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Apostila de Organização de Roteiros
Apostila de Organização de Roteiros
Introdução
O Turismo certamente surgiu com o aparecimento do homem, quando este se tornou nômade,
motivados por questões de sobrevivência. Após a exploração de determinada localidade, havia a
necessidade da busca de novos locais e alimentos. Os Babilônios (na Suméria), que foram os inventores do
dinheiro e do comércio, cerca de 4000 a.C., deram origem ao que chamamos de turismo comercial. Já o
setor de hotelaria teve origem com o Império Romano. Os Romanos, nesta época, viajavam longas
distâncias, cerca de 150 Km por dia, e as faziam através de cavalos que puxavam as carroças. Na metade do
caminho, haviam postos de trocas de animais, onde se deu o registro das primeiras hospedarias.
No Brasil, o turismo surgiu com o próprio descobrimento do país pela visão dos Portugueses no
Século XVI. As grandes embarcações portuguesas, e até mesmo holandesas, espanholas, francesas e
inglesas, praticavam o que chamamos hoje de turismo de aventura. O registro do primeiro investimento
em infra-estrutura turística no Brasil, surgiu em 1885, com a criação do trem que sobe o morro do
corcovado, que até os dias atuais se encontra no local.
Os três primeiros instrumentos para a regulamentação do turismo no Brasil, foram criados em 1968,
que são:
CNTUR - Conselho Nacional de Turismo;
FUNGETUR - Fundo Geral de Turismo; e
EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo.
CONCEITOS DE TURISMO
O turismo pode ser conceituado de várias maneiras. Alguns autores o definem como o deslocamento
de pessoas de seu local domiciliar para outras localidades, com o intuito de recreação e lazer, sem fins
lucrativos e profissionais; outros o definem como o deslocamento de pessoas, para locais onde não residam,
com fins de recreação, lazer ou até mesmo para atividades profissionais de forma que não sejam constantes.
O conceito que soma os pontos de vista da maioria dos autores se define da seguinte maneira:
"O deslocamento de pessoas de seu local de residência habitual por períodos
determinados e não motivados por razões de exercício profissional constante. Uma
pessoa que reside em um município e se desloca para outro diariamente para exercer
sua profissão não estará fazendo turismo. Já um profissional que esporadicamente
viaja para participar de um congresso ou para fechar um negócio em outra localidade
que não a de sua residência estará fazendo turismo". (IGNARRA, 1999)
Portanto, o turismo de negócios nos dá fundamentos para concordar com a visão conceitual de
Ignarra. Até mesmo porque grande parte das reservas de transportes e hotéis é feita por este tipo de
turistas, que vão a busca de lucros, ou até mesmo para desenvolver o seu potencial profissional.
Podemos ainda citar alguns dos conceitos de outros autores, que certamente contribuíram para o
entendimento da definição do turismo, mesmo que ainda existam discussões a este respeito, afinal, o
conceito de turismo é complexo. Nos dias atuais, nota-se que o fator que mais atrai pessoas à compra de
serviços turísticos é a promessa de satisfação, proporcionando ao turista o relaxamento físico-mental e a
realização pessoal ou profissional.
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TIPOS DE TURISMO
O turismo é um fenômeno extremamente complexo, e pode ser dividido em várias modalidades. Os
segmentos de turismo estão diretamente relacionados com o produto a ser explorado no destino, fazendo
com que se aproveite melhor as potencialidades já existentes ou estimulando a criação de novos segmentos.
Os tipos de turismo estão classificados dentro de uma segmentação de acordo com a motivação da
viagem:
1) Demográfica Pessoal: São as características que diferem um indivíduo do outro, e para isso
contam as características físicas e genéticas.
