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Organização de Roteiros Turísticos Prof.

Maxuel Batista de Araújo

Introdução

O Turismo certamente surgiu com o aparecimento do homem, quando este se tornou nômade,
motivados por questões de sobrevivência. Após a exploração de determinada localidade, havia a
necessidade da busca de novos locais e alimentos. Os Babilônios (na Suméria), que foram os inventores do
dinheiro e do comércio, cerca de 4000 a.C., deram origem ao que chamamos de turismo comercial. Já o
setor de hotelaria teve origem com o Império Romano. Os Romanos, nesta época, viajavam longas
distâncias, cerca de 150 Km por dia, e as faziam através de cavalos que puxavam as carroças. Na metade do
caminho, haviam postos de trocas de animais, onde se deu o registro das primeiras hospedarias.
No Brasil, o turismo surgiu com o próprio descobrimento do país pela visão dos Portugueses no
Século XVI. As grandes embarcações portuguesas, e até mesmo holandesas, espanholas, francesas e
inglesas, praticavam o que chamamos hoje de turismo de aventura. O registro do primeiro investimento
em infra-estrutura turística no Brasil, surgiu em 1885, com a criação do trem que sobe o morro do
corcovado, que até os dias atuais se encontra no local.
Os três primeiros instrumentos para a regulamentação do turismo no Brasil, foram criados em 1968,
que são:
 CNTUR - Conselho Nacional de Turismo;
 FUNGETUR - Fundo Geral de Turismo; e
 EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo.

 CONCEITOS DE TURISMO
O turismo pode ser conceituado de várias maneiras. Alguns autores o definem como o deslocamento
de pessoas de seu local domiciliar para outras localidades, com o intuito de recreação e lazer, sem fins
lucrativos e profissionais; outros o definem como o deslocamento de pessoas, para locais onde não residam,
com fins de recreação, lazer ou até mesmo para atividades profissionais de forma que não sejam constantes.
O conceito que soma os pontos de vista da maioria dos autores se define da seguinte maneira:
"O deslocamento de pessoas de seu local de residência habitual por períodos
determinados e não motivados por razões de exercício profissional constante. Uma
pessoa que reside em um município e se desloca para outro diariamente para exercer
sua profissão não estará fazendo turismo. Já um profissional que esporadicamente
viaja para participar de um congresso ou para fechar um negócio em outra localidade
que não a de sua residência estará fazendo turismo". (IGNARRA, 1999)

Portanto, o turismo de negócios nos dá fundamentos para concordar com a visão conceitual de
Ignarra. Até mesmo porque grande parte das reservas de transportes e hotéis é feita por este tipo de
turistas, que vão a busca de lucros, ou até mesmo para desenvolver o seu potencial profissional.
Podemos ainda citar alguns dos conceitos de outros autores, que certamente contribuíram para o
entendimento da definição do turismo, mesmo que ainda existam discussões a este respeito, afinal, o
conceito de turismo é complexo. Nos dias atuais, nota-se que o fator que mais atrai pessoas à compra de
serviços turísticos é a promessa de satisfação, proporcionando ao turista o relaxamento físico-mental e a
realização pessoal ou profissional.

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 TIPOS DE TURISMO
O turismo é um fenômeno extremamente complexo, e pode ser dividido em várias modalidades. Os
segmentos de turismo estão diretamente relacionados com o produto a ser explorado no destino, fazendo
com que se aproveite melhor as potencialidades já existentes ou estimulando a criação de novos segmentos.
Os tipos de turismo estão classificados dentro de uma segmentação de acordo com a motivação da
viagem:
1) Demográfica Pessoal: São as características que diferem um indivíduo do outro, e para isso
contam as características físicas e genéticas.
# Turismo Infantil - 7 a 13 anos: Para a criança, vivenciar a experiência de uma viagem apenas na companhia
de outras crianças contribui bastante para a formação da sua personalidade, transformando-a em um adulto
independente e sociável;
# Turismo Juvenil - 14 a 19 anos: Contribui para a afirmação da individualidade do jovem, dando-a
autonomia de ação na sociedade;
# Turismo da 3ª Idade - acima de 55 anos: O turismo neste segmento, desenvolvido de forma coerente,
pode ser explorado nas épocas de baixa temporada, diminuindo a sazonalidade nos destinos turísticos;
# Turismo Single - Solteiros, Separados: A necessidade das pessoas solteiras e separadas da integração com
os demais viajantes;
# Turismo Romântico - Casados sem filhos: Opção de usufruir uma espécie de lua-de-mel;
# Turismo Familiar - Casados com filhos: Integração familiar, de forma a ser desfrutado a participatividade
dos pais na vida de seus filhos;
# Turismo GLS - Orientação Sexual: Exatamente como o turismo single, se diferenciando apenas pelo fato de
ser direcionado para um público mais específico;
# Turismo Saúde - Estética, Saúde: Tratamentos preventivos ou de recuperação, geralmente em localidades
onde possuam fontes de águas hidrominerais ou termais;
# Turismo para Deficientes - Condição Física: Ligado geralmente às condições físicas do público.

2) Demográfica Sóciocultural: São as características culturais do indivíduo, suas bagagens sociais,


experiência de vida.
# Turismo de Estudos - Área de Estudo, Grau de Instrução: Em geral, atribui esta modalidade de turismo,
em grande escala, ao estudo de idiomas, integrando os estudantes às localidades nativas da língua, com os
povos desta localidade e demais estudantes de lugares diversos do mundo. Está relacionado também com a
formação acadêmica, técnico-científica e aperfeiçoamento profissional;
# Turismo Cultural - Áreas de Estudo: Turismo onde é valorizada a raiz do destino, seu folclore, sua
arquitetura, cultura, costumes, visando uma integração do visitante com os valores observados;
# Turismo Religioso - Afiliação Religiosa, Igreja: Direcionado a grupos de pessoas com crenças em comum, e
também com o objetivo de atrair fiéis de outras religiões;
# Turismo de Raízes - Etnia (Ancestralidade): Tem dois aspectos, o primeiro trata de visitas a parentes, à
terra natal, o outro aspecto trata em mostrar os habitantes de um país os locais que marcam a cultura de
seus antepassados.

3) Demográfica Socioeconômica: São as características profissionais do indivíduo, sua atividade e


capacidade financeira.
# Turismo de Eventos - Ocupação profissional (autônomo e liberal), Atividade cultural (artístico) e
econômica (empresarial): Praticado com interesse profissional e cultural, participação de reuniões científicas
e profissionais, de forma a apenas participar do evento, como observadores, sem fins econômicos;

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# Turismo de Negócios - Setor Empresarial: É voltado para a classe empresarial (altos executivos), às viagens
onde tenham de certa forma fim econômico e lucrativo;
# Turismo Comercial - Atividade Econômica: Caracteriza-se principalmente pelo desejo específico de
compra. Esta relacionada ao turismo de eventos e de negócios;
# Turismo de Incentivo - Setor Empresarial, Área Funcional: Baseado na necessidade de reconhecimento e
recompensa pelas metas alcançadas;
# Turismo Social - Nível de Renda, Baixa Renda: Desenvolvimento do turismo moderno, geralmente aderido
por pessoas de baixa renda, foi instituído na década 30, com o direito dos trabalhadores a férias
remunerada. A principal característica é o subsídio das viagens.

4) Psicográfica: São os característicos psicológicos, referentes à personalidade, manifestada através


de suas crenças, valores, estilos de vida, atitudes.
# Turismo Surpresa - Personalidade, Estilo de Vida: Viagens com destino ignorado, dirigido a turistas de alto
poder aquisitivo e com muita experiência em viagens;
# Turismo Aventura - Personalidade: Tem como principal característica o risco. É um turismo radical, pois
testa a capacidade máxima de resistência das pessoas, levando-as ao limite de sua competência;
# Turismo Esportivo - Esportista praticante ou simpatizante: Este segmento considera dois grupos de
consumidores: os praticantes e os simpatizantes por esporte;
# Turismo Gastronômico - Estilo de Vida: Esta modalidade de turismo, acrescentada a outras modalidades,
enriquece bastante uma região, devido à gastronomia possuir uma relação ao prazer e à alegria;
# Turismo Ecológico - Atitude: Segmento que utiliza, de forma sustentável o patrimônio natural e cultural,
incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista, promovendo o bem-estar
das populações envolvidas;
# Turismo Rural - Gosto: Voltado ao campo, de forma a integrar os visitantes à vida de colônias rurais,
participando ativamente das atividades desenvolvidas pela vida campestre. Aderindo a cultura pré-existente,
sem que se desenvolva a cultura das localidades domiciliares dos visitantes;
# Turismo Praia - Personalidade: Ou turismo balneário. O próprio litoral é um fator de atratividade, é
responsável por uma teoria bastante popular do mercado turístico, os denominados três "esses" (Sun, Sea,
Sex), que significam sol, sal e sexo.

5) Comportamental: São as características relacionadas aos hábitos do público-alvo.


