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Gestão da Qualidade

na Exportação
Um livro de respostas para exportadores
de pequeno e médio porte

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Série sobre os Segredos do Comércio

Desenvolvimento Técnico
Este livro foi desenvolvido por um corpo técnico liderado por Shyam Kumar Gujadhur, Conselheiro
Sênior do ITC sobre Gestão da Qualidade na Exportação, de cuja equipe fizeram parte Martin
Kellermann, Diretor Executivo (para assuntos não-comerciais) da Agência Sul-africana para
Normalização; Subhash C. Arora, Diretor (de Treinamento e Consultoria) da Federação Indiana de
Câmaras de Comércio e Indústria; John Gilmour, Consultor e ex-Diretor da Associação Nacional das
Instituições de Ensaio da Austrália; e Eberhard Seiler, Chefe da Cooperação Técnica da Alemanha no
Physikalisch-Technische Bundesanstalt.

Prema de Sousa organizou a pesquisa das PMEs em países em desenvolvimento, auxiliou na seleção
e revisão das perguntas e na feitura da edição preliminar.

Direção e Orientação
R. Badrinath, diretor da Divisão de Serviços de Apoio ao Comércio do ITC, conduziu a estratégia geral.
Sabine Meitzel, chefe da Seção de Serviços de Aconselhamento Funcional, fez a revisão do capítulo
sobre o International Trade Centre, teceu comentários e deu sugestões.
Sarah McCue ofereceu orientação prática para o desenvolvimento da série sobre os Segredos do Comércio.

Revisão
As seguintes pessoas participaram da revisão técnica do livro:
Gene A. Hutchinson, diretor gerente da Agência de Normalização de Botsuana; William H. Graham,
especialista em Qualidade, Segurança Ambiental e Saúde da Agência Sul-africana de Normalização;
Michael Parkany, diretor da Digart Ltda., Suíça; Khemraj Ramful, assistente técnico regional do PRIDE
de normalização e qualidade, Ilhas Maurício; Charles Corrie, secretário da ISO/TC176/SC2, Sistemas
da Qualidade, Reino Unido; Marc Niederberger, coordenador dos Programas da Qualidade da ISO,
Suíça; Yasukazu Fukuda, secretário do Comitê da ISO para avaliação de Conformidade (CASCO,
Committee on Conformity Assessment); e Henri Schwamm, professor honorário de economia da
Universidade de Genebra, Suíça.

Contribuições e Apoio Administrativo


Hema Menon, John Gillies e Stéphane Blanc, do ITC, contribuíram com suas respostas às perguntas
do capítulo sobre o International Trade Centre.
Fabienne Tassigny, Julie Geillon, Imane Naimi e Georges Mills-Odol deram o apoio administrativo
necessário.

Edição/2003 editada por Giles S. Allen e revisada por Leni Sutcliffe.

2009

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Gestão da Qualidade
na Exportação
Um livro de respostas para exportadores
de pequeno e médio porte

2ª edição

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO/


Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI

Rio de Janeiro 2009

Editora SENAI

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© International Trade Centre UNCTAD/WTO, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 2009.
© Eye Wire, Getty Images, para a ‘Imagem Digital’ da Capa edição/2003.

Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão
expressa do International Trade Centre, Inmetro & SENAI.

RESUMO DO LIVRO PARA OS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO SOBRE O COMÉRCIO - Edição/2009


06.06.03
EXP
Edição revisada de um relatório técnico editado em 2001 sob este mesmo título. Perguntas e respostas sobre todos
os aspectos de gestão e controle da qualidade direcionadas aos exportadores – abrange aspectos tais como normas
e regulamentos técnicos, certificação de produto, ensaio, metrologia, gestão da qualidade; fornece esclarecimentos
sobre a ISO 9000, ISO 14000, Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle (HACCP – Hazard Analysis Critical
Control Point); examina a importância do credenciamento e o porquê das dificuldades para a sua implementação em
países em desenvolvimento; discute o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC e seus
desdobramentos benéficos para o mundo dos negócios. Define o papel do ITC no fornecimento de assistência e
informação na área de gestão da qualidade e descreve as ferramentas disponíveis para as pequenas e médias
empresas. Apresenta um resumo da infra-estrutura de Tecnologia Industrial Básica no Brasil (TIB) e inclui lista com
os endereços de contato das principais instituições envolvidas em TIB no país.

Catalogação-na-Publicação (CIP) - Brasil

I 61 g International Trade Centre Unctad/WTO.


Gestão da qualidade na exportação : um livro de respostas para exportado-
res de pequeno e médio porte / International Trade Centre Unctad/WTO. — 2. ed.
- Rio de Janeiro: Editora SENAI: INMETRO: SENAI, 2009.
317 p. : tab. ; 21 cm. (Série sobre os Segredos do Comércio)

ISBN 978-85-99002-11-7

1. Controle de Qualidade. 2. Gestão da Qualidade Total. I. Título.

CDD: 658.421

ITC
Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça

Inmetro SENAI-DN
Rua Santa Alexandrina, 416 – Rio Comprido Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Rio de Janeiro, RJ – Brasil – 20261-232 Sede
Telefone: (21) 2563-2973 Setor Bancário Norte – Quadra 1 – Bloco C – 5º andar
Fax: (21) 2502-6542 Edifício Roberto Simonsen – 70040-903
barreirastecnicas@inmetro.gov.br Brasília – DF
http://www.inmetro.gov.br Telefone: (55) (61) 3317-9000 / 9001
http://www.senai.br

Os termos empregados e o material apresentado nesta publicação não traduzem nem sugerem a opinião do International Trade
Centre CNUCED/OMC, do Inmetro ou do SENAI sobre os sistemas legais de qualquer país, território, cidade ou região, ou suas
autoridades constituídas, nem sobre as delimitações de suas fronteiras ou extensão territorial. As menções feitas às empresas ou
organizações e seus sites na Internet não implicam em um endosso por parte do ITC, do INMETRO ou do SENAI.

ITC/P151.O/TSS/BAS/03-11 Tradução ISBN 978-85-99002-11-7


BTE Texto e Divulgação Ltda.
Bayard Palmeiro
Edda Palmeiro

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Agradecimentos

Esta publicação é fruto da contribuição de vários especialistas, agentes experientes e profissionais


intimamente ligados ao setor de exportação.
A eles oferecemos nossos agradecimentos e reconhecimento pelo inestimável auxílio.

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Lista de abreviaturas

O termo ‘produto(s)’ é usado, quando for apropriado, tanto para bens quanto para serviços,
particularmente nos capítulos sobre certificação de produtos, gestão da qualidade e ISO 9000.

AFNOR Association Française de Normalisation (Associação Francesa de Normalização)


APEC Asia-Pacific Economic Cooperation Forum
APLAC Cooperação da Ásia e do Pacífico de Acreditação de Laboratórios
ASEAN Association of South-East Asian Nations
ASQ American Society for Quality
BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas
BSI British Standards Institution
CCP Ponto Crítico de Controle
CGPM Conférence générale des poids et Measures (Conferência Geral de Pesos e Medidas)
CRM Material de Referência Certificado
EA Cooperação Européia de Acreditação
EFTA European Free Trade Association
EMS Sistema de Gestão Ambiental
EOQ European Organization for Quality
EOTC European Organization for Conformity Assessment
FDA Food and Drug Administration dos Estados Unidos
GPM Boas Práticas de Manufatura
HACCP Hazard Analysis and Critical Control Point (Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle)
IAF Fórum Internacional de Acreditação
IATCA Associação Internacional de Certificação de Pessoal
IEC Comissão Eletrotécnica Internacional
IIOC Independent International Organization for Certification
ILAC Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios
IPPC International Plant Protection Convention
IQA Institute of Quality Assurance (Reino Unido)
IQNet International Certification Network
IRCA International Register of Certificated Auditors
ISO Organização Internacional para Normalização
ITC International Trade Centre CNUCED/OMC
NATA National Association of Testing Authorities (Austrália)
NCB Organismo Nacional de Certificação
NMI Instituto Nacional de Medidas
NSB Organismo Nacional de Normalização
OECD Organization for Economic Co-operation and Development
OIE Office International des Epizooties
OIML Organização Internacional de Metrologia Legal
OMC Organização Mundial do Comércio
PME Pequenas e Médias Empresas
QMS Sistema de Gestão da Qualidade

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SABS South African Bureau of Standards
SI Sistema Internacional de Unidades
SPS Sanitary and Phytosanitary Measures (Acordo sobre a Aplicação de
Medidas Sanitárias e Fitossanitárias)
TBT Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio
UE União Européia
UNCTAD (CNUCED) Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento
VIM International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology (Vocabulário
Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia)
VIML International Vocabulary of Terms in Legal Metrology (Vocabulário Internacional
de Termos em Metrologia Legal)
WSSN World Standards Services Network

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Sumário

Apresentação
Prefácio da 1ª Edição
Prefácio da 1ª Edição brasileira

1. Regulamentos Técnicos e Normas


1.1 O que é um regulamento técnico? ..................................................................................................... 21
1.2 Qual a relação existente entre um regulamento técnico e uma norma? .................................... 23
1.3 As normas e os regulamentos técnicos são uma barreira para o livre comércio? .................. 26
1.4 Onde posso obter informação sobre os regulamentos técnicos vigentes em outros países? . 28
1.5 Onde posso obter informações sobre normas? .............................................................................. 29
1.6 Eu posso influenciar na preparação de normas e de regulamentos técnicos? .......................... 31
1.7 Como posso me manter informado sobre os acontecimentos mais recentes que podem ser do
meu interesse? ....................................................................................................................................... 33
1.8 Os regulamentos técnicos são os mesmos de país para país? ..................................................... 35
1.9 A gestão da qualidade é uma exigência necessária para a adequação aos regulamentos
técnicos? ................................................................................................................................................. 36
1.10 Quais as características dos produtos abordadas pelos regulamentos técnicos? ................ 38
1.11 Quais são os principais organismos internacionais de normalização? .................................. 40
1.12 O que está sendo feito para que se harmonizem as diferentes normas existentes? Como
funcionam a equivalência e os termos de comparação entre as diferentes normas usadas por
diferentes países? ................................................................................................................................. 42
1.13 Podemos esperar o desenvolvimento de mais normas internacionais a serem aplicadas em
regulamentos técnicos? ....................................................................................................................... 44
1.14 Quais os requisitos para as embalagens dos meus produtos? .................................................. 46
1.15 O que é selo ambiental? ..................................................................................................................... 49

2. Certificação de Produtos
2.1 O que é certificação de produto e como ela se diferencia da certificação do sistema de gestão
da qualidade? ........................................................................................................................................ 53
2.2 Quais são os critérios de seleção dos organismos de certificação? ............................................. 57
2.3 Que tipo de certificação é necessária para provar conformidade com os regulamentos
técnicos? ................................................................................................................................................. 60
2.4 O meu certificado será aceito em outro país? ................................................................................. 62
2.5 Existem sistemas de certificação internacional para produtos? ................................................. 65
2.6 Onde posso obter informações sobre os organismos de certificação que operam em diversos
países? .................................................................................................................................................... 68
2.7 Como a inspeção se relaciona com outras formas de avaliação de conformidade e qual é o
seu papel no comércio internacional? .............................................................................................. 69
2.8 Qual é a Nova Abordagem da União Européia para o regulamento de produtos e qual é a
sua Abordagem Global para a avaliação de conformidade? ....................................................... 72
2.9 O que é uma declaração de conformidade pelo “fornecedor”? .................................................... 75

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3. Ensaio
3.1 O que é ensaio? Por que ele é importante no comércio internacional? ....................................... 79
3.2 Onde posso testar meus produtos para saber se estão de acordo com as normas e exigências
regulamentares? ................................................................................................................................... 81
3.3 Como posso me certificar de que o resultado do teste do meu produto será aceito no
mercado internacional? ...................................................................................................................... 83
3.4 Como devo proceder para instalar meu próprio laboratório de ensaio? .................................. 85
3.5 Existem normas que regulamentam o projeto de laboratórios? ................................................. 87
3.6 Onde posso obter informações sobre equipamentos de ensaio para o controle da qualidade
em minha empresa? ............................................................................................................................. 89
3.7 Que papel a inspeção e o ensaio desempenham no sistema de gestão da qualidade? ............ 90
3.8 Qual é a diferença entre a ISO/IEC 17025 e a ISO 9001?................................................................. 91
3.9 Que programas de ensaio de proficiência estão disponíveis para os laboratórios dos países
em desenvolvimento? .......................................................................................................................... 93
3.10 Quais são os padrões de medição apropriados a/ para testes específicos? ............................. 96
3.11 O que é uma demonstração aceitável de rastreabilidade? ......................................................... 98
3.12 Onde os avaliadores de laboratórios podem receber treinamento adequado? ................... 100

4. Metrologia
4.1 O que é Metrologia? ........................................................................................................................... 103
4.2 Por que a metrologia é importante para o comércio internacional? ........................................ 104
4.3 Por que e com que freqüência meus equipamentos de ensaio e de medição devem ser
calibrados? .......................................................................................................................................... 106
4.4 Onde posso calibrar meu equipamento? ....................................................................................... 108
4.5 Que fatores devo levar em consideração ao selecionar um laboratório para calibrar meu
equipamento? ...................................................................................................................................... 110
4.6 Todo o meu equipamento de medição deve ser calibrado ou verificado? ............................... 113
4.7 Qual o significado de ‘exatidão’ e ‘incerteza’ em uma medição? .............................................. 115
4.8 O que significa rastreabilidade? ...................................................................................................... 117
4.9 O que é um padrão de medida? ....................................................................................................... 118
4.10 Qual a diferença entre calibração, verificação, ajuste e marcação da escala? ..................... 120
4.11 Quem pode dar informações sobre problemas de medição? ................................................... 123
4.12 Quais os principais perigos e problemas que podemos encontrar com respeito a inspeção
medição e equipamento de teste, ao implementar as normas ISO 9000? ................................. 124
4.13 Quais são as organizações internacionais envolvidas com metrologia? .............................. 127
4.14 O que é o Sistema Internacional de Unidades (SI)? Existem outros sistemas?...................... 130
4.15 Quais as exigências para pesos e medidas na venda de produtos pré-embalados? ........... 133
4.16 Existem requisitos regulamentares para os instrumentos de medição? ............................... 136

5. Gestão da Qualidade
5.1 Qual o relacionamento entre controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da
qualidade? ............................................................................................................................................ 141
5.2 Qual o significado do ‘papel triplo’ na gestão da qualidade? .................................................... 144
5.3 Um produto de qualidade será mais caro? Quais são as vantagens de se fabricar produtos
de qualidade?....................................................................................................................................... 146
5.4 Só a administração é responsável pela gestão da qualidade? ................................................... 148
5.5 O que significa ‘política da qualidade’ de uma empresa/organização e como ela promove a
gestão da qualidade? .......................................................................................................................... 150

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5.6 Como sei que meus recursos são suficientes para implementar um sistema de gestão da
qualidade? ............................................................................................................................................ 152
5.7 Que grau de habilidade técnica é necessário para implementar um sistema de gestão da
qualidade? ............................................................................................................................................ 154
5.8 Como devo informar meus clientes do sucesso do meu sistema de gestão da qualidade? .. 156
5.9 Como posso me certificar de que a matéria-prima e os componentes que minha empresa
compra são próprios para uso? ....................................................................................................... 158
5.10 Por que os métodos estatísticos são tão importantes na gestão da qualidade? ................... 160
5.11 Como posso motivar meus funcionários a buscar a qualidade em seu trabalho? .............. 164
5.12 Como me mantenho informado sobre os desenvolvimentos mais recentes na área da
qualidade? ............................................................................................................................................ 166

6. ISO 9000
6.1 O que são as normas da série ISO 9000 e qual a sua abrangência? Elas podem ser utilizadas
para o comércio exterior? ................................................................................................................. 171
6.2 Que normas compõem a família ISO 9000? Quais são as principais diferenças entre as
versões de 1994 e de 2000? ................................................................................................................ 174
6.3 A ISO 9000 se aplica aos setores industriais e de serviços? ....................................................... 178
6.4 Quais são os custos e os benefícios quando se obtém a certificação ISO 9000? ...................... 179
6.5 O que a minha empresa deve fazer se já possui o certificado/registro da ISO 9001:1994, ISO
9002:1994 ou ISO 9003:1994? ............................................................................................................ 181
6.6 Como posso implementar um sistema de gestão da qualidade ISO 9000? ............................. 183
6.7 Quais são as armadilhas e problemas mais comuns encontrados na implementação da ISO
9000? ..................................................................................................................................................... 188
6.8 As pequenas e médias empresas (PMEs) conseguirão implementar a ISO 9001:2000? ......... 190
6.9 Qual o papel das auditorias internas na ISO 9000 e como são conduzidas? .......................... 192
6.10 É necessário possuir um equipamento automático ou semi-automático para ser certificado
pela norma ISO 9001 ou as operações manuais são suficientes? ............................................... 196
6.11 Quais são os requisitos para se tornar auditor da qualidade? ................................................ 198
6.12 Quais os procedimentos necessários para as empresas obterem a certificação ISO 9000?
Podem fazer uso de meios eletrônicos para tanto? ...................................................................... 201
6.13 Quais as etapas seguintes ao pedido de certificação aos organismos de certificação e após a
obtenção do certificado ISO 9000? ................................................................................................... 203
6.14 A implementação da ISO 9000 resultará sempre em produtos aceitáveis? Em caso
contrário, como os organismos de certificação lidam com essa situação? .............................. 208
6.15 Quais são as versões dirigidas especificamente para cada setor da economia das normas de
gestão da qualidade ISO 9000? ......................................................................................................... 209

7. Outros Sistemas de Gerenciamento


7.1 Quais as outras normas existentes sobre sistemas de gestão além da ISO 9000? ................ 215
7.2 Que fatores devo levar em consideração ao escolher um sistema de gestão para a minha
empresa? .............................................................................................................................................. 218
7.3 O que é a HACCP e por que é importante para as PMEs do setor alimentício? ...................... 220
7.4 Como a HACCP se encaixa na ISO 9000? ....................................................................................... 224
7.5 Como a HACCP é implementada e que medidas as PMEs podem tomar para reduzi-la? ... 228
7.6 O que é a ISO 14000? Ela pode ser aplicada tanto a setores de manufatura quanto de
serviços? ............................................................................................................................................... 232
7.7 Como a ISO 14000 pode ajudar as PMEs a aumentar a aceitação dos produtos que
exportam? ............................................................................................................................................ 236

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7.8 É necessário ter a melhor tecnologia de controle da poluição para implementar a
ISO 14000? ............................................................................................................................................ 238
7.9 Como o SGA da ISO 14000 pode ser integrado ao SGQ da ISO 9000? ....................................... 240

8. Acreditação
8.1 O que representa a acreditação? ..................................................................................................... 245
8.2 Quais os organismos de acreditação em nível internacional? .................................................. 247
8.3 O que representam os Acordos de Reconhecimento Mútuo (MRA) e como eles podem
facilitar o comércio? ........................................................................................................................... 250
8.4 Por que é tão difícil para os laboratórios em países em desenvolvimento receber
acreditação? ......................................................................................................................................... 254

9. Organização Mundial do Comércio


9.1 Quais as exigências que o Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio impõe aos
regulamentos técnicos? ..................................................................................................................... 259
9.2 Como a comunidade comercial pode se beneficiar do Acordo do TBT? .................................. 261
9.3 Quais os requisitos para os procedimentos de avaliação de conformidade do Acordo do
TBT? ...................................................................................................................................................... 264
9.4 Em que circunstâncias se aplica o Acordo SPS? ........................................................................... 266

10. International Trade Centre


10.1 Que tipo de informações sobre o mercado o ITC pode oferecer? ............................................. 271
10.2 Como o ITC pode ajudar as PMEs na área de gestão da qualidade? ....................................... 274
10.3 Que serviços o ITC fornece para ajudar as pequenas empresas a fazer negócios por meios
eletrônicos? .......................................................................................................................................... 276
10.4 Que ferramentas as PMEs podem obter junto ao ITC? ............................................................. 277

Apêndices
Apêndice I .................................................................................................................................................. 283
A. Carta-convite para participantes em potencial ............................................................................ 283
B. Participantes da pesquisa .................................................................................................................. 285
Apêndice II ................................................................................................................................................. 287
Apêndice III ............................................................................................................................................... 291
Apêndice IV ............................................................................................................................................... 299

Índice Remissivo .................................................................................... 309

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12 05/02/2009, 15:47
Apresentação

A globalização dos mercados e as trocas comerciais de mercadorias entre nações e regiões do


mundo requerem que os produtos atendam a diversos requisitos técnicos, em especial àqueles
ligados à saúde dos consumidores, ao meio ambiente e a outros interesses de políticas públicas
dos países.

Diante deste cenário e considerando o sucesso alcançado com a primeira edição, o Inmetro em
parceria com o International Trade Centre – ITC e a Confederação Nacional das Indústrias – CNI,
através do SENAI Nacional, tem grande satisfação em relançar a publicação intitulada Gestão da
Qualidade na Exportação, direcionada a todos aqueles que se interessam por comércio exterior e
aos que se dedicam às questões relativas à qualidade de produtos e serviços voltados à exportação.

A contribuição do Inmetro em questões relacionadas ao comércio internacional data de sua criação


em 1973, muito embora, somente após a edição das Resoluções n° 5, de 4 de setembro de 1995, e n°
2 , de 19 de setembro de 1996, tenha passado a exercer a função de “Ponto Focal do Acordo sobre
Barreiras Técnicas da OMC”, atuando como centro de informações de exigências técnicas.

O Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (Agreement on Technical Barriers to Trade – Acordo
TBT), que vigora desde 1995, junto com a criação da Organização Mundial do Comércio – OMC,
estabelece regras e procedimentos concebidos para impedir que regulamentos técnicos, normas
e procedimentos de avaliação da conformidade se tornem barreiras desnecessárias ao comércio
internacional. Ao mesmo tempo, procura outorgar aos países a devida autonomia regulatória
para cumprir os objetivos legítimos de suas políticas internas.

Considerando que a ferramenta para a superação das barreiras às exportações é a informação


qualificada, esta publicação chega à sua segunda edição para dar continuidade a este trabalho,
tendo como premissa o papel da gestão da qualidade industrial e sua relação com o comércio
internacional.

Assim sendo, espera-se que esta publicação continue a contribuir para aprofundar os
conhecimentos dos exportadores brasileiros acerca dos instrumentos ligados ao acesso a
mercados, objetivando aprofundar a inserção do Brasil no cenário internacional.

João Alziro Herz da Jornada José Manoel de Aguiar Martins


Presidente do INMETRO Diretor-Geral do SENAI/DN

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Prefácio da 1ª edição

A Rodada de Negociações Multilaterais do Uruguai reduziu de forma significativa as barreiras


tarifárias ao comércio. Entretanto, os exportadores ainda se deparam com barreiras não tarifárias,
seja sob a forma de normas e regulamentos técnicos, medidas sanitárias e fitossanitárias ou
procedimentos de avaliação de conformidade. Os exportadores de países em desenvolvimento e
economias em transição têm dificuldades para cumprir e demonstrar sua adequação às exigências
impostas, além de enfrentarem um processo invariavelmente caro.

Muitos países ainda não conseguiram se beneficiar das vantagens trazidas pelo Acordo sobre
Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) e pelo Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
(SPS) da OMC. Isso se dá principalmente pela falta de recursos para participar, de forma integral,
das atividades conduzidas pelos organismos internacionais de normalização e,
conseqüentemente, pela falta de oportunidade de influenciar na preparação das normas que
servirão de base para regulamentos técnicos e medidas sanitárias e fitossanitárias. Além disso,
por não contarem com uma ampla infra-estrutura de normalização, garantia da qualidade,
acreditação e metrologia, as empresas sediadas nesses países não têm acesso rápido aos serviços
de avaliação de conformidade aceitos pelos mercados exportadores. Em função disso, elas
precisam invariavelmente recorrer aos serviços de organismos estrangeiros de avaliação de
conformidade para comprovarem sua adequação às exigências dos mercados exportadores.

Neste sentido, o International Trade Centre achou por bem produzir um guia para os gestores de
pequenas e médias empresas (PMEs) em países em desenvolvimento e economias em transição,
com respostas, em linguagem simples, para as perguntas mais freqüentes sobre normas e
avaliação de conformidade. Este guia foi desenvolvido com base nas dúvidas mais freqüentes,
em vários países em desenvolvimento, levantadas por uma pesquisa voltada para sua edição.
As perguntas abordam assuntos como regulamentos técnicos e normas, certificação de produtos,
ensaio, metrologia, gestão da qualidade, ISO 9000, outros sistemas de gestão, acreditação e os
acordos do TBT e SPS.

Esperamos que este guia, parte integrante da série, no formato de perguntas e respostas, sobre os
Segredos do Comércio do ITC seja útil para as PMEs em sua política de exportação.

J. Denis Bélisle
Diretor Executivo
International Trade Centre

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Prefácio da 1ª edição brasileira

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, através do Inmetro, e


a Confederação Nacional da Indústria – CNI, através do SENAI (Departamento Nacional) - tem
grande satisfação em lançar a presente publicação intitulada Gestão da Qualidade na Exportação,
voltada ao empresário brasileiro, sobretudo ao de pequeno e médio porte, bem como aos
executivos, técnicos e especialistas dedicados às questões relativas à qualidade de produtos e
serviços direcionados ao mercado externo.

O fenômeno da globalização tem se baseado na gradativa eliminação das barreiras tarifárias e


sua progressiva substituição pelas barreiras não tarifárias, especialmente as chamadas barreiras
técnicas. Esse fenômeno é universal e, aparentemente, irreversível. Portanto, conhecê-lo bem e
saber lidar com ele torna-se fundamental para aqueles que querem ter presença no mercado
internacional.

Barreiras técnicas são, conforme definição oficial da Organização Mundial do Comércio - OMC,
empecilhos comerciais, criados a partir da utilização de normas ou regulamentos técnicos não
transparentes e/ou não reconhecidos internacionalmente ou ainda decorrentes da adoção de
procedimentos de avaliação da conformidade não transparentes e/ou demasiadamente
dispendiosos. Tais barreiras impedem ou dificultam exportações e são, muitas vezes, de difícil
enfrentamento.

As questões ligadas às barreiras técnicas ao comércio tomaram maior dimensão a partir da


segunda metade do século XX, sendo que o primeiro acordo internacional sobre barreiras técnicas,
o chamado Standards Code, antecedeu a própria criação da OMC, tendo sido assinado em 1979
ainda no âmbito do GATT.

A partir da criação da OMC em 1995, o Standards Code foi aperfeiçoado e transformou-se no


Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (Agreement on Technical Barriers to Trade – TBT),
hoje, obrigatório para qualquer país membro da OMC.

O TBT determina que cada país tenha, obrigatoriamente, um centro de informações responsável
pela disseminação interna de notificações feitas à OMC por outros países e, na mão inversa, pela
notificação à OMC de regulamentos técnicos adotados internamente.

Tais centros receberam a denominação de ponto focal (Enquiry Point) e, no Brasil, o Inmetro
recebeu a incumbência de assumir o papel de ponto focal do País junto à OMC/TBT.

O Inmetro, ciente de suas responsabilidades como órgão oficial de metrologia e qualidade do País
e, particularmente, de suas obrigações como ponto focal tem buscado a parceria e o apoio de
entidades de presença marcante junto à sociedade e ao empresariado nacional para bem cumprir
suas funções. A CNI, especialmente através do Senai departamento nacional, tem assumido
papel de absoluto destaque no apoio ao Inmetro em todas as questões ligadas à qualidade e à
competitividade da empresa nacional e à formação de pessoal qualificado nesses temas.

A presente publicação é originária do ITC – International Trade Centre, órgão ligado à OMC e à
UNCTAD. Por sua importância para o empresariado, foi traduzido e é ora publicada como mais
uma parceria entre a CNI e o MDIC.

São aqui apresentadas as questões ligadas à metrologia, avaliação da conformidade, normas e


regulamentos técnicos, acreditação de entidades certificadoras, certificações de qualidade,
identificação e superação de barreiras técnicas e, por fim, as informações fundamentais ao correto
entendimento dos novos instrumentos ligados ao acesso a mercados externos e à presença do

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Brasil no cenário internacional. Procurou-se abordar os assuntos de forma clara, concisa e simples
para facilitar a compreensão do leitor.

O aumento das exportações brasileiras é um dos temas vitais para o Brasil nesse início de milênio,
não somente pela geração de empregos e geração de renda como também para o crescimento
econômico e social do país que todos almejamos.

Se essa iniciativa conjunta CNI/MDIC contribuir para que a empresa nacional compreenda melhor o
cenário complexo hoje existente no comércio mundial e, com isso, ajudar a superar eventuais obstáculos
às suas exportações, teremos realizado nosso objetivo e estaremos cumprindo nossa missão.

Luis Fernando Furlan Armando de Queiroz Monteiro Neto


Ministro de Estado e Desenvolvimento, Presidente da Confederação Nacional
Indústria e Comércio Exterior Indústria

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Regulamentos Técnicos
e Normas

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Regulamentos Técnicos e Normas 21

1.1 O que é um regulamento técnico?

Os regulamentos técnicos e as normas, assim como a avaliação de conformidade, são a base de


sustentação do comércio internacional e os instrumentos que propiciam o seu funcionamento
adequado. As perguntas e respostas apresentadas neste capítulo tratam destes assuntos, os quais
as empresas devem levar em consideração em sua política de exportação.

Um determinado tipo de mercado pode ser explorado por diversas empresas que oferecem
produtos semelhantes. Na teoria e na prática os consumidores compram, de preferência, produtos
que eles precisam. Se formos considerar um mundo ideal, nenhum tipo de produto colocará em
risco a saúde dos consumidores ou o meio ambiente. O projeto, a qualidade, o serviço e o preço
são os critérios que norteiam a decisão de compra do consumidor, que negligencia a segurança
inerente ao produto. No entanto, é mundialmente reconhecido o fato de que os mercados, às
vezes, deixam os consumidores desapontados. Isso pôde ser amplamente atestado nos alarmantes
episódios acontecidos até agosto de 2000, nos Estados Unidos, com os pneus Firestone ATX dos
modelos Ford Explorer.

No mundo real, o preço é um item fundamental. Assim, os fornecedores podem se ver tentados a
cortar custos para ganhar mais mercado. Para atingir este objetivo, eles podem comercializar
produtos que não são tão seguros quanto deveriam ser. Esses produtos podem apresentar falhas
técnicas de segurança ou podem ser nocivos ao meio ambiente.

O consumidor médio raramente dispõe de meios para identificar ou lidar com as falhas do
produto no momento da compra, e conta apenas com a autoridade governamental para defender-
se contra tais falhas. Sendo assim, os governos têm não apenas o direito, mas o dever de intervir
nas relações comerciais. Essa forma de intervenção – que existe para determinar e controlar as
especificações técnicas dos produtos – se dá por meio de legislação específica normalmente
chamada de ‘regulamento técnico’. Os governos federais e as autoridades locais podem criar
regulamentos técnicos, tais como aqueles que dispõem sobre a segurança de equipamentos elétricos
ou sobre a informação contidas nos rótulos de produtos alimentícios pré-embalados.

Os governos – ou suas agências reguladoras – adotam abordagens diferentes quando criam


regulamentos técnicos. Em qualquer que seja o mercado, os governos ou agências podem estar
interessados nas normas que regulamentam a qualidade dos produtos, na avaliação de
conformidade ou em ambos. Também podem estar interessados exclusivamente na proteção do
trabalhador ou do consumidor (segurança, higiene, saúde, prevenção ou fraude). O seu interesse
pode ser ainda maior, como no setor alimentício, quando normas obrigatórias de qualidade
coexistem com as normas de higiene. Os governos podem usar qualquer tipo de modelo para
vincular as normas aos regulamentos técnicos e também podem fazer acordos multilaterais ou
bilaterais com outros países a respeito desses assuntos.

A multiplicidade de abordagens existentes faz com que seja difícil para as empresas se adequarem
às exigências do comércio internacional.

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22 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
‘Tire failures, SUV rollovers put quality on trial: Quality experts offer perspectives on
the causes and effects’ (‘Defeitos em pneus, modelos utilitários levam a qualidade aos tribunais:
Especialistas em qualidade apresentam novas perspectivas sobre suas causas e seus efeitos’). Susan
E. Daniels. Em Quality Progress, dezembro de 2000. Assinatura anual: US$95,00. American
Society for Quality (ASQ), 611 East Wisconsin Avenue, Milwaukee, WI 53202, Estados Unidos.
Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1732, Internet: http://qualityprogress.asq.org. Cópias do
artigo encontram-se disponíveis na ASQ. O artigo descreve os detalhes do recall dos pneus
Bridgestone/Firestone e os pontos de vista dos fabricantes e especialistas nas áreas de qualidade e
do direito.
Standards, Conformity Assessment and Trade: Into the 21st Century (Normas, Avaliação
de Conformidade e o Comércio Internacional: Adentrando o Século XXI). Comitê de Estudos do
Projeto de Normas Internacionais, Avaliação de Conformidade e Políticas de Comércio dos Estados
Unidos, Conselho Nacional de Pesquisa (National Research Council), 1995. US$48,00. National
Academy Press, 2101 Constitution Avenue, NW, Lockbox 285, Washington, DC 20055, EUA,
Tel.: 1 202 334 3313, Fax: 1 202 334 2451, E-mail: zjones@nas.edu, Internet: www.nap.edu.
Examina as organizações de normalização; explora o papel das regulamentos governamentais, da
acreditação de laboratórios e das diversas normas da qualidade no desenvolvimento e na fabricação
de produtos.

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Regulamentos Técnicos e Normas 23

1.2 Qual a relação existente entre um regulamento técnico e


uma norma?

Esses são dois conceitos distintos. Entretanto, existe uma relação clara entre as normas, cuja
natureza é voluntária, e os regulamentos técnicos, que usam as normas como base para determinar
as características obrigatórias dos produtos.

As definições relacionadas abaixo foram extraídas do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao


Comércio (TBT, do inglês Technical Barriers to Trade) da Organização Mundial do Comércio
(OMC). As definições usadas pelas organizações internacionais de normalização podem ser
ligeiramente diferentes daquelas aqui estabelecidas. A regra geral a ser seguida é que, quando
uma norma for declarada obrigatória, ela se torna um regulamento técnico.

- Regulamento Técnico. Um documento que apresenta as características dos produtos ou dos seus
métodos de processo e produção, incluindo-se as provisões administrativas, e cujo cumprimento
é obrigatório. Tal documento também pode tratar da terminologia, dos símbolos, da embalagem,
das exigências em relação a selos ou rótulos, no caso de se aplicarem a um produto, a métodos de
processo ou de produção.

- Norma. Um documento aprovado por um organismo reconhecido e que determina, para uso
geral e continuado, as regras, as diretrizes ou as características dos produtos, dos seus métodos
de processo ou de produção, cujo cumprimento não é obrigatório. Tal documento também pode
tratar da terminologia, dos símbolos, da embalagem, das exigências em relação a selos ou rótulos,
no caso de se aplicarem a um produto ou métodos de processo ou de produção.

Essas definições levam-nos a importantes conclusões.

Em primeiro lugar, a observância dos regulamentos técnicos é obrigatória. O que significa dizer que
dentro do Acordo do TBT tais regulamentos são parte integrante da legislação. Caso queira
exportar para um mercado que impõe regulamentos técnicos sobre o seu produto, você deve
certificar-se de que ele respeitará esses regulamentos, caso contrário ele não poderá ingressar no
mercado para o qual você deseja exportar.

REFERÊNCIAS
Organização Mundial do Comércio. Endereço eletrônico: www.wto.org. Selecione a opção A-
Z list, Technical barriers to trade (Listagem de A a Z sobre Barreiras técnicas ao comércio) e depois
Download legal text (descarregar o texto legal) para obter, gratuitamente, o texto completo do
Acordo. O Acordo procura assegurar que as regulamentações, as normas, os procedimentos de
ensaio e certificação não criem obstáculos desnecessários ao comércio.
BS 0-1:1997, A standard for standards – Part 1: Guide to the context, aims and general
principles (BS 0-1:1997, Uma norma para todas as normas - Parte 1: Um guia sobre o contexto,
objetivos e propósitos gerais), British Standards Institution (BSI), 389 Chiswick High Road,
Londres W4 4AL, Reino Unido, Tel.: 44 (0) 20 8996 9000, Fax: 44 (0) 20 8996 7400, Internet:
www.bsi-global.com. Identifica os objetivos, os princípios e as salvaguardas procedimentais que se
aplicam quando da preparação de normas; também explica como as normas são usadas na elaboração
de políticas comerciais e em contratos e como elas podem tornar-se parte da legislação.

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24 Gestão da Qualidade na Exportação

‘Standards and technical regulations – Improving the link’ (‘Normas e regulamentos técnicos
– Como melhorar essa relação’), Keiya Iida e Raymond Schonfeld. Em ISO Bulletin No. 7, julho
de 2000. Assinatura anual: CHF1 128,00. ISO, Case postale 56, 1211 Genebra 20, Suíça, Tel.:
41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 34 30, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também
pode ser encontrado nos organismos nacionais de normalização de países-membros da ISO (lista
completa no site www.iso.org).
Legal Aspects of Standardization in the Member States of the EC and EFTA (Aspectos
Legais da Normalização nos Países-membros da Comunidade Européia e da EFTA). Hans Schepel
e Josef Falke. Vol. 1: Comparative Report (Relatório Comparativo), ISBN 92-828-8907-6 (versão
em inglês); vol. 2 Country Reports (Relatórios por País; em inglês, com alguns textos em francês),
ISBN 92-828-8908-4; vol. 3, Alemanha, ISBN 92-828-8909-2 (em alemão). Custando • 215,00,
•35,00 e •32,00, respectivamente. European Union Office for Publications (EUR-OP), 2 rue
Mercier, L-2985 Luxemburgo, E-mail: info-info-opoce@cec.eu.int, Internet: http://eur-op.eu.int.
Rede Mundial de Vendas: http://eur-op.eu.int/general/en/s-ad.htm, Fax: 352 29 29 42758. Contém
18 relatórios e uma análise comparativa: apresenta um resumo das tendências mais representativas,
como também das divergências, dos sistemas nacionais europeus de normalização e regulamento no
contexto legal e político da Comunidade Européia.

Os regulamentos técnicos são de responsabilidade única e exclusiva dos governos. Eles se referem
a dois aspectos igualmente importantes, quais sejam:

- As características do produto (que podem ser estabelecidas por uma norma) que os produtos ou
processos devem respeitar; e

- Procedimentos administrativos (por exemplo, ensaios, certificação, inspeção, aprovações, sanções)


que os fornecedores e as autoridades devem seguir ou se sujeitar. Esses procedimentos procuram
assegurar que o resultado desejado seja atingido, por exemplo, que os produtos sempre cumpram
as exigências impostas pelos regulamentos técnicos do mercado em que se quer atuar.

Em segundo lugar, as normas são voluntárias por natureza. Elas não são parte constitutiva da
legislação, de acordo com o estabelecido pelo Acordo do TBT.

- As normas podem ser desenvolvidas por uma série de organismos do setor público ou privado.
Os governos dos países-membros da OMC precisam se certificar de que tais organismos
desenvolvam normas nacionais que estejam de acordo com as exigências do Acordo do TBT.
Essas exigências encontram-se dispostas no Anexo 3 do Acordo, no ‘Código de Boas Práticas
para a Preparação, Adoção e Aplicação de Normas’.

- As normas especificam apenas as características do produto ou os requisitos técnicos que os


produtos ou processos devem respeitar para se adequarem às normas.

Se, por um lado, os regulamentos técnicos e normas são dois conceitos distintos, o Acordo do TBT
estipula claramente (em seu Artigo 2) que as características do produto, impostas por
regulamentos técnicos, devem ser baseadas em normas internacionais.

1
CHF - Franco suíço (N.T.)
2
• - Euro (moeda da Comunidade Européia) (N.T.)

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Regulamentos Técnicos e Normas 25

A frase ‘ser baseadas em’ já foi interpretada de diversas maneiras. Como exemplo, podemos citar
o regulamento sobre recarga de extintores de incêndio e examinar as formas mais comuns de
aplicação das normas, caso a caso.

- Fazer referência direta à norma no regulamento técnico. Na África do Sul, o regulamento nacional exige
que todas as operações de recarga de extintores de incêndio respeitem as normas da SABS 1475,
A produção de extintores de incêndio recondicionados (SABS 1475, The production of reconditioned fire
extinguishers). Essa norma foi desenvolvida pela Agência Sul-africana de Normalização (SABS, do
inglês South African Bureau of Standards).

- Uso da norma em consonância com a regra geral ‘dentro dos critérios mínimos’. Sob esse prisma, os
regulamentos do país deveriam afirmar que todo e qualquer extintor de incêndio deve ser capaz
de apagar um incêndio de determinadas proporções. Em um documento em separado, o
regulamento identificaria certo número de normas que poderiam ser usadas para avaliar os
extintores de incêndio, quando a observância de qualquer uma das normas estaria dentro dos
critérios mínimos que satisfazem às exigências do regulamento.

- Uso do conteúdo das normas como base para elaborar o texto do regulamento técnico. Nesse caso, o texto da
norma que versar sobre as exigências técnicas para os extintores de incêndio seria inserido no
corpo do regulamento. O regulamento não faria referência direta ou indireta à norma.

O sistema legislativo de um país, o desenvolvimento histórico desse sistema e, às vezes, as


preferências pessoais dos agentes reguladores irão determinar o rumo a ser tomado. Até o
momento não foi identificada nenhuma tendência de caráter global.

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26 Gestão da Qualidade na Exportação

1.3 As normas e os regulamentos técnicos são uma barreira para


o livre comércio?

Em teoria, não, mas ambas podem representar uma barreira ao comércio. O objetivo do Acordo
sobre Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC é precisamente evitar que as normas e
regulamentos criem barreiras desnecessárias ao comércio.

As barreiras ao comércio são medidas, em vigor no país para o qual você quer exportar, que
dificultam ou até mesmo impossibilitam a exportação do seu produto ou serviço. Tais medidas
são consideradas indesejáveis no contexto do comércio internacional porque restringem o fluxo
de bens e serviços, encarecem os preços e são prejudiciais ao consumidor. Ao final das negociações
multilaterais da Rodada do Uruguai, o Secretariado da OMC (que na época era o Secretariado do
GATT - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) estimou que a implementação do Acordo da
OMC, ou seja, a redução de barreiras ao comércio, poderia aumentar o comércio internacional
em até US$ 510 bilhões até 2005. Essas barreiras se manifestam de diversas formas, mas
normalmente encontram-se divididas em dois tipos fundamentais: barreiras tarifárias e barreiras não
tarifárias. As normas e regulamentos técnicos são consideradas barreiras não tarifárias.

Tradicionalmente, todos os países sempre criaram normas, dentro da sua jurisdição, para tratar
das necessidades dos diferentes setores da economia e da sociedade. Tais normas podem levar
em consideração, ou não, as melhores práticas normativas internacionais. Significa dizer que, de
país para país, as normas para um mesmo produto eram – e ainda são – diferentes entre si. O
aumento do comércio internacional, a concentração da produção em certas partes do mundo,
assim como diversos outros fatores, fizeram com que essas diferenças se tornassem um grande
problema para as indústrias, especialmente em grandes países exportadores. Por outro lado, as
indústrias locais notaram rapidamente que essas diferenças poderiam protegê-las contra a
entrada de produtos importados e passaram então a apoiá-las. Mas nem sempre levou-se em
consideração o fato de que estas indústrias, por sua vez, passariam a enfrentar dificuldades para
exportar os seus produtos para outros países.

Da mesma forma, os agentes reguladores, forçados pela necessidade de solucionar problemas


específicos de forma abrangente, geralmente criavam regulamentos técnicos sem levar em
consideração as práticas internacionais ou mesmo as normas vigentes em seus países. Como
resultado, as normas existentes em todo o mundo eram diferentes entre si, e essas diferenças
estavam aumentando. De maneira geral, ficava cada vez mais difícil adequar os produtos
importados a um número cada vez maior de exigências.

REFERÊNCIAS
‘Reducing technical trade barriers: Second Triennial Review of the WTO Agreement on
Technical Barriers to Trade (TBT) – Results and Scope’ (Como reduzir as barreiras técnicas
ao comércio: Segunda Revisão Trienal do Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio –
Resultados e Abrangência). Henri Schwamm. Em ISO Bulletin, fevereiro de 2001. Assinatura
anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111,
Fax: 41 22 733 34 30, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também pode ser encontrado
nos organismos nacionais de normalização de países-membros da ISO (lista completa no site
www.iso.org). Explica o funcionamento do Acordo e seus esforços para facilitar a participação dos
países em desenvolvimento na esfera da normalização internacional e avaliação de conformidade.

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Regulamentos Técnicos e Normas 27

First Triennial Review of the Operation and Implementation of the Agreement on


Technical Barriers to Trade (Primeira Revisão Trienal da Operacionalização e Implementação
do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio). Comitê da OMC sobre Barreiras Técnicas ao
Comércio. G/TBT/5 (97-5092), 19 de novembro de 1997. WTO, Publications Unit, Centre William
Rappard, 154 rue de Lausanne, CH-1211, Genebra 21, Suíça, Fax: 41 22 739 5792. Pode ser
‘baixado’ gratuitamente do site http://docsonline.wto.org. Discute a implementação e administração
do Acordo pelos Membros da OMC.
Second Triennial Review of the Operation and Implementation of the Agreement on
Technical Barriers to Trade (Segunda Revisão Trienal da Operacionalização e Implementação
do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio). Comitê da OMC sobre Barreiras Técnicas ao
Comércio. 13 de novembro de 2000. G/TBT/9 (00-4811). Detalhes para contato: como descrito
acima. Apresenta a decisão do Comitê da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio em relação ao
desenvolvimento de normas internacionais, orientações e recomendações.
Regulatory reform and international standardization (Reforma de regulamentos e
normalização internacional). Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OECD). 1998. TD/TC/WP(98)36/FINAL. OECD, Paris Centre, 2, rue André Pascal, 75775
Paris Cedex 16, França, Tel.: 33 1 4524 8200, Fax: 33 1 4910 4276, E-mail: webmaster@oecd.org.
Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do site www.oecd.org, Revela a importância do uso de normas
internacionais harmonicamente organizadas para que sejam vencidas as barreiras regulamentares
levantadas pelos países.

Isso foi logo constatado pelos representantes governamentais presentes nas rodadas de negociação
que se iniciaram após a Segunda Guerra Mundial. Entre os resultados obtidos ao final das
negociações da Rodada de Tóquio, que terminou em 1979, encontra-se a publicação de um Código
de Normas voluntário, que foi adotado principalmente pelos países desenvolvidos. O Código
procurava assegurar que as normas e regulamentos técnicos fossem baseados nas melhores
práticas internacionais e por conseguinte não se tornassem barreiras desnecessárias ao comércio.
Esse Código foi revisado e retificado durante as negociações da Rodada do Uruguai e passou a ser
conhecido como Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio. Esse Acordo é compulsório
para todos os Membros da OMC (um total de 144 membros em dezembro de 2001). Apesar de
haver tratamento especial e diferenciado dado a países menos desenvolvidos e aos em
desenvolvimento, estes últimos devem sempre levar em conta que a manutenção de normas em
padrões abaixo daqueles praticados internacionalmente trará maiores dificuldades para eles
em sua política de exportação.

O Acordo procura assegurar que os regulamentos técnicos e as normas, bem como os


procedimentos de ensaio e certificação, não criem obstáculos desnecessários ao comércio. No
entanto, ele reconhece que os países têm o direito de estabelecer graus de protecionismo
considerados aceitáveis, como por exemplo, para salvaguardar a vida humana, a fauna, a flora,
a saúde ou o meio ambiente. O Acordo não impede que os países tomem as medidas necessárias
para garantir que tais níveis de proteção sejam respeitados.

A vigência do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio é avaliada a cada três anos. Tanto a
primeira revisão trienal do Acordo (concluída em novembro de 1997) quanto a segunda (finalizada
em novembro de 2000) comprovaram que as normas e regulamentos técnicos ainda representam
uma barreira ao comércio. Há muito trabalho a ser feito, em especial nos países em
desenvolvimento que não possuem o conhecimento, a infra-estrutura e as condições financeiras
para cumprir as exigências dos países desenvolvidos. Tais exigências também representam um
grande problema para as pequenas e médias empresas.

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28 Gestão da Qualidade na Exportação

1.4 Onde posso obter informação sobre os regulamentos


técnicos vigentes em outros países?

O Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio exige que cada membro da OMC indique um
ponto focal de informação sobre regulamentos técnicos e que forneça ao Secretariado da OMC em
Genebra os detalhes de como pode ser contatado. O Secretariado, por sua vez, fornece essas
informações em escala mundial.

É da responsabilidade de cada ponto focal garantir que qualquer consulta sobre regulamentos
técnicos no âmbito nacional ou regional seja devidamente respondida. Cada membro da OMC
deve informar ao Secretariado da OMC da futura implementação de qualquer regulamento
técnico, novo ou revisado, dentro do seu território nacional. O Secretariado da OMC, então,
procederá para informar todos os membros da OMC sobre a implementação em questão. Ao
fazer essas exigências, o Acordo do TBT procura assegurar que todo o sistema de regulamentos
técnicos seja aberto e transparente.

No Brasil, o Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações localiza-se no Instituto nacional de


Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro. Para maiores informações sobre a
atuação e os serviços prestados ao exportador brasileiro pelo ponto focal, consulte o Apêndice III
deste livro.

REFERÊNCIAS
List of national enquiry points on TBT (Lista de pontos focais de informação sobre o TBT).
WTO, Centre William Rappard, 154 rue de Lausanne, CH-1211 Genebra 21, Suíça, Tel.: 41 22
739 5208, Fax: 41 22 739 5792. Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do site http://
docsonline.wto.org/gen_home.asp: selecione Search e digite G/TBT/ENQ no campo de busca.
Todos os Membros da OMC são obrigados a estabelecer e identificar pelo menos um ponto focal de
informação para responder a pedidos de informação sobre regulamentos técnicos, normas e
procedimentos de avaliação de conformidade vigentes.
World directory of organizations dealing with standards, technical regulations, sanitary
and phytosanitary measures, eco-labelling, quality management and accreditation
(Diretório mundial das organizações que lidam com normas, regulamentos técnicos, políticas
sanitárias e fitossanitárias, selos ambientais, gestão da qualidade e acreditação). International
Trade Centre. 2001. ITC, Palais des Nations, CH-1211, Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111,
Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org, Apresenta uma
lista de nomes e endereços das organizações que podem fornecer informações sobre normas, garantia
da qualidade, acreditação e metrologia.

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Regulamentos Técnicos e Normas 29

1.5 Onde posso obter informações sobre normas?

Organismos nacionais de normalização


A primeira coisa a fazer é entrar em contato com os organismos nacionais de normalização (NSB,
do inglês National Standards Body) em seu país, que em geral possuem um centro de informação
sobre normas. Os NSBs têm um arquivo próprio de normas e geralmente mantêm arquivos de
normas de organismos nacionais, regionais e internacionais tais como as do British Standards
Institution (BSI – Instituto Britânico de Normalização) e da Association française de normalisation
(AFNOR – Associação Francesa de Normalização).

No Brasil, o organismo responsável pela elaboração de normas técnicas é a Associação Brasileira


de Normas Técnicas – ABNT. Para maiores informações sobre a atuação e os serviços prestados
ao exportador brasileiro pela ABNT, consulte o Apêndice III deste livro.

Os NSB têm um arquivo próprio de normas e, geralmente, mantêm arquivos de normas de


organismos nacionais, regionais e internacionais, tais como: as do British Standarda Institution
– BSI (Instituto Britânico de Normalização) e da Association Française de Normalisation – AFNOR
(Assoviação Francesa de Normalização).

Nos centros de informação você poderá consultar os catálogos de normas de diversos organismos
de normalização. Um NSB poderá vender para você sua própria lista de normas e, geralmente,
estará autorizado a vender normas estabelecidas por outros organismos. Caso ele não possua a
norma procurada, você poderá pedir que a encomende para você junto ao NSB responsável.
Neste caso, você terá que pagar pela encomenda.

As cópias das normas em geral não são fornecidas gratuitamente. (Há algumas exceções. Por
exemplo, você pode ‘baixar ’ as normas do Codex Alimentarius gratuitamente do site
www.codexalimentarius.net). O preço destas listas costuma variar de acordo com a quantidade
de informação. Por exemplo, o preço da nova norma ISO para gestão da qualidade, a ISO 9000:2000,
é de CHF 104,00 para 29 páginas; o da ISO 9001:2000, com 23 páginas, custa CHF 92,00 (ambas
disponíveis no Secretariado Central da ISO).

A Internet
Caso não seja possível dirigir-se a um NSB, ou se desejar obter informações sobre normas
internacionais diretamente com o organismo de normalização do seu interesse, você pode usar
a Internet para pesquisar e obter as normas. Os NSBs estão usando a Internet cada vez mais para
vender informações sobre normas e para disseminar informação.

REFERÊNCIAS
World Standards Services Network (Rede Mundial de Serviços de Normalização). Endereço
eletrônico: www.wssn.net. Uma rede mundial de organizações normalizadoras de acesso público.
Através dos endereços eletrônicos de seus membros, a WSSN dá informações sobre normalização
internacional, regional e nacional bem como sobre atividades e serviços afins.

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29 05/02/2009, 15:47
30 Gestão da Qualidade na Exportação

Perinorm. AFNOR (França), BSI (Reino Unido) e DIN (Deutsches Institut für Normung eV,
Alemanha). Mediante assinatura. Disponível em CD e on-line nos três associados da Perinorm.
Internet: www.perinorm.com. Um banco de dados bibliográficos sobre normas e regulamentos técnicos.
World directory of organizations dealing with standards, technical regulations, sanitary
and phytosanitary measures, eco-labelling, quality management and accreditation.
International Trade Centre. 2001. ITC, Palais des Nations, CH-1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41
22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org.
Apresenta uma lista de nomes e endereços das organizações que podem prestar informações sobre
normas, garantia da qualidade, acreditação e metrologia.
Compatible technology worldwide (Tecnologia compatível mundialmente). Organização
Internacional para Normalização. 1994. Fornecido gratuitamente. ISO, Case postale 56, CH-
1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, Internet: www.iso.org.
Contém uma introdução objetiva à ISO e ao mundo da normalização internacional. Responde às
perguntas mais freqüentes feitas por pessoas não familiarizadas com a área.

A Rede Mundial de Serviços de Normalização (WSSN, do inglês World Standards Services


Network) é uma rede de sites na Internet de organizações normalizadoras em todo o mundo. A
WSSN dá informações sobre normalização internacional, regional e nacional e sobre atividades
e serviços correlatos. O site da WSSN fornece links diretos com:

- A Organização Internacional para Normalização (ISO);

- A Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC, do inglês International Electrotechnical


Commission);

- O Sindicato Internacional de Telecomunicação (ITU, do inglês International Telecommunication


Union);

- Os países-membros da ISO e da IEC;

- Os organismos regionais de normalização reconhecidos pela ISO, IEC, ITU; e

- Os organismos internacionais de normalização.

Muitos sites de organismos nacionais, regionais ou internacionais de normalização na Internet,


ligados à WSSN, permitem que se faça a busca, a compra e que se descarreguem diretamente as
normas. Mesmo que nem todas as normas estejam disponíveis on-line, você pode fazer a consulta
de catálogos on-line, para então entrar em contato com seu próprio NSB, um NSB em outro país, ou
a própria agência que instituiu a norma para comprar uma cópia impressa da norma que desejar.

Catálogos comerciais
Numerosas editoras têm séries completas de catálogos de normas disponíveis em CD-ROM. Outras,
inclusive os próprios organismos de normalização, têm coleções completas de normas (como
aquelas editadas pela ISO, IEC e BSI) disponíveis em CD-ROM. Esse material costuma ser caro.

Quando estiver avaliando quais as normas que se aplicam ao seu produto, tenha em mente que
em certos casos pode haver normas para certas características do produto como também para
os tipos de testes aplicados para determinar se o seu produto está de acordo com a norma.

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30 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 31

1.6 Eu posso influenciar na preparação de normas e de


regulamentos técnicos?

Você pode, com toda certeza, influenciar no desenvolvimento de normas. O fundamental no


desenvolvimento de normas é que seu processo se faça de forma aberta, transparente, imparcial,
que os interesses das partes sejam respeitados e que se dê de forma consensual. Por ‘interesse das
partes’ deve-se entender que as partes interessadas podem contribuir de forma relevante durante
o processo.

Quase todos os países desenvolvidos, e muitos países em desenvolvimento, têm organismos


nacionais de normalização responsáveis pela publicação de normas nacionais. A maioria destas
entidades é membro da ISO, da IEC, ou de ambas. Os estatutos da ISO e da IEC obrigam seus
membros a seguir o princípio consensual fundamental do interesse das partes no
desenvolvimento de normas nacionais. Este princípio e os processos dos quais ele depende
encontram-se enunciados nas Diretrizes da ISO/IEC.

Os organismos de normalização dos países-membros da OMC são obrigados a seguir o Código de


Boas Práticas para a Preparação, Adoção e Aplicação de Normas (Code of Good Practice for the Preparation,
Adoption and Application of Standards), que é parte integrante do Anexo 3 do Acordo do TBT. Este
Código de Condutas também exige que os processos que ensejam a criação de normas sejam
abertos e transparentes. Os países-membros, portanto, são obrigados a assegurar que tais
processos respeitem o interesse das partes e que sejam consensuais.
Você pode participar do processo de elaboração de normas nacionais por meio do seu organismo
nacional de normalização, seja ele uma entidade governamental ou não. Para tal, normalmente você
deve ser membro dos comitês técnicos com poderes para elaborar normas. Você pode e deve participar
dos trabalhos dos comitês técnicos caso queira influenciar na elaboração de normas nacionais.

O que é elaborado em termos de normas nacionais pode influenciar os organismos internacionais


de normalização. Se um organismo nacional de normalização é membro de um organismo
internacional de normalização, ele está qualificado para participar das deliberações do comitê
técnico internacional que regula a matéria. Por princípio, os representantes dos diversos setores
da economia devem participar das delegações que fazem parte dos comitês técnicos internacionais.
Este mecanismo funciona de maneira diferente de país para país, mas a maioria dos organismos
nacionais de normalização tem seus próprios mecanismos para ‘credenciar’ agentes de diferentes
setores da economia para representar seus países em comitês técnicos internacionais. Você poderá
obter detalhes com o organismo nacional de normalização do seu país.

As dificuldades de influenciar na elaboração de regulamentos técnicos são bem maiores, porque


neste caso está em jogo a soberania de outros países. Se os regulamentos técnicos nacionais
estiverem baseados em normas internacionais ou nacionais, você poderá, através do processo
de desenvolvimento de normas, influenciar grande parte dessas regulamentações, sobretudo no
que diz respeito às características do produto. Porém, na maioria dos países, a determinação de
procedimentos administrativos é uma prerrogativa governamental, e uma pessoa jurídica ou
pessoa física terá poucas chances de influir nesse processo. São poucos os países cujos governos
ou agentes reguladores solicitam a opinião dos setores da economia ou dos consumidores antes
de implementar regulamentos técnicos. Nos países onde isso acontece, você deve aproveitar a
oportunidade para agir.

No Brasil, o Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações disponibiliza gratuitamente ao


exportador brasileiro ferramentas que permitem sua participação na elaboração de regulamentos
técnicos dos países-membros da OMC. Para Miores informações, você deve entrar em contato
com o ponto focal com o auxílio dos endereços que constam no Apêndice IV deste livro.

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31 05/02/2009, 15:47
32 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Directives - Part 1: Procedures for the technical work; Part 2: Methodology
for the development of International Standards; Part 3: Drafting and presentation of
International Standards (Diretrizes ISO/IEC – Parte 1: Procedimentos para o Trabalho Técnico;
Parte 2: Metodologia para o desenvolvimento de Normas Internacionais; Parte 3: Planejamento e
apresentação de Normas Internacionais). CHF 50,00, CHF 33,00 e CHF 33,00, respectivamente.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430,
E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
ISO Development Manual 7 - Participation in international standardization (Manual
de Desenvolvimento no 7 da ISO – Participação na Normalização Internacional). Organização
Internacional para Normalização. 1992, ISBN 92-67-10169-2. CHF 33,00. ISO, Case postale
56 CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Procura estimular os países em desenvolvimento a participarem mais
ativamente no trabalho de caráter técnico da ISO e a se comprometerem a implementar Normas
Internacionais em seu sistema nacional de normalização sempre que possível; também sugere como
agir para atingir esse fim.
A Business Approach to the Role of National Standardization Organizations (Uma
Abordagem Comercial sobre o Papel das Organizações Nacionais de Normalização). Henk de
Vries. 1999. ISBN 0-7923-8638-8. US$140,00. Na Europa: Kluwer Academic Publishers, PO
Box 17, 3300 AA Dordrecht, Países Baixos. Na América do Norte, América Central e América do
Sul: Kluwer Academic Publications, 101 Philip Drive, Norwell, MA 02061, Estados Unidos.
Este livro ressalta a importância das organizações nacionais de normalização, discute a necessidade
de normas para o consumidor, assim como os mecanismos que determinam a aceitação comercial de
normas, os métodos para o desenvolvimento de normas e políticas de normalização no mundo
empresarial.

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32 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 33

1.7 Como posso me manter informado sobre os acontecimentos


mais recentes que podem ser do meu interesse?

Normas
Entre em contato com o organismo nacional de normalização (NSB) do seu país para obter informações
sobre as normas em desenvolvimento que podem afetar o seu negócio. O seu NSB também pode
dar informações sobre as normas internacionais que estão sendo desenvolvidas por organismos
internacionais de normalização, como a ISO.

Todos os membros da OMC estão sujeitos ao Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, que
os obriga a se certificar de que os regulamentos técnicos, as normas de uso voluntário e os
procedimentos de avaliação de conformidade não criem barreiras desnecessárias ao comércio. O
Anexo 3 do Acordo tem um Código de Boas Práticas para a Preparação, Adoção e Aplicação de Normas (Code
of Good Practice for the Preparation, Adoption and Application of Standards). Todos os organismos de
normalização dos governos dos países-membros devem seguir este Código. Os membros da
OMC também devem tomar as medidas necessárias para se certificarem de que o Código seja
respeitado por seus organismos estaduais e regionais de normalização, que podem ser
governamentais ou não.

O Código exige que todos os organismos de normalização que tenham concordado com suas
cláusulas publiquem seus programas de trabalho pelo menos uma vez a cada seis meses. Os programas
de trabalho devem conter nome e endereço do organismo normalizador e apresentar os detalhes
das novas normas em desenvolvimento como também daquelas adotadas no período
imediatamente anterior. Considera-se que uma norma esteja ‘em desenvolvimento’ a partir do
momento que se decide desenvolvê-la até o momento da sua adoção. Você pode obter
gratuitamente os programas de trabalho junto aos diversos organismos de normalização que
são obrigados a publicá-los.

Regulamentos técnicos
Como disposto no Acordo do TBT, os países devem publicar notificações das propostas para novos
regulamentos técnicos ou retificações aos regulamentos existentes antes que sua versão final
seja publicada. O propósito da notificação é permitir às partes interessadas (normalmente sócios
comerciais cujo volume de negócios será afetado pelo regulamento) tecer comentários a respeito
do regulamento proposto, assim como pedir que sejam feitas mudanças. Os membros têm 60
dias, a partir da data de publicação da notificação, para apresentar seus comentários.

REFERÊNCIAS
WTO TBT Standards Code Directory (Diretório da OMC sobre o Código de Normas do TBT).
Organização Internacional para Normalização. 6a edição. 2001. ISBN 92-67-10312-1 (em inglês),
ISBN 92-67-20312-6 (em francês), ISBN 92-30312-0 (em espanhol). CHF 50,00. ISO, Case postale
56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430. E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Dá informações sobre os organismos de normalização que aceitaram o Código da
Boas Práticas para a Preparação, Adoção e Aplicação de normas da OMC. Também contém os endereços
dessas agências e informações sobre a disponibilidade de seus programas de trabalho.

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33 05/02/2009, 15:47
34 Gestão da Qualidade na Exportação

‘The enquiry points as established under the World Trade Organization (WTO)
Agreements on Technical Barriers to Trade (TBT) and on the Application of Sanitary
and Phytosanitary Measures (SPS)’ [‘Pontos focais, como definidos pelos Acordos sobre
Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) da Organização Mundial do Comércio (OMC) e sobre a
Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS)]. Em Export Quality Bulletin, No 66,
setembro de 1999. International Trade Centre. ITC, Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça,
Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet:
www.intracen.org. Descreve os fundamentos de como estabelecer e operar pontos focais como
determinado pelos Acordos da OMC. Apresenta de forma sucinta os pontos focais do Canadá,
União Européia, Índia e Estados Unidos. Contém um diretório selecionado de pontos focais do TBT
e da SPS.
Página da OMC na Internet sobre as barreiras técnicas ao comércio, www.wto.org/
english/tratop_e/tbt_e.htm. Descreve as atividades da OMC no TBT; dá instruções sobre como
procurar por notificações no banco de dados de documentos on-line da OMC.

As notificações devem ser enviadas ao Secretariado da OMC em Genebra, que por sua vez irá
distribuí-las para todos os membros e colocá-las no site da OMC na Internet (de onde podem ser
‘baixadas’ gratuitamente). As notificações são enviadas para as missões diplomáticas em Genebra,
que, em tese, as remetem aos pontos focais sobre o TBT de seus respectivos países. As empresas ou
associações comerciais devem contatar os seus pontos focais e pedir a eles que lhes enviem as
notificações que são de seu interesse. Elas também devem mandar seus comentários para os
pontos focais, dentro do período estabelecido, a fim de que o governo de seus países possam
defender seus interesses respondendo às notificações na esfera da OMC.

No Brasil, o Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações disponibiliza gratuitamente ao


exportador brasileiro o Alerta Exportador! Com essa ferramenta, você pode dispor de atualização
sistemática sobre as novas exigências técnicas apresentadas à OMC. Para isso, basta se cadastrar
pela página eletrônica do ponto focal (www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/), informando os
produtos e países para os quais deseja exportar. O Alerta Exportador! dispara mensagens
eletrônicas sempre que uma notificação de regulamento técnico ou de procedimento de avaliação
da conformidade com as características de seu perfil é feita à OMC, permitindo que se conheça a
regra antes que a mesmas entre em vigor.

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34 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 35

1.8 Os regulamentos técnicos são os mesmos de país para país?

A resposta imediata a esta pergunta é ‘não’. Apesar de a OMC, em seu Acordo sobre Barreiras
Técnicas ao Comércio, dispor claramente sobre as diretrizes que harmonizamos regulamentos
técnicos, os membros da OMC não estão sequer próximos de alcançar tal propósito. Portanto, a
situação dos países que não são membros da OMC é provavelmente pior.

É impraticável respondermos às perguntas específicas sobre a variedade de produtos


comercializados em todo o mundo. Portanto, daremos dois exemplos – um bom e outro ruim –
apenas a título de ilustração. Estes exemplos foram retirados do estudo An Assessment of the Costs
for International Trade in Meeting Regulatory Requirements (Uma Avaliação de Quanto Custa ao Comércio
Internacional para se Ajustar às Exigências das Regulamentações), editado pela Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, do inglês Organization for Economic
Co-operation and Development). Este estudo compara o regime dos regulamentos técnicos do
Japão, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos em relação a diversos produtos. Algumas
conclusões podem ser tiradas, como se segue.

Em relação aos equipamentos para terminais de telecomunicação, encontrou-se alto nível de harmonização.

- Ainda existem diferenças entre as normas, mas o efeito gerado por elas diminuiu em virtude da
aceitação mútua de normas provenientes do exterior.

- Os procedimentos de avaliação de conformidade foram simplificados, e o processo de


desregulamento levou à concorrência entre as agências aprovadoras (ou seja, as agências de
cada país que estão autorizadas a efetuar avaliação de conformidade). Essas agências, em sua
maioria, são credenciadas por vários países ou têm parcerias com outros países, o que permite
uma abordagem comercial direta.

- O principal problema a ser resolvido pelos fornecedores é como identificar as normas adotadas
voluntariamente pelas indústrias dos países para onde querem exportar, bem como os requisitos
dos consumidores.

Para a indústria de laticínios especiais, o quadro não é tão favorável assim.

- As normas e os procedimentos de avaliação da conformidade são de vital importância para os


produtos mais sofisticados, mas não tanto para produtos vendidos em larga escala.

- Os custos para se adequar às rígidas exigências sanitárias são altos. E particularmente altos
para os importadores por causa das diferenças entre as normas obrigatórias impostas ao país
importador e ao país exportador.

- Os sistemas de avaliação de conformidade baseados em rigorosa inspeção alfandegária fazem


os custos subirem ainda mais. Isto é exacerbado pelo longo tempo de armazenamento nas
fronteiras ou postos alfandegários, resultando na diminuição da vida útil do produto (prazo de
validade) quando este chega ao distribuidor final.

- Os requisitos exigidos por normas e avaliações de conformidade mudam com muito pouca
antecedência, e nem sempre é possível se ter um acesso rápido a tal informação. O produto
exportado então não recebe autorização para entrar no país porque não respeita as novas regras,
devendo portanto ser destruído.

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35 05/02/2009, 15:47
36 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
Measurement of Non-tariff Barriers (Avaliação de Barreiras Não Tarifárias). Deardorff e Stern.
1998. University of Michigan Press, 839 Greene Stree, Ann Arbor, MI 48104, Estados Unidos, Tel.:
1 734 764 4392. Trata de regulamentos governamentais protecionistas e barreiras técnicas ao comércio.
An Assessment of the Costs for International Trade in Meeting Regulatory Requirements
(Uma Avaliação de Quanto Custa ao Comércio Internacional para se Ajustar às Exigências das
Regulamentações). Organization for Economic Co-operation and Development. 2000. TD/TC/
WP(99)8/FINAL. Pode ser obtida gratuitamente no site www1.oecd.org/products (clique em
Regulatory reform, Suggested readings, Free documents). Faz uma investigação sobre o quanto as
normas técnicas e os procedimentos de avaliação de conformidade podem obstar o comércio. Fez-se
um esforço para se levantar dados quantitativos sobre o custo de se adequar aos requisitos técnicos
dos mercados para os quais se quer exportar e o quanto tais custos podem dificultar o comércio
internacional.

1.9 A gestão da qualidade é uma exigência necessária para a


adequação aos regulamentos técnicos?

As respostas a essa pergunta são tantas quantas forem os regulamentos técnicos existentes em
todo o mundo. Voltamos a repetir que é importante para você identificar as exigências impostas
pela agência reguladora do país para o qual deseja exportar. (A resposta à pergunta 4 fornece
algumas diretrizes de como fazê-lo).

Pode-se argumentar que o sistema de gestão da qualidade deveria ser um requisito de qualquer
regulamento técnico. Os regulamentos técnicos lidam com as características do produto, que
podem ser garantidas de forma confiável apenas se o processo de fabricação também estiver sob
controle. Os sistemas formalizados de gestão são um dos melhores caminhos para se conseguir
esse controle. Entretanto, poucas agências reguladoras fizeram com que os sistemas de gestão
aprovados fossem um pré-requisito para a adequação aos regulamentos técnicos. Isso ocorre em
função da antigüidade dos regulamentos técnicos, muitos dos quais entraram em vigor antes do
advento das normas para os sistemas de gestão, como é o caso da série ISO 9000.

Em vários setores, como no caso dos equipamentos médicos, a observância dos sistemas de
qualidade, geralmente sob a égide da ISO 9001, é importante em alguns países. Por exemplo, nos
Estados Unidos a não-observância dos sistemas de qualidade pode acarretar pesadas multas e
altos custos indiretos. As exigências da Food and Drug Administration (FDA – Agência Reguladora
de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos) para os sistemas da qualidade para equipamentos
médicos encontram-se dispostas no regulamento do Sistema de Qualidade (QS, do inglês Quality
System). Este regulamento fez uma revisão do regulamento de equipamentos médicos, denominado
Boas Práticas Atuais nos Processos de Produção (CGMP, do inglês Current Good Manufacturing
Practices) da FDA (de dezembro de 1978). O regulamento do QS atingiu o propósito primário de
incorporar muitos dos conceitos dos sistemas da qualidade da ISO 9001:1994 às Boas Práticas nos
Processos de Fabricação (GMP, sigla em inglês para Good Manufacturing Practices).

A abordagem japonesa para regular o projeto e a fabricação de equipamentos médicos é parecida


com a da FDA. As exigências da ISO 9000 estão incorporadas pela legislação japonesa.

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36 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 37

Como exportar para a União Européia


A União Européia é uma das poucas áreas de comércio em que as exigências para a gestão da
qualidade encontram-se claramente articuladas. A Resolução do Conselho, de 21 de dezembro
de 1989 (conferir abaixo), especifica que a gestão da qualidade é parte integrante do processo de
assegurar credibilidade ao regime de observância dos produtos que se encontram sob as
Diretrizes da União Européia. Isso ensejou a definição dos vários módulos a serem aplicados
para se atingir os níveis exigidos de credibilidade. Certo número de módulos exige que o fabricante
trabalhe de acordo com um sistema da qualidade aprovado, que em geral são sistemas que estão
em consonância com as exigências da ISO 9001.

Às vezes, acredita-se erroneamente que a certificação, segundo a ISSO 9000, é obrigatória nas
relações comerciais com a União Européia. Isso é um erro. Quando os fabricantes produzem bens
para a exportação, que estão garantidos pela Nova Abordagem e pela Abordagem Global (veja a
questão 23), eles podem escolher entre inúmeras opções que irão satisfazer às exigências das
agências reguladoras. Quando o fabricante escolhe um módulo que exige determinado sistema
de qualidade, o cumprimento da ISSO 9001 pressupõe essa conformidade, mas desde que o sistema
da qualidade em questão leve em consideração, sempre que preciso, as exigências específicas dos
produtos aos quais ele se refere. O cumprimento do módulo escolhido não exige um sistema de
qualidade reconhecido, apesar de este fornecer os meios úteis para se estabelecer a observância
necessária. Os fabricantes devem implementar um sistema da ISSO 9001, se esta for uma exigência
contratual imposta a eles pelos compradores.

REFERÊNCIAS
Council Resolution of December 21 1989 on a global approach to conformity assessment
(90/C10/01) [Resolução do Conselho de 21 de dezembro de 1989 sobre uma abordagem global da
avaliação de conformidade (90/C10/01)]. Em Official Journal of the European Communities,
número C 10 de 16 de janeiro de 1990.
Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do site http://europa.eu.int/smartapi/cgi/
sga_doc?smartapi!celexapi!prod!CELEXnumdoc&lg=EN&numdoc=31990Y0116(01)&model=guichett.
Council of the European Communities. European Union Office for Publications (EUR-OP), 2 rue
Mercier, L 2985 Luxemburgo, E-mail: info-info-opoce@cec.eu.int, Internet: http://eur-op.eu.int.
Rede mundial de vendas: http://eur-op.eu.int/general/en/s-ad.htm, Fax: 352 29 29 42758.
Guide to the Implementation of Directives Based on the New Approach and the Global
Approach. European Commission. (Guia para a Implementação de Diretrizes baseadas na Nova
Abordagem e na Abordagem Global. Comissão Européia). 2000. Pode ser ‘baixado’ do site http://
europa.eu.int/comm/enterprise/newapproach/newapproach.htm. Analisa a abordagem modular feita
pela União Européia da avaliação de conformidade, entre outros assuntos. Os módulos são baseados
em técnicas de gestão da qualidade desenvolvidos a partir da série de normas EN ISO 9000.
ISO 9001 and regulatory compliance in the medical device industry (A ISO 9001 e a
observância dos regulamentos no setor de equipamentos médicos). Joe Tsiakals. Em Quality Progress,
abril de 2001. American Society for Quality, 611 E. Wisconsin Ave. PO Box 3005, Milwaukee,
WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail:
asq@asq.org, Internet: www.asq.org. Explica que a falta de atenção à qualidade pode resultar em
multas e custos indiretos no setor de equipamentos médicos.

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37 05/02/2009, 15:47
38 Gestão da Qualidade na Exportação

1.10 Quais as características dos produtos abordadas pelos


regulamentos técnicos?

Os regulamentos técnicos versam sobre numerosas características dos produtos. O Acordo do


TBT define ‘regulamento técnico’ e fornece algumas diretrizes sobre os elementos legitimamente
constitutivos de um regulamento técnico.

Características dos produtos


As características do produto vão definir seus requisitos técnicos. Dentre outros,podemos citar:

- Critério para o Projeto. Os vasos de pressão são um bom exemplo deste tipo de critério. Quase todos
os regulamentos técnicos que tratam de vasos de pressão exigem que eles sejam projetados de
acordo com especificações, como as contidas nos códigos de projetos da Sociedade Americana de
Engenheiros Mecânicos (ASME, do inglês American Society of Mechanical Engineers), British
Standards (BS, Normas Britânicas) e AD-Merkblatt (Alemanha). Em um futuro muito próximo,
a União Européia irá substituir as normas nacionais pela Norma Européia (EN).

- Critério de desempenho. Há muitos exemplos. No campo da segurança automobilística, os critérios


mais comuns se referem ao desempenho de sistemas de freio e testes de impacto, como
determinados pelas normas de segurança da Comissão Econômica para a Europa (UN/ECE do
inglês Economic Commission for Europe) e do Departamento de Transportes dos Estados Unidos.

- Quando se torna difícil fornecer os critérios de desempenho, apesar de a abordagem mais


moderna ser a de não se tentar criar exigências específicas, em geral, encontram-se especificações
para os materiais. Como exemplo deste tipo de especificação, podemos citar o uso de ligas de metal
com mais de 84% de cobre em sua composição, usadas em torneiras em áreas com alto grau de
quelação de zinco causada pela água.

- As dimensões são quase sempre especificadas onde quer que se considere a permutabilidade
importante, por razões de segurança. As exigências quanto à dimensão de tomadas de aparelhos
elétricos e tomadas de parede são um bom exemplo.

Processos e métodos de produção


Os processos e métodos de produção são invariavelmente objeto de regulamentos técnicos,
sobretudo quando o produto precisa estar em conformidade com requisitos de saúde ou de
segurança. Alguns bons exemplos podem ser encontrados no setor alimentício. As exigências da
análise de riscos e pontos críticos de controle (HACCP, do inglês Hazard Analysis Critical Control
Point) impostas por muitos países importadores de pescado estabelecem os pontos críticos que
precisam ser monitorados durante o ciclo de processamento para assegurar que as medidas
sanitárias e outras exigências de segurança dos alimentos estejam sendo observadas (veja também
a pergunta 82).

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38 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 39

REFERÊNCIAS
Standards and Regulations in International Trade (Normas e Regulamentos no Comércio
Internacional). Economic Commission for Europe. 1999. US$10,00. Número do Registro de Vendas
99.II.E.41, United Nations Sales & Marketing Section. Palais des Nations, CH-1211 Genebra
10, Suíça, Fax: 41 22 97 00 27, E-mail: unpubli@unog.ch (para encomendas feitas da África,
Europa e Oriente Médio). United Nations Sales & Marketing Section, Room DC2-853, 2 United
Nations Plaza, Nova York, N.Y. 10017, Estados Unidos, Fax: 1 212 963 3489, E-mail:
publications@un.org (para encomendas feitas das Américas, Ásia e Extremo Oriente). Resume os
procedimentos da Mesa-redonda sobre Padrões, Normas e Regulamentos e seu Impacto sobre o
Comércio Internacional; sua análise se concentra principalmente na Europa Central e Oriental.

Embalagem
As especificações para embalagens dizem respeito não apenas aos requisitos de desempenho
para assegurar que o produto chegue intacto ao seu destino final, mas também aos requisitos
obrigatórios de segurança e proteção ao meio ambiente. Os requisitos de segurança e proteção ao
meio ambiente são determinados por um grande número de regras nacionais e internacionais.
(Para mais informações, consulte a pergunta 14.)

Exigências quanto a selos e rótulos


Existe um grande número de requisitos para a identificação dos produtos que precisam respeitar
regulamentos técnicos. Cada país tem seus próprios requisitos e algumas regiões também estão
começando a implementá-las. O selo CE da União Européia é um dos mais conhecidos.
Esta área é uma área de risco, portanto os exportadores precisam se assegurar de que estão
seguindo as exigências do mercado para o qual desejam exportar. Caso contrário, o mercado
importador poderá impedir a entrada de produtos perfeitamente seguros.

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39 05/02/2009, 15:47
40 Gestão da Qualidade na Exportação

1.11 Quais são os principais organismos internacionais de


normalização?

Muitos organismos internacionais criam documentos que servem de normas internacionais que
podem ser usadas tanto como normas voluntárias para referência técnica ou como base para
regulamentos técnicos. Os organismos internacionais em questão podem ser ou não
governamentais, dependendo de como são constituídos. Os maiores organismos internacionais
que desenvolvem normas usadas em regulamentos técnicos referentes ao comércio estão listados
a seguir. A lista não é completa, portanto você deve obter informação adicional em relação a
produtos mais específicos.

Os maiores organismos não governamentais são a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC, do inglês
International Electrotechnical Commission) e a Organização Internacional para Normalização (ISO, do inglês
International Organization for Standardization). Ambas estão sediadas em Genebra e entre seus
membros encontra-se a maioria dos países desenvolvidos e um pequeno número de países em
desenvolvimento. Tanto os países desenvolvidos quanto os em desenvolvimento são, em sua
maioria, membros da ISO.

- A IEC foi fundada em 1906. A participação nela se dá através dos Comitês nacionais da IEC. Até
o ano 2000, ela contava com cerca de 50 países-membros, dos quais apenas um pequeno número
é de países em desenvolvimento. A IEC publicou em torno de 11.000 normas no campo da
eletrotécnica sobre eletrônica, magnetismo e eletromagnetismo, eletroacústica, telecomunicações
e geração e distribuição de energia. Endereço eletrônico: www.iec.ch.

- A ISO, criada em 1947, é uma federação mundial de organismos nacionais de normalização com
cerca de 140 países, dos quais mais de 100 são países em desenvolvimento. A ISO já publicou
cerca de 12.500 normas sobre a maioria dos assuntos, produtos e sistemas, menos aqueles cobertos
pela IEC ou os do campo das telecomunicações sob o respaldo da International Telecommunication
Union (Sindicato Internacional de Telecomunicações). Também publica as séries de normas ISO
9000 e 14000 (no entanto, não lida com certificações que atestam o cumprimento de normas).
Endereço eletrônico: www.iso.org.

Algumas das maiores organizações intergovernamentais que publicam documentos utilizados


como normas internacionais ou como base para regulamentos técnicos são as seguintes:

- International Telecommunications Union (ITU - Sindicato Internacional de Telecomunicações). É uma


das mais antigas entidades intergovernamentais. Foi fundada em 1865 com o nome de
International Telegraph Union. A mudança para o nome atual se deu em 1934 e em 1947 ela se
tornou uma agência especial das Nações Unidas. Seu escritório central fica em Genebra. Seus
membros são especialistas de departamentos governamentais responsáveis pelo regulamento
das telecomunicações no âmbito nacional, assim como empresas atuantes na área científica/
industrial, entidades de radiodifusão e televisão e organizações regionais e internacionais. Possui
189 países-membros e mais de 650 membros de setores industriais. A ITU publicou grande
número de Recomendações ITU-T, as quais são geralmente observadas porque garantem a
conexão entre as redes e, tecnicamente, permitem que os serviços sejam prestados em escala
mundial. Endereço eletrônico: www.itu.int.

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40 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 41

REFERÊNCIAS
Directory of International Standardazing Bodies (Diretório dos Organismos Internacionais
de Normalização). Organização Internacional para Normalização. 1999. CHF 50,00. ISO, Case
postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail:
sales@iso.org. Internet: www.iso.org. Presta informações sobre as atividades de normalização
conduzidas pelas organizações internacionais.

- Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML). Fundada em 1955 para promover a


harmonização global dos procedimentos em metrologia legal, a OIML foi criada por meio de um
tratado intergovernamental, e é composta por países signatários e membros correspondentes.
Publica Recomendações Internacionais para o desempenho metrológico e o ensaio de
equipamentos de medição usados no comércio ou no cumprimento de exigências legais. Endereço
eletrônico: www.oiml.org.

Por último, na área de alimentos e saúde, é extremamente importante para o comércio o trabalho
das seguintes entidades, visto que são reconhecidas pelo Acordo da OMC sobre a Aplicação de
Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS, do inglês Sanitary and Phytosanitary Measures):

- Codex Alimentarius Commission (Comissão de Código Alimentar). Criada pela Food and Agriculture
Organization (FAO, Organização para Alimentos e Agricultura das Nações Unidas) e pela OMS
(Organização Mundial de Saúde) para promover a coordenação de todos os trabalhos sobre as
normas reguladoras de produtos alimentícios, conduzidos por organizações internacionais
governamentais e não governamentais, e para desenvolver e publicar tais normas. Os membros
totalizam algo em torno de 160 países, o que representa mais do que 95% da população mundial.
Endereço eletrônico: www.codexalimentarius.net.

- International Plant Protection Convention (IPPC - Convenção International de Proteção às Plantas). Tratado
multilateral sob guarda da FAO. A Convenção é administrada pelo Secretariado da IPPC, e este
encontra-se sediado no Serviço de Proteção às Plantas da FAO. Algo em torno de 116 países são
partes contratantes da Convenção. A IPPC desempenha um papel vital no comércio como
geradora de normas internacionais para as medidas fitossanitárias que afetam o comércio
internacional. Endereço eletrônico: www.fao.org/ag/agp/agpp/pq/en/ippce.htm.

- Office International des epizooties (OIE - Escritório Internacional de Epizootias). Organização


intergovernamental com 158 membros. Avisa os governos da ocorrência de doenças em animais
e lhes ensina a controlá-las. Também procura harmonizar as diferentes regulamentos e normas
para o comércio de animais e produtos derivados. Endereço eletrônico: www.oie.int.

A Rede Mundial de Serviços de Normalização (WSSN, do inglês World Standards Services Network) é um
serviço de organismos de normalização em todo o mundo, acessível ao público pela Internet. Seu
objetivo é o de simplificar o acesso à informação sobre normas internacionais, regionais e
nacionais através da Internet. É o lugar ideal para iniciar sua pesquisa sobre organismos de
normalização ou obter informação sobre normas. Endereço eletrônico: www.wssn.net.

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41 05/02/2009, 15:47
42 Gestão da Qualidade na Exportação

1.12 O que está sendo feito para que se harmonizem as


diferentes normas existentes? Como funcionam a equivalência
e os termos de comparação entre as diferentes normas usadas
por diferentes países?

O Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC exige que seus membros aceitem os
regulamentos técnicos de outros países-membros como equivalentes aos seus próprios. Isso se
aplica mesmo quando tais regulamentos são diferentes entre si, mas desde que os objetivos de
seus próprios regulamentos tenham sido atingidos. O que isso quer dizer?

As características do produto são apenas um dos elementos constitutivos de um regulamento


técnico, em geral, baseadas em normas existentes ou a elas referentes. O Acordo do TBT exige o
uso explícito de normas internacionais em regulamentos técnicos. Mas freqüentemente as normas
internacionais relevantes simplesmente não existem e as nacionais são usadas como base para
os regulamentos técnicos. Entretanto, as normas nacionais diferem de país para país. O que
significa dizer que na ausência da norma internacional, a noção de equivalência entre
regulamentos técnicos deve ser estendida às normas nacionais divergentes. Isso na verdade
acontece, como evidenciado por vários exemplos.

Um exemplo interessante é o do Acordo de Reconhecimento Mútuo entre Austrália e Nova Zelândia


(TTMRA, do inglês Trans Tasman Mutual Recognition Arrangement), firmado em 1996. O princípio
fundamental deste acordo é que um produto que pode ser vendido legalmente em um país também
pode ser vendido no outro. Este acordo trás benefícios reais para os países que negociam tanto com
a Austrália quanto com a Nova Zelândia, já que o resultado final para os diversos setores
beneficiados pelo acordo é o de substituir dois grupos distintos de exigências legais por apenas um.

Outro exemplo encontra-se no setor de vasos de pressão. Não existem normas internacionais
detalhadas para o projeto e a fabricação de equipamento pressurizado. No entanto, diversas
normas nacionais são usadas amplamente em todo o mundo, tais como a BS 5500 da British
Standards Institution, Especificações para vasos de pressão soldados por fusão a frio (Specifications for
unfired fusion welded pressure vessels), e os Códigos de Vasos de Pressão (Pressure Vessesl Codes) da Sociedade
Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME, do inglês American Society of Mechanical
Engineers). Apesar de tais normas diferirem muito entre si na forma como abordam o assunto,
usar tanto uma quanto a outra irá garantir a segurança dos vasos de pressão. Em função disso,
vários países aceitaram estas normas como sendo equivalentes entre si, e qualquer dos dois
grupos de normas pode ser usado quando for necessário se adequar aos regulamentos técnicos
nacionais – desde que usadas em sua totalidade. Até mesmo o Comitê da ISO sobre Caldeiras e
Vasos de Pressão (ISO/TC 11, ISO Committee on Boilers and Pressure Vessels) reconheceu que
seria muito difícil – senão impossível – o desenvolvimento de um único grupo de normas
internacionais para vasos de pressão. Portanto, a norma internacional em andamento,
estabelecida como ISO 16528, Caldeiras e Vasos de Pressão – Harmonização internacional de códigos e
normas (ISO 16582, Boilers and pressure vessels - International harmonization of codes and standards), quando
tiver passado pelo processo completo de normalização, irá reconhecer as normas internacionais
como equivalentes entre si desde que respeitem os requisitos mínimos de desempenho.