# Turismo Infantil - 7 a 13 anos: Para a criança, vivenciar a experiência de uma viagem apenas na companhia
de outras crianças contribui bastante para a formação da sua personalidade, transformando-a em um adulto
independente e sociável;
# Turismo Juvenil - 14 a 19 anos: Contribui para a afirmação da individualidade do jovem, dando-a
autonomia de ação na sociedade;
# Turismo da 3ª Idade - acima de 55 anos: O turismo neste segmento, desenvolvido de forma coerente,
pode ser explorado nas épocas de baixa temporada, diminuindo a sazonalidade nos destinos turísticos;
# Turismo Single - Solteiros, Separados: A necessidade das pessoas solteiras e separadas da integração com
os demais viajantes;
# Turismo Romântico - Casados sem filhos: Opção de usufruir uma espécie de lua-de-mel;
# Turismo Familiar - Casados com filhos: Integração familiar, de forma a ser desfrutado a participatividade
dos pais na vida de seus filhos;
# Turismo GLS - Orientação Sexual: Exatamente como o turismo single, se diferenciando apenas pelo fato de
ser direcionado para um público mais específico;
# Turismo Saúde - Estética, Saúde: Tratamentos preventivos ou de recuperação, geralmente em localidades
onde possuam fontes de águas hidrominerais ou termais;
# Turismo para Deficientes - Condição Física: Ligado geralmente às condições físicas do público.
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# Turismo de Negócios - Setor Empresarial: É voltado para a classe empresarial (altos executivos), às viagens
onde tenham de certa forma fim econômico e lucrativo;
# Turismo Comercial - Atividade Econômica: Caracteriza-se principalmente pelo desejo específico de
compra. Esta relacionada ao turismo de eventos e de negócios;
# Turismo de Incentivo - Setor Empresarial, Área Funcional: Baseado na necessidade de reconhecimento e
recompensa pelas metas alcançadas;
# Turismo Social - Nível de Renda, Baixa Renda: Desenvolvimento do turismo moderno, geralmente aderido
por pessoas de baixa renda, foi instituído na década 30, com o direito dos trabalhadores a férias
remunerada. A principal característica é o subsídio das viagens.
PRODUTO TURÍSTICO
O produto turístico é um composto de bens e serviços diversificados e essencialmente relacionados
entre si, tanto em razão de sua integração com vistas ao atendimento da demanda quanto pelo fator de unir
os três setores (primário, secundário e terciário) da produção econômica.
A matéria-prima do turismo se compõe de atividades e serviços ligados aos empreendimentos de
hospedagem, aos bens de alimentação, além do pessoal necessário à sua produção, funcionamento e
reparos e aos produtos típicos locais.
As características que tornam o fenômeno turístico produtivo em todas as fases do processo de sua
múltipla efetivação, se manifestam pelos:
1º) Meios e recursos que utiliza, o turismo:
a) faz com que os bens naturais e culturais se tornem atrativos e objeto do fenômeno, sem
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DESTINAÇÕES TURÍSTICAS
Turismo implica em deslocamento de um determinado ponto para outro (destino), portanto, o
destino turístico é o local onde se pretende ir, e onde são processada as relações turísticas escolhidas pelo
turista, cuja escolha desta localidade, está condicionada a sua motivação e sujeita a três fatores
determinantes, como:
# A Oferta Diferencial = composta pelos atrativos turísticos, que são os principais elementos que
decidem a escolha da destinação turística. Os atrativos turísticos podem ser divididos em: atrativos
naturais, atrativos histórico-culturais e os eventos programados.
Obs.: Considera-se um atrativo turístico (natural ou histórico-cultural) quando exista uma boa estrutura de
acesso e de serviços turísticos nos locais visitados. Sem estes requisitos, pode-se dizer que são recursos
naturais ou culturais com potencial turístico.
# A Oferta Técnica = reúne a infra-estrutura básica e turística, que permitam a permanência do
turista na localidade visitada. É formada pelas instalações e serviços que facilitam o transporte, o
alojamento, a alimentação do visitante, bem como o entretenimento.
# O Acesso = é formado pelo conjunto das vias (ferrovias, rodovias, etc) e os meios de transportes
disponíveis, que possibilitam a locomoção do turista até o local desejado e sua locomoção nas localidades
visitadas.
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1. Bens Naturais Montanhas / Praias / Lagos e Lagoas / Rios e Riachos / Cachoeiras / Grutas e
Cavernas / Observação da Flora e Fauna / Caça e Pesca / Termas / Parques
Nacionais e Reservas.
