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Série

Cidadania
EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

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Realização
Sistema FIRJAN
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

Presidência
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Direção_Geral
Augusto Franco

Superintendência SESI–RJ e Diretoria Regional SENAI–RJ


Maria Lúcia Telles

Diretoria de Educação SESI–RJ e SENAI–RJ


Andréa Marinho

Gerência de Educação Básica


Hozana Cavalcante

Gerência de Educação Profissional


Regina Malta

II

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Série
Cidadania
EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

O trânsito é como um jogo em que os


personagens circulam sobre o mapa
da cidade. Cada um tem uma missão.

Todos querem chegar depressa e pelo


caminho mais curto.

Mas o resultado, na prática, não é


brincadeira: o trânsito brasileiro é
um dos mais violentos do mundo e os
jovens são as suas maiores vítimas

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4 Eu sou aquele ali...
6 Quem é quem no trânsito
8 Coisas do trânsito
10 Os signos e os motoristas
12 Por que os jovens?
13 Você corre perigo no trânsito?
14 Pontos críticos
16 A cidade é de todos
18 Aconteceu...
20 Cidadania é poder circular
22 Nosso jogo tem regras
23 Diga o que você sabe
24 Os caminhos da cidade
26 A cidade quer conhecer você
28 Pista livre para os jogos
29 10 Points da cidade
30 Circulação defensiva
32 Pedalada na defesa
34 Como entender os maiores riscos
36 A motocicleta é o veículo mais arriscado
38 O trânsito somos nós
40 Qual é a mensagem da placa?
41 Soluções tecnológicas
42 Percorrer de bicicleta a cidade toda
43 “Pergunte na banca de jornal...”
44 Você é bom de trânsito? Vamos ver na pista!
46 Mudança de hábito
48 Soluções

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EU SOU AQUELE ALI...

No carro
Dos jovens brasileiros, 21% têm a
Carteira Nacional de Habilitação (14%
para automóvel, 1% para motocicleta e
6% para ambos). Quando um automóvel
é dirigido por um deles, as seguradoras
cobram mais caro pelo seguro, porque
o risco de acidentes é maior.

Na bicicleta
Na década passada, a forma de transporte
que mais evoluiu no Brasil foi a não
motorizada (a pé e de bicicleta). A frota
nacional de bicicletas, responsável por cerca
de 8% dos deslocamentos urbanos, é de 50
milhões (muito maior que a de automóveis).

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No ônibus
Os ônibus são os veículos brasileiros menos
envolvidos em acidentes de trânsito com
vítimas (abaixo de 3%). Existem 76 mil ônibus
municipais no país, com uma oferta total de
5,3 milhões de lugares por viagem. Dessa frota,
10% circula no Rio de Janeiro, transportando 3
milhões de passageiros por dia.

Atravessando a rua
O maior índice de mobilidade (viagens por habitante por dia) está nos
pés: os pedestres brasileiros fazem mais de 20 bilhões de viagens por
ano! Mesmo quem utiliza ônibus, trens, metrô, táxi ou automóvel acaba
fazendo uma parte dos percursos diários a pé. Quem não atravessa a
rua andando?

Debaixo
do carro
s leitos
De 60% a 70% do
tra umatologia, Fontes: Associação
hospitalares de Nacional de Transportes
bl ico s, são Públicos – Sistema
em hospitais pú de Informações da
im as de
ocupados por vít
Mobilidade Urbana –

ns ito ocorridos Relatório Comparativo


acidentes de trâ 2003-2009 / Denatran
As vítimas são
em áreas urbanas.
(Anuário Estatístico) /
Sindicato das Empresas
os), a maioria
jovens (18 a 26 an
de Transporte de
Passageiros do Município
do sexo masculino. do Rio de Janeiro

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QUEM É QUEM
NO TRÂNSITO
Os pedestres
Todos nós somos pedestres porque usamos os pés (e pernas) para percorrer percursos terrestres
mais ou menos longos. Nós somos a parte mais numerosa e mais frágil do trânsito nas cidades.
O pedestre tem um comportamento característico no trânsito: ele quer dar conta do seu caminho
da maneira mais rápida e com o mínimo esforço. Para isso, ele planeja um roteiro entre o ponto
de partida e o ponto de chegada e... “fui!” Quando começa a andar, sua mente define pontos
intermediários de chegada, e seu corpo segue uma linha o mais reta possível, cortando ângulos e
cruzando as pistas na diagonal. No percurso entre esses pontos intermediários, o pedestre liga o
piloto automático, quer dizer, não pensa mais no percurso, e sua mente se distrai com outras coisas.

Os motoristas
Os motoristas têm em comum com
os
pedestres o desejo de chegar logo ond
e
querem ir.
A diferença é que possuem uma máq
uina
revestida com chapas de metal e mov
ida
por um motor com a potência de
muitos cavalos que circula por perc
ursos
predeterminados: as vias urbanas (rua
s, Os ciclistas
avenidas, elevados, perimetrais).
idos e menos
Para muitos motoristas brasileiros (assi Os ciclistas são mais ráp
e mais lentos
latinos e norte-americanos) o automóv
m como frágeis que os pedestres
veículos
próprio, muito mais que um meio de
el e mais frágeis do que os
querem chegar
motorizados. E também
transporte, representa um segundo lar. orço. No entanto,
Esse logo e com o menor esf
tipo de motorista tem uma relação afet trânsito urbano
passional com o carro, e sua tendênc
iva, disputam os espaços de
rque não são
ia é com mais dificuldade, po
praticar no espaço público (o trânsito) stres nas calçadas,
mais os seus valores particulares do que
muito bem aceitos pelos pede
s. As regras de
as leis nem pelos carros nas rua
que servem para todos. são basicamente
trânsito para os ciclistas
s. (Seria muito
as mesmas dos motorista
nsito urbano se
mais fácil pedalar no trâ
e respeitassem
ambos compreendessem
esse princípio.)
es brasileiras, não
Mas, na maioria das cidad
de deslocamento
se desenvolveram hábitos
listas ainda se
por bicicleta. Assim, os cic
mo se estivessem
comportam no trânsito co
revivência, ora
em uma gincana de sob
ort am en to de pedestres,
adotando comp
ora de motoristas.
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Pedestres inesquecíveis
Um dos pacifistas mais famosos da História, Mahatma Gandhi (1869
–1948) defendeu a independência da Índia por meio de uma revolução sem
violência. Para enfrentar as Leis do Sal baixadas pelo colonizador inglês, ele
liderou a Marcha do Sal, uma caminhada de quase 400km, no ano de 1930,
que durou 25 dias e ia ganhando adeptos por todas as cidades em que parava
para descansar. Gandhi e mais de 50 mil indianos foram presos, mas a Índia
conquistou sua liberdade dos britânicos.

Forrest Gump, personagem inventado para o filme (1994) de mesmo nome,


dirigido por Steven Spielberg. Pensando que perdera Jenny, amor da sua vida,
Gump começa a correr sem nenhum objetivo em mente, mas para ter paz de
espírito. Sua peregrinação durou 3 anos, 2 meses, 14 dias e 16 horas. Quando
consegue “deixar seu passado para trás”, ele volta para casa.

O nome de batismo do Profeta Gentileza (1917 – 1996), personalidade urbana


carioca, era José Datrino. Gentileza tornou-se conhecido em 1970, quando
começou a circular pela cidade com sua longa barba, túnica branca e adereços
de pregação. Nos anos 1980 pintou os princípios de seu evangelho nas colunas
de sustentação do Viaduto do Caju, na entrada do porto da cidade.

Joaquim Cruz (1963) foi o primeiro brasileiro a ganhar a medalha de ouro em


Olimpíadas em prova de pista (800m, Los Angeles, 1984). Também ganhou a
prata em Seul (1988). Começou sua carreira jogando basquete em Taguatinga,
distrito de Brasília, e 31 anos depois teve a honra de acender o fogo olímpico nos
Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro (2007).

O pedestrianismo foi um esporte muito popular no século XIX. Nele viveu o


capitão Robert Barclay Allardice, conhecido como “O Pedestre Ilustre” de
Stonehaven (Escócia). Em 1809, Barclay andou uma milha por hora, durante
mil horas, e 10 mil pessoas compareceram para acompanhar seu feito. Mais
tarde, Ada Anderson andou 400 metros a cada 15 minutos durante mil horas
e ultrapassou a marca do “ilustre”.

Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira, 1911 – 1938) foi a primeira mulher a
participar de um grupo de cangaceiros quando namorou Lampião, o Rei do
Cangaço. O bando de Lampião percorreu o sertão nordestino a pé e a cavalo,
atacando pequenas fazendas e cidades em 7 estados, durante anos. Ela ficou
com Lampião durante 7 anos, até a morte dos dois.