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42 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 43

REFERÊNCIAS
Standardization Essentials: Principles and Practice (Fundamentos da Normalização –
Princípios e Práticas). Steven Spivak e F. Cecil Brenner. 2000. US$150,00. Marcel Dekker, 270
Madison Avenue, Nova York, NY 10016-0602, Estados Unidos, Tel.: 1 212 696 9000, Fax: 1
212 685 4540. Para encomendas feitas na Europa, Extremo Oriente, Oriente Médio e África:
Marcel Dekker AG, Hutgasse 4, Postfach 812, CH-4001 Basiléia, Suíça, Tel.: 41 61 261 8482,
Fax: 41 61 261 8896. Apresenta, de forma clara, um excelente panorama de todos os aspectos da
normalização e avaliação de conformidade vistos no contexto do comércio e a partir do ponto de
vista de exportadores e consumidores.
Trans Tasman Mutual Recognition Arrangement. Pode ser encontrado no site da Environmental
Risk Management Authority New Zealand (Autarquia de Controle de Risco Ambiental da Nova
Zelândia) www.ermanz.govt.nz/InternationalObligations/TTMRA.htm. Este acordo, firmado
entre os governos da Austrália e da Nova Zelândia, permite que se comercializem produtos livremente
entre os dois países.
Standards and Regulations in International Trade (Normas e Regulamentos no Comércio
Internacional). Economic Commission for Europe. 1999. US$10,00. Registro de venda no
99.II.E.41. United Nations Sales & Marketing Section, Palais des Nations, CH-1211 Genebra
10, Suíça, Fax: 41 22 97 00 27, E-mail: unpubli@unog.ch (para encomendas feitas na África,
Europa e Oriente Médio). United Nations Sales & Marketing Section, Room DC2-853, 2 United
Nations Plaza, Nova York, N.Y. 10017, Estados Unidos, Fax: 1 212 963 3489, E-mail:
publications@un.org (para encomendas feitas nas Américas, Ásia e Extremo Oriente). Resume os
procedimentos da Mesa-redonda sobre Normas, Padrões e Regulamentos e seu Impacto sobre o
Comércio Internacional; o foco principal é na Europa Central e Oriental.

Um terceiro exemplo se refere à segurança dos brinquedos. Hong Kong (China) aceitou diversas
normas de diferentes países para testar a segurança de seus brinquedos.

Tais exemplos demonstram o crescente reconhecimento de que as normas ou regulamentos


técnicos, apesar de não serem a mesma coisa, podem ser o mecanismo ideal para assegurar que
o resultado procurado seja obtido. Essa tendência irá provavelmente aumentar, sobretudo em
países menores nos quais os custos do desenvolvimento de normas são altos se comparados ao
tamanho do seu parque industrial e onde os acordos internacionais sobre normas demoram a se
concretizar.

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43 05/02/2009, 15:47
44 Gestão da Qualidade na Exportação

1.13 Podemos esperar o desenvolvimento de mais normas


internacionais a serem aplicadas em regulamentos técnicos?

A resposta a esta pergunta só pode ser dada de forma indireta. Mas tudo leva a crer que serão
desenvolvidas mais normas internacionais para serem usadas como base para regulamentos
técnicos, uma vez que a vontade política de algumas das maiores nações do comércio internacional
está fortemente voltada para este fim.

Isto implica dizer que as normas internacionais devem ser usadas como base para os regulamentos
técnicos, mas também que os agentes reguladores ainda não estão agindo neste sentido. Em um
estudo aprofundado sobre o período 1998-1999, a OECD examinou como ocorre na prática a
relação entre normas e regulamentos técnicos. O estudo revelou que nem sempre é fácil usar
normas internacionais. Por quê? Seguem-se algumas razões:

- Muitas normas internacionais aceitas universalmente são desenvolvidas como textos de uso
voluntário por organismos controlados por setores da economia. Apesar de tal postura poder
resultar em muitos benefícios para o mercado, os agentes reguladores nacionais podem não ter
total confiança nestas normas. Isso se dá porque os países destes agentes reguladores podem não
ter participado na preparação das normas ou porque seus objetivos em relação às políticas
públicas vão além daqueles contemplados pelos setores econômicos.
- O Acordo do TBT permite aos países-membros aplicar altos graus de proteção aos seus objetivos
legítimos (tais como a proteção da vida ou da saúde humana, da fauna ou flora e do meio ambiente)
do que aqueles níveis normalmente permitidos em normas internacionais. Isso faz com que
surjam diferenças de tratamento, e elas, de fato, existem.

- Em alguns casos, simplesmente não existem normas internacionais suficientes para fornecer
uma lista coerente e abrangente de normas a serem usadas como base para regulamentos. E por
que elas não existem? Uma das razões é que talvez ainda não se tenha atingido um consenso no
âmbito internacional; ou então porque ainda não se tentou nenhum projeto para desenvolver
tais normas; ou porque existe falta de interesse em normalizar o produto globalmente. No início
do estudo conduzido pela OECD (ver acima), por exemplo, a ISO não havia publicado nenhuma
norma quanto ao projeto ou ao processo de fabricação para equipamentos pressurizados e nem
para equipamentos de prospecção mineral, tendo publicado apenas um número limitado de
princípios para a segurança de máquinas – e, no entanto, o comércio internacional destes produtos
é considerável. A falta de normas internacionais torna-se, de fato, uma barreira ao comércio de
tais produtos.

REFERÊNCIAS
International Standards and Regulations: Improving the link (Normas internacionais e
Regulamentações: Como melhorar essa relação). Keiya Iida e Raymond Schonfeld. Em ISO Bulletin,
julho de 2000. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, 1211 Genebra 20, Suíça,
Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org. Internet: www.iso.org.
Também encontra-se disponível junto aos organismos nacionais de normalização em países-membros
da ISO (ver lista completa no site www.iso.org).
World trade needs worldwide standards (O comércio internacional precisa de normas mundiais).
Henri Schwamm. Em ISO Bulletin, setembro de 1997. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO,
1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Também encontra-se disponível junto aos organismos nacionais de
normalização em países-membros da ISO (ver lista completa no site www.iso.org).

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44 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 45

Regulatory reform and international standardization (Reforma de regulamentos e


normalização internacional). Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 1998.
TD/TC/WP(98)36/FINAL. Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do site www.oecd.org. OECD, 2,
rue André Pascal, 75775, Paris Cedex 16, França, Tel.: 33 1 4524 8200, Fax: 33 1 4910 4276,
E-mail: webmaster@oecd.org. Demonstra a importância do uso de normas harmonizadas
internacionalmente para superar barreiras regulamentares nacionais.
Standardization and regulatory reform: Selected cases (Normalização e reforma de
regulamentações: casos selecionados). Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico. 2000. TD/TC/WP(99)47/FINAL. Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do site
www.oecd.org. OECD, Paris Centre, 2, rue André Pascal, 75775, Paris Cedex 16, França, Tel.:
33 1 4524 8200, Fax: 33 1 4910 4276, E-mail: webmaster@oecd.org. Faz o acompanhamento de
uma revisão analítica da normalização internacional; o estudo de casos setoriais fornece evidências
sobre os pontos fortes e fracos das normas usadas, dos processos que ensejam o seu desenvolvimento
e das formas como são usadas como ferramentas de regulamento.
The changing standards world: Governments did it even though they didn’t mean to (O
mundo cambiante das normas: Como os governos agiram, ainda que sem intenção). Steve Oksala.
Em ISO Bulletin, maio de 2001. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale, 1211 Genebra
20, Suíça. Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, -E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Também se encontra disponível junto aos organismos nacionais de normalização em
países-membros da ISO (ver lista completa no site www.iso.org). Analisa o cenário evolutivo das
normas, o papel dos governos nesta evolução, a necessidade crescente de normas no mercado
mundial e as dificuldades para se definir o que realmente significa uma norma internacional.

Os países-membros da OECD e da ASEAN (do inglês Association of South-East Asian Nations –


Associação das Nações do Sudeste Asiático) anunciaram publicamente que irão procurar usar
normas internacionais como base para seus regulamentos técnicos. Isso significa dizer que irão
usar sua influência sobre os organismos internacionais de normalização para assegurar o
desenvolvimento de normas que possam ser usadas como base para regulamentos técnicos. No
entanto, ainda não existe um consenso definido sobre como aumentar a confiança das agências
reguladoras no que possa ser produzido por tais organismos.

Os organismos internacionais de normalização estão começando a pensar em definir normas de


forma que sejam mais propícias a serem aceitas pelos agentes reguladores. Os membros destas
agências também terão que encontrar formas para tornar possível a participação das agências
reguladoras no processo de desenvolvimento de normas, tanto no âmbito nacional quanto
internacional. Uma das alternativas é a de se exigir, de forma clara, que as agências reguladoras
investiguem o impacto potencial do uso de normas internacionais. Tal procedimento é
amplamente conhecido como ‘análise de impacto sobre o sistema regulador’.

Por último, o relatório denominado Segunda Revisão Trienal do Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas
ao Comércio (Second Triennial Review of the WTO Agreement on Technical Barriers to Trade) reitera o
sentimento dos membros da OMC de que as normas internacionais devem servir de base para os
regulamentos técnicos.

Esses posicionamentos se fortaleceram com o desenvolvimento e a aceitação, por parte do Comitê


da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, dos ‘Princípios para o Desenvolvimento de Normas
Internacionais, Guias e Recomendações em relação aos artigos 2, 5 e ao Anexo 3 do Acordo’
(‘Principles for the Development of International Standards, Guides and Recommendations with
relation to Articles 2, 5 and Annex 3 of the Agreement’).

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45 05/02/2009, 15:47
46 Gestão da Qualidade na Exportação

1.14 Quais os requisitos para as embalagens dos meus


produtos?

Também não podemos responder a esta pergunta de forma simples. Em muitos casos, os requisitos
para a embalagem de produtos encontram-se especificados nos regulamentos técnicos; existe,
portanto, um requisito específico para embalagens para cada regulamento técnico em vigor.

Apesar de não estar no campo de ação desta publicação dar uma lista detalhada de todos esses
requisitos, não podemos negar que existem muitos deles que são internacionalmente aceitos e
seguidos, sobretudo no que se refere ao transporte de produtos periculosos através de fronteiras
nacionais. Um grande número de países-membros das Nações Unidas aceitou que tais requisitos
passassem a vigorar como parte integrante de seus regulamentos; todos são baseados em apenas
um único documento: Recomendações para o transporte de produtos periculosos: Regulamentos Padrão
(Recommendations on the transport of dangerous goods. Model Regulations), publicado pelas Nações Unidas.
Alguns documentos que versam sobre o assunto estão relacionados a seguir.

Nações Unidas
- Recommendations on the Transport of Dangerous Goods: Model Regulations (Recomendações
para o transporte de produtos periculosos: Regulamentos Padrão). 11a edição. Nações Unidas,
1999. US$120,00. 99.VIII.1. United Nations Sales & Marketing Section, Palais des Nations, CH-
1211 Genebra 10, Suíça, Fax: 41 22 970 027, E-mail: unpubli@unog.ch (para encomendas da África,
Europa e Oriente Médio). United Nations Sales & Marketing Section, Room DC2-853, 2 United
Nations Plaza, Nova York, N.Y. 10017, Estados Unidos, Fax: 1 212 963 3489, E-mail:
publications@un.org (para encomendas feitas das Américas, Ásia e Extremo Oriente).

Transporte aéreo
- Technical Instructions for the Safe Transport of Dangerous Goods by Air (Instruções Técnicas
para o Transporte Aéreo Seguro de Produtos Periculosos). Organização Internacional de Aviação
Civil (ICAO, do inglês International Civil Aviation Organization). ICAO Document Sales Unit,
Montreal, Canadá, E-mail: sales_unit@icao.int.

- Dangerous Goods Regulations (Regulamentos sobre Produtos Periculosos). IATA (da sigla em
inglês para Associação Internacional de Transporte Aéreo). ISBN 92-917-248-5. IATA Agency
Data Products, 800 Place Victoria, PO Box 113, Montreal, Quebec H4Z 1M1, Canadá; Tel.: 1 514
390 6788, Fax: 1 514 874 1779, E-mail: agencyproducts@iata.org.

REFERÊNCIAS
EN 13427:2000, Packaging - Requirements for the use of European standards in the
field of packaging and packaging waste (EN 13427:2000, Embalagens – Requisitos para o
uso de padrões europeus para embalagens e restos de embalagens descartadas. Comitê Europeu
para Normalização) (CEN).

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46 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 47

EN 13432:2000, Packaging - Requirements for packaging recoverable through


composting and biodegradation - Test scheme and evaluation criteria for the final
acceptance of packaging (EN 13432:2000, Embalagens – Requisitos para o uso de embalagens
passíveis de compostagem e biodegradação – Plano de testes e critérios de avaliação para o deferimento
do uso de embalagens). CEN.
European Union Office for Publications (EUR-OP), 2 rue Mercier, L-2985 Luxemburgo, Fax:
352 29 29 42758, E-mail: info-info-opoce@cec.eu.int, Internet: http://eur-op.eu.int. Rede mundial
de vendas: http://eur-op.eu.int/general/en/s-ad.htm.
European Parliament and Council Directive 94/62/EC of 20 December 1994 on packaging
and packaging waste (Parlamento Europeu e Diretrizes do Conselho 94/62/EC de 20 de
dezembro de 1994 sobre embalagens e restos de embalagens descartadas). Official Journal of the
European Communities, nº L 365/11 de 31 de dezembro de 1994. European Union Office for
Publications (EUR-OP), 2 rue Mercier, L-2985, Luxemburgo Fax: 352 29 29 42758, E-mail:
info-info-opoce@cec.eu.int, Internet: http://eur-op.eu.int. Rede mundial de vendas: http://eur-
op.eu.int/general/en/s-ad.htm.
ISO/TC 122, Packaging (ISO/TC 122, Embalagens). Endereço eletrônico: www.autoid.org/
standards.htm. Fornece notícias sobre as atividades do Comitê Técnico da ISO e dá informações
sobre sites correlatos nos Estados Unidos e em outros países.
Packaging Design: A Practitioner’s Manual (Projeto de Embalagens: manual do usuário).
International Trade Centre. 2000. ITC, Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22
730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org. United Nations Sales & Marketing
Section, Palais des Nations, CH-1211 Genebra 10, Suíça, Fax: 41 22 97 00 27, E-mail:
unpubli@unog.ch (para encomendas feitas da África, Europa e Oriente Médio). United Nations
Sales & Marketing Section, Room DC2-853, 2 United Nations Plaza, Nova York, N.Y. 10017,
Estados Unidos, Fax: 1 212 963 3489, E-mail: publications@un.org (para encomendas feitas das
Américas, Ásia e Extremo Oriente). Analisa os projetos de embalagens a partir de uma perspectiva
estrutural e gráfica; descreve os fatores essenciais a serem considerados no projeto de embalagens;
avalia os tópicos de segurança, saúde e meio ambiente; discute a organização e operacionalização
de embalagens.

Transporte marítimo
- International Maritime Dangerous Goods Code (Código Marítimo Internacional de Produtos
Periculosos). 2000 ed. International Maritime Organization. £95,00. IC200E. IMO Publishing
Service, 4, Albert Embankment, Londres SE 1 7SR, Reino Unido, Fax: 44 020 7587 3210, E-mail:
publications-sales@imo.org, Internet: www.imo.org.

Europa
- European Agreement Concerning the International Carriage of Dangerous Goods by Road
(ADR) and Protocol of Signature (Acordo Europeu Sobre o Transporte Internacional de Produtos
Periculosos e Protocolo de Assinatura). Comissão Econômica para a Europa. 1998. US$ 110,00.
Código de compra no. 98.VIII.3 (Vol.I&II). United Nations Sales & Marketing Section. Palais des
Nations, CH-1211 Genebra 10, Suíça, Fax: 41 22 97 00 27, E-mail: unpubli@unog.ch (para
encomendas feitas da África, Europa e Oriente Médio). United Nations Sales & Marketing Section,
Room DC2-853, 2 United Nations Plaza, Nova York, N.Y. 10017, Estados Unidos, Fax: 1 212 963
3489, E-mail: publications@un.org (para encomendas feitas das Américas, Ásia e Extremo Oriente).

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47 05/02/2009, 15:47
48 Gestão da Qualidade na Exportação

Alguns países também começaram a exigir embalagens não agressivas ao meio ambiente, para
prevenir, caso a embalagem vá parar em lixões ou aterros sanitários, que ela se torne prejudicial
ao meio ambiente ao se degradar. Um exemplo típico é o conhecido sistema de embalagem alemão,
denominado Grüner Punkt, que garante que qualquer material de embalagem que for parar em
algum lixão ou aterro sanitário não será agressivo ao meio ambiente. A União Européia também
emitiu a Diretriz Européia (94/62/EC) dispondo sobre a matéria e as normas que precisam ser
respeitadas (os títulos completos da EN 13427:2000 e EN 13432:2000 encontram-se nas referências;
existem outros nas séries).

Sendo assim, o exportador precisa se certificar de que os requisitos para embalagens usadas
para transporte aéreo, marítimo ou terrestre sejam conhecidos e respeitados antes do embarque.
O não cumprimento dessas determinações pode fazer com que o produto não receba permissão
para entrar no país de destino ou que sua entrada seja proibida ainda durante o percurso. De
hábito, essas mercadorias rejeitadas são devolvidas ao país de origem às custas do exportador,
ou podem até mesmo ser destruídas.

Os assuntos referentes às embalagens têm grande repercussão sobre o comércio. Como publicado
em ‘Problemas na exportação de maçãs para o Sri Lanka’ (‘Problems in the export of apples to Sri
Lanka’ em International Standards Gazette Quarterly Karachi, novembro de 2000), Sikandar Brohi e
Ishak Soomro descrevem como um exportador enfrentou problemas com tal questão. O Sri Lanka
era um grande mercado importador das maçãs do Paquistão. No entanto, o consumo desenfreado
parou abruptamente e o mercado se retraiu quando o Sri Lanka exigiu que as maçãs fossem
transportadas em caixas de papelão ao invés de caixas de madeira.

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48 05/02/2009, 15:47
Regulamentos Técnicos e Normas 49

1.15 O que é selo ambiental?

O selo ambiental também é chamado de ‘selo ecológico’. Ao escolher um produto com um selo
ambiental, o consumidor faz uma escolha deliberada e pensada para comprar um produto ou
serviço que prejudique menos o meio ambiente do que um produto ou serviço similar. O selo não
garante que o produto não tenha nenhum efeito nocivo sobre o meio ambiente, mas garante que ele
é consideravelmente melhor do que ‘qualquer outro’ (produto ou serviço). O selo ambiental, portanto,
é diferente daquele universo que contém normas ou requisitos mínimos para um produto.
De maneira geral, o selo ambiental pode ser classificado como tendo sido certificado diretamente
ou por terceiros. A primeira forma, a chamada ‘autodeclaração de conformidade’, é produzida
diretamente pelos fornecedores para promover os aspectos sociais ou ambientais positivos dos
seus produtos. A certificação por terceiros é feita por organizações independentes ou
governamentais sem interesse financeiro no produto. Essas organizações avaliam os produtos
ou serviços de acordo com critérios definidos e de conhecimento público.

Você poderá encontrar projetos para selos ambientais em todo o mundo. Sua história é bem
longa, em especial na Europa: o sistema Anjo Azul (Blue Angel) encontra-se disponível na
Alemanha desde 1978. (O nome oficial desse sistema é “Selo Ambiental’, mas como a sua marca
se assemelha a um anjo azul, passou a ser conhecida por este nome). Até nossa última análise,
mais de 30 países operavam sistemas semelhantes. Eles dizem respeito a um grande número de
produtos, de aparelhos de ar condiconado, produtos automotivos, produtos para o lar, laticínios,
tintas, produtos de papel a janelas, portas e muito mais.

A Rede Mundial de Selos Ambientais (GEN, do inglês Global Eco-labelling Network) foi estabelecida
em 1994 para a promoção e o desenvolvimento de selos ambientais para produtos e serviços.
Dela fazem parte 14 organizações de selos ambientais da Europa, Ásia, América do Norte e
América do Sul, incluindo-se, entre elas, organizações de grande porte, como a Green Seal (Selo
Verde), dos Estados Unidos e a Anjo Azul (Blauer Engel), da Alemanha. Estas organizações também
reúnem e disseminam informações sobre programas de desenvolvimento de selos ambientais.
Além disso, administram programas de reconhecimento mútuo e fornecem mecanismos para
troca de informações.

REFERÊNCIAS
Eco-labelling and other environmental quality requirements in textiles and clothing:
Implications for developing countries (Selos ambientais e outras exigências de qualidade
ambiental para a indústria têxtil e de roupas: as implicações para os países em desenvolvimento).
International Trade Centre. 1996. ITC, Palais des Nations, CH-1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41
22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org. Internet: www.intracen.org.
Apresenta as recomendações de um workshop produzido pelo ITC para os exportadores de países em
desenvolvimento sobre como preencher os requisitos para obtenção de selos ambientais e outros
requisitos de qualidade ambiental estipulados pelos países desenvolvidos.
Eco-Labelling and International Trade (Selos Ambientais e o Comércio Internacional). Simonetta
Zarrilli, Veena Jha e René Vossenaar, eds. £ 60,00. ISBN 03 3366 54 73. MacMillan Press Ltd,
Brunel Road, Basingstoke, Hampshire RG 21 6X2, Reino Unido, Tel.: 44 1256 302 699, Fax: 44
1256 302 4733, E-mail: orders@palgrave.com. Discute os principais programas de selos ambientais
em operação e avalia seu impacto sobre alguns tipos de produtos. Também analisa as relações com
o comércio internacional sob o ponto de vista dos países em desenvolvimento.

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49 05/02/2009, 15:47
50 Gestão da Qualidade na Exportação

Green claims and ISO 14001 (Reivindicações dos Verdes e a ISO 14001). John Lawrance. Em
ISO Bulletin, agosto de 1999. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211
Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Os fabricantes, de maneira geral, fornecem voluntariamente informações sobre os
aspectos ambientais dos seus produtos nos rótulos e em material de propaganda. Discute
autodeclarações, o fornecimento de selos ambientais e o uso da ISO 14021.
Global Ecolabelling Network (GEN). Endereço eletrônico: www.gen.gr.jp.
Forest Stewardship Council (FSC). Endereço eletrônico: www.fscoax.org.
Anjo Azul. Endereço eletrônico: www.blauer-engel.de.
Green Seal. Endereço eletrônico: www.greenseal.org.

O Conselho de Administração Florestal (FSC, do inglês Forest Stewardship Council) foi formado
em 1993 para fomentar a conservação florestal e reduzir o desmatamento. Um número cada vez
maior de produtos, como os utensílios de madeira usados em cozinhas, portas e estruturas,
encontra-se à venda com o endosso do FSC. Funciona de acordo com uma ‘corrente de custódia’,
processo por meio do qual a fonte geradora de um produto que utiliza madeira é devidamente
certificada como sendo de uma floresta ou área florestal que tenha sido inspecionada de acordo
com normas previamente acordadas.

A ISO publicou um número de normas internacionais regulando o uso de selos ambientais na tão
conhecida série ISO 14000. Tais normas são razoavelmente recentes, mas serão usadas cada vez
mais por organizações de certificação e por setores da economia. Estas normas encontram-se
relacionadas a seguir:

- ISO 14020, Certificados e atestados ambientais – Princípios gerais [ISO 14020, Environmental
labels and declarations - General Principles];

- ISO 14021, Certificados e atestados ambientais – Autodeclarações de conformidade ambiental


(Tipo II de selos ambientais) [ISO 14021, Environmental labels and declarations - Self-declared
environmental claims (Type II environmental labelling)];

- ISO 14024, Certificados e atestados ambientais – Tipo I de selos ambientais – Princípios e


procedimentos [ISO 14024, Environmental labels and declarations - Type I environmental
labelling - Principles and procedures]; e

- ISO/TR 14025, Certificados e atestados ambientais – Tipo III de atestados ambientais [ISO/TR
14025, Environmental labels and declarations - Type III environmental declarations].

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50 05/02/2009, 15:47
2
Certificação de Produtos
O termo ‘produto’ (‘produtos’) é usado, quando for
apropriado, tanto para bens quanto para serviços.

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51 05/02/2009, 15:47
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52 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 53

2.1 O que é certificação de produto e como ela se diferencia da


certificação do sistema de gestão da qualidade?

Um procedimento de avaliação de conformidade


A certificação de produtos, o tipo mais comum de avaliação de conformidade realizada por
terceiros, está definida no Guia ISO/IEC 2:1996b/ como sendo ‘um procedimento em que terceiros
asseguram, por escrito, que um produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos
específicos’. A certificação de produtos consiste na emissão de um certificado ou selo (ou ambos)
para demonstrar que um produto específico cumpre com um conjunto definido de requisitos,
geralmente especificados por uma norma. O selo de certificação em geral acompanha o produto
ou vem em sua embalagem, mas também pode ser encontrado sob a forma de certificado emitido
pelo organismo de certificação do produto. O selo faz referência ao número ou ao nome da norma
pela qual o produto foi certificado.

Uma demonstração da qualidade


Um produto com um selo traz a garantia de terceiros de que:

- Foi produzido de acordo com uma norma apropriada.

- A produção foi supervisionada e controlada.

- Foi testado e inspecionado.

- Se os clientes constatarem que o produto com o selo não cumpre com as normas declaradas,
podem se dirigir ao organismo certificador para resolver suas questões.

Ao decidir se concedem ou não o certificado, os organismos de certificação de produtos usam


várias técnicas de avaliação (a maioria das quais depende de testes feitos com o produto). Entre
os métodos abrangentes em uso, encontram-se:

- Apreciação técnica do modelo;

- Avaliação da gestão da qualidade efetuada na fábrica e sua aceitação;

- Visita de fiscalização à fábrica, quando serão realizadas auditorias de controle da qualidade e


teste de amostras.

- Testes de amostras obtidas do mercado em geral.

a/
Ao longo deste capítulo, o termo ‘produto(s)’ também se aplica a serviços.
b/
Guia ISO/IEC 2:1996, Normalização e atividades afins - Vocabulário geral (ISO/IEC Guide 2:1996,
Standardization and related activities - General vocabulary).

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53 05/02/2009, 15:47
54 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
Marks and Conformity Assessment (Selos e avaliação de conformidade). Organização
Internacional para Normalização. 1999 Grátis. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20,
Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, Internet: www.iso.org. Também pode ser
obtido por intermédio de organismos nacionais de normalização em países-membros da ISO (a lista
encontra-se em www.iso.org). Panfleto sobre as principais atividades de avaliação de conformidade,
significado dos selos, origem de mal-entendidos em relação aos selos, selos regionais e reconhecimento
e hierarquia dos selos de conformidade.
Publicizing Your ISO 9000 or ISO 14000 Certification (Divulgação de sua certificação ISO
9000 ou ISO 14000). Organização Internacional para Normalização. 1998. Grátis. ISO, Case
postale 56, CH1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, Internet:
www.iso.org. Também pode ser obtido ´por intermédio de organismos nacionais de normalização em
países-membros da ISO (a lista encontra-se em www.iso.org). Panfleto com orientações para empresas
e outras organizações que obtiveram a certificação ISO 9000 ou ISO 14000, que as ajuda a evitar
fazer alegações falsas ou enganosas em publicidades e em outros tipos de anúncios.

De preferência, os selos de certificação de produtos devem demonstrar ao consumidor que o


produto cumpre, e continuará a cumprir, as normas geralmente aceitas para ele. Outros, como
os agentes reguladores, podem exigir a presença dos selos para demonstrar que o organismo que
fez a avaliação de conformidade do produto tem competência para tal.

Motivos para se obter a certificação


A necessidade de se obter certificação do produto pode surgir por um ou mais dos seguintes motivos:

- Os vendedores estão ansiosos para criar uma boa reputação, expandir sua participação no mercado,
melhorar sua competitividade e promover novos produtos.

- Os compradores (indivíduos, estoquistas, fabricantes, autoridades responsáveis por compras /


licitações públicas, importadores) exigem uma garantia da qualidade dos produtos que adquirem.

- A legislação, para proteger a saúde e segurança do consumidor, exige que os produtos apresentem
um selo de certificação. Por exemplo:

- É exigida a apresentação do selo CE em certos produtos que figuram nas listas de bens
regulamentados da União Européia;

- Certos produtos elétricos e eletrônicos não podem ser comercializados no Canadá, a


menos que apresentem o selo da Associação de Normalização Canadense (CSA, do inglês
Canadian Standards Association).

- Na Índia, produtos como corantes de alimentos, cilindros de gás liquefeito de petróleo


(GLP),1 cimento e comida de bebê, para serem colocados à venda, devem apresentar o selo
de certificação do Bureau de Normalização Indiano (BIS, do inglês Bureau of Indian
Standards).

1
Também conhecido como butijão de gás (N. T.)

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54 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 55

A certificação de produtos realizada por terceiros (ou seja, independente do consumidor,


comerciante ou comprador) é a mais aceitável para os compradores, importadores e autoridades
reguladoras. Muitos organismos nacionais de normalização fornecem serviços de terceiros para
obtenção da certificação de produtos, incluindo a colocação de selo no produto, junto com o
número da referência da norma nacional pela qual ele foi testado. Em alguns países, a certificação
de produtos também é realizada por associações de indústria ou comércio, instituições
governamentais ou organismos de certificação particulares. Como exemplos temos a certificação
de produtos elétricos, realizada pela KEMA, uma empresa dos Países Baixos; a certificação de
lubrificantes, realizada pela Associação de Fabricantes de Lubrificantes (Lubricant
Manufacturers Association) dos Estados Unidos; e a certificação (AGMARK) do produto agrícola
bruto, realizada pelo Diretório de Comercialização e Inspeção (Directorate of Marketing and
Inspection), uma organização governamental da Índia.

O Guia ISO/IEC 65:1996, Requisitos gerais para organismos que operam sistemas de certificação de produtos
(ISO/IEC Guide 65:1996, General requirements for bodies operating product certification systems), expõe os
requisitos para assegurar a operação consistente e confiável de sistemas de certificação de
terceiros. O uso do Guia auxilia os organismos de certificação a obterem uma aceitação nacional
e internacional preenchendo, assim, os requisitos de avaliação de conformidade do Acordo do
TBT e promovendo o comércio internacional.

REFERÊNCIAS
Export Quality Management: Resource Material for Training Activities (Gestão da Qualidade
na Exportação: Material para Atividades de Treinamento). International Trade Centre. 1999. ITC,
Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail:
itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. United Nations Sales & Marketing Section, Palais
des Nations, CH-1211 Genebra 10, Suíça, Fax: 41 22 97 00 27, E-mail: unpubli@unog.ch (para
pedidos da África, Europa, e do Oriente Médio). United Nations Sales & Marketing Section, Room
DC2-853, 2 United Nations Plaza, Nova York, N.Y. 10017, Estados Unidos, Fax: 1 212 963
3489, E-mail: publications@un.org (para pedidos da América, Ásia e do Extremo Oriente). Contém
material para desenvolver diferentes tipos de atividades de treinamento em vários aspectos da gestão
da qualidade. O capítulo 9 trata de avaliação de conformidade e certificação.

Diferenças entre a certificação de produtos e a certificação de sistemas


O objetivo da certificação de sistemas da qualidade é demonstrar a capacidade de uma empresa
de produzir ou fornecer produtos e serviços que estão em conformidade com as exigências do
cliente e do regulamento aplicável. A certificação da qualidade não se relaciona a um produto ou
serviço específico, mas à gestão do processo de produção da empresa. Ambas as certificações são
meios internacionalmente aceitos de avaliação de conformidade.

As diferenças gerais entre os dois sistemas estão expostas a seguir.

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55 05/02/2009, 15:47
56 Gestão da Qualidade na Exportação

Certificação de produtos Certificação de sistemas de qualidade

A certificação de produtos garante que os A certificação de sistemas da qualidade garante


produtos estão em conformidade com os a capacidade de uma empresa ou
requisitos especificados nas normas organizaçãodefornecer, consistentemente,
nacionais, regulamentos ou outras produtos que estejam em conformidade
normas aplicáveis a produtos específicos. com o cliente e/ou com os requisitos
aplicáveis dos regulamentos.

Atividades combinadas ou em separado, Os critérios usados para a certificação de


tais como inspeção, ensaio (tanto nas um sistema da qualidade são baseados em
fábricas quanto de amostras do mercado) normas internacionais vigentes, tais como
e avaliação do sistema de controle da a ISO 9001 ou critérios específicos da
qualidade são utilizados na certificação de indústria, tais como QS 9000, AS 9000 e
produtos. TL 9000.

O organismo de certificação emite para a


Um selo de certificação é geralmente
empresa/organização um certificado de
encontrado no produto ou em sua
conformidade do sistema, especificando a
embalagem e também pode estar no
abrangência da certificação e a norma
certificado emitido pela instituição de
utilizada. O selo do organismo de
certificação de produtos. O selo faz
certificação aparece tipicamente em
referência ao número ou ao nome da
papéis de carta timbrados, material
norma pela qual o produto foi certificado.
promocional, documentos de informação
sobre o produto e outros utilizados pela
empresa que obteve a certificação. Esses
selos também podem vir acompanhados
pelo selo do organismo de acreditação (um
ou mais organismos), que reconhece a
competência do organismo de certificação.
Um panfleto da ISO, Divulgando Sua
Certificação ISO 9000 e ISO 14000, declara
que nenhuma propaganda ou outra forma
de publicidade pode dar a impressão de
que um produto é certificado ou registrado
pela ISO 9000.

A certificação de produtos normalmente A certificação de sistemas da qualidade


implica na certeza dada pelo organismo não implica em tal garantia, mas os
de certificação de que, se os consumidores organismos de certificação examinam as
acharem que o produto marcado com o demandas das partes lesadas e verificam
selo não cumpre com as normas a ação corretiva tomada pela empresa/
declaradas, eles podem abordar o organização com certificação em relação
organismo de certificação para resolver a essas reclamações.
suas demandas, inclusive quanto à
reposição do produto.

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56 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 57

É possível utilizar o sistema da qualidade de uma empresa como um dos requisitos para a
obtenção da certificação de produto. Alguns organismos de certificação de produto fazem essa
abordagem. Por exemplo, no Reino Unido, a emissão do Kitemark, um selo de certificação da
British Standards Institution também exige observância dos requisitos do sistema de gestão da
qualidade da ISO 9000 durante a produção, junto com outras atividades como ensaios periódicos
do produto e auditorias de fiscalização na empresa ou organização.

2.2 Quais são os critérios de seleção dos organismos de


certificação?

Os vários organismos envolvidos no processo de certificação estão relacionados a seguir:

- Fórum Internacional de Acreditação (IAF). O fórum promove a cooperação entre os organismos de


acreditação que atuam na área de certificação. Ele colabora com a ISO e a OMC para facilitar a
implementação dos Artigos 5 e 6 do Acordo do TBT.

- Organismos nacionais de acreditação para certificação de produtos e de sistemas. Avaliam a competência


dos vários tipos de organizações de certificação. Como exemplo, podemos citar:

- China National Accreditation Committee for quality system registration bodies (CNACR, Comitê
de Acreditação Nacional da China para os organismos de registro de sistemas da qualidade);

- Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Brasil;

- National Accreditation Board for Certification Bodies (NABCB, Câmara Nacional de


Acreditação de Organismos de Certificação), Índia:

- Registrar Accreditation Board (RAB, Câmara de Acreditação e Registro), Estados Unidos;

- Raad voor Accreditatie (RvA), Países Baixos; e

- United Kingdom Accreditation Service (UKAS, Serviço de Acreditação do Reino Unido).


- Organismos de Certificação. Abrangem entidades que operam internacionalmente (British Standards
Institution, Det Norske Veritas, Lloyd’s Register Quality Assurance, KPMG, TÜV, CERT) e
organismos nacionais de normalização.

- Entidades que pretendem se tornar organizações prestadoras de certificação de sistemas ou produtos. Quando
em posse de certificação, estão autorizadas a usar o selo ou logomarca de certificação de produtos
do organismo de certificação, da forma estabelecida.

Critérios de seleção
Ao se preparar para obter a certificação de sistema da qualidade, uma empresa ou organização
deve considerar os seguintes critérios para a escolha do organismo de certificação:

- A reputação, a imagem no mercado e a experiência do organismo de certificação;

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57 05/02/2009, 15:47
58 Gestão da Qualidade na Exportação

- Se o organismo de certificação está acreditado por um organismo nacional de acreditação. (Os


organismos de acreditação submetem os organismos de certificação acreditados a auditorias de
fiscalização periódicas. Também é aconselhável que o organismo de acreditação seja membro do IAF.);

- Se o organismo de certificação está acreditado para prestar serviços de certificação na sua área
de negócios (os organismos de certificação estão acreditados para atuar em campos específicos
de atividades);

- A proximidade geográfica do organismo de certificação (distâncias grandes podem ocasionar


implicações significativas nos custos para as interações com o organismo de certificação, assim
como com as despesas de viagem dos auditores, durante as auditorias antes e depois da certificação);

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 62:1996, General requirements for bodies operating assessment and
certification/registration of quality systems (Guia ISO/IEC 62:1996, Requisitos gerais
para os organismos que trabalham com certificação/registro de sistemas de qualidade). Organização
Internacional para Normalização, 1996. CHF2 62,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra
20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Também pode ser obtido com os organismos nacionais de normalização em países-
membros da ISO (a lista encontra-se em www.iso.org). Especifica as exigências que devem ser
cumpridas por terceiros quando operando um sistema de certificação de produtos.
ISO/IEC Guide 65:1996, General requirements for bodies operating product certification
systems (Guia ISO/IEC 65:1996, Requisitos gerais para organismos que trabalham com sistemas
de certificação de produtos). Organização Internacional para Normalização, 1996. CHF 50,00.
ISO, Case postale 56, CH 1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947,
E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Pode também ser obtido por meio de organismos
nacionais de normalização de países-membros da ISO (a lista encontra-se em www.iso.org). Detalha
os requisitos gerais que devem ser cumpridos por terceiros quando operando um sistema de certificação
de produtos.

- O período de validade da certificação, os custos das auditorias, as taxas de certificação e a


moeda em que se fará o pagamento (pode variar de uma instituição para outra).

- Se a certificação está sendo obtida pela insistência de grandes compradores do exterior, as


opiniões que eles tenham sobre a escolha do organismo de certificação ou de acreditação devem
ser ouvidas e levadas em consideração.

Para se obter uma cotação


Quando você tiver feito uma escolha prévia de dois a três organismos de certificação, é aconselhável
fazer as cotações e se certificar da disponibilidade dos mesmos para realizar a auditoria de
certificação no tempo esperado. Alguns organismos de certificação fazem uma visita preliminar

2
CHF - Franco suíço (N. T.)

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58 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 59

antes de apresentar uma cotação. Essa visita lhe dará a oportunidade para averiguar as
experiências anteriores destes organismos em fazer auditoria de empresas ou organizações
similares e para obter outras informações úteis.

As cotações em geral incluem a taxa de uma única certificação (que cobre um período de três
anos); o custo diário do trabalho de auditoria antes, durante e depois da certificação; os custos de
viagem e custos pessoais. O número de dias de trabalho necessários para cada auditoria irá
depender do tamanho da operação e do local da empresa ou da organização a ser auditada.
Também vale a pena obter as opiniões de outras organizações de sua área de atuação em relação
aos méritos de determinadas agências de certificação antes de fazer sua escolha final.

Para se escolher um organismo de certificação de produtos


O campo de escolha de organismos para a certificação de produtos é geralmente menor, já que os
processos de certificação de produtos nacionais são quase sempre efetuados por organismos
nacionais de normalização ou por instituições, associações ou sociedades especializadas que
fornecem tais serviços como a Sociedade de Engenheiros Automotivos e a Associação de
Fabricantes de Lubrificantes nos Estados Unidos. Da mesma forma, se a certificação de produtos
é um requisito do organismo regulador, seja para o comércio interno, seja para fins de exportação,
a sua escolha está restrita àqueles organismos autorizados ou àqueles que são reconhecidos por
pólos comerciais de diferentes praças.

REFERÊNCIAS
IQNet. Página na Internet: www.iqnet-certification.com/quartino/index.htm. Dá informações
sobre atividades relacionadas aos serviços de certificação internacional da IQNet.
Independent International Organization for Certification (IIOC). Secretariat, c/o BVQI
(H) SA, 70 Borough High Street, Londres SE1 1XF, Reino Unido, Tel.: 44 171 378 8112; Fax:
44 171 403 8163; E-mail: info@byqi.com, Internet: www.eotc.be/EOTCstr/Europmem/iioc.htm.
Participa das reuniões e grupos de trabalho da Cooperação Européia de Acreditação (EA), Fórum
Internacional de Acreditação (IAF), Pacific Accreditation Forum (PAC, Fórum de Acreditação do
Pacífico) e a Associação Internacional de Certificação de Pessoal (IATCA).

Nos últimos anos, a tendência tem sido indicar empresas ou organizações particulares para
conduzir o processo de certificação de determinados produtos. Por exemplo, muitas agências se
tornaram organismos notificados para marcação CE de bens destinados à exportação para a União
Européia. Da mesma forma, alguns NSBs subcontrataram o trabalho de certificação a outras
agências. Por exemplo, a fiscalização do selo da Canadian Standards Association (CSA, Associação
Canadense de Normalização) é conduzida por organismos notificados fora do Canadá. Onde
houver a escolha de organismos de certificação, os critérios de seleção sugeridos incluem: a
imagem que o organismo de certificação tem no mercado, sua localização geográfica, a taxa a ser
paga e restrições, se existirem, feitas pelo importador quanto ao uso de uma agência indicada.

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59 05/02/2009, 15:47
60 Gestão da Qualidade na Exportação

Reconhecimento mútuo entre os organismos de certificação


Vários grupos promovem os interesses dos organismos de certificação e o reconhecimento mútuo
entre seus membros. Um desses grupos é o International Certification Network (IQNet - Rede de
Certificação Internacional) que consiste sobretudo de organismos de certificação sem fins
lucrativos em vários países. O certificado da IQNet se baseia em avaliações regulares conduzidas
por seus pares e na cooperação mundial permanente entre todos os membros da IQNet que
assinaram o IQNet Multilateral Agreement (MLA - Acordo Multilateral). Sob esse acordo, os
membros reconhecem os certificados ISO 9001 e ISO 14001 de todos os outros membros da IQNet
como sendo equivalentes aos seus.

Outro grupo, o Independent International Organization for Certification (IIOC, Organização


Internacional de Certificação Independente), é composto de oito organismos internacionais de
certificação que operam no mundo todo. Os membros da IIOC assinaram um memorando de
entendimento para trabalhar em prol da eliminação da necessidade de avaliação múltipla.

2.3 Que tipo de certificação é necessária para provar


conformidade com os regulamentos técnicos?

Esta talvez seja a mais problemática de todas as questões sobre regulamentos técnicos. A abordagem
varia enormemente de país para país, dentro dos países e de um produto para outro, como
também de um agente regulador para outro. A abordagem pode até depender das autoridades
com as quais se esteja lidando: por exemplo, o mesmo produto pode ter que cumprir requisitos
diferentes daqueles estipulados para outro comerciante. Esses problemas estão no centro de
muitos conflitos que estão sendo tratados por meio de mecanismos da OMC.

De preferência, qualquer regulamento técnico deveria expor, de maneira clara, os requisitos de


avaliação de conformidade que devem ser cumpridos para satisfazer o agente regulador. Na
realidade, esse raramente é o caso e a definição de provas fica por conta do agente regulador, ou
pior, do fornecedor, que tem que adivinhar o que é requisitado. Essa questão, ainda em aberto,
tem sido ressaltada no Comitê de Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC, e será objeto de
numerosos debates e trabalhos nos próximos anos dentro do contexto da implementação do
Acordo do TBT.

Enquanto isso, os exportadores têm que tirar o melhor partido do que está disponível. Em primeira
instância, é importante descobrir, por meio de fontes oficiais no seu mercado-alvo, quem é o
agente regulador. O ponto focal nacional da OMC seria a fonte mais óbvia dessa informação.

Em geral, os agentes reguladores têm uma idéia clara sobre os requisitos de avaliação de conformidade
para cumprir com os regulamentos. Cabe ao exportador se certificar de que a informação sobre tais
requisitos seja dada aos agentes. Os métodos abaixo são os geralmente aceitos:

- Ensaios realizados por laboratórios independentes ou reconhecidos pelo governo;

- Certificação de produtos por organismos de certificação considerados aceitáveis pelo agente regulador;

- Certificação do sistema da qualidade feita por organismos de certificação considerados aceitáveis


pelo agente regulador;

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Certificação de Produtos 61

- Homologação (um sistema específico de garantia de conformidade usado, por exemplo, na


indústria automotiva) por meio de mecanismos governamentais ou reguladores;

- Inspeção de consignação feita pelo governo ou por organizações de terceiros com boa reputação; e

- Declaração de conformidade dos fornecedores.

REFERÊNCIAS
Second Triennial Review of the Operation and Implementation of the Agreement on
Technical Barriers to Trade (Segunda Revisão Trienal de Operação e Implementação do Acordo
sobre Barreiras Técnicas ao Comércio). Comitê de Barreiras Técnicas ao Comércio. 13 de novembro
de 2000. G/TBT/9. Grátis. WTO, Centre William Rappard, rue de Lausanne 154, CH-1211
Genebra 21, Suíça. Tel.: (41-22) 739 5111; Fax: (41-22) 731 4206, E-mail: enquiries@wto.org,
Internet: http://docsonline.wto.org (selecione Search e coloque o símbolo do documento). Expõe a
decisão e as recomendações do Comitê sobre os procedimentos para notificação e troca de informações.
Certification and related activities: Assessment and verification of conformity to
standards and technical specifications (Certificação e atividades afins: Avaliação e verificação
de conformidade com normas e especificações técnicas). Organização Internacional para
Normalização. 1992. ISBN 92-67-10176-5. CHF 80,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra
20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Também se pode obter junto aos organismos nacionais de normalização em países-
membros da ISO (lista em www.iso.org). Descreve as várias maneiras de se verificar conformidade
com as normas.
Development Manual 2 - Conformity assessment (Manual de Desenvolvimento 2 – Avaliação
de conformidade). Organização Internacional para Normalização. 1988. ISBN 92-67-10277-X.
CHF 33,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41
22 749 0947, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também se pode obter com organizações
nacionais de normalização em países-membros da ISO (lista em www.iso.org). Apresenta os conceitos
básicos de avaliação de conformidade e indica os guias internacionais e documentos técnicos que
fornecem informações completas sobre o assunto.

A declaração de conformidade do fornecedor é a abordagem que mais facilita o comércio, mas só


pode ser usada em mercados que possuem um sistema legal bem desenvolvido dispondo sobre
defeitos dos produtos, um sistema punitivo bem definido para o não-cumprimento de requisitos
e mecanismos eficazes de fiscalização de mercados (veja pergunta 24).

A aceitação de resultados de testes, certificação de produtos, certificação de sistema da qualidade


e homologação podem ser verdadeiros obstáculos para o comércio. Perguntas que exigem
respostas claras incluem:

- Quais são exatamente as informações requisitadas pelo agente regulador?

- Quais são os laboratórios aceitáveis para o agente regulador?

- Que instituição certificadora é aceitável para o agente regulador?

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62 Gestão da Qualidade na Exportação

- Em que língua os resultados devem ser apresentados?

- A inspeção conduzida pelo agente regulador ou pelo seu preposto é necessária, e caso seja, quem
é o preposto?

- As mercadorias ficarão retidas sob caução na alfândega para serem inspecionadas e certificadas
antes de serem liberadas para o mercado?

- As mercadorias podem ser inspecionadas e aprovadas na fábrica antes do embarque, e caso


possam, por quem?

Quais as taxas, custos, impostos e outras despesas que devem ser pagas para se obter a aprovação?

Os exportadores devem se certificar de que os requisitos sejam explicados de forma clara e sejam
cumpridos para que se previna a ocorrência de erros onerosos e perda de tempo.

2.4 O meu certificado será aceito em outro país?

A resposta para essa pergunta, tão fundamental para qualquer exportador, é que tudo irá depender.
Não existe uma resposta fácil, seja ela afirmativa ou negativa. Em geral, a aceitação de certificação
de produtos ainda fica restrita ao âmbito nacional ou, em casos excepcionais, ao âmbito regional.
São poucos, se é que existem, os processos de certificação de produtos que desfrutam de uma
aceitação universal. A situação poderá se alterar se o produto estiver ou não dentro dos limites
do regulamento técnico ou se tiver apenas que satisfazer os requisitos do mercado e não àqueles
determinados pelo regulamento técnico. As exigências dos reguladores não são tão facilmente
satisfeitas como as do mercado.

O quadro é um pouco melhor para certificação de sistema (ISO 9000 e ISO 14000, por exemplo). Os
organismos multinacionais de certificação (firmas internacionais com filiais nacionais, regionais
ou locais), e aliados ao uso difundido da acreditação, fizeram com que a certificação de sistemas
fosse minimamente aceita no âmbito internacional.

Existem várias possibilidades para o reconhecimento de seu certificado de produto. Deve-se


consultar o agente regulador do mercado-alvo para saber se existem algumas das condições
descritas abaixo.

Acordos de reconhecimento mútuo (MRAs, do inglês Mutual Recognition Agreements)

Durante as negociações comerciais entre países e blocos comerciais, os governos das partes em
negociação podem assinar acordos de reconhecimento mútuo de sistemas de certificação. Sob
tais condições, os agentes reguladores de um país poderão aceitar produtos certificados de acordo
com o sistema reconhecido pelos outros países signatários do acordo.

Um exemplo típico é o Acordo de 1958 que diz respeito à adoção de prescrições técnicas uniformes
para veículos automotores, equipamentos e peças que podem ser adaptados e/ou usados em
veículos automotores e as condições para o reconhecimento recíproco de aprovações concedidas
com base nessas prescrições. Este acordo é administrado pelo Grupo de Trabalho para o
Transporte Terrestre da UN/ECE (UN/ECE Inland Transport Working Party). Este Grupo é mais

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Certificação de Produtos 63

conhecido na indústria automotiva como UN/ECE WP 29, o ‘Fórum Mundial para a


Harmonização dos Regulamentos de Veículos’ (‘World Forum for Harmonization of Vehicle
Regulations’). Os países que aderiram ao acordo aceitam a certificação de veículos automotivos
e seus componentes por parte de qualquer um dos países signatários.

REFERÊNCIAS
Aligning intentions and implementation in conformity assessment (Adequação de intenções
e implementação na avaliação de conformidade). Em ISO Bulletin, junho de 2000. Assinatura
anual CHF 128,00. ISO, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749
3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Descreve o trabalho do Comitê de Avaliação
de Conformidade da ISO (CASCO) sobre o desenvolvimento de normas internacionais e como as
mesmas afetam as atividades conduzidas por outras organizações.
Facilitating recognition of conformity assessment in the 21st century (Como facilitar o
reconhecimento das atividades de avaliação de conformidade no século XXI). Oficina CASCO/
DEVCO. Em ISO Bulletin, novembro de 2000. Assinatura anual CHF 128,00. ISO, CH-1211,
Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 3430, E-mail: sales@iso.org. Internet:
www.iso.org. Explica a importância de se criar confiança nas atividades de avaliação de conformidade
em todas as partes do mundo e como essa confiança pode ser alcançada.
Second Triennial Review of the Operation and Implementation of the Agreement on
Technical Barriers to Trade. Comitê da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio. 13 de
novembro de 2000. G/TBT/9. Grátis. WTO Centre William Rappard, rue de Lausanne 154, CH-
1211, Genebra 21, Suíça. Tel.: 41 22 739 5111; Fax: 41 22 731 4206, E-mail: enquiries@wto.org,
Internet: http://docsonline.wto.org (selecione Search e coloque o símbolo do documento).
International Electrotechnical Commission System for Conformity Testing and Certification of
Electrical Equipment (IECEE) (Sistema da Comissão Eletrotécnica Internacional para
Avaliação de Conformidade e Certificação de Equipamento Elétrico). Endereço
eletrônico: www.iecee.org. Fornece detalhes do Processo CB, que visa facilitar o comércio de
equipamento elétrico “promovendo a harmonização das normas nacionais com as normas
internacionais e a cooperação entre os certificadores de produtos no mundo inteiro para aproximar os
fabricantes de produtos do conceito ideal de ‘um produto, uma avaliação, um selo’”.

Acordos cooperativos (voluntários)


Os fornecedores de serviços de avaliação de conformidade, tanto nacionais quanto estrangeiros,
podem fazer acordos de reconhecimento voluntário. Entre eles encontram-se os acordos entre
organismos de acreditação e acordos entre determinados laboratórios, organismos de certificação
e de inspeção. Há anos que esses acordos vêm sendo praticados, e eles foram estabelecidos para
criar vantagens comerciais para seus participantes. De tempos em tempos, os governos ou agentes
reguladores reconhecem alguns desses acordos como sendo a base para a aceitação de resultados
de avaliação e certificação nos setores adstritos ao regulamento.

Um exemplo típico no âmbito internacional é o Sistema da Comissão Eletrotécnica Internacional


para Ensaio de Conformidade de Equipamentos Elétricos (conhecido como Processo IECEE CB, do
inglês International Electrotechnical Commission System for Conformity Testing and Certification
of Electrical Equipment). É um acordo multilateral entre os países participantes e as organizações

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63 05/02/2009, 15:47
64 Gestão da Qualidade na Exportação

de certificação. Um fabricante de posse de um relatório de avaliação CB emitido por uma dessas


organizações pode obter a certificação de seus produtos em todos os outros países que são membros
do programa CB. Os agentes reguladores em muitos países aceitam este tipo de certificação.

Acreditação
Os organismos de acreditação têm trabalhado para a harmonização das práticas internacionais
para credenciar organismos de avaliação de conformidade. Isso resultou em redes globais para
facilitar o reconhecimento e a aceitação da certificação. Tais redes são constituídas sob a forma
de acordos de reconhecimento multilateral em que cada participante se compromete a reconhecer
os certificados emitidos por outros organismos que participam do acordo como equivalentes aos
emitidos por eles próprios. De tempos em tempos, os governos e agentes reguladores reconhecem
tais certificados como a base de regulamentos técnicos.

O Fórum Internacional de Acreditação (IAF) é uma das redes internacionais de organizações de


acreditação mais bem conhecidas. O IAF procura se assegurar de que os organismos de
certificação na área de certificação de sistemas de gerenciamento desfrutem de reconhecimento
internacional por meio de seu sistema de reconhecimento de organizações acreditadas.

Indicação governamental
Os governos ou agentes reguladores podem indicar determinados organismos de avaliação de
conformidade, inclusive os localizados fora de seus territórios nacionais, para conduzir ensaios,
processos de certificação ou inspeção relacionados aos regulamentos técnicos.

Um exemplo típico se refere à certificação de pescado industrializado para exportação para a


União Européia. A União Européia indicou os laboratórios da South African Bureau of Standards
(SABS - Bureau Sul-africano de Normalização) para conduzirem testes e processos de certificação
na África do Sul. O pescado industrializado que não tiver sido certificado por uma organização
indicada não é aceito na União Européia, a não ser que novos testes e certificações muito rigorosos
sejam conduzidos dentro do território da União Européia.

Reconhecimento unilateral
Um governo ou agente regulador pode reconhecer unilateralmente os resultados de avaliação de
conformidade obtidos no exterior. O organismo de avaliação de conformidade pode obter
acreditação no exterior de acordo com os sistemas de acreditação internacionais ou regionais
reconhecidos. Na ausência de acreditação, o organismo de avaliação de conformidade pode
provar sua competência por outros meios.

Muitos agentes reguladores aceitam os resultados de testes de organizações estrangeiras. Não


há exemplos específicos porque, em geral, tal reconhecimento não é publicado.

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Certificação de Produtos 65

2.5 Existem sistemas de certificação internacional para produtos?

A certificação de produtos está em uso há mais de cem anos e muitas organizações oferecem esse
serviço. No entanto, enquanto alguns selos adquiriram reconhecimento e larga aceitação em
seus países de origem, existem poucos sistemas internacionais de certificação de produtos em
atividade. Vários guias ISO/IEC foram desenvolvidos acerca da certificação de produtos. Entre
eles incluem-se o Guia ISO/IEC 65:1996 – Requisitos gerais para organismos que trabalham com sistemas de
certificação de produtos (ISO/IEC Guide 65:1996 - General requirements for bodies operating product certification
systems), desenvolvido em 1996, o qual explica os requisitos para se operar organismos de
certificação.

Os processos para certificação internacional de produtos atualmente em operação são descritos abaixo.

Processos da Comissão Eletrotécnica Internacional


- Sistema de Avaliação da Qualidade para Componentes Eletrônicos da IEC (IECQ)

O IECQ – o Sistema de Avaliação da Qualidade da Comissão Eletrotécnica Internacional para


Componentes Eletrônicos (International Electrotechnical Commission Quality Assessment
System for Electronic Components) é o único programa abrangente de aprovação e certificação
por terceiros que existe em todo o mundo. Ele avalia se os equipamentos eletrônicos respeitam os
requisitos da qualidade. Está em operação desde 1982. A declaração de conformidade do fornecedor,
dada sob a supervisão de terceiros, é um elemento essencial do IECQ.

Caso seja de seu interesse, uma empresa ou organização está duplamente aprovada para o IECQ
e para a ISO 9000. As empresas aprovadas também obtêm o reconhecimento de todos os membros,
uma vez que estes estão obrigados a reconhecer individualmente todas as aprovações feitas sob
as instruções do IECQ. A taxa de inscrição na IECQ para a obtenção dessa dupla aprovação pode
ser um pouco mais alta do que para o registro na ISO 9000 em um único país, mas, devido a sua
força no mercado internacional, a aprovação do IECQ pode ser significativamente mais valiosa.

- Processo do IEC para o Reconhecimento de Resultados de Testes para Avaliar o Cumprimento


das Normas de Segurança de Equipamentos Elétricos (IECEE CB)

Neste processo, um fabricante pode obter um Certificado de Teste CB para um determinado


produto, o que indicaria que um organismo nacional de certificação (NCB) testou o produto e
julgou que estivesse em conformidade com uma norma específica. O fabricante pode então
apresentar esse certificado aos NCBs dos países cujos selos de certificação ele quer que apareçam
em seus produtos.

Ao solicitar uma licença para usar esses outros selos, o fabricante deve seguir as regras e
procedimentos do NCB em questão. As regras podem ser diferentes em alguns aspectos, tais
como aqueles que tratam de inspeção de fábricas e do valor a ser pago ao agente responsável.
Quando um NCB exige apresentação de uma licença prévia ou que se faça uma inspeção de rotina
na empresa do fabricante, o próprio NCB que emitiu o certificado de teste pode cumprir com a(s)
exigência(s).

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66 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
An overview of international conformity assessment systems (Uma visão geral de sistemas
internacionais de avaliação de conformidade). Lars Ettarp. Em Export Quality Bulletin, nº 61,
janeiro de 1998. International Trade Centre. Grátis. ITC, Palais des Nations, CH-1211 Genebra
10, Suíça, Te.l: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet:
www.intracen.org. Dá informações sobre os princípios de avaliação de conformidade do Acordo do
TBT. Considera as abordagens antigas e novas de regulamento de produtos na União Européia;
normas internacionais para a avaliação de conformidade, sistemas de avaliação de conformidade e
o comércio mundial; processos de avaliação de conformidade de setores específicos da economia;
sistemas voluntários; e os processos da IEC e da OIML.
International Electrotechnical Commission (IEC, Comissão Eletrotécnica Internacional).
Endereço eletrônico: www.iec.ch/conf_assess-e.htm. Descreve os diferentes processos de avaliação
de conformidade da IEC (IECQ, IECEE, IECEx).
International Organization of Legal Metrology (OIML, Organização Internacional de
Metrologia Legal). Bureau International de Métrologie Légale, 11 rue Turgot, F-75009 Paris,
França; Tel.: 33 (0)1 4878 1282, Fax: 33 (0)1 4282 1727; E-mail: General e-mail: biml@oiml.org,
Internet: www.oiml.org. Descreve o Sistema de Certificação da OIML.
Brushing up on conformity assessment - A layman’s ten-point guide to understanding
the concept and reality (Revisando a avaliação de conformidade – Um guia de dez itens para um
leigo entender o conceito e a realidade). Em ISO Bulletin, maio de 1999. Assinatura anual: CHF
128,00. ISO, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 3430, E-mail:
sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Perguntas simples com respostas simples fornecem uma
introdução elementar para um assunto complexo.

- Processo de Certificação Plena da IEC para Produtos Elétricos (IECEE CB-FCS)


A meta do processo CB-FCS (do inglês IEC Full Certification Scheme for Electrical Products) é
oferecer o processo de certificação de produtos mais abrangente do mundo. É baseado no processo
de reconhecimento mútuo dos certificados de avaliação de conformidade emitidos por seus
membros como base para a certificação de produtos elétricos no âmbito nacional e internacional.
Tal processo reconhece o sistema da qualidade do fabricante, incluindo os métodos de fiscalização
que são empregados nas empresas que fabricam os produtos certificados. Ele estabelece um
programa de acompanhamento após a emissão do certificado para assegurar a estabilidade das
condições do projeto e do método de fabricação.

- Processo IEC de Certificação para Avaliar o Cumprimento das Normas


para Equipamentos Elétricos para uso em Atmosferas Explosivas
(Esquema IECEx)
O objetivo do Processo IECEx (do inglês IEC Scheme for Certification to Standards for Electrical
Equipment for use in Explosive Atmospheres) é o de facilitar o comércio internacional de
equipamentos elétricos destinados ao uso em atmosferas explosivas (de agora em diante
denominado equipamento Ex) por meio:

- Da redução de custos de certificação e de testes para o fabricante,

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Certificação de Produtos 67

- Da redução do tempo para comercialização,

- Do estímulo da confiança internacional no processo de avaliação do produto, e

- Do estímulo à inclusão da informação em um banco de dados internacional.

O processo IECEx dá os meios para os fabricantes de equipamentos Ex obterem certificados de


conformidade que serão aceitos no âmbito nacional em todos os países-membros . Um certificado
de conformidade pode ser obtido junto a qualquer organismo de certificação autorizado por este
processo. O certificado irá atestar que o projeto do equipamento está em conformidade com as
Normas IEC relevantes e que o produto é fabricado conforme um plano da qualidade avaliado
por uma instituição ACB (do inglês, Accepted Certification Body, ou Organismo de Certificação
Aprovado). Os fabricantes em poder de certificados de conformidade podem afixar o selo IECEx
em seus produtos e alegar que esses produtos respeitam os projetos que receberam certificação.

Sistema de Certificação da OIML


Um dos objetivos da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML) é o de promover a
aceitação mútua, por membros da OIML, de resultados de instrumentos e de medição que
cumprem os requisitos da OIML.

O Sistema de Certificação da OIML foi criado em 1991 para ajudar os serviços nacionais de metrologia
legal dos membros da OIML na aprovação de modelos e na promoção do uso de instrumentos de
medição que cumprem os requisitos da OIML. O sistema se aplica àquelas categorias de instrumentos
de medição que estão cobertas por recomendações da OIML ou especificam requisitos metrológicos,
procedimentos de teste e um formato para o resultado dos testes.

O fabricante de um instrumento de medição beneficiado por este sistema pode candidatar-se à


obtenção de um certificado da OIML em um país que participe do sistema. Os testes são conduzidos
de acordo com as recomendações relevantes e um certificado só é emitido se o modelo do
instrumento cumpre todos os requisitos. O certificado pode então ser utilizado pelo fabricante
como prova de que o modelo do instrumento está em conformidade com os requisitos da OIML.

Apesar de o sistema ser voluntário, os membros da OIML são encorajados a usá-lo para evitar
uma duplicação desnecessária na avaliação de padrões nacionais. O sistema se aplica a modelos
de instrumentos, não a instrumentos individuais fabricados de acordo com os padrões.

Marcação CE e outros processos


Alguns processos de certificação, apesar de serem operados em âmbito regional ou nacional, são
muito usados no mundo inteiro. O mais importante é o processo de marcação CE da União
Européia (UE) para produtos que possam apresentar riscos à saúde ou à segurança. Para que tais
produtos sejam comercializados na UE, a marcação CE é obrigatória, independente de terem
sido produzidos dentro ou fora da UE. Existem clientes e importadores fora da Europa que
preferem produtos com o selo CE. O uso do selo é regulamentado por várias Diretrizes da UE.

Outro exemplo é o selo do Underwriters Laboratories (UL), que foi fundado em 1894 nos Estados
Unidos. O selo tornou-se um símbolo reconhecido de segurança contra incêndio, riscos em
instalações elétricas e outros.

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67 05/02/2009, 15:47
68 Gestão da Qualidade na Exportação

2.6 Onde posso obter informações sobre os organismos de


certificação que operam em diversos países?

Certificação de produtos
Para os produtos em setores sob regulamento, você deve entrar em contato com o ponto focal da
OMC estabelecido pelo seu país, conforme o estipulado pelo Acordo do TBT da OMC. O ponto
focal do seu país pode obter, junto aos seus pares em seu mercado-alvo, as informações necessárias
acerca de regulamentos técnicos e procedimentos de avaliação de conformidade estabelecidos.

Em alguns países em desenvolvimento, os organismos nacionais de normalização trabalham


com processos de certificação obrigatória para alguns produtos ou bens. Uma lista dessas
instituições pode ser acessada pelo site da ISO (www.iso.org) como também através do ‘Diretório
mundial de organizações que lidam com normas, regulamentos técnicos, medidas sanitárias e
fitossanitárias, selo ambiental, gestão da qualidade e acreditação’ do ITC (no www.intracen.org).

As informações sobre os organismos de certificação de produtos podem ser obtidas junto aos
organismos nacionais de acreditação. Os endereços estão disponíveis no ‘Diretório mundial’ do
ITC mencionado acima, assim como no site do IAF (www.iaf.nu e www.accreditationforum.com).

No Brasil, o Organismo Nacional de Acreditação é o Instituto Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro. Para maiores informações, consulte o Apêndice
III deste livro

Certificação de sistemas
As informações sobre os organismos de certificação da ISO 9000 e da ISO 14000 são apresentadas
no ‘catálogo ISO de organismos de certificação e de acreditação ISO 9000 e ISO 14000’. O diretório
relaciona o organismo de acreditação (se existir algum no país) e os organismos de certificação
que atuam em cada país. Além disso, fornece informações sobre os organismos de registro de
sistemas da qualidade que operam mundialmente. Estas informações também podem ser obtidas
por meio de organismos nacionais de acreditação (leia informação acima para detalhes sobre
contatos).

Serviços de avaliação de conformidade na Europa


As informações sobre os prestadores de serviços de avaliação de conformidade na Europa podem
ser obtidas no banco de dados TICQA, desenvolvido em conjunto pela Organização Européia de
Avaliação de Conformidade (EOTC, European Organization for Conformity Assessment) e a
Comissão Européia, com o apoio da Associação Européia para o Livre Comércio (EFTA, do inglês
European Free Trade Association). Pode-se buscar informações no banco de dados on-line sobre
aproximadamente 3.200 organismos de avaliação de conformidade que na Europa lidam com
calibração, certificação, inspeção e ensaios. Também existe um sistema disponível fora da web
para consultas detalhadas e especializadas, cujas respostas não são fornecidas pelo banco de
dados on-line.

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68 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 69

REFERÊNCIAS
‘World directory of organizations dealing with standards, technical regulations, sanitary
and phytosanitary measures, eco-labelling, quality management and accreditation.
International Trade Centre. 2001. Grátis. ITC, Palais des Nations, CH- 1211 Genebra 10, Suíça,
Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org.
Fornece uma lista dos nomes e endereços de organizações que podem ser contatadas para a obtenção
de informações sobre normas, garantia da qualidade, acreditação e metrologia.
Directory of ISO 9000 and ISO 14000 Accreditation and Certification Bodies.
Organização Internacional para Normalização. ISBN 92-67-10302-4. CHF 98,00. ISO, Case
postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Fornece uma lista dos organismos de acreditação (onde existem) e de certificação por
país e fornece os detalhes para contato.
European Organization for Conformity. Endereço eletrônico: www.eotc.be. Esse site e o site
TICQA (www.ticqa.eotc.be) dão informações detalhadas sobre 3.200 organismos europeus de
avaliação de conformidade.

2.7 Como a inspeção se relaciona com outras formas de avaliação


de conformidade e qual é o seu papel no comércio internacional?

A palavra inspeção é definida no Guia ISO/IEC 2, Normalização e atividades afins – Vocabulário geral
(ISO/IEC Guide 2, Standardization and related activities - General vocabulary), como: ‘avaliação de
conformidade por observação e julgamento com o acompanhamento apropriado de medições,
ensaios ou aferição’. A ISO/IEC 17020:1998, Critérios gerais para a operação de vários tipos de organismos
que efetuam inspeção (ISO/IEC 17020:1998, General criteria for the operation of various types of bodies performing
inspection), define inspeção como: ‘A análise do projeto de um produto, do produto, serviço, processo
ou fábrica e a determinação de sua conformidade com requisitos específicos ou, tomando por
base um julgamento profissional, a conformidade com requisitos gerais.’

Do ponto de vista histórico, o termo “inspeção” é talvez o de significado mais genérico, na medida
em que abrange elementos de ensaio, medição e certificação. Entretanto, na acepção atual, é
geralmente considerado como sendo o exame visual de produtos, serviços e instalações, o uso de
instrumentos simples, ferramentas e instrumentos de aferição, e o exame e categorização de
mercadoria a granel, levando-se em conta outras provas de conformidade, como é o caso dos
resultados de testes.
Pelo fato de depender muito do exame visual, o resultado de uma “inspeção” geralmente é mais
subjetivo do que o resultado obtido por um exame em bases mais científicas (que talvez não seja
possível ou prático de ser feito). As normas de inspeção são, portanto, definidas de maneira menos
precisa do que as normas de testes realizados, por exemplo, dentro de um laboratório e que dão ao
inspetor critérios substanciais para julgar se um produto ou instalação é adequada para uso.
A inspeção é, freqüentemente, associada a algo mais do que uma avaliação de conformidade feita
em bases técnicas. Também está vinculada à verificação de quantidades, classificação ou graduação
de produtos e serviços, avaliação da suficiência de documentação e outras questões
administrativas.

Apesar de ser provavelmente a forma mais antiga de avaliação de conformidade, a inspeção é a


última a ser incluída nos processos de acreditação, principalmente em virtude de sua forte

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


69 05/02/2009, 15:47
70 Gestão da Qualidade na Exportação

ligação com os regulamentos governamentais, cujo cumprimento e fiscalização competente são


presumidos por lei. Como muitos governos procuram reduzir seu envolvimento direto com
questões operacionais, algumas atribuições que eram anteriormente de responsabilidade das
autoridades governamentais estão sendo legadas ao setor privado. A acreditação é vista como
uma forma de assegurar às pessoas que essas atribuições estão sendo desempenhadas por
organizações e indivíduos competentes.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 2:1996, Standardization and related activities - General Vocabulary.
Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica Internacional. 1996. CHF
176,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail:
sales@iso.org. Internet: www.iso.org. Define termos genéricos normalmente usados na avaliação
de conformidade.
ISO/IEC Compendium, Conformity assessment: Guides and Standards (Compêndio ISO/
IEC, Avaliação de Conformidade: Guias e Normas). 4a ed. Organização Internacional para
Normalização, Comissão Eletrotécnica Internacional. 1999. CHF 104,00. ISO, Case postale 56,
CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org Internet: www.iso.org
Contém, em um único volume, a série de guias ISO/CASCO a respeito da avaliação de conformidade.
ISO/IEC 17020:1998, General criteria for the operation of various types of bodies
performing inspection (ISO/IEC 17020:1998, Critérios gerais para operar os vários tipos de
organismos que trabalham com inspeção). Organização Internacional para Normalização, Comissão
Eletrotécnica Internacional. 1998, CHF 62,00. ISO, Case postale 56, CH –1211, Genebra,
Suíça, Tel.: 41 22 749 0111. E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Define os requisitos
para operar organismos de inspeção e as instituições que os credenciaram.
ISO/IEC TR 17010:1998, General requirements for bodies providing accreditation of
inspection bodies (ISO/IEC TR 17010:1998, Requisitos gerais para organismos que credenciam
organismos de inspeção). Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica
Internacional. 1998. CHF 62,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22
749 0111, E-mail: sales@iso.org Internet: www.iso.org Define os requisitos para operar organismos
de inspeção e as instituições que os credenciaram.
Guidelines on the application of EN 45004 (Diretrizes para a aplicação da EN 45004).
Cooperação Européia de Acreditação. EA-5/01. Grátis. Tel.: 33 1 44 68 8225. Internet:
www.european.accreditation.org. Também pode ser obtido com membros da EA.

A maioria dos países tem uma equipe de agentes oficiais para satisfazer as necessidades de seus
sistemas nacionais de regulamento, especialmente nas áreas de saúde e segurança. Os inspetores
normalmente examinam o produto, o local ou a instalação dos equipamentos e avaliam seu grau
de conformidade com os requisitos regulamentares relevantes, talvez levando em conta outras
provas tais como calibração ou resultados de testes fornecidos por outras fontes. Os inspetores
oficiais têm, freqüentemente, poderes consideráveis para instaurar processos ou para forçar o
cumprimento dos requisitos regulamentares.

Apesar de estas equipes normalmente não se envolverem diretamente com o comércio, sempre
terão em mente o estado do produto no momento de sua instalação ou de seu uso. Os exportadores
devem, portanto, estar bem informados acerca dos sistemas regulamentares que existem nos

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70 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 71

mercados de seu interesse. A barreira legal ou requisito pode não ter validade até o momento da
instalação do produto ou de seu uso. Por exemplo, vasos de pressão de grandes dimensões e
elevadores geralmente são submetidos a exames cuidadosos de cumprimento de exigências
somente no momento da instalação e durante o seu uso. Isso ocorre com freqüência naqueles
países em que os governos estaduais e municipais, ao invés do governo central, possuem a
autoridade para criar os regulamentos relevantes.

Muitos países também usam inspetores oficiais para efetuar inspeções com o intuito de permitir
que o processo de importação, exportação, ou ambos, se complete. Os governos, por exemplo,
podem querer evitar a entrada, em seu território, de qualquer produto pertencente às categorias
específicas que não respeitam os requisitos de conformidade. Produtos alimentícios exportados
para a Europa, o Japão e os Estados Unidos são exemplos daquilo que pode estar sujeito a inspeção
antes do embarque. Da mesma forma, os governos podem ter preocupações específicas sobre
questões de saúde e segurança ligadas a certos produtos importados. Portanto, insistem que
estes sejam inspecionados no momento da entrada em seus territórios. Os animais, por exemplo,
podem ficar de quarentena por um tempo.

No setor privado, a inspeção é uma parte importante de qualquer processo geral de avaliação de
conformidade e garantia da qualidade. A inspeção durante os processos de desenvolvimento do
produto e durante a sua utilização é um elemento fundamental, tanto da gestão da qualidade
quanto da gestão da segurança em fábricas. A inspeção feita antes do embarque é um elemento
fundamental das operações de garantia da qualidade de quase todos os fabricantes. As mercadorias
para exportação estão quase sempre sujeitas a algum tipo de inspeção, que será feita antes do
embarque, pelo fabricante ou por um organismo comercial de inspeção. Neste caso, a inspeção
desempenha os muitos papéis associados ao processo de certificação e irá envolver as várias
questões administrativas já mencionadas.

Não é raro encontrar boas relações de trabalho entre equipes de inspeção de países importadores
e exportadores, o que, na prática, faz com que os resultados das inspeções oficiais de exportação
sejam aceitos no porto de entrada do produto. No entanto, tais relações exigem confiança mútua,
o que pode levar alguns anos para se estabelecer.

A ISO/IEC 17020, Critérios gerais para o funcionamento dos vários tipos de organismos que trabalham com
inspeção, como indica seu título, é a norma para a operação de organismos de inspeção. Apesar de
a inspeção ter elementos comuns aos ensaios e à certificação, ela possui características únicas.
Portanto, a norma ISO/IEC 17020 é bem diferente da norma sobre ensaios, mas guarda com ela
uma relação de equivalência (ISO/IEC 17025, Requisitos gerais para a competência de laboratórios de
calibração e ensaio) e o guia de certificação de produtos (Guia ISO/IEC 65, Requisitos gerais para organismos
que operam sistemas de certificação de produtos). A ISO/IEC 17020 presta menos atenção aos elementos
que constituem o sistema da qualidade e mais atenção ao aspecto técnico do processo de inspeção.

A ISO/IEC TR 17010, Requisitos gerais para organismos que credenciam organismos de inspeção, é a norma
que regula as entidades que credenciam os organismos de inspeção. Uma vez que existe uma
justaposição de papéis, a acreditação da inspeção pode ser empreendido tanto pelos organismos
com larga experiência em acreditação de laboratórios quanto por aqueles que trabalham
fundamentalmente com certificação. No entanto, os organismos de acreditação de laboratórios
são os mais ativos na área.

A Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC) e o Fórum Internacional de


Acreditação (IAF) deliberam em conjunto sobre os assuntos relacionados com a acreditação de
organismos de inspeção. Em 2001, o único acordo de reconhecimento mútuo nesse campo referia-
se às instituições de acreditação da Austrália e da Nova Zelândia. Um dos objetivos da cooperação
ILAC/IAF é o desenvolvimento de um MRA multilateral.

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71 05/02/2009, 15:47
72 Gestão da Qualidade na Exportação

2.8 Qual é a Nova Abordagem da União Européia para o


regulamento de produtos e qual é a sua Abordagem Global
para a avaliação de conformidade?

Nova Abordagem
Dentro da União Européia, o fluxo livre de mercadorias era dificultado por normas e regulamentos
técnicos que divergiam de país para país. As restrições ao fluxo livre de mercadorias podiam ser
evitadas por meio da harmonização dos regulamentos técnicos, o que demandava tempo, já que
era necessário chegar-se a um acordo sobre as diversas características técnicas dos produtos
envolvidos.

Duas decisões judiciais prolatadas pelo Tribunal de Justiça Europeu deram à Comissão Européia
algumas orientações interpretativas na aplicação de regras sobre a livre movimentação de
mercadorias:

- No caso Cassis de Dijon (1979), o Tribunal declarou que os produtos fabricados ou comercializados
legalmente em um país deveriam, em princípio, poder circular livremente por toda a Comunidade
Européia; e

- No caso Produtos Biológicos, o Tribunal declarou que as autoridades públicas de um país não têm
o direito de exigir que os testes já realizados em outro Estado-membro sejam refeitos
desnecessariamente.

Então, em 1985, o Conselho Europeu adotou um enfoque que denominou de Nova Abordagem para
a harmonização técnica e a normalização. Esta Abordagem expõe os seguintes princípios:

- A harmonização legislativa é limitada aos requisitos essenciais que devem ser respeitados pelos
produtos comercializados na UE. Esses requisitos estão dispostos em Diretrizes referentes a
produtos reunidos por grupo, isto é, uma Diretriz específica para equipamentos de proteção
pessoal, ao invés de uma Diretriz para um único produto desta categoria.

- As especificações técnicas que cumprem com os requisitos essenciais são estabelecidas em normas
harmonizadas.

- Embora a aplicação de normas harmonizadas seja voluntária, ela indica uma presunção de
conformidade.

- Os fabricantes podem continuar a aplicar as especificações técnicas além daquelas estabelecidas


em normas harmonizadas.

REFERÊNCIAS
Guide to the Implementation of Directives based on the New Approach and the Global
Approach (Guia para Implementação de Diretrizes baseadas na Nova Abordagem e na Abordagem
Global). Comissão Européia. 2000. Grátis. European Union Office for Publications (EUR-OP), 2
rue Mercier, L-2985 Luxemburgo, E-mail: Entr-Conformity-Mra@cec.eu.int, Internet: http://
europa.eu.int/comm/enterprise/newapproach/newapproach.htm. Apresenta as medidas
desenvolvidas para assegurar a livre circulação de mercadorias com o selo CE.

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72 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 73

The New Approach - Legislation and Standards on the Free Movement of Goods in
Europe (A Nova Abordagem – Legislação e Normas Sobre a Livre Circulação de Mercadorias na
Europa). CD-ROM, 3a edição. CEN/CENELEC/ETSI. 2000. Referência para encomenda:
NEWAP2000 – 02CD. ON-CEN Sales Point, Austrian Standards Institute, PB 130, Heinestrasse
38, A-1021, Viena, Áustria, Fax: 43 1 213 00 818, E-mail: ocsp@on-norm.at, Internet: www.on-
norm.at. Apresenta o alcance das Normas Européias harmonizadas e faz um elenco dos planos de
normas adotados pela CEN, CENELEC e ETSI que apóiam as Diretrizes da Nova Abordagem.
New and Global Approach (Abordagem Nova e Global). CD-ROM. European Organization
for Conformity Assessment. 2001. EOTC, 15 rue d’Egmontstraat, B-1000 Bruxelas, Bélgica,
Tel.: 32 2 502 4141, Fax: 32 2 502 4239, Internet: www.eotc.be. Aborda os requisitos essenciais,
o papel das normas, as responsabilidades das partes envolvidas, procedimentos de avaliação de
conformidade, os sistemas de controle de produto e de garantia da qualidade e marcação CE.
ISO Directory of ISO 9000 and ISO 14000 Accreditation and Certification Bodies
(Diretório ISO dos Organismos de Acreditação e Certificação da ISO 9000 e ISO 14000).
Organização International para Normalização. 2001. ISBN 92 – 67-10302-4. CHF 98,00. ISO,
Case postale 56, CH-1211, Genebra 20 Suíça, Tel.: 41 22 749 01 11, Fax: 41 22 749 34 30, E-
mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também pode ser obtido por meio dos organismos
nacionais de normalização em países-membros da ISO. Fornece uma lista de organismos de
acreditação e organismos de certificação por país; dá detalhes para contatos.

A Nova Abordagem refere-se, entre outros produtos, a vasos de pressão simples, brinquedos,
máquinas, aparelhos a gás, aparelhos médicos e materiais de construção. Não é aplicável a
alimentos, produtos químicos e farmacêuticos.

Abordagem Global
A Abordagem Global para certificação e ensaios foi apresentada em 1989 e atualizada em 1993.
Baseia-se em uma abordagem modular da avaliação de conformidade, na designação de organismos
notificados e marcação CE.

Os módulos básicos para avaliação de conformidade são:

- Controle interno de produção (Módulo A);

- Apreciação técnica do modelo EC (Módulo B);

- Conformidade com o tipo (Módulo C);

- Garantia da qualidade da produção (Módulo D);

- Garantia da qualidade do produto (Módulo E);

- Verificação do produto (Módulo F);

- Verificação da unidade (Módulo G); e

- Garantia da qualidade plena (Módulo H).

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73 05/02/2009, 15:47
74 Gestão da Qualidade na Exportação

Os módulos C, D, E, e F, que lidam com a fase de produção, são usados junto com o Módulo B, que
enfoca a fase de projeto. Os fabricantes têm várias opções para realizar os procedimentos de avaliação
de conformidade, dependendo da etapa em que se encontra o desenvolvimento do produto, do tipo de
avaliação envolvida e da pessoa que vai realizar a avaliação (o fabricante ou terceiros).

Os organismos notificados são indicados pelos países-membros da UE para realizar tarefas de


avaliação de conformidade referidas pelas Diretrizes da Nova Abordagem pertinentes à matéria.
Uma lista dessas instituições está publicada na Revista Oficial das Comunidades Européias (Official
Journal of the European Communities). Esta lista também pode ser obtida no site http://europa.eu.int/
comm/enterprise/newapproach/legislation/nb/notified-bodies.htm.

Em geral, os produtos cobertos pelas Diretrizes da Nova Abordagem devem ter o selo CE antes
de entrar em mercados da UE. O selo indica uma declaração da pessoa responsável (o fabricante,
o importador etc.) de que:

- O produto está em conformidade com todas as condições estipuladas pela União Européia; e

- Os procedimentos apropriados de avaliação de conformidade estão completos.

Algumas diretrizes da Nova Abordagem não exigem a marcação CE. Os exemplos são as Diretrizes
que regulam embalagens e sobras de embalagens assim como equipamento marítimo.

Para os brinquedos, os fabricantes podem escolher entre o Módulo A (caso o processo de


manufatura esteja dentro das Normas Européias) ou os Módulos B e C (caso o processo de
manufatura não esteja dentro das Normas Européias). Para o Módulo A, os fabricantes devem
apresentar uma declaração de conformidade do fornecedor. Para o Módulo B, precisam de uma
avaliação feita por um organismo notificado.

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74 05/02/2009, 15:47
Certificação de Produtos 75

2.9 O que é uma declaração de conformidade pelo “fornecedor”?

A declaração de conformidade do fornecedor é um ‘procedimento pelo qual um fornecedor apresenta


uma garantia por escrito de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com
requisitos específicos’. O fornecedor pode ser um fabricante, distribuidor, importador, montador
ou uma organização de serviços. (O Guia ISO/IEC 22, Critérios gerais para declaração de conformidade do
fornecedor [ISO/IEC Guide 22, General criteria for supplier’s declaration of conformity], especifica que, para
evitar confusão, a expressão ‘auto-certificação’ não deve ser usada, já que ‘certificação’ geralmente
significa uma certificação por terceiros). Os fornecedores assumem total responsabilidade sobre
suas declarações, as quais devem se basear em ensaios ou avaliação próprios, feitos em segunda
instância ou por terceiros.

Os conteúdos mínimos de uma declaração de conformidade do fornecedor são os seguintes:

- Nome e endereço do fornecedor;

- A identificação do produto, processo ou serviço;

- A declaração de conformidade;

- Os documentos normativos de referência (normas, regulamentos técnicos etc.);

- A data e o local da emissão da declaração; e

- As assinaturas autorizadas apresentadas em nome do fornecedor.

Em alguns casos, a declaração de conformidade do fornecedor já é um procedimento aceito de


avaliação de conformidade. Por exemplo, desde 1973 tem sido um meio aceito de comprovar
conformidade com os requisitos de segurança para aparelhagem elétrica sob a Diretriz para
Baixa Voltagem da União Européia (Diretriz do Conselho de 19 de fevereiro de 1973 sobre a harmonização
das leis dos países-membros em relação a equipamento elétrico projetado para o uso dentro de certos limites de
voltagem - Council Directive of 19 February 1973 on the harmonization of the laws of Member States relating
to electrical equipment designed for use within certain voltage limits).
A Cooperação da Indústria sobre Avaliação de Conformidade e Normas (ICSCA, do inglês Industry
Cooperation on Standards & Conformity Assessment), um grupo informal, mas em geral
equilibrado, de normas corporativas e representantes de setores industriais de 14 países, reúne
mais de 50 empresas ativas em todo o mundo e 13 associações de indústria. A ICSCA defende a
declaração de conformidade do fornecedor como sendo o método preferido para demonstrar
conformidade com os regulamentos.

A ICT Industry Green Paper on a Global Product Conformity Assessment System for the Future (Estudo da
ICT sobre um Sistema Global de Avaliação de Conformidade de Produtos para o Futuro),
recomenda firmemente a declaração de conformidade do fornecedor, sem a intervenção
obrigatória de terceiros, como um sistema para demonstrar conformidade. O trabalho argumenta
que tal sistema é rápido, justo, flexível e seguro e elimina atrasos para a aprovação do produto.
Para que a declaração de fornecedor seja eficaz, um sistema de fiscalização de mercado em bom
funcionamento é um pré-requisito, e é desejável que haja um sistema legal que trate da proteção
do consumidor e defeitos do produto.

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75 05/02/2009, 15:47
76 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 22:1996, General criteria for supplier’s declaration of conformity.
Organização Internacional para Normalização. 1996. CHF 38,00. ISO, Case postale 56, CH –
1211, Genebra 20 Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947. E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Também pode ser obtido junto aos organismos nacionais de normalização
em países-membros da ISO.
ICT Industry Green Paper on Global Product Conformity Assessment System for the
Future. União Internacional de Telecomunicações. Agosto de 2000. O documento pode ser ‘baixado’
por portadores de senhas do site www.itu.int/itudoc/itu-r/sg8/docs/wp8f/2000-03/contrib/
036e.html. Lida com tecnologias de comunicação e informação; um capítulo examina a declaração
de conformidade do fornecedor.
Industry Cooperation on Standards & Conformity Assessment (ICSCA). Endereço eletrônico:
www.icsa.org.au. Dá informações sobre a política da ICSCA sobre declaração de conformidade
do fornecedor. A ICSCA trabalha para fomentar o comércio por meio de aplicações adequadas das
normas industriais; enfoca os requisitos de avaliação de conformidade e as maneiras de melhorar o
sistema global de desenvolvimento de normas.

A Segunda Revisão Trienal da Implementação e Operação do Acordo do TBT considerou a ‘declaração do


fabricante/fornecedor’ como uma abordagem para facilitar a aceitação dos resultados de
avaliação de conformidade e para encorajar o comércio. A declaração do fornecedor pode ser
uma abordagem menos onerosa para garantia de conformidade, quando utilizada em
circunstâncias apropriadas, isto é, para produtos de baixo risco, tais como equipamentos de
baixa voltagem. A Revisão observou que, com essa abordagem, o fabricante, e não o regulador,
tem a responsabilidade de assegurar que os produtos que estejam entrando em um mercado
cumpram com os regulamentos técnicos. Em geral, o sistema de declaração do fornecedor é
apoiado por:

- Fiscalização adequada do mercado;

- Penalidades pesadas para declarações falsas ou enganosas;

- Um ambiente regulador adequado; e

- Um regime definido que estipule conseqüências para defeitos de fabricação

Pode-se argumentar que a declaração do fornecedor não é adequada para fins regulamentares
nos países em desenvolvimento que não possuem a infra-estrutura administrativa e legal para
torná-la eficaz.

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3
Ensaio

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78 05/02/2009, 15:47
Ensaio 79

3.1 O que é ensaio? Por que ele é importante no comércio


internacional?

Para os propósitos deste livro, são consideradas definitivas as definições de ‘teste’ e ‘ensaio’
dadas no Guia ISO/IEC 2:1996 Standardization and related activities - General Vocabulary (Normalização
e atividades afins - Vocabulário geral), publicado conjuntamente pela ISO e pela IEC.

O termo teste é usualmente associado com a realização de medições ou exames técnicos a partir
dos quais uma pessoa competente pode determinar se um produto ou serviço atende aos requisitos
especificados pelas autoridades reguladoras ou pelos clientes. Os testes típicos envolvem medição
de dimensões, composição química, pureza microbiológica, além da força e de outras
características físicas de materiais ou estruturas. O ensaio inclui também a avaliação de
segurança elétrica, ausência de falhas físicas como rachaduras, e outros defeitos que podem
causar problemas de funcionamento.

