundial, Apés ter recebido a autorizagio da FDA, as empresas farmacéuticas estabelecem 0 prego. Deputados ¢ senadores de todos 6s partidos tentam impor insistentemente aos industriais uma redugao 4“ cavtrovont | sao M NEGOCIOLUCRATHVO do custo dos novos tratamentos, mas sempre foram vis tais tentativas. O[pREGBIe um farmaco pode ser manipalad6 ao scu bek-prazer, pois as multinacionais yisam a maximizar‘o Jucro\para cobrirem vs custos” sfinanceiros.- AgBAGAEAas pessoas naolé levada emcorisideragzo” Se as multinacionais podem comprar os direitos de um tratamento eficaz contra uma docnga grave, quer seja esclerose miiltipla, quer seja ‘lincer, as pessoas ¢ os sistemas de saiide piblica estardo dispostos a Pagar qualquer coisa para obté-lo, ¢ assim o prego de um ano de te- rapia pode subir a quantias exorbitantes, até centenas de milhares de délares. Trata-se de um modelo extremamente cruel. __ Para o tratamento do cdncer, 05 pregos chegam mesmo aos 300 ou 400 mil euros. Se o remédio funcionas, deve custar mais porque é 0 “preco da vida, mas isso é apenas marketing. O Kymriah da Novartis ‘eusta, por exemplo, 320 mil euros. © quarto passo sio as diretrizes clinicas, aquclas que definem a Pritica médica didria. O estudo dos trés pesquisadores mostrou que, BY eiace dae Nace Usha SOMPASWbdicbe, Sele Whasales do elaborar diretrizes para doencas cardiovasculares, receberam dinheiro de empresas farmacéuticas por meio de balsas de estudos, taxas de -réncias em eventos de promogao de medicamentos e em consul- 5 € que 80% dos presidentes das comiss6es estavam, no minimo, jum conflito de interesses. E assim que as diretrizes se concentram Principalmente no patrocinio de medicamentos caros e de marca, ‘€quase nunca no de medicamentos genéricos, Por fim, o diltimo passo é 0 marketing farmacéutico, que se desen- ‘Yolve cm dois rumos distintos, © primeico € destinado aos médicos. As age se iniciam ja no tereciro ano da faculdade de medicina, por meio de presentes, almogos, patrocinios; ¢ depois vaoaumentando I rseas con foameo gr6 tera o.com, Ui na tcamsdo Ociclo universitario, o médico formado passa a sofrer presses direcas. ‘A pesquisa encabegada por Joannidis conclui que um cardiologista orte-americano se encontra com representantes de venda, em média, hove vezes por més; e que 6 muito difundida a cultura de oferecer pre~ sentes, equipamentos diversos ¢ almogos gratuitos. IG PHARMA Verdadeiros mestres da Big Pharma, os acionistas colocam as ém- presas farmactuti¢as sob pressio. © desempenho das ages do mer- cado condiciona cada etapa da viagem que o medicamento e a vacina realizam, porque, no final, o objetivo é que,as ages da’ Big Pharma sejam cotadas da melhor maneira possivel e que 0s acionistas indivi- duais tenham retorno sobre seus investimentos. Fiona Godlee, da British Medical Journal (ny), uma das mais im- portantes revistas cientificas mundiais, afirmou que: {A industria farmacéutica faz: muitas coisas boas. Produz medicamen- tos que podem melhorar a satide ¢ salvar vidas. Infelizmente, tam- bbém faz coisas ruins. A indistria farmacéutica esconde e manipula dados de ensaios clinicos. Por conta disso, uma grande massa de ‘medicamentos utilizados em todos os campos da medicina, apre- sentados como os mais seguros ¢ eficazes, colocavam em risco a vida das pessoas e desperdigavam dinheiro piiblico. Essa distorcao deliberada é uma falha cientifica, E ndo € algo que podemos perdoar fem vittude das cotsas boas que a3 emptese> farmaccuticas faremn. No intrincado entrelagamento entre piblico e privado, uma peca importante do complexo quebra-cabega também esta nas maos da pa € da EMA, Orgdos que aprovam a validade de medicamentos € vacinas nos Estados Unidos e na Europa; érgaos de fiscalizagao que deveriam ser totalmente independentes, aptos para desempenhar um papel muito delicado na protecio da satide de bilhdes de pessoas. ‘A introdugao ou niio de medicameritos ¢ vacinas a sercm distribuidos a0 redor do mundo dependem de seu trabalho. Ora, Marcia Angell sempre declarou que, hoje, tanto a FDA quanto a