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Coisas do Trânsito
Em Manhattan, centro da
cidade de Nova York, 75%
Na maior parte dos grandes
de todos os domicílios não
centros urbanos europeus o
possuem automóvel.
tráfego de pedestres é oficialmente
encorajado com a construção,
ou separação, de ciclovias com
melhorias no transporte público.

O trânsito de bicicletas deve ser


feito pelo lado direito da pista,
próximo ao meio-fio, nunca
sobre as calçadas. O ciclista obedece à sinalização
de trânsito, inclusive as faixas
de pedestres.

Pesquisa realizada entre


universitários pela
Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia Em 2020, o Estado do Rio
constatou que, depois do de Janeiro terá um carro
início da campanha da para cada dois moradores.
Lei Seca, 63% dos jovens Um estudo recente sobre a
cariocas não pegam evolução da frota, realizado
carona com um motorista pela UFRJ, prevê que daqui a
que tenha bebido. 9 anos haverá 3 milhões de
automóveis em circulação.

A bicicleta permite um
movimento de 4 a 6 seis
vezes mais rápido do que a
pé, com a mesma energia que Para transitar à
seria usada para caminhar. noite, a bicicleta
deve ser iluminada.

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Veja as palavras destacadas no texto
da página anterior e tente encontrá-las
no quadro abaixo
(elas estão sem acentos e podem aparecer também de trás para a frente):

S E M X P R A I T U G O B I C A L
T P U A U T O M O V E L R A M I U
H I L V B E R F S C N N A D O T M
I T C E L H B I C A R O N A R E D
P O F A I X A S S L O M D N D U G
U N I R C S N S U T C I V I E G N
L C L E O N E U J I O A E M B X I
A J E N Z I L C O Ç A R J U I B Ç
P I S T A J H E A N E S A L H A O
R N A Y J M O P R E N A B I A I S
O A D O U S S A E P E D E S T R E
V D A E S E A I N I R P N X I R T
E Y Ç O T T C G O C G W T J G O A
B I L H A S E O H L I M I N R A F
O T A D M I S R N V A D U F A N S
K R C I C L I S T A S I A D M V I
D E A X T O E Z E Q U O W D A P Z
E S G U I F L O P A C T M O E I N

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Os signos e @s motoristas
Touro
Áries Pessoa lenta e calma, dirige num ritmo
Pessoa impulsiva, que ama a próprio e gosta da sensação de poder
velocidade. Por outro lado, é a primeira que o carro lhe dá. Tem segurança na
a socorrer vítimas em acidente de direção e atenção aos detalhes. Reage
trânsito. Tem bom golpe de vista, com lentidão e se irrita com quem a
direção rápida, coragem. Trata o carro ultrapassa.
como um ser amado. Mas também se
precipita e tem cabeça quente. Odeia
palpites dos caronas.

Peixes
“Onde é que eu ia mesmo?” É a pergunta do
pisciano, que está sempre pronto a ajudar os
outros, mas vive se perdendo pelos caminhos.
Confia demais em São Cristóvão e nos outros
motoristas, mas fica indignado quando é
traído pela esperteza alheia.

Aquário
Pessoa imprevisível é esta: aquário no volante,
aventura constante. Sua independência e
individualismo se combinam com o máximo
que consegue tirar da máquina transportadora
para ultrapassar qualquer rotina com que seus
passageiros estiverem acostumados. Como arrisca
mais, erra mais também.

Capricórnio
O capricorniano zela pelas regras de
trânsito como se trabalhasse no Detran.
É prático, racional e seguro, sem grande
Sagitário
apego ao carro, que trata como se fosse Tem pressa, como se estivesse sempre perdendo
um eletrodoméstico. Quem viaja com ele a hora, mas o motivo é sua paixão pela liberdade.
deve se preparar para muitas cobranças Não fica reclamando quando o trânsito engarrafa,
de comportamento seguro: ele é bem porque avalia que logo tudo se resolverá bem.
cri-cri! Em razão disso, é bem paciente com os outros
motoristas. Dirige falando muito e costuma perder
a concentração.

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Gêmeos
A pessoa desse signo corre Câncer
quando o tráfego flui e não se Esse é outro distraído,
irrita com congestionamentos. que não gosta de prestar
Desliga-se e se distrai com atenção ao trânsito. Tem
a paisagem, é gentil com os
outros e gosta de pesquisar
intuição e sensibilidade e É pra levar a sério?
gosta de dar orientação a
mapas e caminhos. Costuma quem lhe pede. Costuma No início de 2011, a Allstate,
se perder com facilidade ser cuidadoso demais uma das maiores seguradoras
e não se interessa pela e muito sensível às de veículos dos Estados Uni-
mecânica do carro. barbeiragens alheias. dos, declarou que tinha feito
uma pesquisa comparando os
acidentes de seus clientes com
Leão seu signo (do horóscopo). En-
tre os resultados, teria desco-
Vaidoso e seguro, o leonino motorista berto que os nativos de Virgem
se comporta como se fosse o líder da – considerados cuidadosos e
banda nas ruas. É criativo, confiante perfeccionistas – eram 7 vezes
e exibido. Sabe tudo sobre o mais propensos a acidentes de
funcionamento de seu carro. Detesta trânsito do que os de Escor-
ser ultrapassado e toma decisões sem
pião; e que os clientes com si-
pensar muito.
gnos associados à compaixão

Virgem
e generosidade tinham menos
acidentes registrados.

Quem é de Virgem respeita as regras Se essa pesquisa aconteceu


e gosta de observar a pista, as placas de fato, ou foi uma jogada
e as referências da estrada. Busca da de marketing, ninguém sabe.
perfeição, pragmatismo e cuidado Mas deu pelo menos dois
são suas qualidades. Pedantismo é resultados claros: a notícia
seu principal defeito (além de viver repercutiu em quase todo
reclamando).
o mundo e, horas depois da
primeira publicação, seguiu-se

Escorpião Libra um turbilhão de reclamações


dos clientes em todo o país.
A “balança” avalia todos os A Allstate apenas respondeu
Sua impulsividade torna pesos de uma situação antes que esse não era um assunto
essa personagem agressiva de decidir. Esse equilíbrio faz para ser levado a sério...
e teimosa em cumprir seu do motorista um ser da paz
plano de viagem. Dirige e colaborador, mas indeciso.
muito bem, pois se adapta Assim, de um lado, ele faz de
às mudanças de ritmo do tudo para seguir as normas
tráfego. Mas tem pavio do trânsito; de outro, pode
curto, desconfia dos outros atrapalhar os outros com
motoristas e não gosta de sua vacilação.
ficar para trás.
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POR QUE OS JOVENS?
Crianças e adolescentes correm maior risco de atropelamento no trânsito por uma combinação de
fatores que inclui seu tamanho físico (que permite pouca visibilidade), sua condição social (que os leva a
cruzar desacompanhados vias perigosas), sua pouca experiência com os cálculos lógicos de distância e
velocidade e até sua disposição aos riscos.
Em 2005, morreram 34.381 pessoas e ficaram feridas outras 33.838 por acidentes de trânsito no Brasil.
Desse total, 10% tinham menos de 15 anos de idade.
Na faixa dos 15 aos 18 anos de idade, os acidentes de trânsito (em disputa apertada com as armas de
fogo) já se tornam a principal causa da morte dos jovens. Então, a partir dos 18 anos, o perigo muda
de lado. Os jovens começam a dirigir (ou pilotar) e passam a produzir acidentes como condutores de
automóveis e motocicletas.
Mas, afinal, por que adolescentes e jovens são tão vulneráveis à violência do trânsito?
Parece mentira, mas eles não dão importância a isso!! Não sabem, ou duvidam que qualquer coisa possa
acontecer com eles, ou, se acontecer, pensam: “esse risco é normal...”
Os estudiosos e pesquisadores do fenômeno consideram que esse comportamento de risco é provocado
por 3 fatores principais: traços de personalidade, variáveis da situação e influência do ambiente familiar.
A busca de sensações intensas, a agressividade, a hostilidade, a impulsividade, a instabilidade emocional
e a motivação antissocial são os traços de personalidade que levam o jovem a arriscar.
O dia da semana, a hora do dia e a presença de passageiros são os fatores que podem complicar uma
situação. Os acidentes com jovens são mais frequentes e mais graves nos finais de semana e nas noites,
e tão mais graves quanto o número de passageiros que estiver no automóvel.
E existe ainda a transmissão de atitudes e comportamentos entre as gerações,
que acontece pela observação e convivência dos filhos com pais que
costumam violar e transgredir as regras em benefício próprio, ou que são
muito negligentes com as atitudes dos filhos.
Além de tudo isso, os jovens vivem em uma cultura publicitária que
identifica o automóvel como um instrumento de conquista social –
seja de status, atração sexual, ou poder. Não é por acaso que 85% dos
condutores envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas são do
sexo masculino.