O ensaio é o principal meio, mas não o único, de se determinar se um produto, processo ou serviço
preenche os requisitos dos regulamentos ou outros especificados. A atividade geral é denominada
de avaliação de conformidade e seus outros elementos são chamados inspeção e certificação. Geralmente,
alguns testes são necessários para cumprir as tarefas de inspeção e de certificação.

O ensaio é normalmente feito em laboratórios, seja antes do produto ser enviado ou no momento
da sua entrega ao cliente. No entanto, em muitos casos, pode ser feito em campo ou após a
entrega ou instalação do produto.

Grande número de organismos que lidam com políticas de comércio, tais como a OMC, a Comissão
Européia e o Asia-Pacific Economic Cooperation forum (APEC, Fórum de Cooperação Econômica Ásia-
Pacífico) têm afirmado que a falta de aceitação ou reconhecimento de resultados de testes de
outros países é um dos mais sérios entraves ao livre comércio. As autoridades reguladoras e os
compradores de produtos comerciais estrangeiros, freqüentemente, exigem que os laboratórios
por eles designados façam ensaios no porto de entrada de produtos importados ou na entrega –
mesmo quando ensaios adequados já tiverem sido realizados no país de fabricação.

Tais políticas são vistas como barreiras técnicas ao comércio, pois aumentam os custos devido à
duplicidade de requisitos e aos atrasos. Se os ensaios realizados no local de fabricação forem
feitos de forma correta e de acordo com as exigências do cliente ou do mercado importador, não
há razão técnica para que o produto seja testado novamente, a não ser que as condições de
transporte tenham causado sua deterioração.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 2:1996 Standardization and related activities – General vocabulary
(Guia ISO/IEC 2:1996 Normalização e atividades afins – Vocabulário Geral). Organização
Internacional para Normalização (ISO), Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), 1996. CHF1
176,00. Case postale 56 CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111. E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Define os termos comumente usados na avaliação de conformidade.

1
CHF - Franco suíço (N. T.)

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80 Gestão da Qualidade na Exportação

ISO/IEC Compendium, Conformity assessment: Guides and Standards, 1999 (Compêndio


da ISO/IEC, Avaliação de conformidade: Guias e Normas, 1999). Organização Internacional para
Normalização, Comissão Eletrotécnica Internacional, ISBN 92-67-10287-7. CHF 104,00. ISO,
Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Apresenta a série de guias ISO/CASCO (Comitê ISO para Avaliação de
Conformidade) sobre avaliação de conformidade em um único volume.

Um fabricante prudente irá sempre se assegurar de que um produto que não apresenta
conformidade não seja enviado para entrega/venda e fará com que seja projetado e testado de
acordo com as exigências do mercado estrangeiro antes do embarque. Qualquer atraso na entrada
do produto no mercado estrangeiro reduz suas vantagens competitivas pois os custos aumentam
(por exemplo, ao ser testado novamente) e os pagamentos atrasam beneficiando, desta forma, os
fornecedores locais. Se os ensaios no país exportador forem realizados de forma competente, a
necessidade de novos testes é muitíssimo reduzida.

À medida que produtos manufaturados tornam-se tecnicamente mais sofisticados e as exigências


do mercado mais rigorosas, o ensaio se tornará parte cada vez mais importante dos protocolos
comerciais. Com a mudança para um comércio mais livre, será cada vez mais necessário o
reconhecimento dos ensaios realizados no país de origem, mas isso só acontecerá se os usuários
finais puderem confiar na competência dos laboratórios que conduzem os testes.

REFERÊNCIAS
Testing, Quality Assurance, Certification and Accreditation - ILAC 12:1994 (I Series)
[Ensaios, Garantia da Qualidade, Certificação e Acreditação - ILAC 12:1994 (Série I)]. Cooperação
Internacional de Acreditação de Laboratórios. AUD2 20,00 por cópia impressa; pode ser ‘baixado’
gratuitamente do site da ILAC. Descreve as relações entre os vários elementos da avaliação de
conformidade.
The Role of Testing and Accreditation in International Trade - ILAC 13:1996 (I Series)
[O Papel dos Ensaios e da Acreditação no Comércio Internacional - ILAC 13:1996 (Série I)].
Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios. AUD 20,00 por cópia impressa; pode ser
‘baixado’ gratuitamente do site da ILAC. Discute a crescente importância dos testes e da acreditação
no comércio internacional.
ILAC, c/o National Association of Testing Authorities (NATA), 7 Leeds Street, Rhodes,
NSW 2138, Austrália, Tel.: 61 2 9736 8374, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet
www.ilac.org.

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80 05/02/2009, 15:47
Ensaio 81

3.2 Onde posso testar meus produtos para saber se estão de


acordo com as normas e exigências regulamentares?

Na verdade, há dois aspectos implícitos nesta questão. O primeiro tem a ver com o fato de o
fabricante procurar confirmar se seu produto atende às exigências e, o segundo, com a obrigação
de fornecer resultados de testes a uma autoridade reguladora ou a um cliente. Para qualquer dos
propósitos, é essencial que o laboratório tenha capacidade para realizar os testes exigidos pelas
normas ou regulamentos.

É claro que as exigências do cliente devem ser definidas em especificações e contratos de compra,
mas os requisitos regulamentares nem sempre são claramente definidos ou encontram-se
prontamente disponíveis. Um fabricante que deseja entrar em um novo mercado ou que tenha
dúvidas a respeito dos requisitos deverá entrar em contato com um ponto focal da OMC no seu
país (veja pergunta 4) e informar-se sobre as barreiras técnicas ao comércio do país importador.
Alguns países têm mais de uma autoridade reguladora para um único produto e o ponto focal da
OMC deve ser capaz de encaminhar os fabricantes ou seus representantes à agência ou agências
reguladoras. O representante do fabricante também deve se certificar de que entende as exigências
regulamentares do mercado.

Independentemente de os resultados dos testes serem ou não aceitáveis por essas agências, é
prudente certificar-se, antes de despachar o produto, de que ele preenche todos os requisitos. Isso
reduzirá ao mínimo os custos com novos ensaios e evitará despesas com o transporte de produtos
rejeitados. Devido aos custos embutidos relacionados à rejeição de produtos, é menos dispendioso
certificar-se de que um produto que não apresenta conformidade não será enviado às agências
reguladoras nem ao cliente.

Nos países em que as agências reguladoras aceitam a declaração de conformidade dos fabricantes,
é da responsabilidade dos fabricantes selecionar um laboratório adequado. Ao fazer essa seleção,
o fabricante deve certificar-se de que o laboratório tem capacidade para incumbir-se dos testes
específicos exigidos. O risco que se corre é de o laboratório ser competente e ter uma boa reputação
em um campo, mas não possuir nenhuma experiência nos testes estipulados para um produto
ou mercado específico. É responsabilidade do fabricante se certificar de que ambos os critérios
sejam atendidos.

Um problema comum é que os fabricantes nem sempre entendem que, quando se trata de
exportações, as exigências do mercado importador é que devem ser preenchidas. Os testes
realizados para satisfazer os mercados domésticos são, via de regra, insuficientes ou irrelevantes.

Os organismos de acreditação também deveriam levar em conta esses fatores ao avaliar um


laboratório que almeja servir os setores de exportação. Quando um fabricante se baseia na
acreditação para selecionar um laboratório, é crucial qualquer evidência que este possa apresentar
para demonstrar sua competência em relação ao mercado importador.

REFERÊNCIAS
World Trade Organization (Organização Mundial do Comércio). Centre William Rappard,
154 rue de Lausanne, CH-1211 Genebra 21, Suíça, Tel.: 41 22 739 5111, Fax: 41 22 731 4206.
E-mail: enquiries@wto.org, Internet: www.wto.org. A OMC pode fornecer informações detalhadas
de como entrar em contato com os pontos focais de todos os Estados-membros.

2
AUD - Dólar australiano (N. T.)

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81 05/02/2009, 15:47
82 Gestão da Qualidade na Exportação

International Laboratory Accreditation Cooperation. c/o NATA, 7 Leeds Street,


Rhodes, NSW 2138, Austrália, Tel.: 61 2 9736 8374, Fax: 61 2 9736 8373, E-mail:
ilac@nata.asn.au, Internet www.ilac.org. Os membros da ILAC fornecem detalhes
da capacidade de ensaio e medição dos laboratórios certificados dentro de sua área
de competência; informações sobre como contatá-los estão disponíveis no site da
ILAC ou através de seu Secretariado.

Quando os resultados de teste de um produto têm que ser submetidos às autoridades reguladoras
para que seja permitida sua entrada em um mercado, é necessário que essas autoridades
reguladoras reconheçam o laboratório que realizou os testes. Em muitos casos, pode tratar-se de
um laboratório operado pela própria autoridade ou de um dos poucos por ela indicados (nenhum
outro laboratório é aceito). Às vezes, essas autoridades aceitam dados de qualquer laboratório
respeitado; no entanto, cada vez mais elas aceitam somente dados de laboratórios acreditados.
Em quaisquer circunstâncias, o fabricante deve informar-se junto à autoridade reguladora no
país importador a respeito de sua política de aceitação de resultados de testes obtidos de fontes
nacionais e estrangeiras.

Todo organismo nacional de acreditação mantém diretórios de laboratórios dentro de sua área
de competência; esses diretórios fornecem informações sobre como contatá-los, descrições da
abrangência dos ensaios e das faixas de medição disponíveis. Há também diretórios comerciais
de laboratórios, mas estes não têm autoridade para avaliar a capacidade dos laboratórios listados.

No Brasil, a Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio – RBLE é o conjunto de laboratórios


acreditados pelo Inmetro, que executa serviços de ensaio. Aberto a qualquer laboratório nacional
ou estrangeiro, que realize ensaios e atenda aos critérios do Inmetro, a Rede tem como objetivos:
aperfeiçoar e reconhecer oficialmente laboratórios no país, promover a aceitação dos dados de
ensaio de laboratórios acreditados, tanto nacional quanto internacionalmente, facilitando, desta
forma, o comércio interno e externo.

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82 05/02/2009, 15:47
Ensaio 83

3.3 Como posso me certificar de que o resultado do teste do


meu produto será aceito no mercado internacional?

A OMC considera a falta de aceitação de resultados de teste a maior barreira ao comércio e não
existe uma resposta universal para esta pergunta. É uma questão que varia de mercado para
mercado e, na verdade, de entidade reguladora para entidade reguladora, e que o fabricante deve
responder antes de buscar a entrada em um determinado mercado.

Um organismo regulador pode recorrer a qualquer uma das seguintes opções para a aceitação de
resultados de teste:

- Aceitar qualquer resultado de teste.

- Aceitar resultados de teste de um laboratório que tenha estabelecido uma boa reputação junto
a uma entidade reguladora.

- Aceitar resultados de teste de um laboratório certificado pelo organismo nacional de acreditação


no mercado importador, desde que tenha sido endossado pelo mesmo.

- Se existirem acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos de acreditação, estes


aceitarão os resultados dos testes apresentados por um laboratório certificado por qualquer das
partes acordadas.

- Só aceitar resultados de teste de um laboratório operado pela agência reguladora em questão.

Em todos os casos acima, exceto no último, a agência responsável pela aceitação poderá, às vezes,
exigir que o laboratório de ensaio seja independente do fabricante. No entanto, poderá aceitar o
uso das instalações de teste do próprio fabricante.

Há uma tendência crescente no sentido de se admitir que o mais importante é a competência e


não a quem pertence o laboratório. Por essa razão pode-se aceitar o uso das instalações do
próprio fabricante. Na medida que os acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos de
acreditação se desenvolvem e amadurecem, caem algumas das antigas barreiras. No entanto,
algumas autoridades reguladoras relutam em desfazer-se de processos e políticas que por tanto
tempo lhes prestaram um bom serviço.

REFERÊNCIAS
Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios. Site na internet: www.ilac.org.
Os vários processos de acreditação de laboratórios operados em todo o mundo cooperam entre si
através da ILAC. Essa Cooperação assiste e aconselha países que estão desenvolvendo seus próprios
sistemas de acreditação de laboratórios. Juntamente com a ILAC, algumas regiões estabeleceram
suas próprias estruturas de cooperação para acreditação, notadamente a Europa (EA), a Ásia e o
Pacífico (APLAC). Essas estruturas regionais trabalham em harmonia com a ILAC e estão
representadas na sua diretoria. A ILAC está incentivando o desenvolvimento de cooperação regional
em outras partes do mundo.

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83 05/02/2009, 15:47
84 Gestão da Qualidade na Exportação

European Co-operation for Accreditation (EA) [Cooperação Européia de Acreditação]. Site


na internet: www.european-accreditation.org. Uma fusão da EAC (European Accreditation of
Certification – Organização Européia de Acreditação da Certificação) e da EAL (European
Cooperation for Accreditation of Laboratories – Cooperação Européia para a Acreditação de
Laboratórios), a EA engloba todas as atividades de avaliação de conformidade: ensaio e calibração,
inspeção, certificação de sistemas de gerenciamento, certificação de produtos e certificação de pessoal.
Cooperação da Ásia e do Pacífico de Acreditação de Laboratórios (APLAC).
Organizações de grupos na região da Ásia-Pacífico responsáveis pela acreditação
de instalações de ensaio e inspeção. Os membros da APLAC avaliam laboratórios e
agências de inspeção de acordo com as normas internacionais e os credenciam como
competentes para realizar testes ou inspeções específicas. A APLAC começou em
1992 como um fórum destinado a possibilitar que os organismos de acreditação
trocassem informações, harmonizassem procedimentos e desenvolvessem acordos
de reconhecimento mútuo para a aceitação de resultados de testes e de inspeções
acreditados além de suas fronteiras.

Vários acordos entre governos determinam as condições do comércio bilateral de um número


limitado de produtos. Alguns desses acordos permitem que os ensaios sejam feitos no país de
origem e quase sempre especificam os laboratórios aceitáveis. Ocasionalmente, os governos
reconhecem, de modo unilateral, certos acordos de certificação internacional. Nesta categoria de
acordos estão o Australia/European Commission Wine Agreement (Acordo do Vinho da Comissão
Austrália/Europa), acordos bilaterais sobre a segurança de aeronaves e acordos de reconhecimento
do Processo IECEE CB da segurança de equipamentos elétricos (veja a pergunta 20).

Na maioria dos mercados as autoridades reguladoras individuais são responsáveis pela


determinação das exigências de entrada e não é raro encontrar, em um único país, diferentes
parâmetros de aceitação de resultados de teste de laboratórios estrangeiros. As autoridades
reguladoras em diferentes áreas de atuação são livres para definir os seus próprios requisitos de
avaliação de conformidade, sem levar em consideração a política de outros agentes reguladores. A
decisão final é sempre de uma determinada autoridade reguladora e os fabricantes devem observar
as exigências de cada mercado antes de tentar obter permissão de entrada para seus produtos.

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84 05/02/2009, 15:47
Ensaio 85

3.4 Como devo proceder para instalar meu próprio laboratório


de ensaio?

Algumas empresas instalam laboratórios de ensaio por várias razões, mas geralmente o fazem
porque necessitam do serviço e entendem que seus interesses serão melhor atendidos por meio
da criação de tais estabelecimentos. Outras podem vislumbrar a oportunidade comercial de
prestar serviços a terceiros.

As grandes empresas, freqüentemente, encontram na conveniência do acesso imediato a


laboratórios de ensaio razão suficiente para investir nesse serviço. As pequenas e médias
empresas, por outro lado, podem considerar mais econômico utilizar laboratórios comerciais de
ensaio. Se esses laboratórios não existirem, não há outra opção a não ser realizar o investimento
necessário. Em situações que exijam a combinação de ensaios simples e complexos, o fabricante
pode decidir instalar um laboratório para os ensaios mais simples e contratar com terceiros os
ensaios mais sofisticados.

Esta estratégia é apropriada quando houver a exigência de que seja feita a apreciação técnica dos
modelos ou quando houver exigências de verificação do projeto, tais como para equipamentos
elétricos e vasos de pressão. Nestes casos, o fabricante pode escolher realizar a aprovação do
modelo em um laboratório terceirizado especializado, mas também manter uma unidade interna
para a realização de testes exigidos para o controle do produto, quando a legislação do país
considerar os ensaios efetuados por primeira parte, isto é, pelo próprio fabricante.

Independentemente de quem detenha o controle sobre eles, todos os laboratórios, a fim de


resguardar sua própria credibilidade e a confiança de seus clientes, devem considerar os seguintes
requisitos básicos:

- Pessoal qualificado para realizar os testes exigidos;

- As construções em que estão localizados os laboratórios, ou suas dependências, devem satisfazer


os requisitos especificados pelos métodos do teste a ser realizado;

- Equipamentos de ensaio e acessórios apropriados para os testes devem ser manipulados e


conservados de forma adequada.

Após indicar, no mínimo, os funcionários mais graduados, o laboratório deve estabelecer um


sistema de gestão da qualidade que aborde todos os aspectos de gerenciamento do laboratório.
Tal sistema deve incluir:

- Gerenciamento e treinamento de pessoal;

- Controle de documentação;

- Um sistema de arquivamento confiável que facilite a manutenção e obtenção dos resultados de testes;

- Um programa de manutenção e calibração de todo o equipamento;

- Políticas de terceirização e de procedimentos para o controle de compras e para o atendimento


de reclamações.

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85 05/02/2009, 15:47
86 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO/IEC 17025:1999, General requirements for the competence of testing and calibration
laboratories (ISO/IEC 17025:1999, Requisitos gerais para determinar a competência de
laboratórios de ensaio e de calibração). CHF 98,00. ISO/IEC Guide 58:1993, Calibration and
testing laboratory accreditation systems - General requirements for operation and
recognition (Guia ISO/IEC 58:1993, Sistemas de acreditação de laboratórios de ensaio e de
calibração - Requisitos gerais para a sua operação e o seu reconhecimento). CHF 44,00. Organização
Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica Internacional. ISO. Case postale 56,
CH-1211 Genebra, Suíça, Tel: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
Estes dois documentos definem os requisitos para a operação de laboratórios e organismos de
acreditação de laboratórios.
International Laboratory Accreditation Cooperation. c/o NATA, 7 Leeds Street, Rhodes,
NSW 2138, Austrália. Tel: 61 2 9736 8374, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet: www.ilac.org.
Fornece informações sobre a disponibilidade de organismos de acreditação, a abrangência de suas
atividades e sua cobertura geográfica.
Development Manual 9 - Establishment and operation of a testing laboratory for a
national standards body (Manual de Desenvolvimento 9 - Estabelecimento e
operação de um laboratório de ensaio para um organismo nacional de normalização).
Organização Internacional para Normalização. 1997. ISBN 92-67-10259-1. CHF 33,00.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733
3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org (selecione Products and services,
depois Other publications, e Setting standards in developing economies). Orienta o
planejamento e a instalação de laboratórios nacionais de ensaio.

Os requisitos básicos descritos acima devem ser observados independentemente da linha de


produtos a ser testada ou da abrangência técnica do trabalho proposto. Entretanto, cada requisito
deve ser considerado e atendido em um nível de sofisticação necessário à realização competente
e confiável dos testes específicos. É dispendioso e desnecessário instalar laboratórios além das
necessidades do trabalho a ser realizado. Da mesma forma, é contraproducente desenvolver um
laboratório que não esteja capacitado a prover todos os serviços essenciais ou que não empregue
cientistas ou engenheiros com as qualificações e competência adequadas para a realização de
testes específicos.

Um laboratório em pleno funcionamento deve considerar seriamente a implementação de todos


os elementos da ISO/IEC 17025, General requirements for the competence of testing and calibration laboratories.
Além disso, e especialmente se o laboratório deseja reconhecimento externo, ele deve procurar
obter a acreditação junto ao organismo de acreditação apropriado. Os requisitos para os
organismos de acreditação de laboratórios estão definidos no Guia ISO/IEC 58, Sistemas de acreditação
de laboratórios de calibração e ensaio (ISO/IEC Guide 58, Calibration and testing laboratory accreditation
systems - General requirements for operation and recognition). Este documento está atualmente sendo
revisado e será relançado como ISO/IEC 17011. Os laboratórios que desejarem obter a acreditação
deverão, portanto, assegurar-se de que o organismo de acreditação escolhido satisfaz às condições
deste guia ISO/IEC.

Ao se preparar para a acreditação, o laboratório precisará conhecer detalhadamente as exigências


dos sistemas técnico e da qualidade da ISO/IEC 17025, de qualquer outra exigência especial do
organismo de acreditação selecionado, inclusive suas taxas e encargos, além do alcance dos
testes ou dos métodos de testes a serem incluídos na faixa proposta de acreditação. A maioria dos
organismos de acreditação fornece a documentação para auxiliar na implementação da ISO/IEC
17025. A acreditação é fornecida para testes específicos e não para ensaios em termos gerais.

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86 05/02/2009, 15:47
Ensaio 87

3.5 Existem normas que regulamentam o projeto de laboratórios?

Uma pesquisa na Internet sobre normas que regulamentam o projeto e a construção de laboratórios
resultou em somente uma norma (ASª/ 2982). No entanto, outras agências têm publicado várias
normas de segurança, especialmente para segurança elétrica e contra riscos biológicos. Aplica-se
também um Padrão Britânico (BS 3202) para mobiliário e acessórios de laboratório.

Na maioria das jurisdições os requisitos para construções e provisões gerais de segurança são
especificados pelas autoridades locais.

A ISO tem publicado um grande número de normas para itens específicos de equipamento
laboratorial, da mesma forma que a maioria dos organismos nacionais responsáveis pela
implementação de normas. O site da ISO na Internet tem uma extensa lista contendo as normas
para equipamentos de laboratórios. Para acessar essa lista, digite www.iso.org e clique em
International Standards e em seguida no campo de seu interesse.

Em muitos casos, os métodos de teste definem parâmetros tais como temperatura e umidade e os
serviços necessários para conduzir o teste. Esses parâmetros devem ser levados em consideração
quando o laboratório é planejado. Em última análise, as especificações dos testes a serem
realizados determinam os requisitos que um laboratório de ensaio deve preencher.

Algumas das questões a serem consideradas ao se contemplar a construção de um laboratório


são a área de atuação, o fluxo de trabalho, a segurança, o armazenamento, as instalações gerais,
o local apropriado para instalar os equipamentos de grande porte e a forma de lidar com o lixo
laboratorial. Além disso, as condições locais devem ser levadas em consideração. O acesso a
fontes confiáveis de água limpa, de energia e serviços de manutenção é de especial importância;
deve-se examinar também a necessidade da instalação de ar refrigerado.

Apesar de existirem poucas normas a respeito, tem sido publicado grande número de livros e
relatórios sobre o assunto.
ª/
Padrão Australiano.

REFERÊNCIAS
AS/NZS2982:1997, Laboratory Design and Construction - General requirements (AS/
NZS2982:1997, Projeto e construção de Laboratórios - Requisitos gerais). AUD 55,00.
AS2243:1997, Safety in laboratories (AS2243:1997, Segurança laboratorial). AUD 46,20.
Standards Australia International Ltd, GPO Box 5420, Sydney NSW 2001, Austrália, Tel.: 61
2 8206 6010, Fax: 61 2 8206 6020, E-mail: mail@standards.com.au, Internet:
www.standards.org.au. Essas normas lidam com a segurança de laboratórios; enquanto a AS
2982 aborda o projeto e a construção, a AS 2243 (nove partes) discorre sobre como trabalhar com
segurança em atividades laboratoriais.
Laboratory Design Handbook (Manual sobre Projetos de Laboratório). E. Crawley Cooper.
1994. CRC Press. ISBN 0849389968. US$94,95. Opamp Technical Books, 033 N. Sycamore
Ave., Los Angeles. Califórnia 90038, Estados Unidos, Tel.: 1 800 468 4322. Internet:
www.opamp.com. Descreve o processo, a motivação, as limitações, os desafios, as oportunidades e
dados de projetos relacionados à criação de um moderno laboratório de pesquisas; baseado em uma
grande experiência no desenvolvimento de instalações prediais, novas ou reformadas, para a condução
de atividades laboratoriais.

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87 05/02/2009, 15:47
88 Gestão da Qualidade na Exportação

Laboratory Design Guide (Guia de Projetos de Laboratório). Brian Griffin. 2ª ed. Architectural
Press. 2000. ISBN 0750646713. US$59,95. Chronicle Press, 85 Second Street, Fifth floor, São
Francisco, Califórnia 94105, Estados Unidos, Tel.: 1 415 537 3730, Ligação gratuita: 1 800 722
6657, Fax: 1 415 537 4460, E-mail: frontdesk@chroniclebooks. Para arquitetos, clientes,
engenheiros, gerentes de projetos prediais e cientistas. Versa sobre os estágios do projeto e da
construção de laboratórios, fornecendo conselhos práticos e exemplos detalhados. Abrange projetos
para as práticas e os equipamentos laboratoriais novos e aqueles em desenvolvimento, assim como
os requisitos atuais e futuros para os laboratórios (tais como automação). Histórias reais ilustram
os princípios e a visão internacional sobre projetos de laboratório.
Design and Planning of Research and Clinical Laboratory Facilities (Projeto e Planejamento
de Laboratórios de Pesquisa e de Análises Clínicas). Leonard Mayer. 1995. ISBN 0471306231.
US$120,00. John Wiley & Sons; Customer Service Center, 1 Wiley Drive. Somerset, NJ 08875-
1272, Estados Unidos. Tel.: 1 800 225-5945, E-mail: custserv@wiley.com, John Wiley & Sons
Ltd, Baffins Lane, Chichester, West Sussex, PO Box 19 1UD, Reino Unido, Tel.: 44 1243 779
777, Fax: 44 1243 775 878, E-mail: customer@wiley.co.uk. Desmistifica um ramo complexo da
arquitetura. Apresenta critérios de projeto baseados em leis e regulamentos recentes; fornece uma
lista abrangente de códigos, regulamentos, normas e diretrizes, além de critérios de arquitetura,
estruturais, mecânicos, elétricos e de tubulações. Oferece uma visão geral abrangente de questões
fundamentais de planejamento e projeto laboratorial.

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88 05/02/2009, 15:47
Ensaio 89

3.6 Onde posso obter informações sobre equipamentos de


ensaio para o controle da qualidade em minha empresa?

Existem várias respostas possíveis para esta pergunta e as fontes de informação disponíveis são inúmeras.

Um grande número de revistas técnicas e outras publicações lida com o desenvolvimento na


área de ensaios. Geralmente cobrem disciplinas técnicas ou científicas específicas tais como a
engenharia, a química e a microbiologia. As principais publicações são dos Estados Unidos ou do
Reino Unido, mas todos os países industrializados publicam revistas técnicas, em seus próprios
idiomas, sobre suas principais áreas de atividade técnica. Tais publicações em geral são editadas
por sociedades profissionais, científicas ou técnicas, como a Royal Society of Chemistry (Real
Sociedade de Química) no Reino Unido e a AOAC International, uma associação de cientistas
sediada nos Estados Unidos. As publicações quase sempre lidam com o desenvolvimento de
métodos de teste e não tanto com equipamentos específicos, porém o desenvolvimento de
equipamentos faz parte do processo de desenvolvimento de métodos de ensaio.

Os fabricantes também publicam catálogos e prospectos detalhando a disponibilidade de


equipamentos e anunciando novos produtos. Eles podem ser obtidos através dos fabricantes ou
de seus representantes.

A Internet é uma fonte de informação em expansão sobre o assunto. A maioria dos fabricantes
tem os seus próprios sites, os quais possuem links com diversos bancos de dados. A pesquisa de
informações sobre equipamentos conhecidos (tais como aparelhos de tensiometria e calibração
elétrica – pontes e potenciômetros, por exemplo – e balanças analíticas) é relativamente fácil.

REFERÊNCIAS
Royal Society of Chemistry. Burlington House, Piccadilly, Londres W1J 0BA, Reino Unido,
Tel.: 44 20 7437 8656, Internet: www.rsc.org.
AOAC International. 481 North Frederick Avenue, Suite 500, Gaithersburg, Maryland 20877-
2417, Estados Unidos, Tel.: 1 301 924 7077, Fax: 1 301 924 7089, E-mail: aoac@aoac.org,
Internet: www.aoac.org.
Searching the Internet (Pesquisando na Internet). Brian Cooper. 2000. ISBN 0-7513-0991-5.
£4,99. Dorling Kindersley Limited, 9 Henrietta Street, Londres WC2E 8PS, Reino Unido, Tel.: 44
20 7836 5411, Internet: www.dk.com. Um guia fácil de usar que ensina a pesquisar na Internet;
cobre desde o entendimento das barras de ferramenta até a escolha de um mecanismo de busca.

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90 Gestão da Qualidade na Exportação

3.7 Que papel a inspeção e o ensaio desempenham no sistema


de gestão da qualidade?

De modo simplificado, os sistemas de gestão da qualidade estabelecem as várias atividades que


devem ser adequadamente gerenciadas para que uma empresa controle totalmente a qualidade
de suas operações. Compras, recrutamento, seleção e treinamento de pessoal e manutenção de
registros são alguns exemplos das atividades (elementos) especificadas.

Os sistemas de gestão da qualidade são definidos por normas, como a ISO 9001:2000. Essas
normas não determinam como as coisas devem ser feitas: simplesmente procuram assegurar
que os diversos elementos sejam executados de forma competente e que satisfaçam os requisitos.
A ISO 9001:2000 determina que as empresas implementem um sistema de gestão da qualidade
que verifique se as exigências do cliente estão sendo atendidas. Essa verificação se faz por meio da
medição e do monitoramento do produto durante fases determinadas de seu desenvolvimento.
Inspecionar e testar o produto é fundamental para cumprir essa exigência.

É claro que para que um sistema de gestão seja eficiente ele deve incluir a aplicação de normas
técnicas e a adoção de processos tecnológicos adequados ao tipo de negócio.

Neste contexto, os produtos devem ser inspecionados, testados ou mensurados a fim de atestar
sua conformidade com as normas e especificações exigidas. Para que esse processo seja válido,
ele deve ser executado por técnicos qualificados que possuam a habilidade e os recursos (tais
como instrumentos e medidores) necessários à tarefa.

Até mesmo um pequeno fabricante de produtos técnicos precisa monitorar os parâmetros


especificados pelos clientes. Um fabricante de placas de metal, por exemplo, deve controlar as
características variáveis do processo (por exemplo, a temperatura) e os requisitos do produto
final (tais como resistência e composição química). Da mesma forma, um fabricante de alimentos
industrializados precisa estar apto a controlar a higiene da fábrica assim como assegurar que o
produto está livre de contaminação. Os resultados de tais testes e medições devem ser relatados
aos responsáveis de forma clara.

É também importante que os critérios de competência e clareza dos resultados sejam aplicados
a todos os testes e medições, independente do estágio do processo em que sejam aplicados. Se o
propósito de uma inspeção durante um processo é eliminar a produção defeituosa antes das
etapas seguintes, é necessário confiar na exatidão do teste ou dos dados de inspeção. Para que um
produto seja rejeitado deverá, de fato, apresentar defeito ou imperfeição para não ser rejeitado
desnecessariamente. As medições durante o processo de produção também fornecem dados que
facilitam a condução de programas para o aprimoramento continuado do processo, além de
serem usadas nas operações cotidianas de gerenciamento.

Nos casos em que um produto está sujeito à confirmação final de conformidade com as
especificações, o ensaio, a medição e a inspeção são instrumentos utilizados.

É claro, por conseguinte, que os sistemas de ensaio e medição dão base a todas as instâncias decisórias
do sistema da qualidade, e por esta razão é essencial que seu desempenho seja sempre confiável.

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90 05/02/2009, 15:47
Ensaio 91

REFERÊNCIAS
ISO 9001:2000, Quality management systems - Requirements (ISO 9001:2000, Sistemas
de gestão da qualidade - Requisitos). Organização Internacional para Normalização. CHF 92,00.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. A ISO 9001:2000 define os requisitos para os sistemas de gestão da
qualidade de uma maneira mais flexível do que a ISO 9001:1994, dando mais ênfase à satisfação
do cliente e ao aprimoramento continuado do processo. É hoje a única norma na família ISO 9000
que pode ser na certificação por terceiros.

3.8 Qual é a diferença entre a ISO/IEC 17025 e a ISO 9001?

A ISO 9001:1994 tem sido a referência para as normas do sistema de gestão da qualidade desde o
seu lançamento. Atualmente está sendo substituída pela ISO 9001:2000. As normas tratam da
gestão de todas as operações de uma empresa que afetam a qualidade de seus produtos ou serviços.
Não trata especificamente das operações técnicas das empresas, exigindo que estas sejam abordadas
em documentos complementares, tais como as especificações de produtos ou serviços.

Por outro lado, a ISO/IEC 17025:1999 trata das operações de todos os laboratórios, inclusive de
seus sistemas de gestão da qualidade. Ela foi inicialmente desenvolvida em 1979 como o Guia
ISO/IEC 25 e foi revisado diversas vezes entre 1979 e 1994. Cada revisão representou uma expansão
dos elementos da gestão da qualidade, levando em conta os desenvolvimentos técnicos.

No processo de conversão do Guia ISO/IEC 25 para a ISO/IEC 17025, todos os elementos sobre
gestão da qualidade da ISO 9001:1994 foram incorporados à Cláusula 4; os requisitos técnicos
suplementares do guia anterior, que são de interesse específico dos laboratórios, foram agrupados
na Cláusula 5. A norma ISO/IEC também usa uma linguagem menos genérica do que a da ISO
9000 e uma terminologia que é mais familiar aos técnicos de laboratório e cientistas.

Até mesmo no âmbito da gestão da qualidade, a ISO/IEC 17025 utiliza linguagem e ênfase
ligeiramente diferentes. Porém a conformidade com esta norma também significa conformidade
com a ISO 9001:1994. A ISO/IEC 17025 afirma que:

O crescimento do uso de sistemas da qualidade aumentou a necessidade de assegurar que os


laboratórios que fazem parte de organizações maiores ou que oferecem outros serviços, operem
um sistema da qualidade em conformidade com a ISO 9001 ou a ISO 9002, assim como com esta
Norma Internacional. Tomou-se cuidado, portanto, de incorporar todos aqueles requisitos da
ISO 9001 e da ISO 9002 que são relevantes à abrangência dos serviços de ensaio e calibração
cobertos pelo sistema de qualidade do laboratório.

Por outro lado, a conformidade com a ISO 9001:1994 não deve de modo algum ser entendida
como uma garantia de conformidade com a ISO/IEC 17025. A primeira não se propõe a tratar de
nenhum dos itens técnicos sobre os quais a ISO/IEC 17025 é bem descritiva. Da mesma forma, a
ISO 9001:2000 não busca tratar dos interesses específicos de laboratórios, embora alguém que
seja versado em ambas possa argumentar que a resolução dos problemas técnicos está implícito
nas normas do sistema de gestão da qualidade. É improvável que a ISO/IEC 17025 seja revisada
em um futuro próximo para harmonizar seus tópicos de gestão da qualidade com a ISO 9001:2000.

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91 05/02/2009, 15:47
92 Gestão da Qualidade na Exportação

As diferenças substanciais entre as duas normas estão nas questões técnicas relativas às
realizações de testes e medições. Os 10 incisos da Cláusula 5 da ISO/IEC 17025 possuem uma
linguagem específica para os laboratórios e apresentam conceitos como a validação dos métodos
de teste e a incerteza das medições. A ISO/IEC 17025 também chama a atenção para o fato de que
os laboratórios de calibração (medição) são distintos dos laboratórios de ensaio, e impõe
exigências para os resultados de teste e os certificados de calibração.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC 17025:1999, General requirements for the competence of testing and calibration
laboratories. Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica
Internacional. CHF 98,00. Esta norma foi desenvolvida para harmonizar os requisitos do sistema
de gestão da qualidade do Guia ISO/IEC 25 com a ISO 9001:1994.
ISO 9001:1994, Quality systems - Model for quality assurance in design, development,
production, installation and servicing (ISO 9001:1994, Sistemas de qualidade - Modelo para
a garantia da qualidade no projeto, no desenvolvimento, na produção e na assistência técnica).
Organização Internacional para Normalização. CHF 64,00.
ISO 9001:2000, Quality management systems - Requirements. Organização Internacional
para Normalização. CHF 92,00.
Os documentos acima estão disponíveis no seguinte endereço: ISO, Case postale 56, CH-1211
Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org. Internet: www.iso.org.
Comparison of the requirements of ISO 17025:1999 and ISO 9001:2000 (Comparação
entre os requisitos da ISO 17025:1999 e a ISO 901:2000). I.R. Waples. National Association of
Testing Authorities, 7 Leeds Street, Rhodes, NSW, Austrália 2138, Tel.: 61 2 9874 7631, Fax: 61
2 9874 6654, E-mail: iwaples@one.net.au. Fornece uma visão sobre até que ponto as duas normas
podem ser consideradas idênticas.

Na prática uma das maiores diferenças está na aplicação das normas como instrumentos de
auditoria, tanto para serem usadas por organismos de acreditação (ISO/IEC 17025) como pelos
organismos de certificação/registro (ISO 9001). Aqui, os objetivos das agências terceirizadas são
diferentes. O organismo de acreditação usa a norma para chegar a uma conclusão sobre a
competência técnica de um laboratório, enquanto que o organismo de certificação faz uma
auditoria para determinar a conformidade com a norma. Neste contexto, o organismo de
acreditação de laboratórios também está interessado no método de aplicação de testes e na
capacidade dos indivíduos para realizar certas medições.

É grande a discussão sobre a necessidade de se credenciar um laboratório quando este é parte de


uma empresa que já foi certificada pela ISO 9000. Isso depende em grande parte do cliente.
Porém, pelas razões apresentadas acima, os usuários mais experientes de informações produzidas
por testes quase sempre exigirão que o laboratório seja acreditado separadamente. Comparar
uma auditoria em uma empresa baseada na norma ISO 9001 com a avaliação de um laboratório
pela norma ISO/IEC 17025 equivale a comparar um mapa de estradas com um mapa de ruas. A
avaliação do laboratório investiga muito mais as operações laboratoriais e também leva em
conta assuntos de interesse técnico.

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92 05/02/2009, 15:47
Ensaio 93

3.9 Que programas de ensaio de proficiência estão disponíveis


para os laboratórios dos países em desenvolvimento?

O ensaio de proficiência, conforme a definição dada pelo ISO/IEC Guide 43 (Parts 1 and 2), Proficiency
testing by interlaboratory comparisons (Guia ISO/IEC 43 [partes 1 e 2], Ensaio de proficiência através de
comparação interlaboratorial), é o uso de comparações interlaboratoriais para avaliar a competência
de um laboratório para realizar testes e fazer medições. O Guia reconhece outros usos para os
processos de comparação entre laboratórios tais como a determinação das características de
desempenho dos métodos de teste e a atribuição de valores a materiais de referência.ª/

Ensaios de proficiência são usados pelos laboratórios para monitorar seu desempenho e compará-
los a outros laboratórios que fornecem serviços semelhantes. São empregados pelas grandes
corporações multinacionais para assegurar um desempenho constante em toda a corporação.
São usados pelos organismos de acreditação para complementar suas técnicas de avaliação (tais
como avaliação in loco por assessores técnicos).

O Guia ISO/ICE 43-1:1997 descreve o desenvolvimento e a operação de diferentes programas de


ensaio de proficiência. Ele orienta os organismos de acreditação a selecionar e usar tais programas.

Muitas organizações em todo o mundo oferecem programas de ensaio de proficiência para


laboratórios. Alguns são abertos somente a laboratórios em um determinado país ou para um
círculo restrito de produtos ou materiais. Outros fornecem programas mais abrangentes, em
bases comerciais, a qualquer laboratório. A revista Accreditation and Quality Assurance (Acreditação
e Garantia da Qualidade) traz regularmente informações sobre novos programas de ensaio de
proficiência.

O Sistema Europeu de Informações sobre Programas de Ensaios de Proficiência (EPTIS, do inglês


para European Information System on Proficiency Testing Schemes) está desenvolvendo uma lista
abrangente de tais programas. Produzida inicialmente para coletar informações na Europa, busca
também contribuições de provedores de programas de ensaio de proficiência em todo o mundo.

Uma busca de provedores desses programas na Internet resulta em mais de mil sites; assim
sendo, qualquer pesquisa deve ser bem direcionada. Alguns organismos de acreditação, como a
American Association for Laboratory Accreditation (A2LA - Associação Americana para a Acreditação
de Laboratórios), o National Voluntary Laboratory Accreditation Program (NVLAP, Programa Nacional
de Acreditação Voluntário de Laboratórios) nos Estados Unidos e a National Association of Testing
Authorities (NATA, Associação Nacional de Autoridades de Ensaios) na Austrália, credenciam os
provedores de tais programas. Mais informações podem ser obtidas através de seus respectivos
sites na Internet.

ª/
Um material de referência é um “material ou substância que tem um ou mais valores de propriedade
que são suficientemente homogêneos e bem estabelecidos para serem usados na calibração de um
aparelho, na avaliação de um método de medição ou atribuição de valores a materiais... Como
exemplos, temos a água para a calibração de viscosímetros, a safira como um calibrador da capacidade
calorífica em calorimetria e soluções utilizadas para calibração em análises químicas”. –
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology (VIM) – Vocabulário
Internacional de Termos Fundamentais e Gerais em Metrologia.

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93 05/02/2009, 15:47
94 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 43-1:1997, Proficiency testing by interlaboratory comparisons Part 1:
Development and operation of proficiency testing schemes (Guia ISO/IEC 43-1:1997,
Ensaio de proficiência por meio de comparações entre laboratórios Parte 1: Desenvolvimento e
operação de processos de ensaio para ensaios de proficiência). CHF 74,00.
ISO/IEC Guide 43-2:1997, Proficiency testing by interlaboratory comparisons Part 2:
Selection and use of proficiency testing schemes by laboratory accreditation bodies
(Guia ISO/IEC 43-2:1997, Ensaio de proficiência por meio da comparação interlaboratorial Parte
2: Seleção e aplicação de programas de ensaios de proficiência pelos organismos de acreditação de
laboratórios. CHF 38,00.
Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica Internacional. ISO,
Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org.
ILAC-G13:2000, Guidelines for the Requirements for the Competence of Providers of
Proficiency Testing Schemes (ILAC-G13:2000, Diretrizes para os Requisitos de Competência
dos Provedores de Programas de Ensaios de Proficiência). Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do site
da ILAC. ILAC Secretariat, c/o NATA, 7 Leeds Street, Rhodes NSW 2138, Austrália, Tel.: 61 2
9736 8222, Fax: 61 974 35311, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet: www.ilac.org. É basicamente
uma norma para a acreditação de provedores de programas de ensaio de proficiência.

As cooperações regionais de acreditação de laboratórios como a Cooperação da Ásia e do Pacífico


de Acreditação de Laboratórios (APLAC, da sigla em inglês para Asia-Pacific Laboratory
Accreditation Cooperation) e a Cooperação Européia para Acreditação (EA, da sigla em inglês
para European Cooperation for Accreditation), oferecem programas para laboratórios dos países
membros. Alguns programas são também oferecidos a participantes de outros países.

Os programas de ensaio de proficiência em larga escala oferecem múltiplas vantagens. Entretanto,


os laboratórios estrangeiros podem ter problemas para participar deles, tais como atrasos no
transporte das amostras e dificuldades com as formalidades alfandegárias. As amostras
fornecidas para avaliação freqüentemente se deterioram depois de algum tempo e requerem
proteção contra contaminação. Instrumentos delicados são difíceis de transportar com segurança
e sem risco de danos. Os regulamentos de transporte aéreo proíbem o transporte de certas
substâncias a menos que sejam tomadas medidas rígidas de precaução.

Os agentes alfandegários freqüentemente proíbem a entrada de amostras laboratoriais ou retardam


sua entrada por tanto tempo que terminam por invalidar sua utilização nos testes de ensaio de
proficiência. Os exames alfandegários de amostras de material também podem interferir em sua
integridade anulando, assim, qualquer resultado. Instrumentos delicados de calibração já foram
destruídos ou seriamente danificados durante os procedimentos de inspeção alfandegária.

Pelas razões expostas acima, os programas de ensaio de proficiência organizados em território


nacional apresentam algumas vantagens sobre aqueles oferecidos por organizações estrangeiras.
Caso não existam laboratórios suficientes em um país para que se conduza tal avaliação, é
recomendado um uso maior de materiais de referência. Programas regionais podem ter mais
chances de ser bem sucedidos, particularmente quando já existe cooperação política e comercial.
Assim sendo, organizar ensaios de proficiência em um país em desenvolvimento não é somente
uma questão de acesso a programas de países estrangeiros. Os laboratórios que queiram
participar de tais programas devem levar em conta as realidades práticas de tal participação,
inclusive sua viabilidade técnica.

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94 05/02/2009, 15:47
Ensaio 95

As agências interessadas em estabelecer programas regionais ou nacionais podem consultar a


ILAC. O treinamento para a gestão de tais programas está disponível através da APLAC ou de
alguns organismos nacionais de acreditação.

REFERÊNCIAS
European Information System on Proficiency Testing Schemes (EPTIS). Endereço eletrônico:
www.eptis.bam.de. Banco de dados sobre os serviços de ensaio de proficiência que participam do
sistema voluntariamente; não procura avaliar a competência das organizações mencionadas.
Informações sobre agências que fornecem programas acreditados de ensaio de proficiência podem ser
encontradas nos seguintes endereços eletrônicos:
National Association of Testing Authorities, Austrália: www.nata.asn.au.
American Association for Laboratory Accreditation: www.a2la.org.
National Voluntary Laboratory Accreditation Program: http://ts.nist.gov/ts/htdocs/
210/214/214.htm.
Accreditation and Quality Assurance: http://link.springer.de/link/service/journals/
00769/index.htm.

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95 05/02/2009, 15:47
96 Gestão da Qualidade na Exportação

a/
3.10 Quais são os padrões de medição apropriados para testes
específicos?

Todas as abordagens modernas sobre qualidade e conformidade aceitam o conceito de


rastreabilidade. Este conceito é definido como ‘propriedade do resultado de uma medição ou do
valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais
ou internacionais, por meio de cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas
estabelecidas’.b/ Isto significa que os testes e medições devem ser rastreáveis a unidades de base,
tais como as do Sistema Internacional de Unidades (SI),c e que cada medição realizada deve ser
derivada de um padrão de medição superior. O padrão de medição deve ter uma linhagem
própria estabelecida após várias etapas, a partir de uma unidade de base apropriada.

Conseqüentemente, os laboratórios que conduzem testes e medições devem ter acesso a padrões
de medição de alto nível, mas não necessariamente tê-los arquivados para uso próprio. Por
outro lado, pode ser muito adequado um laboratório desenvolver algum tipo de competência
para parte da cadeia de rastreabilidade.

É normal que laboratórios de calibração mantenham padrões de medição internos, no mínimo


um nível acima do nível de trabalho rotineiro. Em geral, é suficiente que os laboratórios de
engenharia tenham acesso a laboratórios comerciais de calibração para os principais componentes
de seus equipamentos. No caso de laboratórios químicos, é freqüentemente necessário um número
maior de materiais de referência para a realização de vários testes.
O gerenciamento do equipamento de um laboratório requer a seleção adequada, a calibração
inicial, verificação regular durante os procedimentos, manutenção preventiva e recalibração
formal em intervalos apropriados.

Quase todos os laboratórios necessitam de algum padrão de medição elementar, mesmo que não
realizem calibração formal de seu próprio equipamento. No período entre as calibrações formais,
os laboratórios devem monitorar constantemente o desempenho do equipamento em condições
normais de uso e assegurar que as condições de teste sejam mantidas dentro das especificações.
a/
Um padrão de medição (também chamado de étalon) é a ‘medida materializada, o instrumento de
medição, o material de referência ou o sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou
reproduzir uma unidade... para servir como referência.’ – VIM.
b/
Tirado do International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology (VIM).
c/
O sistema coerente de unidades adotado e recomendado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas
(CGPM). Suas bases unitárias são o metro, o quilograma, o segundo, o ampère, o kelvin, o mol e a
candela. O sistema é descrito na ISO 31.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC 17025:1999, General requirements for the competence of testing and calibration
laboratories. Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica
Internacional. CHF 98,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça. Tel.: 41 22 749
0111, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
ISO 31, Quantities and units. 1992 (ISO 31, Quantidades e unidades, 1992). Contém 14 partes,
muitas das quais foram corrigidas em 1998. Norma completa: CHF 1.339,00 (partes individuais
estão disponíveis separadamente). Organização Internacional para Normalização. ISO, Case postale
56, CH-1211 Genebra, Suíça. Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
Descreve o Sistema Internacional de Unidades; enumera os princípios fundamentais e as recomendações
para aplicações em áreas específicas, tais como mecânica, calor, eletricidade e magnetismo.

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96 05/02/2009, 15:47
Ensaio 97

Por exemplo, qualquer laboratório que use dispositivos de pesagem, tais como balanças, deve ter
pesos de referência de uma exatidão maior do que aquela exigida pelos testes a serem realizados.
Fornos e fornalhas requerem monitores de temperatura, assim como os ambientes com
temperatura controlada; conseqüentemente, são necessários termômetros de referência
calibrados. Os laboratórios que realizam medições elétricas necessitam de instrumentos de
referência capazes de verificar o desempenho dos instrumentos de uso. Entre os instrumentos
laboratoriais de referência mais comuns estão os hidrômetros, os aparelhos de pressão e aparelhos
para medição de tempo.

É pertinente notar que, quanto aos medidores de tempo, o GPS (Global Positioning System –
Sistema de Posicionamento Global) fornece rastreabilidade acessível para medição de freqüência
sujeita a certas precauções. Vários sinais de rádio também estão disponíveis no mundo todo
para a calibração de muitos relógios e medidores de freqüência.

Para numerosas medições químicas a rastreabilidade é quase sempre fornecida por meio de
materiais de referência certificados (CRMs, sigla em inglês para Certified Reference Materials).
Eles são ‘materiais de referência, acompanhados por um certificado, com um ou mais valores de
propriedades, e certificados por um procedimento que estabelece sua rastreabilidade à obtenção
exata da unidade na qual os valores da propriedade são expressos’.d/ CRMs podem ser protótipos,
amostras de um material comercial (por exemplo, cimento, vidro ou aço inoxidável) certificadas
pela composição química, ou materiais naturais tais como solo ou tecidos vegetais. Se estes
materiais de referência forem a principal fonte de rastreabilidade, os laboratórios podem
considerar útil o desenvolvimento e a manutenção de uma biblioteca interna de materiais de
referência para serem usados para a calibração de rotina, verificação de equipamentos e
padronização de métodos e operações.

Infelizmente, não há nenhum processo internacional para o reconhecimento formal dos


produtores de materiais de referência e os usuários precisam confiar na reputação dos
fornecedores. Há algum tempo que a ILAC se preocupa com isso e está desenvolvendo um processo
para a acreditação dos fabricantes de materiais de referência. Inúmeras agências que participam
da ILAC já iniciaram esses programas em âmbito nacional. Os usuários dos materiais de referência
terão que confiar na reputação de seus fornecedores até que um sistema internacional transparente
seja desenvolvido.

Os laboratórios de microbiologia enfrentam dificuldades ainda maiores quanto à manutenção


de culturas de referência (nas quais as mutações são inevitáveis) e à gestão da qualidade dos
meios de cultura microbiológicos. Muitas vezes, a incerteza dos testes microbiológicos pode
resultar da imprecisão da análise química.
d/
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology – Vocabulário Internacional
de Termos Fundamentais e Gerais em Metrologia.

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97 05/02/2009, 15:47
98 Gestão da Qualidade na Exportação

3.11 O que é uma demonstração aceitável de rastreabilidade?

As definições formais de rastreabilidade e outros termos relacionados à metrologia e à hierarquia


dos padrões podem ser encontradas no International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology
(VIM), publicado conjuntamente pelos principais organismos de metrologia e normalização.

Para muitos, o conceito de rastreabilidade é limitado a uma documentação demonstrando que


existe um caminho verificável e contínuo entre a quantidade-base ou unidade e a medição obtida
por um laboratório ou serviço de medição na calibração de escalas de limites e instrumentos
elétricos, p.ex., na determinação da resistência de um material ou sua composição química.

Uma outra visão afirma que não basta ter a documentação em ordem, mas que cada passo no
processo deve ser feito por pessoas que tenham demonstrado sua competência para realizar a
medição em tela por meio de um processo de acreditação. Esta tem sido uma das questões no
cerne do debate sobre as diferenças entre ‘acreditação de laboratórios’ e ‘certificação/registro de
sistemas de gestão da qualidade’. No primeiro caso, a comunidade de acreditação exige como
pré-requisito para o reconhecimento do conjunto da documentação uma detalhada demonstração
de competência técnica.

A cadeia de rastreabilidade começa com as próprias unidades SI. De acordo com a Convention du
Mètre (Tratado do Metro), é a CGPM quem tem autoridade para a definição das unidades SI
(Conférence générale des poids et mesures, ou Conferência geral de pesos e medidas). A
determinação dessas unidades é, por tradição, responsabilidade do BIPM (Bureau Internacional
de Pesos e Medidas). O BIPM faz comparações regulares entre seus próprios padrões de medição
ou artefatos e os padrões ou artefatos utilizados por seus membros.

Hoje em dia, apenas o quilograma é determinado por um artefato material (um protótipo feito de
platina-irídio). As outras unidades SI foram definidas como medidas mais fundamentais (p.ex.,
a velocidade da luz para o metro). Isso possibilita que os institutos nacionais de medição (NMIs,
do inglês National Measurement Institute) estabeleçam os seus próprios padrões de medição.
Cada vez mais, portanto, o papel do BIPM é o de coordenar os NMIs e assegurar que suas
divergências sejam resolvidas.

REFERÊNCIAS
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology. 1993. FRF 271,00.
Guide to the Expression of Uncertainty of Measurement (Guia para a Expressão da Incerteza
de uma Medição). Corrigido e reimpresso, 1995. FRF 370,00. Bureau Internacional de Pesos e
Medidas. BIPM, Pavillon de Breteuil, 92312 Sèvres Cedex, França, Tel.: 33 1 4507 7070, Fax:
33 1 4534 2021, E-mail: info@bipm.org, Internet: www.bipm.org. Estas duas publicações são os
textos de referência acerca dos assuntos abordados. Também disponíveis através da ISO, Case
postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-mail: sales@iso.org., Internet:
www.iso.org.
Traceability of Measurements - ILAC G2:1994 (Rastreabilidade das Medições - ILAC G2:1994).
Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios. Pode ser ‘baixado’ gratuitamente do
site da ILAC. ILAC, c/o NATA, 7 Leeds Street, Rhodes, NSW 2138, Austrália. Tel.: 61 2 9736
8374, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet: www.ilac.org. Define os requisitos a serem aplicados
pelos membros da ILAC sob o acordo de reconhecimento mútuo.

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98 05/02/2009, 15:47
Ensaio 99

Em 2000, os estados membros do BIPM concluíram um acordo de reconhecimento mútuo para


estabelecer o grau de equivalência dos padrões nacionais de medição mantidos por seus NMIs;
para estabelecer o reconhecimento mútuo de certificados de calibração e medição emitidos por
esses institutos; para assegurar aos governos e a outras partes interessadas uma base técnica
segura para acordos mais amplos, relacionados ao comércio internacional e questões sobre
regulamentoa/. O processo deverá ser fundamentado em um extenso programa de comparações
essenciais para NMIs previamente selecionados, e suplementado pela comparação das medições
internacionais. As declarações sobre a capacidade de medição de cada instituto nacional devem
ser mantidas num banco de dados do BIPM a fim de que sejam disponibilizadas ao público
através da Internet. Isso deverá acarretar em um aumento da transparência e da confiança nos
padrões básicos disponíveis mundialmente.

Os NMIs divulgam seus padrões de medição através de laboratórios de calibração (que fazem
referência direta aos padrões do NMI em questão) e posteriormente para os usuários industriais
e comerciais de instrumentos de medição, freqüentemente por meio de laboratórios de calibração
de segundo escalão.

Em algumas áreas da ciência e da tecnologia, notadamente, mas não exclusivamente, na química,


a rastreabilidade é alcançada na prática por meio de materiais de referência certificados e uma
hierarquia de materiais de referência subsidiários usados na padronização de equipamentos e
procedimentos empregados em laboratórios de ensaio.

A ILAC publicou um manual sobre o assunto e recentemente adotou uma política a ser aplicada
na implementação de seus acordos de reconhecimento mútuo.

a/
Retirado do site do BIPM na Internet.

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99 05/02/2009, 15:47
100 Gestão da Qualidade na Exportação

3.12 Onde os avaliadores de laboratórios podem receber


treinamento adequado?

Um avaliador de laboratórios, no contexto desta pergunta, é uma pessoa vinculada a um


organismo de acreditação que avalia a competência de um laboratório para realizar testes
específicos e que faz auditorias em seu sistema da qualidade para verificar a conformidade com
o sistema de gestão da qualidade (geralmente, mas nem sempre, a ISO/IEC 17025).

Existem, portanto, duas áreas de conhecimento necessárias a um avaliador ou que devem estar
sob a alçada de uma equipe de avaliação. Por esse motivo, alguns organismos de acreditação
usam equipes que possuem um indivíduo com grande conhecimento das normas para sistemas
de qualidade, em geral chamado de ‘avaliador-chefe’, e indivíduos com conhecimento técnico e
experiência nos testes e medições específicos realizados pelo laboratório.

A maioria dos organismos de acreditação bem equipados desenvolve e oferece seus próprios
cursos de treinamento para seus futuros avaliadores-chefes. Se cursos internos não estão
disponíveis, instrutores de outras agências podem ser contratados ou futuros avaliadores chefes
ser enviados a outras agências para treinamento.

O treinamento do avaliador-chefe se concentra na aplicação da ISO/IEC 17025, nos requisitos do


organismo de acreditação e nas técnicas e nos protocolos de avaliação.

Os organismos de acreditação recrutam assessores técnicos nos laboratórios e em sua comunidade


técnica. Isto pode ter um caráter meramente nacional, mas pode, também, incluir recursos de
países vizinhos. De hábito, os assessores técnicos adquirem conhecimento e experiência durante
seu treinamento profissional. Dessa forma, o treinamento para o assessor é limitado às técnicas
fundamentais de avaliação usadas pelo organismo de acreditação, acrescidas do aprofundamento
de sua compreensão dos elementos dos sistemas da qualidade aplicáveis ao laboratório e
quaisquer outros requisitos específicos do organismo em questão.

A maioria dos cursos oferecidos pelos organismos de acreditação é desenvolvida para fins
próprios e geralmente não estão abertos ao público. No entanto, alguns deles podem oferecer
vagas, em caráter particular, quando solicitados. Os interessados devem informar-se junto ao
membro nacional da ILAC ou a qualquer outro membro de seu interesse. O site da ILAC na
Internet possui informações completas de como entrar em contato com seus membros. Os
interessados que não possuem acesso direto à Internet devem contatar o Secretariado da ILAC.

REFERÊNCIAS
International Laboratory Accreditation Cooperation. c/o NATA, 7 Leeds Street, Rhodes,
NSW 2138, Austrália, Tel.: 61 2 9736 8374, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet www.ilac.org.

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100 05/02/2009, 15:47
4
Metrologia

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101 05/02/2009, 15:47
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102 05/02/2009, 15:47
Metrologia 103

4.1 O que é Metrologia?

‘Metrologia é a ciência da medição’ (International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology).
Medições e metrologia são essenciais a quase todos os aspectos dos empreendimentos humanos, pois
são utilizados em atividades que incluem o controle da produção, a avaliação da qualidade do meio
ambiente, da saúde e da segurança e da qualidade de materiais, comida e outros produtos para
garantir práticas seguras de comércio e a proteção ao consumidor, só para citar alguns exemplos.

A expressão ‘infra-estrutura metrológica’ é usada para as unidades metrológicas de um país ou


região, referindo-se aos serviços de calibração e de verificação, seus institutos e laboratórios de
metrologia, e a organização e administração de seu sistema de metrologia.

O termo ‘metrologia’ é em geral usado em um sentido mais amplo, incluindo tanto os aspectos
teóricos quanto os aspectos práticos das medições. Se houver necessidade de ser mais específico,
pode-se usar uma das expressões a seguir:

- Metrologia geral: A parte da metrologia que lida com problemas comuns a todas as questões
metrológicas independente da quantidade avaliada’ (International Vocabulary of Terms in Legal
Metrology - Vocabulário Internacional de Metrologia Legal). Ela lida com problemas gerais teóricos
e práticos relacionados às unidades de medida (ou seja, a estrutura de um sistema de unidades,
ou a conversão de unidades de medida em uma fórmula); problemas de erros de medida;
problemas das propriedades metrológicas dos instrumentos de medição usados, independente
da quantidade analisada. Algumas vezes, é usada a expressão metrologia científica ao invés de
‘metrologia geral’.
Existem várias especialidades em metrologia. Eis alguns exemplos:

- Metrologia de massa, que lida com medidas de massa;

- Metrologia dimensional, que lida com medidas de comprimento e ângulos;

- Metrologia de temperatura, que lida com medidas de temperatura;

- Metrologia química, que lida com todos os tipos de medição química.

- Metrologia industrial. Esta disciplina se concentra nas medições de produção e controle da qualidade.
Entre os exemplos típicos incluem-se os processos e os intervalos de calibração, o controle de
processos de medição e o gerenciamento de equipamentos de medição. Apesar de não constar
dos vocabulários mencionados acima, esta expressão é geralmente usada para descrever as
atividades metrológicas na indústria.

- Metrologia legal. Esta expressão se refere aos requisitos técnicos obrigatórios. Um serviço de
metrologia legal verifica tais exigências para garantir medições corretas em áreas de interesse
público como o comércio, a saúde, o meio ambiente e a segurança. A área de abrangência da
metrologia legal depende do regulamento de cada país e pode variar de um país para o outro.

1
FRF - Franco francês (N. T.).

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103 05/02/2009, 15:47
104 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
International Vocabulary of Terms in Legal Metrology (VIML) (Vocabulário Internacional
de Termos em Metrologia Legal). Inglês-francês. Organização Internacional de Metrologia Legal.
2000. FRF1 200,00. BIML, 11 rue Turgot, F-75009 Paris, França, Tel.: 33 1 4878 1282; Fax: 33
1 4282 1727; E-mail: biml@oiml.org Internet: www.oiml.org. Define termos de metrologia legal.
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology (Vocabulário
Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia). Inglês-francês. 1993. ISBN 92-
67-01075-1. CHF2 68,00. ISO. Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 341 240,
Fax: 41 22 734 10 79, E-mail: sales@iso.org Internet: www.iso.org Elaborado por um grupo de
trabalho formado por especialistas de sete organizações internacionais, o Vocabulário inclui
quantidades e unidades; medidas; resultados de medições; instrumentos de medição; características
dos instrumentos de medição e padrões de medição.

4.2 Por que a metrologia é importante para o comércio


internacional?

A metrologia é crucial para o comércio internacional porque fornece os meios técnicos necessários
para garantir medições corretas por meio da implementação de sistemas harmônicos de medição
que incluem o Sistema Internacional de Unidades (SI), instrumentos precisos de medição que
seguem normas internacionais (por exemplo, as recomendações da OIML) e métodos e
procedimentos aprovados. As medições estão presentes em quase todas as operações comerciais,
desde o comércio em larga escala (como o petróleo, o gás natural e a mineração) até a venda de
produtos para o público em geral.

O crescimento do comércio internacional de produtos manufaturados no século dezenove levou


à assinatura do Tratado do Metro (Convention du mètre) em Paris, em 1875. O Tratado estabeleceu
o sistema métrico como o sistema internacional de unidades para o comércio internacional e
fundou o Bureau Internacional de Pesos e Medidas (Bureau international des poids et mesures -
BIPM). O BIPM detém o protótipo do quilograma e fornece cópias do mesmo para as agências
nacionais de metrologia. Os deveres do BIPM (veja pergunta 49) têm aumentado como
conseqüência das necessidades crescentes do comércio internacional e dos mercados globais.

Os exemplos abaixo demonstram mais detalhadamente a importância da metrologia.

O preço dos artigos comercializados depende da quantidade envolvida, que geralmente é


determinada por meio de medições. É claro que preços corretos dependem de medida corretas.
Para conseguir medidas corretas é necessário verificar ou calibrar os instrumentos de medição.
Em ambos os casos, o desempenho do instrumento de medição é comparado com o de um
instrumento de maior precisão conhecido como padrão de medição.

Cabe aos serviços nacionais de metrologia legal assegurar a exatidão das medições através da
verificação dos instrumentos de medição e da fiscalização do seu uso no comércio.

2
CHF - Franco suíço (N. T.).

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104 05/02/2009, 15:47
Metrologia 105

Além da quantidade, a qualidade dos bens e sua conformidade aos padrões são conceitos essenciais
no comércio internacional. Os certificados de conformidade são utilizados para atestar a
conformidade e tais certificados são cada vez mais importantes. Verificar a qualidade e a
conformidade muitas vezes requer o uso de medições. Para que os certificados sejam aceitos, os
resultados de tais medições devem ser incontestáveis. Os laboratórios de calibração acreditados
se certificam de que os equipamentos de medição e de teste sejam calibrados corretamente.

Os processos modernos de produção são caracterizados pela montagem de peças e componentes


comprados no mundo inteiro. Isto implica na aplicação de sistemas de medição uniformes e
confiáveis que garantam o intercâmbio de dimensões mecânicas e a compatibilidade de
especificações elétricas. Os institutos nacionais de metrologia devem preservar os padrões nacionais
de medição para que os equipamentos de medição possam ser calibrados por tais padrões.

REFERÊNCIAS
The BIPM and the Convention du mètre (O BIPM e o Tratado do Metro). Bureau Internacional
de Pesos e Medidas. 1995. FRF 120,00. Folheto em inglês-francês que relata as atividades do
BIPM e a estrutura da organização criada pelo Tratado do Metro.
National and international needs relating to metrology: International collaborations
and the role of the BIPM (As necessidades nacionais e internacionais em metrologia: A colaboração
internacional e o papel do BIPM). Bureau Internacional de Pesos e Medidas. 1998. Pode ser
descarregado gratuitamente do site www.bipm.fr/enus/6_Publications/official/official_list.html.
Apresenta 21 decisões sobre o papel do BIPM e de suas atividades futuras, demonstrando a
importância da colaboração internacional em um ambiente altamente complexo.
BIPM, F-92312 Sèvres Cedex, França, Tel.: 33 14 507 7001, Fax: 33 14 534 8670, E-mail:
info@bipm.org. Internet: www.bipm.fr.

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105 05/02/2009, 15:47
106 Gestão da Qualidade na Exportação

4.3 Por que e com que freqüência meus equipamentos de


ensaio e de medição devem ser calibrados?

O desempenho dos equipamentos de medição e de ensaio pode mudar com o tempo como
conseqüência da influência do ambiente a que são expostos, do gasto normal causado pelo uso,
pela sobrecarga ou pelo uso indevido. Conseqüentemente, a exatidão das medidas fornecidas
pelo equipamento deve ser verificada periodicamente.

Para tal, o valor de uma quantidade medida pelo equipamento é comparado com o valor da
mesma quantidade fornecida por um padrão de medição. Este processo é chamado de calibração.
Por exemplo, um paquímetro ou um micrômetro podem ser calibrados usando-se um conjunto
de blocos de medida padrão enquanto um conjunto de padrões de peso é usado para calibrar um
instrumento de pesagem. A comparação com o padrão revela se a exatidão do equipamento está
dentro das tolerâncias especificadas pelo fabricante ou dentro de limites de erro especificados.

Você pode usar os resultados da calibração, que mostram o desvio do padrão que representa o
valor correto, para corrigir o resultado da medição ou para desenhar uma curva de correção. O
equipamento deve ser calibrado periodicamente em função das razões mencionadas
anteriormente. O tempo entre as calibrações é denominado intervalo de calibração e toda calibração
após a primeira é chamada de recalibração.

Os intervalos de calibração são geralmente determinados pelo fabricante do equipamento de


medição ou de teste e devem ser observados. Entretanto, o desempenho do instrumento depende
de como é tratado e utilizado. Em determinadas circunstâncias é necessária uma recalibração
imediata, como no caso em que o resultado obtido é duvidoso ou inesperado. Após uma
sobrecarga, mecânica ou elétrica, após um choque, após a exposição do equipamento à vibração
ou à voltagem elétrica imprópria ou a outras condições de uso impróprio, deve-se fazer uma
recalibração. Nestes casos, o usuário do equipamento é responsável por requisitar o procedimento.
Esperar até a data recomendada de verificação significa correr o risco de medições incorretas.

A confirmação metrológica inclui o conjunto de operações necessárias para assegurar que o


equipamento de medição está dentro das exigências de uso. A calibração é parte do processo de
confirmação metrológica (os outros são a manutenção, os ajustes necessários e a classificação).

REFERÊNCIAS
Guidelines for the determination of recalibration intervals of measuring equipment used
in testing laboratories (Diretrizes para a determinação de intervalos de recalibração de
equipamentos de medição usados em laboratórios de ensaio). Documento Internacional número 10
(D10). Organização Internacional de Metrologia Legal. 1984. FRF 50,00. Bureau International
de Métrologie Légale, 11 rue Turgot, 75009 Paris, França, Tel: 33 14 878 1282, Fax: 33 14 285
2711, Emai: biml@oiml.org, Internet: www.oiml.or. Descreve os critérios para determinar os
intervalos de recalibração; não fornece intervalos fixos.
ISO 10012-1:1992, Quality assurance requirements for measuring equipment - Part 1:
Metrological confirmation system for measuring equipment (ISO 10012-1:1992, Requisitos
de garantia da qualidade para instrumentos de medição - Parte 1: Sistema de confirmação metrológica
para equipamentos de medição). Organização Internacional para Normalização. CHF 68,00. Contém
definições, delimita exigências e, no Anexo A, fornece as diretrizes para a determinação dos intervalos
de confirmação para equipamentos de medição.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 22 749 0111, Fax: 41 22 734 1079, E-
mail: sales@iso.org, internet: www.iso.org.

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106 05/02/2009, 15:47
Metrologia 107

Os intervalos de calibração devem ser fixados levando-se em consideração os fatores mais


importantes para o equipamento em questão, tais como o tipo de equipamento; as recomendações
do fabricante; um registro do histórico de manutenção, calibração e revisão; a extensão e a
severidade do uso; as condições ambientais; e as conseqüências de medições incorretas. Em vista
do que foi exposto, é claro que não é possível estabelecer uma tabela de intervalos de confirmação
que pode ser aplicada universalmente.

O custo da calibração não permite que ela seja efetuada em intervalos de tempo muito curtos. Se
o fabricante não fornecer nenhuma informação sobre períodos de recalibração e o equipamento
estiver funcionando a contento, é recomendado que a mesma seja feita uma vez por ano e os
resultados devem ser registrados. Dependendo da coerência dos resultados, os períodos entre
recalibrações podem ser aumentados ou diminuídos.

Ao escolher padrões de medida para calibrações é essencial que se usem padrões rastreáveis aos
padrões nacionais e/ou internacionais. (Veja pergunta 44 para mais informações sobre
rastreamento e pergunta 45 sobre padrões de medição.)

Alguns instrumentos, como frascos de vidro graduados, não precisam ser recalibrados pois
mantém suas propriedades metrológicas, a não ser que o vidro se quebre.

REFERÊNCIAS
ISO 10012-2:1997, Quality assurance for measuring equipment - Part 2: Guidelines for
control of measurement processes (ISO 10012-2:1997, Garantia de qualidade para
equipamentos de medição - Parte 2: Diretrizes para o controle de processos de medição). Organização
Internacional para Normalização. CHF 80,00. Delimita requisitos e fornece diretrizes para o controle
de medições como um processo para reduzir a possibilidade de problemas devido a defeitos
intermitentes, dano ou uso indevido, pois os instrumentos de medição representam apenas um dos
muitos fatores que afetam as medições. O Anexo A fornece uma revisão do conceito de se encarar o
controle dos instrumentos como um processo contínuo. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra,
Suíça, Tel.: 22 749 0111, Fax: 41 22 734 1079, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
ILAC-G5:1994, Guidelines for calibration and maintenance of test and measuring
equipment (ILAC-G5:1994, Diretrizes para a calibração e a manutenção de equipamentos de teste
e medição). Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC). Pode ser descarregado
gratuitamente do site www.ilac.org. ILAC Secretariat, c/o NATA, 7 Leeds Street, Rhodes NSW
2138, Austrália, Tel.: 61 2 9736 8222, Fax: 61 974 35311, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet:
www.ilac.org. Enfoca a manutenção dos equipamentos de medição e de teste sob a luz dos padrões
internacionais para sistemas da qualidade.

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107 05/02/2009, 15:47
108 Gestão da Qualidade na Exportação

4.4 Onde posso calibrar meu equipamento?

Primeiro, você precisa decidir o tipo de calibração necessária. Se o cliente exige um certificado de
calibração aceito internacionalmente, você deverá escolher um laboratório acreditado por um
organismo de acreditação que tenha assinado um acordo de reconhecimento mútuo (mutual
recognition agreement - MRA) estabelecido por uma das cooperações regionais de acreditação
ou o MRA da Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC). Os certificados
de calibração expedidos por tais laboratórios são aceitos nos países que tenham assinado o MRA
em questão (veja também a pergunta 41).

Se o cliente se satisfaz com uma calibração que é rastreável a padrões nacionais, você pode
escolher qualquer laboratório que preencha este requisito. Em geral, os equipamentos também
podem ser calibrados no laboratório do fabricante (veja a pergunta 41 para saber que critérios o
laboratório deve preencher).

Caso você não tenha acesso ao fabricante e não conheça nenhum laboratório de calibração, entre
em contato com um dos tipos de instituições abaixo para obter informações sobre tais laboratórios:

- Organismo nacional de acreditação;

- Instituto nacional de metrologia, agência nacional de pesos e medidas ou agência nacional de


normalização;

- Serviço nacional de calibração;

- Associação nacional de metrologia;

- Organização regional de metrologia; e

- Universidades, especialmente as faculdades de engenharia ou de física.

Se você não puder encontrar um laboratório em seu país, entre em contato com os organismos
nacionais ou regionais de acreditação dos países vizinhos.

Os laboratórios acreditados também podem ser encontrados através dos sites na internet das
organizações abaixo, ou contatando-se a organização por e-mail, por telefone ou por fax.

- APLAC (Asia Pacific Laboratory Accreditation Cooperation)


Tel.: 61 3 9329 1633, Fax: 61 3 9326 5148, E-mail: aplac@nata.asn.au.
Internet: www.ianz.govt.nz/aplac

- EA (European co-operation for Accreditation)


Tel.: 33 14 4688 225, Fax: 33 14 4688 221, E-mail: Martin.Simon@cofrac.fr
Internet: www.european-accreditation.org

- IAAC (Interamerican Accreditation Cooperation)


Tel.: 55 21 2563 2824, Fax: 55 21 2502 6542.
E-mail: iaac@inmetro.gov.br, Internet: www.ibpinetsp.com.br/iaac

- ILAC (International Laboratory Accreditation Cooperation)


c/o NATA, 7 Leeds Street, Rhodes NWS 2138, Austrália, Tel.: 61 2 973 68222,

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108 05/02/2009, 15:47
Metrologia 109

Fax: 61 2 974 35311, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet: www.ilac.org

- SADCMET (Southern Africa Development Cooperation in Measurement Traceability)


c/o CSIR - National Metrology Laboratory, POB 395, 0001 Pretória, África do Sul, Tel.: 27 12 841
4457, Fax: 27 12 841 2131, E-mail: mngobeni@csri.co.za
Internet: www.sadc-sqam.org (clique em Regional SQAM Information e selecione SADCMET)
No Brasil, você pode encontrar, na página eletrônica do Inmetro, (www.inmetro.gov.br), uma
lista de laboratórios de calibração acreditados, que compõe a Rede Brasileira de Calibração –
RBC. A RBC congrega competências técnicas e capacitações vinculadas às indústrias,
universidades e institutos tecnológicos, habilitados à realização de serviços de calibração. Sua
acreditação subentende a comprovação da competência técnica, acreditação e capacidade
operacional do laboratório.

A concessão de acreditação atribuída pelo Inmetro, por intermédio da Divisão de Acreditação de


Laboratórios de Calibração, vinculada à Coordenação Geral de Acreditação, efetua-se em
conformidade com procedimentos internacionais de acreditação constantes da NBR ISSO/IEC 17025.

De maneira geral, o Inmetro, por meio da Diretoria de Metrologia Legal, atua também no
provimento dos serviços metrológicos que estabelecem as salvaguardas da defesa do consumidor,
da construção da cidadania, da saúde, da proteção e preservação do meio ambiente.

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109 05/02/2009, 15:47
110 Gestão da Qualidade na Exportação

4.5 Que fatores devo levar em consideração ao selecionar um


laboratório para calibrar meu equipamento?

Uma calibração correta dos equipamentos de medição é essencial por várias razões:

- Influencia diretamente a qualidade do material produzido.

- Aumenta a competitividade.

- É necessária para obter a certificação do sistema de gestão da qualidade de acordo com a ISO
9001:2000.

Portanto, você tem que ser criterioso ao selecionar um laboratório competente para calibrar seu
equipamento.

Os laboratórios competentes devem preencher os requisitos das normas internacionais ISO/IEC


17025:1999, Requisitos gerais para determinar a competência dos laboratórios de ensaio e calibração (General
requirements for the competence of testing and calibration laboratories). Tal competência pode ser reconhecida
por um organismo de acreditação operando de acordo com o Guia ISO/IEC 58:1993, Sistemas de
acreditação de laboratórios de calibração e de ensaio - Requisitos gerais para operação e certificação (ISO/IEC
Guide 58:1993, Calibration and testing laboratory accreditation systems - General requirements for operation
and recognition).

A definição de acreditação dada pelo Guia ISO/IEC 2:1996, Normalização e atividades afins - Vocabulário
Geral (ISO/IEC Guide 2:1996, Standardization and related activities - General Vocabulary) é dada a seguir:
‘A acreditação é um procedimento pelo qual uma agência autorizada fornece um reconhecimento
formal de que uma agência ou pessoa tem competência para desempenhar uma determinada
função.’ Isso significa que a capacidade e a competência técnica do laboratório de acreditação
serão verificadas e supervisionadas por uma agência autorizada a fazê-lo, e que o laboratório é
competente e trabalha de acordo com as regras aceitas internacionalmente.

No dia 31 de janeiro de 2001, entrou em vigor o acordo de reconhecimento mútuo da Cooperação


Internacional de Acreditação de Laboratórios, chamado de ILAC Arrangement (Acordo da ILAC).
Assinado por representantes de organismos de acreditação de todo o mundo, o acordo irá facilitar
a aceitação de certificados de calibração e informações técnicas que acompanham os produtos
que cruzam as fronteiras nacionais e que são fornecidos por laboratórios de calibração e teste
certificados pelos signatários do acordo. Por isso, deve-se escolher um laboratório de calibração
acreditado sob as diretrizes deste acordo.

Entretanto, tais laboratórios não estão sempre disponíveis. Os seguintes fatores de seleção, dados
em ordem de importância, o ajudarão a escolher um laboratório alternativo:

- O laboratório deve ser acreditado por uma agência de certificação de acordo com o Guia ISO/
IEC 58, Calibration and testing laboratories accreditation systems - General requirements for operation and
recognition (Sistemas de certificação de laboratórios de calibração e ensaio - Requisitos gerais
para sua operação e seu reconhecimento).

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110 05/02/2009, 15:47
Metrologia 111

REFERÊNCIAS
ILAC-G5:1994, Guidance for calibration and maintenance of test and measuring
equipment (ILAC-G5:1994, Guia de calibração e manutenção de equipamentos de teste e medição).
Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios. Pode ser descarregado gratuitamente do
site www.ilac.org. Define termos importantes; descreve as atividades e procedimentos necessários
para assegurar que os equipamentos de medição e de teste usados para calibrações preencham os
requisitos.
ISO 9001:2000, Quality Management Systems - Requirements (ISO 9001:2000, Sistemas
de Gestão da Qualidade - Requisitos). Organização Internacional para Normalização. CHF 92,00.
ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 341 240, Fax: 41 22 734 1079, E-
mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Estas normas substituem as normas ISO 9001:1994,
ISO 9002:1994 e ISO 9003:1994.
ISO/IEC 17025:1999, General requirements for the competence of testing and calibration
laboratories (ISO/IEC 17025:1999, Requisitos gerais para atestar a competência de laboratórios
de ensaio e calibração). Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica
Internacional. CHF 98,00, Case postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 341 240, Fax:
41 22 734 1079, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Baseado em uma ampla experiência
na implementação do Guia ISO/IEC 25 e EN 45001 (norma européia para o mesmo assunto), esta
norma substitui ambos. Apresenta todos os requisitos que os laboratórios de ensaio e calibração
devem preencher se desejam demonstrar que operam um sistema de qualidade, têm competência
técnica e são capazes de gerar resultados tecnicamente válidos.

- Os laboratórios de calibração não possuem uma acreditação global. Eles são acreditados para
quantidades, faixas de medição e incertezas específicas. Você deve verificar se a extensão da
certificação inclui a faixa de medição e a incerteza necessária para a calibração do seu equipamento.
Algumas vezes os laboratórios de calibração possuem equipamentos que não estão cobertos
pela acreditação.

Exemplo: Se você quiser que seu voltímetro de corrente direta (DC) seja calibrado na faixa de 10 V
a 0,1 mV, mas o laboratório só está acreditado para uma faixa de 10 V a 1 mV, a calibração para
a faixa inferior a 1 mV até 0,1 mV não será reconhecida internacionalmente porque não está
coberta pela acreditação.

- Quando o acesso a um laboratório que preenche as exigências acima não for possível, utilize os
critérios a seguir para nortear sua escolha:

- O laboratório de calibração deve possuir padrões de medida rastreáveis para


asquantidades em questão. Rastreabilidade, a qualidade do resultado de uma medição
que se relaciona a um padrão nacional ou internacional (veja pergunta 44), é um pré-
requisito para a certificação de sistemas de gestão da qualidade de acordo com as normas
da ISO 9001:2000. A rastreabilidade também é um requisito da ISO/IEC 17025.

- O laboratório deve possuir pessoal qualificado. A temperatura e a umidade do meio


ambiente devem ser medidas, controladas e registradas. Os limites toleráveis de
temperatura e umidade dependem do nível de precisão dos padrões utilizados. Uma
temperatura ambiente de 23 º C com uma flutuação de + ou - 2 º C e umidade relativa
menor que 70% são suficientes para a maioria das necessidades.

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111 05/02/2009, 15:47
112 Gestão da Qualidade na Exportação

- Os certificados de calibração devem ser fornecidos de acordo com as normas internacionais.


Eles devem conter uma descrição do procedimento de calibração, os padrões utilizados, os
resultados obtidos, a incerteza estimada e a assinatura do chefe do laboratório. O instrumento
calibrado deve receber uma etiqueta de longa durabilidade que deve ser datada e trazer a
data da próxima calibração, além de conter a assinatura da pessoa responsável; ou então
deve haver um registro de identificação que mostre o histórico de calibração.

- Ao selecionar um laboratório de calibração, deve-se também levar em consideração os


custos e o tempo necessário para a calibração, o transporte e os trâmites alfandegários.
Não devemos subestimar os problemas com transporte e com a liberação alfandegária. O
equipamento pode ser submetido a choques, vibrações ou outro tratamento inadequado
durante o transporte, tornando os resultados da calibração questionáveis. A liberação
alfandegária pode levar muito tempo e pode criar problemas - mesmo que todos os
documentos estejam disponíveis e corretamente preenchidos. Condições de armazenamento
desconhecidas e adversas também podem afetar os resultados da calibração.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 58:1993, Calibration and testing laboratory accreditation systems -
General requirements for operation and recognition. Organização Internacional para
Normalização, Comissão Eletrotécnica Internacional. CHF 68,00. ISO, Case postale 56, CH-
1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 341 240, Fax: 41 22 734 1079, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Apresenta todas as exigências que os sistemas de acreditação devem preencher para
operarem e serem reconhecidos.

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112 05/02/2009, 15:47
Metrologia 113

4.6 Todo o meu equipamento de medição deve ser calibrado ou


verificado?

Não, isto não é necessário. Você só precisa calibrar ou verificar equipamentos de medição usados para
assegurar o cumprimento de necessidades específicas. Conseqüentemente, é recomendável que você:

- Identifique todos os instrumentos usados para este propósito;

- Estabeleça e mantenha os procedimentos de calibração;

- Mantenha registros de calibração;

- Etiquete os instrumentos calibrados ou verificados. Ao invés de uma etiqueta, você pode utilizar
indicadores apropriados para identificar a situação atual da calibração. Um exemplo é o número
de série do instrumento, que deve aparecer em seu certificado de calibração do instrumento.

Os requisitos gerais são encontrados na ISO 9001:2000, Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos
(ISO 9001:2000, Quality management systems - Requirements). As informações relevantes para a
calibração podem ser encontradas no artigo 7.6:

7.6 Controle de aparelhos de controle e de medição


A organização deve determinar o controle e a medição que deve ser feita e que aparelhos de
controle e de medição são necessários para demonstrar conformidade do produto com as
exigências apropriadas...

Começando pelo produto que você está produzindo, identifique os parâmetros a serem medidos e
controlados durante a produção. Eles podem se iniciar com a inspeção, na chegada, do material,
peças e acessórios necessários à produção. Por exemplo, se você encomendou placas de metal de
uma determinada espessura e composição, deve verificar se foi entregue com a espessura apropriada.

Dependendo da especificação, você deve decidir que tipo de instrumento de medição e que grau
de precisão é necessário para os seus propósitos. Um paquímetro é suficiente ou há necessidade
de um micrômetro? Se não pode verificar a composição do material em sua própria empresa,
você deve pedir um certificado ao fornecedor.

REFERÊNCIAS
ISO 9001:2000, Quality management systems - Requirements. Organização Internacional
para Normalização. CHF 92,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749
0111, Fax: 41 22 734 1079, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Descreve os requisitos
para sistemas de gestão da qualidade durante o processo de fabricação.
ISO 10012-1:1992, Quality assurance requirements for measuring equipment - Part 1:
Metrological confirmation system for measuring equipment (ISO 10012-1:1992, Requisitos
para garantia da qualidade em equipamentos de medição - Parte 1: Sistemas de confirmação
metrológica para equipamentos de medição). Organização Internacional para Normalização. CHF
68,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 734
1079, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Apresenta os requisitos de garantia da qualidade
para assegurar que as medições sejam feitas com a precisão necessária; fornece orientação para a
implantação de tais exigências.

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113 05/02/2009, 15:47
114 Gestão da Qualidade na Exportação

As medições essenciais durante o processo de produção, ou seja, aquelas necessárias para


assegurar o cumprimento das especificações, devem ser identificadas junto com o equipamento
de medição, que precisa estar calibrado. Você deve usar desenhos e documentos técnicos para
identificar as especificações que requerem medições para que o cumprimento das exigências seja
comprovado. Os instrumentos de medição devem ter uma precisão que seja pelo menos três
vezes maior do que a tolerância dada nas especificações do equipamento e, de preferência, com
uma precisão que seja 10 vezes maior.

As normas da ISO 9001:2000 também determinam que:

Onde for necessário para assegurar a validade dos resultados, o equipamento de medição
e de teste deve:

a) ser calibrado ou verificado em intervalos específicos, ou antes de ser usado, utilizando-


se padrões de medição rastreáveis a padrões internacionais ou nacionais; se tais padrões
não existirem, a base da calibração ou verificação deve ser registrada;

b) ser ajustado ou reajustado conforme necessário;

c) ser identificado para permitir que o histórico de calibração seja determinado;

d) ser protegido de ajustes que invalidariam os resultados da medição;

e) ser protegido de dano ou deterioração durante o manuseio, a manutenção e o


armazenamento.

Essas exigências demonstram claramente a responsabilidade da organização em assegurar que


o equipamento de medição forneça resultados válidos. Não são dados exemplos de intervalos de
calibração porque sua necessidade depende de muitos fatores. Veja a pergunta 39 para maiores
informações sobre intervalos de calibração; a pergunta 46 explica a diferença entre calibração,
verificação e ajuste; a rastreabilidade está definida na pergunta 44.

REFERÊNCIAS
ISO 10012-2:1997, Quality assurance for measuring equipment - Parte 2: Guidelines for
control of measurement processes. Organização Internacional para Normalização. CHF 80,00.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430,
E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Normas para serem usadas como um documento de
referência para gestão da qualidade ou um documento necessário de acordo com o estabelecido entre
o fornecedor e o cliente.

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114 05/02/2009, 15:47
Metrologia 115

4.7 Qual o significado de ‘exatidão’ e ‘incerteza’ em uma medição?

Medir significa comparar uma quantidade desconhecida com a unidade padrão da mesma
quantidade e expressar o resultado como uma fração ou um múltiplo da unidade em questão.
Esta comparação, feita com a ajuda de um instrumento de medição, nunca é perfeita. O instrumento
é preciso até um certo ponto e a própria exatidão só é certa dentro dos limites expressos
quantitativamente como a incerteza. Isso pode ser visto no exemplo abaixo.

A unidade de massa, o quilograma, é definida por seu protótipo internacional, um cilindro de


metal guardado no BIPM. Cópias deste protótipo são usadas como padrões nacionais do
quilograma.

As cópias não são perfeitas e suas massas diferem levemente do protótipo internacional. Considere
a massa da cópia x como sendo m= 1 kg + 0,01 mg. A exatidão da cópia é portanto 0,01 mg. Mas
esta informação não está completa pois a diferença entre os valores do protótipo e da cópia foi
determinada por um instrumento de medição (uma balança) e o processo de medição também
não é perfeito. Existem sempre variações ao acaso (flutuações mínimas da condições ambientais,
por exemplo) e algumas imperfeições no instrumento de medição.