EMA so subsidiadas pelas empresas farmacéuticas que cobrem parte dos custos dos labora- t6rios responsiveis pelos testes de medicamentos submetidos & apro- vacio. Portanto, os érgios de controle dependem amplamente dos reembolsos das proprias empresas que deveriam supervisionar. ‘Obviamente, as empresas farmacéuticas esto bem com isso, pois a FDA ea EMA “se mostram extremamente permissivas tolerantes”. ‘Afinal, trata-se de mais um belo conflito de interesses debaixo do sol. ‘Aindéstria privada financia a agéncia que devia controlé-la: 0 contro- cartrutout | sadDE: vs NEGécIO LUCRATIV lador ¢ 0 controlado s4o praticamente dois lados da mi la Bilhdes de cidadaos inconscientes, distraidos ¢ enetacee: arcando com essa conta! _As grandes mudangas que acarretaram a répida renovagio da in- diistria farmacéutica envolveram também a Organizagio Mundial da Satide (OMS), instituigio das Nagdes Unidas, fundada em 1948, com sede em Genebra, na Suga. A organizagio possui o nobre objetivo de implementar aces para proteger a saiide da populagio mundial, mas de uma satide que ¢ entendida como bem-estar fisico, mental e social. A om, na realidade, rommou-se um organismo comandado pelas pr6- pprias multinacionais farmaceuticas e pelos filantropos americanos. Sera "stb 10% nos resomees Esta io caPiTULO IV O apertar de botdes da oms e as falsas pandemias strasburgo. 26 de janciro de 2010. As nove horas de uma manha de yverno jé estava tudo preparado na sala do Conselho da Europa. Poucoa pouco, tomavam lugar os deputados curopeus, juntamente com alguns representantes da oms. Um enorme lustre circular ilumi- ava a sala majestosa, toda fornida de madcira. Era esse 0 local que iria acomodar um dos encontros mais esperados de toda a histéria cu- ropéia. Naquele dia, Organizago Mundial da Saide fora convidada pelo Conselho da Europa para responder & mogio parlamentar, “As falsas pandemias, uma ameaca para a satide”. Milhées de pessoas foram vacinadas desuccessatiannciticy wuMny € possivel que a OMS tenha promovido um despautério tio caro. perigoso? Primeiro a gripe avidria, agora a gripe suina... tudo isso € para ¢ oMs uma trégica perda de credibilidade. ~ Com esta pergunta seca ¢ direta, um vigoroso e aguerrido médico 10, Wolfgang Wodarg, presidente da Comissio de Satide do Con- da Europa, abriu a sessao. Wolfgang fora o primeiro signatario ‘mogio que colocaria a Oms sentada no banco dos réus: era a maior izagio de satide do planeta sendo chamada para depor acerca da influéncia exercida pelos produtores de medicamentos durante a cam- global contra o virus da Influenza rns, a gripe suina. Grande a tensio — afinal, pela primeira vez a atuagao de um érgao da ra posta cm xeque. Wolfgang estava disposto a ir até o fim: Nos contratos feitos com a indiistria, a fim de produzir uma vacina pandémica, estava previsto que os acordos entrariam em vigor tio Jogo a oms proclamasse uma pandemia. A OMS 56 precisava aper- tar um botio. Gracas 4 mudanga na definicio do que seja realmente uma pandemia, uma gripe banal passou a ser apresentada como uma terrivel pandemia, ¢ a partir dai os negécios comegaram. $3 © inquérito parlamentar do Doutor Wolfgang sustentava que, com intuito de promover seus medicamentos, j4 devidamente licenciados, bem como suas vacinas contra a Influenza, as empresas farmacéuticas haviam influenciado os cientistas ¢ os Orgios oficiais responséveis pela satide publica, como a oms, alarmando, assim, 05 governos de todo © mundo ¢ induzindo-os a desperdigar recursos sanitarios, limitados por ineficazes estratégias de vacinagio, 0 que s6 fez expor milhdes de pessoas saudaveis ao risco de sofrerem um sem-niimero de efeitos colaterais, decorrentes de uma vacina cuja eficiéncia nao foi suficien- temente comprovada, Tratava-se de uma grave acusagio, & qual a oms devia dar uma resposta, naquele dia. . Nos dez anos precedentes, mundo havia sido aterrorizado quatro ‘eres pela oms com alarmes de pandemia. Com a epidemia gripal de sars1 que, entre 2002 ¢ 2003, se propagou na Asia, provocando a morte de 774 pessoas, ao passo