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Anote com um X o lugar na

RE aNSI TO? coluna que melhor representa

O R suas atitudes no trânsito.

C E C
O TR Depois confira seus pontos pela

VO IGO N tabela, faça a soma e veja qual é

PER
a sua situação de risco.

NUNCA ÀS VEZES SEMPRE


a) Uso o ônibus como transporte coletivo
b) Sou passageiro ou carona de motocicleta
c) Falo no celular enquanto ando no trânsito, ou dirijo
d) Uso capacete quando ando de bicicleta
e) Pego carona com motorista que acabou de beber
f ) Dirijo depois de beber
g) Atravesso a rua pela faixa de pedestres
h) Arrisco avançar com o sinal vermelho
i) Caminho ou pedalo ouvindo mp3
j) Só desço do ônibus no ponto predefinido
k) Circulo por vias com alto índice de acidentes de trânsito
l) Ando de bicicleta na contramão
m) Faço manutenção do meu carro
n) Acelero em cruzamento
o) “Costuro” o trânsito de moto quando estou atrasado

RESULTADO

NUNCA ÀS VEZES SEMPRE


a, d, g, j, m 6 3 -6
b, c, i, k, l -6 3 6
e, f, h, n, o -6 6 6

PONTOS SUA SITUAÇÃO


Até 18 Desse mal você não morre, a não ser que caia um
avião na sua casa. Mas não vá se descuidar com
o passar dos anos e da juventude. Adultos e idosos
também correm riscos no trânsito.
De 21 a 33 Gosta de viver perigosamente, né? É certo que
cada um sabe “a dor e a alegria de ser o que é”, mas
todo comportamento criado pode ser mudado,
principalmente quando é para melhor. Em todo
caso, faça um bom seguro de vida.
Acima Chutei o balde é o seu estilo. Pra que tanta pressa
de 36 de ver como é o lado de lá? Respire fundo, colega.
É preciso saber viver.

13

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Pontos críticos
Veja no mapa os 10 pontos mais perigosos da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro em 2002.
Identificando esses locais, as autoridades de trânsito puderam planejar melhor a instalação de sinais,
assim como a fiscalização e a promoção de programas de educação para o trânsito nas redondezas.

4
2

10
1
8
9 5

3
6

R. Nascimento Silva
x
R. Garcia D’Ávila
1

R. Voluntários da Pátria R. Domingos Ferreira Av. Oswaldo Cruz


x x x
R. Real Grandeza R. Constante Ramos Praia de Botafogo
2 3 44

R. Joana Angélica R. Miguel Lemos Av. Lineu de Paula Machado


x
x x
R. Alberto de Campos R. Barata Ribeiro R. J. J. Seabra
55 66 77

R. Nascimento Silva R. Barão da Torre Av. Gal. San Martin


x x x
R. Maria Quitéria R. Maria Quitéria Av. Borges de Medeiros
88 99 10
10

Você também pode fazer um mapa com os pontos críticos – perigosos e arriscados – por onde costuma
passar na rotina do dia a dia. Essa identificação pode ajudá-lo a bolar um plano para diminuir a sua ex-
posição aos riscos... e ficar de fora das estatísticas de acidentes!

14

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Meus percursos mais comuns
Anote qual a origem e o destino de cada percurso e a distância entre esses pontos. Em seguida, registre
os cruzamentos e locais sem sinalização, ou proteção, que você conhece como perigosos. Em frente
ao local, anote o motivo do perigo.

DE PARA DISTÂNCIA LOCAIS PERIGOSOS/POR QUÊ

Plano estratégico
de
Código o
Trânsit

Marque nas colunas da direita quais são as coisas que você


pode fazer em cada percurso para diminuir seus riscos.
INICIATIVAS PERCURSOS 1 2 3

Buscar e propor solução para os problemas junto às autoridades


de trânsito, ou aos poderes locais

Reclamar no site da CET Rio e na Ouvidoria do Detran-RJ


Chamar a imprensa / Escrever para os jornais

Redobrar a atenção quando passar pelo local

Enfrentar os pontos críticos sempre em companhia de outras


pessoas

Mudar de trajetória para evitar o local

15

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A cidade é
Nos tempos antigos, em Roma e na Grécia, chamava-se cidadão ao homem que tinha direito a participar
das decisões da cidade e que se obrigava a viver das leis ali estabelecidas. Mas isso não era para qualquer
um: a cidadania excluía as mulheres, as crianças, os jovens, os escravos, os estrangeiros e os pobres.
Hoje, nos nossos dias, a cidadania é entendida de maneira muito mais ampla e universal. Todos nós
temos direitos e deveres comuns. Alguns deles começam desde a infância e se tornam mais variados
e complexos à medida que crescemos. No entanto, ainda que a maioria de nós sejamos terráqueos,
latino-americanos, sul-americanos, brasileiros e fluminenses, uma pessoa nascida no Rio de Janeiro dirá
que é carioca; outra, em Nova Friburgo, dirá que é friburguense... e assim por diante. A cidade é a referên-
cia básica, territorial, para nossa identidade de cidadãos: dizemos “minha cidade” porque consideramos,
queremos e temos direito a nos apropriarmos dela.
Há várias maneiras legítimas de se apropriar da sua cidade. Na página ao lado, você tem uma lista delas.
Na tabela ao lado marque com um X aquelas que você pratica, ou gostaria de praticar:

A pé, exploro
vários cantos
da cidade.

Eu não pedalo
nas calçadas.
O meu carro
está sempre
regulado!

16

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de todos PRATICA QUER PRATICAR

Ter documentos de identidade, trabalho e registro social


Pagar o IPTU (imposto para morar no território da cidade)
Pagar o ISS (imposto sobre serviços)
Votar nas eleições municipais (prefeitura e câmara de vereadores)
Votar nos membros do Conselho Tutelar
Frequentar a escola no ensino fundamental
Ser atendido nos postos de saúde e hospitais municipais
Frequentar os teatros
Frequentar os cinemas
Frequentar os shoppings
Visitar museus, lonas e centros culturais
Pedalar nas ciclovias
Não urinar em vias ou calçadas
Não furar filas
Jogar o lixo no lixo
Levar ecobag para o mercado
Participar de associações de moradores
Participar de organizações sociais
Fazer trabalho voluntário
Pedir nota fiscal em todas as compras
Comprar frutas e legumes em feiras, dando preferência aos produtores locais
Respeitar a liberdade de escolha esportiva, religiosa, musical, sexual
Participar do Plano Estratégico da cidade
Participar da Agenda 21 da cidade
Frequentar as praias, piscinas públicas e/ou cachoeiras
Visitar os parques e as praças
Praticar esportes
Reclamar do que está errado e propor soluções
Postar no blog e nas redes sociais suas opiniões, críticas e propostas
Evitar poluir o ar com queima de lixo ou carro desregulado
Evitar poluir o ar com som ligado em volume alto demais
Ceder o lugar no transporte público a quem tem direito, ou precisa mais que você
Abrir seu próprio negócio
Participar de movimentos sociais, manifestações e passeatas
17

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2000
Aconteceu na década passada...

O Movimento Universidade Popular reuniu um grupo de dezenas de


pessoas para fazer uma visita ao Shopping Rio Sul, na Zona Sul da cidade
do Rio de Janeiro. As pessoas eram pobres, e o objetivo da visita, além da
curiosidade, era colocar em discussão o direito de circular em espaços
públicos. Convidada pelos organizadores, a imprensa compareceu para
documentar a visita, cujos resultados foram noticiados com destaque
em todos os meios de comunicação brasileiros naquele dia.

Rio de Janeiro, 04 de agosto de 2000


Jornal Folha Online

Sem-terra e sem-teto passeiam em


shopping na Zona Sul do RJ
(12h43) Cerca de 100 integrantes dos movimentos dos sem-terra e
dos sem-teto estão passeando no Shopping Rio Sul, em Botafogo, na
zona sul do Rio de Janeiro.

Eles chegaram por volta das


10h30 e entraram no local. Os
integrantes dos movimentos
estão olhando as vitrines
e andando pacificamente
pelo local. A loja de roupas
masculinas Richard’s teria
fechado as portas por conta
da entrada dos integrantes.

Informações não confirmadas


dão conta de que o grupo teria sido levado ao shopping por um

2
estudante. Os integrantes saíram de Campo Grande, na zona oeste
do Rio, em dois ônibus lotados e seguiram para a capital.
Até o momento não houve conflito mas a segurança foi reforçada e
50 policiais militares estão no local. Os sem-terra e os sem-teto estão
espalhados pelos corredores do shopping.
Além do noticiário, o acontecimento gerou o documentário Hiato,
lançado em 2008.