Existem inúmeros exemplos de localidades que foram inteiramente transformadas para dar lugar a
uma grandiosa infra-estrutura turística, e que hoje estão ociosas, justamente porque elas praticamente
destruíram os atrativos (principalmente os naturais) que motivavam as viagens. Portanto, o planejamento e
o uso adequado dos recursos naturais, além do conhecimento geral da Geografia, da Cartografia e da
Topografia tornam a atividade turística sólida e contribuem para o desenvolvimento sustentável desta
atividade sócio-econômica, de modo a respeitar as características da destinação turística, sem destruí-la.
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PLANEJAMENTO TURÍSTICO
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Política é um curso de ação calculado para alcançar objetivos. Objetivos são direções gerais para o
planejamento e gestão do turismo. Políticas são orientações especificas para a gestão permanente do
turismo. Planejamento é o processo de interferir e programar os fundamentos definidos do turismo que
abrangem três pontos: estabelecimento de objetivos, definição de cursos de ação e determinação da
realimentação. Planejamento regional do turismo é um conjunto de pólos de desenvolvimento turístico
hierarquizados, unidos por uma infra-estrutura comum que contribuem para dinamizar o desenvolvimento
econômico e social.
O setor de turismo precisa de um tipo de planejamento a que se agrega a palavra integrada,
indicando que todos os seus compone ntes devem estar sincronizados e ajustados, a fim de produzir o
alcance das metas e diretrizes da área de atuação de cada um dos componentes a um só tempo. O
planejamento do turismo estabelece os grandes eixo ou bases do desenvolvimento do turismo.
O desenvolvimento sustentável não é um objetivo que seja possível
atingir em curto prazo, mas é um passo importante num esforço de longo
prazo para salvaguardar o ambiente e a qualidade de vida na comunidade
regional e no nosso planeta.
O turismo é um elemento importante da vida social e econômica
da comunidade regional. É também um importante valor econômico de
muitas áreas e cidades da comunidade e tem uma contribuição especial a
fazer para a coesão econômica e social das regiões periféricas. Se forem
bem planejados e geridos, o turismo, o desenvolvimento regional e a
proteção ambiental podem evoluir paralelamente
passou a viver de fretamento de trens para levar pessoas a congressos, eventos e férias. Fundou a Thomas
Cook and Son, a primeira agência de viagens registrada no mundo. A empresa cresceu muito e atualmente
possui quase 100 agências espalhadas por todos os continentes. Portanto, o pioneirismo de Cook, iniciara
um processo em que o atendimento a um grupo de pessoas, através da organização de serviços inerentes,
visando atingir um objetivo, necessita de previsão e ordenação.
Em face da dimensão apresentada pelas programações turísticas, torna-se imprescindível que, além
do aspecto econômico da atividade em si — expressa no lucro que possa oportunizar e na geração e
circulação de moeda — o seu planejamento seja fundamentado em estudos preliminares: viabilidades,
adequação e praticidade, resultantes de uma pesquisa prévia, testagem e operacionalidade, onde a
criatividade em reunir atrativos e serviços facilite a sua comercialização.
Um roteiro turístico possibilita uma exposição temática ampla, que desperta interesse das pessoas e
preenche as suas necessidades de evasão e deslocamento, motivando-as a participar. Neste aspecto, deve-
se incluir nos objetivos do roteiro, uma temática associada a aspectos variáveis, específicos ou gerais,
contidos em conteúdos históricos, geográficos, sociais, econômicos, urbanísticos, culturais, religiosos,
folclóricos e assim por diante. A definição clara destes objetivos permite ao roteiro a apresentação de uma
programação embasada e sustentada em recursos que promovam os locais visitados e em que o seu próprio
idealizador sinta-se respaldado ao oferecer um produto turístico comercializável e atraente. Dentre os
estudos preliminares, deve-se salientar também, a capacidade na oferta de atrativos dos núcleos a serem
visitados, o número de pessoas estimadas por período, os tipos de transportes a utilizar.