As medições repetidas sob condições aparentemente idênticas demonstrarão resultados


(levemente) diferentes. Ao invés de 1 kg + 0,01 mg, a balança pode indicar 1 kg + 0,009 mg ou 1 kg
+ 0,011 mg ou outro valor. Aplicando-se métodos estatísticos encontrados no Guide to the Expression
of Uncertainty in Measurement (GUM - Guia para a Expressão da Incerteza de uma Medida), pode-se
estimar a incerteza da medição. O resultado completo da massa para a cópia x pode ser m=
1,00000001 kg ± 0,002 mg. O significado da incerteza de ± 0,002 mg é que a medição tomada sob
condições aparentemente idênticas ficará dentro do intervalo 1,00000001 kg - 0,002 mg e
1,00000001 kg + 0,002 mg com uma certa probabilidade (em geral, 95%). De cada 100 medições,
espera-se que 95 fiquem dentro do intervalo dado.

A estimativa de incerteza de uma medida é cada vez mais importante pois permite que os
usuários dos resultados das medições possam avaliar a confiança desses resultados. Sem tal
estimativa, os resultados das medições não podem ser comparados, nem entre eles mesmos nem
com valores de referência dados em uma especificação ou norma. Considere que a massa da
cópia x foi determinada com o uso de outra balança em outra localização e o resultado fornecido
seja m(x)= 1,000000kg. Isto significa exatamente 1 kg? Talvez a balança não seja tão sensível
quanto a outra? Qual é a diferença entre os dois resultados? Estas perguntas não podem ser
respondidas porque não temos a informação sobre a incerteza.

REFERÊNCIAS
Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement. Organização Internacional para
Normalização. CHF 92,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749
0111, Fax: 41 22 734 1079, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Preparado por um
grupo de trabalho formado por especialistas nomeados por sete organizações internacionais ligadas
à metrologia; estabelece as regras gerais para avaliação e expressão de incerteza em medições;
fornece exemplos. É necessário um profundo conhecimento matemático para entender os métodos.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


115 05/02/2009, 15:47
116 Gestão da Qualidade na Exportação

Para que se obtenham resultados comparáveis de avaliações de incertezas, especialistas de sete


organizações internacionais ligadas à metrologia ou à padronização desenvolveram o Guide to
the Expression of Uncertainty in Measurement, o GUM. Ele estabelece regras gerais para a avaliação e
a expressão de incertezas nas medições, que podem ser usadas para diversos níveis de exatidão
e em várias áreas, da oficina à pesquisa básica. Abaixo estão relacionados alguns dos preceitos
básicos que fundamentam este conceito. Entretanto, segundo o próprio Guia, ‘A avaliação de
incertezas não é nem uma tarefa rotineira nem puramente matemática; depende do conhecimento
detalhado da natureza do que é medido (a quantidade a ser medida) e da medição.’

As regras levam em consideração o fato de que uma incerteza no resultado de uma medição tem
vários componentes que podem ser divididos em duas categorias, dependendo de como os valores
numéricos são estimados. Uma categoria consiste de erros ao acaso causados por variações
imprevisíveis que influenciam a quantidade, como a temperatura ambiental e a pressão atmosférica.
A outra categoria é formada por correções imperfeitas de efeitos sistemáticos. O Guia descreve o
tratamento matemático das duas categorias que contribuem para a incerteza das medições.

É essencial conhecer a exatidão de instrumentos de medição para que se faça uma escolha apropriada.
A exatidão de um instrumento de medição - ou seja, sua habilidade para fornecer uma medição
próxima ao valor ‘real’ representado por um padrão - é normalmente expressa como um percentual
da faixa de medição. Este valor é usado para classificar a exatidão do instrumento.

Um voltímetro da classe 1 significa que o erro de medição do instrumento não deve ser maior do
que 1% da faixa de medição. Se a variação for de 0 a 100 V, deve-se esperar um erro de 1 V para
qualquer resultado dentro da faixa de medição. As medições próximas ao menor valor desta faixa
demonstrarão imprecisões relativas maiores, isto é, a exatidão de uma medição de 5 V é de 20%.
Isto levanta a dúvida se a precisão de 1 V para um valor de 5 V é suficiente para a aplicação em
questão. Se não for, deve ser usado outro instrumento de medição ou outra faixa de medição para
o mesmo instrumento. Imagine que pode-se mudar para uma variação de medição de 0 a 10 V para
o mesmo instrumento. A precisão nesta faixa será de 0,1 V. A leitura de 5 V terá uma precisão de 0,1
V ou 2% de 5 V. Se este resultado for usado para confirmar o cumprimento de especificações, a
incerteza da medição deve ser estimada de acordo com os métodos fornecidos pelo GUM.

REFERÊNCIAS
Measurement Uncertainty (Incerteza na Medição). United Kingdom Accreditation Service,
2001. Pode ser descarregado gratuitamente do site www.ukas.com/new_docs/technical-
uncertain.htm. UKAS, Feltham, Middlesex, Reino Unido, Tel.: 44 0 20 8917 8400, E-mail:
info@ukas.com, Internet: www.ukas.com. Fornece informações sobre a importância da incerteza e
como ela é avaliada. O UKAS é a única agência nacional reconhecida pelo governo britânico para
a certificação de laboratórios de ensaio e calibração e para a certificação de agências de inspeção.

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116 05/02/2009, 15:47
Metrologia 117

4.8 O que significa rastreabilidade?

Rastreabilidade significa que uma medição pode ser relacionada a um padrão nacional ou
internacional de medida e que tal relacionamento está documentado. O instrumento de medição
deve ser calibrado por um padrão de medida rastreável.

O conceito de rastreabilidade é importante porque possibilita a comparação da exatidão das


medições de acordo com um procedimento padrão para se estimar a incerteza (veja pergunta
43). A rastreabilidade de equipamentos de medição e teste é uma exigência das normas ISO
9001:2000 e pode ser especificada para o controle de instrumentos de medição (veja pergunta 52).

A rastreabilidade é definida pelo International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology como a

Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a


referências estabelecidas, em geral a padrões nacionais ou internacionais, por meio de
uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas.

COMENTÁRIOS
1. A palavra rastreabilidade é usualmente usada para expressar este conceito.
2. A cadeia de comparações é denominada cadeia de rastreabilidade.

As medidas com o maior grau de precisão são efetuadas por padrões internacionais de medida,
muitos dos quais estão guardados no BIPM. Os padrões nacionais, mantidos pelos institutos nacionais
de metrologia, devem ser comparados a padrões internacionais. O resultado destas comparações,
representado pela precisão do padrão nacional com sua incerteza estimada, constará em um
documento (certificado).

O padrão nacional serve de referência para a calibração de padrões de referência de menor exatidão.
Os padrões de referência são mantidos nos institutos nacionais de metrologia para calibrações
que não requerem uma maior precisão, e em laboratórios de calibração. Aqui também os
resultados são fornecidos em um documento.

Da mesma forma, padrões de referência são usados para calibrar outros padrões de menor exatidão,
isto é, padrões de trabalho. Aqui também a exatidão e a incerteza da medição devem constar em um
certificado. Esta informação pode, então, ser usada para se estimar a incerteza de uma medição, o
que pode ser importante para medições feitas para verificar o cumprimento de especificações.

A rastreabilidade é alcançada por meio de uma cadeia de comparações que culminam com o padrão
internacional. Se não existe um padrão disponível no BIPM para uma determinada quantidade, o
padrão internacional é reconhecido através de um acordo internacional que servirá de base para
determinar valores para outros padrões da quantidade em questão. O valor do padrão internacional
é geralmente determinado comparando-se os padrões nacionais de maior qualidade.

REFERÊNCIAS
ILAC-G2:1994, Traceability of Measurements (ILAC-G2:1994, Rastreabilidade das
Medições). Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios. Pode ser baixado gratuitamente
do site www.ilac.org. Descreve o conceito de rastreabilidade; contém uma lista para ajudar na
verificação da calibração e da rastreabilidade dos equipamentos de medição e teste; fornece uma lista
de laboratórios nacionais e laboratórios acreditados capazes de fornecer rastreabilidade.

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117 05/02/2009, 15:47
118 Gestão da Qualidade na Exportação

International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology. Inglês-francês.


Organização Internacional para Normalização. 1993. CHF 68,00. ISO, Case postale 56, CH-
1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Preparado por um grupo de especialistas indicados por sete organizações internacionais;
abrange quantidades e unidades, medições, resultados de medições, instrumentos de medição,
características dos instrumentos de medição e padrões de medida.

4.9 O que é um padrão de medida?

A palavra padrão é usada com dois significados distintos: como uma especificação, recomendação
técnica ou algo similar amplamente utilizada (norme, em francês); mas também significa um
padrão de medida (étalon, em francês). A palavra ‘medida’ deve, conseqüentemente, ser usada
quando for necessário para evitar interpretações errôneas.

Um padrão de medida pode ser uma medida física, um instrumento de medição, um material de
referência ou um sistema de medição usado para definir, efetuar, conservar ou reproduzir uma
unidade ou um ou mais valores de uma quantidade para servir de referência. Por exemplo, a
unidade de ‘massa’ é representada em sua forma física por um cilindro de metal de 1 kg; blocos
de medida representam valores definidos da unidade de ‘comprimento’.

A hierarquia dos padrões de medida começa com o padrão internacional no topo e vai se
disseminando até chegar aos padrões de trabalho. As definições destes termos, dadas pelo
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology, encontram-se abaixo.

Padrão internacional de medida


Padrão reconhecido por um acordo internacional para servir, internacionalmente, como
base para estabelecer valores de outros padrões da grandeza a que se refere.

O Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), localizado em Sèvres, próximo a Paris, é o


guardião dos padrões internacionais de medida. O padrão mais antigo em uso é o do quilograma.

Padrão nacional de medida


Padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir, em um país, como base para
atribuir valores a outros padrões da grandeza a que se refere.

O guardião dos padrões nacionais de medida é geralmente um laboratório denominado de instituto


nacional de metrologia, agência nacional de normas ou agência nacional de pesos e medidas.
Alguns países não têm padrões nacionais de medida.

Padrão primário
Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais altas qualidades
metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões de mesma grandeza.

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118 05/02/2009, 15:47
Metrologia 119

Padrões primários incluem, por exemplo, os dispositivos de Josephson para a determinação do


‘volt’ ou laseres estabilizados com interferômetros para medição de ‘comprimento’. Estes
aparelhos são usados como padrões nacionais por muitos institutos nacionais de metrologia e
por alguns dos mais bem equipados laboratórios de calibração.

REFERÊNCIAS
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology. Organização
Internacional para Normalização. CHF 68,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça,
Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Define
os termos usados em metrologia.

Padrão secundário
Padrão cujo valor é estabelecido por comparação a um padrão primário da mesma grandeza.

Padrões primários são em geral utilizados para calibrar padrões secundários.

Padrão de trabalho
Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas materializadas,
instrumentos de medição ou materiais de referência.

Um padrão de trabalho é geralmente calibrado por comparação a um padrão de referência. Um


padrão de trabalho utilizado rotineiramente para assegurar que as medições estão sendo
executadas corretamente é chamado padrão de controle.

Não há requisitos gerais com relação a exatidão dos padrões em questão. Um padrão de trabalho
em uma localização pode ser suficientemente bom para servir de padrão de referência ou mesmo
de padrão nacional em outro lugar.

Existem classes de pesos começando com o E1, a classe mais alta, seguida pela E2, F1, F2, M1, M2,
M3. Um conjunto de pesos com exatidão classe E2 pode servir de padrão de trabalho em um
laboratório de calibração para ajustar conjuntos de pesos com exatidão igual ou inferior a F1. Um
conjunto E2 pode servir de referência em outro laboratório principalmente para a calibração de
pesos com exatidão de classe igual ou inferior a F2. Um conjunto de pesos classe E2 pode ser usado
como padrão nacional em um país que não tenha necessidade de medições mais precisas do que F1.

Repare que a exatidão de alguns instrumentos de medição usados na indústria é tão alta que é
necessário usar padrões primários para sua calibração.

Padrão de referência
Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local
ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.

Os laboratórios de calibração mantêm padrões de referência para calibrar seus padrões de trabalho.

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119 05/02/2009, 15:47
120 Gestão da Qualidade na Exportação

Padrão de transferência
Padrão utilizado como intermediário para comparar padrões.

Os resistores são usados como padrões de transferência para comparação de padrões de voltagem.
Os pesos são usados para comparar balanças.

Padrão itinerante
Padrão, algumas vezes de construção especial, para ser transportado entre locais diferentes,
usados para comparação entre padrões.

Um padrão de freqüência de césio, portátil, operado por bateria, pode ser usado como um padrão
itinerante. Células de carga calibradas são usadas como padrão itinerante de força.

4.10 Qual a diferença entre calibração, verificação, ajuste e


marcação da escala?

As definições a seguir foram tiradas de dicionários internacionais importantes.

Calibração
Conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas, a relação entre os valores
indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores representados por
uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das
grandezas estabelecidas por padrões.

COMENTÁRIOS
1. O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do
mensurando para as indicações como a determinação das correções a serem aplicadas.

2. Uma calibração também pode determinar outras propriedades metrológicas como o


efeito das grandezas de influência.

3. O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento, algumas vezes


denominado certificado de calibração ou relatório de calibração.

- International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology (Vocabulário Internacional de


termos Fundamentais e Gerais de Metrologia).

Mensurando é a quantidade a ser medida. Durante a calibração, a diferença entre a indicação do


instrumento a ser calibrado e o padrão será determinado numericamente e registrado. Em geral,
o resultado não será usado para ajustar o instrumento mas para corrigir os valores indicados.
Exemplo: os termômetros são calibrados em banhos líquidos apropriados comparando-se a
leitura do termômetro padrão com a leitura do termômetro sendo calibrado. As diferenças serão
registradas e usadas para correções durante medições de temperatura.

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120 05/02/2009, 15:47
Metrologia 121

Verificação de um instrumento de medição


Procedimento (que não o de aprovação) que inclui a examinação e a marcação e/ou expedição de
um certificado de verificação que determina e confirma se o instrumento de medição preenche os
requisitos estabelecidos.

- International Vocabulary of Terms in Legal Metrology (Vocabulário Internacional de Termos em


Metrologia Legal), 2ª edição.

REFERÊNCIAS
International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology. 2ª ed. Inglês-francês.
Organização Internacional para Normalização. 1993. CHF 68,00. ISO, Case postale 56, CH-
1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Fornece definições de termos metrológicos formuladas por um grupo de representantes
de sete organizações internacionais.

A verificação bem sucedida é quase sempre documentada por um selo, uma etiqueta especial ou
ambos, indicando que o instrumento pode ser usado para aplicações reguladas por lei, ou seja,
para o comércio ou para a proteção do meio ambiente. Parte dos exames consiste em verificar se
os limites prescritos de erro são respeitados. O resultado é ‘sim’ ou ‘não’. Por exemplo: pesos
usados em mercados são comparados regularmente a padrões de peso. Se estiverem corretos,
dentro dos limites de erro especificados, receberão um selo. O selo indica a conformidade com os
requisitos legais. Os pesos que excedem os limites de erro serão corrigidos e depois receberão o
selo. Se não for possível fazer um reajuste, serão confiscados ou o selo de verificação será retirado,
indicando que o peso não está de acordo com as especificações legais.

Na indústria, os instrumentos de medição simples como calibradores passa-não-passa ou réguas


são verificadas freqüentemente com o objetivo de decidir se ‘passaram’ ou ‘não passaram’, ou
seja, se estão dentro das especificações ou fora delas, sem determinação de valores exatos.

Ajuste (de um instrumento de medição)


Operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho compatível
com seu uso.

COMENTÁRIOS
O ajuste pode ser automático, semi-automático ou manual.

- International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology

Muitos instrumentos podem ser ajustados para zero com uma volta do potenciômetro ou outro
dispositivo. Alguns instrumentos têm dispositivos internos para ajustar a sensibilidade para o
valor correto. Tal dispositivo pode ser, por exemplo, um peso de referência em uma balança
eletrônica.

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121 05/02/2009, 15:47
122 Gestão da Qualidade na Exportação

Marcação da escala (de um instrumento de medição)


Operação de fixar as posições das marcas da escala de um instrumento de medição (em alguns
casos apenas certas marcas principais) em relação aos valores correspondentes do mensurando.

- International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology

Uma aplicação típica da marcação de escala é a determinação do conteúdo de um tanque de


armazenagem para líquidos, relacionando-se as marcas de volume em uma trena de profundidade
ao nível de líquido no tanque.

REFERÊNCIAS
International Vocabulary of Terms in Legal Metrology. Organização Internacional de
Metrologia Legal (OIML). Inglês-francês. 2000. FRF 200,00. International Bureau of Legal
Metrology, 11 rue Turgot 75009 Paris, França, Tel.: 33 14 878 1282, Fax: 33 14 285 2711, E-
mail: biml@oiml.org, Internet: www.oiml.org. Define os conceitos usados em metrologia legal.

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122 05/02/2009, 15:47
Metrologia 123

4.11 Quem pode dar informações sobre problemas de medição?

Imagine que você precisa de aconselhamento a respeito de um problema de medição em relação


a uma produção em andamento ou em estudo e você tem um equipamento de medição com o qual
não está satisfeito ou que não é adequado para os seus propósitos. A melhor coisa a fazer é entrar
em contato com um representante do fabricante do seu equipamento de medição, pois ele deve
ter um bom conhecimento a respeito dos problemas de medição mais importantes. Se preferir o
conselho de terceiros sobre como executar a medição, que tipo de instrumento deve usar e onde
pode comprá-lo, entre em contato com as seguintes organizações ou instituições:

- A associação metrológica nacional. Em muitos países, os profissionais da área de metrologia fundaram


associações ou sociedades para fazer um intercâmbio de conhecimentos sobre metrologia e
equipamentos, assim como para estimular a cooperação nacional, regional e internacional.

- O instituto nacional de metrologia. É a autoridade nacional para a guarda e manutenção dos padrões
nacionais de medição; também pode ser chamado de agência nacional de normalização ou agência
nacional de pesos e medidas. Ele também deve ser capaz de fornecer auxílio técnico ou informar
quem você deve contatar.

- Corpo docente das universidades ou faculdades de engenharia ou de física. O corpo docente destas instituições
pode estar familiarizado com o seu problema ou conhecer alguém que seja um especialista na
área em questão.

- Organizações regionais ou internacionais. Se o seu país não tiver organizações nacionais ou se não
conseguir obter aconselhamento adequado no seu país, procure a ajuda de organizações regionais
ou internacionais. Abaixo você encontrará uma lista das principais organizações para os países
em desenvolvimento. Muitas oferecem uma ponte de ligação para outras organizações nacionais
ou regionais.

- ARSO (African Regional Organization for Standardization). PO Box 57363 Nairobi,


Quênia, Tel.: 254 2 224561, Fax: 254 2 218792, E-mail: arso@bidii.com, Internet: www.arso-
oran.org.

- APMP (Asia-Pacific Metrology Program). National Research Laboratory of Metrology,


1-1-4 Umezono, Tsukuba Science City, Ibaraki, Japão, Tel.: 81 298 61 4362, Fax: 81 298 61
4393, E-mail: s-apmp@nrlm.go.jp, Internet: www.nrlm.go.jp/apmp.

- SIM (Sistema Interamericano de Metrologia). Instituto Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial, Rua Santa Alexandrina, 416 - 9º andar, Rio
Comprido, Rio de Janeiro 20261-232, Brasil, Tel.: 55 21 2563 2824, Fax: 55 21 2502 6542, E-
mail: sim@inmetro.gov.br, Internet: http://200.192.27.14.

- SADCMET (Southern Africa Development Cooperation in Measurement Traceability),


c/o CSIR - National Metrology Laboratory, POB 395, 0001 Pretória, África do Sul, Tel.: 27 12
841 4457, Fax: 27 12 841 2131. E-mail: mngobeni@csri.co.za, Internet: www.sadc-sqam.org
(clique em Regional SQAM Information e selecione SADCMET).

No âmbito internacional, recomendamos a seguinte organização:

- IMEKO (International Measurement Confederation). POB 457 H-1371 Budapeste,


Hungria, Tel/Fax: 36 1 353 1562, E-mail: imeko@axelero.hu, Internet: www.imeko.org.

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123 05/02/2009, 15:47
124 Gestão da Qualidade na Exportação

4.12 Quais os principais perigos e problemas que podemos


encontrar com respeito a inspeção medição e equipamento de
teste, ao implementar as normas ISO 9000?a/

É muito difícil para as pequenas e médias empresas preencher os requisitos de um sistema de


qualidade para fins de inspeção, equipamentos de medição e de teste, e muitas das falhas de
conformidadeb/ descobertas durante as auditorias de sistemas de gestão da qualidade estão
relacionadas a estes equipamentos. O controle de todos os equipamentos usados para demonstrar
conformidade com requisitos específicos faz parte das exigências dos sistemas de qualidade.

Os requisitos da ISO 9001:2000 para os equipamentos de medição não são tão minuciosos quanto
os da edição de 1994 mas são igualmente importantes. A norma (artigo 8.1) também exige que as
organizações ‘planejem e implementem os processos de monitoração, medição, análise e de
melhoria... para melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão da qualidade.’

Perigos e problemas
As auditorias são feitas para determinar a extensão do cumprimento dos requisitos do sistema
de gestão da qualidade. Algumas das falhas de conformidade freqüentemente detectadas durante
essas auditorias estão listadas abaixo.

- Não é feita nenhuma distinção entre os instrumentos de medição usados para demonstrar conformidade (isto é,
para determinar a existência de garantia da qualidade) e os instrumentos de medição usados para outros fins.

Esta separação é necessária, pois os instrumentos de medição usados para determinar o


cumprimento de garantia da qualidade devem ser identificados e calibrados. Como identificação,
eles devem possuir etiquetas ou selos indicando quando a última calibração foi feita. Ou então
devem possuir marcas de identificação que possam ser relacionadas aos registros de calibração:
a data da última calibração, a data da recalibração, a assinatura da pessoa responsável pela
calibração e, se necessário, informações especiais como faixa de medição para a qual a calibração
é válida e outras restrições. Se a etiqueta ou o selo não indicar o status da calibração, os documentos
referentes ao equipamento devem conter tal informação. Todos os instrumentos devem ser
registrados e possuir documentos de identificação.

A calibração é um fator de custo; entretanto, nem todo equipamento precisa ser calibrado. Ela
não é necessária para equipamentos que não são usados para demonstrar o cumprimento de
exigências. Por exemplo, balanças utilizadas para estimar os custos do transporte de carga,
instrumentos de medição de comprimento usados na fabricação de contêineres para transporte
de carga, termômetros usados para controlar a temperatura de oficinas - se as especificações não
exigem ambiente refrigerado - não precisam ser calibrados.

a/
Esta seção é baseada na experiência da edição de 1994 da série ISO 9000.
b/
A falha de conformidade representa o não cumprimento do requisito de uma norma.

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124 05/02/2009, 15:47
Metrologia 125

REFERÊNCIAS
ISO 9001:1994, Quality systems - Model for quality assurance in design/development,
production, installation and servicing (ISO 9001:1994, Sistemas da qualidade - Modelo para
garantia da qualidade no projeto/desenvolvimento, produção, instalação e manutenção).
Organização Internacional para Normalização. CHF 62,00. ISO, Case postale 56, CH-1211
Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Normas que especificam as exigências para sistemas da qualidade para serem usadas
quando o contrato entre duas partes exige que um fornecedor demonstre capacidade de planejar e
fornecer um produto. As exigências visam, primariamente, prevenir a falta de conformidade em
todos os estágios entre o planejamento e a entrega do produto. As normas ISO 9002:1994,
Quality systems - Model for quality assurance in production and installation
(Sistemas da qualidade - Modelo para garantia da qualidade na produção e instalação) e ISO
9003.1994, Quality systems - Model for quality assurance in final inspection and
test (Sistemas da qualidade - Modelo para garantia da qualidade na inspeção e teste finais) têm
uma aplicação restrita, conforme os títulos indicam.

- Não são especificadas as medições necessárias para demonstrar conformidade e sua exatidão.

As normas da ISO 9000 exigem um documento especificando todas as medições necessárias para
demonstrar a conformidade com especificações e requisitos. A precisão de tais medições também
deve ser especificada e registrada. Deve haver uma lista determinando o que deve ser calibrado,
uma etiqueta ou selo em cada equipamento contendo a data da última calibração ou documentos
que indiquem o status da calibração. Por exemplo, no caso de um componente mecânico ou
produto, se a tolerância de certa medição for de ± 0,1 mm, a exatidão do instrumento selecionado
e descrito tem que ser melhor do que ± 0,1 mm. Tal instrumento pode ser um micrômetro com
uma exatidão de ± 0,01 mm. Com freqüência, um instrumento de medição é próprio para uso se
sua exatidão for pelo menos três vezes melhor que as tolerâncias a serem medidas. O uso deste
instrumento para todas as medições dimensionais dentro daquela faixa de medição (p. ex., 25 a
50 mm) e exatidão (± 0,01 mm) deve constar da documentação apropriada. Os outros instrumentos
usados para demonstrar conformidade precisam conter informação semelhante.

- O status de calibração do instrumento é desconhecido ou duvidoso

É este o caso, se:

a) A etiqueta de calibração ou o selo de identificação que relaciona o instrumento ao seu registro


de calibração não estiver presente, ou

b) O procedimento de calibração não é conhecido ou

c) O instrumento é utilizado fora de suas especificações ou

d) O registro de calibração tiver desaparecido.

Ações corretivas
a) O instrumento deve ser calibrado e, daí em diante, uma etiqueta deve ser afixada a ele. Uma
alternativa seria o uso de um selo de identificação que ligue o instrumento ao registro de
calibração.

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126 Gestão da Qualidade na Exportação

b) Uma etiqueta no instrumento é necessária, mas não é o suficiente. Também é necessário um


certificado de calibração indicando o método de calibração e a rastreabilidade do padrão usado
para tal (veja pergunta 44). No caso da calibração feita no local, o procedimento de calibração e
a rastreabilidade do padrão usado devem ser documentados. Se o padrão não for rastreável, a
base da calibração deve ser documentada. Se, por exemplo, um micrômetro precisa ser calibrado
e não houver um padrão rastreável disponível, um conjunto de blocos de medição pode ser
usado como base para a calibração.

REFERÊNCIAS
ISO 9000:2000, Quality management systems - Requirements. Organização Internacional
para Normalização. CHF 92,00. Substitui as normas ISO 9000:1994, ISO 9002:1994 e ISO
9003:1994. Especifica as exigências para os sistemas de gestão da qualidade em que uma organização
precisa demonstrar, coerentemente, sua capacidade para fornecer produtos que preencham as
necessidades do consumidor e as exigências regulamentares aplicáveis, com o objetivo de aumentar
a satisfação do cliente.

c) Já que a calibração não é válida se o instrumento é usado em condições que não são compatíveis
com as especificações, devem ser tomadas ações corretivas para evitar que tal aconteça. O uso
indevido do instrumento pode se dar em relação a medições fora das especificações e das faixas
de calibração, medições em condições ambientais fora das especificações do instrumento (isto é,
temperaturas muito altas ou muito baixas, voltagem ou freqüência inadequadas) ou medições
feitas com o instrumento posicionado incorretamente (na vertical ao invés de na horizontal ou
vice-versa)

d) Os registros de calibração estão entre os documentos necessários para o estabelecimento e a


manutenção de sistemas da qualidade e devem estar disponíveis para a avaliação de tal sistema.
Eles devem ser fornecidos pelo laboratório de calibração ou, no caso de uma calibração interna,
preparado pela pessoa responsável pela calibração.

- A exatidão e aptidão para o uso de equipamentos de medição não estão garantidas

Este pode ser o caso se o equipamento estiver exposto a condições ambientais desfavoráveis
durante as medições ou armazenamento. Exemplos típicos são a umidade elevada que causa
ferrugem, a poeira que afeta a qualidade das medições, a exposição a fontes de calor (exposição
direta ao sol ou a superfícies aquecidas), exposição a distúrbios eletromagnéticos (causados por
máquinas, interruptores elétricos, transformadores e outras fontes de distúrbios
eletromagnéticos) ou outras influências. Precauções adequadas, como a reestruturação da área
de trabalho, isolamento especial, proteção contra poeira e outras ações preventivas devem ser
tomadas para garantir a qualidade e a exatidão de uso.

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126 05/02/2009, 15:47
Metrologia 127

REFERÊNCIAS
ISO 9000 Auditorías Internas de la Calidad em la Pequeña y Mediana Empresa. Otto
Loesener e Michael Parkany, United Nations Industrial and Development Organization. UNIDO,
PO Box 300 A-1400 Viena, Áustria, Tel.: 43 1 260 263 518, Fax: 43 1 260 266 840, E-mail:
oloesener@unido.org. Baseado na experiência obtida nos países da América Latina, este livro explica
os requisitos das normas e como implementar a série em pequenas e médias empresas. Estão sendo
preparadas uma nova edição adaptada para a ISO 9000:2000 e uma versão para o inglês.

4.13 Quais são as organizações internacionais envolvidas com


metrologia?

As organizações internacionais ativas em algumas áreas da metrologia estão listadas abaixo.

BIPM (Bureau international des poids et mesures - Bureau Internacional


de Pesos e Medidas)
O Tratado do Metro, um acordo intergovernamental assinado por 17 países em Paris em 1875,
resultou na criação do BIPM. Ele assegura o uso de medidas uniformes em todo o mundo. Possui
51 membros, incluindo todos os países desenvolvidos.

Tornou-se possível, recentemente, que um país/área, se torne membro adjunto e hoje existem
seis membros nesta condição. Um país/membro que deseje se tornar membro adjunto pode fazê-
lo candidatando-se junto ao diretor do BIPM, diretamente ou através de sua embaixada em Paris
e pagando a primeira anuidade. As anuidades para membros adjuntos ou vitalícios são baseadas
em suas contribuições às Nações Unidas. A menor anuidade para ser um membro adjunto é de
• 4.000 e para membros vitalícios é de aproximadamente US$ 40.000.

O BIPM opera sob a supervisão exclusiva do CIPM (Comité international des poids et mesures -
Comitê internacional de pesos e medidas), que está subordinado à CGPM (Conférence générale
des poids et mesures - Conferência geral de pesos e medidas). A CGPM elege os membros do CIPM
e a cada quatro anos reúne os representantes dos países-membros. Ela estuda os acordos para
assegurar a promoção e a melhoria do Sistema Internacional de Unidades (SI). Os membros
adjuntos podem participar da Conferência como observadores mas não têm direito a voto.

O BIPM exerce três tipos de atividades:

- Estabelecendo e mantendo padrões de referência que possuem boa estabilidade a longo prazo;

- Organizando e participando de comparações internacionais e da realização de calibrações; e

- Participando de investigações fundamentais que possam resultar na melhoria dos padrões de


referência ou das técnicas de medição.

Na maioria dos casos, estas atividades são executadas em conjunto com os principais institutos
nacionais de metrologia, como o National Institute of Standards and Technology (NIST) dos
Estados Unidos, o Physikalisch-Technische Bundesanstalt da Alemanha, o Research Center for

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128 Gestão da Qualidade na Exportação

Measurement Standards do Japão e o National Physical Laboratory do Reino Unido. O CIPM


criou Comitês Consultivos que reúnem especialistas internacionais em áreas específicas como
conselheiros para assuntos científicos e técnicos.

No Brasil, o Inmetro detém o reconhecimento dos seus padrões nacionais de medição desde
outubro de 1999, ato que alcançou, igualmente, os certificados de medição e de calibração emitidos
por toda a Rede Brasileira de Calibração. O Brasil passou, assim, a integrar, junto com outros 38
membros, da Convenção do Metro, o seleto grupo de países a merecer tal reconhecimento
internacional.

REFERÊNCIAS
Bureau international des poids et mesures. Endereço eletrônico: www.bipm.fr.
Organização Internacional de Metrologia Legal. Endereço eletrônico: www.oiml.org.
International Measurement Confederation. Endereço eletrônico: www.imeko.org.
Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios. Endereço eletrônico:
www.ilac.org.

A organização de comparações internacionais tem se tornado cada vez mais importante,


especialmente para institutos nacionais de metrologia (NMIs) que assinaram acordos de
reconhecimento mútuo para aceitar os certificados de calibração uns dos outros. Nos sites http://
kcdb.bipm.fr/BIPM-KCDB e http://kcdb.bipm.fr/BIPM-KCDB/AppendixC encontram-se os bancos de
dados contendo os resultados de comparações internacionais e as capacidades de medição dos NMIs.

OIML (Organização Internacional de Metrologia Legal)


A Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML, do francês Organization internationale
de métrologie légale) foi fundada em 1955 como uma agência intergovernamental dedicada a
harmonizar os regulamentos de metrologia dos países-membros. Essas regulamentações se
referem a medições que requerem instrumentos de medição aprovados, unidades de medição,
tolerância para limites de erro etc.

A principal função da OIML é fornecer aos seus membros os modelos para o estabelecimento de
exigências e práticas harmônicas de metrologia legal. Ela publica recomendações internacionais
e documentos que fornecem as fundações jurídicas, metrológicas e técnicas necessárias para o
estabelecimento e a operação uniforme de serviços metrológicos legais. Os governos dos países-
membros (e dos não membros) são responsáveis por assegurar medições corretas nas áreas de
interesse público como o comércio, a saúde, o meio ambiente e a segurança.

Operações administrativas e técnicas são efetuadas pelo secretariado central em Paris, a Agência
Internacional de Metrologia Legal ou BIML. A equipe da Agência tem aproximadamente 10 funcionários.

A OIML estabeleceu um processo de certificação para instrumentos de medição. Seu certificado


pode ser fornecido para categorias de instrumentos de medição que preenchem as Recomendações
Internacionais da OIML. Estas recomendações incluem as exigências metrológicas (isto é, classes
de exatidão dos instrumentos de medição, limites de erro, unidades de medição, condições

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Metrologia 129

ambientais para a operação dos instrumentos de medição, as exigências para balanças e outros
instrumentos de aferição) para o instrumento em questão, os métodos de ensaio a serem utilizados
e a forma como o resultado do teste deve ser apresentado. Os certificados podem ser obtidos junto
ao fabricante ou a uma autoridade habilitada, que pode ser um membro nacional do Comitê
Internacional de Metrologia Legal da OIML (CIML) ou uma agência designada para tal fim.

O certificado, juntamente com o resultado do teste, indica que um tipo de instrumento preenche
as exigências da Recomendação Internacional da OIML em questão. Os certificados da OIML são
aceitos pelos serviços nacionais de metrologia legal voluntariamente.

O processo de certificação da OIML acaba com a necessidade de testes repetitivos pois os resultados
de testes feitos de acordo com este processo podem ser usados como base para a aprovação de
um determinado tipo de instrumento. A eliminação de testes repetitivos que acarretam mais
despesa e perda de tempo representa uma grande vantagem para todas as empresas,
particularmente para as pequenas empresas.

A BIML mantém um banco de dados contendo os tipos de instrumentos de medição que possuem
certificado da OIML no site www.oiml.org.

IMEKO (International Measurement Confederation - Confederação


Internacional de Medição)
A IMEKO (International Measurement Confederation) é uma federação não governamental
composta de 34 organizações (de acordo com dados de 1 de janeiro de 2001) envolvida com o
desenvolvimento da tecnologia de medição. Seus objetivos são promover o intercâmbio
internacional de informações científicas e técnicas sobre instrumentos de medição e melhorar a
cooperação internacional entre cientistas e engenheiros das áreas de pesquisa e indústria.

Fundada em 1958, a Confederação tem o papel de consultora junto à United Nations Educational,
Scientific and Cultural Organization (UNESCO - Organização Educacional, Científica e Cultural
das Nações Unidas) e a United Nations Industrial Development Organization (UNIDO -
Organização do Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas) e está sediada em Budapeste,
na Hungria. Exerce suas atividades principalmente através de Comitês Técnicos que, para alcançar
seus objetivos, organizam simpósios, conferências, workshops e seminários sobre temas
específicos, assim como a publicação das minutas de tais eventos e livros.

ILAC (Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios)


A ILAC é uma cooperação internacional de sistemas mundiais de acreditação de laboratórios.
Foi formalizada em 1996 quando 44 organismos nacionais assinaram a declaração de
entendimento.

A ILAC é o principal fórum internacional para a conciliação de procedimentos para a acreditação de


laboratórios. A acreditação estabelece a competência dos laboratórios para realizar tipos específicos
de ensaios, medições e calibrações. Ela fornece o reconhecimento formal a laboratórios de calibração
e de testes competentes facilitando, assim, o acesso dos consumidores a serviços confiáveis.

A declaração de entendimento fornece a base para melhorar a cooperação e o estabelecimento de


acordos multilaterais de reconhecimento entre as agências-membros da ILAC. Um desses acordos,
conhecido como o Acordo da ILAC, amplia e facilita a aceitação internacional de informações
sobre testes e calibração e a eliminação de barreiras técnicas ao comércio. Ele foi assinado por 36
agências de certificação de laboratórios de 28 países no dia 2 de novembro de 2000. Os produtos

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130 Gestão da Qualidade na Exportação

testados em um país por um laboratório acreditado sob a jurisdição dos signatários do Acordo
(que agora totalizam 38) devem ser aceitos pelos outros países signatários.

No Brasil, o Inmetro detém o reconhecimento do ILAC desde novembro de 2000. Tal fato conferiu
aos certificados de calibração e aos relatórios de ensaios realizados em laboratórios acreditados
pelo Inmetro a sua aceitação por todos os países que compõem aquele fórum.

REFERÊNCIAS
‘Signing of International Arrangement to enhance trade’ (Assinatura de Acordo
Internacional para estimular o comércio). No ILAC News, março de 2001. Disponível no
site www.ilac.org. O jornal semestral atualiza a lista de membros e outros interessados no
desenvolvimento internacional da acreditação de laboratórios; disponível gratuitamente.

4.14 O que é o Sistema Internacional de Unidades (SI)? Existem


outros sistemas?

O Sistema Internacional de Unidades (SI) desenvolveu-se a partir do sistema métrico, o sistema


de medição adotado com a assinatura do Tratado do Metro em 1875. Em 1960, a Conferência
geral de pesos e medidas adotou o nome Système International d’Unités (SI) para o seu sistema de
unidades de medição. O SI é utilizado atualmente por mais de 100 países. Ele consiste de 7
unidades básicas e várias unidades derivadas delas. As unidades básicas são:

- O metro (simbolizado pela letra m), para medidas de comprimento,

- O quilograma (kg), para medidas de peso,

- O segundo (s), para medir tempo,

- O ampère (A), para medir correntes elétricas,

- O kelvin (K), para medir a temperatura termodinâmica,

- O mole (mol), para quantificar uma substância, e

- A candela (cd), para medir a intensidade luminosa.

Enquanto o padrão de medição para o quilograma é um artefato – um cilindro feito de uma liga de
platina e irídio com 39 mm de altura e 39 mm de diâmetro – todas as outras unidades são definidas
em termos de fenômenos físicos ou de constantes naturais. O metro, por exemplo, é definido como
a distância do caminho percorrido pela luz no vácuo durante o intervalo de 1/299.792.458 do
segundo. Esta definição se aproveita do fato de a velocidade da luz ser uma constante de exatos
299.792.458 m/s. A vantagem de uma definição baseada em constantes naturais é que elimina a
necessidade de artefatos, os quais podem sofrer alterações ou ser destruídos. Unidades baseadas
em constantes naturais podem ser reproduzidas a qualquer hora.

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130 05/02/2009, 15:47
Metrologia 131

REFERÊNCIAS
ISO 1000:1992, SI units and recommendations for the use of their multiples and of
certain other units (ISO 1000;1992, Unidades SI e recomendações para o uso de seus múltiplos
e de outras unidades). CHF 92,00. /Amd 1:1998. CHF 13,00. Organização Internacional para
Normalização. Define as unidades SI, suas derivadas e as unidades fora do SI; faz recomendações
para seu uso.
ISO 31:1992, Quantities and Units (ISO 31:1992, Quantidades e Unidades). Organização
Internacional para Normalização. CHF 1.339,00 é o preço das normas completas: capítulos
individuais e correções podem ser comprados separadamente. A série de normas da ISO 31, em 14
capítulos, contém os princípios gerais e as recomendações para aplicação em áreas específicas como
mecânica, calor, eletricidade e magnetismo.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111. Fax: 41 22 734
1079, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
The International System of Units (SI) (O Sistema Internacional de Unidades). Bureau
international des poids et mesures, 7ª ed. 1998. FF 150,00. BIPM F-92312 Sèvres Cedex, França,
Tel.: 33 14 507 7001, Fax: 33 14 534 8670, Internet: www.bipm.fr. Panfleto atualizado
regularmente; apresenta e explica as resoluções e recomendações do CGPM e do CIPM sobre o
Sistema Internacional de Unidades.

Os múltiplos e os submúltiplos das unidades são expressos estritamente em decimais, isto é, 1 kg


= 1.000 g = 1.000.000 mg, onde o prefixo quilo, simbolizado pelo k, é usado para o fator de
multiplicação 1.000 e o prefixo mili, simbolizado pelo m, é usado para o divisor 0,001. Abaixo
você encontrará outros prefixos e seus símbolos.

Fator de multiplicação Prefixo Símbolo


1000.000.000.000 = 1012 tera T
1.000.000.000 = 109 giga G
1.000.000 = 106 mega M
1.000 = 103 quilo k
100 = 102 hecto h
10 = 101 deca da

0,1 = 10-1 deci d


0,01 = 10-2 centi c
0,001 = 10-3 mili m
0,000001 = 10-6 micro ì
0,000000001 = 10-9 nano n
0,000000000001 = 10-12 pico p

O ponto é usado para marcar a casa decimal em muitos países de língua inglesa enquanto a
vírgula é usada nos outros países.

Algumas unidades, as chamadas ‘unidades fora do sistema’, não pertencem ao Sistema Internacional,
mas são usadas mundialmente. O dia, a hora e o minuto são exemplos de tais unidades.

Apesar de o Sistema Internacional ser usado no mundo inteiro, outros sistemas de unidades
também são usados em alguns países. Os Estados Unidos usam libras (1 libra = 0,454 kg), galões
(1 galão = 3,85 l), polegadas (1 polegada = 2,4 cm) e outras unidades fora do Sistema Internacional.

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132 Gestão da Qualidade na Exportação

Unidades que não pertencem ao SI também são usadas em aplicações especiais, isto é, na
navegação (1 milha náutica = 1.852 m) e no comércio de petróleo (1 barril = 159 l). Entretanto, o SI
é o sistema usado no comércio internacional e é o único apoiado por um tratado internacional, o
Tratado do Metro, seguido pelos Estados Unidos.

REFERÊNCIAS
Guide for the Use of the International System of Units (SI) (Guia para o Uso do Sistema
Internacional de Unidades). Barry N. Taylor. Special Publication 811 (Publicação Especial 811).
National Institute of Standards and Technology. 1995. Pode ser descarregado gratuitamente do
site http://physics.nist.gov/cuu/Units/bibliography.html. US Government Printing Office,
Washington, D. C. 20402, Estados Unidos. Guia para o SI, concentrando-se no uso e na conversão
de unidades.
‘A measure for all things - Quantities and units in international standards’ (‘Uma medida
para tudo - Quantidades e unidades em padrões internacionais). Anders Thor. No ISO Bulletin,
janeiro de 1993. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20,
Suíça, Tel.: 41 22 749 0111. Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
Detalha a história e o desenvolvimento e como a revisão das normas do SI em 1992 levantou
muitas dúvidas, novas e antigas, sobre a terminologia de quantidades e unidades.
SI Guide (Guia do SI). Organização Internacional para Normalização. 1998. 10 por CHF 33,00.
ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111. Fax: 41 22 733 3430,
E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Abrange os fundamentos: a história, os princípios
do SI, as unidades de base, regras de impressão, espaço e tempo, fenômenos periódicos, mecânica,
calor, eletricidade e magnetismo, luz, acústica, físico-química, física atômica e nuclear, radiações
ionizantes, números característicos; termina com as tabelas de conversão.

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132 05/02/2009, 15:47
Metrologia 133

4.15 Quais as exigências para pesos e medidas na venda de produtos


pré-embalados?

Em muitos países, as exigências para a venda de produtos pré-embalados são cobertas pela
legislação do próprio país. Quando isto ocorrer, a legislação deve levar em consideração as
recomendações da OIML (Organização Internacional de Metrologia Legal). A OIML publicou
duas Recomendações internacionais para produtos pré-embalados. A R 79, Labelling requirements
for prepackaged products (1997) - Exigências para a identificação de produtos pré-embalados – aborda
rótulos e inscrições enquanto a R 87, Net content in packages - Peso líquido das embalagens –
determina as exigências metrológicas, os testes estatísticos e os planos de amostragem para
determinar a adequação às exigências.

Os países-membros da OIML estão ‘moralmente obrigados’ (isto é, devem) a implementar as


Recomendações Internacionais em suas regulamentações nacionais, desde que a legislação
nacional inclua o assunto da Recomendação Internacional em questão. O cumprimento das
Recomendações não significa aceitação automática dos produtos por todos os países, pois o país
pode não ser membro da OIML ou pode aplicar regulamentações divergentes, mesmo sendo
membro da OIML. Entretanto, o cumprimento das Recomendações da OIML aumentarão as
chances de exportação dos produtos pré-embalados em geral.

A R 79 define as formas de embalagem e especifica as exigências para características como a


identificação do produto, o nome e o endereço do fabricante, embalador ou distribuidor e o peso
líquido do produto. Não cobre a declaração dos ingredientes nas embalagens. Além das exigências
da R 79, as embalagens devem seguir as regulamentações nacionais indicando a temperatura de
armazenamento, a data limite para venda ou utilização do produto e outros assuntos pertinentes.

A R 87 especifica as exigêncas metrológicas para produtos pré-embalados que possuem uma


quantidade constante e que são comercializados no âmbito internacional. Um exemplo são os
sacos de açúcar com 1 kg (conteúdo nominal constante). Também determina planos de amostragens
que podem ser utilizados para verificar o conteúdo declarado em unidades de peso ou volume. O
‘peso líquido’ se refere à quantidade do produto sem a embalagem. Outras quantidades
(comprimento, área, número etc), que não peso ou volume, não são abordadas pela Recomendação.

REFERÊNCIAS
R 79, Labelling requirements for prepackaged products. Organização Internacional de
Metrologia Legal, 1997. R 87, Net content in packages. Organização Internacional de
Metrologia Legal, 1989. Bureau international de métrologie légale, 11 rue Turgot, 75009 Paris,
França, Tel.: 33 1 4878 1282, Fax: 33 1 4282 1727, E-mail: biml@oiml.org, Internet:
www.oiml.org.
Council Directive 75/106/EEC of 19 December 1974 on the approximation of the laws of
the Member States relating to the making-up by volume of certain prepackaged liquids
(Diretriz do Conselho No. 75/106/EEC de 19 de dezembro de 1974 que avalia as leis dos Estados
membros relativas ao volume de determinados líquidos pré-embalados). Internet: http://europa.eu.int/
eur-lex/en/consleg/pdf/1975/en_1975L0106_do_001.pdf. Retificado pela: Commission
Directive 78/891/EEC of 28 September 1978 (Diretriz da Comissão No. 78/891/EEC de 28
de setembro de 1978), Internet: http://europa.eu.int/scadplus/leg/en/lvb/132029.htm; Council
Directive 79/1005/EEC of 23 November 1979 (Diretriz do Conselho No. 79/1005/EEC de

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133 05/02/2009, 15:47
134 Gestão da Qualidade na Exportação

23 de novembro de 1979), Council directive 85/10/EEC of 18 December 1984 (Diretriz do


Conselho No. 85/10/EEC de 18 de dezembro de 1984), Council Directive 88/316/EEC of 7
June 1988 (Diretriz do Conselho No. 88/316/EEC de 7 de junho de 1988 e Council Directive
89/676/EEC of 21 December 1989 (Diretriz do Conselho No. 89/676/EEC de 21 de dezembro
de 1989).
Europa, The European Union On-Line (A União Européia on-line). Site:
www.europa.eu.int. Neste site podem ser encontradas as diretrizes européias sobre as
exigências para diferentes tipos de produtos pré-embalados. Pode ser descarregado
gratuitamente.

As exigências devem ser cumpridas quando os produtos estiverem prontos para a venda no
local de empacotamento ou, quando aplicável, no local de importação. A principal exigência se
refere ao conteúdo médio: ‘O peso líquido médio de qualquer lote do produto disponível para
inspeção deve ser igual ou maior do que o peso líquido declarado na embalagem’. É permitida
quantidade inferior ao declarado para pacotes individuais desde que não seja maior do que as
tolerâncias especificadas. A insuficiência tolerável (T) de embalagens individuais é fixa em relação
ao conteúdo líquido nominal (Qn). Para um Qn entre 100 e 200 g ou ml, o T fixado é de 4,5% de Qn.
Em uma amostra de embalagens com peso líquido nominal de 100 g, a insuficiência tolerável das
embalagens individuais é de 4,5 g. Para Qn de 1.000 a 10.000 g ou ml, T é de 1,5% de Qn. Para o
cálculo do valor médio, são usados métodos estatísticos que utilizam um fator especial. Este
fator leva em consideração o tamanho da amostra e assegura que o valor médio é válido, com
grande representatividade para todo o lote do qual a amostra foi tirada.

O Apêndice A da Recomendação R 87 da OIML descreve os testes estatísticos que devem ser


aplicados pelos serviços de metrologia legal para decidir se o lote examinado pode ser aceito ou
deve ser rejeitado. O Apêndice B dá exemplos de planejamento e das deficiências toleráveis.

Existem Diretrizes Européias para mercadorias embaladas que são mais detalhadas do que as
Recomendações da OIML. As embalagens podem receber o selo e-marka/ se elas preencherem as
exigências das Diretrizes Européias. As embalagens que carregam este selo só serão testadas no
país de origem e podem ser comercializadas livremente na Comunidade Européia e na Islândia,
em Lichtenstein e na Noruega, que por sua vez assinaram o Acordo sobre a Área de Comércio
Europeu (EEA). Se o país de origem não faz parte dos países que integram o Mercado Comum
Europeu, as embalagens podem ser verificadas no porto de entrada.

O livro 133, Verificando o Peso Líquido de Produtos Embalados (Handbook 133, Checking the Net
Contents of Packaged Goods), determina as exigências para os Estados Unidos.

Muitos países exigem que os fabricantes verifiquem o processo de empacotamento por meio de
testes estatísticos de amostras. A freqüência da amostragem pode variar de alguns minutos a
algumas horas, dependendo do número de embalagens processadas por hora. Devem ser usados,
nestas verificações, equipamentos de medição testados. Os resultados devem ser documentados
e apresentados ao serviço de metrologia legal quando for requisitado.

a/
Informações sobre este selo e as instruções sobre seu formato, em: www.sp.se/metrology/pack/eng/
emarking.htm.

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134 05/02/2009, 15:47
Metrologia 135

REFERÊNCIAS
Council Directive 76/211/EEC of 20 January of 1976 on the approximation of the laws
of the Member States relating the making-up by weight or by volume of certain pre-
packed products (Diretriz do Conselho No. 76/211/EEC de 20 de janeiro de 1976 que avalia as
leis dos Estados membros relativas ao peso ou ao volume de determinados produtos pré-embalados),
corrigida pela Commission Directive 78/891/EEC of September 1978 (Diretriz do Conselho
No. 78/981/EEC de setembro de 1978).
Council Directive 80/232/EEC of 15 January 1980 on the approximation of the laws of
the Member States relating to the ranges of nominal quantities and nominal capacities
permitted for certain pre-packed products (Diretriz do Conselho No. 80/232/EEC de 15 de
janeiro de 1980 que avalia as leis dos Estados membros relativas às faixas de quantidades e
capacidades nominais permitidas para determinados produtos pré-embalados), corrigido pela Council
Directive 86/96/EEC of 18 March 1986 (Diretriz do Conselho No. 86/96/EEC de 18 de março
de 1986) e Council Directive 87/356/EEC of 25 June 1987 (Diretriz do Conselho No. 87/356/
EEC de 25 de junho de 1987).
Internet: www.europa.eu.int/eur-lex/
Handbook 133, Checking the Net Contents of Packaged Goods. National Bureau of
Standards, 3rd ed. Department of Commerce, US Government Printing Office, Washington DC
20402. Apesar de este livro ter sido feito para ser usado por agentes que realizam os testes, os
exportadores encontrarão informações úteis sobre procedimentos de teste e regulamentações no
âmbito federal, assim como os testes e regulamentos da National Conference on Weight and
Measures recomendados para serem adotados pelos Estados.

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135 05/02/2009, 15:47
136 Gestão da Qualidade na Exportação

4.16 Existem requisitos regulamentares para os instrumentos de


medição?

Sim, existem. Essas regras fazem parte da legislação nacional e podem, neste caso, ser diferentes
de país para país.

Em geral, as regulamentações especificam unidades legais de medida, e as áreas que requerem


seu uso como, por exemplo, comércio ou negociações oficiais. As unidades SI são as unidades
legais em muitos países. As regulamentações podem, ainda, determinar os padrões nacionais de
medida e estipular as medidas a serem tomadas para a sua preservação, disseminação e para
assegurar sua exatidão através da comparação com padrões internacionais de medida ou com
medidas de comparação internacionais ou regionais.

O instituto nacional de metrologia de um país é o responsável pela manutenção dos padrões de


medição e a agência nacional de pesos e medidas pela implementação de regulamentações para
as unidades legais de medidas. Em alguns países, ambos os papéis podem ser desempenhados
por um único instituto de metrologia.

No Brasil, o Inmetro organiza e executa as atividades da Metrologia Legal, assegurando a


uniformidade da sua aplicação no mundo, juntamente com o Mercosul e a OIML – Organização
Internacional de Metrologia Legal. Para maiores informações, consulte o Apêndice III desse livro.

As regulamentações podem também abranger o uso de instrumentos de medição em áreas de


interesse público como o comércio (instrumentos para pesar, pesos, sistemas de medição para
líquidos, medidores de eletricidade, medidores de água, taxímetros), saúde (termômetros,
instrumentos para aferir a pressão sangüínea), proteção ambiental (cromatógrafos a gás,
espectrômetros de absorção atômica), controle de tráfego (bafômetros, instrumentos para medir
as emissões de um veículo) ou segurança do trabalho (dosímetros). É função do instituto nacional
de metrologia legal verificar se esses instrumentos são usados de acordo com as regulamentações.

As diferentes exigências regulamentares para os instrumentos de medição são as seguintes:

- Exigências metrológicas determinam particularmente os erros máximos permissíveis e as condições


que devem ser respeitadas. Elas também podem determinar as faixas de medição, a indicação
das medições, as unidades de medida, os procedimentos de verificação etc.

- Exigências técnicas determinam as características essenciais de projeto dos instrumentos, isto é,


a facilidade de leitura dos resultados das medições e, na medida do possível, medidas para
eliminar fraudes através de características especiais. Os instrumentos são geralmente lacrados
por selos cuja destruição ou dano sugere que o instrumento foi violado ou alterado.

- Exigências administrativas descrevem a extensão e a área de aplicação das regulamentações, os


direitos de examinar os instrumentos para determinar se eles preenchem os requisitos técnicos
e metrológicos, as obrigações dos usuários dos instrumentos de medição e assim por diante.

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136 05/02/2009, 15:47
Metrologia 137

REFERÊNCIAS
Law on Metrology (As Leis de Metrologia). International Document No. 1 (D 1 - Documento
Internacional número 1). Organização Internacional de Metrologia. 1975. FRF 50,00. Bureau
international de métrologie légale, 11, rue Turgot F-75009 Paris, França, Tel.: 33 1 4878 1282/
4285 2711, Fax: 33 1 4282 1727, E-mail: biml@oiml.org, Internet: www.oiml.org. Modelo de lei
que abrange os principais assuntos para legislações nacionais. Uma revisão está sendo preparada.
Legal Qualification of Measuring Instruments (Qualificações Legais dos Instrumentos de
Medição). International Document No. 3 (D 3 - Documento Internacional número 3). Organização
Internacional de Metrologia Legal. 1979. FRF 60,00. Bureau international de métrologie légale, 11,
rue Turgot, F-75009 Paris, França, Tel.: 33 1 4878 1282/4285 2711, Fax: 33 1 4282 1727, E-
mail: biml@oiml.org, Internet: www.oiml.org. Lida com as ações oficiais que podem ser tomadas por
um país para permitir que instrumentos possam ser usados em áreas governadas pela metrologia legal.

Antes da verificação, a aprovação do modelo pode ser necessária para determinar que tipo de
instrumento é projetado e produzido dentro das regulamentações. Conseqüentemente, um ou
mais instrumentos são examinados pela autoridade nacional responsável por este tipo de
avaliação. Isto normalmente é função do instituto nacional de metrologia ou do serviço de
metrologia legal, dependendo da avaliação do país em questão.

Se as exigências técnicas e metrológicas são preenchidas, o modelo do instrumento é aprovado e


um certificado é expedido. Isto significa que aquele tipo de instrumento pode ser usado na
jurisdição daquele regulamento e pode-se esperar que ele dê medições confiáveis por um período
de tempo determinado. Este período deve corresponder ao tempo da re-verificação determinado
pelo regulamento. Dependendo das regulamentações nacionais, do tipo de instrumento de medição
e da área em que será usado, este período pode ser de um ano, dois anos ou mais.

Os instrumentos, cujos modelos foram aprovados, serão verificados pelo serviço nacional de
verificação, por outras organizações autorizadas ou até mesmo pelo fabricante. (Na União
Européia o fabricante pode verificar certos tipos de instrumentos, por exemplo, instrumentos de
peso que não sejam automáticos.) A re-verificação será feita ou no local de uso ou no local de
verificação após passado o tempo determinado de re-verificação, se houver dano ao selo de
verificação ou após consertos.

Se existir uma Recomendação da OIML e ela for usada para a avaliação do modelo, pode-se
expedir um certificado da OIML se o fabricante fizer o pedido (veja pergunta 49).

Pode ser necessária aprovação oficial e registro para a fabricação e o conserto de instrumentos
de medição. Informações sobre as regulamentações aplicáveis podem ser obtidas com o serviço
nacional de metrologia legal.

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138 05/02/2009, 15:47
5
Gestão da Qualidade
O termo ‘produto’ (‘produtos’) é usado, quando for apropriado, tanto
para bens quanto para serviços.

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Gestão da Qualidade 141

5.1 Qual o relacionamento entre controle da qualidade, garantia


da qualidade e gestão da qualidade?

No decorrer do último século, houve uma evolução gradual da inspeção para a gestão da qualidade
para garantir que os consumidores recebessem produtos que fossem próprios para uso. Os
estágios desta evolução, resumidos abaixo, incluem a inspeção, o controle da qualidade, a garantia
da qualidade e a gestão da qualidade.

Inspeção
Em um sistema simples que seja baseado em inspeção, uma ou mais características do produto
são examinadas, medidas ou testadas e comparadas com especificações para determinar sua
conformidade. Os produtos que não preenchem as especificações são refeitos, reclassificados,
aceitos com reservas ou rejeitados. Este sistema é normalmente usado quando se inspeciona o
produto no momento da entrega, durante sua verificação nos estágios intermediários ou no
momento da sua inspeção, quando está pronto para ser entregue ao consumidor. O uso da inspeção
para melhorar a qualidade é uma abordagem tardia, cara e ineficaz.

Controle da qualidade
Uma maneira de se enfatizar a importância da inspeção é incorporando-a a um sistema de controle
da qualidade, ou seja, controlando o processo e informando as pessoas ou os processos de produção
sobre as razões da falta de atendimento a requisitos predeterminados, isto é, da não-conformidade,
dos produtos. O controle da qualidade (QC, do inglês Quality Control) é uma maneira de verificar
o nível ou o grau de atendimento a requisitos especificados no projeto, bem como uma maneira de
se tomar providências para corrigir qualquer deficiência. As atividades QC devem:

- Estabelecer especificações para os parâmetros a serem controlados;

- Preparar planos para o controle (chamados de planos da qualidade);

- Fazer verificações ou inspeções;

- Diagnosticar e corrigir as variações observadas; e

- Verificar se as variações foram corrigidas.

Garantia da qualidade
A garantia da qualidade (QA, do inglês Quality Assurance) inclui o planejamento e a observação de
todos os aspectos relacionados à qualidade em toda a empresa. A QA procura desenvolver a
confiança tanto dentro da organização quanto fora dela, junto a seus clientes, de que as exigências
serão cumpridas. Entre as outras características adquiridas na progressão do controle da
qualidade para a garantia da qualidade encontram-se:

- A definição de uma política da qualidade e seus objetivos;

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142 Gestão da Qualidade na Exportação

- O desenvolvimento de um manual da qualidade;

- A determinação da capacidade funcional;

- A condução de auditorias internas periódicas;

- A eliminação pela raiz dos problemas encontrados; e

- A garantia que os sistemas sejam revistos periodicamente pela administração.

Acima de tudo, há uma mudança de ênfase da simples detecção da falta de conformidade.

REFERÊNCIAS
Export Quality Management, Resource Material for Training Activities (Gestão da
Qualidade na Exportação, Material de Pesquisa para Treinamento). International Trade Centre.
1999. ITC, Palais des Nations, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 730
0576, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Discute os conceitos fundamentais
de gestão da qualidade e examina suas implicações para a exportação. O capítulo 6 discute
especificamente a garantia da qualidade e a gestão da qualidade.
Managing Quality (Gerenciando a Qualidade). Barrie Dale e Jim Plunkett. 1999. Blackwell’s
Publishing, Blackwell’s Online Bookshop, Blackwell’s Extra, 50 Broad Street, Oxford OX1
3BQ, Reino Unido, Tel.: 44 1865 3335 36, Fax: 44 1865 3335 45, E-mail:
bob.online@blackwell.co.uk, Internet: http://blackwell.co.uk. Avalia os conceitos e os princípios
da gestão da qualidade total (TQM, do inglês Total Quality Management).

Gestão da qualidade
A gestão da qualidade (QM, do inglês Quality Management) inclui o desenvolvimento de práticas
que beneficiam tanto a produção quanto as pessoas e que permitem que a organização fabrique
produtos que aprimorem o relacionamento com o cliente. A QM requer a criação e o aprimoramento continuado
dos procedimentos e das outras atividades da QM. As empresas ou organizações cujo objetivo
seja a gestão da qualidade são caracterizadas pela aplicação generalizada do conceito de que
todos na organização são responsáveis pelos consumidores e que sua satisfação deve ser garantida;
desta forma, todos têm o compromisso de continuar melhorando seu desempenho.

Modelos de QA e QM
A publicação das normas da série ISO 9000 em 1987 aumentou a percepção das PMEs (pequenas
e médias empresas) sobre os benefícios gerados pelas exigências de QA. Muitas PMEs
implementaram os modelos de QA da ISO 9000 para melhorar sua competitividade e para se
unirem aos fornecedores de grandes empresas. Enquanto a versão de 1987 e a de 1994 da ISO
9001, ISO 9002 e ISO 9003 foram baseadas em modelos de QA, a revisão (ISO 9001) publicada em
2000 se baseia em princípios de QM.

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142 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 143

O relacionamento que existe entre inspeção, controle da qualidade, garantia da qualidade e


gestão da qualidade está resumido na tabela abaixo.

SISTEMA OBJETIVO ATIVIDADES APLICAÇÃO NATUREZA

A conformidade do Avaliações visuais/ Normalmente ati- Detecção após o


produto através medições; testes e vidades relacio- evento.
da separação dos relatório sobre os nadas aos produtos
Inspeção produtos que apre- resultados. como a sua verifi-
sentam conformi- cação na entrega,
dade dos que não durante a produção
apresentam. ou na fase final,
antes da entrega etc.

Conformidade do Inspeção seguida de Como o exposto Detecção e cor-


produto através da avaliação dos re- acima reção durante
Controle da eliminação das sultados e forne- ou após o evento
qualidade causas de não con- cimento dos resul-
formidade tados obtidos ao
processo sob controle

Gerar confiança na Compreende todas Todas as etapas do Prevenção


Garantia da conformidade do as atividades de QC processo, do desen-
qualidade produto além de sistemas de volvimento do pro-
qualidade e audi- jeto até as revisões
torias da qualidade após a venda
comprovadas

Melhoria contínua Melhoria contínua Como o exposto Prevenção e


Gestão da acima
da conformidade do dos processos além melhoria
qualidade
produto das atividades de
QA

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143 05/02/2009, 15:47
144 Gestão da Qualidade na Exportação

5.2 Qual o significado do ‘papel triplo’ na gestão da qualidade?

A ‘qualidade’ é definida pela ISO como o ‘grau em que um conjunto de características inerentes preenchem as
exigências’. Em outras palavras, qualidade pode ser considerada a adequação, para uso ou
conformidade, às exigências do usuário já que é ele quem determina se um produto ou serviço
tem a qualidade desejada.

Como a qualidade de produtos ou serviços é o resultado de muitas atividades inter-relacionadas,


estas devem ser coordenadas por meio da gestão da qualidade. Como foi demonstrado por John
Ruskin há muitos anos: ‘A qualidade nunca é um acaso; resulta, sempre, de um esforço inteligente’.

Para sobreviver no mercado competitivo atual, uma organização deve atender às exigências de
seus clientes coerentemente e se antecipar às suas necessidades. Isto pode ser alcançado
fornecendo-se os produtos aos clientes de forma que estejam ‘corretos da primeira vez’, sem que seja
preciso refazê-los ou substituí-los. Para satisfazer os clientes, deve-se aperfeiçoar toda cadeia de
produção, incluindo os fornecedores e empregados. Os fornecedores oferecem a matéria-prima
que será processada pelos empregados; se fornecedores e empregados fazem o que se espera deles
‘desde o início’, você terá clientes satisfeitos.

Na verdade, um negócio é formado por uma série de pequenos elos por meio dos quais as pessoas
recebem os produtos ou informações uns dos outros, processam esses produtos/informações e
depois os remetem uns para os outros. Conseqüentemente, todas as pessoas de uma organização
desempenham um papel triplo, isto é, consumidor, processador e fornecedor. Por exemplo, em uma fábrica
de roupas, um operador responsável por cortar o tecido para a confecção de camisas de acordo
com um molde seria um consumidor que recebe do dono da loja o tecido especificado. Ele cortará
o tecido com a menor variação possível e, neste papel, ele é o processador. Após cortá-lo, manda
o tecido ao operador responsável pela costura passando a ser, portanto, o fornecedor.

Já que não faz sentido receber produtos que não sejam adequados para o uso, cada pessoa tem que
acordar com seu fornecedor quais são suas necessidades. Isto garantirá que ele receba as informações
necessárias para o processamento adequado. O processamento deve ser feito de forma a diminuir
a variação; para tanto, o equipamento deve ser adequado e ter uma boa manutenção, as instruções
devem ser claras e os funcionários devem receber treinamento adequado.

REFERÊNCIAS
Completeness: Quality for the 21st century (Perfeição: Qualidade para o século XXI). Philip
B. Crosby, 1992. US$ 11,95. Philip Crosby Associates II, Inc., PO Box 2687, Winter Park, FL
32790-2687, Estados Unidos, Tel.: 1 407 679 7796, Fax: 1 407 679 7616, E-mail:
beckywhite@philipcrosby.com, Internet: www.philipcrosby.com. Explica por que as organizações
devem ser totalmente competitivas. Apresenta casos complexos que demonstram por que o desafio
gerencial deste século envolverá a perfeição.

Cada um deve partir do princípio de que desempenha um papel triplo, identificando-se com seus
fornecedores e clientes, sendo responsável por seu desempenho e reduzindo a um mínimo todas
as variações que impedem o trabalho de ser feito corretamente logo da primeira vez.

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Gestão da Qualidade 145

Como consumidor, ele deve se fazer as seguintes perguntas:

- Quem são meus fornecedores imediatos?

- Quais são minhas verdadeiras necessidades?

Como fornecedor, ele deve se fazer as seguintes perguntas:

- Quem são meus clientes imediatos?

- Quais são suas verdadeiras necessidades?

Como processador, ele deve se fazer as seguintes perguntas:

- Sou capaz de fazer o trabalho adequadamente?

- Se não, como posso melhorar para satisfazer as exigências de meus clientes?

Desenvolver o pensamento de que todos na organização desempenham um papel triplo criará


um ambiente propício ao sucesso de fornecedores e clientes internos e, conseqüentemente, levará
a fornecedores e clientes bem sucedidos. Em tal ambiente, a troca de informação será constante
e imediata, levando à satisfação dos clientes e ao aprimoramento continuado dos produtos/
serviços fornecidos.

REFERÊNCIAS
Total Quality Management. The Route to Improving Performance (Gestão Total da
Qualidade. O Caminho para Melhorar o Desempenho). John S. Oakland, 2a. ed. 1993. £38,00.
Butterworth-Heinemann Ltd., Linacre House, Jordan Hill, Oxford OX2 8DP, Reino Unido, Tel.:
44 1865 888 180, Fax: 44 1865 314 572, E-mail: bhuk.orders@repp.co.uk, Internet: www.bh.com.
Discute o significado da qualidade, as implicações para o gerenciamento, projeto da qualidade,
planejamento para qualidade, projeto e verificação do sistema TQM, medição da qualidade, custos,
implementação da TQM.

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146 Gestão da Qualidade na Exportação

5.3 Um produto de qualidade será mais caro? Quais são as


vantagens de se fabricar produtos de qualidade?

Paradoxalmente, a resposta à primeira pergunta é ‘sim’ e ‘não’. Um produto de qualidade custará


mais do ponto de vista do projeto da qualidade. Neste contexto, é mais apropriado usar o termo
‘grau’ para refletir a inclusão ou exclusão de características que satisfaçam às várias exigências
do mercado. Um aparelho de TV a cores é mais caro do que um em preto e branco, enquanto um
aparelho de tela plana é mais caro do que um de tela curva. Um terno com colete é mais caro que
um sem colete. Conseqüentemente, os custos são maiores para os produtos que têm características
adicionais, e menores para produtos que têm um projeto de menor qualidade.

Quando dizem que ‘qualidade custa muito’, os fabricantes estão certos se estão se referindo a um
projeto de boa qualidade, mas estão errados quando se referem à produção da qualidade ou
conformidade da qualidade. Depois que o projeto da qualidade for desenvolvido para um segmento
específico do mercado ou for acordado com compradores específicos, produzir com qualidade
sai mais barato.

Um sistema de gestão da qualidade em uma empresa, que seja baseado na prevenção e não na cura,
minimiza o desperdício e a necessidade de retrabalho, pois assegura que os produtos serão de boa
qualidade ‘da primeira vez e em todas as ocasiões’. Ao adotar uma atitude preventiva investindo
em uma fábrica e em equipamentos adequados, no treinamento de pessoal e na compra de matéria-
prima/informações de boa qualidade, uma empresa pode reduzir os custos de inspeção e, mais
especificamente, os custos do fracasso. Os custos do fracasso são decorrentes da necessidade de se
refazer o produto ou da destruição de produtos semi-acabados ou produtos finais que não
apresentam conformidade, sendo que a destruição do produto final pode ocorrer tanto antes quanto
após a entrega. Um sistema de gestão da qualidade deve ser projetado adequadamente para ser
eficaz. Se o projeto for muito complicado, gastará mais do que o necessário; se o projeto for muito
simples, não tirará proveito das oportunidades de melhoria e da economia que isso traz.

As vantagens de se produzir produtos de boa qualidade são as seguintes:

- Os clientes farão mais negócios com a empresa, que crescerá conforme a marca do produto se
estabelece;

- Os custos de garantia serão minimizados, pois haverá uma menor necessidade de reparos no
período após a venda;

- Maior conformidade com a qualidade leva a um aumento da produtividade e a um menor custo


de produção.

REFERÊNCIAS
ISO/TR 10014:1998, Guidelines for managing the economics of quality (ISO/TR 10014:
1998, Diretrizes para gerenciar o custo da qualidade). Organização Internacional para
Normalização. 1998. CHF11 56,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41
22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também
disponível através das agências nacionais de normalização de países-membros da ISO (a lista
encontra-se no site www.iso.org).

1
CHF – Franco suíço (N. T.).

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146 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 147

Quality and Quality Control (Qualidade e Controle da Qualidade). K. S. Stephens. 1976.


Asian Productivity Organization, Hirakawa-cho Dai-ichi Seimei, Bldg 2F, 1-2-10 Hirakawa-
cho, Chiyoda-ku, Tóquio 102-0093, Japão, Tel.: 81 3 5226 3920, Fax: 81 3 5226 3950, E-mail:
apo@apo-tokyo.org, Internet: www.apo-tokyo.org. Livreto que fornece uma breve introdução aos
sistemas de qualidade e aos métodos e técnicas de controle da qualidade.
Principles of Quality Costs: Principles, Implementation, and Use (Princípios de Custos da
Qualidade: Princípios, Implementação e Uso). ASQ Quality Costs Comitee, 3a. ed. 1999. US$
52,50. American Society for Quality (ASQ), 611 E. Winsconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee,
WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail:
asq@asq.org, Internet: www.asq.org, http://qualitypress.asq.org. Aborda os custos da qualidade
tanto em serviços quanto na produção. Fornece informações adicionais sobre como uma equipe
consegue resolver problemas e sobre como satisfazer os clientes.
Linking Quality to Profits: Quality-based Cost Management (Como Relacionar a Qualidade
aos Lucros: Gestão de Custos Baseada na Qualidade). Hawley Atkinson, John Hamburg e
Christopher Ittner. American Society for Quality, 1994. US$ 47,25. ASQ, 611 E. Winsconsin
Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax:
1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org, Internet: www.asq.org, http://qualitypress.asq.org, Fornece
informações sobre processos da qualidade para aumentar o lucro e a competitividade.

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147 05/02/2009, 15:47
148 Gestão da Qualidade na Exportação

5.4 Só a administração é responsável pela gestão da qualidade?

A definição de gestão da qualidade – ‘atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização visando
a qualidade’a/ – pode dar a impressão de que é responsabilidade única e exclusiva da gerência. Esta
impressão é reforçada pelo fato de que os oito princípios de gestão da qualidade que formam a
base da série ISO 9000 são usados pela diretoria como o patamar para melhorar o desempenho
da organização.

Pode-se argumentar, como Herbert Simons o fez há muitos anos, que a principal função da
administração é tomar decisões, o que é mais bem definido como um processo que consiste de
três fases:

- Encontrar oportunidades para tomar decisões,

- Encontrar formas para agir, e

- Escolher entre as ações possíveis.

Se lermos novamente os princípios de gerenciamento, mas do ponto de vista de Simon,


descobriremos que alguns deles dão aos trabalhadores uma grande margem para tomar decisões
que afetam a qualidade.

Os oito princípios da gestão da qualidade são:

- Princípio 1 – Foco no cliente;

- Princípio 2 – Liderança;

- Princípio 3 – Envolvimento dos funcionários;

- Princípio 4 – Abordagem no processo;

- Princípio 5 – Abordagem sistêmica para gestão;

- Princípio 6 – Melhoria contínua;

- Princípio 7 – Abordagem factual na tomada de decisões; e

- Princípio 8 – Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.

Pode parecer que os princípios de pensar no consumidor, liderança, abordagem do sistema na


administração e desenvolvimento de um relacionamento mutuamente benéfico com os
fornecedores sejam responsabilidade somente da gerência.

a/
ISO 900:2000, Quality Management Systems – Fundamentals and Vocabulary (Sistemas de Gestão
da qualidade – Fundamentos básicos e vocabulário).

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148 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 149

REFERÊNCIAS
Total Quality Management Text with cases (Textos e estudos de casos sobre gestão da
qualidade total). Amrik Sohal e John S. Oakland. £27,99. Butterworth-Heinemann Ltd., Linacre
House, Jordan Hill, Oxford OX2 8DP, Reino Unido, Tel.: 44 1865 888 180, Fax: 44 1865 314
572, E-mail: bhuk.orders@repp.co.uk, Internet: www.bh.com. Fornece um modelo simples para
gestão de qualidade total em todos os ramos de negócios.
Total Quality Management (Gestão da Qualidade Total). Dale H. Besterfield, Carol Besterfield-
Michna, Glen H. Besterfield e Mary Bersterfield-Sacre. American Society for Quality, 2a. ed.
1999. US$ 90,00. ASQ, 611 E. Winsconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005,
Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org, Internet:
www.asq.org, http://qualitypress.asq.org. Apresenta conceitos e teorias para assegurar uma boa
compreensão de gestão da qualidade total, ferramentas e técnicas apropriadas.

Os outros princípios se aplicam aos funcionários em todos os níveis da organização. Eles aceitam
a responsabilidade pelos problemas e a responsabilidade pela sua resolução. O enfoque no processo
se aplica a todos. Cada pessoa tem um papel triplo (veja pergunta 54). O aprimoramento
continuado está ao alcance de todos os funcionários em todos os níveis funcionais, pois eles
podem ser treinados nos métodos de aprimoramento continuado e em como usar as ferramentas
disponíveis. Todos podem basear suas decisões em informações precisas e confiáveis, que estarão
disponíveis onde quer que seja necessário tomar uma decisão.

Se alguém encarar a gestão da qualidade como gestão para a qualidade, então ela é responsabilidade
tanto da administração quanto dos trabalhadores. Existe uma regra japonesa que divide o peso
dos problemas da qualidade entre um projeto deficiente (40%), os erros cometidos durante o processo
de fabricação (30%) e a falta de conformidade dos materiais comprados dos fornecedores (30%).
Normalmente os problemas de projeto e de compra só podem ser resolvidos por meio da intervenção
da administração. Pode-se argumentar que os problemas da qualidade durante a produção são
causados igualmente pela administração (isto é, pelo treinamento inadequado dos funcionários) e
pelos empregados (isto é, falta de atenção no uso adequado das máquinas).

Pode-se então concluir que 85% dos problemas são responsabilidade da administração e que 15%
são responsabilidade dos funcionários. Esta razão 85:15 tem sido amplamente documentada na
literatura sobre gestão da qualidade. Somente 15% dos produtos defeituosos podem ser atribuídos
aos empregados envolvidos na produção enquanto que os outros 85% são causados pela
administração. Os problemas do sistema, como manutenção inadequada do equipamento e matéria-
prima/componentes defeituosos só podem ser resolvidos pelos altos escalões da administração.

A ISO 9000 considera que a gestão da qualidade é composta de quatro elementos:

- Planejamento da qualidade;

- Controle da qualidade;

- Garantia da qualidade;

- Melhoria da qualidade.

Apesar de estes elementos serem responsabilidade da administração, os empregados são


responsáveis diretamente pelo controle da qualidade em nível operacional. Deve-se notar que os
empregados também podem contribuir para o aprimoramento da qualidade se forem treinados
em técnicas simples de resolução de problemas.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


149 05/02/2009, 15:47
150 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
‘Quality and other keys to manufacturing competitiveness’ (Qualidade e outras formas de se
assegurar a competitividade do processo de fabricação). John L. Warne. Em Quality Progress,
janeiro de 1985. American Society for Quality, 611 E. Winsconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee,
WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org,
Internet: www.asq.org, Atribui o sucesso das empresas japonesas a seus sistemas integrados.
‘Building a corporate quality culture: A test case’ (Como construir a cultura da qualidade
nas empresas: O estudo de um caso). E. F. Mead. Em Quality Progress, março de 1985. American
Society for Quality, 611 E. Winsconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005,
Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org, Internet:
www.asq.org. Descreve os benefícios obtidos por uma conhecida empresa americana após implementar
um sistema de gestão da qualidade.

5.5 O que significa ‘política da qualidade’ de uma empresa/


organização e como ela promove a gestão da qualidade?

A política da qualidade é o documento que registra as intenções da empresa em fornecer produtos


que preencham as necessidades e expectativas dos clientes. A administração deve utilizar a
política/programa como uma forma de atingir as metas da empresa assim como indicar o caminho
para melhorar o seu desempenho. Leve em consideração os seguintes itens ao definir a política
da qualidade de sua empresa/organização:

- O grau esperado e desejado de satisfação do cliente;

- A ascensão dos empregados dentro da organização;

- Os recursos necessários para implementar o sistema de gestão da qualidade (SGQ);

- A contribuição potencial de fornecedores e serviços terceirizados; e

- Os possíveis efeitos causados pelas exigências legais e regulamentares aplicáveis na qualidade


dos produtos.

A política da qualidade também deve fornecer uma base para estabelecer objetivos mensuráveis
para cada função e nível dentro da organização responsável pela sua implementação. Exemplos
de políticas da qualidade e possíveis objetivos a serem alcançados são dados abaixo:

- Política da qualidade: definida pela cláusula 3.2.4 da ISO 9000 como: ‘As intenções e diretrizes de uma
organização relativas à qualidade, expressas formalmente pela administração’.

- A empresa/organização deve tentar preencher as necessidades declaradas e presumidas


de seus clientes e melhorar constantemente a eficácia de seu sistema de gestão da qualidade.

- A ênfase será dada à prevenção e não à detecção. A empresa envolverá seus funcionários
e fornecedores na melhoria da qualidade.

- Todos os funcionários da empresa serão constantemente responsáveis pela produção de


produtos de qualidade.

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150 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 151

REFERÊNCIAS
Total Quality Management. The Route to Improving Performance. John S. Oakland. 2a ed.
1993. £38,00. Butterworth-Heinemann Ltd., Linacre House, Jordan Hill, Oxford OX2 8DP,
Reino Unido, Tel.: 44 1865 888 180, Fax: 44 1865 314 572, E-mail: bhuk.orders@repp.co.uk,
Internet: www.bh.com. O Capítulo 2 aborda a política da qualidade e fornece exemplos.

- Objetivo da qualidade: Definido na cláusula 3.2.5 da ISO 9000 como: ‘Algo procurado ou visado, relacionado
à qualidade’.

- Preencher todas as especificações do produto que respeitam os horários de entrega.

- Uma redução de 20% no retrabalho do produto em relação ao ano anterior.

- Ausência de erros nas encomendas feitas aos fornecedores.

- Pelo menos dois planos de aprimoramento baseados nas sugestões dos funcionários são
preparados e executados todos os anos.

- Cada funcionário(a) sabe como seu trabalho contribui para alcançar os objetivos da
qualidade em sua área de produção.

A política da qualidade em geral passa a vigorar com a assinatura do diretor ou do funcionário


mais graduado da administração. A diretoria é definida pela cláusula 3.2.7 da ISO 9000 como: ‘A
pessoa ou grupo de pessoas que dirigem e controlam uma organização’.

A política da qualidade ajuda a demonstrar o compromisso da diretoria da empresa/organização


com a qualidade, passando a mensagem certa aos funcionários menos graduados e assegurando,
assim, a eficácia de sua implementação. A política da qualidade deve ser amplamente divulgada
na empresa. Deve ser exposta em vários locais. Deve haver cópias em uma linguagem acessível a
todos os funcionários. A política da qualidade deve também ser enfatizada, sempre que possível,
em sessões de treinamento e em reuniões, para chamar a atenção dos funcionários para a
importância de se alcançar e aumentar a satisfação dos clientes.

É responsabilidade da diretoria que todos na organização entendam a política da qualidade e


que os funcionários estejam cientes de como eles contribuem para cumprir tal política. Por
exemplo, eles devem conhecer:

- Os objetivos da qualidade que devem alcançar;

- O que pode ocorrer se eles não puderem relatar os problemas em tempo hábil;

- O que deve ser feito se for detectado um defeito em um produto antes que passe para o próximo
estágio, ou seja, entregue ao cliente; e

- Como lidar com as queixas do cliente.

A melhor maneira dos funcionários pensarem em qualidade é fazer com que os gerentes de todos
os níveis dêem o exemplo. Por exemplo, a diretoria deve apoiar a política mesmo se sua
implementação exigir que os produtos rejeitados sejam retrabalhados, recauchutados ou
acarretem um aumento temporário dos custos. Se a diretoria fizer concessões freqüentemente ou

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151 05/02/2009, 15:47
152 Gestão da Qualidade na Exportação

aceitar desvios na conduta dos procedimentos, dará uma mensagem errada para os funcionários
menos graduados. Isso pode acarretar sérias repercussões a longo prazo, como os funcionários
deixarem de levar a política da qualidade a sério.

Para acompanhar as mudanças nas necessidades dos clientes, a política da qualidade deve ser
revista periodicamente pela diretoria para garantir que continue adequada. Quando uma revisão
é feita e é comunicada aos outros funcionários, isso faz com que seus conhecimentos sobre a
política da qualidade aumentem, motivando-os a alcançar os objetivos da organização.

5.6 Como sei que meus recursos são suficientes para


implementar um sistema de gestão da qualidade?

A gestão de recursos é uma das exigências do sistema de gestão da qualidade da ISO 9000 (QMS).
As outras são:

- Responsabilidade da administração;

- Concepção do produto; e

- Medição, análise e aprimoramento.

As normas dizem que a administração deve assegurar que os recursos necessários sejam
identificados, estejam disponíveis e que sejam adequados a um aprimoramento continuado da
eficiência do QMS, assim como da satisfação do cliente. Entre os recursos essenciais do QMS
incluem-se:

- Recursos Humanos. Verifique se seus funcionários têm capacidade para fazer o trabalho necessário.
Eles têm a aptidão necessária (isto é, formação, treinamento, habilidade e experiência) para
cumprir as tarefas? Por exemplo, os operadores podem precisar de treinamento em:

- Como ajustar os parâmetros do processo de produção;

- Maneiras de montar os componentes dos equipamentos;

- Como usar computadores para processar as dúvidas dos clientes, transações bancárias
ou reservas de quarto em um hotel; e

- Como calibrar um instrumento de medição antes de ser usado.

- Infra-estrutura. Verifique se o local de trabalho, o equipamento a ser manuseado, locais de


armazenamento, máquinas, ferramentas, peças de computadores, instrumentos de medição, entre
outros, são adequados para assegurar a conformidade dos produtos. Os serviços de apoio necessários
(suprimento de água, de eletricidade, de vapor, ar comprimido que não devem ser interrompidos e
tratamento dos compostos líquidos eliminados, entre outros) estão disponíveis? Existem locais
adequados para a manutenção periódica dos equipamentos e para os serviços de apoio?

- Ambiente de trabalho. Existe controle apropriado de calor, umidade, luz, fluxo de ar, barulho,
vibração nos locais de trabalho? Existe uma sala de espera apropriada para os clientes (para o
setor de serviços)? As condições de higiene no local (isto é, nas empresas de alimentação, bebidas
e farmacêuticas) são adequadas?

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152 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 153

REFERÊNCIAS
ISO 9000:2000 Gap Analysis Tool (ISO 9000:2000, Ferramentas para a Análise de Falhas).
2001. US$ 120,00. Praxiom Research Group Limited, 3814-41 Avenue, Edmonton, Alberta, T6L
5M4, Canadá, Tel.: 1 780 461 4514, Fax: 1 780 463 6034, E-mail: sales@praxiom.com, Internet:
http://praxiom.com. Identifica as falhas que podem existir entre as novas normas e os procedimentos
da empresa em questão para melhorar o desempenho do sistema de gestão da qualidade da organização.

- Fontes de informação e tecnologia. O acesso às fontes de informação (como livros de referência,


publicações e bancos de dados sobre exportação, importação e exigências regulamentares) está
disponível? Existe a tecnologia necessária (isto é, software) para converter a informação em
conhecimento para ser usado pela empresa?

A quantidade de recursos necessários para se obter o que foi exposto acima dependerá da natureza
do produto oferecido e do ramo de atuação da empresa.

O Apêndice A da ISO 9004-2000, Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para melhorar o desempenho
(Annex A of ISO 9004:2000, Quality management systems – Guidelines for performance improvements)
fornece diretrizes para a auto-avaliação da eficácia, eficiência e extensão do QMS. Esta avaliação,
realizada pela direção da empresa, fornece informações sobre as áreas que necessitam de
investimento para melhorar seu desempenho. Para assegurar que a quantidade de recursos seja
suficiente, a diretoria precisa adotar um enfoque sistemático baseado no processo para identificar as
áreas que devem ser aprimoradas. Recomenda-se, pelo menos, uma avaliação periódica para
determinar se:

- Está sendo feito o planejamento para obtenção de recursos em tempo hábil?

- Foi definido o nível de competência dos funcionários para as necessidades atuais e futuras?

- A infra-estrutura é apropriada para se alcançar os objetivos da organização?

- O ambiente de trabalho é adequado para produzir produtos que atendam às conformidades?

Implementar o SGQ da ISO 9000 não requer, necessariamente, alteração adicional na infra-
estrutura e no ambiente de trabalho. Pode exigir uma reorganização dos sistemas de produção,
uma melhor definição dos papéis desempenhados e das responsabilidades de cada funcionário,
uma melhor análise dos resultados de medições e as ações necessárias para prevenir a repetição
de problemas semelhantes. As normas também permitem a terceirização de qualquer processo
que pode afetar a conformidade do produto, desde que a empresa se responsabilize por assegurar
o controle desse processo.

REFERÊNCIAS
Quality Systems in the Small and Medium Enterprises (SME): A Guide to the Adoption of
the ISO 9001 Standard (Sistemas de Qualidade nas PMEs: Um Guia para a adoção da norma ISO
9001). Institute of Quality Assurance (IQA). 2000. Disponível gratuitamente no site www.iqa.org
(selecione Information Centre, Resources). The Institute of Quality Assurance, 12 Grosvenor
Crescent, Londres SW1X 7EE, Reino Unido, Tel.: 44 20 7245 6722, Fax: 44 20 7245 6755, E-
mail: iqa@iqa.org. Explica como implementar um sistema de gestão da qualidade nas PMEs.

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153 05/02/2009, 15:47
154 Gestão da Qualidade na Exportação

5.7 Que grau de habilidade técnica é necessário para


implementar um sistema de gestão da qualidade?

Competência funcional
As exigências da ISO 9001:2000 para o SGQ incluem o ‘gerenciamento dos recursos humanos’
(pessoas). Na cláusula 6.2, a norma determina que ‘a competência dos funcionários cujo trabalho
afeta a qualidade deve ser baseada no nível adequado de ensino, treinamento, habilidade e
experiência’.