Você pode assistir ao trailer em http://www.youtube.com/watch?v=Bx9IFsjhIfs.

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0 Aconteceu este ano...
São Paulo, 11 de maio de 2011
Jornal O Estado de S. Paulo

Recusa de Higienópolis* em receber


estação do metrô vira piada na internet
SÃO PAULO - A recusa de Higienópolis em receber uma estação
da Linha 6-Laranja do Metrô virou piada na internet. No Twitter, o
assunto entrou entre os tópicos mais comentados desta quarta-feira,
11. “É tão fácil resolver o problema, gente: faz uma entrada social e
uma de serviço”, escreveu a usuária Luisa Tieppo (@lutieppo) em seu
perfil no site.
Circula ainda no Facebook um convite para um “churrasco para
gente diferenciada em frente ao Shopping Higienópolis”. O objetivo
é “mostrar que os ricos não chegam aos pobres, mas os pobres,
sim, facilmente chegam aos ricos”, segundo o texto de descrição
do evento, que convida os internautas a levar “farofa, carne de gato,
cachorro, papagaio e som portátil”. Piada ou não, até as 22h mais de
24 mil pessoas já haviam confirmado presença no ato, marcado para
sábado, 14.
Desde 2010, um abaixo-assinado intitulado Defenda Higienópolis
reúne assinaturas na internet contra a construção da estação no local,
entre a Avenida Angélica e a Rua Sergipe. Hoje, o Metrô anunciou
que está “reavaliando a localização da futura Estação Angélica”, mas
ressalta que o motivo para as mudanças nos planos é um “melhor
equilíbrio da linha”, não a pressão dos moradores.
O texto do abaixo-assinado argumenta que um possível crescimento
do fluxo de pessoas trazido pela nova estação geraria “um aumento de
ocorrências indesejáveis, afetando a qualidade de vida dos moradores
que estão acostumados a andar a pé”. Além disso, afirma que a obra
poderia provocar um “aumento natural do comércio ambulante e, pelo
tamanho previsto da Estação Angélica, pode virar um camelódromo e
degradar o entorno”.

2011
* Bairro de elite na cidade de São Paulo.

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Cidadania
é poder circular

O direito à cidade é a possibilidade que todos os habitantes, especial-


mente os mais pobres e vulneráveis, têm de usufruir igualmente das cida-
des, desde que de maneira sustentável e com justiça social.
Essa definição consta da Carta Mundial pelo Direito à Cidade, um docu-
mento produzido por movimentos sociais de todo o mundo, que descreve
assim o Direito ao Transporte Público e à Mobilidade Urbana (artigo XIII):
“1. As cidades devem garantir a todas as pessoas o direito à mobilidade e
circulação na cidade por meio de um sistema de transporte público aces-
sível e a preços razoáveis, segundo um plano de deslocamento urbano e
interurbano, com meios de transportes adequados às diferentes necessi-
dades ambientais e sociais (de gênero, idade, incapacidades).
2. Será estimulado o uso de veículos não poluidores e serão estabelecidas
áreas reservadas aos pedestres.”
Então,
• se a cidade é de todos;
• se o principal é que todos tenham oportunidades iguais e sustentáveis
de aproveitar os benefícios urbanos; e
• se a circulação pelo território da cidade é a condição essencial para
que isso aconteça...

... como você classificaria o planejamento


do trânsito da sua cidade?

BOM RUIM ERRADO

Prioridade dos pedestres: faixas, sinalização, fiscalização, calçadões.

Estímulo ao uso de bicicletas: ciclovias, ciclofaixas, sinalização, fiscalização.

Transporte coletivo: preço, qualidade/conforto, rapidez, faixa exclusiva.


Automóveis: asfalto, sinalização, fiscalização.
Acesso: passe livre para estudantes e idosos.
Sistema de integração entre os meios de transporte.
Educação preventiva para segurança no trânsito.

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O trânsito é um jogo
Se você olhar o centro da cidade de um lugar alto, no meio da tarde, verá um complexo de ruas e
avenidas que se cruzam, formando um circuito. As lojas, os escritórios, os edifícios, as casas estão
distribuídos pelo trajeto. Esse é o cenário básico, como um mapa sobre um tabuleiro.
Sobre esse mapa, deslocam-se freneticamente os personagens – pedestres, ciclistas, motociclistas
e motoristas – para cumprir suas missões de rotina. Todos se encontram em um espaço comum – o
trânsito – onde se movem com objetivos individuais, mas com velocidade e força diferentes.
Uma só coisa impede que essa concorrência se transforme em caos e guerra: as regras do jogo.
Já na Roma Antiga, o imperador César precisou instalar blocos nas ruas para proteger a passagem
dos pedestres, que eram ameaçados pelo tropel dos cavalos e pelas enormes rodas das carruagens
FUNDO
(que acabaram banidas das ruas centrais DE JOGO
da cidade).

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j o g o t e m r e g r a s
Nosso

O conjunto das regras brasileiras para esse jogo chama-


se CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB), um conjunto
de leis baseado na Constituição Brasileira de 1998.

O principal objetivo do CTB é garantir a segurança das


pessoas e dos seres vivos que fazem parte dessa circulação
pelas cidades e entre as cidades, protegendo também o
patrimônio ambiental e arquitetônico desse cenário.

As mudanças mais recentes nas nossas leis de trânsito foram provocadas pelos altíssimos
índices de acidentes de carro com vítimas fatais.

Ao contrário do que muita gente imagina, seguir o


Código de Trânsito Brasileiro não é obrigação e direi-
to apenas dos motoristas de veículos (motorizados
ou não), mas também dos pedestres. As regras valem
para todos os personagens.

Uma das novidades do CTB foi considerar a bicicleta como “veículo de propulsão humana”,
reconhecendo o direito de os ciclistas trafegarem pelas ruas e estradas das cidades e do país,
bem como estabelecendo seus direitos e deveres.

O Código reconhece também uma escala de proteção


entre os personagens do trânsito pelo parágrafo 2º do
artigo 29, que diz: “em ordem decrescente, os veículos de
maior porte serão sempre responsáveis pela segurança
dos menores, os motorizados pelos não
motorizados e, juntos, pela incolumi- Outra novidade importante do
dade dos pedestres.” Dessa maneira, CTB é a preservação da saúde e do
na prática, os pedestres têm priori- meio ambiente, que foi incluída
dade sobre os ciclistas; os ciclis- entre as ações em “defesa da vida”
tas, sobre as motocicletas e que devem ser observadas pelos
estas, sobre os carros. personagens do trânsito.

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Diga
o que você sabe

Escreva nos quadradinhos a palavra que responde à ideia correspondente a cada número e você verá
surgir nos destaques o principal problema brasileiro no trânsito.

1 P E D E S T R E
2 P R I O R I D A D E
3 L E G I S L A Ç Ã O
4 V E Í C U L O
5 D I R E I T O S
6 M O B I L I D A D E
7 A M B I E N T E
8 U R B A N I Z A Ç Ã O
9

1. O personagem mais antigo do trânsito.


2. Quando uma coisa é mais importante que outra.
3. Conjunto de leis sobre determinado tema.
4. Meio de transporte que pode ser motorizado ou não.
5. Você não deve abrir mão dos seus.
6. Capacidade de deslocamento das pessoas.
7. Ele é chamado de meio, mas nós precisamos dele inteiro.
8. Aumento proporcional da população das cidades em relação ao campo.
9. Duas rodas, nenhum motor.

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Queimados Austin
Itaguaí

Nova Iguaçu
Nova Iguaçu

Os caminhos
Mesquita

da cidade
Avenida Brasil

Santa Cruz

Rio de Janeiro

Praia do
dos Band

Bus Rapid Transit (BRT)


Ciclovias Transoeste

Ciclovias até 2010 Transolímpica

Ciclovias até 2012 Transcarioca

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Gramacho
Belford Roxo
Duque de Caxias
Belford Roxo

guaçu

São João
do Meriti
Ilha do Governador

Nilópolis

Niterói

B. Mauá
Central do Brasil

Praia do
Flamengo

Praia de Copacabana

Praias do Leblon
e de Ipanema

Praia de São Conrado

Praia da Barra da Tijuca


Praia do Recreio
dos Bandeirantes

Metrô
Supervia (Trem) Linha 1

Ramal: Santa Cruz Linha 2

Ramal: Nova Iguaçu / Paracambi Expresso Barra

Ramal: Belford Roxo Metrô na Superfície Botafogo / Gávea

Ramal: Saracuruna / Magé / Guapimirim Metrô na Superfície Ipanema / Gávea

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A cidade quer
Gente do mundo inteiro vem de longe para conhecer a cidade do Rio de Janeiro, uma das mais
bonitas do planeta, graças à combinação entre natureza, arquitetura e cultura. Muitos cariocas e
fluminenses vivem bem pertinho dela; no entanto, poucos a conhecem.
Veja aqui que o Rio tem muitos roteiros e possibilidades para todo tipo de gosto.
Apresente-se, a cidade também quer conhecer você.