# Turismo Viário - Hábito: Meio de transporte optado pelo consumidor, em geral, o turista opta pelo
transporte que está mais acostumado;
# Turismo de Época - Ocasião: Geralmente praticado nos períodos descompromissados das pessoas,
podendo ser de longa e média duração.

 PRODUTO TURÍSTICO
O produto turístico é um composto de bens e serviços diversificados e essencialmente relacionados
entre si, tanto em razão de sua integração com vistas ao atendimento da demanda quanto pelo fator de unir
os três setores (primário, secundário e terciário) da produção econômica.
A matéria-prima do turismo se compõe de atividades e serviços ligados aos empreendimentos de
hospedagem, aos bens de alimentação, além do pessoal necessário à sua produção, funcionamento e
reparos e aos produtos típicos locais.
As características que tornam o fenômeno turístico produtivo em todas as fases do processo de sua
múltipla efetivação, se manifestam pelos:
1º) Meios e recursos que utiliza, o turismo:
a) faz com que os bens naturais e culturais se tornem atrativos e objeto do fenômeno, sem

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desgastes sistemáticos a consumação total;


b) colabora para a produção de bens e prestação de serviços pela ativação do contingente de
mão-de-obra especializada ou não;
c) necessita de bens de capital e de capital de giro para garantir o sucesso das aplicações e a
maior rentabilidade dos empreendimentos;
2º) Resultados que produz:
a) É lucrativo aos indivíduos e às empresas que se dedicam à produção de bens e à prestação
de serviços;
b) Permite boa captação de divisas na balança de pagamentos, nas atividades turísticas de
natureza receptiva a nível internacional;
c) Incentiva o progresso econômico local, regional e nacional pelo desenvolvimento
empresarial, que garante o emprego de número significativo de profissionais dos vários
setores de produção e dos diferentes segmentos sociais.

3º) Por suas características econômicas, o turismo:


a) Cria meios para formação de recursos para empresas envolvidas na produção de bens e
serviços;
b) Promove o intercambio entre todo o conjunto produtivo no setor específico e nos setores
correlatos;
c) Estimula a formação de redes de hotéis, lojas, casas de espetáculos e de artes, criando
meios que permitam a concorrência e promoções que valorizem a oferta e atraiam maior
demanda.

Portanto, o produto turístico, é:


“A amálgama de elementos tangíveis e intangíveis, centralizados numa atividade especifica e numa
determinada destinação, as facilidades e as formas de acesso, das quais o turista compra a
combinação de atividades e arranjos.” (Ruschmann, 1991, p. 26. IN: MELGAR, 2001, p. 69).

 DESTINAÇÕES TURÍSTICAS
Turismo implica em deslocamento de um determinado ponto para outro (destino), portanto, o
destino turístico é o local onde se pretende ir, e onde são processada as relações turísticas escolhidas pelo
turista, cuja escolha desta localidade, está condicionada a sua motivação e sujeita a três fatores
determinantes, como:
# A Oferta Diferencial = composta pelos atrativos turísticos, que são os principais elementos que
decidem a escolha da destinação turística. Os atrativos turísticos podem ser divididos em: atrativos
naturais, atrativos histórico-culturais e os eventos programados.
Obs.: Considera-se um atrativo turístico (natural ou histórico-cultural) quando exista uma boa estrutura de
acesso e de serviços turísticos nos locais visitados. Sem estes requisitos, pode-se dizer que são recursos
naturais ou culturais com potencial turístico.
# A Oferta Técnica = reúne a infra-estrutura básica e turística, que permitam a permanência do
turista na localidade visitada. É formada pelas instalações e serviços que facilitam o transporte, o
alojamento, a alimentação do visitante, bem como o entretenimento.
# O Acesso = é formado pelo conjunto das vias (ferrovias, rodovias, etc) e os meios de transportes
disponíveis, que possibilitam a locomoção do turista até o local desejado e sua locomoção nas localidades
visitadas.

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 ATRATIVOS TURÍSTICOS: NATURAIS E HISTÓRICO-CULTURAIS


Também conhecidos como a “matéria-prima”, consistem no local em torno do qual são
desenvolvidas infra-estruturas que permitam fazer desde um produto com capacidade de ser consumido por
algum tipo específico de mercado.
“Atrativo turístico é o conjunto de componentes localizados numa mesma região geográfica,
e que no seu conjunto comportam um produto de autonomia suficiente para motivar o
translado de um grupo de pessoas até o seu lugar habitual e residência e o lugar onde estes
se agrupam.” (MELGAR, 2001, p.70)
Ressalta-se que, convém evitar algumas confusões entre Atrativo e Recurso, pois a palavra “recurso”
procede da atividade econômica e faz referência à totalidade de componentes do “destino turístico”, como
recursos naturais, humanos e de capital.
Classificação dos Atrativos Turísticos
Categoria Tipo

1. Bens Naturais Montanhas / Praias / Lagos e Lagoas / Rios e Riachos / Cachoeiras / Grutas e
Cavernas / Observação da Flora e Fauna / Caça e Pesca / Termas / Parques
Nacionais e Reservas.

2. Históricos Museus / Sítios Históricos / Sítios Arqueológicos

3. Culturais Manifestações Folclóricas / Manifestações Gastronômicas / Manifestações


Étnicas / Manifestações religiosas / Manifestações Artísticas.

4. Congressos e Eventos Feiras Temáticas / Feiras Artesanais / Eventos Esportivos / Congressos


Temáticos.

5. Educacionais Cursos e Seminários Temáticos

6. Recreacionais Parques Temáticos / Visitas a parentes e amigos

7. Saúde Tratamentos Especializados / Embelezamentos

8. Negócios Compras / Pesquisas

 GEOGRAFIA & TURISMO


A paisagem natural é um elemento de suma importância para o
desenvolvimento da atividade turística , pois muitas viagens são motivadas
pelos aspectos naturais de uma determinada localidade. Por isso, é de
extrema importância que os profissionais envolvidos com a atividade
turística, estejam conscientes da necessidade de conhecimentos gerais
sobre as paisagens naturais e sua real necessidade de preservação.

Existem inúmeros exemplos de localidades que foram inteiramente transformadas para dar lugar a
uma grandiosa infra-estrutura turística, e que hoje estão ociosas, justamente porque elas praticamente
destruíram os atrativos (principalmente os naturais) que motivavam as viagens. Portanto, o planejamento e
o uso adequado dos recursos naturais, além do conhecimento geral da Geografia, da Cartografia e da
Topografia tornam a atividade turística sólida e contribuem para o desenvolvimento sustentável desta
atividade sócio-econômica, de modo a respeitar as características da destinação turística, sem destruí-la.
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Convém lembrar que, mesmo no caso do turismo urbano, é


importante o conhecimento do espaço geográfico, para que
se possa planejar a atividade turística respeitando-se as
características da área a ser visitada, e sem que se
comprometa, ainda mais, a qualidade de vida das
populações residentes em áreas urbanas

Natal/RN – © Interv Cabugi

É de crucial importância o entendimento e dimensão dos aspectos geográficos e sociais que os a


atividade turística possa causar ao espaço geográfico, como por exemplo, o impacto do contingente de
grandes massas de turistas nos centros de peregrinação religiosa ou destinações, que dificulta a vida dos
moradores da localidade, que vêem o comprometimento dos serviços prestados a comunidade.
Dentro deste paradigma, que o conhecimento geográfico desempenha um papel fundamental para a
área de viagens e turismo. É a Geografia que fornece as informações e os conhecimentos básicos sobre os
elementos que formam a paisagem, tais como clima, vegetação, tipos de solo, relevo, fauna, etc,
possibilitando a compreensão de sua dinâmica e permitindo que se avaliem as reais potencialidade e
limitações de cada recurso.
Outra importante contribuição da Geografia para o desenvolvimento do
Turismo é a Cartografia , que é a área da Geografia encarregada de
elaborar mapas, que nada mais são do que representações da superfície
terrestre.

 PLANEJAMENTO TURÍSTICO

O planejamento de turismo é um sistema inter-relacionado de fatores de


oferta e demanda. Os fatores de demanda são os mercados de turismo
internacional e domestico que utilizam atrativos, equipamentos e serviços
turísticos. Os fatores da oferta compreendem atrativos e atividades
turísticas, alojamentos e outros equipamentos e serviços. Os atrativos são
os aspectos característicos do local e seus respectivos diferenciais turísticos
e todas as atividades desenvolvidas em função deles. Os fatores da oferta
turística em conjunto podem ser denominados produto turístico.

O processo de planejamento em turismo apresenta as seguintes etapas: determinação dos objetivos,


inventário de todos os recursos turísticos, análise e síntese da situação encontrada, formulação da política e
do plano de turismo e também de recomendações de viabilidade, e implementação e controle da gestão do
processo total. Exige planos de longo prazo e projetos estratégicos. Os planos de longo prazo referem-se a
metas e objetivos específicos. Seu período de duração deve ser de 10 a 15 anos.