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Entende-se por roteiro turístico o itinerário escolhido pelo turista. E, existe basicamente dos tipos de
roteiros: o roteiro espontâneo e o roteiro programado. Normalmente um pacote turístico, nacional ou
internacional, em seu roteiro, é composto da hospedagem, transporte (aéreo, rodoviário, ferroviário etc.),
alimentação, traslados ("transfer"), guias locais, etc. Existe o pacote individual ("forfait") , onde o
consumidor junto ao agente de viagens escolhe o hotel, a companhia aérea, os locais para os quais pretende
viajar, enfim, monta o pacote sob medida. Já no pacote em grupo, ou seja a excursão, os horários, meios de
transporte, hotéis estão já preestabelecidos, vindo o consumidor a se integrar ao oferecido podendo
entretanto em algumas situações e com pagamento em separado e se quiser, pedir mais ingressos de
shows, locação de carros, etc.
Portanto, o roteiro espontâneo (forfait) é aquele feito de viagens improvisadas, de acordo com o
gosto de cada pessoa, onde o cliente escolhe por onde quer passar e os lugares que quer visitar, bem como o
que fazer. Já o roteiro programado, é aquele composto de viagens pré-definidas, por agências de viagens
(em número maior pelas “operadoras”), onde o cliente escolhe, conforme seu gosto, um itinerário fechado
sem flexibilização em mudanças.
Analisando-se também, os diversos tipos de roteiros, pode-se estabelecer uma classificação de
caráter espacial, e, levando-se em consideração o aspecto das distâncias e fundamentando-se na utilização
racional do espaço geográfico para a elaboração de roteiros turísticos e face às peculiaridades no
aproveitamento dos diferentes tipos de atrativos a incluir tem-se:
1) Roteiros Nacionais
1.1. Locais
1.1.1. Centrais (urbanos)
1.1.2. Periféricos
1.2. Interlocais
1.2.1. Intermunicipais
1.2.1.1. Metropolitanos
1.2.1.2. Estaduais
1.2.2. Interestaduais
1.2.2.1. Regionais
1.2.2.2. Inter-regionais
2) Roteiros Internacionais
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2.1. Continentais
2.1.1. Por país
2.1.2. Por países
2.1.2.1. Regionais
2.1.2.2. Inter-regionais
2.2. Intercontinentais
2.2.1. Com relação à distância
2.2.2.1. Por países próximos entre si (proximidade)
2.2.2.2. Por países distantes entre si (longinqüidade)
2.3. Volta ao mundo
Um roteiro turístico bem idealizado é uma maneira de reunir diversos
elementos que apresentam diversos aspectos, de uma região ou localidade.
O amparo que uma entidade voltada ao turismo, em um dado núcleo
receptor, direcione ao recebimento de visitantes, no que tange à indução de
estudos que possibilitem a adequação de estruturas e equipamentos, torna-
se de fundamental importância para sua valorização.
Muitos aspectos devem ser levados em consideração para que isso ocorra, entre eles: a conservação
de estruturas, equipamentos e procedimentos direcionados à promoção da localidade.
A implantação de estruturas receptivas, por vezes, onerosas e complexas, não soluciona a
adequação do núcleo, e sim, pode evidenciar os sintomas de falta de planejamento e de estudos embasados
sobre as reais necessidades de tais complexos. Por outro lado, a conservação do que já existe ou foi
implantado deve ser cuidadosamente mantida para que já existe ou foi implantado deve ser
cuidadosamente mantida para que não se encontre estruturas deterioradas, transmitindo a impressão de
abandono e desleixo, consumindo altos custos de restauração e reparos.
Sendo o turismo um fenômeno de descobertas e de tantos recursos para sua promoção, salientem-
se as tendências mais recentes em abranger e apresentar uma abordagem ecológica pela comercialização
dos atrativos naturais e que, neste ínterim, devem ser resguardados o tanto quanto possível da massificação
desenfreada, tão comum aos modismos de opinião pública.
Se a preocupação em elaborar roteiros turísticos autênticos é de âmbito sócio-cultural, não se pode
deixar de mencionar que o meio ambiente é todo um complexo contextual homem x natureza, evidenciado
na adaptação ao meio e superação de condições geográficas do meio físico em que se instalaram
as comunidades.