PASSEIOS A PÉ
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) tem um projeto coordenado pela Faculdade de
Geografia que faz passeios a pé gratuitos por toda a cidade. O mais conhecido deles é o (Re)
Conhecendo o Centro do Rio a Pé, que dura cerca de 4 horas, começa com 5 minutos de missa no
Mosteiro de São Bento e termina no Largo da Carioca. Também há roteiros diurnos e noturnos que
incluem, além do Centro e sua periferia, trechos nas Zonas Norte (Vila Isabel) e Oeste (Vila Aliança).
Veja o site http://roteirosgeorio.wordpress.com/ ou faça contato pelo telefone (21) 8871-7238.

AVENTURA
Uma aventura pelas trilhas cariocas pode ser feita em caminhadas, com guias especializados, ao
Pico da Tijuca, ao Circuito das Grutas e Pedra da Gávea (Parque Nacional da Tijuca), ou à Pedra do
Elefante (em Niterói).
http://www.nattrip.com.br e http://www.aventurascariocas.com/

PEDALANDO
O Rio de Janeiro é a cidade brasileira que tem mais quilômetros de ciclovia espalhados pelos bair-
ros. Veja o mapa dessas ciclovias em http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/arquivos/1616_ci-
clovias%20a4.JPG.
Também é possível fazer um passeio virtual de bike pela Zona Sul da cidade em http://www.youtu-
be.com/watch?v=ixBDv9R9PJ4.

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r conhecer você

PELO MAR
As barcas que saem da Praça XV permitem uma vista deslumbrante da Baía de Guanabara e do litoral
próximo do Rio de Janeiro e Niterói.

DE JIPE?
Sim, também existe um passeio de utilitário sem teto que escala as ladeiras mais íngremes da cidade,
chegando à Floresta da Tijuca, à Favela da Rocinha, ao Corcovado ou a Santa Teresa.

DO ALTO MESMO
Algumas empresas realizam passeios de helicóptero, que decolam da Barra da Tijuca, sobrevoam
as praias da orla, o Pão de Açúcar, a Mata Atlântica, a Quinta da Boa Vista, o Maracanã e o Corco-
vado. O preço não é barato, mas é possível fazer de graça, virtualmente, e ainda escolher a versão
preferida em:
• http://www.youtube.com/watch?v=wGAfXN1-uVw&feature=related (luz do sol);
• http://www.youtube.com/watch?v=ObE1mfQP42E&feature=related (fim de tarde); e
• http://www.youtube.com/watch?v=2hQCpDPFr4k (noturno).

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Pista livre para os jogos
A cidade do Rio de Janeiro é uma das metrópoles que
mais recebe eventos internacionais em todo o mundo.
Nos próximos 5 anos hospedará a Copa do Mundo de
Futebol (2014) e as Olimpíadas de 2016. Acontecimentos desse
porte atraem centenas de milhares de turistas que precisarão de meios de transporte
disponíveis e ágeis para terem acesso aos locais de competição, aos hotéis e, de fato,
a toda a cidade.
As obras e inovações que a cidade precisa realizar graças a esse calendário compõem
uma parte importante dos ganhos que permanecem após os eventos, o chamado
“legado” urbano. O BRT (do inglês Bus Rapid Transit) promete ser o principal legado de
trânsito para a população carioca.
Esse ônibus de circulação rápida é um sistema de transporte coletivo que utiliza
corredores viários exclusivos, quer dizer, trafega por uma pista só dele. Os embarques e
desembarques são ágeis, a passagem é paga antes do embarque, os carros são amplos,
confortáveis e com sinalização digital das informações. É uma tecnologia brasileira,
desenvolvida em Curitiba e exportada para 23 países.
A experiência com o BRT no Rio de Janeiro terá várias rotas:
• o Corredor T5, que ligará o Aeroporto Internacional Tom Jobim à Barra da Tijuca,
passando pela Penha (28km);
• a linha Transoeste, de Campo Grande à Barra da Tijuca (56km);
• a linha Transolímpica, da Barra da Tijuca a Deodoro, que você pode conhecer em
http://www.youtube.com/watch?v=fyLHnpetBZE&feature=player_embedded#at=109).

O BRT prevê linhas expressas e paradoras, além de uma integração completa com os
sistemas de metrô, trens e ônibus que já existem.

R T d a Tra n s o e s te
B
Uma pessoa que realize uma viagem
dentro de um ônibus articulado emite o
equivalente a 97% menos poluição do que
uma pessoa que viaja de automóvel. Uma
pessoa que faça uma viagem de motocicleta
emite 65 vezes mais do que a mesma
pessoa que se desloca por um ônibus
articulado. O consumo de energia relativo
por passageiro que se desloca em uma
viagem de ônibus articulado é 92% menor
do que o de um passageiro que se desloca
de automóvel.
O primeiro BRT do México, o Metrobús, está
reduzindo a emissão de gás carbônico na
capital do país em 35 mil toneladas por ano.
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10 POINTS DA CIDADE
Você conhece a Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro?
Escreva na coluna da esquerda o lugar que corresponde à descrição.

1 Criado por D. João VI, tem mais de 8 mil espécies de plantas no arboreto e 7
mil nas estufas. Possui biblioteca especializada, o Espaço Tom Jobim e o Jardim
Sensorial. Está entre os 10 mais importantes do mundo no gênero.
2 Funciona aos domingos, na Praça General Osório, e existe desde o final da década
de 1960. Vende roupas, bijuterias, móveis, cerâmicas, tapeçaria, quadros, objetos
de couro e de decoração.
3 Criado pelo imperador D. Pedro II, é um centro de referência para questões da
deficiência visual. Realiza consultas oftalmológicas, reabilita e produz impressos
em Braille e publicações científicas.
4 Inaugurado em 1852, é administrado pela Santa Casa de Misericórdia. Tem
hóspedes ilustres como Cazuza, Bussunda, Carmem Miranda, Villa-Lobos, Nelson
Rodrigues, Santos Dumont e Tom Jobim.
5 Uma das mais belas vistas da cidade: os contornos dos morros da Urca e do Pão
de Açúcar na Baía de Guanabara e o movimento do Iate Clube. Costuma abrigar
shows e concertos e é um ponto turístico que também tem ciclovia.
6 Criada em 1920, tem 28 unidades de ensino, cursos de graduação, pós-graduação,
mestrado, doutorado, mais de 3 mil professores e 8 mil funcionários para atender
a quase 50 mil alunos.
7 Espaço cultural destinado a preservar e disseminar a memória do Exército
Brasileiro. Abriga o Museu Histórico do Exército, o Museu Militar Conde Linhares,
a Casa Histórica de Deodoro e o Pantheon de Caxias.
8 Percurso batizado em homenagem a um ex-treinador da Seleção Brasileira de
Futebol. Possui 2.500m de extensão (ida e volta), em terreno plano e de asfalto,
com o Morro da Urca de um lado e a Praia Vermelha do outro.
9 Tem um espelho d’água de 2,2km², profundidade média de 2,8m e liga-se
ao mar pelo canal do Jardim de Alah. Em torno dela há uma extensa área de
entretenimento para caminhada, passeio de bicicleta e esportes, além de três
parques: Patins, Taboas e Catacumba.
10 Foi sede da Presidência da República de 1897 até 1960, quando era conhecido
como Palácio do Catete. Sua programação inclui exposições, apresentações
musicais, cursos e programas educacionais.

Todos os locais mencionados acima fazem parte do jogo virtual


Na Pista do Melhor Caminho

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Circulação
Defensiva
Direção Defensiva
para Motoristas
Direção defensiva é o conjunto de medidas e
procedimentos utilizados pelos condutores
de veículos para prevenir ou minimizar as
consequências dos acidentes de trânsito.
A Resolução no 168/04, de 2004, exige que
todo motorista brasileiro passe pelo curso de
Direção Defensiva, para obter ou renovar sua
habilitação para dirigir.

Os princípios da direção defensiva são cinco:


Conhecimento, Atenção, Previsão, Habilidade
e Ação. Você pode ler tudo sobre o assunto na
cartilha do governo em:
http://www.serpro.gov.br/arquivosdownload/
denatran/DIRECAO_DEFENSIVA.pdf.