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Política é um curso de ação calculado para alcançar objetivos. Objetivos são direções gerais para o
planejamento e gestão do turismo. Políticas são orientações especificas para a gestão permanente do
turismo. Planejamento é o processo de interferir e programar os fundamentos definidos do turismo que
abrangem três pontos: estabelecimento de objetivos, definição de cursos de ação e determinação da
realimentação. Planejamento regional do turismo é um conjunto de pólos de desenvolvimento turístico
hierarquizados, unidos por uma infra-estrutura comum que contribuem para dinamizar o desenvolvimento
econômico e social.
O setor de turismo precisa de um tipo de planejamento a que se agrega a palavra integrada,
indicando que todos os seus compone ntes devem estar sincronizados e ajustados, a fim de produzir o
alcance das metas e diretrizes da área de atuação de cada um dos componentes a um só tempo. O
planejamento do turismo estabelece os grandes eixo ou bases do desenvolvimento do turismo.
O desenvolvimento sustentável não é um objetivo que seja possível
atingir em curto prazo, mas é um passo importante num esforço de longo
prazo para salvaguardar o ambiente e a qualidade de vida na comunidade
regional e no nosso planeta.
O turismo é um elemento importante da vida social e econômica
da comunidade regional. É também um importante valor econômico de
muitas áreas e cidades da comunidade e tem uma contribuição especial a
fazer para a coesão econômica e social das regiões periféricas. Se forem
bem planejados e geridos, o turismo, o desenvolvimento regional e a
proteção ambiental podem evoluir paralelamente

 Roteiros Turísticos: Conceitos, Tipos e análises

A simples elaboração de um programa turístico, que é a amostra do produto a ser


oferecido no mercado, proveniente da reunião de serviços, necessita do fator segurança
para a sua criação e estruturação embasada e plena. Este fator exprime-se pela seleção
de serviços que comporão a programação e pela sua perfeita adequação, utilizando-se
mão-de-obra especifica no agenciamento, transporte, hotelaria, alimentação, receptivo
e, ainda, na recreação, eventos, programas de órgãos oficiais de turismo e entidades de
formação para a área.
Ressalta-se que, desde dos deslocamentos espontâneos aos previamente organizados, através da
intenção em atingir um propósito especificado, houve toda uma evolução que possibilitou a determinação
de atividades e posteriormente a diversificação destas.
Em face da dimensão apresentada pelas programações turísticas, forma-se imprescindível que, além
do aspecto econômico da atividade em si -– expressa no lucro que possa oportunizar e na geração e
circulação da moeda -- , o seu planejamento seja fundamentado em estudos preliminares: viabilidades,
adequação e praticidade, resultantes de uma pesquisa prévia, operacionalidade, onde a criatividade em
reunir atrativos e serviços facilite a comercialização.
Os ingleses difundem que Thomas Cook, seu patrício, missionário evangélico e difusor de bíblias, foi
o pioneiro dos agentes de viagens, pois – para garantir o sucesso do Congresso Antialcoólico de Leicester -
em 1841, organizou um “roteiro turístico”, onde fretou um trem para a viagem de ida e volta dos
congressistas, a custo de 1 shilling a passagem. O trem ficou lotado, e o lucro foi compensador. Então,
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passou a viver de fretamento de trens para levar pessoas a congressos, eventos e férias. Fundou a Thomas
Cook and Son, a primeira agência de viagens registrada no mundo. A empresa cresceu muito e atualmente
possui quase 100 agências espalhadas por todos os continentes. Portanto, o pioneirismo de Cook, iniciara
um processo em que o atendimento a um grupo de pessoas, através da organização de serviços inerentes,
visando atingir um objetivo, necessita de previsão e ordenação.
Em face da dimensão apresentada pelas programações turísticas, torna-se imprescindível que, além
do aspecto econômico da atividade em si — expressa no lucro que possa oportunizar e na geração e
circulação de moeda — o seu planejamento seja fundamentado em estudos preliminares: viabilidades,
adequação e praticidade, resultantes de uma pesquisa prévia, testagem e operacionalidade, onde a
criatividade em reunir atrativos e serviços facilite a sua comercialização.
Um roteiro turístico possibilita uma exposição temática ampla, que desperta interesse das pessoas e
preenche as suas necessidades de evasão e deslocamento, motivando-as a participar. Neste aspecto, deve-
se incluir nos objetivos do roteiro, uma temática associada a aspectos variáveis, específicos ou gerais,
contidos em conteúdos históricos, geográficos, sociais, econômicos, urbanísticos, culturais, religiosos,
folclóricos e assim por diante. A definição clara destes objetivos permite ao roteiro a apresentação de uma
programação embasada e sustentada em recursos que promovam os locais visitados e em que o seu próprio
idealizador sinta-se respaldado ao oferecer um produto turístico comercializável e atraente. Dentre os
estudos preliminares, deve-se salientar também, a capacidade na oferta de atrativos dos núcleos a serem
visitados, o número de pessoas estimadas por período, os tipos de transportes a utilizar.

Na elaboração de um roteiro, o estudo preliminar do calendário


anual de eventos da localidade turística, facilita a previsão da oferta de
serviços turísticos e o cálculo das margens de venda antecipada em função
dos finais de semana, feriados prolongados ou não, férias escolares e por
profissões, eventos programados e festas populares, que ao a mola mestra
no processo de organização do cronograma de uma empresa e o seu centro
de concentração, influenciadores da movimentação turística.
A análise do itinerário, baseando-se no estudo e levantamento dos pontos de interesse de uma cada
região que podem sobremaneira enriquecer a programação, as distâncias entre eles e as estradas e acessos
a percorrer, reflete o desempenho seguro no transcorrer da viagem e que, somados aos atrativos locais e
tipos de passeios incluídos, permitem a reunião de elementos que contribuem para o desenvolvimento da
atividade. Ressalta-se a postura adequada e o senso de responsabilidade em não interferir no processo de
execução, e, sim, em acompanhar e supervisionar os elementos da programação, são assim destacados,
considerando-se também neste caso, a previsão de contratação de Guias locais que realmente transmitam a
mensagem cultural da localidade, livre de improvisações e decepções decorrentes da utilização de indivíduos
desqualificados para apresentação dos atrativos e passeios.
Observa-se que, mesmo quando da elaboração preliminar do roteiro, deve-se verificar as
programações de destino, comércio local e visitas, pois, o fator surpresa em apresentar atrativos que em
grandes eventos ou feriados locais fiquem congestionados compromete o desenrola r das atividades, ou pela
saturação em termos de massa humana circulante, dificultando o deslocamento, ou pela própria superação da infra-
estrutura local, prejudicando no aspecto geral.
Quanto à escolha do meio de transporte, obviamente que o mais adequado
para a oferta da programação turística vai estar relacionado diretamente à distância
e no tempo para percorre-la , partindo-se do núcleo emissor para os receptores.
Mesmo baseando-se na adequação do meio de transporte em função das
distâncias e do tempo para percorre-las, o roteiro estará condicionado ao fator custo
e, neste aspecto, analisar-se-á também a duração da programação em termos de

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dias e noites, os meios de hospedagem e a categoria, o regime de pensões e taxas


complementares.
Subentenda-se ainda que, dependendo da clientela alvo, ou da fixação do
direcionamento do roteiro para determinada faixa social, utilizar-se-á um meio de
transporte mais sofisticado, mais caro, sendo, portanto, variável e condicionado à
região a visitar e ao objetivo do Organizador.
A sensibilidade do Organizador de Roteiros Turísticos em adequar os elementos
intervenientes e, após os estudos prévios, estabelecer horários, desde a saída, chegada e os do programa
em si, quando visitar e o tempo necessário para visitá-los, além da fixação de tempo livre para atividades
independentes, permitirá a montagem de uma programação racional. Entretanto, há determinados
elementos que compõem um roteiro turístico, que faz necessário a testagem prévia, com visitas preliminares
em que se avalia o que foi proposto, permitindo-se alterar distorções e analisar in loco , as condições
oferecidas pelo núcleo receptor: estradas, acessos, meios de hospedagem, restaurantes, estado dos
atrativos, horários, taxas e abastecimento, podendo-se daí, realmente lançá-lo em nível de mercado.
 Tipos de Roteiros Turísticos