Muitos atrativos naturais de grande beleza paisagística podem constar de catálogos
turísticos e, no entanto, as condições de acesso são precárias não se permitindo a
sua aproximação senão com grandes dificuldades, o que simplesmente obriga a sua
visitação de maneira rústica, a utilização de veículos adequados, ou caminhadas
que nem todos estejam aptos e dispostos a cumprir.
Em suma, o conteúdo de um roteiro turístico será adequado conforme o estudo prévio de uma
localidade, sendo imprescindível uma panorâmica regional, baseada no levantamento das proximidades, isto
é, outras localidades e a fixação de um núcleo central como ponto de apoio para a visitação de diversos
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atrativos; e, neste caso, um planejamento mais amplo, por proximidade ou regional é fator importantíssimo.
Por outro lado, não se pode pensar em turismo e/ou elaboração de um roteiro, sem um desenvolvimento
integrado, pois focos isolados exigem uma oferta turística muito representativa para que se possa esquecer
do que existe em torno, entretanto, as localidades próximas e que despertem uma consciência turística
podem criar alternativas variantes que motivam a maior permanência de dias de visitação de turistas.
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Se previamente elaborar-se roteiros para jovens, por exemplo, haverá que se ater
às características e necessidades a serem preenchidas. Por observação direta e
comportamental, o lazer festivo e aventureiro aliados ao caráter de liberdade, faz
necessária a inclusão de oportunidades de atividades recreativas e esportivas, de
envolvimento cultural e de diversão. A diversão orientada, ao mesmo
tempo,
buscará apresentar novidades, ampliação de conhecimentos e sucessivas oportunidades de integração e
entrosamento do grupo. A inclusão ou emprego de shows, caminhadas e a sensação de aventura,
participando de brincadeiras e propondo outras.
Para um grupo da terceira idade, aliás, “melhor idade” preparar-se-á
uma programação em que o descanso é o fator mais importante, possibilitando-
se o repouso e a contemplação, atendendo a um grupo bastante exigente em
relação à qualidade do que é oferecido e utilizado. Programação de lazer com
atividades recreativas selecionadas e de cunho cultural são demais atraentes.
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Nas excursões terrestres, onde é necessário a locação de ônibus (com 36, 42, 48, 50 ou 54 lugares),
pega-se o valor da locação e divide-se pelo Ponto de Equilíbrio Ônibus (normalmente usa-se o índice 23).
Exemplo: A locação de um ônibus (de 48 lugares) para um trecho de 200km (ida e volta) custe R$ 920,00
divide-se este valor por 23, cujo resultado é o valor per capita para o pagamento da locação do ônibus. Já
o excedente será o lucro do Agente.
CLOp = CO CLOp = 920,00
PEo 23
Onde: CLOp = R$ 40,00
CLOp = Custo da Locação do Ônibus por pax
CO = Custo do ônibus
PEo = Ponto de Equilíbrio
Observação:
Soma-se ao custo da locação do ônibus, os valores das Diárias da Hospedagem, as possíveis taxas de
acessos, valores da alimentação (que pode ser incluso ou não no valor total do pacote), seguros de viagens,
provisão (eventualidades), percentual de lucro do agente.
Exemplo de custos na execução de um Roteiro Turístico: Excursão a Fortaleza/CE, pacote com 03 diárias em
hotel de categoria turística, ônibus de padrão internacional, ingresso ao Bearch Park.
Análises e Considerações
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liberdade na programação, com roteiro específico, porém normalmente trata-se de opção mais cara, nem
sempre oferecida. Tanto a hospedagem como o transporte são previamente contratados, portanto datas de
saída e chegada devem ser seguidas com rigor. No caso da excursão roteiros e horários são fixos, valendo a
pena checar o número de pessoas que compõem o grupo.
A pesquisa de preços é vital, ou seja, a quotização, pois ao elaborar-se um roteiro, deve-se pesquisar
de forma clara e precisa:
valores cobrados pelas partes aérea e terrestre,
categoria das passagens, taxas de embarque,
tipos de acomodação (quarto duplo, individual),
translados,
refeições oferecidas,
guias,
número exato de dias,
juros nos pagamentos a prazo,
e despesas que ficarão por conta do consumidor.