que, no Ocidente, os poucos pacientes infectados foram logo postos em isolamento. ‘Apesar de pouco difundido, em maio de 2002, pela primeira ver na historia, a oots desenvolveu uma agenda global dedicada ao monito- ramento a0 controle do virus Influenza. Parte da orientaao incluia 0 ‘armazenamento, a nivel internacional, de remédios antivirais capazes de tratar a gripe, um desses medicamentos era 0 carissimo Tamiflu, aprovado em 1997 pela norte-americana Food and Drug Administra- tion, o que se tornou objeto de muitos escéndalos, como veremos mais, adiante. Em seguida foi a vez da doenga da vaca louca, logo apés a gripe avidria em fins de 2003 no Sudeste Asidtico. Em 12 de novem- bro de 2004, Klaus Stohs, da oms, a esse propésito, disse: “E s6 uma questo de tempo para que o virus da gripe avidria se misture ao virus humano, desencadeando uma pandemia e, de acordo com a nossa projecio, podendo levar 17 milhdes de pessoas & morte” ‘A.oms e Klaus Stohr também erraram em suas previsdes: 286 pes- soas morreram de gripe avidria ¢ todas viveram em contato préximo com aves. Depois veio a gripe suina. 54 CAvirULO IV | © APERTAR DE BOTORS DA ONS.EAS PALSAS PANDEMAS México, primavera de 2009. Primeiros casos de gripe suina. As mascaras voltaram A moda e, no inicio do verao daquele ano, a OMS fez soar o alarme novamente. Foi a quarta vez que isso aconteceu: *A pandemia de influenza de 2009 comeca hoje no mundo. A maio- ria dos pacientes apresenta sintomas leves e se recupera rapidamente, ‘mas ainda ¢ uma pandemia”, disse Margaret Chan, Diretora-Geral da oms, cm 11 de junho de 2009, ¢ ainda: “Estamos todos unidos nesta situagio ¢ todos sairemos dela juntos”. Cem casos de “eripe normal” desencadearam o inicio de uma nova pandemia ameacadora, embora houvesse pouca evidéncia cientifica para tal, conforme dissera ‘© Doutor Wolfgang Wodarg na presenga de funciondrios da principal ‘organizagio de satide do mundo. Mas, naquela época, a OMS apertou © botio: a midia e as autoridades se apressaram e todos os telejornais do mundo deram a noticia de que a gripe suina se transformara em ‘uma pandemia. Evocou-se a Gripe Espanhola de 1918 que causou 50 milhdes de ‘mortes, pois foi o mesmo subtipo HiN1 que a havia desencadeado. A Gripe Fepanhola teve uma taxa de mortalidade do 10% @ “abrandou durante o verdo para, em seguida, reaparecer no outono de 1918, atacand com aquela mesma violencia que ja conhecemos. Portanto, ‘Mesmo que no momento tenhamos apenas casos leves, ndo podemos © que acontecerd amanha”, afirmou, em 3 de maio de 2009, Harti, da ons. A fim de responder a0 novo alarme, governos de todo 0 mundo, is uma vez, se prepararam para estocar Tamiflu e gastar 6,9 bilhoes de délares na compra de milhdes de doses da vacina. E, mesmo na- guela época, as previsdes estavam novamente erradas: a gripe sui causou 18.500 mortes em todo o planeta em 2010. $6 para se ter tuma idéia, no mesmo ano de tuberculose, 1 milhido ¢ 350 mil pessoas "-morreram no mundo. “Estimarse que os governos tenham gastado 18 bilhdes de euros ;nesta pandemia. Muito dinhciro! Com ele era possivel fazer muitas outras coisas...”, declarou Wolfgang Wodarg, naquele dia em Estras- _ burgo. O fracasso da vacina pandémica contra a gripe suina foi a gota gua que fez 0 copo transbordar. Os governos gastaram milhdes de euros para comprar dezenas de milhdes de doses pensando no que $8 RIG PHARMA poderia acontecer de pior. A Franga comprou 94 milhdes; a Alemanha, ‘50 milhées; ¢ a Irélia, 24 milhdes. Mas a maioria da populagio op- tou por nao se vacinar e, por isso, sobraram 89 milhdes de doses na Franga, 44 milhdes na Alemanha ¢ 23 milhdes na Itdlia. Os cidadios ‘curopeus no cairam nessa enrascada. As vacinas foram desperdica- das, a0 passo que os Estados, por sua vez, levaram muito a sério 0 alarme levantado pela OMS ¢ gastaram muito dinheiro pablico. Todos ‘0s Estados, salvo um: & época, a Poldnia havia deixado de adquirir a tinica dose da vacina contra a gripe suina, pois especialistas poloneses alertaram ao Governo que-a pandemia anunciada pela OMS se