Entende-se por roteiro turístico o itinerário escolhido pelo turista. E, existe basicamente dos tipos de
roteiros: o roteiro espontâneo e o roteiro programado. Normalmente um pacote turístico, nacional ou
internacional, em seu roteiro, é composto da hospedagem, transporte (aéreo, rodoviário, ferroviário etc.),
alimentação, traslados ("transfer"), guias locais, etc. Existe o pacote individual ("forfait") , onde o
consumidor junto ao agente de viagens escolhe o hotel, a companhia aérea, os locais para os quais pretende
viajar, enfim, monta o pacote sob medida. Já no pacote em grupo, ou seja a excursão, os horários, meios de
transporte, hotéis estão já preestabelecidos, vindo o consumidor a se integrar ao oferecido podendo
entretanto em algumas situações e com pagamento em separado e se quiser, pedir mais ingressos de
shows, locação de carros, etc.
Portanto, o roteiro espontâneo (forfait) é aquele feito de viagens improvisadas, de acordo com o
gosto de cada pessoa, onde o cliente escolhe por onde quer passar e os lugares que quer visitar, bem como o
que fazer. Já o roteiro programado, é aquele composto de viagens pré-definidas, por agências de viagens
(em número maior pelas “operadoras”), onde o cliente escolhe, conforme seu gosto, um itinerário fechado
sem flexibilização em mudanças.
Analisando-se também, os diversos tipos de roteiros, pode-se estabelecer uma classificação de
caráter espacial, e, levando-se em consideração o aspecto das distâncias e fundamentando-se na utilização
racional do espaço geográfico para a elaboração de roteiros turísticos e face às peculiaridades no
aproveitamento dos diferentes tipos de atrativos a incluir tem-se:
1) Roteiros Nacionais
1.1. Locais
1.1.1. Centrais (urbanos)
1.1.2. Periféricos
1.2. Interlocais
1.2.1. Intermunicipais
1.2.1.1. Metropolitanos
1.2.1.2. Estaduais
1.2.2. Interestaduais
1.2.2.1. Regionais
1.2.2.2. Inter-regionais

2) Roteiros Internacionais

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2.1. Continentais
2.1.1. Por país
2.1.2. Por países
2.1.2.1. Regionais
2.1.2.2. Inter-regionais
2.2. Intercontinentais
2.2.1. Com relação à distância
2.2.2.1. Por países próximos entre si (proximidade)
2.2.2.2. Por países distantes entre si (longinqüidade)
2.3. Volta ao mundo
Um roteiro turístico bem idealizado é uma maneira de reunir diversos
elementos que apresentam diversos aspectos, de uma região ou localidade.
O amparo que uma entidade voltada ao turismo, em um dado núcleo
receptor, direcione ao recebimento de visitantes, no que tange à indução de
estudos que possibilitem a adequação de estruturas e equipamentos, torna-
se de fundamental importância para sua valorização.
Muitos aspectos devem ser levados em consideração para que isso ocorra, entre eles: a conservação
de estruturas, equipamentos e procedimentos direcionados à promoção da localidade.
A implantação de estruturas receptivas, por vezes, onerosas e complexas, não soluciona a
adequação do núcleo, e sim, pode evidenciar os sintomas de falta de planejamento e de estudos embasados
sobre as reais necessidades de tais complexos. Por outro lado, a conservação do que já existe ou foi
implantado deve ser cuidadosamente mantida para que já existe ou foi implantado deve ser
cuidadosamente mantida para que não se encontre estruturas deterioradas, transmitindo a impressão de
abandono e desleixo, consumindo altos custos de restauração e reparos.

Sendo o turismo um fenômeno de descobertas e de tantos recursos para sua promoção, salientem-
se as tendências mais recentes em abranger e apresentar uma abordagem ecológica pela comercialização
dos atrativos naturais e que, neste ínterim, devem ser resguardados o tanto quanto possível da massificação
desenfreada, tão comum aos modismos de opinião pública.
Se a preocupação em elaborar roteiros turísticos autênticos é de âmbito sócio-cultural, não se pode
deixar de mencionar que o meio ambiente é todo um complexo contextual homem x natureza, evidenciado
na adaptação ao meio e superação de condições geográficas do meio físico em que se instalaram
as comunidades.
Muitos atrativos naturais de grande beleza paisagística podem constar de catálogos
turísticos e, no entanto, as condições de acesso são precárias não se permitindo a
sua aproximação senão com grandes dificuldades, o que simplesmente obriga a sua
visitação de maneira rústica, a utilização de veículos adequados, ou caminhadas
que nem todos estejam aptos e dispostos a cumprir.

Em suma, o conteúdo de um roteiro turístico será adequado conforme o estudo prévio de uma
localidade, sendo imprescindível uma panorâmica regional, baseada no levantamento das proximidades, isto
é, outras localidades e a fixação de um núcleo central como ponto de apoio para a visitação de diversos
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atrativos; e, neste caso, um planejamento mais amplo, por proximidade ou regional é fator importantíssimo.
Por outro lado, não se pode pensar em turismo e/ou elaboração de um roteiro, sem um desenvolvimento
integrado, pois focos isolados exigem uma oferta turística muito representativa para que se possa esquecer
do que existe em torno, entretanto, as localidades próximas e que despertem uma consciência turística
podem criar alternativas variantes que motivam a maior permanência de dias de visitação de turistas.

O Roteiro Turístico é um elemento


importantíssimo para que a viagem turística tenha
sucesso, pois é através dele que serão determinadas
todas as outras providências necessárias para a
realização da viagem, e, para elaborar um roteiro
turístico, é
necessário em primeiro lugar, estabelecer o perfil do público-alvo ao qual se destinará esse roteiro, isto é,
deve-se procurar saber qual é a faixa etária, as motivações, a origem, a situação sócio-econômica, os
interesses e outras características do grupo preferencial quem se destina à viagem turística. Estas
características irão influenciar na escolha dos pontos de interesse turísticos que serão visitados, nas
atividades que serão realizadas, no tempo de permanência em cada atrativo e no próprio destino.
Para elaboração de um bom roteiro turístico, além da definição do perfil da demanda, também é
necessário levantar uma série de informações sobre as localidades que se deseja visitar, através de pesquisas
bibliográficas e de campo, todavia, para o Organizador de Roteiros é imprescindível o uso das seguintes
ferramentas:
a) Mapas dos municípios a serem visitados com a localização dos atrativos e mapas dos atrativos,
quando for o caso;
b) Informações detalhadas sobre as condições de acesso às diversas localidades e atrativos e de
transportes;
c) História do(s) municípios e dos primeiros habitantes;
d) Principais características naturais, tais como: relevo, clima, fauna, flora, tipo de solo, hidrografia, etc;
e) Principais características sócio-econômicas da população local, tais como: educação, religião, saúde,
população, renda, etc;
f) Atrativos culturais a serem visitados, como: monumentos, edifícios históricos, igrejas, museus,
eventos (festas regionais, religiosas, eventos esportivos, etc), culinária típica, arte e artesanato, etc;
g) Atrativos naturais, como: áreas de preservação ambiental (Iegislação, instalações e equipamentos),
praias, recifes, corais, montanhas, florestas, manguezais, rios, lagos, cavernas, etc;
h) Serviços e equipamentos básicos turísticos disponíveis, como: restaurantes, meios de hospedagem,
receptivo, postos de informação turística, animação, recreação e lazer, etc;
i) Serviços e equipamentos estruturantes, como: hospitais, delegacias, bancos, correios, acessos, etc;
j) Serviços de comunicação e mídia local disponíveis;
k) Outras informações que forem necessárias para orientar o turista durante sua visita às destinações
selecionadas.

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Uma das grandes preocupações do lançamento


de um roteiro e já na sua fase de elaboração é relativa
ao tipo de clientela a quem, se dirigirá os programas,
ou, de quem realmente vai usufruí-los, tanto em termos
de camada social como de faixa etária.

Em face de circunstâncias especiais, existe a necessidade de se preparar levantamentos prévios de


opinião, direcionando os programas, atentando ao detalhe do grupo em si, além das motivações básicas que
possibilitem fixar uma tipologia de turismo.
Se pensar em roteiros padrão classe A, com meio de transporte luxuoso e utilização de hotéis 4 ou 5
estrelas, ter-se-á, obviamente, determinado preço e que assim estará adequado a uma determinada
clientela, que não é a mais números e que pelo próprio estilo de vida, exigirá acomodações mais sofisticadas
e roteiros bastante criativos, quando não internacionais. Por conseguinte, se o direcionamento da
programação voltar-se a uma classe social mais ampla, é possível sem desvincular-se do aspecto
qualitativo que é ofertado, contar com um contingente mais numeroso.
Sendo o roteiro turístico como possibilitador do
aproveitamento de um determinado espaço geográfico, interagindo
bens e serviços turísticos e condicionada à distância-tempo e custos,
sob uma temática direcionada, há que se pensar na faixa etária que o
irá utilizar, adaptando a sua abordagem.

Se previamente elaborar-se roteiros para jovens, por exemplo, haverá que se ater
às características e necessidades a serem preenchidas. Por observação direta e
comportamental, o lazer festivo e aventureiro aliados ao caráter de liberdade, faz
necessária a inclusão de oportunidades de atividades recreativas e esportivas, de
envolvimento cultural e de diversão. A diversão orientada, ao mesmo
tempo,
buscará apresentar novidades, ampliação de conhecimentos e sucessivas oportunidades de integração e
entrosamento do grupo. A inclusão ou emprego de shows, caminhadas e a sensação de aventura,
participando de brincadeiras e propondo outras.
Para um grupo da terceira idade, aliás, “melhor idade” preparar-se-á
uma programação em que o descanso é o fator mais importante, possibilitando-
se o repouso e a contemplação, atendendo a um grupo bastante exigente em
relação à qualidade do que é oferecido e utilizado. Programação de lazer com
atividades recreativas selecionadas e de cunho cultural são demais atraentes.