Cada organização deve determinar o nível de competência necessário para seus empregados.
Entre os fatos que devem ser levados em consideração estão os seguintes:

- A política da qualidade e os objetivos da organização;

- As exigências dos clientes em relação ao produto;

- As exigências regulamentares relacionadas ao produto e quaisquer outras estipuladas pela


organização;

- A natureza dos processos necessários de monitoração, medição e análise;

- O tipo de equipamento, instrumento e tecnologia usados no processo de produção, incluindo


aqueles necessários aos processos de monitoração e de medição e as características do produto;

- A extensão do aprimoramento dos processos de fabricação, do produto e do QMS planejado


pela organização.

Em alguns processos especiais, as deficiências nos produtos só são detectadas depois que começam
a ser utilizados ou depois que os serviços são prestados. Como exemplos destes sistemas temos
soldagem, fundição, tratamento de calor e técnicas de ensaio, como raios-x e exames de ultra-
sonografia. A organização deve determinar o nível de competência (qualificações) dos funcionários
que irão realizar estes trabalhos.

REFERÊNCIAS
ISO 10015:1999, Quality management – Guidelines for Training (ISO 10015:1999, Gestão
da Qualidade – Diretrizes para treinamentos). Organização Internacional para Normalização.
1999. CHF 68,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111,
Fax: 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também disponível através
dos organismos nacionais de normalização de países-membros da ISO (a lista pode ser encontrada
no site www.iso.org).

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154 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 155

Pensando no que foi exposto acima, devemos comparar as necessidades de competência identificadas
pela diretoria à habilidade dos atuais funcionários. Qualquer deficiência encontrada deve ser
corrigida por meio de treinamento e outros meios disponíveis. Nas situações a seguir, a diretoria
também deverá avaliar e desenvolver a competência necessária de seus funcionários quando:

- São introduzidos novos equipamentos, novas tecnologias, novos métodos de medição etc;

- São lançados novos produtos;

- Passam a exportar para novos mercados;

- São feitas mudanças em exigências regulamentares referentes aos produtos;

- São feitas alterações nos processos e procedimentos do SGQ;

- A análise de informações dadas pelos clientes sobre os produtos, ou a análise sobre a


conformidade do produto e falta de conformidade do processo de fabricação revelam a falta de
competência dos funcionários; e

- Ao cumprir contratos com clientes que só aceitam funcionários devidamente treinados para
operar seus equipamentos e programas de computador.

Além disso, para apoiar os objetivos da organização e para desenvolver seus funcionários, a empresa
deve elaborar uma política de desenvolvimento de recursos humanos que dê mais ênfase à
formação e ao treinamento contínuo de seus funcionários. Esta política deve levar em consideração:

- As habilidades de liderança e de gerenciamento necessárias à empresa;

- O planejamento e as técnicas de aprimoramento necessários para sustentar um programa de


aprimoramento continuado na organização;

- A formação de equipes, a solução de problemas, habilidade de comunicação etc;

- O desenvolvimento e a implementação de processos de aprimoramento eficazes.

O treinamento tem duas dimensões. A primeira é o treinamento técnico ou especializado necessário


para incrementar a competência do pessoal em suas funções primárias como marketing,
desenvolvimento de produto, compra, controle operacional, manutenção e calibração dos
equipamentos. A segunda é o treinamento sobre os conceitos e a implementação do SGQ, que requer que os
funcionários compreendam a importância de suas atividades e como elas contribuem para se
alcançar os objetivos da qualidade em sua área de operação.

As habilidades relacionadas a uma operação da qualidade devem ser desenvolvidas em todos os


níveis da organização, incluindo a diretoria. Entre as habilidades úteis relacionadas à qualidade
estão as seguintes:

- Solução de problemas;

- Planejamento da qualidade;

- Controle dos processos estatísticos; e

- Formação de equipes.

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155 05/02/2009, 15:47
156 Gestão da Qualidade na Exportação

As ferramentas e técnicas necessárias à solução de problemas e ao aprimoramento da qualidade


incluem reuniões de discussão, diagramas de causa e efeito, fluxogramas, gráficos de controle e
diagramas de Pareto.

Representante da administração
As normas da ISO 9001:2000 exigem que um funcionário da administração da empresa seja
designado representante da administração. Essa pessoa deve ter competência para assegurar,
em nome da diretoria, que os processos necessários a um SGQ sejam estabelecidos, implementados
e mantidos. Ele também deve se certificar que todos na empresa conheçam os requisitos dos
clientes. E ainda deve ter, de preferência, experiência no tema e conhecer bem as exigências do
SGQ da ISO 9001.

5.8 Como devo informar meus clientes do sucesso do meu


sistema de gestão da qualidade?

As maneiras de comunicar a seus clientes o sucesso de sua empresa/organização na gestão da


qualidade estão descritas abaixo.

- Mantendo uma comunicação eficiente com seu cliente. O modo mais eficaz de comunicar a seus clientes
seu sucesso na gestão da qualidade é:

- Sempre fornecer produtos que preencham seus requisitos;

- Fornecer os serviços antes e após a entrega da forma acordada; e

- Responder rápida e eficazmente as suas indagações e queixas.

Também é importante obter informações formais ou informais com seus clientes sobre o grau de
satisfação, assim como resolver qualquer problema relatado. Não é correto pressupor que seus
clientes estão satisfeitos simplesmente porque não reclamam.

- Publicidade. Isto inclui publicar o sucesso alcançado. Faça-o:

- Através de panfletos ou mala direta periódica para seus clientes e clientes em potencial;

- Destacando os objetivos alcançados em panfletos publicitários e na literatura sobre os


produtos;

- Anunciando em jornais, publicações setoriais, revistas, publicações de associações


industriais e de categorias; em sites na Internet e nas páginas amarelas eletrônicas e em
outros materiais da mídia impressa e eletrônica.

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156 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 157

REFERÊNCIAS
Publicizing your ISO 9000 or ISO 14000 Certification (Como tornar pública sua certificação
ISO 9000 ou ISO 14000). Organização Internacional de Normalização. 1998. Gratuito. ISO,
Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-
mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também disponível através das agências nacionais de
normalização de países-membros da ISO (a lista pode ser encontrada no site www.iso.org). Seu
objetivo é ajudar aqueles que possuem certificados ISO 9000 e ISO 14000 a não fazer declarações
falsas, enganosas ou confusas em material de publicidade e em qualquer outro material de
propaganda; contém bons exemplos de publicidade sobre a certificação ISO 9000.

- Certificação de sistemas de gestão da qualidade (SGQ) por organismos acreditados para fornecer certificação/
registro. Isto gera confiança entre os clientes e outros interessados de que a empresa/organização
é capaz de fornecer continuamente produtos que preenchem as conformidades. Por outro lado,
se sua empresa recebe um prêmio nacional de qualidade, você deve informar seus atuais clientes
e os clientes em potencial, e anunciar este fato a uma audiência mais ampla, por meio da mídia
escrita e eletrônica.

- Cada organismo de certificação mantém uma lista atualizada de empresas/organizações


certificadas e fornece esta lista a compradores em potencial e a outros interessados. Em alguns
países, o governo ou alguma organização não governamental mantém um registro das empresas/
organizações que possuem o certificado ISO 9000. Este registro é uma fonte de informação para
os consumidores a respeito da habilidade da empresa em satisfazer seus clientes e, ao mesmo
tempo, gera mais pedidos de informação sobre o negócio. Na Índia, por exemplo, a Federação das
Câmaras de Comércio e Indústria Indianas (FICCI – Federation of Indian Chambers of Commerce
and Industry) publica em seu jornal trimestral, o Quality Quest, uma lista de empresas/
organizações que receberam o certificado recentemente.

REFERÊNCIAS
Quality Quest (A Busca da Qualidade). Federation of Indian Chambers of Commerce and Industry.
Trimestral. Assinatura anual: INR2 600,00. FICCI Quality Forum, Federation House, Tansen
Marg, Nova Déli 110001, Índia, Tel.: 91 11 373 9947, 91 11 373 8760-70, Fax: 91 11 332
0714, E-mail: ficci@ficci.com, Internet: www.ficci.com/fqf. Contém artigos e reportagens sobre
gestão total da qualidade, ISO 9000, ISO 14000, cursos de treinamento, traz notícias resumidas
sobre assuntos de interesse em todo o mundo.

2
INR – Rúpia indiana (N. T.).

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157 05/02/2009, 15:47
158 Gestão da Qualidade na Exportação

5.9 Como posso me certificar de que a matéria-prima e os


componentes que minha empresa compra são próprios para uso?

É imperativo se assegurar que a matéria-prima que entra na linha de produção é adequada para
os seus produtos já que matéria-prima ou componentes defeituosos podem causar problemas
nas fases mais avançadas da produção.

Para se certificar de sua qualidade, você deve seguir os passos a seguir:

- Determinar as especificações exatas para matéria-prima/componentes; e

- Assegurar-se de que os lotes fornecidos preenchem as especificações de compra.

Para as especificações de compra, você deve primeiro tomar as normas nacionais ou internacionais
como referência ao invés de desenvolver suas próprias especificações. Isto irá economizar tempo
e dinheiro. Entretanto, você deve se certificar de que as normas que escolher preenchem as suas
necessidades. Lembre-se que um produto pode preencher os requisitos de uma norma e, mesmo
assim, não ser apropriado se não se adequar às suas necessidades. Se não existirem normas
adequadas, você deverá determinar suas próprias especificações para compra, dando ênfase às
características técnicas, composição ou características funcionais e de desempenho.

Seja objetivo ao especificar uma característica técnica, isto é, ao especificar a tolerância, um


valor máximo ou mínimo para possibilitar a avaliação da conformidade. Por exemplo, não
especifique 100g para o peso, mas sim 100 g ± 10 mg. Você deve também determinar o plano de
amostragem para aceitação do produto tal como o tamanho do lote, o tamanho da amostra e o
número aceitável de defeitos.

Você tem várias opções para assegurar que sua matéria-prima/componentes preencham suas
especificações:

- Lista de fornecedores aprovados. Você só deve comprar materiais de fornecedores aprovados com
base na sua experiência a respeito da qualidade, preço e entrega.

- Relacionamento duradouro com o fornecedor. Você pode desenvolver um relacionamento duradouro


com um pequeno número de fornecedores. Isto será benéfico para todos já que irão trabalhar
juntos para assegurar que suas necessidades sejam atendidas corretamente. Se o fornecedor
sempre atende suas necessidades, você pode reduzir a inspeção do material que é entregue.

- Empresas registradas na ISO 9000. Você pode identificar um fornecedor em potencial em listas de
firmas que tenham a certificação ISO 9000. Isso lhe dará uma garantia da qualidade, pois o
fornecedor irá sempre preencher as suas especificações.

REFERÊNCIAS
A Practical Approach to Quality Control (Uma Abordagem Prática ao Controle da Qualidade).
R. H. Caplen, 5a ed. 1998. £15,99. Random House Business Books Ltd, 20 Vauxall Bridge Road,
Londres SW1V 2SA, Reino Unido, Tel.: 44 20 7840 8400, Fax: 44 20 7233 8791, E-mail:
enquiries@randomhouse.co.uk, Internet: http://randomhouse.co.uk. Uma introdução aos aspectos
práticos do controle de qualidade, demonstrando como podemos identificar e integrar técnicas
apropriadas em um sistema que prioriza os custos.

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158 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 159

- Fornecedores com produtos certificados. Você pode comprar produtos de fornecedores certificados
por organismos certificadores acreditados. Esses fornecedores podem utilizar marcas de
conformidade que indicam cumprimento das normas (isto é possível se sua compra é feita
seguindo a determinação de normas nacionais ou internacionais).

- Avaliação do vendedor. Ao utilizar um novo fornecedor, submeta-o a uma avaliação para


determinar sua capacidade de atender as suas necessidades.

- Inspeção do material entregue. É prudente fazer verificações por amostragem do material sendo
entregue para assegurar que não houve deterioração ou dano durante o transporte. Quando a
ocorrência de produtos defeituosos for grande e o método de teste não for destrutivo, é aconselhável
inspecionar todo o material para evitar que produtos defeituosos cheguem às oficinas.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 7, Guidelines for drafting of standards suitable for use for conformity
assessment (Guia ISO/IEC 7, Diretrizes para delinear as normas pertinentes à avaliação de
conformidade). Organização Internacional para Normalização. 1994. CHF 38,00. ISO, Case
postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-mail:
sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também pode ser obtido em agências nacionais de
normalização nos países-membros da ISO. Fornece orientação para desenvolver diretrizes apropriadas
para serem usadas na avaliação de conformidades.

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159 05/02/2009, 15:47
160 Gestão da Qualidade na Exportação

5.10 Por que os métodos estatísticos são tão importantes na


gestão da qualidade?

O papel dos métodos estatísticos na gestão da qualidade está explicado na cláusula 2.10 da ISO
9000:2000, que diz:

O uso de métodos estatísticos pode ajudar a organização a entender a variabilidade e,


conseqüentemente, a resolver problemas e melhorar sua eficácia e eficiência. Estes métodos
estimulam um uso melhor das informações disponíveis para ajudar nas decisões a serem tomadas.

A ISO 9001:1994 identifica os métodos estatísticos como uma das 20 exigências para um sistema da
qualidade: os métodos são usados para estabelecer, controlar e verificar a capacidade dos processos
de produção e das características do produto. A ISO 9001:2000 inclui os métodos estatísticos entre os
métodos de monitoração, medição, análise e aprimoramento; métodos necessários, entre outras
coisas, para demonstrar a conformidade dos produtos. Um processo decisório baseado em fatos
é um dos oito princípios da gestão da qualidade que formam a base de um sistema de gestão
voltado para os processos e produção descritos na nova edição da ISO 9000. Este princípio requer
o uso de métodos estatísticos apropriados e de outras técnicas para auxiliar a compreensão dos
métodos de medição e de suas variações, e para aprimorar o desempenho da produção e dos
produtos por meio de controles das variações, conforme descrito na cláusula 8 da ISO 9001:2000
(Medição, análise e melhoria - Measurement, analysis and improvement). As normas também
determinam que as decisões baseadas em fatos concretos requerem ações eficazes e eficientes.
Um exemplo é o uso dos métodos analíticos apropriados.

Se todos os produtos preenchem exatamente as especificações do comprador, não haverá


problemas de qualidade. Os problemas de qualidade ocorrem porque nem todos os produtos são
idênticos em virtude das variações causadas pela matéria-prima, mudanças nas condições
ambientais, variações no nível de treinamento, habilidade dos operadores etc. Os métodos estatísticos
ajudam a entender as variações e a lidar com elas. O gráfico de controle é uma ferramenta
importante para a melhor compreensão das variações no processo de fabricação. Para que sejam
avaliadas em qualquer circunstância, este processo precisa ser visto de forma controlada (controle
estatístico), quando sua estabilidade pode ser avaliada. Isto o ajudará a determinar se o seu
processo é eficiente.

Quando se deseja que um produto embalado pese 100g com uma tolerância de +/-1,0 g e o desvio
padrão é de 0,5g, é óbvio que o processo de fabricação não é eficiente. Por quê? Porque o desvio
natural do processo (seis vezes o desvio padrão) não deve exceder a tolerância total. Entretanto, se
o desvio padrão é de 0,2g, o processo é eficiente porque sua variação, isto é, 1,2 g, é menor do que
2,0 g. Quando um processo não é eficiente, ele não pode preencher os padrões determinados pelas
especificações. Neste caso, não há outra alternativa a não ser inspecionar 100% dos produtos
antes que passem para o próximo passo da produção ou que sejam entregues ao consumidor.

REFERÊNCIAS
Guide to Quality Control (Guia para o Controle da Qualidade). Kaoru Ishikawa. 1986. US$
15,00. Asian Productivity Organization, Hirakawa-cho Dai-ichi Seimei, Bldg 2F, 1-2-10
Hirakawa-cho, Chiyoda-ku, Tóquio 102-0093, Japão, Tel.: 81 3 5226 3920, Fax: 81 3 5226
3950, E-mail: apo@apo-tokyo.org, Internet: www.apo-tokyo.org. Um guia sobre as técnicas de
controle da qualidade; fornece instruções para a feitura de gráficos, diagramas de Pareto, histogramas.

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160 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 161

SPC Tools for Everyone (Ferramentas de SPC para Todos). John T. Burr. American Society for
Quality. 1993. US$ 26,00. ASQ, 611 E. Winsconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI
53201-3005, Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org,
Internet: www.asq.org, http://qualitypress.asq.org. Abrange os conceitos fundamentais sobre
qualidade; explica cada ferramenta possível.

Quando a capacidade do processo de produção estiver estabelecida, pode-se usar o gráfico de controle
para verificar se ele está ocorrendo de forma desejada ou se deve ser mudado. Se um ponto está
fora do gráfico de controle, que consiste de uma média e de limites superiores e inferiores, isto
indica uma ocorrência especial que pode ser atribuída a alterações nas máquinas, nos materiais
ou nos operadores e pode ser corrigida pelos funcionários menos graduados dentro da
organização. Entretanto, só os funcionários mais graduados podem corrigir causas comuns,
como as flutuações que geralmente ocorrem nos processos de produção, alterando os métodos
usados no desenvolvimento ou na operação. No exemplo anterior, se houvesse um ponto fora do
limite superior, isso poderia significar uma alteração nos padrões de controle das máquinas e o
operador responsável poderia corrigir tal problema. Entretanto, haveria necessidade da
intervenção de alguém da administração para que a variação natural do processo fosse reduzida,
isto é, de 3,0g para um nível aceitável de 1,5g. O gráfico de controle é uma arma valiosa para
demonstrar quem é responsável pela ação a ser modificada, isto é, os operadores ou a
administração.

Se uma variação não for interpretada corretamente, podem ser tomadas ações impróprias que
aumentariam a variação. Isto pode ocorrer quando há uma mudança de turnos em uma fábrica.
O processo de produção pode estar se desenvolvendo a contento, mas o operador que assumiu o
controle da máquina muda suas especificações porque quer inserir sua própria interpretação ao
processo. Ao fazê-lo, ele aumenta a variação. Outro exemplo pode ser a recusa em aceitar a
realidade demonstrada no gráfico de controle, que pode ser interpretado como um ‘diálogo entre
você e o processo de produção’. Um exemplo disto é uma fábrica tentando controlar carretéis de
linha com uma variação natural de ± 6% para uma especificação de ± 5%. O processo em si não é
capaz de tal feito e é errado pensar que isso pode ser feito.

Um exemplo interessante tirado de Quality, Productivity and Competitive Position (Qualidade,


Produtividade e Competitividade), de W. E. Deming, ilustra o uso de métodos estatísticos na
gestão da qualidade. Em uma fábrica de meias finas, 20 supervisores participaram de um curso
de treinamento e aplicaram as técnicas que aprenderam aos problemas do setor de costura. O
gráfico de controle demonstrava que o processo estava dentro do controle esperado
estatisticamente, mas tinha um nível de defeitos de 4,8%. Isto foi um grande choque para a
administração, pois nenhuma informação desse tipo havia sido mandada para análise até então.
Resolveram, assim, dar a cada funcionário do setor um gráfico de controle, que substituiria o
gráfico simples utilizado por todos os funcionários. Os gráficos de três funcionários indicavam
o seguinte:

- Operadora 75: Uma excelente funcionária e muitas de suas técnicas foram incorporadas à
rotina geral do setor.

- Operadora 22: Essa operadora tinha um trabalho inconstante, algumas vezes apresentando
um índice de 8% de peças defeituosas. Descobriu-se que seu último exame de vista havia sido oito
anos antes. A acuidade visual à esquerda era inexistente, mas o oftalmologista foi capaz de
corrigir a visão no olho direito para 20/20. Seu trabalho melhorou imediatamente.

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161 05/02/2009, 15:47
162 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
Quality, Productivity and Competitive Position (Qualidade, Produtividade e Posição
Competitiva no Mercado). W. Edwards Deming. 1982. US$ 7,95. Massachusetts Institute of
Technology, 77 Massachusetts Avenue, Cambridge, MA 02139-4307, Estados Unidos, Tel.: 1
617 253 1000, Internet: www.mit.org. (Esgotado). Explica por que a qualidade é necessária para
aumentar a produtividade e apresenta 14 pontos a serem considerados pela diretoria.
´The role of statistics in the management of quality´ (O papel da estatística na gestão da
qualidade) E. G. Schilling. Em Quality Progress, agosto de 1984. Assinatura anual para não
membros: US$ 95,00. American Society for Quality, 611 E. Winsconsin Ave., PO Box 3005,
Milwaukee, WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-
mail: asq@asq.org, Internet: www.asq.org, http://qualitypress.asq.org. Demonstra como as
estatísticas podem melhorar o sistema de qualidade e como podem aumentar a motivação dos
empregados.

- Operadora 27: Seu trabalho tinha altos e baixos. Quando foi mostrado o gráfico com seus erros,
ela respondeu que ninguém nunca havia lhe ensinado aquela técnica durante os cinco anos em
que estava na empresa.

O incidente com a operadora 22 fez com que a administração revisasse sua política de exames
oftalmológicos. Até então, a política de exames só se aplicava para novos empregados. Se pessoas
com experiência anterior eram contratadas, o procedimento era ver como se saíam e deixar que
o supervisor decidisse se estavam aptos para o trabalho. Os empregados da empresa não eram
submetidos a exames médicos. A administração adotou a política de submeter todas as operadoras
a exames oftalmológicos e estabeleceu um cronograma para exames regulares. O exame inicial
descobriu que uma dúzia de operadoras tinha dificuldades para enxergar o que faziam.

Muitos métodos estatísticos podem ser usados na gestão da qualidade. Eles incluem folhas de
controle, cartas de registro, histogramas, diagramas de dispersão, diagramas de estratificação e
análise de Pareto.

A aplicação sistemática de métodos estatísticos aos processos de fabricação pode ser encontrada
no livro de Frank Price, Right First Time - Using Quality Control for Profit (Como Acertar de Primeira
– O uso do Controle da Qualidade para Alcançar Lucros). O autor sustenta que ao analisar um
processo, deve-se responder primeiro às seguintes perguntas:

- Podemos fazê-los direito?

- Estamos fazendo direito?

- Como podemos fazê-lo direito?

- Podemos melhorá-lo?

As respostas a estas perguntas levam à capacitação, ao controle, à garantia da qualidade e ao


aprimoramento do processo de produção. Se a resposta às duas primeiras perguntas for ‘sim’, a
resposta lógica à terceira pergunta é ‘sim’. Ao priorizar as duas primeiras perguntas ao invés de
partir imediatamente para a terceira, substitui-se a estratégia de detecção pela de prevenção, o
objetivo da gestão da qualidade. Além disso, os métodos estatísticos mostram as áreas que
podem ser aprimoradas.

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162 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 163

A cláusula 8.4 da ISO 9004:2000 diz:

A análise de dados pode ajudar a determinar a raiz dos problemas em potencial e a definir as
decisões sobre que ações corretivas e preventivas são necessárias para o aprimoramento final.

Em outras palavras, os métodos estatísticos podem indicar o caminho a ser tomado.

REFERÊNCIAS
Right First Time – Using Quality Control for Profit. Frank Price. Gower Publishing (Serviço
de atendimento ao cliente). 1996. US$ 34,95. Book Point Limited, 130 Milton Park, Abingdon,
Oxon, OX14 4SB, Reino Unido, Tel.: 44 1 235 82 7730, Fax: 44 1 235 40 0454, E-mail:
orders@bookpoint.co.uk, Internet: www.gowerpub.com. Sem extrapolar para a matemática
complexa, o autor explica como alcançar baixos índices de rejeição e outros benefícios do controle
sistemático da qualidade.

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163 05/02/2009, 15:47
164 Gestão da Qualidade na Exportação

5.11 Como posso motivar meus funcionários a buscar a qualidade


em seu trabalho?

Não existe uma resposta direta a esta pergunta. Entretanto, você pode adotar algumas das
medidas abaixo para motivar seus subordinados.

Trate bem seus funcionários


Não trate seus funcionários como parte de uma engrenagem do processo de produção. Você deve
estar atento às suas necessidades no local de trabalho e demonstrar que se preocupa com eles.
Tratar bem seus funcionários terá um reflexo positivo na produtividade, conforme foi
demonstrado por Elton Mayo há mais de 75 anos com o efeito Hawthornea/. Ele demonstrou que
havia um aumento de produtividade quando se dava mais atenção aos empregados sem que
houvesse mudanças nas condições de trabalho.

Acredite na capacidade de seus empregados


Você pode acreditar na teoria Y e não na teoria X, ambas propostas por Douglas McGregor em
1960. De acordo com a teoria X, o ser humano normal não gosta de trabalhar e de ter
responsabilidade, ele precisa de uma ´cenoura em uma vara´, ou seja, de um estímulo. A teoria Y
diz que o ser humano normal gosta tanto de trabalhar quanto de se divertir e procura aceitar
responsabilidades. Você também deve estar a par do efeito ´Pigmaleão´b/ e de sua profecia que se
alimenta de suas crenças: se você acreditar que seus funcionários irão fabricar produtos com uma
alta taxa de defeitos, eles assim o farão para reforçar a imagem que você está passando para eles.

Tome decisões baseadas em fatos concretos


Use métodos estatísticos para determinar a causa dos produtos defeituosos, isto é, o defeito é
devido aos operadores ou à administração? Isto pode ser feito com o uso do gráfico de controle
(veja pergunta 62). Não se deve culpar os operadores se eles não receberam treinamento adequado
e métodos, ferramentas, máquinas, materiais e instruções satisfatórias. Você pode criar um
clima de confiança e cooperação no trabalho e ‘tirar o medo’ de seus funcionários, como foi
proposto pela filosofia de gestão de W. E. Deming. Os trabalhadores serão incentivados a relatar
os fatos e não a escondê-los com medo de represálias.
a/
Definido como o aumento da produtividade produzido pelo estímulo psicológico de se sentir individualizado
e importante; deve seu nome à Fábrica Hawthorne, em Illinois, onde Elton Mayo fez sua pesquisa.
b/
Essa noção de uma profecia que se alimenta de suas crenças foi cunhada por Robert Merton em 1957.

REFERÊNCIAS
Motivating People (Como motivar as pessoas). Robert Heller. 1998. ISBN 0-7513-06290.
£4,99. Dorling Kindersley Limited, 9 Henrietta Street, Londres WC2E 8PS, Reino Unido, Tel.: 44
20 7836 5411, Internet: www.dk.com. Descreve técnicas práticas para aumentar a produtividade
e a satisfação no trabalho, dando maior responsabilidade aos indivíduos e premiando as conquistas.

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164 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 165

Total Quality Management, The Route to Improving Performance (Gestão da Qualidade,


Como Melhorar o Desempenho). John S. Oakland, 2a ed. 1993. £38,0. Butterworth-Heinemann
Ltd., Linacre House, Jordan Hill, Oxford OX2 8DP, Reino Unido, Tel.: 44 1865 888 180, Fax: 44
1865 314 572, E-mail: bhuk.orders@repp.co.uk, Internet: www.bh.com. Discute o significado da
qualidade; as implicações para a diretoria; projetando para a qualidade; planejamento para qualidade;
projeto e verificação do sistema TQM; medição da qualidade; custos; implementação da TQM.

Estabelecer círculos da qualidade


Círculos da qualidade são pequenos grupos de funcionários que se reúnem periodicamente para
resolver problemas, aumentando a qualidade e produtividade e reduzindo os custos. Os
funcionários são treinados em técnicas simples de resolução de problemas e em métodos
estatísticos. A participação em círculos da qualidade possibilita aos funcionários satisfazer suas
necessidades sociais, de auto-estima e de realização, condições inerentes aos seres humanos, de
acordo com a hierarquia de necessidades formulada por Abraham Maslow. Ao mesmo tempo, os
círculos da qualidade tornam o trabalho mais importante e interessante. Como demonstrou F.
Herzberg, o enriquecimento do trabalho é uma fonte de motivação, enquanto a melhoria das
condições de trabalho representa um fator de higienização. Você também deve pensar em outras
formas de estimular o trabalho em equipe.

Dar maior responsabilidade aos funcionários


Você deve se concentrar em tomar decisões estratégicas e permitir que seus subordinados tomem
decisões em nível operacional. Isto os motivará a ter orgulho de seu trabalho e os tornará
responsáveis pela sua etapa de produção. Em uma fábrica da Corning, essa maior
responsabilidade dos funcionários foi conseguida por meio de, entre outras coisas, uma parceria
com os funcionários, que passaram a ser chamados de ´associados´. Foi dada a eles a autoridade
de parar a produção se isso fosse necessário para resolver definitivamente qualquer problema.

Faça todos implementarem o conceito do papel triplo


Você pode motivar seus funcionários a buscar qualidade em seu trabalho ao implementar o
conceito de papel triplo em todos os níveis. Todos recebem as informações como se fossem clientes,
fabricam os produtos e fornecem os produtos aos clientes (veja pergunta 54). O ´papel triplo´
traz de volta o contato entre o fornecedor e o consumidor, o que é uma característica da forma de
produção artesanal. Aplicar esses conceitos ajudará a tornar a ´qualidade´ uma realidade para
todos, ao invés de uma vaga noção associada com um consumidor distante.

Sistemas bem implementados não são suficientes para se alcançar o nível de qualidade que se
pode conseguir com empregados motivados, que se orgulham de seu trabalho. Esta é uma das
razões pela qual a ISO 9000:2000 enfatiza o envolvimento das pessoas em um de seus oito
princípios de gestão: ´Os funcionários em todos os níveis são a essência de uma organização e seu
total envolvimento permitirá que suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização´.

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165 05/02/2009, 15:47
166 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
Effective Leadership, A Self-development Manual (Liderança Eficaz, Um Manual de Auto
desenvolvimento). John Adair. Gower Publishing (Serviço de atendimento ao consumidor). 1983.
Book Point Limited, 130 Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4SB, Reino Unido, Tel.: 44 1 235
82 7730, Fax: 44 1 235 40 0454, E-mail: orders@bookpoint.co.uk, Internet: www.gowerpub.com.
O capítulo 11 aborda métodos de motivação.
Japan Quality Control Circles (Círculos de Controle da Qualidade no Japão). Asian Productivity
Organization. 1972. US$ 19,75. Hirakawa-cho Dai-ichi Seimei, Bldg 2F, 1-2-10 Hirakawa-cho,
Chiyoda-ku, Tóquio 102-0093, Japão, Tel.: 81 3 5226 3920, Fax: 81 3 5226 3950, E-mail:
apo@apo-tokyo.org, Internet: www.apo-tokyo.org. Ao fornecer fontes de informação, faz uma
importante contribuição para entender o fenômeno do crescimento industrial do Japão.

5.12 Como me mantenho informado sobre os


desenvolvimentos mais recentes na área da qualidade?

Algumas das maneiras para se obter informações sobre a qualidade estão descritas abaixo.

- No Brasil, você pode conseguir essas informações no Inmetro, por meio dos endereços de contatos
encontrados no Apêndice IV deste livro.

- Outra fonte é o World Dictionary of organizations dealing with standards, technical regulations, sanitary
and phytosanitary measures, eco-labeling, quality management and accreditation, 2001 (Diretório Mundial
das organizações que lidam com normas, regulamentos técnicos, medidas sanitárias e
fitossanitárias, selo ambiental, gestão da qualidade e acreditação, 2001), um documento
distribuído gratuitamente pelo International Trade Centre.

- É recomendável tornar-se membro de associações renomadas como a American Society for


Quality dos Estados Unidos (www.asq.org), o Institute of Quality Assurance do Reino Unido
(www.iqa.org) ou do Mouvement français de la qualité (Movimento francês para a qualidade) da
França (www.mfq.asso.fr). Ao tornar-se membro, você poderá receber suas revistas e boletins
especializados.

- Visite os sites na Internet das agências relacionadas à qualidade como a American Society for
Quality; a Australian Organization for Quality (Organização Australiana para a Qualidade),
http://aop.asn.au; a European Foundation for Quality Management (Fundação Européia para a
Gestão da Qualidade), www.efqm.org; e o Institute of Quality Assurance.

- Faça assinatura de jornais publicados pelas associações de comércio/indústria, pela Organização


Internacional para Normalização (ISO), pelos organismos nacionais de normalização,
organizações nacionais de produtividade e institutos e sociedades nacionais e internacionais da
qualidade. Uma lista dos jornais mais importantes é dada abaixo.

- Quality Quest. FICCI Quality Forum. Mensal. Assinatura anual: INR 600,00. Federation of
Indian Chambers of Commerce & Industry (FICCI), Federation House, Tansen Marg, Nova
Déli 110 001, Índia, Tel.: 91 11 373 8760, Fax: 91 11 332 0714, Internet: www.ficci.com. Artigos
e reportagens curtas sobre TQM, ISO 9000, ensaios, certificação, SPS e assuntos relacionados
aos consumidores. Também aborda empresas indianas com certificações ISO 9000, ISO 14000,
cursos de treinamento e notícias sobre assuntos de interesse em todo o mundo.

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166 05/02/2009, 15:47
Gestão da Qualidade 167

- ISO Management Systems: The International Review of ISO 9000 and ISO 14000 (Sistemas
de Gestão ISO: Revisão Internacional da ISO 9000 e ISO 14000). Organização Internacional
para Normalização. Bimestral. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-
1211 Genebra 29, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Aborda as tendências em relação às duas principais famílias de
normas ISO; fornece exemplos e histórias sobre suas aplicações em empresas e organizações
de todos os tipos.

REFERÊNCIAS
World Directory of organizations dealing with standards, technical regulations, sanitary
and phytosanitary measures, eco-labeling, quality management and accreditation, 2001.
International Trade Centre. Disponível gratuitamente em capa dura ou diretamente do site do ITC.
ITC, Palais des Nations, CH-1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 01 11, Fax: 44 22 733 44
39, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Lista os nomes e endereços de
organizações que podem ser contatadas para se obter informações sobre normas, garantia da
qualidade, acreditação e metrologia.

- Quality World. Institute of Quality Assurance. Assinatura anual: £45,00 (em casos
especiais), £78,00. 1QA, 12 Grosvenor Crescent, Londres SW1X 7EE, Reino Unido, Tel.: 44
20 7245 6669, Fax.: 44 20 7245 6755, E-mail: pcrick@iqa.org, Internet: www.iqa.com.
Reportagens e artigos sobre qualidade, normas, ISO 9000, ISO 14000, saúde, segurança,
metrologia, ensaios, certificação, acreditação, entre outros assuntos.

- Quality Progress. American Society for Quality. Assinatura anual: não membros fora dos
Estados Unidos: US$ 95,00 (o primeiro ano é gratuito para os membros). ASQ, 611 E.
Winsconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel: 1 414 272
8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org, Internet: www.qualitypress.asq.org.
Reportagens e artigos sobre qualidade, normas, ISO 9000, ISO 14000, segurança, inspeção,
controle estatístico da qualidade, propaganda sobre livros, programas de computador e
cursos ligados à qualidade.

- Standardization News. American Society for Testing and Materials. Assinatura gratuita
por um ano para associados da ASTM. Fora da América do Norte: assinatura anual – US$
20,00, assinatura por dois anos – US$ 34,00. ASTM, 100 Barr Harbor Drive, West
Conshohocken, PA 19428-2959, Estados Unidos, Tel.: 1 610 832 9500, Fax: 1 610 832 9555, E-
mail: mgorman@astm.org, Internet: www.astm.org. Reportagens e artigos sobre
normalização, qualidade, meio ambiente, ensaios, avaliação de conformidade e certificação,
pesquisa, ensaios e novas atividades do comitê de desenvolvimento de normas da ASTM.
Também aborda eventos legais nacionais e internacionais que influenciam o processo de
desenvolvimento de normas.

- ASEAN Standards and Quality Bulletin. ASEAN Consultative Committee on Standards


and Quality (ACCQS). Semestral. Gratuito. Disponível através de organismos nacionais
de normalização nos países-membros da ASEAN ou através do site www.aseansec.org
(clique em Standards and conformance). Reportagens e artigos sobre normas, qualidade, ISO
9000, ISO 14000, meio ambiente, calendário de reuniões, cursos de treinamento e atividades
correlatas nos países-membros da ASEAN; traz notícias e uma lista de normas
implementadas nos países da ASEAN.

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167 05/02/2009, 15:47
168 Gestão da Qualidade na Exportação

- European Quality Journal. European Organization for Quality (EOQ). Bimestral, assinatura
anual US$90,00. EOQ General Secretariat, 3, rue du Luxembourg, 1000 Bruxelas, Bélgica,
Tel.: 32 2 501 0735, Fax: 32 2 501 0736, E-mail: eoq@aey.ch, Internet: www.eoq.org.
Reportagens e artigos sobre qualidade e assuntos correlatos como o Prêmio Europeu de
Qualidade, ferramentas de referência, semana Européia da Qualidade, PMEs, políticas,
iniciativas e projetos europeus sobre qualidade.

- Informações sobre normas nacionais para qualidade podem ser obtidas por meio de organismos
nacionais de normalização. Eles também publicam catálogos anuais contendo normas. Verifique
seus sites na Internet para obter informações atualizadas.

- O site da ISO (www.iso.org) e seus links fornecem gratuitamente informação atualizada sobre
atividades internacionais de normalização, perguntas freqüentes (FAQ, do inglês Frequently Asked
Questions) sobre a ISO 9000 e a ISO 14000, notícias sobre normas internacionais, panfletos, listas
de membros da ISO (organismos nacionais de normalização), listas de normas publicadas (mais de
12.000). ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 203, Tel: 41 22 749 01 11, Fax: 41 22 733 34 30.

- A participação regular nos seminários/treinos sobre qualidade organizados pelas associações


de comércio/indústria, conselhos de produtividade, agências nacionais de normalização,
organizações de treinamento e de consultoria e outras, oferece a oportunidade de se manter a par
sobre a qualidade em todo o mundo e as dificuldades enfrentadas pela indústria na competição
global para superar as barreiras técnicas ao comércio.

- Finalmente, você pode participar de congressos como os da European Organization for Quality
(EOQ) ou da American Society for Quality (ASQ). Esses congressos anuais são uma oportunidade
para fazer contatos e se relacionar com colegas da área da qualidade.

3
Reproduzido conforme o original. Mas para um endereçamento correto, é necessário incluir o
nome do país após Genebra 20, que é a Suíça. (N. T.).

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168 05/02/2009, 15:47
6
ISO 9000
O termo ‘produto’ (‘produtos’) é usado, quando for apropriado, tanto
para bens quanto para serviços.

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169 05/02/2009, 15:47
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170 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 171

6.1 O que são as normas da série ISO 9000 e qual a sua


abrangência? Elas podem ser utilizadas para o comércio exterior?

ISO 9000 – normas básicas

A série ISO 9000 consiste de quatro normas básicas sustentadas por vários outros documentos.
As quatro normas são:

- ISO 9000, Sistemas de gestão da qualidade – Princípios fundamentais e vocabulário (Quality management
systems - Fundamentals and vocabulary);

- ISO 9001, Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos (Quality management systems - Requirements);

- ISO 9004, Sistemas de gestão da qualidade – Diretrizes para melhoria do desempenho (Quality management
systems - Guidelines for performance improvements); e

- ISO 19011, Diretrizes da auditoria para a qualidade e/ou da gestão ambiental ( Guidelines on quality and/or
environmental management auditing).

A ISO publicou as três primeiras normas em 15 de dezembro de 2000. A ISO 19011 está atualmente
sendo desenvolvida e seu lançamento é previsto para 2002.

A ISO 9000 foi inicialmente publicada em 1987, revisada pela primeira vez em 1994 e pela segunda
vez em 2000. Busca-se revisar as normas de cinco em cinco anos para que sejam atualizadas e
satisfaçam as necessidades dos usuários.

A ISO 9000 é o ponto de partida para a compreensão das normas, uma vez que ela define os
termos fundamentais utilizados na família ISO 9000 ou no conjunto de normas para a gestão da
qualidade. A ISO 9001 especifica os requisitos de um sistema de gestão da qualidade, permitindo
a você demonstrar sua capacitação em fornecer produtos que satisfaçam o cliente e os requisitos
reguladores pertinentes; também procura aumentar a satisfação do cliente. A ISO 9004 fornece
diretrizes para o aprimoramento continuado do seu sistema de gestão da qualidade de modo a
atender às necessidades e expectativas das partes interessadas, ou seja, os clientes e o usuário
final, diretores e funcionários de uma empresa, proprietários e investidores, fornecedores e sócios
e a sociedade em geral.

A ISO 9001 e a ISO 9004 formam um par constante de normas que relaciona a gestão da qualidade
moderna aos processos e atividades de uma empresa, e enfatiza o aprimoramento continuado e
a obtenção da satisfação do cliente. A ISO 9001, direcionada à eficácia do sistema de gestão da
qualidade no atendimento às exigências do cliente, é utilizada para a certificação ou para acordos
contratuais entre fornecedores e compradores. Por outro lado, a ISO 9004 não pode ser utilizada
para certificação pois não estipula exigências, mas fornece diretrizes para o aprimoramento
continuado do desempenho de uma empresa. A ISO 9001 é orientada para a eficácia, isto é, para
trabalhar da forma correta, enquanto a ISO 9004 enfatiza a eficácia e a eficiência, isto é, fazer a
coisa certa da maneira certa.

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171 05/02/2009, 15:47
172 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO 9000:2000, Quality Management Systems – Fundamentals and Vocabulary (ISO
9000:2000, Sistemas de Gestão da Qualidade – Princípios Fundamentais e Vocabulário).
Organização Internacional para Normalização. 2000. CHF1 92,00. Descreve o processo de gestão
da qualidade.
ISO 9001:2000, Quality Management Systems – Requirements (ISO 9001:2000, Sistemas
de Gestão da Qualidade – Requisitos). Organização Internacional para Normalização. 2000.
CHF 92,00. Especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade que possa ser aplicado
internamente nas empresas, na certificação e nos assuntos contratuais.
ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22
733 3430, E-mail: sales@iso.org. Internet: www.iso.org.

O sistema de gestão da qualidade ISO 9000 é, em realidade, genérico: aplica-se tanto à indústria
quanto ao setor de serviços e a empreendimentos de qualquer porte, inclusive ao empresário
individual. A ISO 9001 especifica o que uma empresa deve fazer, mas não mostra como fazer,
oferecendo assim bastante flexibilidade à empresa na condução dos seus negócios.

Oito princípios de gestão da qualidade

A ISO 9000 se baseia em oito princípios de gestão da qualidade:

- Foco no cliente, conduzindo ao atendimento das exigências do cliente e gerando esforços para
satisfazê-las;

- Liderança, direcionada para a criação de um ambiente interno em que as pessoas se envolvam


inteiramente;

- Envolvimento de pessoas, que são a essência de uma empresa;

- Abordagem de processo, aperfeiçoando a eficiência na obtenção dos resultados desejados;

- Abordagem sistêmica para a gestão, conduzindo ao aprimoramento da eficácia e da eficiência por


meio da identificação, compreensão e administração de processos inter-relacionados;

- Melhoria contínua, que se converte em um objetivo permanente da empresa;

- Abordagem factual para tomada de decisão, baseada em uma análise de dados e informações; e

- Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores, originado pela compreensão da existência de
interdependência.

A ISO 9000 estimula a adoção da política do foco no processo para a administração das empresas.
O modelo de processo revisado que ela descreve leva em consideração cinco áreas principais:

- Sistema de gestão da qualidade;

- Responsabilidade da administração;

- Gestão de recursos;

1
CHF – Franco suíço (N. T.).

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172 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 173

- Realização do produto; e

- Medição, análise e desenvolvimento.

O modelo de processo utilizado nas normas é inteiramente compatível com o conhecido ciclo
PLAN-DO-CHECK-ACT (PLANEJAR-FAZER-VERIFICAR-AGIR – PDCA).

REFERÊNCIAS
ISO 9004:2000, Quality Management Systems – Guidelines for Performance
Improvements (ISO 90004:2000, Sistemas de Gestão da Qualidade – Diretrizes para o
Aprimoramento do Desempenho). Organização Internacional para Normalização. 2000. CHF
92,00. Fornece diretrizes em uma gama mais ampla de objetivos do QMS (do inglês Quality
Management Systems - Sistemas de Gestão da Qualidade) do que a ISO 9001; busca,
especificamente, o desenvolvimento continuado do desempenho global, a eficácia e a eficiência de
uma empresa.
‘ISO 9000-14000: They’re here!’ (‘ISO 9000-14000: acabaram de chegar!’). Na ISO 9000
and ISO 14000 News, Janeiro/fevereiro de 2001. Assinatura anual: CHF 384,00. Descreve a
nova versão da ISO 9000: conceitos fundamentais e vocabulário, o modo como a série ISO
9000:2000 foi desenvolvida e diretrizes para o aprimoramento do desempenho.
ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430,
E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.

A gestão da qualidade deve abranger os processos necessários para atingir a excelência e


intensificar a interação entre os mesmos. Uma boa administração deve orientar o
desenvolvimento e a manutenção do sistema da qualidade, estimular o compromisso de toda a
empresa e o envolvimento dinâmico no sistema. Deve fornecer recursos adequados para oferecer
ao cliente o que lhe foi prometido. É necessário que se tenha processos de apoio e operacionais
bem definidos para que o produto possa ser trabalhado de acordo com as expectativas. A satisfação
do cliente deve ser avaliada e analisada para que a empresa possa se aprimorar continuamente.

O uso da norma ISO 9000 no mundo

As normas ISO 9000 são amplamente utilizadas no mundo inteiro. Um levantamento conduzido
pela ISO indica que pelo menos 408.631 certificados da ISO 9000 foram concedidos em 158 países
até 2000, 64.988 certificados a mais em relação a dezembro de 1999, quando o total se situava em
343.643 em 150 países. Os números são também significativamente mais altos do que os 27.816
certificados emitidos em 48 países até 31 de janeiro de 1993, quando o levantamento foi realizado
pela primeira vez.

O número de certificados emitidos na Europa até 2000 foi de 220.127 ou 53,87% do total. O
Extremo Oriente recebeu 20,05%, a América do Norte 11,82%, a Nova Zelândia e a Austrália
6,68%, a África e a Ásia Ocidental 4,94% e as Américas do Sul e Central 2,64%.

A informação sobre os setores beneficiados pelos certificados ao final de 2000 foi obtida sobre
317.126 certificados. O maior número registrado foi para metal básico (produtos não
beneficiados) e produtos de metal manufaturados (40.713 certificados ou 12,84% do total), e o
menor número foi para combustível nuclear (115, ou 0,03%).

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173 05/02/2009, 15:47
174 Gestão da Qualidade na Exportação

Os números em diversos outros setores são os seguintes: equipamento óptico e elétrico, 38.148
(12,0%); produtos alimentícios, bebidas e tabaco, 11.440 (3,6%); tecnologia da informação, 11.067
(3,5%); têxteis e produtos têxteis, 5.178 (1,6%); e hotéis e restaurantes, 1.187 (0,4%).

REFERÊNCIAS
The ISO Survey of ISO 9000 and ISO 14000 Certificates (Pesquisa sobre os Certificados ISO
9000 e ISO 14000). Organização Internacional para Normalização. Publicado anualmente. Grátis.
ISO, Case postale 56, 1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail:
central@iso.org, Internet: www.iso.org. Fornece informações sobre certificados ISO 9000 e ISO
14000, incluindo informações sobre sua distribuição por setor.

6.2 Que normas compõem a família ISO 9000? Quais são as


principais diferenças entre as versões de 1994 e de 2000?

A ISO 9001 e a ISO 9004 passaram por importantes revisões baseadas em oito princípios de
gestão da qualidade. As normas revisadas dão maior importância ao compromisso com a
excelência da administração, à satisfação do cliente e ao aprimoramento constante, além de
enfatizar uma abordagem dos sistemas de gestão da qualidade (SGQ) baseada no processo. Os
princípios fundamentais são os seguintes:

- Princípio 1 – Foco no cliente;

- Princípio 2 – Liderança;

- Princípio 3 – Envolvimento de pessoas;

- Princípio 4 – Abordagem de processo;

- Princípio 5 – Abordagem sistêmica para a gestão;

- Princípio 6 – Melhoria contínua;

- Princípio 7 – Abordagem factual para a tomada de decisões; e

- Princípio 8 – Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.

Formulada com o intuito de evitar a proliferação de normas, a nova família ISO 9000 abrange
quatro normas primárias e diversas diretrizes. A seguir, uma breve descrição:

- ISO 9000:2000, Sistemas de gestão da qualidade – Princípios fundamentais e vocabulário (ISO


9000:2000, Quality management systems - Fundamentals and vocabulary)
Esta norma identifica oito princípios de gestão da qualidade, descreve os fundamentos de um
sistema desse tipo de administração e define os termos usados no conjunto das normas ISO 9000.
A ISO 9001 e ISO 9004 são baseadas nos princípios de gestão dispostos nesta norma. Substitui a
ISO 8402:1994 e a ISO 9000-1:1994.

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ISO 9000 175

- ISO 9001:2000, Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos (ISO 9001:2000, Quality management
systems - Requirements)
Esta norma especifica os requisitos para o sistema de gestão da qualidade em uma empresa que
precisa demonstrar sua efetiva competência no fornecimento de produtos que atendam aos
requisitos reguladores pertinentes e tenha como objetivo intensificar a satisfação do cliente.
Substitui as normas ISO 9001:1994, ISO 9002:1994 e ISO 9003:1994.

REFERÊNCIAS
Transition to ISO 9000:2000 (Transição para a ISO 9000:2000). D. Hoyle e J. Thompson. 2000.
ISBN 1-903417-06-6. £22,50. Butterworth-Heinemann, Linacre House, Jordan Hill, Oxford OX2
8DP, Reino Unido, Tel.: 44 1865 888180, Fax: 44 1865 314 572, E-mail: bhuk.orders@repp.co.uk,
Internet: www.bh.com. Guia com dois objetivos principais: análise das diferenças entre as versões
2000 e 1994; e descrição das implicações dessas diferenças para as empresas.
ISO 9000 for Small Businesses (ISO 9000 nas Pequenas Empresas). Organização Internacional
para Normalização. 1996. ISBN 92-67-10238-9. CHF 50,00. ISO, Case postale 56, 1211 Genebra,
Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: central@iso.org, Internet: www.iso.org.
Sendo atualmente atualizado; a nova edição deste manual incluirá informações sobre a ISO
9000:2000 e seu lançamento está previsto para 2002 (com um novo título).

- ISO 9004:2000, Sistemas de gestão da qualidade – diretrizes para melhoria do desempenho (ISO
9004:2000, Quality management systems - Guidelines for performance improvements)
Esta norma fornece diretrizes para um aprimoramento continuado e pode ser utilizada para
elevar o nível de desempenho de uma empresa. As normas ISO 9001 e ISO 9004 formam atualmente
uma dupla de normas pertinentes à gestão da qualidade. A norma ISO 9001 concentra-se no
atendimento às exigências dos clientes e aos regulamentos pertinentes, e em aumentar a satisfação
do cliente. A norma ISO 9004 amplia os objetivos do alcance da qualidade do produto e da
satisfação do cliente, para incluir a satisfação de todas as partes interessadas (como proprietários/
investidores e da sociedade em geral) e a melhoria do desempenho da empresa. Essa norma
substitui a ISO 9004-1:1994.

As diretrizes para uma auto-avaliação estão no Apêndice A da ISO 9004:2000. Ela fornece uma
abordagem simples para determinar o grau de maturidade do SGQ de uma organização e para
identificar as principais áreas que precisam ser melhoradas.

- ISO/DIS 19011, Diretrizes da qualidade e/ou auditoria dos sistemas de gestão ambiental (ISO/
DIS 19011, Guidelines on quality and/or environmental management systems auditing)

Esta norma internacional, atualmente em desenvolvimento, fornecerá diretrizes para auditorias


internas ou externas dos sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental para verificar sua
capacidade para atingir objetivos definidos. Quando for publicado, o que está previsto para
2002, substituirá três diretrizes para auditoria dos sistemas da qualidade (ISO 10011-1, ISO
10011-2 e ISO 10011-3) e três diretrizes para auditoria dos sistemas de gestão ambiental (ISO
14010, ISO 14011 e ISO 14012).

Além do acima mencionado, a família ISO 9000 inclui as seguintes diretrizes, relatórios técnicos (TR)
e especificações técnicas (TS):

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175 05/02/2009, 15:47
176 Gestão da Qualidade na Exportação

- ISO 10006:1997, Gestão da qualidade – Diretrizes para a qualidade em gestão do projeto (Quality
management - Guidelines to quality in project management);

- ISO 10007:1995, Gestão da qualidade – Diretrizes para configuração da gestão (Quality


management - Guidelines for configuration management);

- ISO 10012-1:1992, Requisitos de garantia da qualidade para equipamentos de medição – parte


1: Sistema de confirmação metrológica para equipamentos de medição (Quality assurance
requirements for measuring equipment - Part 1: Metrological confirmation system for measuring
equipment);

- ISO 10012-2:1997, Requisitos de garantia da qualidade para equipamentos de medição – parte


2: Diretrizes para controle dos processos de medição (Quality assurance requirements for
measuring equipment - Part 2: Guidelines for control of measuring processes);

- ISO/TR 10013:2001, Diretrizes para documentação do sistema de gestão da qualidade (Guidelines


for quality management system documentation);

- ISO/TR 10014:1998, Diretrizes para a gestão da economia da qualidade (Guidelines for managing
the economics of quality);

- ISO 10015:1999, Gestão da qualidade – Diretrizes de treinamento (Quality management -


Guidelines for training);

- ISO/TR 10017:1999, Diretrizes sobre métodos estatísticos para o padrão ISO 9001:1994 (Guidance
on statistical techniques for ISO 9001:1994); e

- ISO/TS 16949:1999, Sistemas da qualidade – Fornecedores da indústria automotiva – Requisitos


especiais para a aplicação da ISO 9001:1994 (Quality systems - Automotive suppliers - Particular
requirements for the application of ISO 9001:1994).

REFERÊNCIAS
Implementing ISO 9000:2000 (Como Implementar a ISO 9000:2000). Matt Seaver. £55,00.
ISBN 0 566 08373 6. Gower Publishing, 130 Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4SB, Reino
Unido, Tel: 44 1252 331 551, Fax: 44 1252 317 446, E-mail: info@gowerpub.com, Internet:
www.gowerpub.com. Descreve aspectos práticos da ISO 9000:2000, além de fornecer ajuda prática.
ISO 9001:2000 Explained (A ISO 9001:2000 Explicada). Charles A. Cianfrani, Joseph J.
Tsiakals e John E. West. American Society for Quality, PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-
3005, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: cs@asq.org, Internet:
www.asq.org. Um manual passo-a-passo das cláusulas da ISO 9001:2000, com avisos sobre o
que os auditores costumam procurar.

Principais mudanças na ISO 9001:2000

A nova norma é menos tendenciosa em relação ao setor de produção e, portanto, mais genérica. Pode
ser adotada por qualquer empresa, independentemente do tipo, tamanho e categoria do produto.

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ISO 9000 177

Nem todos os requisitos dessa nova norma se aplicam a todas as empresas. Como as distinções
entre as normas ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003 foram removidas, a cláusula 1.2 (Aplicação) da
nova norma permite às empresas excluírem certas exigências da seção 7 (Realização do produto),
que não lhe sejam pertinentes. Por exemplo, uma empresa que recebeu o certificado ISO 9002:1994
e não desenvolve projetos, pode desejar excluir a cláusula 7.3 da norma ISO 9001:2000 (Projeto e
desenvolvimento), contanto que declare as razões para a exclusão em seu manual da qualidade.

Uma estrutura direcionada para o processo e uma seqüência de conteúdos mais lógica distingue
essa norma da versão de 1994, que era direcionada para as cláusulas. A norma conserva uma
grande parte da ISO 9001:1994, mas as 20 exigências foram agrupadas em cinco seções: sistema
de gestão da qualidade; responsabilidade da administração; gestão de recursos; realização do
produto; e medição, análise e melhoria.

A norma de 2000 reduziu significativamente o volume de documentos exigidos. O número de


documentos obrigatórios foi reduzido de 18 para 6 embora, se exigido, a empresa deve apresentar
a documentação para outros procedimentos e instruções.

Novas exigências da norma ISO 9001:2000:

- Aumento da ênfase no papel da administração;

- Foco no cliente de modo a assegurar o comprometimento da administração na definição das


exigências do cliente;

- Consideração das exigências estatutárias e reguladoras;

- Estabelecimento de objetivos da qualidade passíveis de avaliação em funções e níveis pertinentes;

- Estabelecimento de processos de comunicação interna para garantir comunicação efetiva dos


objetivos do QMS (Quality Management System) dentro da empresa;

- Atenção redobrada na avaliação de recursos, como resultado dos diferentes requisitos para a
infra-estrutura e para o ambiente de trabalho;

- Determinação da eficácia do treinamento;

- Monitoramento das informações sobre a satisfação do cliente como medida da eficácia do sistema;

- Análise de dados reunidos para definir a adequação e eficácia do SGQ; e

- Aprimoramento continuado da eficácia do SGQ.

REFERÊNCIAS
Handbook 10181: Transition to ISO 9001:2000; Guidance on ISO 9001:2000 Quality
management systems – Requirements (Manual 10181: Transição para a ISO 9001:2000;
Orientação sobre a ISO 9001:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos). Colin MacNee,
Jim Pyle e Sandy Sutherland. British Standards Institution. ISBN 0 580 33248 9. BSI, 389
Chiswick High Road, Londres W4 4AL, Reino Unido, Tel.: 44 20 8996 9000, Fax: 44 20 8996
7400, E-mail: info@bsi-global.com. Fornece diretrizes na aplicação da ISO 9001:2000 e como
fazer a transição da edição de 1994.

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177 05/02/2009, 15:47
178 Gestão da Qualidade na Exportação

6.3 A ISO 9000 se aplica aos setores industriais e de serviços?

Para se obter sucesso nos negócios, uma empresa deve se concentrar na satisfação do cliente e,
gradualmente, ir elevando o nível de satisfação. Para isso, é necessário que satisfaça as exigências
dos seus clientes e estabeleça um sistema que transmita à administração e aos clientes a certeza
de que se manterá assim.

A série de normas ISO 9000 foi desenvolvida tendo-se em mente o objetivo acima. As normas são,
na realidade, genéricas, visando a implementação em todas as empresas, independente do tipo e
do porte do negócio, e se aplicam a todas as categorias de produtos, sejam hardware, software,
material processado ou serviços.

Embora os termos e a linguagem usados na versão de 1994 servissem mais à indústria de produção,
existem muitos exemplos do sucesso da sua utilização em pequenas e grandes empresas no setor
de serviços, como bancos, hospedagem, saúde, educação, turismo, transporte e telecomunicações.
As vantagens das iniciativas de gestão da qualidade implementadas no setor de serviços incluem
a elevação do moral do empregado, diminuição das falhas em serviço e clientes mais leais. Por
exemplo, após a entrada de bancos multinacionais na Índia, alguns bancos públicos
implementaram um sistema da qualidade ISO 9000 e conseguiram obter benefícios como redução
no tempo de atendimento, melhoria da atmosfera de trabalho nas agências bancárias, acesso
mais fácil a diretrizes e instruções, detecção de registros indesejáveis e redução da paralisação
de equipamentos.

A revisão da família de normas ISO 9000 em 2000 aperfeiçoou a utilização das normas no setor de
serviços, usando uma linguagem simples e termos técnicos facilmente compreendidos pelo setor.

A ISO 9001:2000 estabelece requisitos para um sistema de gestão da qualidade que procuram
assegurar que a empresa é capaz de fornecer, de maneira consistente, um produto que atende ao
cliente e aos requisitos regulamentares pertinentes. O termo ‘produto’ utilizado nesta norma
está definido na ISO 9000:2000 como ‘o resultado de um conjunto de atividades inter-relacionadas
ou interativas que transforma insumos em produtos’. Isso significa que um produto pode ser um
serviço, um software, um hardware ou um material processado. Enquanto o hardware (como
por exemplo, a parte mecânica de um motor) e os materiais processados (como lubrificantes) são
tangíveis, serviços (como o conserto de um motor, o envio de informações) e software (informação,
fórmulas, procedimentos) são intangíveis.

A contribuição do setor de serviços às economias nacionais está aumentando. Para tirar o máximo
proveito do imenso potencial de negócios no setor, será necessário garantir uma maior satisfação
do cliente através de uma distribuição eficiente de serviços de qualidade. As normas ISO 9000
podem facilitar esse processo e fornecer um campo de ação para PMEs (Pequenas e Médias
Empresas) no setor de serviços, abrindo possibilidades para que elas enfrentem com êxito a
concorrência do mercado.

REFERÊNCIAS
The ISO Survey of ISO 9000 and ISO 14000 Certificates (A Pesquisa da ISO sobre os
Certificados da ISO 9000 e da ISO 14000). Organização Internacional para Normalização.
Publicado anualmente. Grátis. ISO, Case postale 56, 1211 Genebra, Suíça. Tel.: 41 22 749 0111,
Fax: 41 22 733 3430, E-mail: central@iso.org. Internet: www.iso.org. Um banco de dados dos
certificados ISO 9000 e ISO 14000 fornece informações da sua distribuição por setor.

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178 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 179

6.4 Quais são os custos e os benefícios quando se obtém a


certificação ISO 9000?

Custos de implementação de um sistema de gestão da qualidade (SGQ) ISO 9000

Esses custos podem ser divididos em custos diretos e indiretos.

Custos diretos
- Se necessário, contratar consultores ou instrutores externos;

- Envio de funcionários para treinamento externo;

- Aquisição das normas internacionais e nacionais aplicáveis da família ISO 9000 e outros livros
e publicações pertinentes; e

- Aquisição de equipamento adicional, instrumentos e outros recursos indicados pela empresa.

Custos indiretos
- Tempo despendido pela gerência e por outros auxiliares no desenvolvimento do sistema;

- Reorganização dos processos incluindo, se necessário, aprimoramento do gerenciamento interno;

- Calibração externa de equipamentos para garantir a rastreabilidade das medidas internacionais


e/ou nacionais;

- Organização de treinamento interno;

- Tempo despendido por auditores internos em auditorias internas periódicas;

- Ações corretivas, incluindo, se necessário, revisão dos manuais e procedimentos; e

- Gastos no processamento de textos, artigos de papelaria e outros artigos necessários para a


preparação de manuais e de documentação.

Alguns fatores podem contribuir para a diminuição dos custos:

- Funcionários da empresa já conhecedores dos requisitos do SGQ;

- Possuir atividades relacionadas ao sistema organizado, como instruções de trabalho, planos


da qualidade e procedimentos já aplicados; e

- Recorrer a consultores apenas em caso de atividades específicas, como análise das áreas de
deficiência, treinamento de auditores e auditorias preliminares de avaliação, e convencer os
próprios funcionários a supervisionar as outras atividades.

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179 05/02/2009, 15:47
180 Gestão da Qualidade na Exportação

Por outro lado, existem fatores que elevam os custos de implementação na empresa, como no caso de a
empresa realizar atividades em diferentes locais ou estar envolvida em projetos de
desenvolvimento de produto.

Custos de certificação
Além do custo de implementação de um SGQ, se você desejar obter uma certificação de terceiros,
existe uma taxa de certificação a ser paga a um organismo de certificação selecionado para essa
função. É aconselhável fazer cotação com dois ou três organismos certificadores acreditados antes
de se decidir por um em particular. Os honorários vão depender do tamanho da sua empresa, do
número de locações, do número de empregados, etc. Para citar um exemplo, na Índia os honorários
cobrados por organismos de certificação acreditados variam de US$ 3,000 (para uma empresa com
aproximadamente 100 empregados) a US$ 5,000 (para empresas com aproximadamente 400
empregados). Para empresas menores, com até 40 empregados, os honorários seriam
aproximadamente de US$ 2,000. Esses honorários cobrem um período de certificação de três anos
e cinco auditorias de inspeção pelo organismo certificador. Lembre-se que você irá precisar
acrescentar os custos de viagem e de alojamento do auditor aos honorários básicos.

Benefícios de se obter a certificação ISO 9000

Implementar um sistema de gestão da qualidade proporciona benefícios internos à maioria das


empresas. Amplia também o número de oportunidades face ao mercado de trabalho.

Benefícios internos para a empresa:

- Aprimoramento do foco no cliente e nas diretrizes do processo dentro da empresa;

- Aprimoramento do comprometimento gerencial e da tomada de decisões;

- Melhoria das condições de trabalho dos empregados;

- Aumento da motivação dos empregados;

- Redução de custos decorrentes das falhas internas (índices mais baixos de retrabalho e rejeição)
e externas (redução na reclamação dos clientes e na reposição); e

- Aprimoramento continuado do sistema de gestão da qualidade.

Benefícios externos gerados:

- Clientes mais confiantes de que irão receber produtos em conformidade com suas exigências,
resultando, portanto, em uma maior satisfação do cliente;

- Melhoria da imagem da empresa;

- Publicidade mais agressiva, pois os clientes são informados dos benefícios dos negócios
realizados com uma empresa que gerencia a qualidade dos seus produtos;

- Mais confiança de que os produtos da empresa atendem aos requisitos reguladores pertinentes; e

- Maior evidência objetiva para defender a empresa contra ações legais iniciadas pelo cliente em
virtude de deficiência do produto.

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180 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 181

REFERÊNCIAS
ISO 9000:2000. Organização Internacional para Normalização. Internet: www.iso.org (clique
em ISO 9000 e selecione o assunto de seu interesse em ISO 9000:2000). O conteúdo pode ser
descarregado gratuitamente; não inclui a norma. Fornece exemplos do uso das normas ISO; uma
seção trata da manutenção dos benefícios e do aprimoramento continuado.

6.5 O que a minha empresa deve fazer se já possui o certificado/


registro da ISO 9001:1994, ISO 9002:1994 ou ISO 9003:1994?

A ISO 9001:2000 conservou em grande parte a versão de 1994. Portanto, pode não ser necessário
para uma empresa que já possua certificação de uma das três normas da versão 1994 modificar
toda a estrutura do sistema de gestão da qualidade existente ou reescrever todos os seus
procedimentos.

A norma revisada possui alguns requisitos novos, incluindo o comprometimento da diretoria


com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de um SGQ; análise de requisitos reguladores e
estatutários; estabelecimento de objetivos da qualidade mensuráveis; monitoramento de
informações sobre a satisfação dos clientes e busca de aprimoramento continuado (consulte a
pergunta 66 para mais detalhes). A empresa precisa compreender os novos requisitos e deve
considerar a possibilidade de, em um momento adequado, recorrer a eles no sistema existente.

O primeiro passo é obter as informações e diretrizes necessárias sobre as mudanças. Os princípios


e fundamentos da gestão da qualidade da ISO 9001:2000, junto com um novo vocabulário, estão
especificados no padrão ISO 9000:2000. Mais informações e esclarecimentos sobre o assunto
podem ser obtidos em seu país através do organismo nacional de normalização, associações da
indústria e do comércio, institutos ou sociedades da qualidade ou dos organismos de certificação.

O Secretariado da ISO e seu Subcomitê 2 - Sistemas da Qualidade do Comitê Técnico da ISO sobre
Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade (ISO/TC 176/SC2), desenvolveram vários
documentos de orientação que podem ser obtidos, gratuitamente, dos seus sites na Internet.a/

A ISO 9001:2000 revisou e unificou a ISO 9001:1994, a ISO 9002:1994 e a ISO 9003:1994. A
substituição da ISO 9002 e da ISO 9003 não significa que as empresas que foram certificadas por
esses padrões devem agora demonstrar capacidade para projetar e desenvolver seus produtos,
um processo que não foi incluído na ISO 9002. Isso também se aplica à compra e à assistência
técnica, que não foram tratadas na ISO 9003.

Na realidade, as empresas irão continuar a aplicar a versão 1994 da ISO 9001, da ISO 9002 ou da
ISO 9003. Entretanto, mais cedo ou mais tarde elas terão que implementar a ISO 9001:2001. Dessa
maneira, as empresas irão usufruir a flexibilidade que esse padrão normativo oferece para excluir
certos processos, como projeto e desenvolvimento e compras, contanto que essas exclusões não afetem
a capacitação ou a responsabilidade da empresa em fornecer um produto que atenda ao cliente
e aos requisitos reguladores pertinentes.

a/
Informações podem ser obtidas no site www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2

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181 05/02/2009, 15:47
182 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO 9000 for Small Businesses (ISO 9000 para as Pequenas Empresas). Organização
Internacional para Normalização. 1996. ISBN 92-67-10238-9. CHF 50,00. ISO, Case postale
56, 1211 Genebra, Suíça. Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: central@iso.org,
Internet: www.iso.org. Atualmente sendo atualizada; a nova edição desse manual trará informações
sobre o padrão ISO 9000:2000 e a previsão é que esteja pronta em 2002 (com um novo título).
Implementing ISO 9000:2000 (Implementando a ISO 9000:2000). Matt Seaver. £55,00. ISBN
0 566 08373 6. Gower Publishing, 130 Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4SB, Reino
Unido, Tel.: 44 1252 331 551, Fax: 44 1252 317 446, E-mail: info@gowerpub.com, Internet:
www.gowerpub.com. Descreve aspectos práticos e fornece ajuda sobre a ISO 9000:2000.
ISO 9001:2000 Explained (Explicando a ISO 9001:2000). Charles A. Cianfrani, Joseph J.
Tsiakals e John E. West. American Society for Quality, ASQ, PO Box 3005, Milwaukee, WI
53201-3005, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: cs@asq.org,
Internet: www.asq.org. Um guia passo-a-passo das cláusulas da ISO 9001:2000, com avisos
sobre o que os auditores costumam procurar.

Se a empresa estruturou seu SGQ atual baseada em sua operação, isto é, utilizando o foco no
processo, ela pode não precisar reescrever toda a documentação para atender aos requisitos da
nova norma. Nesse caso, a documentação já existente pode ser citada no manual da qualidade,
que deve ser atualizado para levar em consideração os novos requisitos da norma. Se a empresa
não utilizou no passado a abordagem do processo, vai precisar prestar muita atenção na
descrição de seus processos, sua seqüência e interação.

Para reivindicar a conformidade à ISO 9001:2000, existe hoje uma ênfase maior na necessidade
de se apresentar evidências objetivas da eficácia dos processos e do SGQ de uma empresa. Não é
necessário que as evidências se baseiem em procedimentos documentais ou registros, exceto
quando são especificamente exigidos pela ISO 9001:2000. A nova norma permite às empresas
modernizar e/ou consolidar os documentos existentes que conduzem, em última análise, a um
SGQ simplificado.

Há um período de transição de três anos (isto é, até meados de dezembro de 2003) disponível
para as empresas implementarem a nova norma. As versões 1994 da ISO 9001, da ISO 9002 e da
ISO 9003 irão permanecer em uso durante esse período para as empresas certificadas até metade
do mês de dezembro de 2000, e terão que passar para a ISO 9001:2000 com um planejamento
assistido pelo seu organismo de certificação.

Para reduzir os custos de certificação da nova norma, os organismos de certificação irão fornecer
auditoria às empresas na nova norma durante as auditorias de supervisão de rotina por um
período de transição de três anos, a terminar em meados de dezembro de 2003.

REFERÊNCIAS
Handbook 10181: Transition to ISO 9001:2000; Guidance on ISO 9001:2000, Quality
management systems – Requirements (Manual 10181: A Transição para a ISO 9001:2000;
Orientações sobre a ISO 9001/2000, Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos). Colin
MacNee, Jim Pyle e Sandy Sutherland. British Standards Institution. ISBN 0 580 33248 9. BSI,
389 Chiswick High Road, Londres W4 4AL, Reino Unido, Tel.: 44 20 8996 9000, Fax: 44 20
8996 7400. E-mail: info@bsi-global.com, Internet; www.bsi-global.com. Diretrizes na aplicação
da ISO 9001:2000 e como fazer a transição da edição de 1994.

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182 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 183

ISO 9000 Systems Conversion (1994 to 2000) (Sistemas de Conversão ISO 9000 [de 1994 a
2000]). 4aBetterBusiness, Inc. 8950 Gross Point Road, Skokie, IL 60077, Estados Unidos, Tel.:
1 847 470 3513, Fax: 1 847 470 3511, E-mail: info@4aBetterBusiness.com. Disponível
gratuitamente no site http://4abetterbusiness.com/services.htm. Explica como converter um sistema
baseado na versão 1994 em um sistema 2000; abrange a simplificação da administração do sistema,
treinamento e preparação para auditorias em andamento e incorporação dos sistemas de gestão
baseados no processo.
Transition Planning Guidance for ISO 9001:2000 and ISO 9004:2000 (Diretrizes para
Planejar a Transição para a ISO 9001:2000 e ISO 9004:2000). Disponível gratuitamente no
site da ISO/TC 176/SC 2: www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2. Descreve a transição da ISO 9000:1994
para a ISO 9000:2000; fornece diretrizes para essa transição.

6.6 Como posso implementar um sistema de gestão da


qualidade ISO 9000?

Os passos para a implementação do SGQ da ISO 9000 são descritos abaixo:

Etapa 1: Avalie as necessidades e objetivos da empresa para a


implementação de um SGQ
A necessidade pode surgir de repetidas reclamações dos clientes, freqüentes devoluções dentro
da garantia, atraso nas entregas, estoques altos, interrupções freqüentes da produção e alto nível
de retrabalho ou rejeição de produtos ou serviços.

Neste estágio, identifique os objetivos que você gostaria de alcançar através de um SGQ, como a
satisfação do cliente, o aumento da participação no mercado, a melhoria da comunicação e da
moral na empresa, maior eficiência e lucratividade.

Outro razão para a implementação de um SGQ pode ser para demonstrar conformidade por
meio da certificação por terceiros. Essa conformidade pode ser requisitada por um cliente
importante ou pode ser essencial para ser classificado como fornecedor de grandes empresas,
tais como fabricantes de equipamentos originais (OEMs, do inglês Original Equipment
Manufacturers).

Etapa 2: Obtenha informações sobre a família ISO 9000


As pessoas indicadas para iniciar o desenvolvimento do SGQ da ISO 9000 devem compreender
os requisitos da ISO 9001:2000, assim como da ISO 9000:2000 e ISO 9004:2000. As cópias dessas
normas e os documentos de orientação listados abaixo podem ser obtidos dos organismos de
normas nacionais ou do Secretariado Central da ISO em Genebra.

- ISO 10006:1997, Gestão da qualidade – Diretrizes para a qualidade em gestão de projeto (Quality management
- Guidelines to quality in project management);

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183 05/02/2009, 15:47
184 Gestão da Qualidade na Exportação

- ISO 10007:1995, Gestão da qualidade – Diretrizes para a configuração da gestão (Quality management -
Guidelines for configuration management);

- ISO 10012-1:1992, Requisitos para garantia da qualidade para equipamentos de medição – Parte 1: Sistema de
certificação metrológica para equipamentos de medição (Quality assurance requirements for measuring equipment
- Part 1: Metrological confirmation system for measuring equipment);

- ISO 10012-2:1997, Requisitos de garantia da qualidade para equipamentos de medição – Parte 2: Diretrizes
para controle dos processos de medição (Quality assurance requirements for measuring equipment - Part 2:
Guidelines for control of measuring processes);

- ISO/TR 10013:2001, Diretrizes para documentação do sistema de gestão da qualidade (Guidelines for quality
management system documentation);

- ISO/TR 10014:1998, Diretrizes para gestão da economia da qualidade (Guidelines for managing the economics of quality);

- ISO 10015:1999, Gestão da qualidade – Orientação para treinamento (Quality management - Guidelines for training).

REFERÊNCIAS
Guidance on ISO 9001:2000 clause 1.2 ‘Application’ (Diretrizes sobre a cláusula 1.2, que
dispõe sobre a ‘Aplicação’ da ISO 9001:2000). Organização Internacional para Normalização.
Outubro de 2000. Disponível no site da ISO/TC 176/SC2: www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2. Fornece
orientação para definição do escopo de um sistema de gestão da qualidade, justificando as exclusões
e os processos de terceirização; dá exemplos de exclusão e terceirização.

- ISO/TS 16949:1999, Sistemas da qualidade – Fornecedores de peças automotivas – Requisitos especiais para a
aplicação do padrão ISO 901:1994 (Quality systems - Automotive suppliers - Particular requirements for the
application of ISO 9001:1994);

- ISO/TR 10017:1999, Orientação sobre métodos estatísticos para ISO 9001:1994 (Guidance on statistical
techniques for ISO 9001:1994); e

- ISO/DIS 19011, Orientação em auditorias de sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental (Guidances on
quality and/or environmental management systems auditing).

Informações complementares estão disponíveis gratuitamente no site da ISO www.iso.org.

Etapa 3: Contrate um consultor, se necessário


Se sua empresa não tem a competência necessária para desenvolver um SGQ, você deve contratar
um consultor. Antes disso, seria conveniente verificar seu currículo, conhecimento do processo
de realização do produto de sua empresa e experiência na ajuda a outras empresas em atingir os
objetivos estabelecidos, inclusive certificações.

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ISO 9000 185

Realizar uma análise de custo versus benefício na contratação de um consultor e combinar o


escopo do trabalho por escrito. É possível contratar um consultor apenas para o treinamento de
pessoal selecionado; em seguida, eles próprios podem realizar treinamentos dentro da empresa
e gerir o desenvolvimento do sistema.

Etapa 4: Interesse e treinamento


Desperte o interesse sobre os requisitos do SGQ entre o pessoal que desempenha atividades
relacionadas à qualidade. Planeje e forneça treinamento específico sobre a maneira como
desenvolver manuais da qualidade, sobre procedimentos, sobre planejamento do SGQ, sobre
como identificar e implementar processos de aprimoramento e sobre como conferir conformidade
ao SGQ. A American Society for Quality (ASQ), o Institute of Quality Assurance (IQA) e o
International Auditor and Training Certification Association (IATCA) fornecem listas de
organizações de treinamento.

Etapa 5: Análise das áreas de deficiência


Analise as áreas de deficiência entre o sistema de gestão da qualidade existente e os requisitos
para o SGQ da ISO 9001.

Esta análise pode ser conduzida por meio de uma auto-avaliação ou consultoria externa. É possível
que haja necessidade da elaboração de um plano para superar essas áreas de deficiência, fazendo,
inclusive, provisões para quaisquer recursos adicionais.

REFERÊNCIAS
ISO 9000:2000 – Selection and use (ISO 9000:2000 – Seleção e Uso). Organização
Internacional para Normalização. 2001. Pode ser descarregado gratuitamente do site www.iso.org.
ISO. Case postale 56, 1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail:
central@iso.org. Explica o que são as normas ISO 9000 e como são empregadas; fornece orientação
na implementação de um sistema de gestão da qualidade.
Institute of Quality Assurance (IQA). 12 Grosvenor Crescent, Londres SW1X 7EE, Reino
Unido, Tel.: 44 20 7245 6722, Fax: 44 20 7245 6755, E-mail: iqa@iqa.org, Internet: www.iqa.org.
American Society for Quality (ASQ). 600 North Plankinton Avenue, Milwaukee, WI 53203,
Estados Unidos, PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel.: 1 414-272-
8575, Fax: 1 414-272-1734, E-mail: cs@asq.org, Internet: www.asq.org.
International Auditor and Training Certification Association (IATCA). E-mail:
iatca@iatca.com, Internet: www.iatca.com.

Etapa 6: Processos de realização do produto


Reveja a cláusula 7 da ISO 9001:2000 sobre realização do produto para determinar como seus
requisitos se aplicam ou não ao SGQ da sua empresa. Os processos incluídos nessa cláusula são:

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185 05/02/2009, 15:47
186 Gestão da Qualidade na Exportação

- Processo relativo ao cliente;

- Projeto e desenvolvimento;

- Compras;

- Provisão de serviço e produção; e

- Controle de dispositivos de medição e monitoramento.

Observe que, se a sua empresa não é responsável pelo projeto do produto, você pode excluir os
requisitos de projeto e desenvolvimento do seu SGQ e registrar as razões em seu manual da qualidade.

Etapa 7: Provimento de pessoal


Determine as responsabilidades das pessoas envolvidas no desenvolvimento e na documentação
do SGQ. Nomeie um representante da administração que irá supervisionar a implementação do
SGQ. Constitua um comitê geral do projeto para monitorar o progresso e controle de provisão de
recursos, quando for necessário.

Etapa 8: Planejamento
Organize um plano completo para o desenvolvimento dos processos do SGQ para que as áreas
deficientes identificadas na fase 5 sejam atendidas. O plano deve detalhar as atividades a serem
desenvolvidas, os recursos necessários e as atribuições das responsabilidades; deve fornecer
uma estimativa do tempo necessário para o desempenho de cada atividade. As cláusulas 4.1 e 7.1
da ISO 9001:2000 dispõem sobre os passos a serem seguidos no desenvolvimento do plano de
trabalho. O tempo exigido para cada fase (planejamento, documentação, implementação e
avaliação) irá depender das áreas de deficiência em seu SGQ.

Etapa 9: Faça um esboço de um manual da qualidade


Seu manual da qualidade deve:

- Demonstrar como o SGQ se aplica aos produtos, processos, dependências e departamentos da


sua empresa;

- De acordo com a decisão tomada na etapa 6, excluir qualquer requisito que não se aplique à sua
empresa e registrar sua justificativa para a exclusão;

- Fazer referência a ou incluir procedimentos documentados do SGQ;

- Descrever a interação entre os processos do SGQ, isto é, a interação entre os processos de


realização do produto e administração, processo de medição e aprimoramento; e

- Apresentar a política e os objetivos da qualidade da empresa.

Os funcionários envolvidos devem revisar o manual da qualidade e os procedimentos


documentados. Seus comentários e sugestões devem ser levados em consideração antes que o
manual e os procedimentos sejam aprovados para distribuição e uso. A data da implementação
deve também ser estabelecida.

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186 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 187

Etapa 10: Efetuando auditorias internas


Durante a fase de implementação – de três a seis meses após a documentação ter sido redigida –
auditores treinados devem conduzir uma ou duas auditorias internas de todas as atividades do
SGQ; os gerentes envolvidos devem adotar, sem demora, ações corretivas em falhas encontradas.
Quando necessário, revise os manuais, procedimentos e objetivos. Após cada auditoria interna,
a diretoria deve revisar a eficácia do sistema e fornecer os recursos necessários para que sejam
adotadas ações corretivas.

Etapa 11: Solicitação de certificação


Ao concluir satisfatoriamente a fase 10, e em caso de a empresa decidir obter uma certificação
por terceiros, você pode solicitar a certificação de um organismo de certificação acreditado. O
processo da auditoria de certificação está detalhado na pergunta 77.

Etapa 12: Efetuando avaliações periódicas


Após a certificação, a empresa deve efetuar auditorias internas regulares para revisar a eficácia
do SGQ e verificar como pode ser ‘aprimorado continuamente’. A empresa deve avaliar, de
tempos em tempos, se a intenção e os objetivos (consulte fase 1) para os quais o SGQ foi
desenvolvido estão sendo alcançados, incluindo o aprimoramento contínuo.

REFERÊNCIAS
Implementing your ISO 9001:2000 quality management system (Como implementar seu
sistema de gestão da qualidade da ISO 9001:2000). Pode ser descarregado gratuitamente do site
www.iso.org (clique em ISO 9000). Explica as diversas fases a serem percorridas na implementação
das normas.

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187 05/02/2009, 15:47
188 Gestão da Qualidade na Exportação

6.7 Quais são as armadilhas e problemas mais comuns encontrados


na implementação da ISO 9000?

Algumas das armadilhas e problemas mais comuns encontrados na implementação de um


sistema de gestão da qualidade ISO 9000 são descritos a seguir:

Ausência de comprometimento da diretoria

- Ausência de recursos adequados como pessoal competente, ambiente de trabalho apropriado,


dispositivos de medição e monitoramento necessários e meios para a manutenção da fábrica e
do maquinário operarem convenientemente.

- Pessoas na empresa que não estão inteiramente convencidas de que o sistema pode beneficiá-
las individualmente ou como empresa.

- O representante da administração escolhido pela diretoria para garantir a implementação do


sistema não consegue encontrar tempo para desempenhar essa função devido a existência de
outras prioridades.

- Usuários que se desviam freqüentemente do sistema ou uma administração que aceita produtos
não conformes.

- O tempo que é dedicado ao desenvolvimento da compreensão do sistema entre os envolvidos é


insuficiente.

Documentação não apropriada


- O desenvolvimento do projeto do sistema, procedimentos e instruções de funcionamento são
deixados para serem efetuados por um consultor externo.

- Usuários consideram os procedimentos e as instruções difíceis de serem entendidos.

Ênfase na certificação em detrimento do aprimoramento continuado


- Empresas com pressa de obter a certificação e que não dedicam tempo suficiente para a
implementação do sistema de forma eficaz.

- Empresas que procuram certificação apenas porque desejam obter o certificado, sem
implementar meios de aprimorar a eficácia de suas operações.

REFERÊNCIAS
The ISO 9000 Answer Book (O Livro de Respostas para a ISO 9000). Rob Kantner. 2a ed.
2000. US$ 65,00. John Wiley and Sons, Inc., 695 Third Avenue, Nova York, NY 10158-0012,
Estados Unidos, Tel.: 1 212 850 6000, Fax: 1 212 850 6008, E-mail: info@wiley.com, Internet:
www.wiley.com. Oferece respostas claras para mais de 100 perguntas mais freqüentes sobre o
conteúdo e a implementação das normas.

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188 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 189

Auditoria interna inadequada


- Auditores internos competentes não estão disponíveis e as falhas que precisam ser corrigidas
no sistema podem, conseqüentemente, não ser detectadas.

Dificuldade em integrar o padrão ISO 9000 às operações da empresa


- Falta de pessoal capacitado para compreender os requisitos do SGQ e aplicá-los às suas
atividades de rotina ou processos.

Ausência de informação e treinamento sobre a ISO 9000


- Falta de compreensão dos requisitos da norma e sua aplicação aos processos da empresa.

- Dificuldades na obtenção de informações e publicações sobre as normas ISO 9000.

- Altos custos de treinamento de pessoal no desenvolvimento e implementação de um sistema de


gestão da qualidade.

Serviço de consultoria inadequado na orientação da implementação


- Não existem consultores ou conselheiros competentes no assunto.

Serviços de calibração inadequados ou caros


- As instalações de calibração para dispositivos de medição ou monitoramento não estão
disponíveis ou têm custo elevado.

Custos altos de certificação ou ausência de organismos certificadores


apropriados no país
- Não existem organismos de certificação de boa reputação (nacional ou internacional) ou, se
existem, cobram um preço muito elevado.

Resistência às mudanças
- Dificuldade para lidar com a resistência às mudanças, especialmente nos escalões
intermediários, geralmente habituados a lidar com problemas de forma improvisada.

Ausência de planejamento apropriado


- Não foi dispensada atenção suficiente ao planejamento de recursos.

- A distribuição de responsabilidades para o desenvolvimento, implementação e aprimoramento


do sistema não foi planejada adequadamente.

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189 05/02/2009, 15:47
190 Gestão da Qualidade na Exportação

6.8 As pequenas e médias empresas (PMEs) conseguirão


implementar a ISO 9001:2000?

A ISO 9001:2000, em seu novo formato simplificado, aplica-se a todos as categorias de produtos,
a todos os setores e a empresas de qualquer porte, inclusive PMEs. Sua utilização é fácil, a linguagem
é clara e fácil de entender. Adapta-se a pequenas empresas pois não exige o tipo de burocracia que
a implementação da versão 1994 exige. Apenas seis procedimentos documentais são agora
exigidos, e a necessidade de outros procedimentos e documentos pode ser decidida pela empresa.
As empresas serão, entretanto, obrigadas a fornecer evidências objetivas de que seu sistema de
gestão da qualidade foi efetivamente implementado. Uma pequena empresa pode achar
conveniente descrever todo o seu SGQ em apenas um manual da qualidade, abrangendo todos os
procedimentos documentados exigidos pela norma.

A abordagem da nova norma, tendo por base o processo em si, tende a garantir que o SGQ seja
documentado e implementado de uma maneira que convenha ao procedimento das PMEs na
condução dos negócios. Não impõe à estrutura SGQ uma perspectiva artificial. Facilita às PMES
administradas por seus proprietários demonstrarem o comprometimento da diretoria ao SGQ.
Além disso, por serem pequenas, elas enfrentarão menos obstáculos na implementação das
exigências da norma de uma comunicação interna efetiva, na melhor utilização dos recursos, e
na clara compreensão que os funcionários terão de seus papéis e responsabilidades.

A nova norma permite às empresas decidir sobre a aplicabilidade de determinados processos de


realização de produtos mencionados na seção 7. Se, por exemplo, a PME não tiver responsabilidade
no projeto e desenvolvimento do produto, ela pode excluir este item do seu SGQ e apresentar as
razões para a exclusão em seu manual da qualidade. Outros processos de realização do produto
como aquisição, identificação, rastreabilidade e controle dos dispositivos de medição podem
também ser excluídos se não se aplicarem ao tipo de produtos ou serviços que são fornecidos
pela empresa.

Existe a possibilidade de as PMEs não possuírem competência interna ou terem outras restrições
ao desenvolvimento por conta própria de todos os processos de SGQ. Nesses casos, a nova
norma permite a terceirização de qualquer desses processos, contanto que a empresa detenha
controle sobre eles. A qualidade desse controle irá depender da natureza do processo terceirizado
ou contratado e do risco envolvido. O projeto e o desenvolvimento do processo, por exemplo,
pode ser contratado com um especialista ou com uma agência especializada; a inspeção e
verificação de bens adquiridos pode ser contratada com uma agência de inspeção e a auditoria
interna do SGQ pode ser terceirizada por pessoas qualificadas. Entretanto, a responsabilidade
total pela garantia do controle sobre todos os processos terceirizados, de acordo com os requisitos
da norma, permaneceria com a administração da empresa.

REFERÊNCIAS
ISO 9000 for Small Businesses (A ISO 9000 para as Pequenas Empresas). Organização
Internacional para Normalização. 1996. ISBN 92-67-10238-9. CHF 50,00. ISO, Case postale
56, 1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: central@iso.org,
Internet; www.iso.org. Sendo atualizado; a nova edição deste manual trará incorporadas informações
sobre a ISO 9000:2000 e sua publicação está prevista para 2002 (com um novo título).