trata- vva, na verdade, de uma gyipe comum ¢ nao de uma doenga perigosa. ‘A ento Ministra da Saiide, Eva Copack, estava muito segura € 0s cidadaos confiavam nela. Afinal, em comparagio com os outros pai- ses que administravam as vacinas, a Polénia teve mais casos de gripe suina? Nao. A Poldnia tinha menos casos. Logo, as vacinas njo fun- cionavam. A Polénia no apenas deixou de adquirir as vacinas, como também acusou outros governos de terem assinado contratos 3 forga ‘om favor da indhetria Rig Pharma ¢ contra seus préprics cidados. “Nosso departamento juridico encontrou pelo menos vinte pontos questiondveis nesses contratos. Pergunto: quais sdo as tarefas de um ministro e de um Governo? Assinar um contrato ficl aos interesses dos cidadaos ou aos interesses da industria farmacéutica?”, disse a Minis. tra Eva Copack perante o Parlamento polonés. Com efeito, contratos para a compra de vacinas pandémicas foram assinados entre Estados individuais e a Big Pharma: todos os governos isentaram a indiistria farmacéutica de quaisquer pedidos de indenizagao. Foi uma verdadeira dadiva dos céus para as empresas farmacéuticas, que comemoraram seus altos digitos sem ter assumido nenhum risco, nem da vacina nem do Tamiflu, aquele mesmo medicamento difundido em todo o mundo ‘como préprio para o tratamento das gripes avidria suina mas que se revelara completamente inttil, conforme afirmado numa pesquisa in- dependente publicada alguns anos depois no British Medical Journal; pesquisa na qual um grupo de cientistas independentes da Cochrane Collaboration declarou que o antiviral da Roche, 0 Tamiflu, usado con- tra as gripes suina e avidria, na verdade nao tinha nenhuma eficacia. Os pesquisadores desmentitam a Roche acerca da divulgacao dos dados clinicos do Tamiflu, dados os quais nunca vieram a ptiblico. Em 2009, CarfTuLo1y | © APERTAR DE BOTOES DA OMS E AS FALSAS PANDEMIAS ° pesquisador Tom Jefferson pediu pela primeira vez a - NM cee cara alin potion cotoon Publicada em 2003. A Roche pediu a Jefferson que assinasse um acor do de confidencialidade no qual cle teria que prometer nio publicar os dados na integra, sob a justificativa de que outros grupos de pesqui- sadores estavam requisitando esses mesmos dados. A resposta de Jef- ferson, através de um e-mail, foi clara: “Reconhego que mais pessoas ‘stdo interessadas em revisar as evidéncias, mas nao entendo por que ‘isso deve evar 4 exclusividade ou por que isso leva a crer que ha aa onflto de interesses em outros grupos de pesquisa” A pesquisa do grupo liderado por Tom Jefferson concluiu: ‘Como oito dos dez ensaios clinicos, n 5 de ccinicos, nos quais as alegagies se ba- seavam na eficdcia do Tamiflu, nunca foram publicados, nao foi possivel confiar nas evidéncias; além disso, os dois dinicos estudos Publicados foram financiados pela Roche ¢ redigidos por funcioné- of co ee listas pagos pela Roche. E, finilmente, a escassez ' validos prejudicou os resultados, tei Prevencio de complicagdes oriundas do Tamifht, Em 2011, insatisfeito, 0 grupo de pesquisadores independentes da também consultou a OMS'e os Centros de Controle ¢ Pre- de Doengas (coc), dos EUA, sobre o assunto. Em uma corres- por e-mail, Jefferson perguntou aos cientistas da OMS por © processo de revisio desta resultara na inclusao do oseltamivir (0 ite ativo do Tamiflu) na lista de “medicamentos essenciais” e {que a Ooms solicitara aos fabricantes do medicamento dados clini- entio, nunca haviam sido publicados; por fim, pediu ainda sobre a conclusio da pesquisa da Cochrane, segundo qual “nao havia evidéncias de que o oseltamivir pudesse limitar a \cdo da gripe”. A troca de e-mails nao levou a nada: “O tipo de obstrugio que re- nos foi enorme. Minha correspondéncia com a OMS mostrou que iio responderam a uma jnica pergunta minha”, disse Jefferson a0 Medical Journal. Mas algo aconteceu porque, quando o assunto trazido a baila, a Food and Drug Administration fez uma impor- declaragao: “Os efeitos do Tamiflu sio modestos”. Apesar disso, Estas ‘6 oo

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