 Quotização e Ponto de Equilíbrio de excursões

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Ao elaborar-se um Roteiro Turístico é necessário fazer uma


Quotização dos preços, ou seja, os gastos com hospedagem, translados,
passeios, ingressos e outros. Todavia, a execução de um roteiro (integrado a
um pacote turístico), é necessário que exista um Ponto de Equilíbrio (PE), que
consiste em ratear os custos totais com um certo número de pessoas.

Nas excursões terrestres, onde é necessário a locação de ônibus (com 36, 42, 48, 50 ou 54 lugares),
pega-se o valor da locação e divide-se pelo Ponto de Equilíbrio Ônibus (normalmente usa-se o índice 23).
Exemplo: A locação de um ônibus (de 48 lugares) para um trecho de 200km (ida e volta) custe R$ 920,00
divide-se este valor por 23, cujo resultado é o valor per capita para o pagamento da locação do ônibus. Já
o excedente será o lucro do Agente.
CLOp = CO CLOp = 920,00
PEo 23
Onde: CLOp = R$ 40,00
CLOp = Custo da Locação do Ônibus por pax
CO = Custo do ônibus
PEo = Ponto de Equilíbrio
Observação:
Soma-se ao custo da locação do ônibus, os valores das Diárias da Hospedagem, as possíveis taxas de
acessos, valores da alimentação (que pode ser incluso ou não no valor total do pacote), seguros de viagens,
provisão (eventualidades), percentual de lucro do agente.
Exemplo de custos na execução de um Roteiro Turístico: Excursão a Fortaleza/CE, pacote com 03 diárias em
hotel de categoria turística, ônibus de padrão internacional, ingresso ao Bearch Park.

Descrição Valor Total Valor por pax


* ônibus 1.840,00 80,00
* Hotel (valor da Diária per capita x quantidade de diárias x total de pax) 4.320,00 135,00
* Guia de Turismo (Honorários) 120,00 5,00
* Seguro de Viagens 320,00 10,00
* Acessos e Ingressos (Bearch Park por pax é R$ 45,00) 1.440,00 45,00
* Margem de Lucro (10%) 804,00 25,00
Total Geral ⇒ 8.844,00 300,00
Observações:
-- a excursão possui 32 clientes pagantes, onde o PE é 23.
-- o valor da diária do hotel (em apto DBL) por pax é de R$ 45,00.
 o custo total da excursão é de R$ 8.440,00
 o lucro total da excursão é de R$ 9.600,00 [nº de pax (32) x valor por pax (R$ 300,00)]
 Lucro líquido é de R$ 1.160,00

 Análises e Considerações

Nos fins de semana, temporada de férias ou feriados


prolongados surge a possibilidade da realização de viagem.
Dentre as opções para quem quer viajar estão as empresas de
turismo – agências e operadoras, que organizam e comercializam
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os chamados pacotes turísticos.

As agências e operadoras oferecem roteiros nacionais e internacionais que podem compreender


transporte, hospedagem, alimentação, traslados (serviço de transporte entre aeroportos e portos aos
hotéis), passeios opcionais e serviços complementares, como seguros de bagagem, médico-hospitalar ou de
vida. Você pode optar por um pacote individual ou uma excursão.
No pacote individual há maior liberdade de programação; a hospedagem e as empresas de
transporte (rodoviário, aéreo, marítimo ou fluvial) são previamente contratadas; a duração e as datas de
partida e chegada são rígidas, já na Excursão os roteiros e horários são fixos; é importante checar o número
de pessoas que compõem o grupo, pois quanto maior ele for, menos privilegiado será o atendimento
individual.
Em resumo, a operadora é a empresa que elabora os pacotes, negocia diretamente com todos os
demais fornecedores para obter bons preços e oferecer pacotes onde, normalmente, o valor total é bem
inferior ao valor apresentado se o consumidor adquirisse a hospedagem e transporte aéreo direto. A agência
de viagens também pode elaborar os pacotes, mas normalmente revende pacotes das grandes operadoras,
ganhando uma comissão para cada venda realizada. A responsabilidade - de acordo com o Código de Defesa
do Consumidor - é solidária entre a agência e a operadora.
O cliente deve ter seu roteiro (espontâneo ou programado), informações detalhadas - por escrito -
da empresa principalmente no que se refere: à quantidade de dias e noites, tipo e localização do meio de
hospedagem, meio de transporte, se os ingressos de passeios opcionais, parques e shows estão inclusos,
tipo de quarto (duplo, triplo, etc.), quais refeições estão inclusas, etc.; pois, a maior queixa dos
consumidores tem sido em relação à qualidade do hotel ou troca deste por um de categoria inferior. Cabe
esclarecer que a maioria dos hotéis brasileiros atualmente, com a Deliberação Normativa 429/02 –
EMBRATUR, encontram-se sem classificação, devido a mesma está reclassificando somente os que solicitam
esse serviço. Desta forma é comum a expectativa do consumidor ser frustada uma vez que se baseia nas
alegações do vendedor. Ocorre também muitas trocas de hotel na véspera da viagem, devido aos bloqueios
e desbloqueios realizados pelas agências de viagens. Em qualquer um dos casos, se o consumidor sentir-se
lesado, poderá tentar resolver a questão com o guia que o recepciona. Não sendo possível, sugere-se que
este tire fotos, filme, guarde folhetos, publicidade e notas de despesas de táxis, por exemplo, visando
pleitear os gastos realizados e perdas e danos ocorridos.
Ressalta-se ainda que, caso o consumidor rescindir o pacote, ele tem direito, segundo a Deliberação
Normativa 161 da Embratur é um parâmetro (excetua-se a parte aérea): no caso de desistência com mais de
30 dias da partida, há a retenção de 10% do valor. Entre 30 e 21 dias antes da saída da excursão - retenção
de 20% e, a menos de 20 dias, a Embratur alega que pode haver maiores retenções desde que
demonstradas. Sugerimos que, assim que desistir, o consumidor faça uma carta para a empresa e a
protocole para resguardar direitos.
Ao agente de viagens recomenda-se o bom planejamento das viagens, com roteiros claros e
convenientes aos interesses dos clientes, como a escolha da época do ano também é um fator importante,
devido viagens durante a chamada alta temporada costumam ser mais caras do que as realizadas na baixa
temporada. Além disso, todos os serviços prestados, tais como alimentação, transporte, infra-estrutura dos
locais visitados, sofrem uma influência direta desse fator, tanto no preço como na qualidade (filas, atrasos,
overbooking, demoras etc.).
Após a escolha do passeio e feito um roteiro, deve-se avaliar o tipo de pacote: individual
(personalizado) ou excursão. Os pacotes individuais são mais indicados nos casos de preferência de maior

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liberdade na programação, com roteiro específico, porém normalmente trata-se de opção mais cara, nem
sempre oferecida. Tanto a hospedagem como o transporte são previamente contratados, portanto datas de
saída e chegada devem ser seguidas com rigor. No caso da excursão roteiros e horários são fixos, valendo a
pena checar o número de pessoas que compõem o grupo.
A pesquisa de preços é vital, ou seja, a quotização, pois ao elaborar-se um roteiro, deve-se pesquisar
de forma clara e precisa:
 valores cobrados pelas partes aérea e terrestre,
 categoria das passagens, taxas de embarque,
 tipos de acomodação (quarto duplo, individual),
 translados,
 refeições oferecidas,
 guias,
 número exato de dias,
 juros nos pagamentos a prazo,
 e despesas que ficarão por conta do consumidor.
Observação:
Se a opção recair por cruzeiros marítimos é bom informar-se sobre a cabine, já que a sua localização
é muito importante. As internas, que ficam próximas à casa das máquinas e a elevadores, costumam ser
barulhentas. No momento da escolha, pode ser solicitado o mapa no navio, pois uma vez escolhida a cabine
torna-se difícil fazer alguma alteração de localização.
Por fim, Uma vez escolhida a empresa e o pacote, todos os termos devem ser estabelecidos por
escrito no contrato ou ficha roteiro de viagem deve constar tudo o foi acertado verbalmente e oferecido
pela publicidade, as cláusulas que possam colocar o consumidor em desvantagem exigem maior atenção,
sobretudo quanto à possibilidade de alterações quanto a hotéis, passeios, taxas extra e transporte. Onde
convém guardar uma via datada e assinada, além de todos os prospectos, anúncios e folhetos publicitários,
que integram o contrato.
Uma vez feito o pagamento, a agência deve fornecer as passagens com datas de saída e chegada
(vale a pena ler as condições do serviço, situações de atrasos, bagagens etc.), os vouchers (comprovantes de
reserva de hotéis e translados), bem como recibos dos valores pagos.
Nos roteiros internacionais, uma boa atitude é informar-se sobre a necessidade de vistos, vacinas,
autorização para viagens de menores, etc., providenciando-os antecipadamente, além de ficar atento aos
horários e chegar aos locais de saída dos grupos com antecedência, não esquecendo da bagagem que, deve
ser identificada interna e externamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, José Vicente de. Turismo: fundamentos e dimensões. 8ª ed. São Paulo, Ática, 2000.