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Alguns truques de pedestre
As condições ideais para a circulação segura de pedestres dependem de mudanças no ambiente
físico – faixas exclusivas e sinais de trânsito – ou de fiscalização das leis de trânsito, fatores que não
dependem de você.
Mas você pode caminhar defensivamente, identificando as situações que envolvem alto risco de
atropelamento para controlá-las na medida do possível. O truque é antecipar mentalmente o que o
motorista poderá fazer. Aqui vão alguns exemplos:
Cruzamentos É o local mais seguro para atravessar, certo? Mas imagine que o motorista pode
avançar o sinal vermelho e lembre que a primeira metade da travessia apresenta maior risco, porque
é quando o motorista tem mais dificuldade de enxergar o pedestre, e este tem menos tempo para
reagir. Então, olhe na direção de onde vem o trânsito para confirmar que os motoristas perceberam seu
movimento de travessia.
Bloqueio visual Quando existe mais de uma pista de trânsito na mesma direção, um carro parado
pode fazer o papel de biombo, de maneira que o carro que vem na outra pista não veja o pedestre. Assim,
quando passar pelo primeiro carro, pare e olhe se há outro veículo se aproximando e se o motorista está
vendo você.
Travessia sinalizada Às vezes o sinal está aberto para você atravessar, mas a luz começa a piscar.
Se você ainda não saiu do meio-fio, espere pelo próximo sinal. Caso contrário, complete a travessia.
Marcha a ré Acontece de o pedestre se encontrar com veículos que estão andando para trás,
em sua direção e, nesses casos, o motorista tem dificuldade de enxergá-los diretamente. Essa é uma
situação bem perigosa. Assim, tente evitar circular entre carros parados (como em estacionamentos, por
exemplo) e preste atenção às luzes dos faróis traseiros e aos sons dos motores ligados.
Olhos nos olhos! Geralmente, nos atropelamentos, os motoristas dizem que não viram os pedestres,
e isso costuma ser verdade. Então, faça contato visual com o motorista que se aproxima. Incline-se, ou
faça sinal, se for o caso, pois este é o modo mais seguro de obter a atenção dele.

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Pedalada na defesa

Algumas dicas para aumentar a segurança


dos ciclistas no trânsito:
http://www.bikemagazine.com.br/2011/03/pedalada-defensiva

VISIBILIDADE

Evite transitar por avenidas, ruas e estradas com grande fluxo de trânsito, especialmente em vias
nas quais circulam veículos pesados como caminhões e ônibus, que vão disputar a faixa da direita
com você.

Seja mais visível no trânsito: use roupas claras ou coloridas. À noite, utilize luzes na traseira e na
dianteira, além dos obrigatórios refletores na traseira, dianteira e laterais da bike.

Evite os chamados ângulos cegos dos motoristas e faça uso de sinais de braço para mostrar suas
intenções aos motoristas.

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• Siga o fluxo do trânsito, pedale com determinação e segurança. Estando em uma via
preferencial e ao se aproximar de um cruzamento, pedale com decisão, para evitar
que motoristas entendam que você vai parar e cruzem o seu caminho. Fique atento e
pronto para frear caso isso aconteça.
• Antecipe o movimento e as ações de motoristas, pedestres, carros e animais. Mantenha
o olhar alto, observando o trânsito bem à frente. Fique atento com automóveis saindo
ou entrando de garagens, portas se abrindo, veículos dando marcha a ré e pessoas
distraídas cruzando a rua. O uso de buzina ou campainha é obrigatório. Você também
pode usar sua voz para gritar e advertir motoristas e pedestres.
• Pedale pelo bordo direito da via. Se precisar ultrapassar um veículo parado, olhe o
trânsito atrás de você por meio do retrovisor, sinalize com o braço e, após passar pelo
veículo parado, retorne imediatamente para o bordo direito da via. Treine olhar para
trás – por cima dos ombros – com rapidez, memorizando e observando o trânsito em
sua traseira. É importante ter controle do que acontece ao seu redor.
• Redobre a atenção ao passar por filas de veículos parados. Quando possível, transite
um pouco mais para a esquerda, deixando espaço para uma possível manobra de
emergência. Um macete é olhar pelo vidro traseiro dos automóveis para observar
movimentos de pedestres que saem da calçada e cruzam a rua e também ver com
antecedência pessoas dentro de carros que possam abrir a porta.
• No caso de passar por veículos pesados, olhe para o retrovisor do motorista e observe
seus movimentos. Velocidade moderada ainda é a melhor prevenção de acidentes
nestes casos.
• Ao parar em um sinal fechado, ocupe o centro da faixa, isso evita que você
fique espremido entre os automóveis e o meio-fio. Quando abrir o semáforo,
pedale até ganhar velocidade e vá para o bordo direito novamente.
• Durante a pedalada, use os ouvidos para monitorar o que acontece em volta de você.
Atente para freadas, buzinas, carros se aproximando e outros sons. É uma ótima ideia
manter os ouvidos sem os fones e deixar para ouvir música numa situação segura.

Veja também:
http://www.rodasdapaz.org.br/indexInterno.php?url=bicicleta/pedaldefensivo.htm

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COMO ENTENDER O
A noção de perigo
Para os jovens, adrenalina virou sinônimo de aventura, friozinho na barriga, prova de
coragem. Tem até quem cole o adesivo “No fear” (sem medo) no carro, ou na moto. Pois
bem, é aí que mora o perigo!
Na origem, a adrenalina é um hormônio lançado no sangue pela glândula suprarrenal
toda vez que alguma situação externa coloca o corpo em risco. Essa substância desperta
os sentidos, como num choque elétrico, para provocar a máxima atenção em uma situa-
ção de stress.
Embora a ideia (e a vontade) de correr riscos caminhe no sentido contrário ao instinto
de sobrevivência dos animais, alguns humanos desenvolveram habilidades de cálculo
e uso do corpo que fazem parecer que eles têm o poder de desafiar a morte, como
por exemplo em algumas profissões, esportes radicais e ritos religiosos. Mas esses
humanos aprenderam que o medo é um aliado, a disciplina é o caminho, e a
segurança alheia, o princípio mais fundamental.
Os estudos sobre o comportamento do jovem no trânsito mostram
que o maior engano que ele comete é pensar que“está no controle
da situação” e, portanto, se alguma coisa pode acontecer de
errado, “não é com ele”. Ou seja, a adrenalina não servirá
em nada para protegê-lo.

A transgressão
Agir contra as regras é outra tendência típica desse
período da vida em que já existe mais liberdade de ação e
pensamento, mas ainda não se definiram claramente os valores
próprios. A pergunta do jovem é: para que servem esses limites? E a
resposta costuma ser: vamos testá-los, então!
Nessa hora, além da adrenalina, entram na mistura duas substâncias
que funcionam como fósforo e gasolina no trânsito: a sociedade inimiga e o
reconhecimento dos amigos. Sociedade aqui será tudo que impede, ou parece
impedir, a liberdade de fazer o que der na telha. E amigos serão aqueles que também
estão na dúvida sobre seus próprios valores.
O consumo cada vez maior de bebidas alcoólicas e outras drogas estimulantes, assim
como a atração pela velocidade, faz parte dessa experimentação dos limites da liberdade.
Acontece que, no trânsito, essa combinação costuma ser fatal.
Drogas como o álcool inibem totalmente a ação da adrenalina e, ao contrário dela,
atrasam as reações do corpo e a capacidade de lidar com situações imprevistas.

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R OS MAIORES RISCOS
A desatenção

Placas, banners, outdoors, letreiros, telas,


faixas, sinais, vitrines, fachadas, alto-falantes,
malabaristas, palhaços, vendedores...
O ambiente das cidades é uma gincana dos
objetos e atores que competem por chamar
a atenção de quem circula pelos espaços
públicos. As pessoas que se deslocam
também têm outros apelos sensoriais:
livros, celulares, GPS, notebook, mp3,
suor, ar-condicionado, capacete, cinto de
segurança, jornal, salgadinhos, refrigerantes,
troca de CDs, barulhos, sirenes...
É quase um milagre que tudo isso, junto,
funcione! De um lado, só é possível porque
existem regras que regulam esses fluxos. E,
de outro, gente capaz de seguir as regras e,
ao mesmo tempo, fazer os sofisticadíssimos cálculos mentais
de tempo e espaço para dirigir, caminhar ou pedalar (até
mesmo, parar) em meio à massa que se movimenta. O jovem,
que parece ser o espécime mais adaptado a esse contexto,
também se expõe mais porque é capaz de fazer tudo ao
mesmo tempo, agora – e ninguém é.