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190 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 191

Quality Systems in the Small and Medium Enterprises (Sistemas da Qualidade nas Pequenas
e Médias Empresas). Institute of Quality Assurance, 2000. Pode ser descarregado gratuitamente
do site www.iqa.org. Manual de instruções redigido para as PMEs que estão considerando a
possibilidade de fazer o registro inicial no padrão ISO 9001:2000 ou que já estão registradas ou
familiarizadas com a série ISO 9000:1994 e pretendem atualizar para a ISO 9001:2000. Explica
a norma ISO 9001:2000 e como implementar um sistema de gestão da qualidade em PMEs.
ISO 9001:2000 for Small Business (A ISO 9001:2000 para as Pequenas Empresas). Ray
Tricker. 2000. £19,99. Butterworth-Heinemann, Linacre House, Jordan Hill, Oxford OX2 8DP,
Reino Unido, Tel.: 44 1865 888 180, Fax: 44 1865 314 572, E-mail: bhuk.orders@repp.co.uk,
Internet: www.bh.com. Completamente revisto e atualizado, esse livro explica os novos requisitos
da ISO 9001:2000 e ajuda empresas a redigir um plano da qualidade que as permitirá enfrentar os
desafios do mercado.
‘Help! ISO for SMEs?’ (‘Socorro! ISO para Médias e Pequenas Empresas?’) Mike Stone. Em
Quality World, dezembro de 2000. £’3,75. Institute of Quality Assurance Publications, 12
Grosvenor Crescent, Londres SW 1X 7EE, Reino Unido, Tel.: 44 207 245 6722, Fax: 44 207
245 6755, E-mail: iqa@iqa.org, Internet: www.iqa.org. Fornece em detalhes as modificações que
as PMEs precisarão fazer para atender aos requisitos do novo padrão.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


191 05/02/2009, 15:47
192 Gestão da Qualidade na Exportação

6.9 Qual o papel das auditorias internas na ISO 9000 e como são
conduzidas?

O processo de auditoria interna mede os pontos fracos e fortes do sistema de gestão da qualidade.
Atua como uma ferramenta da administração para a avaliação independente de qualquer processo
ou atividade dentro do SGQ. A seguir, o seu papel e objetivos:

- Verificar se o SGQ está funcionando apropriadamente;

- Detectar possíveis problemas ou aprimoramentos;

- Verificar se problemas identificados anteriormente foram corrigidos; e

- As falhas encontradas são utilizadas durante a revisão administrativa do SGQ para melhorar
a eficácia do sistema.

A auditoria interna é um dos requisitos da ISO 9001:2000 para um SGQ. A norma obriga as
empresas a desenvolver procedimentos documentais para planejamento e execução, relatando e
mantendo registros de auditorias internas periódicas do SGQ. A ISO 9004:2000, que fornece
diretrizes para o aprimoramento do desempenho, recomenda também estabelecer um processo
de auditoria interna eficiente e eficaz.

O processo de auditoria interna engloba as seguintes atividades:

- Planejamento e preparação;

- Execução da auditoria;

- Avaliação dos resultados;

- Relatório da auditoria; e

- Acompanhamento.

Planejamento e preparação
É necessária uma abordagem planejada da auditoria para que todos os segmentos e processos do
sistema sejam considerados em um espaço de tempo razoável (por exemplo, um ano). No entanto,
no princípio, isto é, entre o estágio da implementação e da avaliação por um organismo de
certificação, quando apenas três a seis meses estão em geral disponíveis, é aconselhável fazer
auditoria em todos os segmentos do sistema dentro desse período.

O planejamento deve também levar em conta a natureza crítica do processo e a freqüência com
que a auditoria poderia ser ampliada em algumas áreas. Além disso, deve permitir alguma
flexibilidade para que os problemas urgentes possam ser analisados.

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192 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 193

REFERÊNCIAS
‘Key to a successful internal audit’ (‘A chave para uma auditoria interna bem feita’). John T.
Burn. Em Quality Progress, abril de 1997. American Society for Quality, 611 E. Wisconsin
Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005, Estados Unidos. Tel.: 1 414 272 8575, Fax:
1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org, Internet: www.asq.org. Fornece recomendações fáceis de
serem entendidas por auditores internos em assuntos como planejamento, preparação de listas de
conferência, a arte de perguntar, como fazer entrevistas e registro de observações da auditoria.

O planejamento é, em geral, conduzido pelo representante da administração cuja responsabilidade


inclui administrar o processo de auditoria e assegurar que as auditorias programadas sejam
realizadas pelos auditores internos designados para esse fim. O programa de auditoria interna
é transmitido antecipadamente aos setores interessados. Não existem surpresas no processo de
auditoria interna.

A primeira consideração a ser feita na seleção do pessoal que irá conduzir a auditoria interna é
independência. Uma maneira de assegurar essa independência é estabelecer uma seção de
auditoria interna independente. Outra maneira é conduzir uma auditoria cruzada, quando os
funcionários de um departamento realizam auditoria em outro departamento.

Os auditores internos devem ser selecionados em todos os níveis e funções da empresa, e não
apenas entre o pessoal administrativo ou profissional, de modo a encorajar o envolvimento de
um grupo maior na aplicação do SGQ. Aproximadamente 10% dos funcionários devem ser
treinados em auditoria interna. Uma vez que um auditor não pode fazer auditoria em seu próprio
trabalho, é aconselhável ter, pelo menos, dois auditores disponíveis. Se a empresa não possuir
funcionários suficientes, poderá utilizar pessoas de fora (isto é, um consultor) para conduzir
essas auditorias.

Cada auditor deve se preparar para fazer a auditoria estudando o manual da qualidade, outros
procedimentos aplicáveis à área a ser auditada e os resultados das auditorias anteriores. O
auditor deve então redigir uma lista de conferência do que deve ser examinado durante a auditoria.

Conduzindo a auditoria
O trabalho da auditoria consiste em determinar se os processos estão sendo desempenhados
conforme planejado e se os procedimentos relacionados estão sendo seguidos na prática. É
essencial que isso seja esclarecido em detalhes. A pergunta a ser feita em relação a cada processo
examinado é se as ações tomadas estão em conformidade com o que foi especificado. Por essa
razão, uma qualificação exigida dos auditores é a habilidade de entrar em detalhes. Uma lista de
conferência previamente preparada pode ser útil.
A informação deve ser colhida e verificada com o auxílio das seguintes técnicas:

- Observação: observar atividades que estão sendo desempenhadas; observar o ambiente de trabalho;

- Fazer perguntas: conversar com os funcionários para verificar se eles sabem o que devem fazer;

- Examinar os registros: verificar itens como registros de inspeção, minutas de reuniões, diários,
reclamações de clientes; e

- Determinar e anotar ‘os fatos’ durante a auditoria: opiniões e boatos não são aceitos.

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193 05/02/2009, 15:47
194 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO 9001:2000 Internal Audit Program (ISO 9001:2000 Programa de Auditoria Interna).
Praxiom Research Group Ltd. US$ 135,00. Praxiom Research Group Ltd, 3814-41 Avenue,
Edmonton, Alberta T6L 5M4, Canadá, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail:
info@praxiom.com., Internet: http://praxiom.com. Uma descrição passo-a-passo de como planejar
um programa de auditoria interna.

Avaliando os resultados
As evidências coletadas durante a auditoria devem ser comparadas com os critérios de auditoria
pertinentes encontrados no manual da qualidade, procedimentos, planos da qualidade,
especificações do produto etc. Os auditores devem registrar suas observações com detalhes
precisos (isto é, quando a falta de conformidade foi encontrada, produzir um registro exato de
observação dos fatos que envolveram qualquer discrepância encontrada e suas razões). Em um
plano ideal, eles fariam com que os funcionários concordassem (assinando um relatório das
falhas encontradas) com o fato de que as discrepâncias existem.

Em termos gerais, não é papel do auditor determinar por que o problema (falha de conformidade)
surgiu e culpar alguém por não obedecer ao sistema. Embora um auditor interno possa sempre
fazer sugestões, não é função do auditor propor soluções para o problema.

Das falhas encontradas, o(s) auditor(es) deve(m) tirar conclusões a respeito dos objetivos da
auditoria, isto é, se o SGQ está efetivamente implementado e mantido. Não é suficiente concluir,
por exemplo, que ‘o departamento está, em geral, predisposto a aceitar o sistema’ ou ‘obedece
mais ou menos ao sistema’.

Relatório da auditoria
As não-conformidades encontradas pela auditoria devem ser transmitidas verbalmente para o
administrador encarregado da seção auditada durante a reunião final com os funcionários. O
auditor deve também indicar áreas nas quais o SGQ está sendo implementado satisfatoriamente.
Uma auditoria poderá ser uma total perda de tempo se as pessoas envolvidas não tomarem
atitudes para corrigir os problemas identificados. Por isso, é necessário descrever as não-
conformidades claramente de modo a serem entendidas por essas pessoas. Se a seção auditada
apresentar evidências suficientes para se considerar a retirada da alegação de não-conformidade,
o auditor deve avaliar a alegação e registrá-la, se válida.

Na conclusão da auditoria, o auditor prepara um relatório formal, abrangendo as seguintes áreas:

- Departamento ou seção auditada;

- Composição do grupo de auditores e os nomes das pessoas-chaves do departamento auditado;

- Duração, extensão e datas da auditoria;

- Escopo da auditoria;

- Documentos de referência com os quais a auditoria foi conduzida (manual de procedimentos etc.);

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194 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 195

- Número total de não-conformidades;

- Conclusões em relação à implementação do sistema e à eficácia; e

- Lista de distribuição para o relatório da auditoria.

REFERÊNCIAS
‘Internal auditing: The big lies’ (‘Auditoria interna: as grandes mentiras’). Dewitt L. Beeler. Em
Quality Progress, maio de 1999. American Society for Quality, 611 E. Wisconsin Ave., PO
Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272
1734, E-mail: asq@asq.org, Internet: www.asq.org. Discute seis equívocos sobre auditoria interna
e fornece dicas para um programa de auditoria interna bem sucedido.
The Quality Audit for ISO 9001:2000 (Auditoria da Qualidade na ISO 9001:2000). David
Wealleans. Gower Publishing (Customer Service). 2000. £ 49,50. Book Point Limited, 130 Milton
Park, Abingdon, Oxon OX14 4SB, Reino Unido. Tel.: 44 1 235 82 7730, Fax: 44 1 235 40 0454,
E-mail: orders@bookpoint.co.uk, Internet: www.gowerpub.com. Abrange todos os aspectos de auditoria,
inclusive avaliação de certificação, investigação do fornecedor e auditoria interna.

Acompanhamento
Os administradores de seções auditadas precisam analisar qualquer não-conformidade
encontrada durante a auditoria e tomar atitudes corretivas, preventivas e/ou de aprimoramento
para eliminar a raiz do(s) problema(s). Como parte do acompanhamento, o auditor verifica as
ações tomadas, e decide se o problema foi resolvido ou eliminado. É essencial que o
acompanhamento se realize dentro de um período determinado. Quando o acompanhamento
assinalar que o problema persiste, o SGQ exige que algo mais seja feito até que o problema seja
resolvido. Os resultados da auditoria de acompanhamento devem ser registrados.

Resumindo, a seqüência do processo de auditoria é, a seguir, mais uma vez descrito:

- Planejamento e preparação para marcar a auditoria, selecionar a equipe de auditores, preparar


a lista de conferência;

- Coleta de informações através de observação, perguntas, exame de documentos, verificando as


informações coletadas;

- Avaliação das evidências obtidas comparando-as com os critérios da auditoria;

- Fornecimento dos resultados da auditoria à administração da seção;

- O grupo de administradores envolvidos toma providências para eliminar as não-conformidades,


se existirem;

- O auditor verifica as ações corretivas.

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195 05/02/2009, 15:47
196 Gestão da Qualidade na Exportação

6.10 É necessário possuir um equipamento automático ou semi-


automático para ser certificado pela norma ISO 9001 ou as
operações manuais são suficientes?

A ISO 9001:2000 especifica apenas o que deve ser feito para se alcançar a conformidade do produto
e deixa o como deve ser feito para a administração da empresa. Assim, o tipo de equipamento
utilizado em um processo – manual ou automático – é deixado para a empresa decidir. Qualquer
que seja o tipo, o equipamento utilizado deve sempre fornecer produtos que atendam ao cliente
e aos requisitos reguladores apropriados.

A cláusula 6.1 da ISO 9001:2000 sobre Provisão de recursos especifica:

A empresa determinará e fornecerá os recursos necessários para:

a) Implementar e manter o sistema de gestão da qualidade e aprimorar continuamente


sua eficácia, e

b) Aumentar a satisfação do cliente atendendo suas reivindicações.

A cláusula 6.3 apresenta os requisitos sobre Infra-estrutura:

A empresa determinará, fornecerá e manterá a infra-estrutura necessária para alcançar


conformidade com os requisitos do produto. São comuns à infra-estrutura:

a) Edifícios, área de trabalho e serviços associados,

b) Equipamentos do processo (hardware e software), e

c) Serviços de apoio (transporte ou comunicação).

Os seguintes processos podem ser executados manualmente ou com equipamentos automáticos


ou semi-automáticos:

- Montagem de partes eletrônicas: manual ou com máquinas controladas por computador;

- Moldagem de injeção plástica: com máquinas operadas manualmente ou com máquinas de


moldagem de injeção CNC (controle numérico computadorizado);

- Manuseio de materiais e produtos na fábrica: condutores manuais ou semi-automáticos;

- Reservas de quartos em hotéis: processo manual ou computadorizado; e

- Operações bancárias do cliente: manual ou com caixas eletrônicos.

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196 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 197

REFERÊNCIAS
ISO 9000 for Small Businesses. Organização Internacional para Normalização. 1996. ISBN
92-67-10238-9. CHF 50,00. ISO, Case postale 56, 1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111,
Fax: 41 22 733 3430, E-mail: central@iso.org, Internet: www.iso.org. Sendo atualizado; a nova
edição desse manual irá incorporar informações sobre a ISO 9000:2000 e sua publicação está
prevista para 2002 (com um novo título).
Implementing ISO 9000:2000. Matt Seaver. £55,00. ISBN 0 566 08373 6. Gower Publishing,
130 Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4SB, Reino Unido, Tel.: 44 1252 331 551, Fax: 44
1252 317 446, E-mail: info@gowerpub.com, Internet: www.gowerpub.com. Descreve aspectos
práticos e fornece ajuda prática sobre a ISO 9000:2000.
ISO 9001:2000 Explained. Charles A. Cianfrani, Joseph T. Tsiakals e John E. West. American
Society for Quality, 611 E. Wisconsin Ave., PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005, Estados
Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.or, Internet: www.asq.org.
Um guia passo-a-passo sobre as normas da ISO 9001:2000, com informações sobre o que os
auditores costumam procurar.
Handbook 10181: Transition to ISO 9001:2000, Guidance on ISO 9001:2000, Quality
management systems - Requirements. Colin MacNee, Jim Pyle e Sandy Sutherland. British
Standards Institution. ISBN 0 580 33248 9. BSI, 389 Chiswick High Road, Londres W4 4AL,
Reino Unido, Tel.: 44 20 8996 9000, Fax: 44 20 8996 7400, E-mail: info@bsi-global.com.
Fornece diretrizes sobre a aplicação da ISO 9001:2000 e como fazer a transição da edição de 1994.

Nos exemplos acima, uma vez que a empresa possa demonstrar que a fábrica, os equipamentos
e os serviços de suporte exigidos estão sendo supridos e mantidos para alcançar a conformidade
do produto, estará preenchendo os requisitos relevantes da ISO 9001:2000.

A ISO 9001:2000 permite à empresa terceirizar certos processos, mas especifica (na cláusula 4.1)
que a empresa deve garantir que os processos estão sob controle. Isso proporciona às empresas
a flexibilidade para terceirizar processos ou serviços por razões econômicas (isto é, evitar ter de
investir em equipamentos caros), restrições de espaço ou indisponibilidade de funcionários
competentes na operação dos equipamentos.

Exemplos de processos de produção que podem ser terceirizados: tratamento térmico,


eletrogalvanização, forja e fundição. Na questão da área de trabalho, no SGQ, as empresas podem
decidir terceirizar serviços como refrigeração (que exige um completo suprimento de energia
auxiliar e equipamento pesado como uma central de ar-condicionado e grupos geradores a diesel).
Contanto que sejam controlados, os processos e serviços vitais da terceirização não impedem –
e podem até fazer parte de – a implementação da ISO 9000 ou certificação final da empresa.

REFERÊNCIAS
ISO 9001:2000, Quality Management Systems – Requirements. Organização Internacional
para Normalização. 2000. CHF 92,00. ISO. Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.:
41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Pode
também ser obtido com os organismos nacionais de normalização dos países membros da ISO (listas
em www.iso.org). As cláusulas 6.1, 6.3 e 6.4 especificam os requisitos para o provisionamento de
recursos, infra-estrutura e o ambiente de trabalho. Maiores orientações são fornecidas na ISO
9004:2000.

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197 05/02/2009, 15:47
198 Gestão da Qualidade na Exportação

ISO 9000:2000. New Requirements (ISO 9000:2000. Novos Requisitos). Jack Kanholm.
2001. US$ 39,00. American Society for Quality, PO Box 3005, Milwaukee, WI 53201-3005,
United States, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq@asq.org, Internet:
www.asq.org. Explica todos os requisitos da ISO 9001:2000; fornece uma lista de ações específicas
que precisam ser tomadas para alcançar conformidade.

6.11 Quais são os requisitos para se tornar auditor da qualidade?

Existem três tipos de auditoria: a própria ou interna, a feita em segunda instância e a feita por
terceiros. Auditorias próprias são auditorias internas, preferencialmente conduzidas pelos
funcionários da empresa e realizadas periodicamente para assegurar que o SGQ continue a ser
implementado conforme planejado pela empresa. As auditorias em segunda instância e aquelas
feitas por terceiros são exemplos de auditorias externas. As auditorias em segunda instância são
utilizadas pelos clientes para auditar seus próprios fornecedores. As auditorias de certificação
realizadas por organismos certificadores são classificadas como auditorias feitas por terceiros.

Auditoria própria ou interna


Para a auditoria interna do SGQ, é aconselhável selecionar funcionários de todos os níveis da
empresa para realizar as tarefas de uma auditoria interna, além de suas incumbências diárias.
Uma pessoa que seja designada para fazer o trabalho de auditoria interna deve possuir um bom
conhecimento dos requisitos do SGQ previstos e implementados na empresa, se preparar para a
auditoria, além de estar apta para elaborar um relatório das falhas encontradas. Os auditores
internos devem também ter boa capacidade de comunicação, já que precisam interagir com
pessoas que desempenham atividades relacionadas com a qualidade.

Os auditores internos podem ser treinados internamente ou pelo consultor de SGQ contratado
para ajudar na empresa. As empresas podem treinar futuros auditores por meio de cursos
rápidos (dois dias) de auditoria interna do SGQ conduzidos pelas associações do comércio ou da
indústria, ou ainda por outras empresas de treinamento. Os organismos nacionais de
normalização freqüentemente oferecem tais cursos. Os auditores internos não são obrigados a
freqüentar cursos de treinamento para certificação de auditores internos como também não
precisam estar registrados em nenhum conselho de classe. Entretanto, é aconselhável que,
inicialmente, o auditor trabalhe junto a um auditor interno experiente.

Auditores externos
As diretrizes para critérios de qualificação de auditores do sistema da qualidade são fornecidas
na ISO 10011-2:1991. Elas especificam os requisitos a que os auditores da qualidade devem atender.

- Formação

Os auditores devem ter pelo menos o segundo grau, possuir fluência e clareza para expressar
conceitos e idéias oralmente ou por escrito.

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198 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 199

- Treinamento

Os auditores devem ter recebido treinamento adequado nas seguintes áreas:

- Conhecimento e compreensão da ISO 9001 e dos sistemas de gestão da qualidade;

- Técnicas de avaliação de exames, perguntas, avaliações e relatórios; e

- Planejamento, organização, comunicação e condução de um processo de auditoria.

REFERÊNCIAS
ISO 10011-2:1991, Guidelines for auditing quality system – Part 2, Qualification criteria
for quality systems auditors (ISO 10011-2:1991, Diretrizes para auditoria de sistemas da
qualidade – Parte 2, Critérios de qualificação para auditores de sistemas da qualidade). Organização
Internacional para Normalização. ISO, Case postale 56, CH1211, Genebra 20, Tel.: 41 22 749
0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Descreve as qualificações
(formação educacional, treinamento e experiência) para auditores selecionados para desempenhar
auditoria do sistema da qualidade de acordo com as diretrizes para auditoria da ISO 10011-1. Essa
norma será incorporado às novas diretrizes para a da auditoria dos sistemas de gestão da qualidade
e/ou ambiental; lançamento previsto para princípio de 2002 como ISO 19011.
The ISO 9000:2000 Audit Kit (O Kit de Auditoria da ISO 9000:2000). Kent A. Keeney. 2000.
US$ 55,00. American Society for Quality, PO Box 3066, Milwaukee, WI 53201-3066, Estados
Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq.asq@org., Internet: http://
qualitypress.asq.org. Revisado de acordo com a ISO 9001:2000, esse livro é destinado para uma
auditoria completa e contém pacotes de auditoria e instruções completas que formam a base para
uma auditoria interna atualizada.

- Experiência

O auditor deve ter, pelo menos, a seguinte experiência:

- Quatro anos de experiência prática de trabalho, sendo pelo menos dois anos em atividades
ligadas à garantia da qualidade;

- Vinte dias de experiência em trabalho de auditoria, por um mínimo de quatro auditorias


e que englobem todo o processo de auditoria (descrito na ISO 10011-1:1991).

- Atributos pessoais

- Os atributos pessoais do auditor devem incluir sólido julgamento, capacidade analítica


e habilidade para perceber situações de maneira realista.

- Aptidão administrativa

- Um auditor deve ter as habilidades administrativas exigidas para a execução de uma


auditoria, especialmente como líder de equipe (auditor chefe). O auditor chefe deve ter
experiência adicional de pelo menos três auditorias completas como líder de equipe.

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199 05/02/2009, 15:47
200 Gestão da Qualidade na Exportação

Além dos requisitos acima, os auditores devem manter-se atualizados sobre os padrões do
sistema da qualidade e os procedimentos e métodos de auditoria. Programas de reciclagem são
também formas eficazes de atualização.

Os requisitos para auditores da qualidade citados acima são utilizados por organismos de
certificação para a seleção dos seus auditores. Todo organismo de certificação desenvolve seus
próprios critérios de seleção, obedecendo aos requisitos acima.

Existem esquemas voluntários específicos para o registro ou certificação de auditores em muitos


países. Qualquer auditor da qualidade que preencha os critérios de registro pode obtê-lo. Os
critérios para registro são baseados nas diretrizes mencionadas acima. No Reino Unido, por
exemplo, o International Register of Certificated Auditors (IRCA) registra os auditores internos
e externos. Esquemas similares operam em outros países, como Austrália, França, Índia, Japão e
Estados Unidos.

Diversas organizações de treinamento fornecem cursos aprovados por organismos de registro


de auditores. Esses cursos são conhecidos como ISO 9000 ‘cursos de auditores líderes’. No âmbito
internacional, um esquema de registro de auditor é efetuado pela IATCA (International Auditor
Training and Certification Association), que é o fórum de acordos de reconhecimento multilateral
(MLA) entre os diversos organismos de registro de auditores. O registro de auditores submetido
ao esquema da IATCA MLA, em qualquer país membro, é válido para todos os países que são
membros do esquema.

REFERÊNCIAS
Criteria for Certification as an Internal Auditor (Critérios para a Certificação de um Auditor
Interno). Março de 2001. International Register of Certificated Auditors (IRCA), PO Box 25120,
12 Grosvenor Crescent, Londres SW 1X 72L, Reino Unido, Tel.: 44 2 072 45 6833, Fax: 44 2
072 45 6755, E-mail: irca@irca.org, Internet: www.irca.org/auditor_cert/pdf/c2.pdf. Pode ser
descarregado gratuitamente. Explica o que é necessário para se tornar um auditor interno.
Registrar Accreditation Board (RAB). 600 North Plankinton Avenue, Suite 300, Milwaukee,
WI 53203, Estados Unidos, Tel.: 1 888 722 2440, 1 414 272 3937, Fax: 1 414 765 8661, E-
mail: entre em contato com RAB, Internet: www.rabnet.com.
IATCA (International Auditor and Training Certification Association). E-mail:
iatca@iatca.com, Internet: www.iatca.com

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200 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 201

6.12 Quais os procedimentos necessários para as empresas


obterem a certificação ISO 9000? Podem fazer uso de meios
eletrônicos para tanto?

A ISO 9001:2000 é menos determinante do que a versão 1994. O novo padrão reduziu o número
de procedimentos documentais de 18 (exigidos para implementar a ISO 9001:1994) para seis. São
os seguintes:

Documentação necessária para os procedimentos

- Procedimento para controle de documentos


Esse procedimento procura garantir, entre outras coisas, que apenas as versões aprovadas e
pertinentes dos documentos estejam disponíveis nas instâncias de uso. (Cláusula 4.2.3 da ISO
9001:2000).

- Procedimento para controle de registros


O objetivo desse procedimento de controle é garantir, entre outras coisas, que os registros que
estabelecem os esclarecimentos da operação efetiva do SGQ permaneçam legíveis, sejam
prontamente identificáveis e recuperáveis quando necessário. (Cláusula 4.2.4).

- Procedimentos para auditorias internas


Esse procedimento define as responsabilidades e requisitos para o planejamento e gestão de
auditoria interna, relatando resultados e mantendo registros. O objetivo das auditorias periódicas
é determinar se o SGQ está sendo efetivamente implementado e mantido. (Cláusula 8.2.2).

- Procedimento para controle de produtos não conformes


Esse procedimento estabelece a responsabilidade e a autoridade para lidar com produtos não
conformes, garantindo que sejam identificados e controlados, no intuito de prevenir seu uso ou
entrega inadvertidamente. (Cláusula 8.3).

- Procedimento para uma ação corretiva


Esse procedimento define os requisitos para a revisão de não-conformidade e para determinar
suas causas e as ações a serem empreendidas para prevenir a sua recorrência. (Cláusula 8.5.2)

- Procedimento para uma ação preventiva


Esse procedimento estabelece requisitos para determinação de não-conformidades potenciais,
suas causas e as ações necessárias para prevenir sua ocorrência. (Cláusula 8.5.3)

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201 05/02/2009, 15:47
202 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
ISO/TR 10013:2002, Guidelines for quality management system documentation (ISO/
TR 10013:2002 Diretrizes para documentação do sistema de gestão da qualidade).Organização
Internacional para Normalização. 2001. CHF 68,00.
Guidance on the Documentation Requirements of ISO 9001:2000 (Orientação sobre a
Documentação Exigida Pela ISO 9001:2000). Organização Internacional para Normalização.
Outubro de 2000. ISO/TC 176/SC2/N525. Pode ser descarregado gratuitamente do site
www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2. Abrange a definição de documentos e meios para obtê-los; a
documentação exigida da ISO 9001:2000; e os registros que precisam ser mantidos para demonstrar
a implementação do SGQ.
ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22
733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org

Outros documentos
A ISO 9001:2000 exige especialmente dois documentos SGQ:

- Declarações de política da qualidade e objetivos da qualidade (Cláusula 4.2.1a);

- Manual da qualidade (Cláusula 4.2.1b).

Muitos outros documentos, embora não tenham sido mencionados especificamente na ISO
9001:2000, podem ser exigidos pela empresa para demonstração de conformidade. Isso inclui
descrição do processo, organograma, documentos de diversos processos de comunicação interna,
manuais de manutenção, instruções de trabalho, tabelas de produção, lista de fornecedores
autorizados e planos da qualidade.

A extensão dos procedimentos e documentos acima irá depender de fatores como o tamanho da
empresa, o tipo de atividade, a complexidade dos seus processos e a competência do seu pessoal.
Em uma empresa de pequeno porte, todos os documentos exigidos para o SGQ podem ser incluídos
no próprio manual da qualidade.

Preparando a documentação
É aconselhável documentar os procedimentos em um formato uniforme. O documento de cada
procedimento, por exemplo, deve indicar seu objetivo, escopo da utilização, processo e atividades,
responsabilidades de cada fase do processo, registros a serem feitos e, se for o caso, lista de
documentos a se reportar. Diretrizes para a preparação de um manual da qualidade e
documentação sobre os procedimentos podem ser obtidos da ISO/TR 10013:2001.

A ISO 9001:2000 indica também que os documentos podem ser executados em qualquer meio –
por exemplo, papel (cópia impressa); disco de computador óptico, eletrônico ou magnético;
fotografias ou uma combinação de todos. Qualquer que seja o meio utilizado, os requisitos para
controle da documentação se aplicam de maneira uniforme a todos os documentos. Se a empresa
está, por exemplo, utilizando papel e meio eletrônico e um documento é revisado ou corrigido em
um meio eletrônico, a cópia impressa do mesmo documento deve ser revisada simultaneamente.
Documentação em um meio ou em uma combinação de meios é aceitável para uma certificação
por terceiros.

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202 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 203

REFERÊNCIAS
ISO 9000:2000 Documentation: Quality Manual and Operational Procedures (ISO
9000:2000 Documentação: Manual da qualidade e procedimentos operacionais). Jack Kanholm.
CD-Rom. 2000. US$ 390,00. American Society for Quality, PO Box 3066, Milwaukee, WI
53201-3066, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq.asq@org.
Internet: http://qualitypress.asq.org www.asq.org. Fornece um modelo de sistema da qualidade
que é simples, natural e livre de papéis em excesso; define o sistema modelo que satisfaz os requisitos
de certificação ISO 9000.
Practical Documentation: Creating People-friendly Documents (Documentação: Criando
documentos de fácil manuseio pelo usuário). Adrienne Escoe. 2001. US$ 50,00. American Society
for Quality PO Box 3066, Milwaukee, WI 53201-3066, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575,
Fax: 1 414 272 1734, E-mail: asq.asq@org. Internet: http://qualitypress.asq.org. www.asq.org
Oferece soluções práticas para desafios documentais encontrados pelas empresas atuais; voltado
para uma abordagem de sistemas baseados na qualidade e no cliente para modernização e
administração de um sistema de documentação.

6.13 Quais as etapas seguintes ao pedido de certificação aos


organismos de certificação e após a obtenção do certificado ISO 9000?

As etapas para se obter o certificado da ISO 9000 e para a manutenção desse status uma vez
alcançado são descritas abaixo:

Etapa 1
Empresas que desejam obter o certificado precisam requerê-lo ao organismo certificador de sua
escolha. As questões a serem consideradas na escolha do organismo certificador são as seguintes:

- Se a natureza da acreditação do organismo de certificação é aceita no mercado para o qual a


empresa deseja exportar;

- A imagem de mercado do organismo de certificação; e

- As taxas cobradas pela certificação e pela auditoria.

Etapa 2
Como o primeiro requisito da ISO 9001:2000 é a definição dos processos que tangem a qualidade,
assim a primeira etapa para o organismo de certificação é que seus auditores se reúnam com os
administradores da empresa para obter esclarecimentos sobre seus processos.

Falando claramente, o processo de auditoria da certificação se inicia com uma revisão do manual
da qualidade da empresa e dos procedimentos pelo auditor do organismo de certificação. Essa
revisão procura estabelecer se o manual engloba os requisitos da norma. Isso é conhecido como
uma auditoria de adequação ou auditoria de revisão documental.

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203 05/02/2009, 15:47
204 Gestão da Qualidade na Exportação

O auditor comunica à empresa qualquer deficiência (não-conformidade) encontrada nos


documentos para que seja revista e sofra nova avaliação, se requerida. O organismo de certificação
examina, se houver relevância, a justificativa oferecida no manual da qualidade para exclusão
de certos processos de realização do produto (se a empresa, por exemplo, não desenvolve um
produto, os requisitos da cláusula 7.3 do ISO 9001 podem ser excluídos, mas devem ser explicados
e justificados no manual). Essas exclusões devem ser aceitáveis para o organismo de certificação.

Etapa 3
Depois da conclusão satisfatória da auditoria de revisão dos documentos, os auditores
empreendem a segunda parte do processo de auditoria no local da empresa e em horário e data
previamente acordados – pois as auditorias de certificação não são feitas de surpresa. A auditoria
no local se inicia com uma reunião de abertura. Durante essa reunião, os auditores explicam à
administração como a auditoria será conduzida, quando e como as falhas serão transmitidas à
administração.

REFERÊNCIAS
ISO/IEC Guide 62, General requirements for bodies operating assessment and
certification/registration of quality systems (Guia ISO/IEC 62, Requisitos gerais para as
organizações trabalhando com sistemas de avaliação e certificação/registro da qualidade).
Organização Internacional para Normalização. 1996. CHF 62,00. ISO Case postale 56, CH-
1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org.

Etapa 4
Os auditores colhem, por amostragem, evidências da conformidade/não-conformidade
observando atividades, examinando procedimentos/registros, observando a contabilidade e
entrevistando os gerentes da empresa e outras pessoas envolvidas. As informações reunidas por
meio das entrevistas são verificadas ou testadas pelos auditores ao se obter as mesmas informações
de outras fontes, como observações físicas e medidas realizadas no produto e os registros a ele
relacionados. Os auditores visitam a empresa e verificam a concordância com o SGQ em todos os
departamentos e funções que pertencem ao escopo do SGQ.

Etapa 5
As evidências colhidas pelos auditores são comparadas aos critérios da auditoria (políticas e
objetivos da empresa, manuais, procedimentos, instruções, contratos e regulamentos aplicáveis
à empresa). As descobertas da auditoria, inclusive as possíveis não-conformidades, são
esclarecidas e relatadas à administração no fim da auditoria na empresa, em uma reunião formal
com a administração, chamada de reunião final. As não-conformidades (NCs) são classificadas
pelos auditores como maiores e menores. São registradas também observações.

Uma NC maior indica que:

- A empresa não conseguiu implementar o SGQ parcialmente ou no seu todo; ou

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204 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 205

- Algum departamento específico da empresa não conseguiu implementar o SGQ apropriado ao


departamento; ou

- Foi encontrada uma seqüência de pequenas não-conformidades em relação aos mesmos


requisitos do SGQ.

Uma NC menor significa a incidência isolada de uma impossibilidade em cumprir um processo


definido ou requisito do SGQ.

Uma observação indica que se a situação encontrada durante a auditoria não for levada em
conta, pode conduzir a uma NC futuramente.

Quando uma não-conformidade maior for encontrada, a recomendação de certificação é diferida


até que uma ação corretiva seja verificada por meio de uma auditoria de acompanhamento.

Etapa 6
Depois de obter o cronograma das ações corretivas da empresa, as recomendações para a
certificação são decididas pelo auditor chefe (o líder da equipe de auditores) e estas recomendações
são transmitidas verbalmente à empresa na reunião final.

REFERÊNCIAS
‘A certification body’s view of ISO 9001:2000’ (‘Uma interpretação da ISO 9001:2000 feita
por um organismo de certificação’). Trevor Wilmer. Em Quality World, abril de 2000. £ 3,75.
Institute of Quality Assurance, PO Box 25120, 12 Grosvenor Crescent, Londres SWIX 7ZL,
Reino Unido, Tel.: 44 2 072 45 6833, Fax: 44 2 072 45 6755, E-mail:
editorial@iqamail.demon.co.uk, Internet: www.iqa.org. Afirma que as mudanças para ISO
9001:2000 são um movimento positivo para se administrar efetivamente pequenas empresas.

Etapa 7
Baseado nas recomendações do auditor chefe e depois de uma revisão independente dessas
recomendações pelo organismo de certificação, este último emite um certificado para a empresa.
O certificado é emitido para o escopo específico do negócio e para os produtos para os quais a
empresa implementou um SGQ.

Etapa 8
O certificado é inicialmente emitido por um período de três anos. Durante esse período, auditorias
periódicas de inspeção (uma ou duas vezes por ano) são conduzidas pelo organismo de certificação
em datas mutuamente acordadas. Um plano de auditoria por três anos, indicando o escopo de
cada auditoria de inspeção, é transmitido à empresa antecipadamente pelo organismo de
certificação. Essas auditorias são planejadas de maneira que todos os aspectos do SGQ sejam
auditados em um período de três anos. Uma auditoria de recertificação é conduzida depois de
três anos, aplicando-se as etapas 2 a 7 acima.

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205 05/02/2009, 15:47
206 Gestão da Qualidade na Exportação

Etapa 9
Durante o período de certificação, o organismo de certificação pode examinar os registros
concernentes às reclamações da qualidade feitas pelos clientes diretamente à empresa ou ao
organismo de certificação para verificar se a empresa está tomando medidas adequadas para
eliminar as causas dessas reclamações.

Qualquer uso enganoso do logotipo do organismo de certificação e/ou do organismo de acreditação


(consultar o capítulo sobre acreditação), ou possíveis referências incorretas à certificação feitas
pela empresa, serão também examinadas pelo organismo de certificação.

REFERÊNCIAS
ISO 10011-1:1990, Guidelines for auditing quality systems – Part 1: Auditing (ISO
10011-1:1990, Diretrizes para a auditoria de sistemas da qualidade – Parte 1: Fazendo a Auditoria).
Organização Internacional para Normalização. 1990. CHF 50,00. ISO, Case postale 56, CH-
1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 34 30, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Disponível também junto às agências nacionais de normalização em países
membros da ISO (lista em www.iso.org). Fornece diretrizes, planejamento, condução e documentação
de auditorias de sistemas da qualidade; emite princípios básicos de auditoria, critérios e práticas.

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206 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 207

Etapas do processo de certificação

Apresentação da proposta de
certificação pela empresa
(etapa 1)

Auditoria de adequação pelo


organismo certificador
(etapa 2)

Auditoria de concordância no local


(etapas 3, 4 ,5 e 6) Ação corretiva e sua verificação

Emissão do certificado
(etapa 7)

Auditorias de inspeção
(etapas 8 e 9)

Renovação da certificação após


três anos

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207 05/02/2009, 15:47
208 Gestão da Qualidade na Exportação

6.14 A implementação da ISO 9000 resultará sempre em produtos


aceitáveis? Em caso contrário, como os organismos de certificação
lidam com essa situação?

É preciso notar que a certificação ISO 9000 é um meio de assegurar que as empresas funcionem de
forma a que os produtos por ela fabricados ou distribuídos sejam confeccionados de maneira
satisfatória e orientados para a qualidade, e que, portanto, seus produtos têm todas as chances
de serem seguros. A certificação ISO 9000 não certifica os produtos em si.

O objetivo básico da implementação de um sistema de gestão da qualidade ISO 9000 é transmitir


confiança à administração da empresa e a seus clientes que:

- Os produtos e serviços fornecidos atenderão ao cliente e aos requisitos regulamentares


apropriados; e

- O nível de satisfação do cliente continuará a ser intensificado.

Todos os requisitos da ISO 9001 são direcionados, em última análise, à satisfação do cliente. A norma
contém requisitos específicos de comunicação com os clientes, incluindo transmissão das reclamações
do cliente. A ISO 9001:2000 exige também o monitoramento de informações sobre a satisfação do
cliente (item que não consta da versão de 1994). O objetivo desse requisito é acatar de forma pró-ativa
as observações dos clientes e determinar se a empresa atendeu ou não às suas exigências.

O ideal seria uma empresa certificada com ISO 9000 ser capaz de assegurar um fornecimento
constante de produtos satisfatórios. Entretanto, na realidade, podem surgir situações em que o
produto despachado não atenda aos requisitos exigidos pelo cliente ou o cliente não está
inteiramente satisfeito com o produto ou com o serviço de assistência pós-venda. A ISO 9001:2000
exige uma revisão de todas as reclamações e das ações adotadas. Uma empresa certificada com
ISO 9000 deve, portanto, assegurar que serão tomadas medidas para prevenir a recorrência de
reclamações.

Se um organismo de certificação receber uma reclamação diretamente de um cliente, o organismo


obterá da empresa informações sobre a reclamação. Se for confirmado que existe uma base
verdadeira para a reclamação, será feita uma análise das ações empreendidas pela empresa.

Mesmo que o organismo de certificação não receba reclamações diretamente, durante cada
auditoria de inspeção será feita uma análise dos registros de reclamações passadas e pendentes,
e das ações empreendidas pela empresa para prevenir recorrências. Existe a possibilidade de os
organismos retirarem a certificação se houver evidências de que a empresa não está tomando
atitudes efetivas em relação às reclamações.

REFERÊNCIAS
‘Customer perception is the future of ISO 9000’ (‘A percepção do cliente é o futuro da ISO
9000’). H. Lal. Em ISO 9000 + ISO 14000 News, abril de 1998. Organização Internacional
para Normalização. Assinatura anual: CHF 384,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra
20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org Internet: www.iso.org.
Expõe algumas falhas no processo de certificação e faz recomendações à empresas, organismos de
acreditação e de certificação, no sentido de assegurar que o processo certificador está inteiramente
alinhado com as observações do cliente. Trata particularmente da ISO 9000:1994.

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208 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 209

6.15 Quais são as versões dirigidas especificamente para cada


setor da economia das normas de gestão da qualidade ISO 9000?

As normas específicas de cada setor são normas de gestão da qualidade dirigidas a produtos,
grupo de produtos ou indústrias específicas. Existem, por exemplo, normas de gestão da qualidade
específicas para o setor automotivo, para o setor de alimentos e bebidas e para o setor de
telecomunicações.

A família ISO 9000 de normas, sendo absolutamente genérica, se aplica a qualquer tipo de bens
ou serviços, e pode ser implementada por qualquer setor da economia. Ao formular as normas
dessa forma, a ISO procura limitar a proliferação de normas na gestão da qualidade. No entanto,
seu Comitê Técnico 176 (ISO/TC 176), responsável pelo desenvolvimento da família ISO 9000 de
normas, apóia o desenvolvimento de normas específicas para setores, uma vez confirmada a sua
necessidade.

A ISO desenvolveu duas normas específicas para setores.

- ISO/TS 16949:1999, Especificação técnica para sistema da qualidade, requisitos especiais para a aplicação da
ISO 9001:1994 para fornecedores da indústria automotiva (ISO/TS 16949:1999, Technical specification for
quality system, particular requirements for the application of ISO 9001:1994 for automobile suppliers).

Essas especificações técnicas (TS) foram publicadas pela ISO para aplicação provisória no setor
automotivo a fim de reunir informações e experiências no seu uso.

Para obter reconhecimento da certificação para a TS dos membros usuários da International


Automotive Task Force (IATF), um esquema de certificação global comum foi desenvolvido e
deve ser seguido. Todos os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) participantes da IATF
e fornecedores possuem requisitos específicos de clientes, além da TS.

- ISO 13485:1996, Sistema da qualidade, requisitos especiais para a aplicação da ISO 9001:1994 para aparelhos
médicos (ISO 13485:1996, quality system, particular requirements for the application of ISO 9001:1994 for
medical devices).

Existem outras normas de SGQ específicas para determinados setores que são baseadas em
requisitos da ISO 9001:1994 mas que não foram publicadas pela ISO. Algumas delas são descritas
abaixo:

- O QS 9000 é um conjunto de requisitos do sistema da qualidade que define as expectativas do


sistema da qualidade da Chrysler, Ford, General Motors, fabricantes de caminhões e outras
empresas inscritas. O QS 9000 está se tornando rapidamente o sistema de gestão da qualidade
aceito para a indústria automotiva. Fornecedores do mundo inteiro estão implementando seus
requisitos. A última edição do QS 9000 foi publicada em março de 1998 pela Automotive Industry
Action Group (AIAG).

O QS 9000 se aplica a todos os fornecedores de materiais de produção, peças e acessórios, incluindo


peças usadas para reposição, tratamento térmico, pintura, galvanização e outros processos de
acabamento. A implementação do QS 9000 é uma precondição para o suprimento de materiais
ou peças e para o fornecimento de serviços de acabamento para os OEMs acima.

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209 05/02/2009, 15:47
210 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
DNV Certification Services. Endereço eletrônico: http://www.dnv.com. Fornece informações
sobre AS 9000, TickIT, EN 46001.
QS 9000 Answer Book (Livro de Respostas sobre o QS 9000). Smith Radley. 3a ed. 1999. ISBN
0-965-04454-8. US$24,95. American Society for Quality, PO Box 3066, Milwaukee, WI 53201-
3066, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272 1734, Internet: http://
qualitypress.asq.org., www.asq.org. Explica o QS 9000 em uma linguagem clara; enfoca áreas de
problemas comuns e suas soluções; responde as perguntas mais freqüentes.
QUEST. Endereço eletrônico: www.questforum.org. Fornece informações sobre TL 9000.

- O TL 9000 é um conjunto de requisitos do sistema de gestão da qualidade específico para


telecomunicações, publicado pelo Fórum QuEST (do inglês para excelência da qualidade para
fornecedores da área de telecomunicações). Esse fórum proporciona a seus membros um conjunto
de dados baseados no desempenho, o que vem a ser útil para a determinação do ‘melhor da
classe’ em qualquer produto ou serviço oferecido pelos fornecedores. O TL 9000 foi revisto em
março de 2001 para que se alinhasse à ISO 9001:2000.

- O TickIT é um guia para sistemas da qualidade de software. Ele foi projetado pela indústria de
tecnologia da informação do Reino Unido para uso em áreas como produção de softwares e
serviços. Pode ser usado apenas em combinação com a ISO 9000. Inclui um guia de como aplicar
a ISO 9000-3:1997, Diretrizes para a aplicação da ISO 9001:1994 para o desenvolvimento, fornecimento,
instalação e manutenção de softwares de informática (ISO 9000-3:1997, Guidelines for the application of ISO
9001:1994 to the development, supply, installation and maintenance of computer software).

- A AS 9100, Revisão A é a versão aeroespacial da ISO 9000. Publicada pela Sociedade de Engenheiros
Automotivos, engloba os requisitos únicos da indústria aeroespacial, assim como os requisitos
do sistema da qualidade da ASQ Q9001:2000 e o original AS 9100 baseado no Q9001:1994. Os
requisitos do sistema da qualidade especificados nessa norma são complementares à lei aplicável
e contratual e aos requisitos reguladores da indústria aeroespacial. A AS 9100 contém
aproximadamente 80 requisitos únicos e 18 amplificações dos requisitos ISO 9000.

- A EN 46001 é um conjunto de requisitos do sistema da qualidade para aparelhos médicos. A


norma EN 46001 apresenta os requisitos especiais para o projeto e desenvolvimento, produção,
instalação e assistência técnica de aparelhos médicos. A norma abrange os princípios da boa
prática de fabricação e é amplamente utilizada na fabricação de aparelhos médicos. Pode ser
aplicada apenas em combinação com a ISO 9001:1994. A EN 46001 pode, no futuro, ser referida
como EN ISO 13485.

Os documentos acima são totalmente compatíveis com a ISO 9001:1994 ou a ISO 9001:2000. Eles
não diluíram ou modificaram as exigências dos padrões genéricos, mas adicionaram algumas
exigências, instruções e esclarecimentos específicos a determinados setores.

A certificação por outros organismos de certificação está disponível para todas as normas do
SGQ acima. Mais detalhes sobre estes esquemas podem ser obtidos diretamente junto aos
organismos de certificação ou em seus sites na Internet. Muitos destes documentos específicos
para determinados setores estão sendo revisados atualmente ou foram revisados para refletir as
normas da ISO 9001:2000.

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210 05/02/2009, 15:47
ISO 9000 211

REFERÊNCIAS
TL 9000: A Guide to Measuring Excellence in Telecommunications (TL 9000: Guia de
Medição da Excelência nas Telecomunicações). Sandford Liebesman, Alka Jarvis e Ashok V.
Dandekar. 2001. ISBN 0-87389-509-6. US$ 55,00. American Society for Quality, PO Box
3066, Milwaukee, WI 53201-3066, Estados Unidos, Tel.: 1 414 272 8575, Fax: 1 414 272
1734, Internet: http://qualitypress.asq.org, www.asq.org. Empresas de telecomunicações estão
lutando para entender os padrões da qualidade do TL 9000 e implementá-los dentro de suas
empresas. Fornece orientações especializadas em padronização de telecomunicações e discernimento
de como implementá-las em uma empresa.
British Standards Institution. Site na Internet para a América do Norte e do Sul: http://
www.bsiamericas.com/. Fornece informações sobre serviços de registro para ISO 9000 e suplementos TE.
‘How can auto suppliers comply with standards?’ (‘Como os fornecedores de autopeças
podem se adequar às normas?’) Clyde Pearch e W. A. McRoberts. Em Quality Magazine,
setembro de 2000. Hitchcock Publishing. 2000 Clearwater Dr., Oak Brook, IL 60523, Estados
Unidos, Tel.: 1 630 462 2319, Fax: 1 630 462 2225, E-mail: jlosh@chilton.net., Internet:
www.qualitymag.com. Explica as mudanças da nova versão da ISO 9000 e especialmente no QS
9000 e no suplemento TE.

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211 05/02/2009, 15:47
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212 05/02/2009, 15:47
7
Outros Sistemas de
Gerenciamento

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213 05/02/2009, 15:47
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214 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 215

7.1 Quais as outras normas existentes sobre sistemas de gestão


além da ISO 9000?

Ao definir os requisitos para os produtos, os clientes geralmente especificam o que querem em


termos de acabamento, construção, dimensões, desempenho e segurança. Eles podem usar normas
nacionais e internacionais para ajudá-los a definir um critério. As primeiras normas que foram
desenvolvidas relacionavam-se diretamente a um produto ou então formavam um corpo de
requisitos técnicos, métodos de teste ou amostragem, ou ainda de códigos de conduta para assuntos
de saneamento básico e higiene.

Os clientes vêm-se utilizando da aprovação da amostra, ou da inspeção/ensaio do produto, ou


ambos, para comprovar a garantia da qualidade de um produto. Uma alternativa da qual lançam
mão é indicar especialistas para avaliar os métodos de controle da qualidade na linha de
produção. Os tipos diferentes de avaliação estipulados pelos compradores e que são baseados
em seus próprios critérios podem se tornar extremamente caros e podem levar à produção de
inúmeros relatórios de avaliação sobre o mesmo produto e o mesmo esquema de produção.

As normas sobre sistemas de gestão devem resolver este problema porque podem servir de
referência para avaliar o sistema de gestão de qualquer fornecedor. As normas são úteis para que
terceiros também possam avaliar e dar certificação reduzindo-se, assim, a necessidade de
avaliações múltiplas. É por estes motivos que a Organização Internacional para Normalização
(ISO) publicou as primeiras normas sobre sistemas de gestão da qualidade em 1987, a ISO 9000.
Em seguida, veio a família ISO 14000 de normas de gestão ambiental para monitorar o
desempenho de uma empresa em relação ao meio ambiente (veja pergunta 85).

Tanto a ISO 9000 quanto a ISO 14000 tratam da forma que uma organização gera seu trabalho,
mas não diretamente do resultado deste trabalho. Ambas estão interessadas nos processos, não
nos produtos – pelo menos não diretamente – apesar de a forma como uma organização controla
seus processos irá obviamente ter um impacto sobre seu produto final. No caso da ISO 14000, seu
impacto se dá em função de terem sido tomadas ou não todas as medidas para assegurar que um
produto cause um impacto menos nocivo ao meio ambiente, não importa se durante sua fabricação
ou se quando é jogado fora, ou se ele é um agente poluente ou se destrói as reservas naturais.

Além das normas sobre sistemas da ISO, existem outras normas para sistemas de gestão que
dizem respeito à segurança dos alimentos, segurança dos sistemas de informação, saúde
ocupacional e segurança, e o bem estar do trabalhador. Algumas destas normas encontram-se
descritas abaixo.

Sistemas de gestão de saúde ocupacional e segurança: OHSAS


A OHSAS 18001:1999, Specification for occupational health and safety management systems (Especificações
para os sistemas de gestão em saúde ocupacional e segurança), foram desenvolvidas em conjunto
por três organismos nacionais de certificação (na Irlanda, África do Sul e Reino Unido) e outros
10 organismos de certificação. Seus requisitos podem ser integrados à ISO 9001 e ISO 14001,
Sistemas de gestão ambiental – especificações e manual de uso (Environmental management systems - Specification
with guidance for use).

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215 05/02/2009, 15:47
216 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
Social Accountability 8000 (Responsabilidade Social). Council on Economic Priorities
Accreditation Agency (CEPAA). 1997. US$ 20,00. CEPAA, 30 Irving Place, 9th Floor, New
York, NY 10003, Estados Unidos, Tel.: 1 212 358 7697, Fax: 1 212 358 7723, E-mail: info@sa-
intl.org, info@CEPAA.org, Internet: www.cepaa.org. Este é o primeiro exemplar da SA 8000,
normas uniformes, auditáveis, para um sistema de avaliação por terceiros.

Segurança no mar: ISM


O Código Internacional de Gestão da Segurança (Código ISM - International Safety Management
Code) foi publicado em 1994 pela Organização Marítima Internacional (IMO - International
Maritime Organization). Seus objetivos são alcançar a segurança no mar, prevenir ferimentos
ou morte e evitar danos ao meio ambiente, principalmente ao ambiente marinho. Seus requisitos
englobam políticas de segurança e de proteção ambiental; responsabilidades e poder de ação;
recursos e pessoal; planos e instruções para a segurança de navios e a prevenção de poluição;
prontidão para emergências; manutenção de embarcações e de seus equipamentos; notificação e
análise de acidentes, situações de risco e ausência de conformidade; auditorias internas; e
certificação por terceiros. A certificação pelo Código ISM é obrigatória para companhias de
navegação e navios desde 1º de julho de 2002 devido aos grandes acidentes marítimos ocorridos
nos últimos 10 anos.

Responsabilidade social: SA (do inglês Social Accountability)


Publicado em outubro de 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA
- Agência de Acreditação do Conselho de Prioridades Econômicas), o SA 8000 discute e tenta
acabar com práticas trabalhistas injustas e desumanas. É uma norma voluntária e pode ser
aplicada a - ou por - organizações de qualquer tamanho em todos os ramos comerciais ou
industriais. A norma exige, entre outras coisas, que as empresas respeitem as Convenções da
Organização Internacional do Trabalho (ILO, International Labour Organization), a Declaração
Universal dos Direitos Humanos e a Convenção dos Direitos da Criança das Nações Unidas.
Algumas empresas, como a fabricante de móveis IKEA, por exemplo, incluíram estas normas na
sua política de compras voluntariamente.

Segurança da informação: ISMS


Um Information Security Management System (ISMS, Sistema de Gestão da Segurança da
Informação) representa uma abordagem sistemática da gestão de informações sigilosas da
empresa. Engloba pessoas, processos e tecnologia da informação (IT, Information Technology).
Tem se tornado cada vez mais importante estabelecer um sistema de gestão para evitar quebra
na segurança de registros ou de informações eletrônicas (como informações sobre projetos,
transações bancárias e negociações de ações).

O British Standards Institution (BSI), do Reino Unido, publicou um código de conduta para esses
sistemas. A Parte 1 do código foi adotada internacionalmente como a ISO/IEC 17799, Information
Technology - Code of practice for information security management (Tecnologia da informação - Código de
conduta para sistemas de gestão da informação). A Parte 1 da ISO/IEC 17799 e a Parte 2 da norma
nacional BS 7799 ajudarão a desenvolver uma política de segurança e identificar as informações
mais importantes de sua empresa.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


216 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 217

REFERÊNCIAS
OHSAS 18001:1999, Occupational Health and Safety Management Systems -
Specifications (Especificações para os sistemas de gestão em saúde ocupacional e segurança).
British Standards Institution e outros organismos de normalização. BSI, 389 Chiswick High
Road, Londres W4 4AL, Reino Unido, Tel.: 44 20 8996 9000, Fax: 44 20 8996 7400, E-mail:
info@bsi-global.com, Internet: www.bsi-global.com. A OHSAS 18001 é compatível com a ISO
9001:1994 e ISO 14001:1996; isso facilita ainda mais, para as organizações, a integração dos
sistemas de gestão da qualidade, gestão ambiental e de saúde ocupacional e segurança. Enquanto
todas as organizações são obrigadas por lei a cumprir regulamentos estritos sobre saúde
ocupacional e segurança, o assunto abrange mais do que simplesmente cumprir a lei. A
produtividade e os padrões dos serviços oferecidos aos consumidores são influenciados
profundamente pela qualidade do ambiente de trabalho. A OHSAS 18002 fornece diretrizes
para a implementação da OHSAS 18001.

Segurança dos alimentos: HACCP


O sistema e as diretrizes da HACCP (Hazard Analysis Critical Control Point - Análise de Riscos
e Pontos Críticos de Controle) foram desenvolvidos em 1993 pela Codex Alimentarius Comission
(Comissão de Código Alimentar), uma agência intergovernamental patrocinada pela Organização
de Alimentos e Agricultura (FAO, Food and Agriculture Organization) das Nações Unidas e a
Organização Mundial de Saúde (OMS). A HACCP define os requisitos dos sistemas para garantir
a segurança dos alimentos, podendo ser aplicada para toda a cadeia de produção de alimentos,
da produção primária até o consumidor final. Essas diretrizes podem ser utilizadas isoladamente
ou integradas a um sistema de gestão da qualidade ISO 9000 (veja a pergunta 83).

Alguns países passaram a fazer constar em suas legislações a exigência de que a HACCP seja
utilizada por determinadas empresas, tal como se dá com os fornecedores de alimentos para as
escolas (após uma série de infecções por salmonela que afetaram milhares de criança).

Plano de gestão ambiental e de auditorias: EMAS


O Plano de Gestão Ambiental e de Auditorias (EMAS, do inglês Eco-Management and Audit
Scheme) é um plano de adesão voluntária para empresas do setor industrial na União Européia.
Foi publicado como um Regulamento do Conselho (EEC) nº 1836/93 em 29 de junho de 1993. Seu
objetivo é promover o aprimoramento continuado do desempenho ambiental da indústria e, em
especial, estabelecer políticas, programas e sistemas de gestão ambiental, além de fornecer ao
público informações sobre desempenho ambiental.

REFERÊNCIAS
International Safety Management Code (1994) (Código Internacional de Gestão da
Segurança). International Maritime Organization. IMO, 4 Albert Embankment, Londres SE 17SR,
Reino Unido, Tel.: 44 20 7735 7611, Fax: 44 20 7587 3210, Internet: www.imo.org. O código
é um conjunto de normas internacionais para o gerenciamento e operação seguros de navios e para
a prevenção de poluição.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


217 05/02/2009, 15:47
218 Gestão da Qualidade na Exportação

Eco-Management and Audit Scheme: A Practical Guide (Guia Prático de Gestão Ambiental
e Processo de Auditoria). Ruth Hillary. ISBN: 0748719008. £45,00. Esgotado. Technical
Communication Publishing Ltd, 100 High Avenue, Letchworth, Hertfordshire, SG6 3RR, Reino
Unido, Tel.: 44 462 679 987. Direcionado a gerentes muito atarefados, o guia é direto, facilitando
tanto o acesso quanto a absorção da informação. Explica o EMAS: como implementá-lo; sua
ligação com normas nacionais, européias e internacionais; seus benefícios e suas armadilhas.
Apresenta dois casos sobre a implementação do EMAS.

7.2 Que fatores devo levar em consideração ao escolher um


sistema de gestão para a minha empresa?

Alguns dos fatores mais importantes a serem levados em consideração ao selecionar um sistema
de gestão estão detalhados na tabela abaixo.

FAtor Sistema de Gerenciamento

Melhorar a imagem de sua empresa no Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ). Por


mercado e assegurar a seus clientes que exemplo, a ISO 9001:2000 pode ser usada para
sempre receberão produtos ou serviços demonstrar aos seus clientes a existência de
que preenchem suas exigências. um SGQ por meio de um certificado emitido
por terceiros. A ISO 9004:2000 também pode
ser usada para melhorar o desempenho de sua
organização.

Reduzir o impacto que as atividades, Sistemas de gestão ambiental (SGA), como a


produtos ou serviços de sua empresa ISO 14001. Pode ser usado por uma empresa
causam ao meio ambiente e demonstrar como uma declaração espontânea ou para
que ela respeita o meio ambiente. demonstrar para terceiros, por meio da
certificação, que opera um SGA.

Demonstrar que sua empresa é capaz O sistema de Análise de Riscos e Pontos


de produzir ou fornecer comida que é Críticos de Controle (HACCP) publicado pela
segura para o consumo (em alguns Codex Alimentarius Commission. O sistema
países, isto pode ser obrigatório para HACCP pode ser integrado ao SGQ.
determinados tipos de empresas do
setor alimentício).

Fornecer materiais para a produção, Requisitos do Sistema de Qualidade QS 9000


componentes, serviços etc que publicado pela Chrysler, Ford, General Motors
preenchem as especificações do e outros OEMs; ou a ISO/TS 16949:1999, Quality
fabricante de equipamento original systems - Automotive suppliers - Particular requirements
(OEMs) no setor automobilístico como for the application of ISO 9001:1994 (Sistemas da
a Chrysler, Ford ou General Motors. qualidade - Fornecedores da indústria
automobilística – requisitos para a
implementação da ISO 9001:1994), publicado
pela ISO.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


218 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 219

REFERÊNCIAS
Standards Australia International (SAI). GPO Box 5420, Sydney NSW, Austrália, Tel.: 61
2 8206 6000, Fax: 61 2 8206 6001, E-mail: intsect@standards.com.au, Internet:
www.standards.com.au.

Fator Sistema de Gerenciamento

Demonstrar a capacidade de sua O TL 9000, publicado pela QuEST Forum


empresa de entregar, a fornecedores de nos Estados Unidos.
serviços de telecomunicação e seus
fornecedores, produtos que preencham
os requisitos específicos da qualidade .

Controlar os riscos ocupacionais à OHSAS 18001:1999, Specification for Occupational


saúde e à segurança em uma empresa Health and Safety Management Systems
para criar um ambiente seguro de (Especificações para Sistemas de Gestão de
trabalho; demonstrar para terceiros a Saúde Ocupacional e de Segurança),
conformidade com um sistema de gestão desenvolvido em conjunto pelos organismos
da saúde ocupacional e da segurança. nacionais de normalização da Irlanda, África
do Sul e Reino Unido e 10 agências de
certificação. A OHSAS 18001 pode ser
integrada à ISO 9001 e ISO 14001.

Demonstrar aos interessados o A SA 8000:1997, Standard on Social


cumprimento de políticas, Accountability (Normas de Responsabilidade
procedimentos e práticas de Social), publicada pela Agência de Certificação
responsabilidade social. do Conselho para Prioridades Econômicas
(CEPAA, Council on Economic Priorities
Accreditation Agency) dos Estados Unidos.

Preencher os requisitos técnicos para A escolha do sistema de gerenciamento


participar de concorrências em algumas vezes depende das exigências
contratos específicos para contratuais. Por exemplo, contratos
desenvolvimento e execução de financiados pelo Banco Mundial exigem a
projetos. comprovação de cumprimento das normas
da ISO 9001, ISO 14001 ou de ambas.

Demonstrar a segurança das ISO/IEC 17799, Parte 1 e BS 7799 Parte 2:1999,


informações ou dos dados gravados em Specification for Information Security Management
meios eletrônicos. Systems (Especificações para Sistemas de
Gestão da Segurança de Informações),
publicado pelo British Standards
Institution.

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219 05/02/2009, 15:47
220 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
“Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) system and guidelines for its
application’ (Diretrizes para a implementação do sistema de Análise de Riscos e Pontos Críticos
de Controle). In Recommended International Code of Practice of General Principles of
Food Hygiene. CAC/RCP 1-1969, Rev. 3 1997. Codex Alimentarius Commission, Viale delle
Terme di Caracalla, 00100 Roma, Itália, Tel.: 39 6 5705 1, Fax: 39 6 5705 4593, E-mail:
CODEX@FAO.org, Internet: www.codexalimentarius.net (selecione The Codex Alimentarius:
Standards e depois Food Hygiene: Basic Texts).
British Standards Institution (BSI). 389, Chiswick High Road, Londres W4 4AL, Reino
Unido, Tel.: 44 20 8996 9000, Fax: 44 20 8996 7400, E-mail: standards.international@bsi-
global.com, Internet: www.bsi-global.com.

7.3 O que é a HACCP e por que é importante para as PMEs do


setor alimentício?

HACCP é a sigla para Hazard Analysis Critical Control Point (Análise de Riscos e Pontos Críticos
de Controle) e se tornou sinônimo de segurança dos alimentos. É um sistema que identifica,
avalia e controla os principais riscos para a segurança dos alimentos. a/ Este sistema garante que
a segurança dos alimentos está sendo gerida corretamente. Ele procura por riscos ou qualquer
coisa que possa dar errado em relação à segurança e implementa meios de controle para assegurar
que o produto não causará danos ao consumidor. O conceito de HACCP foi desenvolvido nos
Estados Unidos na década de 1960 pela Agência Nacional de Administração Aeroespacial (NASA,
do inglês National Aeronautics and Space Administration) dos Estados Unidos para garantir a
segurança da comida consumida pelos astronautas no espaço.

Um risco é definido pelo sistema HACCP como ‘um agente biológico ou físico no alimento ou o
estado do alimento que tenha o potencial de causar um efeito adverso na saúde do consumidor.’
Um ponto crítico de controle (CCP, Critical Control Point) é ‘o momento em que o controle pode ser
aplicado e é essencial para prevenir ou eliminar o risco da segurança do alimento ou reduzir este
risco a um nível aceitável’.

A HACCP é baseada no princípio de que os riscos que afetam a segurança dos alimentos podem
ser eliminados ou minimizados para que sejam prevenidos o mais cedo possível na cadeia de
processamento dos alimentos. Sua abordagem pode ser aplicada desde a colheita do produto até
o momento do consumo. A conjugação da HACCP às atividades tradicionais de inspeção e de
controle da qualidade em uma empresa leva a um sistema preventivo de garantia da qualidade.
As empresas que usam o sistema HACCP oferecerão maior confiança aos consumidores e às
autoridades reguladoras sobre a segurança dos alimentos.

O sistema e as diretrizes da HACCP foram desenvolvidas pelo Committee on Food Hygiene of the
Codex Alimentarius Commission, um Programa Conjunto de Normas para os Alimentos da
Organização de Alimentos e Agricultura (FAO, Food and Agriculture Organization) das Nações
Unidas e a Organização Mundial de Saúde (OMS). O sistema e as diretrizes da HACCP foram
revisados em 1997.

Se sua empresa produz vários tipos diferentes de alimentos, você deve desenvolver um sistema
HACCP diferente para cada produto, seguindo os sete princípios descritos abaixo.

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220 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 221

- Princípio 1. Identificar os riscos potenciais associados a todos os estágio de produção usando um


fluxograma das etapas do processo. Determinar a possibilidade da ocorrência de riscos e identificar
as medidas preventivas que podem ser tomadas para controlá-los.

a/
Esta definição e as que se seguem no parágrafo seguinte foram tiradas do documento sobre a HACCP
citado abaixo.

REFERÊNCIAS
‘Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) system and guidelines for its
application.’ Annex (Sistema de Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle e diretrizes para
a sua aplicação. Anexo). Em Recommended International Code of Practice of General
Principles of Food Hygiene. CAC/RCP 1-1969, Rev. 3. 1997. Codex Alimentarius Commission,
Viale delle Terme di Caracalla, 00100 Roma, Itália, Tel.: 39 6 5705 1, Fax: 39 6 5705 4593, E-
mail: CODEX@FAO.org, Internet: www.codexalimentarius.net (selecione The Codex
Alimentarius: Standards, depois Food Hygiene: Basic Texts). Define os termos usados na
HACCP e seus sete princípios; descreve 12 passos para aplicação da HACCP e fornece um diagrama
de decisões para identificar o controle de ponto crítico.

- Princípio 2. Identificar os pontos críticos de controle (CCPs). Determinar os pontos, procedimentos


e passos operacionais que podem ser controlados para eliminar, minimizar ou reduzir os riscos
a um nível aceitável.

- Princípio 3. Estabelecer limites críticos (níveis e tolerâncias) que devem ser atingidos para
assegurar que os CCPs estão sob controle.

- Princípio 4. Estabelecer um sistema para controlar os CCPs por meio de testes programados ou
de observação.

- Princípio 5. Estabelecer ações corretivas a serem tomadas quando o sistema de monitoração


indica que está se perdendo o controle sobre um determinado CCP.

- Princípio 6. Estabelecer procedimentos de verificação, incluindo testes e procedimentos adicionais,


para confirmar se o sistema HACCP está funcionando adequadamente.

- Princípio 7. Documentar todos os procedimentos e relatórios relacionados à aplicação destes


princípios.

O sistema HACCP não é um sistema para ser usado isoladamente. Práticas adequadas de higiene
e outros pré-requisitos para processar alimentos, além de um forte comprometimento por parte
da administração, são também necessários: a HACCP não pode substituí-los.

O treinamento adequado é outro requisito para que o sistema HACCP funcione. Para ajudar a
desenvolver um programa específico de treinamento para apoiar o plano HACCP, deve-se
preparar instruções e procedimentos de trabalho que definam as funções do pessoal de operações
em cada ponto crítico de controle. O documento do Codex (Hazard Analysis and Critical Control
Point...) citado nas referências deste capítulo, descreve um processo contendo 12 etapas para a
aplicação dos princípios da HACCP (veja pergunta 84 para mais detalhes).

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221 05/02/2009, 15:47
222 Gestão da Qualidade na Exportação

É importante que as PMEs do setor alimentício usem a HACCP por duas razões. Primeiro, porque
traz benefícios internos, tais como a redução do risco de se fabricar e vender produtos perigosos
gerando, assim, uma maior confiança do consumidor nesses produtos. Segundo, as autoridades
que regulamentam a indústria alimentícia em muitos países estão adotando ou provavelmente
irão adotar a HACCP nos seus regulamentos. Ao implementar a HACCP, você terá maiores
chances de exportar para estes países. Abaixo, são dados alguns exemplos.

No Reino Unido, tanto o Food Safety Act 1990 (a Lei de Segurança Alimentar de 1990) quanto o
Food Hygiene Inspection Codes of Practice (Códigos para a Inspeção da Higiene Alimentar) incluem
a HACCP.

O Canadá desenvolveu um Programa de Aprimoramento da Segurança Alimentar (FSEP, do inglês


Food Safety Enhancement Programme) para encorajar a adoção de procedimentos baseados na
HACCP em todos os estabelecimentos do setor agrícola e de processamento de alimentos.

REFERÊNCIAS
Recommended International Code of Practice - General Principles of food Hygiene (Código
Internacional de Conduta Recomendada - Princípios Gerais da Higiene alimentar). CAC/RCP
001-1969. Em Codex Alimentarius, vol. 1B, Codex Standards for General Requirements
(Food Hygiene). Codex Alimentarius Commission. Viale delle Terme di Caracalla, 00100 Roma,
Itália, Tel.: 39 6 5705 1, Fax: 39 6 5705 4593, E-mail: CODEX@FAO.org, Internet:
www.codexalimentarius.net (selecione The Codex Alimentarius: Standards, depois Food
Hygiene: Basic Texts).

O Australian Quarantine and Inspection Service (AQIS - Serviço Australiano de Quarentena e Inspeção)
desenvolveu um novo sistema de inspeção conhecido como Food Hazard Control System (FHCS
- Sistema de Controle de Risco Alimentar).

Nos Estados Unidos, o Conselho para a Área de Alimentação do Centro para Segurança dos
Alimentos e Nutrição Aplicada recomenda que a Food and Drug Administration (FDA - Agência
de Alimentos e Remédios) dos EUA estimule e finalmente imponha a aplicação da HACCP para
toda a indústria alimentícia. O FDA revisou seu Código para a Área de Alimentação em 1993,
tornando-o compatível com os conceitos da HACCP.

O regulamento da HACCP do FDA sobre pescado produzido e comercializado nos Estados Unidos
entrou em vigor em Dezembro de 1997. Sob essas regras, o FDA verifica os planos da HACCP
preparados pelos produtores. Isto também se aplica aos pescados e seus derivados importados
pelos Estados Unidos. Os importadores são obrigados a obter dos produtores (exportadores)
seus planos de HACCP e submetê-los à verificação do FDA.

Além disso, muitos princípios da HACCP já estão sendo usados na indústria de comida enlatada
de baixa acidez regulamentada pelo FDA. Os produtores de sucos estarão sujeitos a regulamento
da HACCP de acordo com um esquema escalonado que se iniciou em janeiro de 2002.

O Departamento de Agricultura dos EUA exigiu que as fábricas de processamento de carne e aves
passassem a usar a HACCP desde janeiro de 1999.

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222 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 223

Na União Européia (UE), a Diretriz do Conselho No. 93/43/EEC de 14 de junho de 1993, sobre a
higiene de produtos alimentícios, exige que os empresários do setor alimentício desenvolvam
sistemas baseados na HACCP para garantir a segurança dos alimentos. Esta Diretriz sugere
ainda que os Países Membros devem desenvolver códigos de conduta para indústrias específicas
do setor alimentício e adotar a EN 29000 (o equivalente europeu à série ISO 9000) para
implementar as regras gerais de higiene e desenvolver guias sobre práticas adequadas de higiene.

A Decisão da Comissão Européia de 20 de maio de 1994 (94/356/EC)a/ determina um sistema de


‘auto-avaliação’ para a produção e venda de pescados nos países da UE (União Européia). Esta
decisão também se aplica aos produtos importados. Auto-avaliação é uma expressão usada para
todas as ações que visam assegurar e demonstrar que um pescado satisfaz os requisitos da
Decisão mencionada acima. As medidas de auto-avaliação incluídas na Decisão contém os
requisitos da HACCP.

A União Européia também decidiu que os planos de HACCP preparados pelos produtores ou
pelos exportadores devem ser verificados por uma autoridade nomeada por ela. Por exemplo, na
Índia, a UE nomeou o Conselho de Inspeção das Exportações, um organismo estatutário vinculado
ao Ministério do Comércio, para verificar os planos de HACCP dos exportadores.

A certificação por terceiros de HACCP, voluntária, existe em vários países europeus e na Austrália,
Nova Zelândia, Brasil e Índia. Também já está se desenvolvendo em alguns países da América
Latina, do Oriente Médio e do sul da Ásia.

a/
Decisão da comissão que determina regras detalhadas para a aplicação da Diretriz do Conselho No. 91/
493/EEC em relação a auto-avaliações sanitárias dos pescados.

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223 05/02/2009, 15:47
224 Gestão da Qualidade na Exportação

7.4 Como a HACCP se encaixa na ISO 9000?

O setor alimentício é fortemente regulado por leis locais, nacionais e internacionais que dizem
respeito à segurança dos alimentos. Os consumidores geralmente se sentem mais confiantes quando
têm evidência de um sistema de gestão da qualidade durante a fabricação de produtos alimentícios
ou de bebidas, além da evidência de uma supervisão pelas autoridades reguladoras do setor.

A família de normas ISO 9000 é de natureza genérica e foi desenvolvida para ajudar organizações
de todos os tipos e tamanhos que desejam implementar e operar um SGQ. Empresas grandes e
pequenas do mundo inteiro que processam ou embalam alimentos implementaram a ISO 9000 e
obtiveram certificação por terceiros, ou seja, por organismos de certificação. Essas empresas
também podem utilizar a HACCP, ou sistemas semelhantes, como parte de seu sistema de garantia
da qualidade. Algumas empresas usam tanto a ISO 9000 quanto a HACCP em um sistema
integrado de gestão da qualidade dos alimentos e da segurança.

A ISO 9000 visa as necessidades e expectativas do consumidor, sendo que uma das expectativas
mais importantes é a segurança dos alimentos. Aplicando-se a HACCP no âmbito de um SGQ da
ISO 9000 pode resultar em um sistema de segurança dos alimentos que é mais eficaz do que
implementar a ISO 9001 ou a HACCP separadamente. Ambos os sistemas enfatizam mais a
prevenção do que a correção de problemas ou de deficiências. Os sete princípios da HACCP
podem ser integrados aos requisitos da ISO 9001:2000, como será explicado abaixo.

A Documentação do SGQ
Quando for preparar a documentação para a ISO 9001 (como manuais da qualidade,
procedimentos do sistema da qualidade, instruções de trabalho, planos da qualidade), leve em
consideração o Princípio 7 da HACCP que determina que se documentem todos os procedimentos
e se arquivem todos os relatórios para assegurar que os requisitos para a segurança dos alimentos
estão integrados ao processo de documentação.

Responsabilidade da administração
Ao definir os requisitos para as responsabilidades da administração (isto é, política da qualidade,
objetivos da qualidade, planejamento, foco no consumidor, comunicação, responsabilidade e
poder de ação), você pode incorporar os requisitos do Princípio 1 (conduzir uma análise dos
riscos), do Princípio 2 (identificar pontos críticos de controle [CCPs]) e do Princípio 4 (estabelecer
um sistema para monitorar os CCPs). Por exemplo:

- Na política da qualidade, enfatize que a empresa está ciente dos problemas na cadeia de produção
de alimentos citando a produção, a higiene e a segurança;

- Leve em consideração o plano de HACCP enquanto estiver planejando o SGQ; e

- Certifique-se de que todos os funcionários estão cientes do papel que desempenham para que a
empresa cumpra a política e os objetivos determinados, além de satisfazer as exigências dos
clientes nos quesitos segurança e qualidade dos alimentos.

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224 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 225

REFERÊNCIAS
Quality Management Systems for the Food Industry, A Guide to ISO 9001/2 (Sistemas de
Gestão da Qualidade para o Setor Alimentício, Um Guia para a ISO 9001/2). Andrew Bolton, ed.
Aspen Publishers. 1996. £ 66,00. ISBN: 07 5140 30 32. Aborda a série de normas ISO 9000:1994,
dando informações sobre o que é necessário para se obter a certificação, além de fornecer outras
fontes de informação, treinamento e auxílio. Descreve as normas, seus significados e como
implementá-las. Fornece um formato básico para um sistema de gestão da qualidade adequado e
como implementá-lo no setor alimentício.
ISO 15161:2001, Guidelines on the application of ISO 9001:2000 for the food and drink
industry (ISO 15161:2001, Diretrizes para a aplicação da ISO 9001:2000 no setor de alimentos
e de bebidas). Organização Internacional para Normalização. CHF1 116,00. ISO, Case postale
56, CH 1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail:
sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também pode ser obtido através dos organismos nacionais
de normalização nos países membros da ISO. Fornece diretrizes para a aplicação da ISO 9001:2000
no setor de alimentos e de bebidas; explica como integrar a HACCP com o SGQ da ISO 9001.

Gestão de recursos
Ao gerenciar recursos para a ISO 9000 (isto é, recursos humanos, infra-estrutura, ambiente de
trabalho e outros serviços), assegure-se que você forneceu os recursos adequados para evitar
acidentes (Princípio 1 da HACCP) e para monitorar o controle dos CCPs (Princípio 4). Por exemplo:

- O projeto e a manutenção da área de trabalho têm um grande impacto na segurança dos


alimentos;

- A manutenção adequada dos equipamentos também pode assegurar que os riscos não afetarão
o processo de produção de alimentos; e

- Condições sanitárias e de higiene adequadas na área de processamento, incluindo a drenagem,


o controle de pragas, a separação dos resíduos, avaliação médica dos funcionários, fornecimento
de roupas adequadas para o trabalho (jalecos, botas, capacetes etc) são essenciais para a produção
de produtos alimentícios.

Processos de concepção do produto


Você pode integrar vários princípios da HACCP aos processos de fabricação de seu produto (isto
é, planejamento, identificação e revisão das necessidades do consumidor, projeto e
desenvolvimento, compra e controles operacionais). Isto inclui o Princípio 1 (identificação de
riscos), Princípio 2 (identificação de CCPs) e Princípio 4 (estabelecimento de um sistema para
monitorar o controle de CCPs). Por exemplo:

- Incorpore o estudo da HACCP e os CCPs aos processos de planejamento da fabricação do produto.

- Identifique usuários e consumidores em potencial para cada produto. Dê maior atenção às


necessidades especiais de determinados grupos de consumidores como bebês, crianças, doentes
e pessoas idosas.

1
CHF – Franco suíço (N. T.).

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225 05/02/2009, 15:47
226 Gestão da Qualidade na Exportação

- Determine as exigências específicas dos consumidores e dos regulamentos tais como limites de
controle para pesticidas, resíduos e metais pesados; métodos de ensaio.

- Faça da segurança dos alimentos o fator mais importante quando desenvolver novos produtos.
Consulte as exigências regulamentares relacionadas ao produto ainda durante a fase de
desenvolvimento.

- Ao adquirir sistemas, verifique a capacidade do fornecedor em manter os limites críticos dentro


dos pontos críticos de controle para matérias primas, equipamentos, materiais de limpeza,
serviços de transporte, serviços de ensaio de laboratórios, armazenamento e distribuição.

- Inclua no seu plano da HACCP a identificação do produto e sua rastreabilidade a cada estágio
de processamento para assegurar o cumprimento dos requisitos legais para o controle da
rastreabilidade da matéria-prima e dos produtos embalados da série/lote.

- Inclua controles identificados em seu plano HACCP para o armazenamento e a entrega de seu produto,
tais como controle para temperatura e umidade, vida útil do produto, higiene e controle de pragas.

- Processos como a pasteurização e esterilização requerem condições de processamento bem


definidas, pessoal treinado, equipamentos e máquinas próprios para reduzir a dependência de
testes aplicados nos produtos finais.

- A verificação dos dispositivos de medição e monitoração no setor alimentício é crucial e pode se


fazer necessário o acesso aos dados de estudos laboratoriais.

Medições, análises e aprimoramento


Ao medir, analisar e aprimorar os processos da ISO 9000, você estará abordando os seguintes
princípios da HACCP: Princípio 3 (estabelecimento de limites críticos), Princípio 4
(estabelecimento de um sistema para monitorar o controle dos CCPs), Princípio 5 (estabelecimento
de medidas corretivas) e Princípio 6 (estabelecimento de procedimentos de verificação para
determinar a eficácia da operação).

- Um plano de monitoração é o objetivo da HACCP. Ele deve incluir o monitoramento do produto, do


processo, dos serviços e dos aspectos ambientais da segurança dos alimentos. Registros de medição
e de monitoração representam a espinha dorsal de um sistema HACCP devidamente documentado,
pois os registros fornecem evidência de que um produto está dentro de limites aceitáveis.

- O princípio norteador da implementação do sistema HACCP é assegurar que os produtos


sejam produzidos de forma segura. Pode-se argumentar que as inspeções feitas ao final de todas
as etapas de produção não contribuem para este princípio. Assim sendo, é extremamente
importante descobrir se os controles identificados e executados surtiram efeito.

HACCP e ISO 9000: sistemas complementares


Os requisitos do SGQ de treinamento, auditoria interna e revisão pela administração garantem
a operação e as medidas do sistema de HACCP por meio de auditorias internas. A revisão periódica
dos resultados das auditorias e de outras informações pela diretoria assegura que o sistema
HACCP continuará a dar os resultados esperados, isto é, o fornecimento de alimentos seguros a
seus consumidores.

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Outros Sistemas de Gerenciamento 227

Os enforques da HACCP e do SGQ da ISO 9000 se complementam. As empresas que ainda não
decidiram estabelecer um SGQ mas já resolveram adotar a HACCP para controlar os requisitos
de segurança dos alimentos são aconselhadas, primeiro, a desenvolver o sistema HACCP e depois
integrarem o sistema ao SGQ quando forem implementar a ISO 9000. As empresas que já
implementaram um SGQ em conformidade com a ISO 9001 podem usar a HACCP para melhorar
o planejamento da qualidade e para incluir assuntos relacionados à segurança dos alimentos, se
isto ainda não tiver sido feito.

Normas nacionais do sistema HACCP


Muitos países desenvolveram normas nacionais para o sistema HACCP e os organismos de
certificação fornecem certificados às empresas que implementam tais normas. Por exemplo, Det
Norske Veritas (DNV), um organismo internacional de certificação, fornece certificados DS 3027,
Requirements of Food Safety according to HACCP (Norma Dinamarquesa DS 3027, Requisitos de
Segurança dos Alimentos de acordo com a HACCP) a Sistemas Acreditados de Gestão da
Segurança dos Alimentos.

O Bureau of Indian Standards (BIS – Bureau Indiano de Normalização) tem dois tipos de
certificação para o setor alimentício, o primeiro somente para o sistema HACCP e o segundo
para um sistema que combina a HACCP e a ISO 9000:

- Certificado de Segurança dos Alimentos de acordo com a Norma Indiana IS 15000:1998, Higiene
Alimentar - Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle (HACCP) - Sistema e Diretrizes para
a sua Aplicação.

- O Certificado de Sistema de Gestão da Qualidade baseado na HACCP fornece dois certificados


com uma única auditoria: um certificado de sistema de qualidade da Norma Indiana IS/ISO 9000
e um certificado HACCP da IS 15000:1998 (veja texto acima).

No Brasil, a certificação de sistemas de gestão da qualidade com base na HACCP é realizada


sobre a norma NBR ISSO 14900/2002.

REFERÊNCIAS
ISO 9001:2000, Quality management systems - Requirements (ISO 9001:2000, Sistemas
de gestão da qualidade - Requisitos). Organização Internacional para Normalização. ISO, Case
postale 56, CH 1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail:
sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também está disponível através dos organismos nacionais
de normalização em países membros da ISO. Esta norma especifica os requisitos para um sistema de
gestão da qualidade quando uma organização precisa demonstrar sua habilidade em fornecer produtos
que preencham as necessidades dos clientes e as exigências regulamentares, além de procurar
incrementar a satisfação do cliente.
Det Norske Veritas (DNV). Internet: www.dnv.com. Fornece detalhes sobre os serviços de
certificação do DNV relativos ao sistema HACCP e ao Sistema de Gestão da Segurança dos
Alimentos. E-mail: certification@dnv.com.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


227 05/02/2009, 15:47
228 Gestão da Qualidade na Exportação

7.5 Como a HACCP é implementada e que medidas as PMEs


podem tomar para reduzi-la?

A Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP - Análise de Riscos e Pontos Críticos de
Controle) é um sistema que ajuda as organizações a identificar riscos potenciais à segurança dos
alimentos através de toda a cadeia de fornecimento dos mesmos e também ajuda na tomada de
medidas preventivas para controlá-los. A HACCP enfoca a prevenção dos riscos e a não dependência
de testes feitos no produto final. A seqüência de 12 passos dada abaixo, descritos nas diretrizes
fornecidas pelo Comitê de Códigos para a Higiene dos Alimentos (Codex Committee on Food
Hygiene), é a abordagem recomendada para o desenvolvimento de um programa de HACCP.

Passo 1: Forme uma equipe de HACCP


Forme uma equipe multidisciplinar constituída por representantes dos departamentos de
produção, serviços de limpeza, controle da qualidade e microbiologia dos alimentos. Cada
membro da equipe deve ser designado para um ponto específico da cadeia de produção a ser
coberta pelo sistema HACCP e deve ser responsável pelo desenvolvimento do sistema conforme
descrito abaixo, no passo 2. A administração deve dar apoio total à equipe. Se a empresa não
tiver alguém com as credenciais necessárias, deve usar um consultor para auxiliar a equipe.

Passo 2: Descreva o produto


Faça uma descrição detalhada do produto para o qual o plano HACCP está sendo desenvolvido.
Isto deve incluir a composição do produto, sua estrutura, as condições de processamento,
embalagem, armazenamento e distribuição, o prazo de validade e as instruções para seu uso.

Passo 3: Identifique para o que serve o produto


Identifique, para o consumidor final, para que serve o produto. Você deve determinar onde o
produto será vendido assim como o público alvo (isto é, cozinhas institucionais, casas de repouso
para idosos e hospitais).

Passo 4: Construa um fluxograma


Você deve examinar o produto/processo de produção e construir um fluxograma no qual deve
basear o estudo para a HACCP. Independente do formato que você escolher, estude todas as
etapas do processo – incluindo os atrasos que possam ocorrer durante ou entre cada etapa, desde
o recebimento da matéria-prima até a comercialização do produto final – de forma seqüencial, e
as apresente em um fluxograma contendo suficiente informação técnica. Você também pode
querer abordar, neste fluxograma, o movimento de matéria-prima, dos produtos, dos resíduos;
o local de trabalho; a disposição dos equipamentos; o armazenamento e a distribuição do produto
e as mudanças ou alterações na equipe de funcionários.

Passo 5: Confirmação local do fluxograma


A equipe HACCP deve comparar a operação de processamento com o fluxograma em todas as
etapas e em todas as horas da operação e corrigi-lo se necessário.

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Outros Sistemas de Gerenciamento 229

REFERÊNCIAS
‘Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) system and guidelines for its
application.’ Annex. Em Recommended International Code of Practice of General
Principles of Food Hygiene. CAC/RCP 1-1969, Rev. 3. 1997. Codex Alimentarius Commission,
Viale delle Terme di Caracalla, 00100 Roma, Itália, Tel.: 39 6 5705 1, Fax: 39 6 5705 4593, E-
mail: CODEX@FAO.org, Internet: www.codexalimentarius.net (selecione The Codex
Alimentarius: Standards, depois Food Hygiene Basic Texts). Define os termos usados na
HACCP; descreve seus sete princípios e os 12 passos para a aplicação da HACCP; fornece um
diagrama de decisões para identificar os pontos críticos de controle.

Passo 6: Faça uma lista de todos os riscos em potencial em cada etapa,


conduza uma análise dos perigos e pense nas medidas que podem
controlar os riscos (análise de riscos)
Usando o fluxograma, a equipe deve fazer uma lista de todos os riscos - biológicos, químicos ou
físicos - que podem ocorrer em cada etapa do processo e descrever as medidas preventivas que
podem ser usadas para controlá-los. Entre elas incluem-se o uso de cortinas de ar; a lavagem de
mãos e pés antes do ingresso nas áreas de processamento; o uso de toucas; a aplicação de boas
práticas de produção (GMP, Good Manufacturing Practices), procedimentos operacionais
padronizados (SOP, Standard Operating Procedures) ou procedimentos operacionais
padronizados para serviços de limpeza (SSOP, Sanitation Standard Operating Procedures).