BAHL, Miguel. A Fundamentação do Turismo no Planejamento de Roteiros. IN: Boletin Técnico Senac, Rio de
Janeiro, 15(1): 3-15, jan./abr. 1989.

MELGAR, Ernesto. Fundamentos de Planejamento e Marketing em Turismo. São Paulo, Contexto, 2001.
(Coleção Turismo Contexto).

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Chegamos ao fim de mais uma jornada em busca do aperfeiçoamento


profissional, sucesso e felicidade. Portanto, lembre-se “Ninguém é
tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa
ensinar”. (Voltaire).

Um abraço do professor:

Maxuel Araújo

ANEXO I:

CUIDADOS QUE UM BOM PROFISSIONAL


AGENTE DE VIAGENS DEVE TER COM OS CLIENTES

Antes de um cliente fechar o contrato, informe-o:


- Sobre a agência e a operadora turística com pessoas que já tenham utilizado seus serviços;
- Se o fornecedor está cadastrado na Embratur;
- Sobre os preços oferecidos no mercado, as despesas inclusas no pacote e, principalmente, as não
inclusas;
- A qualidade e vantagens esperadas e suas disponibilidades financeiras.
- A assinatura do contrato merece um cuidado especial, portanto, explique bem os seguintes pontos:

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- cláusulas que possam colocá-lo em situação desfavorável;


- não deixe assinar nenhum documento que não esteja totalmente preenchido. Risque os espaços em
branco;
- Leia e guarde uma via datada e assinada do documento;
- Cheque detalhadamente as informações do contrato. Todas as condições do pacote, como formas de
pagamento, classificação do hotel, tipos de acomodação, categoria das passagens, taxas extras,
traslados, roteiros, número de refeições, utilização de guias, devem estar bem claros.
- Não permita que promessas verbais fiquem fora do contrato escrito. Este também deve assegurar um
justo equilíbrio dos direitos e obrigações entre as partes.
- Que o Bilhete Aéreo de tarifa "cheia" (costuma ter um valor alto) vale por um ano e o consumidor
pode marcá-lo. Algumas empresas estabelecem uma multa, a qual deve ser avisada, mas o bilhete
continua valendo até um ano da emissão. O bilhete pode ainda, caso não haja o embarque, ser
endossado - o consumidor embarca em outra companhia aérea. Após acabar a validade, caso o bilhete
não tenha sido usado ele pode ser reembolsado, tendo o consumidor que se dirigir à empresa
aérea/agência que lhe vendeu o bilhete. Já o bilhete promocional costuma ter restrições quanto ao
reembolso, remarcação, etc. Cabe à empresa/agência que atender o consumidor explicar/alertar
quanto às restrições desse tipo de bilhete. Lembre-se, para os embarques por vôos "charter", via de
regra, não há a possibilidade de serem remarcados.

ANEXO II:

FICHA ROTEIRO DE VIAGEM

A contratação de viagens, passeios, excursões ou pacotes turísticos deve ser programada e


cercada de vários cuidados. Como forma de cumprir objetivos de melhorar as relações entre
consumidores e fornecedores de serviços de turismo a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor
– PROCON, órgão da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo e as
entidades: Associação Brasileira das Agências de Viagens de São Paulo – ABAV-SP, Associação Brasileira
das Operadoras de Turismo - BRAZTOA e Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo -
SINDETUR lançaram o modelo básico da Ficha de Roteiro de Viagem.
Trata-se de um documento a ser utilizado pelas agências e operadoras de turismo e preenchido
junto ao consumidor no momento da contratação do serviço.
A Ficha de Roteiro de Viagem é o resultado de um trabalho conjunto para harmonização das
relações de consumo e se constitui num formulário contendo informações e dados necessários à
contratação, tais como: identificação da agência e/ou operadora fornecedora do serviço, descrição dos
serviços solicitados pelo consumidor (características e tipo de programa, roteiro, duração, descrição
dos meios de hospedagem, de transporte, local e datas de saída e de retorno), detalhamento do preço
e informações específicas (necessidade de vistos, vacinas, autorização para viagem de menores
desacompanhados etc.).

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A utilização dessa ficha imprime maior transparência nas contratações com o fornecimento de
informações claras, corretas e precisas quanto ao serviço oferecido e contratado.
Assim, o consumidor ao contratar os serviços junto às agências e operadoras deve solicitar o
preenchimento da Ficha de Roteiro de Viagem, que conterá tudo o que foi ajustado.

O Brasil como Destino Turístico

O Brasil é o maior país da América Latina. Cobrindo quase a metade (47,3%) do continente da América do
Sul, ocupa uma área de 8.547.403,5 km2. É o quinto maior país do mundo depois da Federação Russa,
Canadá, China e Estados Unidos. Exceto por um pequeno número de ilhas, o Brasil é constituído por uma
única e contínua extensão territorial. No mapa-múndi, pode-se observar que o formato do contorno leste do
Brasil está em conformidade com a curva côncava da costa oeste da África. A linha do Equador passa pela
região Norte do País, próximo a Macapá; o Trópico de Capricórnio corta o País ao Sul, próximo a São Paulo.
A extensão do Brasil no sentido leste-oeste (4.319,4 km) é quase equivalente a sua maior distância no
sentido norte-sul (4.394,7 km). O Brasil faz fronteira com dez países: Guiana Francesa, Suriname, Guiana,
Venezuela e Colômbia, ao norte; Uruguai e Argentina, ao sul; e Paraguai, Bolívia e Peru, a oeste. O Equador e
o Chile são os dois únicos países do continente sul-americano que não têm divisas com o Brasil. O Oceano
Atlântico estende-se por toda costa leste do País, oferecendo 7.367 km de orla marítima.
Poucos lugares do mundo possuem o grau de abertura para o novo como o Brasil. A base dela é
justamente a democracia racial que se construiu ao longo dos séculos. Oculto pelo preconceito racial de
parte da elite, que vigora de maneira muito mitigada (se comparado por exemplo aos Estados Unidos ou à
Europa), este costume permitiu a construção de uma democracia política efetiva num País que tinha tudo
para não possuí-la.
Sobre a base miscigenada inicial foi montada uma sociedade escravista. Mas que, apesar de
escravista, nunca conseguiu eliminar o costume já tornado tradicional - e que podia ser visto a cada dia em
filhos de brancos com negros, negros com índios, mulatos com brancos, brancos com índios. Esta gente,
condenada como inferior, conseguiu transformar a condenação em identidade, no momento da
Independência. E uma identidade tão forte que não houve divisão no território, disputas políticas internas de
maior monta. Pelo contrário, a Nação foi construída com base em arranjos que muitas vezes pareciam
disparatados aos olhos europeus - e mesmo a muitos brasileiros - mas que funcionam até hoje de maneira
um tanto inusual.

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O desejo de democracia no Brasil se traduz, desde o século passado, numa arraigada crença na
necessidade de se distribuir o poder a partir de mecanismos de representação política. Desde 1823 há
eleições nacionais no Brasil, e desde então com uma abertura para o registro de eleitores incomum mesmo
para os padrões das democracias européias. O Congresso Nacional, diga-se o que disser dele, funciona com a
regularidade de um relógio há 175 anos. Somente em três ocasiões, em toda a história do País, deputados
eleitos não completaram seus mandatos. A força do Congresso é tamanha que nem mesmo a ditadura
militar dos anos 60 pôde prescindir dele. Até os ditadores sabem que o Brasil é ingovernável sem
representantes eleitos.
A força do Congresso existe porque está ancorada numa grande força social. A sociedade de
escravos foi capaz de se transformar, absorvendo uma imensa quantidade de imigrantes e, mais que isso,
fundindo-se com eles. O hábito de considerar atraente qualquer possibilidade matrimonial, independente de
origem étnica, conseguiu prevalecer sobre a tendência ao fechamento, que marcava a maior parte dos
grupos imigrantes. E assim como absorve pessoas de fora sem perder sua identidade, o Brasil absorve
empresas. A primeira empresa de capital estrangeiro do País instalou-se em 1825, e funciona até hoje.
Nunca uma empresa de propriedade de estrangeiros teve qualquer alteração em seu regime de propriedade
fora dos estritos termos da lei.
Essas são apenas algumas das conseqüências da estruturação fundamentalmente democrática do País. O
Brasil é uma das últimas províncias da terra onde ninguém é estrangeiro, onde é possível mudar um destino
sem perder a identidade. E é essa, justamente, a característica que faz com que muitos o chamem de "país
do futuro": desde a Colônia (1500-1822), passando pelo Império (1822-1889) e durante a República (1889
até hoje), a globalização é parte da natureza de cada brasileiro. Talvez agora o Brasil possa ser visto como
semente de uma realidade cultural onde o orgulho de grupo não está acima da possibilidade de aceitar o
novo

Brasil em Destinos turísticos


Região Centro-Oeste

No Centro-oeste, formado pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fica Brasília Distrito
federal e capital do Brasil. Construída com projeto do urbanista Lucio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer,
Brasília foi inaugurada em 1960 e é, do ponto de vista urbanístico, uma das cidades planejadas mais
importantes do mundo.
Mas visitar o Centro-oeste também significa visitar uma região de contrastes: o velho - local para onde
acorreram os bandeirantes, no século XVII, em busca de terras férteis e de ouro; e o novo - pois o grande
impulso econômico e demográfico da região só veio com a implantação da nova capital, a partir de meados
do século XX. E onde, ao lado do cenário formado por centenas de cavernas em torno de cidades como
Bonito, no Mato Grosso do Sul, existe uma fauna e flora exuberantes nas cheias e vazantes do Pantanal e
dos rios que nascem na Chapada do Guimarães, no Mato Grosso, dando origem ou alimentando algumas
das maiores bacias hidrográficas do continente.