Observação:
Se a opção recair por cruzeiros marítimos é bom informar-se sobre a cabine, já que a sua localização
é muito importante. As internas, que ficam próximas à casa das máquinas e a elevadores, costumam ser
barulhentas. No momento da escolha, pode ser solicitado o mapa no navio, pois uma vez escolhida a cabine
torna-se difícil fazer alguma alteração de localização.
Por fim, Uma vez escolhida a empresa e o pacote, todos os termos devem ser estabelecidos por
escrito no contrato ou ficha roteiro de viagem deve constar tudo o foi acertado verbalmente e oferecido
pela publicidade, as cláusulas que possam colocar o consumidor em desvantagem exigem maior atenção,
sobretudo quanto à possibilidade de alterações quanto a hotéis, passeios, taxas extra e transporte. Onde
convém guardar uma via datada e assinada, além de todos os prospectos, anúncios e folhetos publicitários,
que integram o contrato.
Uma vez feito o pagamento, a agência deve fornecer as passagens com datas de saída e chegada
(vale a pena ler as condições do serviço, situações de atrasos, bagagens etc.), os vouchers (comprovantes de
reserva de hotéis e translados), bem como recibos dos valores pagos.
Nos roteiros internacionais, uma boa atitude é informar-se sobre a necessidade de vistos, vacinas,
autorização para viagens de menores, etc., providenciando-os antecipadamente, além de ficar atento aos
horários e chegar aos locais de saída dos grupos com antecedência, não esquecendo da bagagem que, deve
ser identificada interna e externamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, José Vicente de. Turismo: fundamentos e dimensões. 8ª ed. São Paulo, Ática, 2000.
BAHL, Miguel. A Fundamentação do Turismo no Planejamento de Roteiros. IN: Boletin Técnico Senac, Rio de
Janeiro, 15(1): 3-15, jan./abr. 1989.
MELGAR, Ernesto. Fundamentos de Planejamento e Marketing em Turismo. São Paulo, Contexto, 2001.
(Coleção Turismo Contexto).
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Um abraço do professor:
Maxuel Araújo
ANEXO I:
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ANEXO II:
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A utilização dessa ficha imprime maior transparência nas contratações com o fornecimento de
informações claras, corretas e precisas quanto ao serviço oferecido e contratado.
Assim, o consumidor ao contratar os serviços junto às agências e operadoras deve solicitar o
preenchimento da Ficha de Roteiro de Viagem, que conterá tudo o que foi ajustado.
O Brasil é o maior país da América Latina. Cobrindo quase a metade (47,3%) do continente da América do
Sul, ocupa uma área de 8.547.403,5 km2. É o quinto maior país do mundo depois da Federação Russa,
Canadá, China e Estados Unidos. Exceto por um pequeno número de ilhas, o Brasil é constituído por uma
única e contínua extensão territorial. No mapa-múndi, pode-se observar que o formato do contorno leste do
Brasil está em conformidade com a curva côncava da costa oeste da África. A linha do Equador passa pela
região Norte do País, próximo a Macapá; o Trópico de Capricórnio corta o País ao Sul, próximo a São Paulo.
A extensão do Brasil no sentido leste-oeste (4.319,4 km) é quase equivalente a sua maior distância no
sentido norte-sul (4.394,7 km). O Brasil faz fronteira com dez países: Guiana Francesa, Suriname, Guiana,
Venezuela e Colômbia, ao norte; Uruguai e Argentina, ao sul; e Paraguai, Bolívia e Peru, a oeste. O Equador e
o Chile são os dois únicos países do continente sul-americano que não têm divisas com o Brasil. O Oceano
Atlântico estende-se por toda costa leste do País, oferecendo 7.367 km de orla marítima.
Poucos lugares do mundo possuem o grau de abertura para o novo como o Brasil. A base dela é
justamente a democracia racial que se construiu ao longo dos séculos. Oculto pelo preconceito racial de
parte da elite, que vigora de maneira muito mitigada (se comparado por exemplo aos Estados Unidos ou à
Europa), este costume permitiu a construção de uma democracia política efetiva num País que tinha tudo
para não possuí-la.