Passo 7: Determine os pontos críticos de controle (CCPs)


Você pode usar um diagrama contendo ‘sim’ ou ‘não’ para auxiliá-lo a identificar os CCPs. Ao
utilizar este diagrama, você deve ser flexível e usar o bom senso para evitar, sempre que possível,
pontos de controle desnecessários durante o processo de fabricação. Se identificar riscos em uma
etapa em que o controle é necessário para garantir a segurança e não existem medidas preventivas
naquela etapa, faça uma modificação naquela etapa, em uma etapa anterior ou posterior para
que seja incluída a medida preventiva. Em um abatedouro, por exemplo, cobrir as peças de carne
com um pano desinfetado para prevenir contaminação causada por moscas representa uma
medida preventiva neste estágio. Isto substitui uma medida preventiva subseqüente, p.e., lavar
a carne preparada, pois não será possível desinfetar a carne no estágio posterior, ou seja, durante
a operação de corte.

Passo 8: Estabeleça limites críticos para cada CCP


Você deve estabelecer limites críticos para cada CCP. Eles normalmente são desenvolvidos a
partir de especificações estabelecidas pelas leis nacionais que regem o setor alimentício ou por
normas nacionais ou internacionais (por exemplo, nível de umidade no leite em pó ou pH e limite
de cloro na água potável). Quando os limites não são baseados em normas regulamentares ou
guias aprovados de práticas adequadas de fabricação, a equipe HACCP deve verificar a
conformidade dos limites em relação ao controle dos riscos de pontos críticos identificados.

Passo 9: Estabeleça um sistema de monitoração em cada CCP


Monitorar significa fazer uma medição ou uma observação de um CCP em um momento
preestabelecido para determinar sua conformidade com os limites críticos. Os procedimentos de
monitoração devem ser capazes de determinar se houve perda do controle no CCP (isto é, controle

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230 Gestão da Qualidade na Exportação

inapropriado da temperatura que pode causar alterações no funcionamento de uma unidade de


pasteurização de uma fábrica de processamento de leite). O monitoramento dos CCPs deve ser feito
rapidamente pois os processos posteriores são encadeados e normalmente não sobra tempo suficiente
para testes analíticos prolongados. Dê preferência às medições químicas e físicas pois podem ser
feitas rapidamente e freqüentemente indicam a eficácia do controle microbiológico do produto.

O programa de observações e medições deve ser capaz de identificar adequadamente em cada


ponto crítico:

- Quem deve fazer a monitorização e a verificação;

- Quando a monitorização e a verificação devem ser feitas; e

- Como a monitorização e a verificação devem ser feitas.

Todos os registros e documentos relativos à monitorização dos CCPs devem ser assinados pela(s)
pessoa(s) responsável(eis) pelo procedimento e por um revisor ou revisores da empresa.

Passo 10: Estabeleça ações corretivas


A equipe de HACCP deve desenvolver ações corretivas específicas e documentá-las no plano da
HACCP para cada CCP no sistema para que qualquer desvio possa ser abordado corretamente.
Tais ações corretivas devem incluir:

- Identificação apropriada da(s) pessoa(s) responsável(eis) por implementar a ação corretiva;

- As ações necessárias para corrigir os desvios observados;

- Ações que devem ser tomadas com relação aos produtos elaborados no período em que o
processo não estava sob controle; e

- A elaboração de relatórios sobre as medidas tomadas.

As medidas tomadas devem assegurar, por exemplo, que o CCP foi controlado, que os
procedimentos ou condições que criaram o descontrole da situação foram corrigidos e que os
alimentos afetados serão eliminados de maneira adequada.

Passo 11: Estabeleça procedimentos de verificação


Desenvolva um procedimento de verificação para assegurar que o sistema HACCP está
funcionando corretamente. Tal procedimento deve incluir a freqüência da verificação, que deve
ser feita por uma pessoa responsável e independente. Exemplos de verificação incluem métodos
de auditoria, amostragem aleatória e análise.

Passo 12: Estabeleça um método adequado de documentação e arquivamento


O sistema HACCP requer uma documentação exata e um método de arquivamento adequado.
Por exemplo, a análise de riscos e os CCPs que foram identificados e seus limites (incluindo as
revisões, se existirem) devem ser documentados; relatórios de monitorização dos CCPs; relatórios
sobre os desvios encontrados e as ações corretivas que foram tomadas.

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230 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 231

Custos normais de implementação


Quando as empresas implementam um sistema HACCP, geralmente têm que fazer modificações
nas áreas de transporte de material, eliminação de resíduos, sistema de abastecimento de água,
controle de pragas, restrição à circulação nas áreas de processamento, instalação de cortinas de
ar e controle da temperatura nas áreas de processamento, caso a análise de riscos demonstre que
estas mudanças são necessárias. O custo total da implementação da HACCP depende das
condições prévias das instalações sanitárias e de higiene. Nas empresas em que as medidas
preventivas identificadas durante a análise de riscos não necessitem de equipamento adicional
ou modificação nas instalações da fábrica, o custo da implementação do programa estará
relacionado aos custos de treinamento, do desenvolvimento dos planos e manuais da HACCP e
da contratação de consultores (se necessário). Se a empresa decidir obter de terceiros uma
certificação para seu sistema de HACCP, este custo adicional deve ser levado em consideração.

Medidas de economia
Para se implementar a HACCP de forma econômica, recomenda-se às PMEs que seu pessoal
desenvolva o conhecimento necessário para preparar os planos da HACCP e outros
procedimentos do sistema. Este conhecimento pode ser adquirido por meio de treinamento. Se
for necessário, pode-se contratar por um período determinado um especialista em alimentos
com experiência em GMP (formas adequadas de produção) e em sistemas de HACCP. O especialista
também pode treinar os funcionários da empresa.

Para diminuir os gastos, você pode incorporar o sistema de HACCP a outros sistemas de gestão
da qualidade que já tenham sido implementados, como a ISO 9001 (veja pergunta 83). Ao integrar
os sistemas, os custos de auditorias internas periódicas e da certificação por terceiros podem ser
reduzidos.

REFERÊNCIAS
Quality Control for the Food Industry: An Introductory Handbook (Controle da Qualidade
para o Setor Alimentício : Um Guia Introdutório). International Trade Centre. 1993. Palais des
Nations, CH 1211, Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail:
itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Estuda a aplicação do conceito do controle da
qualidade no setor alimentício; enfoca a característica de qualidade dos alimentos e modos de
aferição, imperfeições nos alimentos e testes padrões para avaliar a qualidade. Também contém
listas selecionadas de normas internacionais e regionais para produtos alimentícios e de instituições
internacionais, regionais e nacionais que lidam com a normalização e os aspectos de controle da
qualidade desses produtos.

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231 05/02/2009, 15:47
232 Gestão da Qualidade na Exportação

7.6 O que é a ISO 14000? Ela pode ser aplicada tanto a setores
de manufatura quanto de serviços?

A ISO 14000 é uma família de normas internacionais de gestão ambiental de observância


voluntária.

Histórico
Durante a Eco 92 no Rio de Janeiro, o Conselho do Comércio para o Desenvolvimento Sustentável
sugeriu que a ISO, que já havia desenvolvido normas para a qualidade do ar, da água e do solo,
desenvolvesse uma série de normas internacionais sobre o desempenho ambiental baseado no
conceito de desenvolvimento sustentável. Em 1993, a ISO lançou o Comitê Técnico ISO/TC 207
sobre Gestão Ambiental para desenvolver normas internacionais para as ferramentas e os
sistemas de gestão ambiental. As normas resultantes são conhecidas como série de normas da
ISO 14000.

Filosofia da ISO 14000


No âmbito internacional, os mecanismos que regulam os problemas ambientais têm passado
por um processo evolutivo. De um lado estão os mecanismos de comando-e-controle, com agências
reguladoras fazendo valer a legislação e impondo penas severas para as transgressões das
mesmas. Do outro lado está o auto-regulamento: as organizações fornecem evidência de sua
conformidade ambiental, o que leva as agências reguladoras a relaxarem seu controle. O co-
regulamento está entre estes dois extremos, com as agências reguladoras e as organizações
trabalhando juntas para atingir o resultado que for o mais benéfico para todos os envolvidos em
relação ao meio ambiente. As organizações que implementam os sistemas de gestão ambiental
(EMS, Environmental Management Systems) encorajam o desenvolvimento deste relacionamento
de co-regulamento.

A série de normas ISO 14000 representa uma nova abordagem da proteção ambiental. Ela desafia
as organizações a:

- Fazer uma avaliação do impacto que causam ao meio ambiente;

- Estabelecer seus próprios objetivos e alvos;

- Se comprometer a implementar processos eficazes e confiáveis, prevenir a poluição e buscar


constantemente o aprimoramento de suas ações; e

- Incluir todos os funcionários e administradores em um sistema em que todos recebam as


informações apropriadas e dividam a responsabilidade pelo desempenho da organização em
relação ao meio ambiente.

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Outros Sistemas de Gerenciamento 233

REFERÊNCIAS
Technical Committee ISO/TC 207 on Environmental Management (Comitê Técnico ISO/
TC 207 sobre Gestão Ambiental). Internet: www.tc207.org. Fornece informações sobre a estrutura
e as atividades do Comitê e sobre as normas da série ISO 14000.

As normas da série ISO 14000 podem ser divididas em dois grupos principais:

- Normas voltadas para as organizações, que fornecem diretrizes abrangentes para estabelecer, manter
e avaliar o sistema de gestão ambiental (SGA); e

- Normas voltadas para os produtos, que abordam o impacto ambiental dos produtos durante seu
ciclo de vida e os selos e as declarações ambientais.

A ISO 14001, Environmental Management Systems - Specifications with guidance for use (Sistemas de
Gestão ambiental - Especificações e diretrizes de uso), é o documento que rege a certificação. A
ISO 14004, Environmental Management Systems - General guidelines on principles, systems and supporting
techniques (Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre os princípios, os sistemas e as
técnicas de apoio), é o documento contendo as diretrizes para a implementação do SGA.

A estrutura da série ISO 14000


A estrutura da série de normas da família ISO 14000 está esquematizada na figura abaixo.

Diretrizes para Especificações Avaliação do


as auditorias do SGA ciclo de vida
ISO 14010 ISO 14001 ISO 14040
ISO 14011 ISO 14041
ISO 14012

Diretrizes para Guia do SGA Selo ambiental


avaliar o ISO 14004 ISO 14020
desempenho ambiental ISO 14021
ISO 14031 ISO 14024

Termos e definições ISO 14050

Aspectos ambientais das


Para ser usado por qualquer agente
normas para produtos
responsável pela definição de normas
Guia ISO/IEC 64

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233 05/02/2009, 15:47
234 Gestão da Qualidade na Exportação

Normas e guias da família ISO 14000


As normas e os guias estão enumerados abaixo:

- Guia ISO 64:1997, Guia para a inclusão de aspectos ambientais nas normas para produtos (Guide for the
inclusion of environmental aspects in product standards);

- ISO 14001:1996, Sistemas de gestão ambiental - Especificações e diretrizes de uso (Environmental management
systems - Specification with guidance for use);

- ISO 14004:1996, Sistemas de gestão ambiental - Diretrizes gerais sobre os princípios, os sistemas e as técnicas
de apoio (Environmental management systems - General guidelines on principles, systems and supporting
techniques);

- ISO 14010:1996, Diretrizes para auditoria ambiental - Princípios gerais (Guidelines for environmental auditing
- General principles);

- ISO 14011:1996, Diretrizes para a auditoria ambiental - Procedimentos para a auditoria - Auditoria de sistemas
de gestão ambiental (Guidelines for environmental auditing - Audit procedures - Auditing of environmental
management systems);

- ISO 14012:1996, Diretrizes para a auditoria ambiental - Critérios de qualificação de auditores ambientais
(Guidelines for environmental auditing - Qualification criteria for environmental auditors);

- ISO 14020:2000, Selos e declarações ambientais - Princípios gerais (Environmental labels and declarations -
General principles);

- ISO 14021:1999, Selos e declarações ambientais - Declarações ambientais em causa própria (Selo ambiental do
tipo II) [Environmental labels and declarations - Self-declared environmental claims (Type II environmental
labelling)];

- ISO 14024:1999, Selos e declarações ambientais - Selo ambiental do tipo I - Princípios e procedimentos
(Environmental labels and declarations - Type I environmental labelling - Principles and procedures);

- ISO/TR 14025:2000, Selos e declarações ambientais - Declarações ambientais do tipo III (Environmental labels
and declarations - Type III environmental declarations);

- ISO 14031:1999, Gestão ambiental - Avaliação do desempenho ambiental - Diretrizes (Environmental


management - Environmental performance evaluation - Guidelines);

- ISO/TR 14032:1999, Gestão ambiental - Exemplos de avaliação do desempenho ambiental [Environmental


management - Examples of environmental performance evaluation (EPE)];

- ISO 14040:1997, Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura (Environmental
management - Life cycle assessment - Principles and framework);

- ISO 14041:1998, Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Definição dos objetivos e da finalidade e
análise de estoque (Environmental management - Life cycle assessment - Goal and scope definition and inventory
analysis);

- ISO 14042:2000, Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Avaliação do impacto no ciclo de vida
(Environmental management - Life cycle assessment - Life cycle impact assessment);

- ISO 14043:2000, Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Interpretação do ciclo de vida (Environmental
management - Life cycle assessment - Life cycle interpretation);

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234 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 235

- ISO/TR 14049:2000, Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Exemplos da aplicação da ISO 14041 às
definições dos objetivos e finalidade e à análise de estoque (Environmental management - Life cycle assessment -
Examples of application of ISO 14041 to goal and scope definition and inventory analysis);

- ISO 14050:1998, Gestão ambiental - Vocabulário (Environmental management - Vocabulary);

- ISO/TR 14061:1998, Informações para auxiliar as organizações florestais a usar as normas do sistema de
Gestão Ambiental da ISO 14001 e ISO 14004 (Information to assist forestry organizations in the use of
Environmental Management System standards ISO 14001 and ISO 14004).

O que é o sistema de gestão ambiental (SGA)?


O sistema de gestão ambiental (SGA) faz parte do sistema geral de gerenciamento de uma
empresa. É usado para desenvolver a política ambiental da empresa e para assegurar que seja
cumprida. Um SGA fornece a estrutura básica para ajudar a empresa a identificar os aspectos de
seu negócio que têm um impacto significativo no meio ambiente, a determinar os objetivos e as
formas de minimizar este impacto, a desenvolver programas para atingir tais objetivos e outras
medidas de controle operacional para assegurar o cumprimento de sua política ambiental.

A quem se aplica a ISO 14000?


A ISO 14000 é um conjunto de requisitos gerais para o sistema de gestão ambiental que pode ser
aplicado a todos os tipos e tamanhos de empresas, além de se adaptar às mais variadas condições
geográficas, culturais e sociais. O sistema beneficia tanto o setor industrial quanto o de serviços,
já que todos os tipos de atividades têm algum impacto ambiental.

Os serviços de transporte, por exemplo, poderiam usar menos gasolina, motores mais eficientes
e bem regulados e utilizar rotas mais eficientes.

Apesar de ser menos provável que empresas do ramo de serviços possam gerar poluição
diretamente, elas podem utilizar os requisitos do SGA para orientá-las a usar recursos como a
água, eletricidade e papel com mais eficiência. As empresas do ramo de serviços que produzem
resíduos como papel, peças sobressalentes danificadas e detergentes originários das operações
de manutenção, podem implementar o SGA para gerenciar seu lixo com mais eficiência, o que
inclui também a reciclagem.

REFERÊNCIAS
‘Weighing up environmental management performance evaluation (EPE)’ (Considerações
acerca do uso da avaliação do desempenho da gestão ambiental). Dorothy Bowers e Steven Cornish.
Em ISO Bulletin, janeiro de 2000. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH
1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947. E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. A EPE é um sistema de gerenciamento interno que fornece informações
para facilitar as decisões da diretoria sobre o desempenho da gestão da empresa.

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235 05/02/2009, 15:47
236 Gestão da Qualidade na Exportação

7.7 Como a ISO 14000 pode ajudar as PMEs a aumentar a


aceitação dos produtos que exportam?

A implementação de um sistema de gestão ambiental (SGA) ajudará a empresa a ganhar a


confiança de terceiros (clientes, funcionários, acionistas, fornecedores, autoridades, empresas de
seguro, instituições financeiras, comunidade) no que se refere aos seguintes fatos:

- A empresa dá mais importância à prevenção da poluição do meio ambiente do que às medidas


corretivas (limpar os estragos causados); e

- Pode fornecer provas do cumprimento da legislação vigente.

Os benefícios que as PMEs podem ter ao implementar um SGA incluem:

- A adoção de um processo de aprimoramento continuado (esta é uma característica única da ISO


14000);

- O aprimoramento do desempenho ambiental;

- A adoção de um enfoque preventivo para garantir o cumprimento de requisitos estatutários e


outros que se aplicam à empresa;

- A prevenção da poluição do meio ambiente ao economizar recursos como eletricidade, água, carvão;

- O aumento da eficiência operacional;

- A melhoria do ânimo dos funcionários devido a um ambiente de trabalho seguro;

- Maior credibilidade junto aos acionistas;

- Maior competitividade;

- Melhor imagem junto ao público, às autoridades, aos acionistas, aos investidores etc; e

- Mais consciência e responsabilidade por parte dos funcionários em relação às conseqüências


ambientais de suas atividades.

As organizações e os consumidores estão baseando suas decisões de compra de serviços e


mercadorias não só na qualidade e no preço, mas cada vez mais em critérios que levam em
consideração os aspectos ambientais. Muitas empresas esperam que seus fornecedores adotem
uma atitude mais responsável em relação ao meio ambiente. Esta nova visão empresarial tem
levado, muitas vezes, à exigência de que os fornecedores demonstrem a implementação de uma
política ambiental e/ou um SGA certificado.

REFERÊNCIAS
Manual 10: Environmental Management and ISO 14000 (Manual 10: Gestão Ambiental e
a ISO 14000). Organização Internacional para Normalização. 2001. CHF 44,00. ISO, Case
postale 56, CH 1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947. E-mail:
sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também pode ser obtido através dos organismos nacionais
de normalização de países membros da ISO.

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236 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 237

The Bottom Line: How to Build a Business Case for ISO 14001 (O Ponto Principal: Como
Construir um Histórico Comercial para a ISO 14001). Pam Parry. St. Lucie Press. 1999. US$
39,95. CRC Press LLC, 2000 NW Corporate Blvd, Boca Raton, Flórida 33431, Estados Unidos.
Discute o papel do SGA na mudança da cultura corporativa, na redução de resíduos, melhoria da
imagem, assistência legal, seguro e outras reduções de custos. Apresenta histórias de conservação
de recursos e redução de resíduos que demonstram o benefício do SGA da ISO 14000.
Eco-labelling and Other Environmental Quality Requirements in Textile and Clothing:
Implications for Developing Countries (Selo Ambiental e Outras Exigências de Qualidade
Ambiental na Indústria Têxtil e de Roupas: Implicações para os Países em Desenvolvimento).
International Trade Centre. 1996. ITC, Palais de Nations, CH-1211 Genebra, Suíça, Tel.: 41 22
730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Apresenta
12 artigos que foram discutidos em um workshop do ITC sobre projetos para obtenção do selo
ambiental aplicáveis aos países em desenvolvimento e ao comércio de produtos têxtis e de roupas.

Em outras palavras, as organizações estão despertando para o fato de que uma boa gestão da
qualidade equivale a uma gestão comercial da qualidade. Para que possam preencher este requisito
ditado pelo mercado, as empresas estão conduzindo, voluntariamente, revisões e auditorias
internas ou contratando consultores para avaliar seu desempenho ambiental. Porém tal atitude
pode não ser suficiente para assegurar as empresas de que seu desempenho ambiental preenche
e continuará a preencher os requisitos legais e políticos. As PMEs, ao demonstrar que
implementaram um SGA da ISO 14000, podem garantir aos interessados, incluindo os
importadores, que possuem um SGA apropriado.

O SGA da ISO 14000 dá às PMEs a oportunidade de competir no mesmo nível com as grandes
empresas, inclusive as multinacionais, pois as mesmas normas são aplicáveis a todas as empresas,
independente do tipo e tamanho.

A utilização criteriosa de matéria-prima e energia é um dos benefícios derivados da


implementação do SGA da ISO 14000, resultando em um melhor controle de gastos e ajudando as
PMEs a serem mais competitivas em relação ao preço de sua mercadoria/serviço. Por exemplo,
uma empresa com 900 funcionários que produz produtos derivados da borracha para uso
automotivo, segurança e instalações elétricas reduziu seu gasto anual de água de 1,4 bilhões de
litros para 90 milhões de litros e o consumo de eletricidade em mais de 1,5 milhões de kilowatt/
hora após implementar um SGA. Isto resultou em uma economia de US$ 2 milhões ao ano.

Uma pesquisa feita em 1996 com 500 empresas européias que haviam implementado um SGA
mostrou que 80% desses empresas acharam a implementação economicamente vantajosa. Mais
de 60% disseram que tiveram um retorno de seu investimento em menos de 12 meses.

REFERÊNCIAS
‘Opportunities and obstacles for ISO 14001 in public policy and commerce’
(Oportunidades e obstáculos para a ISO 14001 na política pública e no comércio) e ‘Phillipines
trade and industry turn to ISO 14000 to ease environmental concerns and enhance the
bottom line’ (O comércio e a indústria da Filipinas adotam a ISO 14000 para diminuir as
preocupações ambientais e dar mais ênfase aos negócios). Em ISO 9000 e ISO 14000 News,
novembro/dezembro de 2000. Bimestral. Assinatura anual: CHF 384,000. ISO, Case postale 56,
CH 1211, Genebra 20, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org,
Internet: www.iso.org. Também pode ser obtido nos organismos nacionais de normalização dos

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237 05/02/2009, 15:47
238 Gestão da Qualidade na Exportação

países membros da ISO. O primeiro artigo é um sumário de um estudo feito nos Estado Unidos para
avaliar os benefícios e as limitações da ISO 14001 do ponto de vista do interesse público (os
detalhes estão disponíveis no site www.pacint.org). O segundo artigo conta a experiência de
organizações nas Filipinas que receberam a certificação ISO 14000 recentemente e relataram os
efeitos benéficos da implementação do SGA.

7.8 É necessário ter a melhor tecnologia de controle da poluição


para implementar a ISO 14000?

O sistema de gestão ambiental da ISO 14001 exige que a empresa estabeleça e implemente uma
política ambiental comprometida com o cumprimento da legislação ambiental, como o
aprimoramento continuado e prevenção da poluição do meio ambiente. As normas não
estabelecem requisitos absolutos para o desempenho ambiental e não obrigam a empresa a
atingir um nível zero de emissão de poluentes.

Para implementar um SGA da ISO 14000, a tecnologia de controle da poluição que a empresa
precisa ter depende de fatores tais como:

- A natureza do processo de produção;

- As características do(s) poluente(s) gerado(s) por esse processo; e

- A legislação que rege a liberação de poluentes no ar, na água e no solo.

As PMEs que não geram poluentes líquidos nem poluem o ar (p.e., porque não queimam óleo,
carvão ou outro combustível que libere substâncias gasosas) não precisarão investir em
tecnologia de controle da poluição do ar. As empresas cujos processos de produção geram resíduos
sólidos (por exemplo, restos de plástico, de ferro ou de outros materiais) ou materiais como
substâncias oleosas durante a manutenção do seu equipamento, precisam assegurar que a
manipulação, depósito e eliminação sejam feitos de maneira apropriada.

Se a quantidade de poluentes eliminados pela empresa não estiver dentro dos limites da legislação
ou do regulamento vigente porque não possui a tecnologia apropriada ela precisará, então,
adquirir tal tecnologia. Para tanto, a tecnologia mais cara pode não ser a melhor ou a mais
apropriada para o que se propõe a empresa.

Por exemplo, o uso de geradores à base de diesel como uma fonte alternativa de energia produz
poluentes que podem ser controlados com o uso de técnicas simples como o aumento da altura
do cano de exaustão e a instalação de um silenciador. Mantendo o gerador ajustado
adequadamente, os usuários podem economizar combustível e ao mesmo tempo reduzir a
poluição do ar. Outro exemplo é a coleta de gases ácidos produzidos pelo processamento de
níquel ou de crômio usando-se a tubulação apropriada e exaustores, depois passando os gases
através de um meio de absorção (solução de óxido de cálcio) antes de eliminá-los no meio ambiente.
Tais técnicas não requerem grandes investimentos financeiros.

Tendo um melhor controle do consumo de água, eletricidade, combustível e matéria-prima, as


empresas demonstram estar empenhadas em proteger o meio ambiente. Pode-se diminuir o
consumo de tais recursos mesmo sem investir em tecnologias muito caras. Exemplos das medidas
a serem tomadas incluem o fornecimento de informações aos funcionários para que eles estejam

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238 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 239

conscientes de como a economia de recursos pode proteger o meio ambiente, a instalação de mais
interruptores e cronômetros e a instrução para que eles apaguem as luzes ao sair de uma sala e
desliguem as máquinas quando estas não estiverem sendo utilizadas.

Muitas empresas que implementaram um SGA fizeram uma economia substancial reciclando
componentes, água e vapor; retirando calor da água e dos resíduos líquidos antes de serem
eliminados; separando e reciclando o lixo e resíduos e reduzindo a água/energia usadas por
unidade de produção. Por exemplo, o Laboratório de Pesquisa da Hitachi (com 1.300 funcionários),
que implementou o SGA da ISO 14001, economizou US$ 60.000 ao ano simplesmente fazendo
com que os funcionários desligassem as luzes durante o período em que estivessem almoçando.

REFERÊNCIAS
The Bottom Line: How to Build a Business Case for ISO 14001. Pam Perry. St. Lucie Press.
1999. CRC Press LLC, 2000 NW Corporate Blvd, Boca Raton, Flórida 33431, Estados Unidos,
US$ 39,95. Discute o papel do SGA na mudança da cultura corporativa, redução de resíduos,
melhoria da imagem, assistência legal, seguros e outras reduções de custos. Apresenta histórias
sobre a implementação bem sucedida do SGA da ISO 14000. O Capítulo 3, que aborda a diminuição
dos resíduos, traz histórias de empresas que se beneficiaram enormemente do SGA usando medidas
simples como desligar as luzes quando não são necessárias e utilizando um sistema aprimorado
para encomendar substâncias químicas e outros produtos.
‘Zeta Industries pioneers ISO 14001 certification in Lebanon’ (As Indústrias Zeta são as
primeiras a obter a ISO 14001 no Líbano). Em ISO 9000 e ISO 14000 News, julho/agosto de
2000. Bimestral. Assinatura anual: CHF 384,00. ISO, Case postale 56, CH 1211, Genebra 20,
Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 749 0947, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.
Esta empresa implementou um SGA e usou métodos simples como substituir o CFC
(clorofluorocarboneto) com materiais mais seguros para o meio ambiente e controlando seu consumo
mensal de água, energia e materiais, além de aplicar outros métodos de controle.

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239 05/02/2009, 15:47
240 Gestão da Qualidade na Exportação

7.9 Como o SGA da ISO 14000 pode ser integrado ao SGQ da


ISO 9000?

Tanto a ISO 9001 quanto a ISO 14001 abordam sistemas de gestão que são partes integrantes do
gerenciamento geral de uma empresa. O objetivo dos dois sistemas é contribuir para a melhoria
do desempenho comercial de uma empresa. A ISO 9001 procura aumentar a satisfação do cliente
ao atender suas necessidades; a ISO 14001 aborda as necessidades de uma grande variedade de
interessados (incluindo os clientes) e as necessidades crescentes da população em proteger o
meio ambiente.

A revisão da ISO 9001 feita em dezembro de 2000 aumentou a compatibilidade de seu sistema de
gestão da qualidade (SGQ) com o sistema de gestão ambiental (SGA) da ISO 14001. As normas
têm muitos pontos em comum que podem ser facilmente utilizados para integrar o SGA com o
SGQ de uma empresa, como pode ser visto abaixo.

Documentação
Ambas as normas requerem o desenvolvimento de documentação apropriada para abordar os
requisitos. Um método que pode ser usado para integrar essa documentação é o desenvolvimento
de manuais separados para cada política, mas preparando processos de documentação conjunta
para os vários requisitos do SGQ e do SGA. Por exemplo, pode-se usar a seguinte documentação
para os procedimentos dos sistemas de gestão:

- Procedimentos para controle dos documentos: aprovação, emissão, revisão, disponibilidade,


identificação de obsolescência (de manuais, procedimentos, legislação, contratos com clientes,
características dos produtos, parâmetros dos processos, controles operacionais, métodos de
ensaio e instruções de trabalho).

- Procedimentos para controle de relatórios que comprovam a eficácia da operação dos sistemas:
sua identificação, arquivamento, proteção, recuperação, períodos de retenção.

- Procedimentos para planejar, organizar, conduzir, relatar e acompanhar as auditorias internas


de ambos os sistemas; e

- Procedimentos para identificar e implementar ações corretivas e preventivas quando necessário.

REFERÊNCIAS
Environmental and Quality Systems Integration (Integração dos Sistemas de Gestão
Ambiental e da Qualidade). William C. Culley. Lewis Publishers, Inc. 1999. ISBN 1566702887.
US$ 64,95. CRC Press LLC, 2000 NW Corporate Blvd, Boca Raton, Flórida 33431, Estados
Unidos, Tel.: 1 561 994 0555, Fax: 1 561 989 9732, E-mail: orders@crcpress.com, Internet:
www.crcpress.com/us. As empresas precisam fazer mais gastando menos enquanto mantêm seu
objetivo comercial e aumentam a lucratividade. Devido aos requisitos e procedimentos de auditoria
semelhantes entre os sistemas de gestão da ISO 14000 e da ISO 9000, eles são bons candidatos à
integração. Fornece instruções passo-a-passo para as empresas interessadas em reduzir os custos e
integrar seus sistemas.

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240 05/02/2009, 15:47
Outros Sistemas de Gerenciamento 241

Responsabilidade da administração
Ambas as normas requerem o compromisso dos altos escalões da empresa em estabelecer e
implementar os sistemas de gestão. Os seguintes tópicos podem ser abordados em conjunto:

- Definir as políticas da qualidade e ambiental;

- Determinar os objetivos da qualidade e do meio ambiente;

- Planejar a implementação dos sistemas e como alcançar os objetivos;

- Definir a estrutura e as responsabilidades dos funcionários em todas as funções e níveis;

- Atender às necessidades dos clientes e cumprir os requisitos legais e outros existentes;

- Comunicar, de forma eficaz, as necessidades do sistema aos funcionários;

- A diretoria deve revisar periodicamente a eficácia do sistema; e

- Indicar um representante(s) da administração para garantir o estabelecimento, a implementação


e a manutenção dos sistemas e relatar seu desempenho à diretoria.

Gerenciamento de recursos
Os dois sistemas necessitam de recursos, incluindo recursos humanos, para implementar a
política e atingir os objetivos da organização. Requisitos como a competência, conhecimento dos
sistemas e treinamento são comuns às duas normas. Eles asseguram a competência dos
funcionários através de instrução, treinamento e experiência adequada, e cuja função/cargo
afeta a qualidade do produto e/ou tem um impacto ambiental importante.

Concepção do produto
O SGQ da ISO 9001 aborda, separadamente, vários processos de concepção do produto, isto é,
planejamento da concepção do produto, processos relacionados ao cliente, projeto e
desenvolvimento, compra de matéria-prima e produção e assistência após a entrega. Nestes
processos, a identificação e/ou controle operacional de aspectos ambientais importantes podem
ser integrados.

- Quando os requisitos do produto estão sendo finalizados com o cliente, deve-se determinar o
desempenho ambiental que se espera do produto.

- Quando as informações para o projeto e para o desenvolvimento do produto estão sendo


organizadas, também se deve levar em consideração os requisitos ambientais estatutários e
regulamentares.

- Quando se estiver avaliando e selecionando os fornecedores, deve-se levar em conta a capacidade


para fornecer produtos dentro das exigências ambientais da empresa. Além disso, os fornecedores/
empreiteiros devem ser notificados da necessidade de implementar os procedimentos da empresa
que se relacionam a determinados aspectos ambientais importantes que podem ter um impacto
sobre as mercadorias ou serviços fornecidos.

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241 05/02/2009, 15:47
242 Gestão da Qualidade na Exportação

Medição, análise e aprimoramento


A maioria dos requisitos nesta seção (auditorias internas, monitoração e medição, controle das
falhas de conformidade, ações corretivas, ações preventivas, aprimoramento continuado) são
comuns tanto ao SGQ quanto ao SGA. Estes requisitos em comum podem ser abordados
simultaneamente nos procedimentos dos sistemas de gestão listados acima e nos planos de
monitoração.

Os organismos de certificação também concordam em conduzir auditorias conjuntas visando a


certificação de empresas que possuem sistemas SGQ e SGA integrados reduzindo, assim, o custo
da certificação por terceiros. Por isso, uma norma internacional comum, a futura ISO 19011,
Guidelines on quality and/or environmental auditing systems (Diretrizes para a auditoria de sistemas de
gestão da qualidade e/ou ambiental) que deverá ser publicada em 2002, fornecerá diretrizes para
a auditoria de sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental e substituirá as seis diretrizes
existentes atualmente (três para auditoria do SGQ e três para o SGA).

Outros benefícios que podem ser alcançados pela integração dos dois sistemas incluem redução
dos custos de documentação do sistema, união do sistema de arquivamento de relatórios
facilitando, assim, a implementação e o controle dos sistemas, e auditorias internas e revisões
conjuntas, que podem ser menos dispendiosas e melhor aceitas pelos funcionários.

REFERÊNCIAS
ISO 14000 and ISO 9000. B. Rothery. 1995. £ 2,50. Gower Publishing Lt, Gower House, Croft
Road, Aldershot, Hampshire, GU 11 3HR, Reino Unido, Tel.: 44 1235 827 730, Fax: 44 1235
400 454, E-mail: orders@bookpoint.co.uk, enquiries@bookpoint.co.uk, Internet: http://
pubeasy.books.bookpoint.co.uk. Demonstra como um sistema de gestão ambiental e um sistema de
gestão de segurança e saúde ocupacional podem ser implementados como um sistema integrado de
gestão. Fornece um exemplo de um manual de gestão da qualidade e um de gestão ambiental. Se
refere à avaliação de ciclo de vida em relação à ISO 14040, Environmental management -
Life cycle assessment - Principles and framework.
Step-by-Step Guidance on Integrating Management Systems - Health, Safety,
Environment, Quality (Um Guia Passo-a-passo de Como Integrar sistemas de Gestão - da
Saúde, da Segurança, Ambiental e da Qualidade). Standards Australia, Standards New Zealand.
1999. HB 139,00 (Int.). Standards Australia International Ltd, PO Box 1055 Strathfield, NSW
2135, Austrália, Tel.: 612 9746 4600, Fax: 612 9746 3333, E-mail: sales@standards.com.au,
Internet: www.standards.com.au. Manual preparado em conjunto pela Standards Australia e a
Standards New Zealand, atualmente passando por uma revisão. Faz uma análise comparativa,
artigo por artigo, dos pontos em comum dos diversos sistemas e qual o grau de integração possível
entre eles. Enumera os benefícios de tal integração e fornece a seqüência de atividades necessárias
para estabelecer um sistema eficaz que esteja sujeito ao aprimoramento continuado.

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242 05/02/2009, 15:47
8
Acreditação

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244 05/02/2009, 15:47
Acreditação 245

8.1 O que representa a acreditação?

Acreditação é o reconhecimento formal da competência. Em geral, se considera que ele esteja


restrito à aprovação, por um organismo de acreditação, dos níveis de conformidade existentes
em relação às normas publicadas pela Organização Internacional para Normalização e pela
Comissão Eletrotécnica Internacional. Esta visão pode ser um tanto quanto limitada quando
aplicada a certas situações e a certos mercados nos quais se encontram vigentes outras normas.
No entanto, devemos sublinhar que é recomendada a aplicação de normas internacionais para o
reconhecimento internacional.

Do ponto de vista da avaliação de conformidade, a acreditação é válida para laboratórios,


organismos fiscaliizadores e organismos de certificação. Geralmente os usuários de serviços
laboratoriais encontram-se mais familiarizados com o sistema de acreditação e têm uma
compreensão muito ampla do seu valor. A acreditação da certificação é uma atividade muito
recente e, apesar de haver uma premente demanda por serviços de certificação, a importância da
acreditação destes serviços talvez ainda não seja devidamente reconhecida. Da mesma forma, a
acreditação dos organismos fiscalizadoras é um serviço recente, mas está crescendo em
importância em virtude do número de organismos governamentais em muitos países estar
diminuindo e por estarem sendo substituídos por organismos particulares.

Sob vários aspectos, a acreditação implica em uma maior valorização dos laboratórios,
organismos de certificação e de suas administrações. No entanto, será considerado prioritário
para um determinado laboratório, organismo de certificação ou organismo de fiscalização na
medida em que as partes interessadas nos serviços prestados por estes órgãos assim o
considerarem, e também irá depender das condições dos mercados onde atuam.

Não importa o mercado, sempre haverá poucos organismos de certificação para serem
acreditadas, ao passo que o número em potencial dos laboratórios a serem acreditados pode ser
alto. Às vezes esta diferença pode causar confusões, pois o termo ‘acreditação’ é usado
eventualmente no lugar de ‘certificação’, principalmente no que diz respeito à certificação ISO
9000. Deve-se ter em mente que o terma acreditação se dá em seguida a uma avaliação de
competência, ao passo que certificação é o resultado obtido pela comprovação da observância de
uma norma – e no caso da ISO 9000, uma norma do sistema de gestão da qualidade.

O proprietário ou a administração de uma empresa, após ter decidido implementar um QMS,


pode querer se certificar de que o organismo de certificaçãoque escolheram é suficientemente
competente para emitir a certificação para os serviços. A acreditação para o organismo de
certificação seria a confirmação de que suas atividades são conduzidas de forma eficaz.

A acreditação de um laboratório, por outro lado, é antecedido por uma investigação rigorosa
sobre a competência da equipe técnica e uma avaliação do sistema de gestão. Os usuários de
serviços laboratoriais estão mais atentos à confiabilidade e à exatidão dos dados relativos aos
testes executados.

O proprietário de um laboratório, principalmente se for uma grande empresa ou um investidor


com interesses diversos, pode requerer que os laboratórios sejam acreditados a fim de impor um
disciplina na conduta administrativa, como também para se certificar de que os laboratórios
estão sendo administrados de uma forma tecnicamente competente e de que os resultados e
informações produzidos são confiáveis.

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245 05/02/2009, 15:47
246 Gestão da Qualidade na Exportação

REFERÊNCIAS
‘ISO/IEC 17011, One standard for accreditation of all conformity assessment’ (‘ISO/
IEC 17011, Uma norma para acreditação de toda avaliação de conformidade’). Jos Leferink. Em
ISO Bulletin, fevereiro de 2001. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-
1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org,
Internet: http://www.iso.org. Também disponível junto aos organismos nacionais de normalização
de países-membros da ISO. Descreve como três documentos que tratam de acreditação, o Guia ISO/
IEC 58, o Guia ISO/IEC 61 e a ISO/TR 17010, foram organizados em uma única norma, a ISO/
DIS 17011.

No que se refere à gestão do laboratório em si, a avaliação técnica externa efetuada pelo organismo
de acreditação atesta que o laboratório está conduzindo suas atividades com alto grau de
competência técnica e que se encontra no mesmo patamar, ou acima, dos seus concorrentes. A
avaliação externa também abre oportunidades para melhorar o desempenho e para aumentar a
percepção da empresa sobre os acontecimentos mais recentes em seu ramo de atividade em
virtude da interação entre a equipe do laboratório e os avaliadores especializados.

A acreditação pode, por si só, desenvolver a confiança dos clientes na competência e na integridade
do laboratório. Não significa dizer que os laboratórios não acreditados também não se encontram
no mesmo padrão de excelência, mas sim que a acreditação pode substituir a avaliação que teria
que ser feita pelo próprio cliente/consumidor. Para os laboratórios, a acreditação é menos intrusivo
do que múltiplas avaliações conduzidas por diversos clientes.

Em alguns mercados, ou para alguns tipos de clientes, existem requisitos especiais com um
maior grau de exigência, que na maioria dos casos são de natureza administrativa; mas também
podem haver exigências de contornos mais técnicos, tal como a necessidade de ter participado de
programas de ensaio de proficiência. Em tais situações, o cliente irá fazer uma avaliação de
acordo com estas exigências especiais, desta forma impondo um outro tipo de acreditação. Em
outros casos, o cliente pode requerer ao organismo de acreditação oficial para que na próxima
avaliação dos laboratórios inclua na sua política de avaliação os novos requisitos impostos. Essa
forma mais ampla de avaliação pode ser incluída dentro da política de acreditação.

Por exemplo, em alguns países onde um regime em particular exige a acreditação ou quando um
setor da economia tenha adotado a acreditação como prática comum, pode tornar-se difícil,
senão impossível, tentar fazer negócios sem ser acreditado. Em tais países, a acreditação tornou-
se uma permissão de fato para se fazer negócios. Podemos citar como exemplos a Austrália,
Nova Zelândia, Suécia, o Reino Unido e os Estados Unidos. Essa política pode se estender aos
laboratórios e organismos de certificação.

Costuma-se dizer que a acreditação ou é um custo desnecessário ou um custo muito alto.


Dependendo da situação, isso pode ser uma realidade. No entanto, o custo da acreditação para a
maioria dos laboratórios é baixo se comparado aos custos para se adequarem às normas as
quais, pode-se argumentar, eles já se adequaram de qualquer forma. O processo de acreditação
exige uma disciplina que é uma verdadeira ferramenta para um bom gerenciamento. A acreditação
também elimina muitos dos custos embutidos associados à construção de credibilidade no
mercado e sua constante manutenção.

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246 05/02/2009, 15:47
Acreditação 247

Mais informações podem ser obtidas por intermédio dos seguintes órgãos:

- Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC), c/o NATA, 7 Leeds Street,


Rhodes, NSW 2138, Austrália. Tel.: 61 2 9736 8374, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet: www.ilac.org;
- Fórum Internacional de Acreditação (IAF), IAF Secretariat, Suite 1801, 2 Marcus Clarke Street,
Canberra City ACT 2601, Austrália, Tel.: 61 2 6257 1962, Fax: 61 2 6257 1965, E-mail:
adviser@accreditationforum.com, Internet: www.iaf.nu

8.2 Quais os organismos de acreditação em nível internacional?

A maioria das atividades de acreditação se dá sob a forma de cooperação entre sistemas nacionais
ou regionais de acreditação que procuram oferecer os serviços de uma rede mundial de acreditação
por meio de acordos de reconhecimento mútuo.

Para os organismos de acreditação de laboratórios, a organização mais representativa é a


Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC). A ILAC foi estabelecida em
1977, primeiro como uma conferência informal e, mais recentemente (1996), como uma cooperação
formal entre os organismos de acreditação de laboratórios que conta com a participação de
outras partes interessadas.

Os associados são aceitos sob diversas condições. Os membros vitalícios são os organismos de
acreditação de laboratórios e os sócios são as organizações que foram formadas mais
recentemente ou estão ainda em formação. A participação de interessados, tais como laboratórios
e organismos fiscaliizadores, é estimulada por meio da associação propriamente dita e da
participação no Comitê de Relações com Laboratórios.

Cooperações regionais, tais como a APLAC (Cooperação da Ásia e do Pacífico de Acreditação de


Laboratórios) e da EA (Cooperação Européia de Acreditação) desempenham um papel especial
na estrutura da ILAC. Da mesma forma, organismos internacionais tais como a Organização
Mundial do Comércio, a Organização Internacional para Normalização (ISO), a Comissão
Eletrotécnica Internacional, o Bureau Internacional de Pesos e Medidas, a Organização
Internacional de Metrologia Legal e a Organização para Desenvolvimento Industrial das Nações
Unidas são organismos que integram a rede de colaboração e de contatos da ILAC.

O objetivo da ILAC se concentra nos problemas associados à falta de aceitação de resultados de


teste entre países e as barreiras técnicas ao comércio criadas por esta situação. Para resolver estes
problemas, a ILAC recomenda o uso de acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos de
acreditação como o mecanismo mais eficiente e eficaz para facilitar a aceitação de resultados de
teste. O seu programa de trabalho consiste em harmonizar as práticas e procedimentos de
acreditação, estabelecer e manter um Acordo de Reconhecimento Mútuo da ILAC entre seus
membros e ajudar os países em desenvolvimento a criar serviços de acreditação através de suas
próprias organizações ou a buscar tais serviços junto a outros membros da ILAC.

A ILAC tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de normas internacionais


e guias publicados pela ISO e pela IEC. Além disso, a própria ILAC tem publicado inúmeras
informações e documentos de orientação.

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247 05/02/2009, 15:47
248 Gestão da Qualidade na Exportação

Outros organismos de acreditação de laboratórios operam formalmente na esfera internacional


e prestam serviços para tipos específicos de laboratórios. Algumas estão listada abaixo:

- International Olive Oil Council (IOOC, Conselho Internacional sobre O Azeite de Oliva). Principe
de Vergara 154, 28002, Madri, Espanha, Tel.: 34 91 563 3638, Fax: 34 91 563 1263, E-mail:
iooc@internationaloliveoil.org, Internet: www.internationaloliveoil.org; e

- International Seed Testing Association (ISTA, Associação Internacional para Teste de Sementes).
Secretariat, PO Box 308, Zuerichstrasse 50, 8303 Bassersdorf, Suíça, Tel.: 41 1 838 6000, Fax: 41 1
838 6006, E-mail: ista.office@ista.ch, Internet: www.seedtest.org.

REFERÊNCIAS
International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC), c/o NATA, 7 Leeds Street,
Rhodes, NSW 2138, Austrália, Tel.: 61 2 9736 8374, E-mail: ilac@nata.asn.au, Internet:
www.ilac.org.

Existem acordos semelhantes àqueles da ILAC para fomentar a cooperação entre organismos
que credenciam organismos de certificação ou de registro. Deve-se observar que na América do
Norte o termo registro é usado para o processo de se dar reconhecimento aos organismos que,
como terceiros, efetuam auditorias em sistemas de gestão da qualidade. Os organismos que
efetuam este tipo de trabalho são denominados organismos de registro. O termo certificação é
usado no contexto de certificação do produto. Na Europa e na maior parte do mundo, o termo
‘certificação’ é usado para ambas as atividades. Nesta área, a cooperação internacional é
desenvolvida através do Fórum Internacional de Acreditação (IAF).

O IAF foi fundado em 1992 como uma cooperação informal e foi institucionalizado nos Estados
Unidos em 1998. Desta associação mundial fazem parte:

- Organismos de acreditação que trabalham em prol da certificação ou registro dos sistemas de


gestão (ou seja, certificação/registro dos sistemas de gestão da qualidade ISO 9000 e dos sistemas
de gestão ambiental ISO 14000);

- Organismos de acreditação na área de certificação de produto; e

- Outras partes interessadas incluindo organismos de certificação/registro e representantes de


setores industriais.

O objetivo do IAF é alcançar e manter a confiança geral nos programas de acreditação mantidos
pelos seus associados como também nas atividades dos organismos de certificação/registro por ele
acreditados. Ele opera o Acordo de Reconhecimento Mútuo do IAF (MLA, do inglês Multilateral
Recognition Arrangement), em que os órgãos de acreditação associados reconhecem mutuamente
que os resultados das suas acreditações estão de acordo com o Guia ISO/IEC 61 e o Guia ISO/IEC 62. a/

O MLA atualmente se aplica à certificação/registro ISO 9000. O IAF está agindo no sentido de
fazer com que o Acordo abranja a certificação/registro ISO 14001 e também a certificação de
produto. A fim de garantir que os membros do MLA conduzam suas atividades de forma

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Acreditação 249

consistente e de acordo com os Guias relevantes da ISO/IEC, o IAF desenvolveu sua própria
política de diretrizes sobre a aplicação dos Guias ISO/IEC 61, 62, 65 e 66b/.

Apesar de os detalhes das operações do IAF serem diferentes daqueles da ILAC, os dois têm
muito em comum e, além disso, alguns organismos são associados a ambos. Assim como a ILAC,
o IAF tem se empenhado muito para harmonizar as práticas entre os organismos de acreditação
por meio do desenvolvimento de diretrizes ISO/IEC e vem emitindo documentos em seu próprio
nome com o intuito de orientar essa harmonização. Assim como a ILAC, os organismos de
cooperação regional coordenam suas atividades através do IAF.

a/
Guia ISO/IEC 61:1996, Requisitos gerais para avaliação e acreditação de organismos de certificação/
registro.(ISO/IEC Guide 61:1996, General requirements for assessment and accreditation of certification
bodies). Guia ISO/IEC 62:1996,Requisitos gerais para organismos que lidam com avaliação e certificação/
registro de sistemas da qualidade (ISO/IEC Guide 62:1996, General requirements for bodies operating
assessment and certification/registration of quality systems.
b/ Guia ISO/IEC 65:1996, Requisitos gerais para órgãos que operam sistemas de certificação de produto.
(ISO/IEC Guide 65:1996, General requirements for bodies operating product certifications systems). Guia
ISO/IEC 66:1999, Requisitos Gerais para órgãos que fazem a avaliação e certificação/registro de sistemas
de gestão ambiental (SGQ) (ISO/IEC Guide 66:1999, General requirements for bodies operating assessment
and certification/registration of environmental management systems [EMS]).

REFERÊNCIAS
International Accreditation Forum (IAF). Suite 1801, 2 Marcus Clarke Street, Canberra City
ACT 2601, Austrália, Tel.: 61 2 6257 1962, Fax: 61 2 6257 1965, E-mail:
adviser@accreditationforum.com, Internet: www.iaf.nu.

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250 Gestão da Qualidade na Exportação

8.3 O que representam os Acordos de Reconhecimento Mútuo


(MRA) e como eles podem facilitar o comércio?

Este assunto é um pouco confuso, pois há uma série de termos diferentes para o mesmo tipo de
acordo, ou então os mesmos termos podem ser usados para acordos diferentes. Os acordos de
reconhecimento mútuo podem se apresentar sob três formas:

- Acordos políticos entre governos (às vezes com o status de tratados);

- Acordos entre organismos de acreditação;

- Acordos entre determinados laboratórios e organismos de certificação.

A terminologia gera certa confusão necessitando, portanto, ser esclarecida. Inicialmente, todos
os meios acima foram denominados ‘acordos’, mas nos últimos anos os tratados firmados de
governo a governo, assim como seus congêneres, foram denominados de ‘acordos’. Os setores
que firmam disposições voluntariamente entre si estão sendo pressionados para usar terminologia
diferente em seus acordos.

Na Europa, o acordo multilateral entre os organismos de acreditação da Cooperação Européia


para Acreditação é denominado acordo multilateral de reconhecimento mútuo, mais conhecido
pela sua forma abreviada, MLA. Um acordo semelhante entre os organismos membros da APLAC
é chamado de dispositivo de reconhecimento mútuo da APLAC, ou MRA. O acordo multilateral
entre os membros da ILAC é conhecido como Dispositivo de Reconhecimento Mútuo da ILAC, ou,
em sua forma abreviada, Dispositivo.

Foram igualmente desenvolvidos MRAs para o reconhecimento mútuo entre os organismos que
fornecem acreditação para os organismos de certificação/registro dos sistemas de gestão da
qualidade. No que se refere aos organismos de acreditação de laboratórios, existe um acordo no
âmbito internacional regulando os organismos de certificação por meio do Fórum Internacional de
Acreditação, e no âmbito regional através de organismos tais como a EA e a PAC (da sigla em inglês
para Pacific Acreditation Cooperation, ou Cooperação do Pacífico de Acreditação). O Dispositivo
de Reconhecimento Multilateral do IAF também tem uma forma abreviada, IAF MLA.

Até o momento não existem acordos dispondo sobre a acreditação dos organismos de certificação
de produto, apesar de se estar trabalhando neste sentido.

Os MRAs entre os organismos de acreditação eram originalmente bilaterais por natureza e os


organismos individuais de acreditação geralmente tinham muitos associados em função dessa
bilateralidade. Durante o desenvolvimento dessas redes notou-se que seria muito menos
dispendioso o estabelecimento de dispositivos multilaterais por meio dos quais as avaliações
formais seriam feitas por pequenas equipes que representassem o sistema como um todo, ao
invés de avaliações múltiplas efetuadas por cada membro de cada organismo em separado.

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Acreditação 251

REFERÊNCIAS
‘Testing their calibre – A standard to ensure that testing laboratories are up to standard’
(‘Testando a calibração – Uma norma para assegurar que os laboratórios de ensaio trabalham
dentro dos padrões’). Peter van de Leemput. Em ISO Bulletin, junho de 2000. Assinatura anual:
CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22
733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também disponível junto aos organismos
nacionais de normalização nos países-membros da ISO.
ILAC Mutual Recognition Arrangement (Dispositivo de Reconhecimento Mútuo da ILAC).
Documentação para informação e orientação. Cópias: AUD1 20,00; pode ser descarregado
gratuitamente do site da ILAC. International Laboratory Accreditation Cooperation, c/o NATA, 7
Leeds Street, Rhodes, NSW 2138, Austrália, Tel.: 61 2 9736 8374, E-mail: ilac@nata.asn.au,
Internet: www.ilac.org.

Os acordos/dispositivos de reconhecimento mútuo (MRAs/MLAs) são acordos formais entre os


organismos de acreditação que reconhecem que os acreditaçãos fornrcidas (a laboratórios e a
organismos de certificação), emitidas pelos signatários do acordo em questão, têm equivalência
mútua. Os signatários ainda se comprometem a promover tal equivalência em seus respectivos
mercados de ação.

Estes acordos têm impacto econômico mais significativo naqueles países que usam a acreditação
como um mecanismo para o reconhecimento de laboratórios e organismos de certificação a fim
de satisfazer exigências regulamentares.

Com o aparecimento do conceito de multilateralidade, os procedimentos, práticas e normas


passaram a exigir uma harmonização muito mais desenvolvida, o que também passou a garantir
resultados muito mais transparentes. Este processo iniciou-se na Europa como parte do
estabelecimento do Mercado Comum Europeu e com o desenvolvimento dos acordos regionais
multilaterais de reconhecimento mútuo para a acreditação de laboratórios (EAL) e para a
certificação de organismos (EAC). Estes acordos encontram-se agora integrados em um só acordo
multilateral sob a égide da Cooperação Européia de Acreditação (EA).

Atividades semelhantes foram desenvolvidas pela APLAC e pela PAC para laboratórios e
organismos de certificação em função do papel que elas desempenham em favor do fórum de
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC, Asia-Pacific Economic Cooperation forum).
Mais recentemente, no ano 2000, a ILAC agregou as atividades da EA e da APLAC para estabelecer
um único Dispositivo envolvendo todos os membros do MLA da EA, do MRA da APLAC e os
organismos de acreditação em países tais como o Brasil e África do Sul, onde estes acordos
regionais não existiam – ou ainda não existem.

Tanto os acordos da APLAC quanto os da EA permanecem em vigor. E permanecerão vigorando


por um bom tempo como mecanismos visíveis de apoio tanto para a agenda de livre comércio da
APEC quanto da União Européia.

A APEC é meramente um organismo de cooperação econômica. Encontra-se comprometido com a


criação de uma área de livre comércio até 2020, e isso exige a eliminação de barreiras técnicas ao
comércio bem antes desta data. No momento já existem MRAs da APEC sobre produtos elétricos,

1
AUD - Dólar australiano (N. T.).

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252 Gestão da Qualidade na Exportação

compatibilidade eletromagnética, produtos alimentícios e equipamentos de telecomunicação.


Isso indica que o MRA da APLAC é um mecanismo de reconhecimento dos laboratórios sediados
no território de outros países-membros da APEC.

Os membros da APEC podem escolher se vão endossar ou não um determinado acordo, e também
com que grau de comprometimento irão fazê-lo. A decisão, sempre voluntária, de endossar um
acordo pode refletir a capacidade de um país atender prontamente às exigências técnicas, ou o
quanto está predisposto a aceitar as disciplinas e condições impostas pelo acordo. As regras da
União Européia se estendem a todos os Estados membros, o que significa dizer que um produto
que é vendido legalmente em um Estado membro pode, com muito poucas exceções, ser vendido
legalmente em todos os outros Estados.

REFERÊNCIAS
IAF Multilateral Recognition Agreement. Documentação para informação e orientação. Fórum
Internacional de Acreditação. Pode ser descarregado gratuitamente do site www.iaf.nu. IAF, Suite
1801, 2 Marcus Clarke Street, Canberra City ACT 2601, Australia, Tel.: 61 2 6257 1962, Fax:
61 2 6257 1965, E-mail: adviser@accreditationforum.com, Internet: http://www.iaf.nu.
‘Trading on trust – CASO/DEVCO workshop facilitating recognition of the conformity
assessment activities in the 21st century clears new ground’ (‘O comércio em bases confiáveis
– workshop CASO/DEVCO para facilitar o reconhecimento das atividades de avaliação de
conformidade no século XXI abre novas fronteiras). Em ISO Bulletin, novembro de 2000.
Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, case postale 56, CH 1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749
0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Relatório sobre o
workshop´preparado pela ISO sublinha a importância de se confiar nos MRAs e nas atividades de
avaliação de conformidade em todo o mundo para facilitar o acesso aos mercados internacionais.

Em 1995, a Organização Mundial do Comércio tornou-se uma realidade assim como inúmeros
acordos com status de tratados, acordos estes que se estendem a todos os membros da OMC. Um
destes é o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (o Acordo do TBT), que impõe aos seus
signatários a obrigação de aceitar a avaliação de conformidade feita por outros membros. Este
acordo reconhece que os MRAs estabelecidos entre governos podem ser mecanismos aceitáveis
para superar problemas, como também insiste que haja uma política de transparência e de não
discriminação aos membros da OMC.

Em resposta às obrigações criadas por estes tratados, os governos em várias partes do mundo
têm procurado negociar estes MRAs sobre avaliação de conformidade com os seus parceiros
comerciais mais importantes, em especial em setores de produtos em que os volumes negociados
são significativos e as barreiras técnicas são maiores. A União Européia negociou neste sentido
com a Austrália, Nova Zelândia, Suíça e os Estados Unidos.

Os MRAs estabelecidos entre governos se referem a produtos que respondem obrigatoriamente


a requisitos regulados por lei. Os MRAs estabelecidos entre organismos de acreditação são acordos
de caráter genérico entre organismos atuantes em setores que não respondem obrigatoriamente
a regulamentos específicos (setor voluntário), mas reconhecem a competência dos laboratórios
sediados em outros países. Por exemplo, os MRAs entre a Comunidade Européia e a Austrália,
Nova Zelândia e Suíça, apesar de se referirem a produtos regulados por lei, também reconhecem,

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Acreditação 253

para fins de regulamentos, que os MRAs no setor voluntário produzem a confiança necessária na
competência técnica dos organismos de avaliação de conformidade (laboratórios, organismos
de inspeção/fiscalização e organismos de certificação).

Os MRAs entre a Comunidade Européia e o Canadá e os Estados Unidos foram baseados em


outras medidas que ainda estão sendo implementadas e que visam a construção de confiança.

O MRA é um processo recente e muitos mercados estão reticentes devido a falta de familiaridade
com o processo e porque não acreditam que ele convencerá as autoridades de que o grau necessário
de conformidade foi obtido.

Existem vários relatos que sugerem que os MRAs, tanto quando sua observância é facultativa
quanto quando ela é obrigatória, podem facilitar enormemente o comércio internacional por
reduzirem ou eliminarem por completo a repetição de testes dando, assim, reconhecimento
imediato aos resultados obtidos por testes conduzidos no exterior. Isso, no entanto, exige um clima
estável de confiança no processo por parte dos agentes reguladores e outras autoridades que
exerçam função reguladora. Quando esse clima existe, o processo é visto como efetivo e eficiente.
Não existem estudos oficiais nem particulares sobre as vantagens econômicas de tais MRAs.

A ISO e a IEC estão desenvolvendo um guia com ‘Comentários sobre a participação em Acordos
de Reconhecimento Mútuo (MRAs)’ a ser publicado sob o título de Guia ISO/IEC 68
(‘Considerations on entering into Mutual Recognition Agreements [MRAs]’).

REFERÊNCIAS
‘ISO/IEC 17011, One standard for accreditation of all conformity assessment –
Challenges for the ISO/CASCO Working Group 18’ (ISO/IEC 17011, Uma norma para a
acreditação de todas as avaliações de conformidade – Desafios para o Grupo de Estudo no 18 da
ISO/CASCO). Em ISO Bulletin, fevereiro de 2001. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case
postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail:
sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também disponível junto aos organismos nacionais de
normalização em países-membros da ISO. Descreve a integração de três documentos que versam
sobre acreditação, o Guia ISO/IEC 58, o Guia ISO/IEC 61 e a ISO/TR 17010 em uma única
norma, a ISO/DIS 17011.
Exploring MRAs – ISO workshop on mutual recognition agreements’ (‘Explorando os
MRAs – Workshop promovido pela ISO sobre os acordos de reconhecimento mútuo’). Em ISO
Bulletin, abril/julho de 1998. Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211,
Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet:
www.iso.org. Focaliza um workshop promovido pela ISO que auxilia os participantes a compreender
o papel dos MRAs como facilitadores do comércio internacional.

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254 Gestão da Qualidade na Exportação

8.4 Por que é tão difícil para os laboratórios em países em


desenvolvimento receber acreditação?

Esta pergunta sugere que é sempre difícil para os países em desenvolvimento obter acreditação.
Esta é uma pergunta válida? Isso significa que tais laboratórios devem receber um tratamento
diferente daquele dispensado aos laboratórios sediados em países mais desenvolvidos?

O propósito da acreditação é pôr os resultados de testes no mesmo patamar daqueles


apresentados por qualquer outro laboratório acreditado. A acreditação procura identificar os
laboratórios que são competentes na condução de testes específicos, ele não se atém a centros de
excelência científica ou acadêmica.

Os resultados precisam ser mais exatos do que aqueles apresentados normalmente. Significa
dizer que o processo de acreditação deve aferir uma variação de competência e também ser
capaz de determinar essa variação para cada laboratório. Desde que estejam em conformidade
com o grau de competência proposto, os laboratórios poderão então ser considerados tão
competentes quanto aqueles com um grau de competência mais elevado.

Por exemplo, em análise estequiométrica, os laboratórios que trabalham com exploração mineral
podem estar interessados em um grau de exatidão de apenas 10%. Mas os laboratórios que procuram
os mesmos elementos em uma amostra de minério têm como requisito mínimo um grau de exatidão
de 1%; e aqueles que conduzem ensaios laboratoriais no produto para embarque têm como requisito
mínimo um grau de um décimo de 1%. O mesmo se dá com a calibração. Portanto, um laboratório
que calibra micrômetros industriais trabalhará com um nível de medição de comprimento muito
diferente daquele que calibra barras de medição e blocos de medida.

O propósito de se ter um sistema baseado em normas é para assegurar a transparência do processo.

A acreditação de laboratórios está definida pela ISO/IEC 17025:1999, Requisitos gerais para se aferir a
competência de laboratórios de ensaio e calibração. Onde existir um organismo de acreditação, qualquer
dificuldade deverá necessariamente se ater ao cumprimento da norma. Nos países em que não
existem organismos de acreditação, podem existir problemas adicionais associados ao
relacionamento com organizações distantes ou estabelecidas no exterior.

No que se refere à norma em si, existem assuntos que levantam problemas específicos para os
países em desenvolvimento. Tais problemas dizem respeito à qualidade dos funcionários e seu
treinamento, fácil acesso aos padrões de medição apropriados, disponibilidade de equipamentos
e locais adequados para sua instalação, infra-estrutura local confiável e acesso a programas de
testes de proficiência.

Pode-se argumentar que certos requisitos aplicáveis à normas não são razoáveis ou em nada
contribuem para aumentar a confiança na competência do laboratório, mas isto deve ser discutido
com os técnicos que desenvolvem as normas. A ISO/IEC 17025 foi desenvolvida em conjunto pela ISO
e pela IEC, sendo adotada como uma norma internacional e nunca como uma norma de uso parcial.

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Acreditação 255

REFERÊNCIAS
ISO/IEC 17025:1999, General requirements for the competence of testing and calibration
laboratories. Organização Internacional para Normalização, Comissão Eletrotécnica
Internacional. CHF 98,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749
0111, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org.

Apesar de os elementos do SGQ poderem ser considerados onerosos em alguns aspectos, não são
mais do que aqueles impostos pela ISO 9001 e ISO 9002:1994, e não devem ser vistos como
impossíveis de ser implementados.

Os laboratórios em países em desenvolvimento devem ser cuidadosos ao comprar equipamentos


sofisticados e se certificar que os serviços de assistência técnica e calibração estão disponíveis.
Quando não existir uma infra-estrutura adequada de apoio, ou se ela não for confiável, os
laboratórios lucrarão mais se escolherem as técnicas tradicionais de teste como os métodos
clássicos de química analítica. A acreditação não se encontra vinculada ao uso de equipamento
de última geração, mas apenas à obtenção de resultados válidos.

Talvez o maior problema para os administradores de laboratórios em países em desenvolvimento


seja a contratação e manutenção de pessoal qualificado e competente. Isso provavelmente acarreta
dificuldades maiores no que diz respeito ao treinamento, mas é um problema que concerne à
administração do laboratório, não ao sistema de acreditação.

A importância dos ensaios de proficiência no processo de acreditação vem aumentando. Como


foi dito na pergunta 33, às vezes é difícil para os laboratórios em países em desenvolvimento
participarem de programas de ensaio de proficiência, apesar de estarem disponíveis em outros
países mediante o pagamento de uma taxa.

O custo é um assunto relevante, mas a experiência demonstra que os maiores problemas são
causados pelo transporte e pelos regulamentos alfandegários. As soluções mais promissoras
estão sendo apresentadas pelos novos blocos regionais políticos e de comércio, nos quais a
cooperação em todos os níveis facilitará a remoção dos impedimentos existentes. Neste aspecto,
os resultados obtidos na região da Ásia e do Pacífico, através da APEC, são bastante positivos.

Quando for necessário usar um serviço estrangeiro de acreditação em função da inexistência de


um organismo nacional de acreditação, ou porque se procura um reconhecimento mais abrangente,
as dificuldades são maiores. Mas há diversas iniciativas com o intuito de superá-las.

Em geral, os organismos estrangeiros de acreditação procurarão, no mínimo, ser ressarcidos


pelos gastos incorridos. O laboratório no país em desenvolvimento se vê preso à estrutura de
custos do organismo de acreditação. Além disso, os custos são onerados ainda mais pelos gastos
com as viagens.

Outros obstáculos importantes podem ser as barreiras lingüísticas e culturais. Quando forem
utilizados os serviços de um organismo estrangeiro, toda a documentação necessária deverá ser
traduzida e intérpretes devem estar presentes durante as avaliações e estimativas feitas no
local. Não se deve esperar que os organismos estrangeiros de acreditação tenham sempre um
alto grau de compreensão ou solidariedade com a cultura e os sistemas administrativos locais
que geralmente determinam as características do sistema de comércio onde um laboratório seja
obrigado a atuar.

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256 Gestão da Qualidade na Exportação

É aconselhável que o laboratório que necessita ser acreditado por um organismo estrangeiro de
acreditação esteja familiarizado com as várias abordagens e estruturas de custos dos diferentes
organismos de acreditação.

REFERÊNCIAS
‘Setting up an accreditation infrastructure in Pakistan’ (‘A criação de uma infra-estrutura
de acreditação no Paquistão’). Richard Collyer. Em ISO Bulletin, agosto de 2001. Assinatura
anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211, Genebra, Suíça, Tel.: 41 22 749 0111, E-
mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Apresenta a história de como o estabelecimento e
lançamento de um serviço de acreditação e de um organismo nacional de certificação pode servir de
instrumento para ajudar um país em desenvolvimento a competir no mercado internacional.

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9
Organização Mundial
do Comércio

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Organização Mundial do Comércio 259

9.1 Quais as exigências que o Acordo da OMC sobre Barreiras


Técnicas ao Comércio impõe aos regulamentos técnicos?

O Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) aborda extensamente os


regulamentos técnicos e apresenta uma série de condições que devem ser cumpridas pelos países-
membros da OMC.

Em primeiro lugar, eles devem assegurar que os produtos importados de um outro país-membro
da OMC recebem o mesmo tratamento que os produtos produzidos localmente ou por qualquer
outro país-membro. Isso significa que não é permitido aos governos estabelecer medidas que
possam discriminar qualquer produto importado.

Em segundo lugar, os membros da OMC não devem implementar regulamentos técnicos que
criam obstáculos desnecessários ao comércio internacional. No entanto, é permitido impor
regulamentos para as quais existem razões legítimas como segurança nacional; prevenção de
práticas enganosas; defesa da saúde ou segurança da vida humana, da vida ou da saúde de
animais ou plantas e defesa do meio ambiente. Os países-membros da OMC devem ter meios de
demonstrar a validade dessas medidas sempre que for solicitado por outro membro da OMC.
Eles também devem assegurar que os regulamentos técnicos serão revogados assim que as razões
para a sua implementação cessarem de existir.

Em terceiro lugar, os países-membros da OMC devem visar a harmonização dos regulamentos


técnicos da maneira mais ampla possível. As normas internacionais devem ser utilizadas como
base para esses regulamentos técnicos sendo os países-membros, portanto, instados a participar
do desenvolvimento dessas normas. Os regulamentos técnicos devem se basear mais nas
condições de desempenho do produto do que no seu projeto ou em suas características.

Em quarto lugar, recomenda-se aos membros da OMC que se baseiem em normas internacionais
para as exigências técnicas especificadas em seus regulamentos. Se o regulamento técnico tiver
efeito significativo no comércio de outros países-membros da organização e uma norma
internacional relevante não estiver disponível, ou ainda, o regulamento técnico utilizado não for
baseado em uma norma internacional, tal país é obrigado a notificar, no estágio inicial, os outros
países-membros. Essa medida foi estabelecida para que as observações das partes interessadas
sejam levadas em consideração e que emendas ao regulamento técnico sejam introduzidas antes
de sua publicação.

REFERÊNCIAS
Technical barriers to trade (Barreiras técnicas ao comércios). Página da OMC na internet,
www.wto.org (selecione A-Z list, Technical barriers to trade). Descreve o estudo da OMC
sobre o TBT; dá instruções sobre como procurar por notificações no banco de dados on-line da OMC.
Second Triennial Review of the Operation and Implementation of the Agreement on
Technical Barriers to Trade (Segunda Revisão Trienal sobre a Operação e a Implementação do
Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio). 13 de novembro de 2000. G/TBT/9 (00-4811).
Comitê da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio. Pode ser descarregado gratuitamente do
site http://docsonline.wto.org. WTO, Centre William Rappard, 154 rue de Lausanne, CH-1211
Genebra 21, Suíça, Tel: 41 22 739 5208, Fax: 41 22 739 5792, Internet: www.wto.org. Trata da
implementação e administração do TBT, notificações e procedimentos para troca de informações,
normas internacionais, manuais e recomendações, procedimentos para avaliação de conformidade,
regulamentos técnicos, assistência técnica e tratamento especial e diferenciado.

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259 05/02/2009, 15:47
260 Gestão da Qualidade na Exportação

List of national enquiry points on TBT (Lista de pontos focais nacionais sobre o TBT). Pode ser
descarregado gratuitamente do site http://docsonline.wto.org/gen_home.asp (digite G/TBT/ENQ
no campo de busca de documentos). WTO, Centre William Rappard, 154 rue de Lausanne, CH-
1211 Genebra 21, Suíça, Tel: 41 22 739 5208, Fax: 41 22 739 5792, Internet: www.wto.org.
Solicita-se a todos os países-membros da OMC determinar e identificar pelo menos um ponto focal
para responder a pedidos de informação sobre regulamentos técnicos nacionais, normas e procedimentos
de avaliação de conformidade.
‘World trade needs worldwide standards’ (O comércio internacional precisa de normas
internacionais’). Henri Schwamm. Em ISO Bulletin, setembro de 1997. Assinatura anual: CHF1
128,00. ISO, Case postale 56, 1211 Genebra 20, Suíça, Tel: 41 22 749 0111, Fax: 41 22 733 34
30, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Também disponível nos organismos nacionais
de normalização de países-membros da ISO. Esclarece como normas internacionais podem
desempenhar um papel central em uma transação comercial.

Obviamente, se surgir um problema urgente de segurança, saúde, risco ambiental ou segurança


nacional, o país-membro da OMC poderá introduzir essas medidas imediatamente, desde que as
razões fundamentais sejam notificadas e esclarecidas ao Secretariado da OMC e que sejam,
subseqüentemente, justificadas.

E, por fim, todos os regulamentos técnicos adotados devem ser publicados de forma que as
partes interessadas possam se familiarizar com as mesmas. Espera-se que os membros da OMC
deixem passar um período razoável de tempo antes de implementar um regulamento técnico, a
fim de possibilitar aos países exportadores a adaptação de seus métodos de produção ao
regulamento (essa regra é abandonada se ocorrer uma emergência).

1
CHF – Franco suíço (N. T.).

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260 05/02/2009, 15:47
Organização Mundial do Comércio 261

9.2 Como a comunidade comercial pode se beneficiar do


Acordo do TBT?

A Organização Mundial do Comércio foi criada em 1995 após a Rodada do Uruguai de negociações
comerciais multilaterais que ocorreram de 1986 a 1994. Seu objetivo primordial é ajudar o
comércio a fluir tranqüila, livre, regular e previsivelmente. Isso é alcançado por meio da:

- Condução de acordos de comércio; e

- Assistência a países em desenvolvimento em questões sobre políticas comerciais por meio de


assistência técnica e de programas de treinamento.

A OMC é um fórum para governos e as empresas só podem ser representadas por seus governos.
Embora as empresas não possam obter assistência direta da OMC, elas podem participar de seus
programas de treinamento. As transações comerciais também se beneficiam da implementação
do Acordo do TBT, que procura facilitar o comércio internacional.

Os países-membros da OMC concordam com as regras e regulamentos que serão aplicados


multilateralmente. Não há perda de soberania quando as decisões são tomadas em parceria.

Os Acordos da OMC levam em consideração os diferentes níveis de desenvolvimento econômico


dos países-membros e as diferentes políticas econômicas e comerciais de seus governos.

Informações sobre as exigências dos mercados exportadores


Obter informações sobre regulamentos técnicos e procedimentos de avaliação de conformidade
nos mercados exportadores pode ser um problema de grande importância para as empresas. O
Acordo do TBT reduziu essa dificuldade ao exigir que os países-membros da OMC instituíssem
pontos focais quando as informações possam ser obtidas. As empresas conseguem, assim, ter
acesso a informações relevantes para seus produtos de exportação através do ponto focal em seu
país ou diretamente dos pontos focais dos países para os quais seus produtos serão exportados.

Monitorando regulamentos técnicos e procedimentos de avaliação de


conformidade sugeridos nos mercados exportadores
A OMC deve ser notificada quando um regulamento técnico ou procedimento de avaliação de
conformidade sugerido não está de acordo com a norma internacional, com o guia ou com a
recomendação pertinente, e pode ter um impacto significativo no comércio de outros países-
membros (veja pergunta 93). As empresas que se sentirem prejudicadas podem submeter seus
comentários sobre as propostas por meio de seus governos.

REFERÊNCIAS
GATT Analytical Index; Guide to GATT Law and Practice (Índice Analítico do GATT; Guia
Legal e Prático sobre o GATT). K. Simmonds. Vols. 1-2. WTO and Bernan Press. US$ 190,00.
Também disponível em CD-ROM. World Trade Organization. Centre William Rappard, 154 rue
de Lausanne, CH 1211 Genebra 21, Suíça, Tel: 41 22 739 5208, Fax: 41 22 739 5792, Internet;
www.wto.org.

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261 05/02/2009, 15:47
262 Gestão da Qualidade na Exportação

Monitorando as normas propostas nos mercados exportadores


Os organismos de normalização dos países-membros da OMC devem obedecer às provisões do
Código da Boa Prática para a Preparação, Adoção e Aplicação das Normas (Anexo 3 do Acordo
do TBT) - Code of Good Practice for the Preparation, Adoption and Application of Standards (Annex 3 of the
TBT Agreement). Solicita-se a esses organismos que publiquem seus programas de trabalho pelo
menos uma vez a cada seis meses. Isto permite que as empresas fiquem a par das normas propostas
nos mercados para os quais desejam exportar. Elas podem entrar em contato com o organismo
de normalização pertinente diretamente ou obter as informações necessárias através de seus
próprios organismos nacionais de normalização.

Harmonização dos regulamentos técnicos


Recomenda-se aos países-membros da OMC que harmonizem seus regulamentos técnicos
baseando-os nas normas internacionais. Isso possibilitará que, no futuro, as empresas possam
exportar o mesmo produto para diversos mercados sem que precise ser projetado de novo.

Procedimentos imparciais para a avaliação de conformidade


Os procedimentos de avaliação de conformidade devem ser os mesmos para produtos domésticos
e importados. Por exemplo, o selo de certificação para um grupo de produtos válido para os
produtores domésticos, também deve ser disponibilizado para os fabricantes estrangeiros sob
as mesmas condições. Isso possibilita aos produtores estrangeiros competir em pé de igualdade,
especialmente se o selo de certificação for amplamente conhecido pelos consumidores.

Reconhecimento mútuo dos procedimentos de avaliação de conformidade


Os países-membros são estimulados, a pedido de outros membros, a negociar acordos para o
reconhecimento mútuo dos resultados dos procedimentos de avaliação de conformidade de cada
um. Esses acordos eliminam a necessidade de novos ensaios e novas certificações do produto no
país importador que faz parte do acordo. O reconhecimento mútuo de procedimentos de avaliação
de conformidade é praticado pelos Estados-membros da União Européia (veja pergunta 23).

REFERÊNCIAS
Second Triennial Review of the Operation and Implementation of the Agreement on Technical
Barriers to Trade. G/TBT/9 (00-4811). 13 de novembro de 2000. Comitê da OMC sobre Barreiras
Técnicas ao Comércio. Pode ser descarregado gratuitamente do site http://docsonline.wto.org/. Trata
da implementação e administração do Acordo, notificações e procedimentos para intercâmbio de
informações, normas internacionais, manuais e recomendações, procedimentos de avaliação de
conformidade, regulamentos técnicos, assistência técnica e tratamento especial e diferenciado.
Agreement on Technical Barriers to Trade (Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio).
Pode ser descarregado gratuitamente do site da WTO, www.wto.org (selecione A-Z list, depois
Technical barriers to trade e Text of the TBT Agreement). O Acordo procura assegurar que
os regulamentos, normas, procedimentos de verificação e certificação não criarão obstáculos
desnecessários ao comércio.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


262 05/02/2009, 15:47
Organização Mundial do Comércio 263

Equivalência de regulamentos técnicos


Espera-se que os países-membros da OMC considerem recíprocos os regulamentos técnicos dos
outros membros, mesmo que sejam diferentes dos seus, desde que eles preencham os objetivos
de seus próprios regulamentos. Como os Estados Membros da União Européia descobriram, a
harmonização dos regulamentos técnicos existentes é, por um lado, um processo moroso mas,
por outro, facilita o comércio (veja pergunta 23).

Mecanismo de resolução de conflitos


Se os exportadores estiverem convencidos de que seus produtos estão sendo barrados em um
mercado estrangeiro como conseqüência de regulamentos técnicos ou procedimentos de avaliação
de conformidade desnecessários, o assunto deve ser discutido entre o seu governo e o governo do
país importador. Se o problema não for resolvido amigavelmente nesta primeira instância, pode
ser levado ao Organismo de Resolução de Conflitos da OMC.

REFERÊNCIAS
‘Reducing technical trade barriers: Second Triennial Review of the WTO Agreement on
Technical Barriers to Trade (TBT) – Results and scope’ (‘Reduzindo as barreiras técnicas ao
comércio: Segunda Revisão Trienal do Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio
[TBT] - Seus resultados e extensão). Henri Schwamm. Em ISO Bulletin, fevereiro de 2001.
Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel: 41 22
749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. Disponível também
nos organismos nacionais de normalização dos países-membros da ISO. A revisão do Acordo da
OMC sobre TBT esclarece o funcionamento do Acordo e procura meios de facilitar a participação
dos países em desenvolvimento na elaboração de normas internacionais e nos trabalhos de avaliação
de conformidade.
‘The World Trade Organization (WTO) Agreement on Technical Barriers to Trade (TBT),
Implications for developing countries’ (‘O Acordo da Organização Mundial do Comércio [OMC]
sobre Barreiras Técnicas ao Comércio [TBT], Implicações para os países em desenvolvimento’). Em
Export Quality, nº 44, março de 1995. International Trade Centre. ITC, Palais des Nations, 1211
Genebra 10, Suíça. Tel: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org.
Internet: www.intracen.org. Resume o Acordo do TBT, explica como os países em desenvolvimento
podem se beneficiar do Acordo e quais são suas necessidades de cooperação técnica.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


263 05/02/2009, 15:47
264 Gestão da Qualidade na Exportação

9.3 Quais os requisitos para os procedimentos de avaliação de


conformidade do Acordo do TBT?

O Acordo do TBT cria uma série de condições a serem preenchidas pelos países-membros da
OMC para estabelecerem os procedimentos de avaliação de conformidade quando se exige
conformidade com regulamentos técnicos ou normas.

Em primeiro lugar, os membros da OMC devem assegurar que os fornecedores de produtos de


outros países-membros da OMC terão acesso aos procedimentos de avaliação de conformidade
nos mesmos termos que os fornecedores domésticos de produtos similares ou fornecedores de
qualquer outro país-membro. Isso significa que não deve haver discriminação entre produtos
importados e nacionais e entre produtos importados de diferentes países.

Em segundo lugar, os países-membros não podem estabelecer procedimentos de avaliação de


conformidade com a intenção de criar obstáculos desnecessários ao comércio. Esses procedimentos
não devem ser mais rígidos ou ser aplicados com maior rigidez do que o necessário para assegurar
que os produtos estão de acordo com os regulamentos técnicos ou com as normas pertinentes.

Em terceiro lugar, os procedimentos de avaliação de conformidade para os produtos importados


devem ser os mesmos utilizados para os produtos nacionais. O período de processamento padrão
para cada procedimento de avaliação de conformidade deve ser publicado e informações devem
ser fornecidas aos requerentes, durante este período, se solicitado. As informações prestadas
estão limitadas ao interesse em questão e a confidencialidade é mantida para proteger os legítimos
interesses comerciais dos exportadores.

As tarifas para produtos importados e domésticos devem ser as mesmas, exceto as de


comunicação, transporte e outros custos resultantes do fato de as instalações do requerente e do
organismo de avaliação de conformidade estarem em localidades diferentes.

O local das instalações para a avaliação de conformidade e a seleção de amostras não deve
causar transtornos desnecessários aos requerentes ou a seus agentes. Quando as especificações
forem modificadas, o procedimento de avaliação de conformidade para o produto modificado
deve se limitar ao que for necessário para determinar se o produto continua respeitando os
regulamentos técnicos ou as normas em questão. Além disso, os países-membros devem
estabelecer um procedimento para a revisão de reclamações contra o procedimento de avaliação
de conformidade e promover quando for necessário.

REFERÊNCIAS
Second Triennial Review of the operation and implementation of the Agreement on
Technical Barriers to Trade G/TBT/9 (00-4811), 13 de novembro de 2000. Comitê da OMC
sobre Barreiras Técnicas ao Comércio. Pode ser descarregado gratuitamente do site http://
docsonline.wto.org. Trata da implementação e administração do Acordo, notificações e procedimentos
para troca de informações, normas internacionais, manuais e recomendações, procedimentos de avaliação
de conformidade, regulamentos técnicos, assistência técnica e tratamento especial e diferencial.
Agreement on Technical Barriers to Trade. Pode ser descarregado gratuitamente do site da
WTO (selecione A-Z list, depois Technical barriers to trade e Text of the TBT Agreement).
O Acordo procura assegurar que os regulamentos, as normas e os procedimentos de ensaio e
certificação não criarão obstáculos desnecessários ao comércio.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


264 05/02/2009, 15:47
Organização Mundial do Comércio 265

Em quarto lugar, recomenda-se que os países-membros baseiem seus procedimentos de avaliação


de conformidade em normas, guias e recomendações de organismos internacionais de
normalização, exceto em caso de inadequação em relação aos assuntos que envolvem a segurança
nacional; a prevenção de práticas enganosas; proteção da vida e saúde humanas; vida e saúde da
fauna, da flora e do meio ambiente; fatores climáticos ou geográficos fundamentais; problemas
tecnológicos e de infra-estrutura básicos. Se os procedimentos de avaliação de conformidade não
forem baseados em normas, guias ou recomendações internacionais e tiverem um efeito
significativo no comércio, devem ser notificados aos outros países-membros da OMC e fornecidas
informações, se solicitadas. Em caso de problemas urgentes de segurança, saúde, proteção
ambiental ou segurança nacional que exigem providências imediatas, os Membros da OMC
podem aplicar imediatamente essas medidas, desde que as razões fundamentais sejam notificadas
e esclarecidas aos outros países-membros por meio do Secretariado da OMC.

Em quinto lugar, os países-membros são incentivados a participar da preparação dos guias e das
recomendações internacionais sobre os procedimentos de avaliação de conformidade visando a
harmonização desses procedimentos do modo mais amplo possível.

Finalmente, todos os procedimentos de avaliação de conformidade adotados têm de ser publicados


ou disponibilizados prontamente aos outros países-membros para que tomem ciência desses
procedimentos. Os países-membros devem conceder um período de tempo razoável antes de
implementarem os procedimentos de avaliação de conformidade, para permitir que os países
exportadores adaptem seus produtos ou seus métodos de produção às exigências do país importador.

REFERÊNCIAS
‘Reducing technical trade barriers: Second Triennial Review of the WTO Agreement on
Technical Barriers to Trade (TBT) – Results and scope’ (‘Reduzindo as barreiras técnicas ao
comércio: Segunda Revisão Trienal do Acordo da OMC sobre Barreiras Técnicas ao Comércio
[TBT] - Seus resultados e extensão). Henri Schwamm. Em ISO Bulletin, fevereiro de 2001.
Assinatura anual: CHF 128,00. ISO, Case postale 56, CH-1211 Genebra 20, Suíça, Tel: 41 22
749 0111, Fax: 41 22 733 3430, E-mail: sales@iso.org, Internet: www.iso.org. A revisão do
Acordo do TBT da OMC esclarece o seu funcionamento e procura encontrar meios para facilitar a
participação dos países em desenvolvimento na elaboração de normas internacionais e no estudo de
avaliação de conformidade.

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265 05/02/2009, 15:47
266 Gestão da Qualidade na Exportação

9.4 Em que circunstâncias se aplica o Acordo SPS?

O Acordo SPS (do inglês Sanitary and Phytosanitary Measures - Medidas Sanitárias e
Fitossanitárias) se aplica a todas as medidas sanitárias e fitossanitárias que, direta ou
indiretamente, possam afetar o comércio internacional. As medidas sanitárias tratam da saúde
humana e da fauna, e as medidas fitossanitárias estão relacionadas à saúde da flora. O Acordo inclui
a proteção dos peixes e da fauna selvagem, das florestas e da flora natural, mas exclui a proteção
ao meio ambiente em si e a segurança dos animais.

Para as finalidades do Acordo SPS, as medidas sanitárias e fitossanitárias são definidas como
medidas aplicáveis em quatro situações:

- Para a proteção da vida e da saúde de animais e plantas contra riscos advindos da entrada, fixação ou disseminação
de pragas, doenças, organismos transmissores ou causadores de doenças.

Exemplos desse tipo de medidas SPS são as restrições às frutas oriundas de áreas infestadas pela
mosca-da-fruta ou proibição de importação de gado em pé, devido a contaminação de rebanhos
pela tuberculose bovina, com o intuito de impedir a introdução e a disseminação da doença no
gado doméstico.

- Para a proteção da vida e da saúde de seres humanos e de animais contra riscos provenientes de aditivos,
contaminadores, toxinas ou organismos causadores de doenças em alimentos, bebidas ou produtos alimentícios.

Exemplos de medidas SPS características são as restrições à importação de maçãs contendo uma
determinada quantidade de resíduos de pesticidas ou regulamentos aplicados à importação de
produtos avícolas contendo salmonela. Também se incluem nessa categoria medicamentos
veterinários administrados em animais criados em fazendas que podem se tornar uma ameaça
aos seres humanos que consumirem sua carne. Os riscos à saúde humana provenientes de
problemas de nutrição ou de tratamentos médicos estão excluídos.

- Proteção da vida e da saúde dos seres humanos contra os riscos provenientes de doenças transmitidas por animais,
plantas ou produtos contaminados ou da entrada, fixação ou disseminação de pragas.

Essa categoria de medidas inclui aquelas tomadas para impedir a disseminação da raiva ou a
proibição de importação de carne, ou produtos afins, de regiões infestadas pela febre aftosa.

- Proteção ou limitação dos danos causados pela entrada, fixação ou disseminação de pragas.

Pertence a esta categoria a medida tomada por um país para proibir a importação de determinadas
ervas daninhas que, devido a sua proliferação, podem afastar animais ou impedir o crescimento
da flora local, sem necessariamente causarem doenças.

Alguns aspectos importantes do Acordo SPS são discutidos brevemente a seguir:

- Imparcialidade: Os países-membros da OMC não podem aplicar as medidas SPS de maneira a


constituírem restrições disfarçadas ao comércio internacional. Nenhuma discriminação injusta
é permitida entre os países-membros onde vigorarem condições idênticas ou similares.

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266 05/02/2009, 15:47
Organização Mundial do Comércio 267

REFERÊNCIAS
Impact of Sanitary and Phytosanitary Measures on Developing Countries (O Impacto
das Medidas Sanitárias e Fitossanitárias nos Países em Desenvolvimento). 2000. ISBN 0-7049-
1390-9. Centre for Food Economics Research, Department of Agricultural and Food Economics,
University of Reading, Earley Gate, Whiteknights, PO Box 237, Reading RG6 6AR, Reino
Unido, Tel: 44 118 931 6775, Fax: 44 118 975 6467, E-mail: s.j.henson@rdg.ac.uk, Internet:
www.rdg.ac.uk. Apresenta as conclusões de um estudo de avaliação do impacto de medidas sanitárias
e fitossanitárias e o Acordo SPS sobre as exportações dos países em desenvolvimento. O estudo visa
também identificar os meios para reduzir os efeitos negativos das medidas SPS sobre os países em
desenvolvimento.
Understanding the WTO Agreement on Sanitary and Phytosanitary Measures (Como
entender o Acordo da OMC sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias). Organização Mundial do
Comércio. 1998. Disponível no site da OMC: www.wto.org. (selecione A-Z list, depois
Sanitary and phytosanitary measures). Apresenta o Acordo SPS e a aplicação de
regulamentos sobre segurança dos alimentos e saúde dos animais e das plantas.