Ficha roteiro de viagem


Em agosto do ano passado a Fundação Procon-SP e entidades ligadas ao segmento de turismo (ABAV/SP,
Braztoa e Sindetur/SP) apresentaram como resultado de extenso trabalho a Ficha de Roteiro de Viagem.
Fruto de amplo debates esse documento, que pode ser solicitado pelo consumidor no momento da
contratação do pacote, se constitui num formulário com informações e dados necessários à essa relação de
consumo. Exemplo dos itens que compõem essa ficha são: identificação da agência e/ou operadora
fornecedora do serviço, descrição dos serviços solicitados pelo consumidor (características e tipo de

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programa, roteiro, duração, descrição dos meios de hospedagem, de transporte, locais e datas de saída e de
retorno), detalhamento do preço e informações específicas (necessidade de vistos, vacinas, autorização para
viagem de menores desacompanhados etc

MODELO BÁSICO
FICHA DE ROTEIRO DE VIAGEM

Dados da Operadora: (1) Retorno: (54)


Nome: (2) Data: (55) / / hora: (56)
Endereço: (3) Aéreo: (57)
C.G.C./CNPJ: (4) Nº Registro Embratur: (5) Fretado: ( ) (58) Regular: ( ) (59) Promocional: ( )
Abav nº (6) (60) Endossável:( ) (61)
Sindetur - SP nº (7) Companhia Aérea: (62)
Braztoa nº (8) Nº do Vôo: (63)
Nome do Programa: (9) Taxa de Embarque: (64) ( ) Incluída: (65) ( ) Não
Tipo de Viagem: (10) Individual: (11) ( ) Grupo: (12) ( ) Incluída: (66)
Duração do Programa: (13) Dias: (14) ( ) Noites: (15) ( ) Escalas: (67)
Roteiro: (16) Anexar Folheto e/ou Condições Gerais Conexão: (68)
Serviços Especiais: (17) Local de Saída: (69)
Dados da Agência: (18) Data: (70) / / hora: (71)
Nome: (19) Retorno: (72)
C.G.C./CNPJ: (20) Data: (73) / / hora: (74)
Endereço: (21) Cruzeiro Marítimo: (75)
Embratur: (22) Empresa: (76)
ABAV: (23) Navio: (77)
SINDETUR: (24) Tipo de Cabina: (78) nº:
Dados do Adquirente: (25) Taxas Incluídas: vide folheto (79)
Nome: (26) Gorjetas: (80) ( ) Incluída: (81) ( ) Não Incluída: (82)
Documento de identidade: (27) Local de Saída: (83)
CPF/CNPJ: (28) Data: (84) / / hora: (85)
Dados dos viajantes: (29) Retorno: (86)
Nome: (30) Data: (87) / / hora: (88)
Data de Nasc.: (31) Ferroviário: (89)
Sexo: (32) Tipo/Classe: (90)
Atendimento Especial: (33) Trecho:(91) De: (92) Para: (93)
Meios de Hospedagem: (34) Preço: (94)
Nome: (35) US$: (95) TX de Câmbio: (96) R$: (97)
Cidade: (36) Detalhamento: (98)
Data: (37) PARA PAGAMENTO EM CHEQUE
Tipo de Acomodação: Quantidade de parcelas ______ Valor de cada
(38) Individual: (39) ( ) Duplo: (40) ( ) Triplo: (41) ( ) parcela R$ ______
Quádruplo:(42) ( ) Cheques: de nº ______ a nº ______

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Informações adicionais: (43) Nº Banco _______Nome do Banco____ Agência


Refeições Inclusas: (44) _____________
Meio de Transporte: (45) Valor Total: ________________
Rodoviário: (46) (Obs: havendo necessidade de assinatura de
Tipo/ Descrição: (47) contrato e financiadora, uma cópia deve ser
Ar condicionado: (48) ( ) Sim (49) ( ) Não (50) fornecida ao cliente)
Local de Saída: (51) PARA PAGAMENTO NO CARTÃO DE CRÉDITO*
Data: (52) / / hora: (53) Moeda Referência – ( ) Real (R$) ( ) Dólar
Quantidade de parcelas ____ Valor de cada parcela
(R$/US$) _________
Valor Total (R$/US$) ___________
A cotação será da data do pagamento praticada
pela administradora.
Atenção: (99) Este campo deverá conter
informações como por exemplo:
Documentos necessários para viagem -
Necessidade de visto - Onde providenciar
Necessidade de vacinas - Onde providenciar -
Autorização para viagem quando menores de
dezoito anos - Outras informações
Importante: (100)
Os serviços e excursões não relacionados estão
automaticamente excluídos: (101)
O Programa e as Condições Gerais da viagem
deverão estar anexados nesta ficha: (102)
Local: (103)
Data:(104) / /
Fornecedor: (105) _______________
Consumidor: (106) _______________

DESCRIÇÃO DOS ITENS nº do registro da operadora na (10) TIPO DE VIAGEM:


(01) DADOS DA OPERADORA Embratur; assinalar a escolha do viajante
(02) NOME: nome da (06) ABAV: nº de registro na - (11) ou (12);
operadora que vendeu o ABAV e/ou; (11) INDIVIDUAL: quando a
pacote; (07) SINDETUR-SP: nº de escolha for de pacote
(03) ENDEREÇO: endereço registro no Sindetur-SP; individual, feito sob medida
completo da operadora; (08) BRAZTOA: nº de registro para o consumidor;
(04) C.G.C./CNPJ: nº do na Braztoa; (12) GRUPO: quando a escolha
registro no Cadastro Geral de (09) NOME DO PROGRAMA: for de excursão, ou seja,
Contribuintes ou Cadastro nome do pacote turístico que viagem em grupo na qual
Nacional de Pessoa Jurídica; está sendo adquirido pelo localidades, hotéis e datas
(05) Nº REGISTRO EMBRATUR: consumidor; estão preestabelecidos;

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(13) DURAÇÃO DO (28) CPF/CPNJ: preencher com ADICIONAIS: identificar o(s)