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A motocicleta
riscado ar
é o veículo mais

Frota de motos triplica em 10 anos


A frota brasileira de motocicletas cresceu 309% de 2000 a 2010, passando de 4,03 milhões para 10,6
milhões de unidades. A moto ganhou um novo status na sociedade brasileira depois da possibilidade
do financiamento a longo prazo, o que permitiu a uma massa de consumidores comprar o veículo,
pagando mensalmente o mesmo valor gasto com a passagem de ônibus.
Fonte: ABRACICLO, 04/2011.

Mortes também aumentaram muito


Em 1998 foram 1.047 mortes de motociclistas no país; em 2008, 8.939 mortes. Um aumento de
754%. Os dados estão no estudo Mapa da Violência 2011. Segundo o pesquisador Julio Jacobo,, “o
risco de um motociclista morrer no trânsito é 14 vezes maior que o de um ocupante de automóvel.
Se essa tendência continuar, em 2015 a morte de motociclistas no trânsito vai superar os índices de
todos os outros veículos juntos”.

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As 6 perguntas que os motociclistas
mais fazem e as respostas do Departamento Nacional de Trânsito

1.
Tenho 16 anos. Posso pilotar um ciclomotor?
Não. Para conduzir qualquer veículo automotor é preciso ser
plenamente imputável, ou seja, ter completado 18 anos. Sendo
assim, antes desta idade nenhuma pessoa pode conduzir
veículos automotores.

2.
Quem vai na garupa da motocicleta também precisa estar
com capacete?
Também. Tanto o condutor quanto o passageiro de motocicleta,
motoneta e ciclomotor só poderão circular em via pública utilizando
capacete de segurança com viseira, ou óculos de proteção.

3.
É proibida a passagem de motocicleta pelo corredor formado
entre os veículos?
Não é proibida. Mas a lei determina que os condutores devem
guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os
demais veículos. Portanto, você deve considerar sempre a distância
de segurança lateral, no caso de passagem por “corredores”.

4.
Posso levar minha mulher e filha na garupa da motocicleta?
Não. Os passageiros de motocicleta, motonetas ou ciclomotores
só poderão ser transportados em carro lateral acoplado ao
veículo ou em assento suplementar atrás do condutor. Portanto,
você só pode levar uma pessoa.

5.
Fui multado por ultrapassar pela direita. Por quê?
Porque a lei determina que a ultrapassagem de outro
veículo deve ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização
regulamentar e as normas do CTB, exceto quando o veículo a ser
ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda.

6.
Eu preciso dar preferência ao pedestre mesmo quando o sinal está aberto
para os veículos?
Todos os veículos são responsáveis pela segurança dos pedestres. Portanto,
aqueles que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para
esse fim terão prioridade de passagem. Em locais onde há sinalização
semafórica, tanto condutores de veículos quanto pedestres devem
respeitá-la. Mas, atenção: o condutor deve dar preferência ao pedestre que
não tenha concluído a travessia, mesmo que o sinal já tenha liberado a
passagem dos veículos.

No site http://www.denatran.gov.br/publicacoes/download/DENATRAN_RESPONDE.pdf
você encontra o texto na íntegra (são 60 perguntas)
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O trânsito
somos nós!!!
endadas pelo
O antropólogo Roberto Da Matta participou de pesquisas encom
naquel e estado.
governo do Espírito Santo com o objetivo de melhorar o trânsito
o trânsito enlouqu ece
Daí nasceu o livro Fé em Deus e pé na tábua (ou Como e por que
no Brasil), publicado pela Editora Rocco em 2010.
imprensa:
Veja a seguir trechos de algumas conclusões de Da Matta reveladas à

A tese é de que o trânsito é um espaço


absolutamente igualitário e governado
Quem?
por regras válidas para todos. Isso Eu?
para nós, brasileiros, criados por mães
condescendentes, pais ausentes e em
casas onde todos nos acham superiores,
promove um enorme desconforto. É
uma espécie de provação ou castigo.
Uma cabeça hierarquizada operando e
dirigindo num espaço igualitário resulta
sempre em nervosismo, chilique,
agressão e crime.
A revelação deste drama é mais
ou menos assim: a regra vale para
todos, mas não para mim, que sou isso
ou aquilo! Ou seja, a situação é resolvida
porque, entre igualdade e desigualdade,
tendemos a ficar com a desigualdade.

Fé em Deus e pé na tábua é a tradução dessa concepção especial de quem se sente ofendido quando,
dentro de um carro novo, acha que os outros são todos atrapalhadores de seu destino.
As relações no trânsito reproduzem as relações humanas com as quais nós fomos socializados. Fomos
criados em ambientes que comportam hierarquias bem definidas: arrumadeira, passadeira, lavadeira.
São os últimos ecos de escravidão e de clientelismo que permeiam a sociedade brasileira. Esse quadro
cognitivo, emocional, está nas nossas cabeças: obedecer no Brasil é um sintoma de inferioridade.

Você se comportaria de outro jeito se passasse


de pedestre a motorista?
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A igualdade para nós
é menos importante
do que a liberdade

O estilo brasileiro de dirigir é agressivo.


Fomos criados com uma visão da
casa como inimiga da rua. É como se
o mundo da rua não fosse regulado
pela mesma regra de casa, que é a
regra do acolhimento.

Quando a gente discute a questão da igualdade,


a gente o faz de maneira retórica. Há uma
elasticidade grande na cultura brasileira, que tem
uma inércia. Você freia, mas o peso da tradição
continua. Você tem de preparar a sociedade para
as mudanças, o que nós não fazemos no Brasil.
A Lei Seca, por exemplo. É maravilhosa, porque
atingiu o comportamento da classe média.

O nosso lema é: “os incomodados que se mudem”.


E não é verdade. A alternativa existe: nós temos de
falar mais em igualdade, ensinar mais igualdade.

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Qual é a mensagem
da placa?
1. 5.

( ) Retorno à direita ( ) Aldeia indígena


( ) Vire à direita ( ) Área de campismo
( ) Curva acentuada à direita ( ) Monte à direita

2. 6.

( ) Sentido único ( ) Sentido único


( ) Mão única ( ) Duplo sentido de circulação
( ) Siga em frente ( ) Permitida contramão

3. 7.

( ) Proibido trânsito de bicicleta ( ) Proibido parar


( ) Local exclusivo para bicicleta ( ) Proibido parar e estacionar
( ) Ciclovia ( ) Proibido estacionar

4. 8.

( ) Pessoas com necessidades especiais ( ) Entrada de túnel


( ) Área escolar ( ) Dê a preferência
( ) Travessia de pedestres ( ) Passagem subterrânea

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Soluções tecnológicas
A empresa Huashi Future Parking Equipment, da cidade chinesa de
Shenzhe, criou o projeto de uma composição de 6 metros de largura, que
será suspensa a 4 metros de altura, circulando pelas ruas sem se misturar
ao trânsito, que passará por baixo dela.
O projeto, chamado de 3D Express Coach, prevê o uso de energia elétri-
ca e solar para um veículo capaz de transportar 1.200 passageiros de uma
vez, a uma velocidade média de 40km por hora.
De acordo com a empresa, para que o veículo circule não é preciso
escavar o solo, nem desapropriar terrenos, fazendo com que o custo de
implantação seja 1/10 do valor de um metrô subterrâneo.
Veja o vídeo (em chinês!) em http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI159777-17770,00-CHINA+TEM+PROJETO+
DE+TREM+QUE+ANDA+POR+CIMA+DE+CARROS.html.

A Volvo (empresa de automóveis) desenvolveu um dispositivo de se-


gurança chamado Pedestrian Avoidance Technology (PAT – Tecnologia de
Proteção ao Pedestre) que pode reduzir em 85% o risco de fatalidade em
atropelamentos.
O PAT combina um radar colocado na grade dianteira com uma câmera
que fica atrás do espelho retrovisor do motorista e detecta pedestres a
partir dos 80cm de altura (equivalente a uma criança de 3 anos).
Em meio segundo o sistema avalia se o pedestre está em perigo, avisa
o motorista e aciona automaticamente o sistema de freios.
O PAT foi testado durante 10 anos em algumas das cidades mais povo-
adas do mundo.
Veja o vídeo de propaganda da empresa em http://www.youtube.com/watch?v=cpmhxpp9YdA.