Sobre a base miscigenada inicial foi montada uma sociedade escravista. Mas que, apesar de
escravista, nunca conseguiu eliminar o costume já tornado tradicional - e que podia ser visto a cada dia em
filhos de brancos com negros, negros com índios, mulatos com brancos, brancos com índios. Esta gente,
condenada como inferior, conseguiu transformar a condenação em identidade, no momento da
Independência. E uma identidade tão forte que não houve divisão no território, disputas políticas internas de
maior monta. Pelo contrário, a Nação foi construída com base em arranjos que muitas vezes pareciam
disparatados aos olhos europeus - e mesmo a muitos brasileiros - mas que funcionam até hoje de maneira
um tanto inusual.
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O desejo de democracia no Brasil se traduz, desde o século passado, numa arraigada crença na
necessidade de se distribuir o poder a partir de mecanismos de representação política. Desde 1823 há
eleições nacionais no Brasil, e desde então com uma abertura para o registro de eleitores incomum mesmo
para os padrões das democracias européias. O Congresso Nacional, diga-se o que disser dele, funciona com a
regularidade de um relógio há 175 anos. Somente em três ocasiões, em toda a história do País, deputados
eleitos não completaram seus mandatos. A força do Congresso é tamanha que nem mesmo a ditadura
militar dos anos 60 pôde prescindir dele. Até os ditadores sabem que o Brasil é ingovernável sem
representantes eleitos.
A força do Congresso existe porque está ancorada numa grande força social. A sociedade de
escravos foi capaz de se transformar, absorvendo uma imensa quantidade de imigrantes e, mais que isso,
fundindo-se com eles. O hábito de considerar atraente qualquer possibilidade matrimonial, independente de
origem étnica, conseguiu prevalecer sobre a tendência ao fechamento, que marcava a maior parte dos
grupos imigrantes. E assim como absorve pessoas de fora sem perder sua identidade, o Brasil absorve
empresas. A primeira empresa de capital estrangeiro do País instalou-se em 1825, e funciona até hoje.
Nunca uma empresa de propriedade de estrangeiros teve qualquer alteração em seu regime de propriedade
fora dos estritos termos da lei.
Essas são apenas algumas das conseqüências da estruturação fundamentalmente democrática do País. O
Brasil é uma das últimas províncias da terra onde ninguém é estrangeiro, onde é possível mudar um destino
sem perder a identidade. E é essa, justamente, a característica que faz com que muitos o chamem de "país
do futuro": desde a Colônia (1500-1822), passando pelo Império (1822-1889) e durante a República (1889
até hoje), a globalização é parte da natureza de cada brasileiro. Talvez agora o Brasil possa ser visto como
semente de uma realidade cultural onde o orgulho de grupo não está acima da possibilidade de aceitar o
novo
No Centro-oeste, formado pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fica Brasília Distrito
federal e capital do Brasil. Construída com projeto do urbanista Lucio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer,
Brasília foi inaugurada em 1960 e é, do ponto de vista urbanístico, uma das cidades planejadas mais
importantes do mundo.
Mas visitar o Centro-oeste também significa visitar uma região de contrastes: o velho - local para onde
acorreram os bandeirantes, no século XVII, em busca de terras férteis e de ouro; e o novo - pois o grande
impulso econômico e demográfico da região só veio com a implantação da nova capital, a partir de meados
do século XX. E onde, ao lado do cenário formado por centenas de cavernas em torno de cidades como
Bonito, no Mato Grosso do Sul, existe uma fauna e flora exuberantes nas cheias e vazantes do Pantanal e
dos rios que nascem na Chapada do Guimarães, no Mato Grosso, dando origem ou alimentando algumas
das maiores bacias hidrográficas do continente.
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programa, roteiro, duração, descrição dos meios de hospedagem, de transporte, locais e datas de saída e de
retorno), detalhamento do preço e informações específicas (necessidade de vistos, vacinas, autorização para
viagem de menores desacompanhados etc
MODELO BÁSICO
FICHA DE ROTEIRO DE VIAGEM
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