PROGRAMA: preencher (14) e o nº do cadastro de pessoas tipo(s) de cama(s) escolhida(s)
(15); físicas ou do cadastro nacional pelo(s) viajantes.
(14) DIAS: quantidade de dias de pessoas jurídicas; (44) REFEIÇÕES INCLUSAS:
do programa; (29) DADOS DOS VIAJANTES: indicar se: meia pensão,
(15) NOITES: quantidades de identificação das pessoas completa, café da manhã etc;
noites do programa; inclusas no programa (45) MEIOS DE TRANSPORTE:
(16) ROTEIRO: relação dos (preencher nºs 30, 31 e 32); identificação do(s)
locais e atrativos turísticos (30) NOME: nome do(s) transporte(s) a ser(em)
inclusos no programa; ou viajante(s); utilizado(s);
indicar com precisão folheto (31) DATA DE NASCIMENTO: (46) RODOVIÁRIO: quando
no qual constem tais preencher dia, mês e ano; houver transporte rodoviário
informações; (32) SEXO: indicar se feminino incluso. Preencher (47) a (56);
(17) SERVIÇOS ESPECIAIS: ou masculino; (47) TIPO/ DESCRIÇÃO:
serviços solicitados pelo (33) ATENDIMENTO ESPECIAL: descrição do tipo de assento
consumidor como alimentação preencher nos casos em que do veículo a ser utilizado
para crianças, diabéticos, os viajantes necessitem de (leito, semi-leito, etc.);
locomoção para deficientes atendimento especial (48) AR CONDICIONADO:
etc; (deficiências, diabetes, Marcar (49) ou (50);
(18) DADOS DA AGÊNCIA: hipertensão etc.); (49) SIM: possui ar
(19) NOME: nome da agência (34) MEIOS DE HOSPEDAGEM: condicionado;
que vendeu o pacote ao identificação do(s) meio(s) de (50) NÃO: não possui ar
viajante; hospedagem(ns). Preencher condicionado; (51) LOCAL DE
(20) C.G.C./CNPJ: nº do (35), (36), (37); SAÍDA: citar o local de onde
registro no Cadastro Geral de (35) NOME: nome do sairá o ônibus;
Contribuintes ou Cadastro estabelecimento em que o (52) DATA: data de saída;
Nacional de Pessoa Jurídica da viajante se hospedará em cada (53) HORA: hora de saída;
Agência; cidade que houver pernoite; (54) RETORNO: local de saída
(21) ENDEREÇO: endereço (36) CIDADE: Indicar nome(s) para o retorno;
completo da agência; da(s) cidade(s) onde houver (55) DATA: data do retorno;
(22) Nº REGISTRO EMBRATUR: pernoite(s); (56) HORA: hora do retorno;
nº do registro da agência na (37) DATA: Informar a data do (57) AÉREO: quando houver
Embratur; pernoite na cidade transporte aéreo incluso.
(23) Nº REGISTRO ABAV: nº do relacionada; Preencher de (58) a (74);
registro da agência na ABAV; (38) TIPO DE ACOMODAÇÃO: (58) FRETADO: assinalar se for
(24) Nº REGISTRO SINDETUR: quarto escolhido pelo(s) vôo fretado;
nº do registro da agência no viajante(s),assinalar se (39), (59) REGULAR: assinalar se for
SINDETUR; (40), (41) e/ou (42) vôo regular e preencher;
(25) DADOS DO ADQUIRENTE: (39) INDIVIDUAL: quarto para (60) PROMOCIONAL: assinalar
identificação de quem está uma pessoa; se for vôo promocional;
adquirindo. Preencher (26), (40) DUPLO: quarto para duas (61) BILHETE ENDOSSÁVEL:
(27) e (28); pessoas; assinalar se for endossável;
(26) NOME: nome do (41) TRIPLO: quarto para três (62) COMPANHIA AÉREA:
comprador; pessoas; nome da cia. aérea a ser
(27) DOCUMENTO DE (42) QUÁDRUPLO: quarto para utilizada;
IDENTIDADE: preencher com o quatro pessoas; (63) Nº DO VÔO: preencher o
número do RG (43) INFORMAÇÕES nº do vôo regular;

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(64) TAXA DE EMBARQUE: se início da viagem; entregue ao consumidor uma


está incluída ou não no valor (84) DATA: dia de partida/ cópia do contrato.
total, marcar (65) ou (66); início do cruzeiro; Cartão de Crédito: moeda
(65) INCLUíDA: assinalar se (85) HORA: horário de partida; referência; número de
está incluída; (86) RETORNO: local de onde parcelas; valor de cada
(66) NÃO INCLUíDA: assinalar partirá o navio para o retorno; parcela; valor total. Cópia
se não estiver inclusa; (87) DATA: dia de retorno; comprovante dos
(67) ESCALAS: indicar se há ou (88) HORA: horário de retorno; lançamentos;
não. Havendo, indicar o local; (89) FERROVIÁRIO: quando (99) ATENÇÃO: informações
(68) CONEXÃO: indicar se há houver transporte ferroviário de fundamental importância
ou não. Havendo, indicar local; incluso, preencher de (90) a que possam impedir a
(69) LOCAL DE SAÍDA: (93); realização do programa
aeroporto de embarque; (90) TIPO/DESCRIÇÃO: (documentos necessários para
(70) DATA: dia para partida do descrever tipo adquirido; viagem, vistos, vacinas,
vôo; (91) TRECHO: preencher (92) a autorizações para viagem de
(71) HORA: hora da partida do (93); menores etc.);
vôo; (92) DE: local de partida do (100) IMPORTANTE: ler
(72) RETORNO: aeroporto de trecho; atentamente este campo;
embarque para retorno; (93) PARA: local de chegada (101) EXCLUSÕES: ler
(73) DATA: dia do vôo para do trecho; atentamente;
retorno; (94) PREÇO: valor a ser pago (102) ANEXOS: conferir se os
(74) HORA: hora do vôo para em moeda corrente nacional; anexos à ficha foram inclusos
retorno; (95) US$: valor em dólar do (programa, condições gerais
(75) CRUZEIRO MARÍTIMO: pacote adquirido quando se da viagem etc.);
quando houver transporte tratar de viagem internacional; (103) LOCAL: cidade onde a
marítimo incluso, preencher (96) TAXA DE CÂMBIO: taxa ficha foi assinada;
de (76) a (88); usada na conversão; (104) DATA: data da assinatura
(76) EMPRESA: empresa (97) R$: valor em reais após da ficha;
representante do navio no conversão; (105) FORNECEDOR:
Brasil; (98) DETALHAMENTO: assinatura da empresa que
(77) NAVIO: nome do navio; Informações adicionais quanto estiver vendendo o pacote;
(78) TIPO DE CABINA: à escolha de pagamento do (106) CONSUMIDOR:
descrever tipo adquirido; pacote; número e assinatura do adquirente que
(79) TAXAS INCLUSAS: (taxas periodicidade de parcelas, estiver adquirindo o pacote.
de porto, imigração, processo forma de pagamento – se
e outras – vide folheto da cartão de crédito; boleto; MODELO BÁSICO - FICHA DE
companhia marítima); dinheiro etc., juros, ROTEIRO DE VIAGEM
(80) GORJETAS: marcar (78) ou acréscimos, câmbio utilizado. EXPLICAÇÃO DOS CAMPOS:
(79); Pagamento em cheque: CARACTERÍSTICAS DO
(81) INCLUÍDA: quando a taxa número de parcelas; valor de PROGRAMA: As informações
estiver inclusa no preço total cada parcela em Reais; valor constantes neste campo são
do programa; total; número dos cheques, necessárias para dar melhor
(82) NÃO INCLUÍDA: quando a nome, número do banco e da transparência à relação de
taxa não estiver inclusa no agência bancária, datas de consumo, para atender as
preço total do programa; vencimento. Se houver expectativas do consumidor,
(83) LOCAL DE SAÍDA: local de financiamento, deve ser demarcar responsabilidades e
onde partirá o navio para o prevenir conflitos,

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estabelecendo estabelecimento contratado evitar o impedimento do início


de forma bem definida o indica somente uma ou da continuidade da viagem.
nome, destino, duração, classificação desconhecida IMPORTANTE: As frases
roteiro e, caso haja, pedidos pelo consumidor, acarretando constantes neste tópico
especiais feitos por parte do desinformações e falsas pretendem deixar claro que
viajante, garantindo expectativas, em outras apenas os constantes na Ficha
informação clara e precisa. palavras, conflitos. Neste são os serviços efetivamente
DADOS DO(S) sentido é muito importante contratados e, quanto ao
FORNECEDOR(ES): A trabalhar com a expectativa programa adquirido e as
identificação da agência, do consumidor. condições gerais, esses devem
quando houver, e da MEIOS DE TRANSPORTE: obrigatoriamente
operadora devem constar na Deve(m) constar na ficha estar anexos à Ficha que será
ficha, com endereço completo, somente o(s)campo(s) entregue ao consumidor.
nº do CGC/CNPJ e com nº de referente ao(s) meio(s) de
registro na Embratur, e nº transporte(s) que o viajante irá
registro Braztoa, Abav, utilizar durante o programa. O
Sindetur quando for o caso, detalhamento visa garantir ao
para que o viajante tenha consumidor informações
conhecimento de quem está precisas referente(s)
contratando. a partida(s) e retorno(s) para
DADO(S) DO(S) VIAJANTE(S): que esse possa programar
Campo reservado para dados tanto o tempo disponível para
do comprador e dos demais lazer como gastos com taxas
participantes, ou seja, outros de embarque.
viajantes para os quais o PREÇO/DETALHAMENTO: Este
consumidor está adquirindo o campo deve conter todas as
pacote turístico. Em algumas informações quanto ao
situações, por exemplo, no pagamento: câmbio utilizado;
caso de haver crianças, forma de pagamento - se
idosos, deficientes, estes cartão de crédito; boleto;
dados servem de base para dinheiro etc.; número;
que o transporte e a periodicidade e valor das
hospedagem utilizados sejam parcelas; juros; acréscimos
adequados para sua etc.
acomodação. ATENÇÃO: Neste campo
MEIOS DE HOSPEDAGEM: Este devem constar as informações
campo tem o objetivo de de fundamental importância
informar o(s) para a realização do programa,
estabelecimento(s) como, por exemplo, citar
contratado(s) para a documentos necessários
hospedagem do consumidor, (mesmo que de
especificando o tipo de responsabilidade do
acomodação e qual o regime consumidor), inclusive
de pensão (meia-pensão, autorização
pensão completa etc.). Muitas especial para viajantes
vezes, a maioria das menores de idade, bem como
informações com relação ao vistos, vacinas; objetivando

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