As bicicletas elétricas dobráveis são uma tendência mundial: a cada


mês surge um modelo mais leve, menor, mais bonito e com maior au-
tonomia que o anterior. A YikeBike, desenhada por uma equipe na Nova
Zelândia, lançada em 2009, pesa 9,8kg; quando dobrada, mede 15 x 60 x
60cm e cabe em uma mochila. Ela não tem pedais, caixa de velocidades,
freio mecânico, cabos ou alavancas. Tem 10km de alcance com uma ba-
teria de carga rápida e chega à velocidade de 20km por hora. Custa cerca
de R$ 8 mil.
Veja o comercial dela em http://www.cabecadecuia.com/drops/2010-03-09/yikebike-a-
bicicleta-dobravel-eletrica-que-cabe-numa-mochila-66244.html
Quer ver um modelo um pouco mais pesado, com mais autonomia, preço perto dos R$ 2 mil e disponível no Brasil?
Consulte http://www.euvoudebike.com/tag/bicicleta-dobravel/

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Percorrer de bicicleta
a cidade toda
A cidade do Rio de Janeiro já tem a maior rede de ciclovias do país, com 150km de extensão, no total.
Com vistas às Olimpíadas, a prefeitura está implantando outros 86,5km de ciclovias, ciclofaixas e faixas
compartilhadas por todas as regiões:

Zona Oeste Jacarepaguá, Curicica, Valqueire, Cidade de Deus, Taquara, Campo Grande,
Santa Cruz e Transoeste;

Zona Norte Tijuca e Grajaú;

Zona Sul Praia Vermelha, Urca, Jardim Botânico, Copacabana e Ipanema.

Conheça os itinerários, escolha


um roteiro e experimente.
Melhor ainda: convide os
amigos e faça o test-drive da
pista e do seu preparo físico.

http://www.ta.org.br/site/banco/1ciclorio/CICLOVIASRIO10.pdf

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“Pergunte na banca de jornal...”
Em toda cidade brasileira funciona assim: quando você precisa encontrar um local, ou endereço
pelo caminho, a sugestão mais comum é que você pergunte “ali, na banca de jornal”.
No quadro a seguir há uma lista de 20 locais de interesse cultural, turístico ou social da cidade do
Rio de Janeiro. Descubra para quantos deles você conhece a localização pelo bairro e zona da
cidade (centro, sul, norte e oeste).
Se precisar de ajuda e estiver com a internet à mão, você também pode pesquisar
nos sites de localização, como o Maps e Earth do Google.

LOCAL BAIRRO ZONA


1 Cidade do Samba
2 Sítio Burle Marx
3 Lona Cultural Gilberto Gil
4 Hospital Municipal Rocha Maia
5 Projac da Rede Globo
6 Centro de Tecnologia do Senai
7 Parque Estadual Maciço da Pedra Branca
8 Pão de Açúcar
9 TV Record – Estúdios de Jornalismo
10 Praça Noel Rosa
11 Fundição Progresso
12 Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro
13 Parque Aquático Maria Lenk
14 Campo de Santana
15 1ª Fábrica da Michelin no Brasil
16 Aeroporto Tom Jobim
17 Museu do Bonde
18 Parque Ecológico Chico Mendes
19 Estádio do Engenhão
20 Complexo do Borel

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VOCÊ É BOM DE TRÂNSITO?
VAMOS VER NA PISTA!
Você pode testar seus conhecimentos de trânsito e sua habilidade
estratégica para circular pela cidade. É fácil e divertido com o jogo virtual

NA PISTA é um jogo de estratégia em que duas equipes disputam para colecionar


18 pontos, circulando sobre o mapa da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Cada equipe é composta por 4


personagens – pedestre, ciclista,
motorista (ou motociclista) e o
Sinistro –, que se movimentam em
velocidades diferentes.

As equipes recebem suas missões. Os três primeiros


personagens partem para realizá-la e conquistar os pontos,
enquanto o Sinistro persegue a equipe adversária, para verificar
se ela se desloca em segurança.

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No caminho entre as missões, os personagens encontram desafios
que também podem valer pontos.

E o desafio é esse: você é bom de trânsito?

O jogo NA PISTA foi desenvolvido pela Michelin, com apoio


do Detran-RJ, da Secretaria Estadual de Educação do Rio de
Janeiro e da Firjan.

Você pode jogar nos computadores da sua unidade escolar.


Logo no início do jogo há um guia com orientações sobre
as regras.

Também pode treinar, ficar craque nas fases mais difíceis do


jogo e desafiar seus colegas: “VAMOS VER NA PISTA!”

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mudança de hábito
Para viver mais e melhor no trânsito, é preciso conhecer e compreender seus fa-
tores de risco.
Mas é importante dar o passo seguinte e adotar ou abandonar hábitos que di-
minuam esses fatores.
Você tem a seguir uma lista básica das principais atitudes que fazem a diferença
entre ser uma vítima, ou um usuário do trânsito. Marque nas colunas do lado
direito as atitudes que refletem sua situação após a leitura desse material que
tem em mãos:

HÁBITOS A ABANDONAR QUERO POSSO FAREI


1. Excesso de confiança
2. Excesso de velocidade
3. Atravessar com frequência vias com altos índices
de acidentes
4. Circular falando ou digitando no celular
5. Ouvir música diretamente nos ouvidos enquanto circula
pelo trânsito
6. Sair para circular, dirigir (ou pegar carona) após ingerir
bebida alcoólica
7. Sair de carro particular nas madrugadas de final
de semana
8. Andar de motocicleta com excessiva frequência
9. Ultrapassar pelo acostamento ou pelo lado direito
10. Sair sempre atrasado(a)

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HÁBITOS A CULTIVAR QUERO POSSO FAREI
1. Atravessar as vias sempre na faixa de pedestres
2. Respeitar os sinais de pare (vermelho), siga (verde)
e atenção (amarelo)
3. Dar preferência ao uso de transporte coletivo
4. Andar de bicicleta pela cidade
5. Dar preferência a transporte não poluente
6. Usar estratégias de circulação defensiva
7. Usar sempre cinto de segurança
8. Usar capacete sempre que andar de motocicleta
ou bicicleta
9. Circular e conhecer a cidade
10. Gentileza gera gentileza

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Soluções
PALAVRAS DESTACADAS
P
A U T O M O V E L A
L B D
E L C A R O N A
F A I X A S N
C S I
O E M
C U
P I S T A A E L
A N I
D P E D E S T R E
A R
Ç C G
L S E O H L I M
A A D
C I C L I S T A A
D
E

DIGA O QUE VOCÊ SABE

1. Pedestre / 2. Prioridade / 3. L egislação / 4. Veículo / 5. Direitos / 6. Mobilidade / 7. Ambiente / 8. Urbanização / 9. Bicicleta

10 POINTS DA CIDADE

1. Jardim Botânico / 2. Feira Hippie de Ipanema / 3. Instituto Benjamin Constant / 4. Cemitério São João Batista / 5. Praia de Botafogo /
6. UFRJ / 7. Forte de Copacabana / 8. Pista Cláudio Coutinho / 9. Lagoa Rodrigo de Freitas/ 10. Museu da República

“PERGUNTE NA BANCA DE JORNAL...”


Zona Centro
Cidade do Samba (Gamboa) / Fundição Progresso (Lapa) / Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro (Lapa) / Campo de Santana
(Centro) / Museu do Bonde (Santa Teresa)

Zona Sul
Hospital Municipal Rocha Maia (Botafogo) / Pão de Açúcar (Urca)

Zona Norte
Centro de Tecnologia do Senai – Automação (Benfica) / TV Record – Estúdios de Jornalismo (Benfica) / Praça Noel Rosa (Vila Isabel)
/ Aeroporto Tom Jobim (Ilha do Governador) / Estádio do Engenhão (Engenho Novo) / Complexo do Borel (Tijuca)

Zona Oeste
Sítio Burle Marx (Barra de Guaratiba) / Lona Cultural Gilberto Gil (Realengo) / Projac da Rede Globo (Jacarepaguá) / Parque Estadual
Maciço da Pedra Branca (Jacarepaguá) / Parque Aquático Maria Lenk (Jacarepaguá) / 1a Fábrica da Michelin no Brasil (Guaratiba) /
Parque Ecológico Chico Mendes (Recreio dos Bandeirantes)

QUAL É A MENSAGEM DA PLACA?

1. Vire à direita 5. Área de campismo


2. Siga em frente 6. Duplo sentido de circulação
3. Proibido trânsito de bicicleta 7. Proibido parar e estacionar
4. Área escolar 8. Dê a preferência

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Equipe do Projeto

Adriana Torres
Daniela Teixeira
Fabiana Scherer
Gisela Gadelha
Hozana Cavalcante
Luis Arruda
Marcelo Moreira
Patrícia Gonçalves
Regina Malta

Produção

Coordenação Pedagógica
Andréa Amaral Franco
Fernanda Amorim
Vera Abreu

Criação
Milton Quintino e Estúdio Criatura

Pesquisa de Conteúdo e Redação


Milton Quintino

Projeto Gráfico e Editoração


Estúdio Criatura

Revisão Gramatical e Editorial


Rita Godoy

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Realização

Apoio

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