- Harmonização: Os países-membros são incentivados a basear suas medidas SPS em normas,


orientações ou recomendações internacionais instituídas pela Codex Alimentarius Commission,
o Escritório Internacional de Epizootias (OIE, do francês Office international des epizooties), e o
International Plant Protection Convention (Convenção Internacional para a Proteção das Plantas)
(veja pergunta 11).

- Equivalência: Recomenda-se aos países-membros que participem, quando solicitados, de reuniões


para fecharem acordos bilaterais ou multilaterais de reconhecimento da equivalência de medidas
sanitárias ou fitossanitárias. O Acordo SPS reconhece que os meios de garantir a segurança dos
alimentos ou a proteção da saúde de animais e plantas pode variar de um país para outro.

- Avaliação de risco: Os países-membros devem estabelecer suas medidas SPS baseados na avaliação
dos riscos vigentes, utilizando técnicas de avaliação de riscos desenvolvidas pelas organizações
internacionais competentes.

- Áreas livres de doenças: Os países-membros devem reconhecer os territórios que os outros países-
membros reivindicam como áreas livres de pragas ou de doenças ou áreas de baixa predominância
de pragas ou doenças, desde que forneçam as evidências necessárias. Estes países devem também
facilitar o acesso a seus territórios para que sejam feitas inspeções, verificações e outros
procedimentos relevantes.

- Transparência: Aos países-membros é recomendado que notifiquem as mudanças em suas medidas


SPS e que forneçam informações sobre as mesmas. Para isso, devem escolher uma autoridade
nacional para notificar as medidas SPS que não estão baseadas em normas, guias ou
recomendações internacionais e que podem ter um impacto significativo no comércio. Recomenda-
se que determinem um ponto focal nacional para fornecer informações sobre medidas SPS
aplicáveis em seus países.

- Procedimentos de controle, inspeção e aprovação: As condições para esses procedimentos estão


detalhadas no Anexo Ca/ do Acordo SPS. Esses procedimentos incluem sistemas nacionais para a
aprovação de aditivos ou para a determinação de tolerância na presença de contaminação de
alimentos, bebidas e produtos agrícolas.

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267 05/02/2009, 15:47
268 Gestão da Qualidade na Exportação

O Acordo SPS trata também da assistência técnica para os países em desenvolvimento; do


tratamento especial e diferenciado tanto para esses países como para os menos desenvolvidos;
da resolução de conflitos e do estabelecimento de um Comitê para Medidas Sanitárias e
Fitossanitárias como um fórum regular de consultas.

a/
Título: Procedimentos de Controle, Inspeção e Aprovação (Control, Inspection and Approval Procedures).

REFERÊNCIAS
Agreement on the Application of Sanitary and Phytosanitary Measures (Acordo para a
Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias). Organização Mundial do Comércio. Disponível
no site da OMC: www.wto.org (selecione A-Z list, depois Sanitary and phytosanitary
measures, Text of the SPS Agreement). Descreve as regras básicas das normas sobre segurança
dos alimentos e saúde de animais e plantas.
‘The World Trade Organization (WTO) Agreement on the Application of Sanitary and
Phytosanitary Measures (SPS) – Implications for developing countries’ (‘O Acordo da
Organização Mundial do Comércio [OMC] sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
[SPS]’). Em Export Quality, nº 45, junho de 1995. International Trade Centre. ITC, Palais des
Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail:
itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Resume o Acordo SPS, explica como países em
desenvolvimento podem se beneficiar do Acordo e quais são suas necessidades de cooperação técnica.
‘Understanding the WTO Agreement on Sanitary and Phytosanitary Measures (SPS)’.
Em Export Quality, nº 46, Rev. 1, novembro de 1996. International Trade Centre, ITC, Palais
des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail:
itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Trata dos aspectos principais do Acordo SPS e
responde perguntas específicas.

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268 05/02/2009, 15:47
10
International Trade
Centre

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270 05/02/2009, 15:47
Internacional Trade Centre 271

10.1 Que tipo de informações sobre o mercado o ITC pode oferecer?

Pequenas e médias empresas (PMEs) em países em desenvolvimento freqüentemente se deparam


com um desafio particularmente difícil e recorrente: como ter acesso aos conhecimentos organizados
sobre o mercado e usá-los para preparar uma estratégia de marketing para a exportação.

Conhecimentos obtidos por meio de pesquisas de mercado, análise de fluxogramas, informações


estatísticas ou bons contatos comerciais certamente se tornaram mais disponíveis nos últimos
anos, especialmente através da Internet ou com o auxílio de consultores de mercado especializados
em informações. Entretanto, a maior parte destas informações não estão organizadas e geralmente
seu conteúdo e sua apresentação não são coerentes, acarretando um excesso de informações
conflitantes. Isto causa confusão e incerteza, criando dúvidas no momento da implementação de
estratégias para o desenvolvimento do comércio internacional. PMEs não podem se dar ao luxo
de enfrentar tais dificuldades: no ambiente atual, a chave para o êxito no comércio internacional
se dá por meio do acesso a informações confiáveis e de fácil compreensão, além de uma rápida
tomada de decisão e ações eficientes.

Uma política de exportação bem sucedida significa adaptar a estratégia da empresa ao ambiente
onde ela compete; conhecer os clientes e os mercados melhor do que qualquer um de seus
concorrentes e agir rapidamente - mais do que seus concorrentes. Neste contexto, o acesso
instantâneo aos conhecimentos organizados sobre o mercado desempenha um papel crítico. Permite
que as empresas planejem o futuro, que tenham uma atitude de ação e não de reação e que traduzam
suas estratégias de exportação em planos de alto impacto para o mercado. Ao permitir que as
empresas tenham uma melhor compreensão do ambiente onde elas competem, os conhecimentos
estruturados sobre o mercado ajudam a assegurar que suas estratégias de exportação mantenham
o foco nos resultados e que possam ser implementadas, sustentadas e lucrativas.

Neste contexto, as PMEs e as instituições de apoio ao comércio normalmente procuram o auxílio


do ITC para esclarecer as seguintes dúvidas:

- Como podemos identificar o potencial de comércio bilateral entre nosso país e nossos parceiros
intra ou inter-regionais?

- Como podemos identificar os produtos e setores industriais onde somos mais competitivos
internacionalmente?

- Quais são as oportunidades de diversificação do mercado global para nossos principais produtos
de exportação?

- Quais os setores industriais que nossos programas de desenvolvimento de comércio


internacional devem enfatizar?

- Quem são os principais agentes do novo mercado alvo?

A atitude do ITC é de oferecer uma variedade de ferramentas de análise de mercado projetadas


especificamente para auxiliar exportadores e instituições de apoio ao comércio a desenvolver
programas de políticas de exportação estratégicas e táticas. Estas ferramentas apresentam
informações sobre o mercado em um formato altamente organizado e de fácil compreensão e
abordam tanto os aspectos qualitativos quanto quantitativos. Tendo a maior base mundial de
dados sobre o comércio (COMTRADE, administrado pela Divisão de Estatística das Nações Unidas)
como a única fonte de dados estatísticos, o ITC garante que a informação permaneça constante e
confiável através dos anos.

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271 05/02/2009, 15:47
272 Gestão da Qualidade na Exportação

O endereço eletrônico do ITC, www.intracen.org, apresenta esta informação de forma bem


organizada. Apresenta informações baseadas no país - estão incluídos 184 países e territórios -
e no produto (5.000 produtos). Estas ferramentas de análise de mercado são denominadas Portais
de Análise de Mercados por País (Country MAPs - Market Analysis Portals ) e Portais de Análise de
Produtos (Product MAPs ).

Os Portais de Análise de Mercado fornecem informações sobre o volume de comércio de um país,


incluindo o Índice de Desempenho Comercial (Trade Performance Index) e foram desenvolvidos
para acessar e monitorar o desempenho e a competitividade exportadora dos países e de seus
principais setores de exportação. Uma análise do desempenho nacional de exportação/importação
permite que os usuários padronizem o desempenho comercial, identifiquem novos mercados e
monitorem os países com os quais competem, concentrando-se nas principais categorias de
produtos. A Simulação de Comércio é um modelo econométrico usado para estimar o potencial do
comércio bilateral de países em desenvolvimento com qualquer país.

Os Portais de Análise de Produtos foram projetados como uma loja de referência para informações
sobre o mercado e negócios relacionados a um determinado produto. Eles consistem de 72 Portais
Eletrônicos de Análise de Mercado que apresentam extensa informação qualitativa e quantitativa
sobre 72 grupos de produtos que vão de componentes automotivos a sucos de frutas e produtos
de marcenaria. Os Portais de Análise de Produtos oferecem ferramentas de posicionamento no
mercado incluindo estatísticas de comércio internacional para cada produto em relação ao
tamanho do mercado, aos fluxos comerciais, às tendências regionais e aos produtos ‘campeões’.
Eles também oferecem oportunidade para estabelecer redes para assinantes, ferramentas de
informação mercadológica que dão acesso direto aos estudos publicados sobre o mercado, links
rápidos para fontes globais de informação (que são organizadas em pastas de informação
detalhada), dados sobre preços e um serviço de perguntas e respostas.

Entre as ferramentas de análise mais poderosas do ITC está o Mapa Interativo de Comércio
(Interactive TradeMap): é uma ferramenta interativa que ajuda todas as organizações que lidam
com comércio internacional a identificar as tendências mercadológicas, avaliar as oportunidades
de comércio e a reagir às ameaças dos concorrentes. É muito importante para grandes grupos de
usuários tanto do setor público (adidos comerciais e organizações que promovem o comércio)
quanto do setor privado (exportadores que procuram ajuda de uma agência de apoio ao comércio).
O Mapa Interativo de Comércio fornece um círculo completo de etapas analíticas para qualquer
país exportador (cobrindo 184 países) e qualquer um dos 5.000 produtos sob o Sistema
Harmonizado.

As instituições de apoio ao comércio se tornam parceiras do ITC com uma freqüência cada vez
maior para fornecer os Mapas Interativos de Comércio às empresas locais, principalmente às
PMEs. Instituições no Chile, na Malásia, em Omã, no Peru, no Senegal, no Egito, na África do Sul
e em Trinidad-Tobago estão entre os atuais parceiros do ITC.

O Sumário sobre o Mercado do ITC (ITC Market Brief) oferece relatórios concisos e práticos sobre
o mercado (e contatos comerciais) e sobre produtos de exportação de interesse particular para os
países em desenvolvimento. A lista de Sumários disponíveis é atualizada regularmente no site do
ITC e na revista ITC FORUM.

O Serviço de Notícias sobre o Mercado do ITC (ITC Market News Service) dá informações e preços
atualizados semanalmente de produtos primários e semi-processados.

O CD-ROM PC-TAS, produzido pelo ITC, oferece uma análise de cinco anos sobre as tendências de
fluxo do comércio internacional para qualquer país e qualquer produto usando a nomenclatura
da SITC e da HSa/. É baseado em informações prestadas pela COMTRADE.

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272 05/02/2009, 15:47
Internacional Trade Centre 273

A maioria dos serviços mencionados acima é obtida mediante assinatura. Alguns serviços, como
os Sumários sobre o Mercado, são gratuitos para empresas e empresários de países menos
desenvolvidos. Os Mapas dos Países podem ser descarregados gratuitamente do site do ITC. Os
Mapas de Produtos são oferecidos mediante assinatura.

Para mais informações sobre as ferramentas de análise de mercado do ITC, escreva para
mas@intracen.org e visite o site do ITC no endereço www.intracen.org.

a/
SITC = Standard International Trade Classification (Classificação Padrão do Comércio Internacional).
HS = Harmonized Comodity and Coding System (Sistema Harmonizado de Mercadorias e de Codificação);
abreviação para Harmonized System (Sistema Harmonizado).

REFERÊNCIAS
International Marketing and Trading System (Sistemas Internacionais de Marketing e
Comércio Exterior). International Trade Centre. 2001. ISBN 92-9137-157-2. ITC, Palais des
Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail:
itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Estudo enfocando os princípios mercadológicos e
as principais decisões de diretorias das pequenas e médias empresas em economias em desenvolvimento
e em transição em vista do Acordo da OMC e do sistema de comércio multilateral.

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273 05/02/2009, 15:47
274 Gestão da Qualidade na Exportação

10.2 Como o ITC pode ajudar as PMEs na área de gestão da


qualidade?

O ITC tem um Serviço de Gestão da Qualidade na Exportação. Seu objetivo é ajudar a aumentar
a capacidade das empresas e organizações nos países em desenvolvimento a:

- Cumprir as normas, as exigências técnicas e os procedimentos de avaliação de conformidade


nos seus mercados exportadores;

- Lidar com a Normalização, Garantia da Qualidade, Acreditação e Metrologia (SQAM, do inglês


Standardization, Quality Assurance, Accreditation and Metrology).

São fornecidas informações a empresas e a empresários por meio de publicações (livros de bolso,
Boletins sobre a Qualidade na Exportação - Export Quality Bulletins). Algumas destas publicações
estão na lista de referências ao final das páginas deste Livro de Respostas.

Os detalhes para contatar as organizações relevantes podem ser encontrados no World Directory
of Information Sources on Standards, Technical Regulations, Sanitary and Phytosanitary Measures, Eco-labelling,
Quality Management and Accreditation (Diretório Mundial de Fontes de Informação sobre Normas,
Regulamentações Técnicas, Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, Selo Ambiental, Gestão da
Qualidade e Certificação). Está disponível em capa dura ou através do site do ITC.

O ITC responde perguntas técnicas de empresas e empresários dos países em desenvolvimento


e de economias em transição ou as remete às fontes de informação apropriadas. As publicações
do ITC são enviadas gratuitamente a estas empresas e empresários.

O ITC colabora com organizações nacionais de parceria que adaptam as ferramentas de auxílio
técnico, levando em consideração as necessidades locais, e disseminam estas ferramentas em
seus respectivos países. Isto resulta em uma rede de parcerias de instituições que trabalham com
o ITC para fornecer produtos de assistência técnica às empresas exportadoras e importadoras.
Sob este ponto de vista produto-rede, este Livro de Respostas pode ser adaptado para fornecer
informações específicas sobre cada país. Esta adaptação deve ser feita pelas instituições nacionais,
por meio de um acordo de parceria, que distribuirão a publicação para as empresas em seus
territórios.

Para obter mais informações sobre as atividades do Serviço de Gestão da Qualidade na Exportação,
visite o site do ITC, www.intracen.org (clique em Business Support, depois em Quality Management)
ou www.intracen.org/eqm. Você encontrará em nosso site uma lista das publicações do ITC sobre
gestão da qualidade na exportação. Também pode nos contatar no endereço itcreg@intracen.org.

REFERÊNCIAS
‘The World Trade Organization (WTO) Agreement on Technical Barriers to Trade (TBT),
Implications for Developing Countries’. Em Export Quality Bulletin, No. 44, março de
1995. International Trade Centre. ITC, Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22
730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Resume
o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, explica como os países em desenvolvimento podem
se beneficiar do Acordo e quais suas necessidades de cooperação técnica.

Livro_Gestão da Qualidade na Exportação_Humanst_05-02-2009.pmd


274 05/02/2009, 15:47
Internacional Trade Centre 275

Export Quality Management, Resource Material for Training Activities (Gestão da


Qualidade na Exportação, Material de Pesquisa para Treinamento). International Trade Centre.
1999. ITC, Palais des Nations, CH-1211, Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22
730 0576, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Discute conceitos de gestão
da qualidade baseados em princípios e práticas aceitos internacionalmente; examina suas implicações
para a exportação. Também aborda aspectos como requisitos da qualidade, garantia da qualidade,
avaliação de conformidade e certificação.
The North American Market for Fresh Fruit and Vegetables: Import Regulations and
Quality Requirements (O Mercado Norte Americano para Frutas e Vegetais Frescos:
Regulamentação sobre as Importações e Requisitos da Qualidade). International Trade Centre.
CD-ROM, 1999. ITC, Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax:
41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Compêndio das
regulamentações sobre a entrada de frutas frescas e vegetais no Canadá e nos Estados Unidos;
descreve as regulamentações obrigatórias para a importação e as agências administrativas mais
importantes destes países; esboça esquemas tarifários congruentes, as exigências de quarentena,
medidas fitossanitárias, os graus e as normas da qualidade, assim como as exigências de segurança
ambiental e humana; fornece exemplos de alguns dos formulários necessários.
An introduction to ISO 9000:2000 (Introdução à ISO 9000:2000). Em Export Quality
Bulletin, No. 70, novembro de 2001. International Trade Centre. ITC, Palais des Nations, 1211
Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org,
Internet: www.intracen.org. Aborda as normas da família ISO; as principais diferenças entre as
versões de 1994 e 2000 das normas da ISO 9000; o período de transição da versão 2000; normas
específicas dentro da família ISO 9000; custos e benefícios de se estabelecer um sistema de gestão
da qualidade; a implementação de um sistema de gestão da qualidade; certificação. Relaciona
documentos selecionados sobre a ISO 9000.

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275 05/02/2009, 15:47
276 Gestão da Qualidade na Exportação

10.3 Que serviços o ITC fornece para ajudar as pequenas


empresas a fazer negócios por meios eletrônicos?

A Internet, usada com sabedoria, oferece uma grande oportunidade para as pequenas empresas
comprarem e venderem no mercado internacional. Entretanto, existem pequenos passos que as
pequenas empresas podem dar antes de começar a fazer transações comerciais pela Internet.

A maioria das informações, dos serviços de treinamento e aconselhamento do ITC para as


pequenas empresas, é oferecida por meio de parceiros em países em desenvolvimento e em
economias em transição. Isto inclui as organizações de incentivo ao comércio, câmaras de
comércio, instituições de treinamento para o comércio e associações de comércio.

Aqui está uma pequena demonstração dos tipos de serviços que o ITC oferece às pequenas empresas
para ajudá-las a participar da economia digital:

- Secrets of Electronic Commerce: A Guide for Small and Medium-Sized Exporters (Segredos do Comércio
Eletrônico: Um Guia para os Exportadores de Pequeno e Médio Porte). 2000. Este livro responde
a mais de 100 perguntas normalmente feitas pelas pequenas empresas em países em
desenvolvimento. Uma pesquisa internacional foi feita para identificar restrições, problemas,
dúvidas e necessidades. Estruturado no formato pergunta-e-resposta, o livro aborda estratégia,
pesquisa de mercado, técnicas de marketing on-line, técnicas de comunicação on-line, problemas
legais, segurança e criptografia, problemas financeiros, as características de sites bem sucedidos,
assuntos técnicos, compras, política e problemas específicos de cada país.

- E-Commerce Fitness Checker (Verificador da Saúde do Comércio Eletrônico). Um CD-ROM com um


programa que permite dirigentes de empresas em países em desenvolvimento identificar e tratar
dos pontos fracos no seu desempenho no comércio eletrônico. O Verificador consiste de perguntas
agrupadas em 11 áreas para ajudar as empresas a avaliar sua capacidade para entrar no comércio
eletrônico. Também pode ser usado como um instrumento de pesquisa para ajudar as empresas
a identificar necessidades de treinamento especial e informações relevantes sobre o comércio
eletrônico.

- Secrets of Good Web Design: 100 Sample Web Sites (Os Segredos Para Construir um Bom Site: 100
Exemplos). 2000. Um livro baseado nos 5 C’s do ITC para o desenvolvimento de um bom site na
Internet: Clareza, Conteúdo, Conveniência, Comércio e Compromisso com o Cliente.

- SME E-Commerce Training Programme (Programa de Treinamento de Comércio Eletrônico para as


PMEs). Um programa de treinamento para ajudar as PMEs a entender, em termos práticos, como
usar a tecnologia da Internet para agregar valor a seu negócio e ganhar novos clientes. Apresenta
casos de vários países em desenvolvimento e de economias em transição, destacando o que fazer
e o que não fazer no comércio através da Internet. O ITC trabalha com parceiros nacionais em
cada país para oferecer este programa. Para mais informações sobre estes parceiros nacionais,
escreva para e-trade@intracen.org.

- Export Development in the Digital Economy, Executive Forum 2000. (Desenvolvimento da Exportação
na Economia Digital, Fórum Executivo 2000.). 2001. Esta publicação aborda o papel da economia
digital na implantação e manutenção do bom desempenho da exportação em países em
desenvolvimento; avalia o impacto do comércio eletrônico nas práticas tradicionais de
exportação; explica como as economias em desenvolvimento e em transição respondem aos
desafios da economia digital; examina as condições para um ambiente nacional que permitirá
uma participação continuada e efetiva na economia digital.

Para mais informações sobre qualquer destes produtos mande um e-mail para e-
trade@intracen.org ou visite o site do ITC, www.intracen.org.

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276 05/02/2009, 15:47
Internacional Trade Centre 277

REFERÊNCIAS
International Trade FORUM. Número 1/2001. International Trade Centre. ITC, Palais des Nations,
1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733 4439, E-mail: itcreg@intracen.org,
Internet: www.intracen.org. Apresenta as perspectivas de desenvolvimento do comércio internacional
sob a influência do impacto da tecnologia da informação e de comunicação. Este exemplar relata as
conclusões do Fórum Executivo 2000: Desenvolvimento na Economia Digital, a estratégia resultante
do ITC para o comércio eletrônico e como o ITC está aplicando esta estratégia.

10.4 Que ferramentas as PMEs podem obter junto ao ITC?

Para atender às necessidades das PMEs de avaliar e aumentar sua competitividade, o ITC
desenvolveu várias ferramentas e guias direcionados às empresas. Estas ferramentas de apoio
aos negócios ajudam as empresas a planejar estrategicamente, avaliar e se posicionar
internacionalmente em relação aos seus concorrentes, desenvolver planos direcionados de
aprimoramento de seu negócio e analisar sua capacidade de desenvolver operações de exportação
e de comércio eletrônico. Uma série de guias práticos responde às perguntas que as empresas
geralmente têm sobre exportação, comércio eletrônico, qualidade e o sistema de comércio
internacional.

Segue, abaixo, uma descrição resumida de algumas ferramentas e publicações do ITC para as PMEs.

Ferramentas estratégicas para o comércio


- PLANSME é um software de planejamento de negócios para ajudar as empresas a rever sua
estratégia de negócios, identificar pontos críticos na implementação desta estratégia e planejar
sua execução. Pode ser usado por PMEs após um breve treinamento.

- NEEDSME é um software de apoio para diagnosticar áreas de fraqueza no gerenciamento geral


da empresa, no cumprimento dos objetivos comerciais e em sua orientação estratégica. É usado
por consultores que trabalham com as PMEs.

Ferramentas de referência para empresas


- The Competitive Edge (A Vantagem Competitiva): para PMEs de todos os setores. The Competitive
Edge oferece às PMEs de todos os setores da economia maneiras fáceis e baratas para demonstrar
seu desempenho comercial. Os relatórios baseados no uso desta ferramenta e em seu Manual de
Referência ajudam as empresas a identificar e empreender atividades concretas para melhorar
sua competitividade internacional. Ao comparar o desempenho de uma PME com o de empresas
concorrentes no cenário nacional e internacional, gera a informação necessária para desenvolver
planos bem elaborados para aprimorar o desempenho comercial.

- The International Competitiveness Gauge (O Indicador de Competitividade Internacional): referência


para PMEs do setor automotivo e de peças. É uma ferramenta que dá às PMEs produtoras de
peças automotivas uma maneira fácil e barata de comparar sua competitividade a de outras
empresas no âmbito nacional e internacional. Empresas de países parceiros como a Argentina,
Índia, África do Sul, Turquia, Venezuela e Zimbábue podem comparar seu desempenho umas

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278 Gestão da Qualidade na Exportação

com as outras assim como com as PMEs na Alemanha, Espanha e Estados Unidos. Relatórios de
referência do Indicador ajudam as empresas a identificar e empreender atividades concretas
para aumentar sua competitividade internacional.

Avaliadores de aptidão para operações comerciais


- The Export Fitness Checker (O Avaliador da Aptidão para a Exportação): avalia a aptidão de uma
empresa para a exportação. É baseado em uma lista de verificação que permite às empresas
identificar e resolver as falhas no seu preparo para o mercado exportador. Isto pode ser feito por
meio da avaliação de oito áreas: estratégia; marketing; produção; distribuição; recursos
financeiros; análise e planejamento; organização e coordenação; monitoração e aperfeiçoamento.
As perguntas são propostas de forma que respostas positivas indiquem que a empresa está
pronta para o mercado exportador na sua área de atuação. Quanto maior for o número de
respostas afirmativas, mais bem preparadas as empresas estarão para entrar no mercado
exportador. O Avaliador comenta e explica cada pergunta de forma detalhada.

- The Electronic Commerce Fitness Checker (O Avaliador de Aptidão para o Comércio Eletrônico):
avalia se uma empresa está pronta para entrar no comércio eletrônico. Serve de ferramenta para
PMEs entenderem suas necessidades e limitações quanto ao comércio eletrônico do ponto de
vista operacional, técnico, de marketing e de desenvolvimento. Com a ajuda de uma lista de
perguntas, ele identifica as falhas no conhecimento e na aptidão do comércio eletrônico e ajuda a
determinar o tipo de treinamento necessário para superar essas falhas. As perguntas abordam
os elementos da estratégia para o comércio eletrônico das PMEs: marketing, comunicação,
problemas legais e econômicos, segurança e criptografia, compras, e problemas políticos e
específicos de cada país.

Rede de parceiros nacionais do ITC


O ITC trabalha com parceiros nacionais formando uma rede de organizações para disseminar,
entre outros, suas ferramentas de estratégia, de referência e de avaliação de aptidão. Para maiores
informações sobre esses parceiros, contate itcreg@intracen.org.

Guias práticos para as PMEs


- How to Approach Banks (Como Negociar com Bancos). É um guia prático para PMEs determinarem
suas necessidades financeiras, métodos de pagamento e facilidade de crédito para transações
comerciais; também aborda os tipos de instituições financeiras. O guia ensina como negociar um
crédito de curto prazo e apresenta um esboço da documentação legal necessária.

- Trade Secrets: The Export Answer Book (Segredos do Comércio: O Livro de Respostas sobre a
Exportação). No formato perguntas-e-respostas, o livro fornece respostas para as 100 perguntas
mais freqüentes sobre exportação de maneira lógica e de fácil compreensão. As perguntas foram
identificadas durante uma pesquisa; elas servem como uma ferramenta de referência primária
para exportadores de pequeno e médio porte que querem expandir suas operações nos mercados
estrangeiros; pequenas empresas bem sucedidas no mercado doméstico que desejam participar
do comércio internacional; e profissionais envolvidos com o crescimento do comércio que precisam
de um guia de referência rápido mas abrangente.

- International Trade Rules: Business Questions about the World Trading System and the WTO (Regras do
Comércio Internacional: Dúvidas sobre o Sistema de Comércio Mundial e a OMC). 2001. No formato

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Internacional Trade Centre 279

de perguntas-e-respostas, o livro responde às 100 perguntas mais freqüentes sobre o sistema de


comércio mundial. Lida com a implementação de regras sobre o comércio internacional, tarifas,
barreiras técnicas para o comércio e outras barreiras, antidumping e taxas alfandegárias, subsídios,
resolução de conflitos, OMC e PMEs, entre outros assuntos correlatos.

- Secrets of Electronic Commerce: A Guide for Small and Medium-Sized Exporters (Segredos do Comércio
Eletrônico: Um Guia para Empresas Exportadoras de Pequeno e Médio Porte). 2000. O livro responde
a mais de 100 perguntas mais freqüentes de pequenas empresas em países em desenvolvimento.
Foi feita uma pesquisa internacional para identificar suas limitações, problemas, dúvidas e
necessidades. Estruturado no formato de perguntas-e-respostas, aborda estratégias, problemas
comerciais, segurança e criptografia, assuntos financeiros, características de sites bem sucedidos,
problemas técnicos, compras, e problemas políticos e específicos de cada país.

Personalizando os guias práticos para as necessidades nacionais


As perguntas abordadas na série de publicações Trade Secrets (Segredos do Comércio) do ITC
(algumas das quais foram citadas acima) são baseadas em pesquisas conduzidas com PMEs e
instituições de apoio ao comércio em vários países. Os guias são então adaptados às necessidades
das PMEs locais e distribuídos pelas organizações parceiras do ITC.

Para mais informações, escreva para itcreg@intracen.org ou visite o site www.intracen.org.

REFERÊNCIAS
Annual Report 2000 (Relatório Anual 2000). International Trade Centre. ITC/AG(XXXIV)/
185. ITC, Palais des Nations, 1211 Genebra 10, Suíça, Tel.: 41 22 730 0111, Fax: 41 22 733
4439, E-mail: itcreg@intracen.org, Internet: www.intracen.org. Descreve as atividades do ITC no
ano 2000. As páginas 20-21 listam as ferramentas e guias apresentados nesta seção.

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Apêndices

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Apêndices 283

Apêndice I

Pesquisa do ITC sobre gestão da qualidade

A. Carta-convite para participantes em potencial


Caro colega,

O Centro Internacional do Comércio da CNUCED/OMC (ITC, International Trade Centre) é o


ponto focal de cooperação técnica das Nações Unidas para incentivar o comércio com os países
em desenvolvimento. O ITC foi criado pelo Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT, do
inglês General Agreement on Tariffs and Trade) em 1964 e desde 1968 ele vem sendo dirigido em
conjunto pelo GATT (agora chamado de Organização Mundial do Comércio, ou OMC) e as Nações
Unidas, esta última através da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o
Desenvolvimento (CNUCED). A sua sede fica em Genebra.

O ITC atua junto aos países em desenvolvimento e economias em transição, principalmente com
os setores comerciais destes países, para estabelecer programas de incentivo ao comércio a fim
de fomentar suas exportações e melhorar suas práticas de importação. Estes serviços estão à
disposição destes países através da sede do ITC em Genebra. Entre os serviços, incluem-se
publicações sobre a promoção do comércio, o incentivo às exportações, políticas internacionais
de marketing, gestão de políticas de compra e de fornecimento no mercado externo e treinamento
para atuação no comércio exterior, além de informações sobre o comércio exterior e inúmeros
organismos que prestam serviços de estudos estatísticos.

Uma das séries de maior sucesso do ITC chama-se “Segredos do Comércio” (Trade Secrets). Esta
série é composta de guias práticos de referência para as pequenas e médias empresas (PMEs) dos
países em desenvolvimento e economias em transição. Os livros são formatados de modo a
presentar, em cada página, uma pergunta com resposta e referências, e normalmente contêm as
100 perguntas mais freqüentes feitas pelos diretores de PMEs sobre assuntos específicos.

A partir de julho de 2000, o ITC começará uma pesquisa com empresas exportadoras de pequeno
e médio porte e instituições de apoio às exportações (TSIs, Trade Support Institutions) nos países
em desenvolvimento para identificar suas maiores dúvidas sobre gestão da qualidade.

Nós também queremos descobrir que tipo de informação, treinamento, publicações especializadas
ou assistência as PMEs ligadas à área de manufatura e exportação necessitam. Finalmente,
tentaremos identificar os recursos que uma empresa ou uma TSI usaria para tentar responder a
essas perguntas.

As perguntas serão listadas em um registro mais abrangente para refletir as dúvidas mais
freqüentes sobre Gestão da Qualidade. Deste registro, mais de 100 das perguntas mais freqüentes
serão respondidas, culminando com a publicação do livro denominado “Secrets of Quality
Management” (Segredos da Gestão da Qualidade).

Esse livro, no formato pergunta-e-resposta, será dirigido àquelas pessoas de países em


desenvolvimento que precisam de um guia rápido de referência que forneça informações completas
e de fácil compreensão sobre Gestão da Qualidade.

Uma organização estabelecida em seu país, associada ao ITC, selecionou-o como parte de um
seleto grupo de pessoas para participar desta pesquisa. Estamos muito interessados em saber o
que você acha que deve ser incluído nesta publicação tão importante.

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283 05/02/2009, 15:47
284 Gestão da Qualidade na Exportação

Por favor, dê-nos um pouco do seu tempo e responda às três perguntas a seguir. Se você participar
desta pesquisa, nós lhe mandaremos uma cópia gratuita do livro, que trará seu nome e cargo.
Seria muito importante se você pudesse responder até o dia 31 de agosto de 2000.

Favor enviar suas respostas para a Sra. Prema de Sousa, que é a consultora júnior responsável
pela condução desta pesquisa. Seu correio eletrônico é: desousa@intracen.org, telefone: 41 22 730
0332, fax: 41 22 730 0576; endereço comercial: International Trade Centre UNCTAD/WTO, Palais
des Nations, CH-1211, Genebra 10, Suíça.

Pergunta 1
Quais são as suas cinco principais dúvidas sobre Gestão da Qualidade? Por favor, leve em
consideração as normas e regulamentações técnicas, avaliação de conformidade/garantia da
qualidade, ensaios e equipamentos de teste, metrologia e calibração, sistemas de gestão (ISO
9000, ISO 14000, HACCP), informações técnicas sobre normas, os Acordos de Barreiras Técnicas
ao Comércio e de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC, selo ambiental, Acreditação,
serviços de consultoria para cumprimento de normas e regulamentações técnicas ou outras
áreas relacionadas à Gestão da Qualidade.
1.
2.
3.
4.
5.

Pergunta 2
Por favor, diga-nos que tipo de informação, treinamento, publicações especializadas ou tipos de
auxílio as pequenas e médias empresas podem precisar ao iniciarem a produção de bens para
exportação.
1. Informação sobre...
2. Um programa de treinamento sobre...
3. Uma publicação/CD-ROM sobre...
4. Um tipo de auxílio que me seria útil....
5. Assistência técnica para...

Pergunta 3
Que tipo de auxílio você usaria ou a quem você recorreria para encontrar respostas às suas
dúvidas sobre Gestão da Qualidade?
1. A(s) organização(ões) que eu contataria seria(m)...
2. Perguntaria à(s) seguinte(s) pessoa(s)...
3. Eu usaria a seguinte publicação ou recorreria ao seguinte site na Internet...

Ao remeter suas respostas, por favor dê o seu nome, cargo, o nome de sua empresa ou organização
e seu endereço comercial.

Atenciosamente,
S. K. Gujadhur
Conselheiro Sênior para Gestão da Qualidade na Exportação
International Trade Centre CNUCED/OMC

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Apêndices 285

B. Participantes da pesquisa
O ITC gostaria de agradecer enormemente a participação das pessoas, empresas e organizações
de apoio ao comércio, citadas na Pesquisa 2000 sobre Gestão da Qualidade. As perguntas reunidas
neste livro são baseadas principalmente nas respostas que deram ao questionário.

M. Chandrasekar, Diretor Técnico Assistente, Departamento de Assuntos Industriais, Botsuana

Josian Chelin, Gerente, Cernol Chemicals Ltd, Ilhas Maurício

Victor N. Clottey, Diretor de Gestão da Qualidade, Kasapreko Company Ltd, Gana

Moses Kofi Dogbatsey, Diretor Gerente, Dogano Pharmacognosy Ltd., Gana

Roshan B. Fernando, Sócio, Starline Enterprises, Sri Lanka

P. K. Fleku, Diretor Assistente, Divisão de Normas e Especificações, Conselho de Normalização de


Gana, Gana

V. Ganesam, Gerente de Operações, Tanga Cement Company Ltd, Tanzânia

Danilo L. Gonia, Representante Assistente de Gestão Ambiental e Agente de Controle da Poluição,


Redisol Inc., Filipinas

Yousuf Jeewa, Neel Indistries Ltd, Ilhas Maurício

Christopher Kadio, Gerente de Garantia da Qualidade, Oryx Oil Company Ltd, Tanzânia

Florence Kahu-Mensah, Diretor Gerente, Flokan Co. Ltd, Gana

I. Kaidoo, Analista Industrial, Autarquia para o Desenvolvimento de Áreas para o Processamento


de Exportações, Ilhas Maurício

Anwar Kaidoo, Gerente de Qualidade, Mauvilac Industries Ltd, Ilhas Maurício

Gabriel Kamudu, Diretor Gerente, Craft Aid Mauritius Co. Ltd, Ilhas Maurício

M. Karega, Gerente Geral, Tanganyika Instant Coffee Co., Tanzânia

A. S. Khodabux, Gerente, Organização para o Desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas


(SMIDO, do inglês Small and Medium Industries Development Organization), Ilhas Maurício

Illona Ajavon Markham, Diretor Gerente, Illo’s Fashions, Gana

Carlos F. Meyer Maldonado, Diretor, CFMM Consulting, Paraguai

Janet Minja, Diretora de Marketing, Proteção e Informação, Organização para o Desenvolvimento


de Pequenas Empresas (SIDO, do inglês Small Industries Development Organization)

Jesus L. Motoomull, Bureau de Normas para Produtos, Filipinas

Alain Pang Vong Lun, Diretor Gerente, Arc Bags Industries Co. Ltd, Ilhas Maurício

Lerma N. Piquero, Escritório do Diretor Assistente, Grupo de Estratégia de Mercado e Consultoria,


Bureau de Promoção do Comércio Exterior, Filipinas

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285 05/02/2009, 15:47
286 Gestão da Qualidade na Exportação

Evelyn Prah Gohoho, Diretora Gerente em Exercício, South Akim Manufacturing Co., Ltd, Gana

B. K. J. F. Rodrigo, Bopitiya Enterprises, Sri Lanka

S. K. Tuteja, Secretaria Suplementar & Comissaria de Desenvolvimento, Empresas de Pequeno


Porte (SSI, do inglês Small Scale Industries), Organização para o Desenvolvimento de Pequenas
Empresas, Índia

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286 05/02/2009, 15:47
Apêndices 287

Apêndice II

Endereços eletrônicos no mundo da Normalização, Garantia da Qualidade, Acreditação e


Metrologia (SQAM, do inglês Standardization, Quality Assurance, Accreditation and Metrology)

African Regional Organization for Standardization www.arso-oran.org

American Association for Laboratory Accreditation www.a21.a.org

American Society for Quality www.asq.org

American Society for Testing and Materialsa/ www.astm.org

Asean Consultative Committee on Standards and Quality www.aseansec.org

Asia-Pacific Metrology Programme www.nrlm.go.jp/apmp/

Associação Internacional de Certificação de Pessoal www.iatca.com

Association of Official Agricultural Chemists www.aoac.org

Australian Organization for Quality www.aoq.asn.au

Austrian Standards Institute www.on-norm.at

Blue Angel Ecolabelling Scheme www.blauer-engel.de

British Standards Institution www.bsi-global.com

Bureau internacional de pesos e medidas www.bipm.org

Codex Alimentarius Commission www.codexalimentarius.net

Comisión Panamericana de Normas Técnicas www.copant.org

Comissão Eletrotécnica Internacional www.iec.ch

Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento www.unctad.org

Cooperação da Ásia e do Pacífico de Acreditação de Laboratórios www.ianz.govt.nz/aplac

Cooperação Européia de Acreditação www.european-accreditation.org

Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios www.ilac.org

Council on Economic Priorities Accreditation Agency www.cepaa.org

Det Norske Veritas www.dnv.com

Escritório Internacional de Epizootias www.oie.int

European Commission www.europa.eu.int

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287 05/02/2009, 15:47
288 Gestão da Qualidade na Exportação

European Organization for Quality www.eoq.org

European Organization for Conformity Assessment www.eotc.be

European Proficiency Testing Information System www.eptis.bam.de

Food and Agriculture Organization of the United Nations www.fao.org

Forest Stewardship Council www.fscoax.org

Fórum Internacional de Acreditação www.iaf.nu

Global Ecolabelling Network www.gen.gr.jp

Green Seal Organization .greenseal.org

Industry Cooperation on Standards and Conformity Assessment www.icsca.org.au

Institute of Quality Assurance www.iqa.org

Interamerican Accreditation Co-operation www.ibpinetsp.com.br/iaac

International Electrotechnical Commission System for Conformity Testing


and Certification of Electrical Equipment www.iecee.org

International Maritime Organization www.imo.org

International Measurement Confederation www.imeko.org

International Olive Oil Council www.internationaloliveoil.org

International Plant Protection Convention www.fao.org/ag/agp/agpp/pq/en/ippce.htm

International Register of Certificated Auditors, Reino Unido www.irca.org

International Seed Testing Association www.seedtest.org

International Telecommunication Union www.itu.int

International Trade Centre UNCTAD/WTO www.intracen.org

IQNet www.iqnet-certification.com

ISO/TC 176/SC2 Quality Management and Quality Assurance-


Quality Systems www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2

ISO/TC 207 Environmental Management www.tc207.org

National Association of Testing Authorities, Austrália www.nata.asn.au

National Institute of Standards and Technology, EUA www.nist.gov

North and South American Hub of British Standards Institution www.bsiamericas.com

Office for Official Publications of the European Communities www.eur-op.eu.int

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288 05/02/2009, 15:47
Apêndices 289

Organization for Economic Co-operation and Development www.oecd.org

Organização Internacional de Metrologia Legal www.oiml.org

Organização Internacional para Normalização www.iso.org

Organização Mundial do Comércio www.wto.org

Registrar Accreditation Board, EUA www.rabnet.com

Royal Society of Chemistry, Reino Unido www.rsc.org

Sistema Interamericano de Metrologia www.inmetro.gov.br

Society of Automotive Engineers International www.sae.org

Southern African Development Community www.sadc-sqam.org


(Página da internet sobre Normalização, Garantia da Qualidade,
Acreditação e Metrologia)

Standards Australia International Ltd. www.standards.org.au

TICQA, Banco de dados sobre Agências Européias de Avaliação


da Conformidade www.ticqa.eotc.be

Trans-Tasman Mutual Recognition Arrangement


www.ermanz.govt.nz/InternationalObligations/TTMRA.htm

United Kingdom Accreditation Service www.ukas.com

World Standards Services Network www.wssn.net

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289 05/02/2009, 15:47
290 Gestão da Qualidade na Exportação

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290 05/02/2009, 15:47
Apêndices 291

Apêndice III

Infra-estrutura Brasileira de Tecnologia Industrial Básica


Este Apêndice tem como objetivo apresentar a infra-estrutura brasileira de Tecnologia Industrial
Básica, englobando esta as atividades de normalização, metrologia, regulamentação técnica e
avaliação da conformidade.
Inicialmente, serão apresentados o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Sinmetro), o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Além disso, mostraremos quais instituições são responsáveis pela realização das atividades de
normalização, metrologia, avaliação da conformidade, regulamentação técnica e Acreditação.
Finalmente, serão abordadas as atribuições e serviços disponibilizados pelo Ponto Focal de
Barreiras Técnicas às Exportações previsto no Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio, da
Organização Mundial do Comércio.

I – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial


O Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial é constituído por
entidades públicas e privadas, que exercem no Brasil as atividades relacionadas com metrologia,
normalização, qualidade industrial e avaliação da conformidade.
Tem como objetivo o contínuo desenvolvimento de uma infra-estrutura de serviços tecnológicos
capaz de avaliar e certificar a qualidade de produtos, processos e serviços por meio de organismos
de certificação, rede de laboratórios de ensaio e de calibração, organismos de treinamento,
organismos de ensaios de proficiência e organismos de inspeção, todos acreditados pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
Apoiam o Sinmetro os organismos de normalização, os laboratórios de metrologia científica e
industrial e os institutos de metrologia legal dos estados. Esta estrutura está formada para
atender às necessidades da indústria, do comércio, do governo e do consumidor.

II – Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial


O Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial é o órgão normativo
do Sinmetro e é presidido pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Está
constituído por 8 Ministérios, pelo Inmetro, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), pela Confederação Nacional das Indústrias – CNI e pelo Instituto de Defesa do
Consumidor (IDEC).
O Conmetro atua por meio de seus seis comitês técnicos assessores, que são abertos à sociedade,
por meio da participação de entidades representativas das áreas acadêmica, industrial, comercial
e outras atividades interessadas na questão da metrologia, da normalização e da qualidade no
Brasil.

II.1 – Comitês Técnicos do Conmetro

II.1.1 – Comitê Brasileiro de Normalização – CBN


Assessora o Conmetro na formulação de políticas, diretrizes e programas nacionais de
normalização, permitindo que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), seus Comitês
Brasileiros e Organismos de Normalização Setoriais funcionem como organismos de
normalização, em consonância com as necessidades do Brasil.

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291 05/02/2009, 15:47
292 Gestão da Qualidade na Exportação

II.1.2 – Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade – CBAC


Assessora o Conmetro, discutindo com a sociedade brasileira as necessidades nas áreas de
certificação de produtos, pessoal e sistemas da qualidade e gestão ambiental, propondo políticas,
diretrizes e programas.
Assessora ainda o Inmetro, funcionando como foro imparcial no estabelecimento de critérios,
regulamentos e procedimentos para as áreas de Acreditação e certificação.

II.1.3 – Comitê Brasileiro de Metrologia – CBM


Assessora o Conmetro, propondo políticas, diretrizes e programas, nas áreas de metrologia
científica, industrial e metrologia legal. É o comitê que discute a questão metrológica no Brasil,
estando seu trabalho intimamente ligado às atividades do CBAC e do CBN.

II.1.4 – Comitê do Codex Alimentarius do Brasil – CCAB


O Brasil é signatário do Codex Alimentarius Internacional e é o CCAB que traz para o Brasil as
normas aprovadas naquele foro.
O CCAB, coordenado pelo Inmetro, atua na formulação da posição brasileira relativa aos temas
de reunião do Codex, nas áreas de saúde e agricultura, promovendo a elaboração e atualização
da legislação e regulamentação nacional em alimentos, em sintonia com as resoluções do Codex
Internacional.

II.1.5 – Comitê de Barreiras Técnicas ao Comércio – CBT


Assessora o Conmetro na discussão de políticas relacionadas à questão das barreiras técnicas ao
comércio. Neste sentido, atua como apoio ao Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações
(Inmetro) e na interface do Sinmetro com a sociedade.

III – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade


Industrial – Inmetro
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) atua como
Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
É a instituição responsável, no país, pela execução das políticas de metrologia e qualidade,
desenvolvendo atividades nas áreas de metrologia legal, científica e industrial, na concepção e
na priorização de programas de avaliação da conformidade, na Acreditação de laboratórios de
ensaio e de calibração, de organismos certificadores de produtos e sistemas de gestão da qualidade,
de organismos de treinamento e de inspeção.
A atuação do Inmetro e das demais instituições responsáveis por cada uma destas atividades
fundamentais à estruturação da Tecnologia Industrial Básica no país será detalhada a seguir.

IV – Atividade de Normalização
As mudanças que têm transformado o mundo nos últimos anos reconfiguraram o papel das
normas técnicas para seus países. As nações que quiserem ter representatividade na área de
comércio internacional terão que investir em normalização.
Há muito as normas técnicas deixaram de ser documentos de engenheiros e se transformaram
em regras de negócios que definem mercados. Além de seu papel tradicional de promover
qualidade, eficiência, intercambialidade, repetitibilidade, ao menor custo, tornando a vida das
pessoas mais simples e melhor, a normalização tornou-se talvez o mais importante fator
potencializador de competitividade.

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292 05/02/2009, 15:47
Apêndices 293

No campo nacional, a ABNT, ou internacional, no caso a ISO (International Organization for


Standardization), as normas ou falta delas, têm sido determinantes de negócios, preços e fluxos
de comércio.
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é uma rede formada por 54 Comitês
Brasileiros, mais dois ONS (Organismo de Normalização Setorial), nos quais atuam
permanentemente cerca de 10 mil técnicos. É uma entidade associativa estratégica para o País,
sem fins lucrativos e de utilidade pública, administrada por um núcleo central gestor. Além
disso, a ABNT é representante no Brasil dos principais organismos normalizadores internacionais
e regionais, quais sejam, a própria ISO, a IEC (International Electrotechnical Comission), COPANT
(Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e AMN (Associação Mercosul de Normalização).

V – Atividade de Metrologia

V.1 – Metrologia Legal


A Metrologia Legal tem como objetivo principal proteger o consumidor tratando das unidades
de medida, métodos e instrumentos de medição, de acordo com as exigências técnicas e legais
obrigatórias.
No Brasil, o Inmetro organiza e executa as atividades da Metrologia Legal, assegurando a
uniformidade da sua aplicação em todas as transações comerciais, inclusive aquelas praticadas
no âmbito Mercosul, louvando-se tanto quanto possível nos documentos e recomendações
internacionais oriundos da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML).
Dentre as atribuições da Diretoria de Metrologia Legal do Inmetro está a elaboração de
Regulamentos Técnicos Metrológicos, de caráter compulsório, que são normalmente baseados
nas Recomendações Internacionais da OIML. Estão sujeitos à regulamentação e ao controle
metrológico os instrumentos de medição e as medidas materializadas utilizados nas atividades
econômicas (comerciais) e nas medições que interessem à incolumidade das pessoas nas áreas da
saúde, da segurança e do meio ambiente, e os produtos pré-medidos.
Motivado pela grande extensão territorial, o Inmetro optou por um modelo descentralizado,
delegando a execução do controle metrológico a órgãos metrológicos estaduais, o Instituto de
Pesos e Medidas (IPEM) que fazem parte da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade
(Inmetro).
A Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, composta por 25 órgãos metrológicos regionais,
sendo 19 órgãos da estrutura dos governos estaduais, dois órgãos municipais, e os quatro restantes
administrados pelo próprio Inmetro, é o braço executivo da Diretoria de Metrologia Legal em
todo o território brasileiro. Ela executa as verificações e inspeções relativas aos instrumentos de
medição e as medidas materializadas regulamentados, e o controle da exatidão das indicações
quantitativas dos produtos pré-medidos, de acordo com a legislação em vigor.

V.2 – Metrologia Científica e Industrial


A Diretoria de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro é a unidade do Inmetro que atua na
gestão dos seus vinte laboratórios de metrologia científica e industrial, com responsabilidade
pela manutenção e disseminação das unidades de medidas do SI e guarda dos padrões nacionais
de medida. Além disso, coordena o projeto do parque tecnológico de Xerém – PTX com a
responsabilidade de criar uma adequada infra-estrutura com vistas a promover a
competitividade da indústria de base tecnológica, voltada para a metrologia.
Via de regra, quando pertinentes, os padrões dos laboratórios metrológicos do Inmetro são
rastreados aos padrões primários do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), ou ainda
indiretamente, a padrões primários de laboratórios nacionais em outros países que conquistaram
credibilidade por sua atuação no campo da metrologia científica. Para os casos de padrão primário
que dispensam calibração são realizadas sistematicamente intercomparações com padrões de
referência do BIPM e de outros países.

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294 Gestão da Qualidade na Exportação

O Inmetro conta ainda com laboratórios metrológicos que operam por delegação supervisionada,
são eles a Divisão do Serviço da Hora do Observatório Nacional, e o Laboratório Metrológico das
Radiações Ionizantes, do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD.

VI – Atividades de Regulamentação Técnica e de Avaliação da


Conformidade
Na qualidade da instituição responsável, no país, pela execução das políticas de metrologia e
qualidade, desenvolvendo atividades nas áreas de metrologia legal, científica e industrial, o
Inmetro, elabora os regulamentos técnicos relativos aos produtos industrializados em nível
nacional. A atividade regulamentadora do Inmetro se dá por meio das Diretorias de Metrologia
Legal e da Qualidade, esta última responsável pela elaboração dos Programas de Avaliação da
Conformidade.
No Inmetro, cabe à Diretoria da Qualidade, na sua Divisão de Programas de Avaliação da
Conformidade, a elaboração de regulamentos técnicos relativos a procedimentos de avaliação
da conformidade.
A atividade de avaliação da conformidade, por meio das suas cinco modalidades (certificação,
declaração do fornecedor, inspeção, etiquetagem e ensaios) tem como objetivos atender às
preocupações sociais, estabelecendo uma relação de confiança para o consumidor de que o produto
ou serviço está de acordo com os requisitos especificados e, simultaneamente, não se tornar um
problema para a produção, não envolvendo mais recursos do que aqueles que a sociedade está
disposta a investir. Esta atividade normalmente envolve ações visando o estabelecimento de
normas ou regulamentos, ensaios e auditorias para avaliação de sistemas da qualidade.
Quando o objeto da atividade regulamentadora torna-se mais específico, a elaboração de
regulamentos técnicos e de procedimentos de avaliação da conformidade é realizada por Agências
Reguladoras e Organismos Reguladores no âmbito dos respectivos Ministérios. As agências
reguladoras estão estruturadas de maneira a possuírem independência política e financeira e
imparcialidade econômica, de modo que possam arbitrar tarifas e retorno sobre investimentos
levando em conta os interesses de todas as partes envolvidas, inclusive do consumidor final.
Entre as Agências Reguladoras de maior relevância nesta atividade cabe citar a Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), a Agência
Nacional do Petróleo (ANP), e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Além destas
Agências, é relevante a atuação dos Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, que, através de suas diversas Secretarias, elaboram regulamentos técnicos nas
respectivas áreas de atuação. Cabe citar, também, a atividade regulamentadora realizada pelo
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).

VII – Atividade de Acreditação


A Acreditação é o reconhecimento, por um organismo acreditador, da competência de uma instituição
para avaliar a conformidade de produtos, serviços ou sistemas de gestão e pessoal. No Brasil, o
organismo acreditador oficial é o Inmetro., cabendo a ele a responsabilidade pelo gerenciamento dos
sistemas brasileiros de Acreditação de laboratórios de calibração e de Ensaios e de organismos de
certificação e de inspeção. O Inmetro atua, ainda, na coordenação da Rede Brasileira de Laboratórios
de Calibração (RBC) e da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios (RBLE).
Constituída por laboratórios acreditados pelo Inmetro, a RBC e a RBLE congregam competências
técnicas e capacitações vinculadas às indústrias, universidades e institutos tecnológicos,
habilitados à realização de serviços de calibração e de ensaios. A Acreditação subentende a
comprovação da competência técnica, credibilidade e capacidade operacional do laboratório.
O Inmetro credencia Organismos de Certificação, Organismos de Treinamento, Organismos de
Inspeção, Laboratórios de Calibração e Laboratórios de Ensaios, sendo assessorado pelos comitês
técnicos do Conmetro na preparação dos documentos que servem de base para a Acreditação.

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Apêndices 295

VII.1 – Organismos de Certificação

VII.1.1 – Organismos de Certificação de Sistema da Qualidade – OCS


São organismos que conduzem e concedem a certificação de conformidade com base nas normas
ABNT ISO 9001, 9002 e 9003.
Os critérios adotados pelo Inmetro para a Acreditação desses organismos são baseados no ABNT
ISO/IEC Guia 62 e suas interpretações pelo IAF e IAAC.
Esses organismos podem se candidatar à Acreditação seguindo os critérios da QS 9000.

VII.1.2 – Organismos de Certificação de Produto – OCP


São organismos que conduzem e concedem a certificação de conformidade de produtos, nas
áreas voluntária e compulsória, com base em normas nacionais, regionais e internacionais ou
regulamentos técnicos.
Os critérios adotados pelo Inmetro para a Acreditação desses organismos são baseados no ABNT
ISO/IEC Guia 65 e suas interpretações pelo IAF e IAAC.

VII.1.3 – Organismos de Certificação de Sistema de Gestão Ambiental – OCA


São organismos que conduzem e concedem a certificação de conformidade com base nas normas
NBR ISO l400l, l4004, l40l0, l40ll e l40l2.
Os critérios adotados pelo Inmetro para a Acreditação desses organismos são os baseados no
ABNT ISO/IEC Guia 62 e suas interpretações pelo IAF e IAAC.

VII.1.4 – Organismos de Certificação de Pessoal – OPC


São organismos que conduzem e concedem a certificação do pessoal utilizado no SBC.
O Inmetro tem como base dos critérios para a Acreditação desses organismos, aqueles
estabelecidos no ABNT ISO/IEC Guia 62, na EN 450l3 e nas orientações da IATCA e da IAAC.

VII.2 – Organismos de Treinamento – OTC


São organismos acreditados pelo Inmetro que conduzem o treinamento de pessoal.
O Inmetro tem como base dos critérios para a Acreditação desses organismos, aqueles
estabelecidos na EN 45013 e as orientações da IATCA e da IAAC.

VII.3 – Organismos de Inspeção – OIC


São organismos acreditados para emitir laudos de inspeção em produtos, processos e sistemas,
os quais são normalmente utilizados em auxílio à certificação.
O Inmetro tem como base dos critérios para a Acreditação desses organismos, aqueles
estabelecidos no ABNT ISO/IEC Guia 39 e as orientações do ILAC e da IAAC.

VIII – Atividades do Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações


O Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações é um centro de informação que municia o
exportador com informações referentes a regulamentação técnica e procedimentos de avaliação
da conformidade.
O Inmetro exerce no Brasil, as atividades de Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações, no âmbito
do Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O TBT estabelece que “cada membro deve assegurar que exista um Centro de Informação capaz
de responder a todas as consultas razoáveis de outros membros e de partes interessadas de
outros membros, bem como fornecer os documentos pertinentes a regulamentação técnica e
procedimentos de avaliação da conformidade”.

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296 Gestão da Qualidade na Exportação

As suas principais atividades são:


- A disseminação, para todos os exportadores brasileiros, das notificações feitas pelos países-
membros da OMC;
- A notificação à OMC dos Regulamentos Técnicos e dos Procedimentos de Avaliação da
Conformidade elaborados no Brasil;
- Recebimento de comentários e sugestões sobre as propostas notificadas dos Regulamentos
Técnicos nacionais e estrangeiros;
- Encaminhamento dos comentários e sugestões aos organismos reguladores específicos e a
disseminação dos resultados desse processo;
- Recebimento de denúncias de possíveis barreiras técnicas ao comércio; e
- Atendimento ao público no que tange às questões pertinentes, às consultas de usuários nacionais
dos setores público e privado e aos Pontos Focais dos países-membros da OMC, como por
exemplo, obtenção de textos completos de regulamentos técnicos e/ou de procedimentos de
avaliação da conformidade.

Por meio dos serviços prestados pelo Ponto Focal, o exportador pode, com o conhecimento prévio
das regras internacionais, identificar as necessidades de adequação de seus produtos aos padrões
internacionais. O acesso a estas informações permite ao exportador evitar perdas decorrentes
da retenção em portos estrangeiros de carregamentos de produtos que não atendam à
regulamentação vigente naqueles países. Finalmente, os serviços prestados pelo Ponto Focal
garantem ao exportador a participação efetiva na elaboração da regulamentação técnica e dos
procedimentos de avaliação da conformidade.

IX – Atividades dos Pontos Focais para o Acordo de Medidas


Sanitárias e Fitossanitárias
No Brasil, há dois pontos focais para o Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS)
da OMC, de modo a dinamizar tanto as medidas de transparência, quanto o atendimento às
consultas de outros países.
As medidas relativas à proteção da saúde e da vida humana, principalmente no tocante à
segurança alimentar, são de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA). A ANVISA é uma Agência reguladora e, como tal, elabora regulamentos técnicos que
se tornam obrigatórios com a publicação de resoluções.
Criada no final de 1999, a Agência tem uma estrutura moderna, que permite responder com
rapidez as questões eventualmente propostas pelos demais países-membros da OMC. Muitas
das dúvidas podem ser dirimidas em consulta à página da ANVISA na Internet
www.anvisa.gov.br, que está sendo traduzida para o inglês e para o espanhol, com várias seções
já disponíveis nestes idiomas.
Quanto às medidas relativas à fitossanidade de produtos agropecuários, compete à Secretaria
de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/MAPA),
através da sua Divisão de Assuntos Sanitários da OMC atuar, entre outras atividades, como
ponto focal para o Acordo de SPS.
Dessa forma, cabe a esta Divisão:
- Manter banco de dados atualizados dos documentos e notificações dos Comitês de Aplicação
Sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, bem como dos demais Comitês de que tratam os
outros Acordos no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), e dos documentos dos
Comitês Técnicos do “Codex Alimentarius” FAO/WHO, que tenham interrelação com a
competência institucional da Secretaria de Defesa Agropecuária;
- Compatibilizar a agenda de trabalho dos Subgrupos da OMC, com os demais Grupos de Trabalho
da Secretaria de Defesa Agropecuária;
- Implementar, em articulação com as áreas específicas da Secretaria de Defesa Agropecuária e
da Coordenação de Informação Documantal Agrícula da Secretaria de Desenvolvimento Rural,
os procedimentos de exame e respostas às consultas procedentes dos Comitês da OMC;

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Apêndices 297

- Coordenar a preparação dos documentos relativos às Leis, Decretos, Portarias e Normas que
devam ser previamente submetidas ao Comitê Sobre Aplicação de Medidas Sanitárias e
Fitossanitárias da OMC;
- Dar ampla publicidade às decisões, deliberações e consultas dos Comitês Técnicos da OMC;
- Coordenar os trabalhos, em articulação com as áreas específicas da SDA, no tocante a participação
na Área de Livre Comércio para as Américas (ALCA), estabelecida pela Agenda de Denver, no
Escritório Internacional de Epizootias (OIE), na Convenção Internacional de Proteção de Plantas
(CIPP), na Comissão do “Codex Alimentarius” (FAO/WHO) e na Organização Panamericana de
Saúde (OPAS/OMS);
- Elaborar relatórios de acompanhamento e avaliação do processo negociador, em articulação
com as unidades específicas da SDA;
- Apoiar as ações necessárias ao desempenho do Plano Nacional de Controle de Resíduos
Biológicos em Produtos de Origem Animal (PNCRB).

X – Atividades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI


Criado em 1942, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é, hoje, um dos mais importantes
pólos nacionais de geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial.
Sua missão é contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável
do país, promovendo a educação para o trabalho e a cidadania, a assistência técnica e tecnológica,
a produção e disseminação de informação, e a adequação, geração e difusão de tecnologia.
Como parte integrante do Sistema Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das Federações das
Indústrias dos Estados, o SENAI desenvolve programas em 28 áreas, atendendo a diversos setores
econômicos por meio da formação de seus recursos humanos e da prestação de serviços, como
assistência ao processo produtivo, serviços de laboratório, pesquisa aplicada e informação tecnológica.
Diretamente ligados a um Departamento Nacional, 27 Departamentos Regionais levam seus
programas, projetos e atividades a todo o território nacional, oferecendo, através de 720 Unidades
Operacionais, atendimento às diferentes necessidades locais.
Em sua ampla rede, o SENAI oferece cursos nas modalidades de aprendizagem industrial,
qualificação, aperfeiçoamento e especialização profissionais, formação de técnicos e cursos
profissinalizantes de nível superior. São diversos programas, atendendo a uma variada gama de
necessidades, do treinamento para funções específicas à preparação de profissionais com perfil
adequado às mais modernas práticas produtivas; da formação em nível de Ensino Fundamental
até cursos técnicos e de nível superior; da formação de jovens aprendizes à atualização profissinal
de trabalhadores experientes.
O SENAI produz, divulga e adapta conhecimento e tecnologia para toda a indústria brasileira,
seja por meio da educação profissional ou da prestação de serviços capazes de torná-la mais
moderna e competitiva.

XI – Atividades da Agência de Promoção de Exportações – APEX


Criada pelo Decreto nº 2.398, de 21/11/97 e exposição de motivos, a APEX começou a operar em
abril de 1998, com o objetivo de implementar a política de promoção comercial das exportações
estabelecida pela Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República (CAMEX).
Sua missão é estimular as exportações brasileiras especialmente das empresas de pequeno porte.
Para tanto, são desenvolvidas parcerias com entidades de classe empresariais e outras
instituições sem fins lucrativos, para a implementação de programas de promoção comercial,
estrategicamente definidos sob um conceito ampliado de promoção comercial. Além das ações
clássicas de promoção comercial (feiras, missões, catálogos, degustações, etc.), a APEX apoia
ações para adequar os produtos e preparar as empresas para a exportação.
A meta estabelecida pela política de promoção comercial e perseguida pela APEX por meio de
seus projetos, é aumentar as exportações brasileiras para os atuais e para novos mercados,

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298 Gestão da Qualidade na Exportação

ampliando o número de produtos exportados com maior valor agregado e o número de empresas
envolvidas com o comércio exterior.
Em sua proposta para estimular a ação exportadora de pequenas e médias empresas, a APEX,
além de suas próprias iniciativas, trabalha com quatro tipos de projetos: setorial, horizontal,
consórcios ou cooperativas, e isolado. Qualquer um desses projetos pode ser apresentado por
instituições privadas sem fins lucrativos, instituições públicas e pelas representações estaduais
do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Os proponentes se
comprometem com metas de exportação, de envolvimento de novas empresas nas exportações e
com a geração de empregos. A forma de trabalho é a de custos compartilhados com gradativa
redução do apoio da Agência.
O Projeto Setorial Integrado (PSI) atende a um setor ou cadeia produtiva. O Projeto Horizontal
(PH) envolve dois ou mais setores produtivos nas ações de promoção. O Projeto Isolado (PI) apoia
uma única ação ou atividade, como a participação em uma feira ou a elaboração de material
promocional. Os Projetos de Consórcio podem apoiar a formação de um consórcio para a
exportação e as ações de promoção de exportação dos produtos das empresas consorciadas.

XII – Atividades do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas – SEBRAE
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) é uma instituição técnica de apoio
ao desenvolvimento da atividade empresarial de pequeno porte, voltada para o fomento e difusão de
programas e projetos que visam à promoção e ao fortalecimento das micro e pequenas empresas.
Cerca de 4.500 pessoas formam o quadro funcional do Sistema Sebrae – 260 integram seu núcleo
central, localizado em Brasília, e as demais se distribuem pelos Sebrae estaduais nas 27 unidades
da Federação. Este contingente atua de maneira a conferir à entidade alcance e capilaridade
nacional, numa estrutura descentralizada que cobre todo o Brasil e vem se interiorizando a cada
ano, visando melhor atender às pequenas comunidades.

As operações do núcleo central estão a cargo de uma Diretoria Executiva, composta por um
diretor presidente, um diretor técnico e um diretor administrativo-financeiro, assessorados por
técnicos diretamente responsáveis pelo desenvolvimento dos programas e atividades do Sebrae.
Esta estrutura reproduz-se nas unidades nos estados e no Distrito Federal, as quais têm ampla
autonomia no desempenho de suas funções, cabendo ao núcleo central orientar e coordenar a
atuação do sistema, estabelecer normas e estratégias e incumbir-se das atividades de natureza
política, em âmbito nacional.

O Sistema Sebrae desenvolve diversos projetos com o objetivo de fomentar a cultura empreededora
e promover o desenvolvimento das micro e pequenas empresas no Brasil. Estes projetos englobam
as seguintes áreas de atuação: capacitação, crédito, desenvolvimento sustentável,
empreendedorismo, exportação, pesquisa, publicações, qualidade, tecnologia, turismo.

Além disso, o Sebrae conta com uma rede de mais de 500 balcões para prestar informações aos
micro e pequenos empresários e futuros empreendedores.

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Apêndices 299

Apêndice IV

Endereços de Organizações Brasileiras envolvidas em Tecnologia


Industrial Básica

- Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade


Industrial – Inmetro
Presidência
Presidente: João Alziro Herz da Jornada
Rua Santa Alexandrina, 416 – 10o andar – Rio Comprido
Rio de Janeiro – RJ
20261-232
Telefone: (21) 2563-2801
Fax: (21) 2293-0954
Correio eletrônico: Presi@inmetro.gov.br

Diretoria de Metrologia Científica e Industrial


Diretor: Humberto Siqueira Brandi
Avenida Nossa Senhora das Graças, 50, prédio 6 – Xerém
Duque de Caxias – RJ
25250-020
Telefone: (21) 2563-2905
Fax: (21) 2293-6559
Correio eletrônico: dimci@inmetro.gov.br

Diretoria de Metrologia Legal


Diretor: Luiz Carlos Gomes dos Santos
Avenida Nossa Senhora das Graças, 50, prédio 11 – Xerém
Duque de Caxias – RJ
25250-020
Telefone: (21) 2679-1407
Fax: (21) 2679-1761
Correio eletrônico: dimel@inmetro.gov.br

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300 Gestão da Qualidade na Exportação

Diretoria de Qualidade
Diretor: Alfredo Carlos Orphão Lobo
Rua Santa Alexandrina, 8o andar – Rio Comprido
Rio de Janeiro – RJ
20261-232
Telefone: (21) 2293-5286/ 2563-2835
Fax: (21) 2293-1564
Correio eletrônico: dqual@inmetro.gov.br

Coordenação Geral de Acreditação


Diretora: Marcos Aurélio Lima de Oliveira
Rua Santa Alexandrina, 8o andar – Rio Comprido
Rio de Janeiro – RJ
20261-232
Telefone: (21) 2563-2836/2563-2838
Fax: (21) 2563-2836
Correio eletrônico: cgcre@inmetro.gov.br

Coordenação Geral de Articulação Internacional


Diretor: Jorge Antônio da Paz Cruz
Rua Santa Alexandrina, 416, 5o andar – Rio Comprido
Rio de Janeiro – RJ
20261-232
Telefone: (21) 2563-2821
Fax: (21) 2502-6542
Correio eletrônico: caint@inmetro.gov.br
Página na Internet: www.inmetro.gov.br

- Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT


Escritório do Rio de Janeiro
Av. Treze de Maio, 13 – 28º andar
Rio de Janeiro – RJ
20003-900
Telefone: (21) 3974-2300
Fax: (21) 2220-1762
Correio eletrônico: abnt@abnt.org.br

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300 05/02/2009, 15:47
Apêndices 301

Escritório de São Paulo


Av. Paulista, 726 10º andar – Edifício 5ª Avenida
São Paulo – SP
01310-910
Telefone; (11) 3016-7070
Fax (11) 3016-7069
Correio eletrônico: abnt@abnt.org.br

Página na Internet: www.abnt.org.br

- Ponto Focal para o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio


Inmetro
Divisão de Superação de Barreiras Técnicas
Chefe: Rogério de Oliveira Correa
Rua Santa Alexandrina, 416, 5o andar – Rio Comprido
Rio de Janeiro – RJ
20261-232
Telefone: (21) 2563-2787
Fax: (21) 2502-6542
Correio eletrônico: barreirastecnicas@inmetro.gov.br
Página na Internet: www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas
- Pontos Focais para o Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
Ministério da Agricultura
Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio
Esplanada dos Ministérios – BL. D – sala 414-B
Brasília – DF
70043-900
Correio eletrônico: cgomc@agricultura.gov.br

Agência Nacional de Vigilância Sanitária


Gerência-Geral de Relações Internacionais
Telefone: (61) 448-1078
Fax: (61) 448-1089
Correio eletrônico: rel@anvisa.gov.br
Página na Internet: http://www.anvisa.gov.br

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301 05/02/2009, 15:47
302 Gestão da Qualidade na Exportação

- Outros Órgãos de Apoio ao Comércio Exterior


Agência de Promoção de Exportações – APEX
SBN Quadra 1, Bloco “B”, 10º andar, Ed. CNC
Brasília-DF
70.041-902
Telefone: (61) 426-0202
Fax: (61) 426-0222
Correio eletrônico: apex@apexbrasil.com.br

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE


Sebrae Nacional
SEPN Quadra 515, Bloco C
Brasília – DF
70770-530
Telefone: (61) 348-7140/348-7136
Fax: (61) 347-3581
Página na Internet: www.sebrae.com.br

Confederação Nacional das Indústrias – CNI


Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC
Rua Mariz e Barros, 678 – 2º andar – Maracanã
Rio de Janeiro – RJ
20270 – 002
Telefone: (21) 2204-9513/2204-9514
Fax: (21) 2204-9522
Correio eletrônico: sac@cni.org.br

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI


Setor Bancário Norte, Q1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
Brasília – DF
7004-903
Telefone: (61) 317-9001
Fax: (61) 317-9190
Correio eletrônico: gerem@dn.senai.br
Página na Internet: www.dn.senai.br

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302 05/02/2009, 15:47
Apêndices 303

Ministério da Saúde
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, 5º andar, Ed. Sede
Brasília – DF
70058-900
Telefone: (61) 315-2392/315-2393
Fax: (61) 224-8747
Página na Internat: www.saude.gov.br

Ministério da Agricultura
Esplanada dos Ministérios – Bloco D
Brasília – DF
70043-900
Telefones: (61) 226-5161/218-2800
Página na Internet: www.agricultura.gov.br

Ministério da Ciência e Tecnologia


Esplanada dos Ministérios, Bloco E
Brasília – DF
70067-900
PABX: (61) 317-7500
Fax: (61) 225-7496
Página na Internet: www.mct.gov.br

Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior


Esplanada dos Ministérios, Bloco J
Brasília – DF - 70053-900
PABX: (61) 329-7000
Página Internet: www.mdic.gov.br
Ministério do Meio Ambiente
Esplanada dos Ministérios, Bloco B – 5o ao 9o andares
Brasília – DF
70068-900
Página Internet: www.mma.gov.br

Ministério do Trabalho e Emprego


Esplanada dos Ministérios, Bloco F – 5o andar
Brasília – DF
70059-900
Telefone: (61) 317-6543
Página Internet: www.mte.gov.br

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303 05/02/2009, 15:47
304 Gestão da Qualidade na Exportação

Ministério da Justiça
Esplanada dos Ministérios, Bloco T
Brasília – DF
70064-900
Telefone: (61) 429-3000
Página Internet: www.mj.gov.br

Ministério das Cidades


Esplanada dos Ministérios, Bloco A – 2º andar
Brasília – DF
70050-901
Telefone: (61) 411-4612
Página Internet: www.cidades.gov.br

Ministério das Relações Exteriores


Palácio Itamaraty – Anexos I e II
Brasília – DF
70170-900
Página Internet: www.mre.gov.br

Agência Espacial Brasileira


Setor Policial Sul – Área 5 – Quadra 3 Bloco E – 1º andar
Brasília-DF
70610-200
Telefone: (61) 411-5542
Fax: (61) 411-5523
Correio eletrônico: gab@agespacial.gov.br
Página Internet: www.agespacial.gov.br

Agência Nacional de Águas


Setor Policial – Área 5 – Quadra 3 – Bloco B
70610-200 – Brasília – DF
PABX: 445-5400
Página Internet: www.ana.gov.br

Agência Nacional de Telecomunicações


SAUS Quadra 06 Blocos E e H
Brasília – DF
70.070-940
Central de Atendimento: 0800-33-2001
PABX: (61) 312-2000
Fax: (61) 312-2002
Página na Internet: www.anatel.gov.br

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304 05/02/2009, 15:47
Apêndices 305

Agência Nacional de Energia Elétrica


SGAN 603 – Módulo J
Brasília – DF
70.830-030
Página na Internet: www.aneel.gov.br

Agência Nacional de Petróleo


Rua Senador Dantas, 105 – 8o ao 13o andares – Centro
Rio de Janeiro – RJ
20031-201
Telefone: (21) 3804-0000
Fax: (21) 3804-0102/0103/0104
Página na Internet: www.anp.gov.br

Agência Nacional de Saúde Suplementar


Rio de Janeiro
Avenida Augusto Severo, nº84 – 10º, 11º e 12 º andares – Glória
Rio de Janeiro – RJ
20021-040
Telefone: (21) 2505-0000

Distrito Federal
Setor de Autarquias Sul, Quadra 01, Bloco A – 10º andar – Ed. Darcy Ribeiro
Brasília DF - 70070-905
Telefone: 0800-701-9656
Página na Internet: www.ans.saude.gov.br

Agência Nacional de Transportes Terrestres


SCS Quadra 4, Bloco A – Edifício Vera Cruz, 1º andar
Brasília-DF
70304-913
Telefone: 0800-610-300
Correio eletrônico: ouvidoria@antt.gov.br
Página Internet: www.antt.gov.br

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305 05/02/2009, 15:47
306 Gestão da Qualidade na Exportação

Agência Nacional de Vigilância Sanitária


SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega
Brasília – DF - 70770-502
Telefone: (61) 448-1000
Página na Internet: www.anvisa.gov.br

Departamento Nacional de Trânsito


Ministério das Cidades
Esplanada dos Ministérios Anexo II – 5º andar
70.064-900
Brasília –DF
Página na Internet: www.denatran.gov.br

Laboratórios e Organismos Acreditados pelo Inmetro


A lista completa de todos os laboratórios e organismos acreditados pelo Inmetro pode ser
encontrada nos seguintes endereços eletrônicos:

Laboratórios http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/index.asp

Organismos http://www.inmetro.gov.br/organismos/index.asp

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306 05/02/2009, 15:47
Índice Remissivo

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307 05/02/2009, 15:47
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308 05/02/2009, 15:47
Índice Remissivo 309

A
Abordagem global 37, 72, 73
Ação corretiva 125, 126, 163, 179, 187, 195, 201, 205, 221, 230,
240, 264
Ação preventiva 126, 201, 242
Acordo da ILAC 84, 101
Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio
(Acordo TBT) 23, 24, 28, 31, 33, 38, 42, 44, 55, 57, 60, 66, 68,
76, 209, 252, 261-265,293
Acordo Europeu sobre o Transporte
Internacional de Produtos Periculosos 47
Acordo multilateral 50, 63, 250, 251
Acordo de Reconhecimento Mútuo, MRA 42, 71, 98, 99, 108, 110, 247, 248
Acordo Sobre a Aplicação das Medidas
Sanitárias e Fitosanitárias (Acordo SPS) 266, 267, 268
AFNOR, Association française de normalisation 29, 30
Anjo Azul 28
AOAC Internacional 89
APEC, Asia-Pacific Economic Cooperation forum 79, 251, 255
APLAC, Cooperação da Ásia e do Pacífico de
Acreditação de Laboratórios 83, 94, 95, 108, 247, 250, 251, 286
Aprimoramento continuado 90,142, 145, 149, 152, 155, 171, 175,
177,180, 181, 188, 217, 236, 238, 242
Aprovação do modelo 85,137
ASEAN, Association of South-East Asian Nations 45, 167, 286
ASQ, American Society for Quality 22, 37, 147, 149, 150, 161, 162, 166-168, 176,
182, 185, 193, 195, 197-199, 203, 210, 211, 286
Auditoria externa 198
Auditoria interna 142, 175, 187, 189, 190, 192-195, 198, 199, 201, 226
Auto-certificação 75
Auto-regulamentação 232
Avaliação de conformidade 2, 9, 21, 22, 26, 28, 33, 35-37, 43, 53-55, 60, 61,
63, 64, 66, 68-76,79, 80, 84, 159, 167, 245, 246,
525, 253, 259-265, 274, 275, 284
Avaliação de risco 267
Avaliador de laboratórios 100

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309 05/02/2009, 15:47
310 Gestão da Qualidade na Exportação

B
Barreiras técnicas ao comércio 263-265, 274, 284, 289, 290, 293, 294, 298
BIML, Bureau Internacional de Metrologia Legal 66, 106, 122, 128, 129, 133, 137
BIPM, Bureau Internacional de Pesos e Medidas 98, 104, 105, 118, 127, 247, 286, 291
BSI, British Standards Institution 23, 29, 42, 57, 177, 182, 197, 211, 216, 217, 219,
220, 286, 288

C
Calibração 68, 70, 71, 84-86, 89, 91-94, 96-99, 103, 105-114, 116,
117, 119, 120, 124-126, 128-130, 155, 179, 189, 251,
254, 255, 289-292
Calibração, Certificado de 108, 113, 120, 126
Calibração, laboratório de 108, 110-112, 119, 126
Capacidade do processo 161
CCP, Ponto Crítico de Controle 220, 221
Certificação, custos da 66, 180, 182
Certificação de produto 53-62, 65, 66, 68, 71, 84, 248-250, 290, 293
Certificação por terceiros 49, 65, 75, 91, 183, 187, 202, 216, 223, 224, 231, 242
Certificado de conformidade 56, 67, 105
CGPM, Conférence générale des poids et mesures 96, 127, 98, 131,
Código de Boas Práticas, Acordo TBT 24, 31, 33,
Código Marítimo Internacional para Produtos Periculosos 47
Codex Alimentarius Commission 41, 218, 220, 221, 222, 229, 267, 286
Comércio eletrônico 276-279
Comissão Européia 37, 68, 72, 79, 223
Conformidade, falha de 124, 194
Controle do processo 155, 176, 184
Convention du Mètre 98, 104, 105
Co-regulamento 232
Correto da primeira vez 144
Credenciamento 4
CRM, Material de referência certificado 97

D
Declaração de conformidade do fornecedor 61, 65, 74- 76
Defeitos dos produtos 61, 75
Deming, W. E. 161, 164
Departamento de Agricultura dos EUA 222
Det Norske Veritas 57, 227, 287
Documentação para procedimento 182, 190, 192, 201

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310 05/02/2009, 15:47
Índice Remissivo 311

E
EA, Cooperação Européia de Acreditação 59, 70, 84, 247, 251, 287
Efeito Hawthorne 164
Efeito Pigmaleão 164
EFTA, European Free Trade Association 68
E-mark 134
EMAS, Eco-Management and Audit Scheme 217, 218
Embalagem 23, 39, 46, 48, 53, 56, 133, 134, 228
Embalagem, especificações 39
Embalagem, requisitos 46
Ensaio 23, 24, 27, 41, 56, 57, 60, 63, 64, 68, 69, 71, 73, 75,
79, 80- 95, 99, 106, 110, 111, 116, 129, 130, 154,
166,167, 215, 226, 240, 246, 251, 254, 255, 262,
264, 284, 289, 290, 292
Ensaio, laboratórios 82, 85, 86, 92, 99, 106, 110, 111, 116, 251, 254,
289, 290, 292
Ensaio de proficiência 93-95, 246, 255
EOTC, European Organisation for Conformity Assessment 68, 73
EPTIS, European Information System on Proficiency Testing Schemes 93, 95
Equivalência de regulamentos técnicos 263
Especificação de compra 158
European Agreement Concerning the International Carriage of Dangerous
Goods by Road 47
Exatidão da medição 104,117

F
FDA, Food and Drug Administration dos EUA 36, 222
Ferramentas de referência 168, 277
FICCI, Federation of Indian Chambers
of Commerce and Industry 157
Foco no processo 172, 182
FSC, Forest Stewardship Council 50, 287

G
GEN, Global Eco-labelling Network 49
Gerenciamento/gestão de recursos 152, 172, 177, 225
Gráfico de controle 160, 161, 164
Grüner Punkt 48
GUM, Guide to the Expression of Uncertainty In Measurement 115, 116

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311 05/02/2009, 15:47
312 Gestão da Qualidade na Exportação

H
HACCP 38, 217, 218, 220-231, 284
HACCP e a ISO 9000 227
Hawthorne, efeito 164
Homologação 61

I
IAF, Fórum Internacional de Acreditação 57-59, 64, 71, 247-250, 252, 287, 293
IATCA, Associação Internacional de Certificação de Pessoal 59, 185, 200, 286, 293
IEC, Comissão Eletrotécnica Internacional 30-32, 40, 53, 55, 63, 65-67, 69-71, 75, 76, 79,
80, 86, 91-94, 96, 100, 109-112, 159, 204, 216,
219, 233, 245-249, 253-255, 286, 291, 293
IECEE CB, Processo 63, 84
IECEE CB-FCS 66
IECQ 65, 66
IECEx, Processo 66, 67
IIOC, Independent International Organisation for Certification 59, 60
ILAC, Acordo da 110, 129
ILAC, Cooperação Internacional
de Acreditação de Laboratórios 71, 80, 82, 83, 94, 95, 97-100, 107, 108, 110, 111,117,
128-130, 247-251, 287, 293
IMEKO, International Measurement Confederation 123, 128, 129, 287
Incerteza na medição 116
Inspeção 24, 35, 55, 56, 61-65, 68-71, 79, 84, 90, 94, 113, 116,
124, 125, 134, 141, 143, 146, 158, 159, 167, 180, 190,
193, 205, 207-208, 215, 220, 222-223, 253, 267, 268,
289-290, 292-293
Inspeção durante o processo 71
Inspetores oficiais 70, 71
Instrumento de medição 67, 96, 104, 113, 115-118, 120-122, 125, 137, 152
International Maritime Dangerous Goods Code 47
IOOC, International Olive Oil Council 248, 287
IPPC, International Plant Protection Convention 41, 267, 287
IQA, Institute of Quality Assurance 153, 166-167, 185, 191, 205, 287
IQNet 59, 60, 287
IRCA, International Register of Certificated Auditors 200, 287
ISM, código 216
ISO, Organização Internacional
para Normalização 30, 32, 33, 40, 41, 54, 58, 61, 69, 70, 76, 79, 80, 86, 91, 92,
94, 96, 106-107, 111-115, 118, 119, 121, 125, 126, 131,
132, 146, 154, 159, 166, 167, 172-175, 178, 181, 182,
184, 185, 190, 197, 199, 202, 204, 206, 208, 215, 225,
227, 236, 245, 247, 255, 288

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312 05/02/2009, 15:47
Índice Remissivo 313

ISO 9000 29, 36, 37, 40, 54, 56, 57, 62, 65, 68-69, 73, 91-92, 124-127,
142, 148-153, 157-158, 160, 165-169, 171-176, 178-183,
185, 187-192, 197-201, 203, 208-211, 215, 217,
223-227, 237, 239-240, 242, 245, 248, 275, 284
ISO 9001:2000 29, 90-92, 110, 111, 113, 114, 117, 127, 154, 156, 160,
172, 175-178, 181-187,190-192, 194-199, 201-203, 205,
208, 210, 218, 224, 225, 227
ISO 9004:2000 153, 163, 173, 175, 183, 192, 197, 218
ISO 14000 50, 54, 56, 62, 68-69, 73, 157, 166-168, 173, 174, 178,
208,215, 232-240, 242, 248, 284
ISO/IEC 2:1996, Guia 53, 79, 110
ISO/IEC 22, Guia 75
ISO/IEC 43, Guia 93, 94
ISO/IEC 58, Guia 86, 110, 246, 253
ISO/IEC 61:1996, Guia 249
ISO/IEC 62:1996, Guia 58, 249
ISO/IEC 65:1996, Guia 55, 58, 65, 249
ISO/IEC 17020:1998 69, 70
ISTA, International Seed Testing Association 248, 287
ITC, International Trade Centre 28, 30, 34, 47, 49, 55, 66, 68, 69, 142, 166, 167,
231, 237, 263, 268, 271-279, 283, 284, 285, 287
ITU, International Telecommunication Union 30, 40, 287

K
Kitemark 57

L
Laboratório de calibração 108, 110-112, 119, 126
Laboratório, credenciamento de 22, 71, 80, 83, 84, 92, 93, 94, 98, 107-111, 117,
128-130, 247, 250, 251, 254, 286, 287, 290, 292
Laboratórios de ensaio 82, 85, 86, 92, 99, 106, 110, 111, 116, 251,
254, 289, 290, 292

M
Marcação CE 59, 67, 73, 74
Matéria prima e componentes 149, 158
Método de processo ou de produção 23
Métodos estatísticos na gestão da qualidade 160, 161
Metrologia 28, 30, 41, 57, 66- 69, 93, 97, 98, 103-106, 108,
109, 115-123, 127-129, 131, 134, 136, 137,
167, 247, 274, 284, 286, 288-292, 297
MLA, IAF Multilateral Recognition Arrangement 60, 200, 248, 250, 251
Modelo, apreciação técnica do 53, 73
MRA, Mutual Recognition Agreement 62, 71, 108, 250-253

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313 05/02/2009, 15:47
314 Gestão da Qualidade na Exportação

N
NATA, National Association of Testing Authorities 80, 82, 86, 92- 95, 98, 100, 107,
108, 247, 248, 251, 288
NCB, Organismo nacional de certificação
65, 256
NIST, National Institute of Standards and Technology 127, 132, 288
NMI, Instituto nacional de medição/metrologia 28, 57, 68, 98, 99, 108, 118, 123, 128, 136,
137, 289, 290, 297
Normas de sistemas de gestão/gerenciamento 91, 215, 235
Normas harmonizadas 45, 72
Normas internacionais 22, 24, 27, 29, 31-33, 40-42, 44, 45, 50, 56, 63,
66, 84, 104, 110, 112, 168, 179, 217, 231, 232,
245, 247, 259, 260, 262-265
Normas internacionais, princípios para o desenvolvimento de 45
Normas nacionais 24, 31, 38, 42, 56, 63, 158, 159, 168, 183, 215, 218, 227,
229, 293
Notificações 33, 34, 259, 262, 264, 293, 294
Nova Abordagem 37, 72-74, 232
NSB, organismo nacional de normalização 29, 30, 31, 33, 59, 86, 181
NVLAP, National Voluntary Laboratory Accreditation Program 93, 95

O
Observação 69, 141, 193- 195, 205, 221, 229
OECD, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 27, 35, 44, 45
OHSAS 18001:1999 215, 217, 219
OIE, Office international des epizooties 41, 267, 294
OIML, Organização Internacional de Metrologia Legal 41, 66, 67, 104, 106, 122, 128, 133, 136,
137, 247, 288, 291
OIML, Sistema de Certificação da 66, 67
OMC, Organização Mundial do Comércio 23, 34, 81, 247, 252, 261, 263, 267, 268, 283, 288,
289, 293, 294
Membros 27, 28, 33, 35, 45, 252, 259, 260, 264, 265
Secretariado 26, 28, 34, 260, 265
OMC, Princípios para o Desenvolvimento de Normas Internacionais 23, 24, 26- 28,
31, 33- 35, 41, 42, 45, 57, 60, 63, 68, 79, 81, 83, 252,
259-268,273, 278, 279, 283, 284, 293, 294, 299
Organismo de certificação/registro 53, 56-59, 67, 92, 157, 180, 182, 187, 192, 200,
203-206, 208, 245
Organismo de credenciamento/acreditação 56, 58, 68, 86, 92, 100, 108, 110, 206, 245,
246, 254, 255
Organismos de credenciamento de laboratórios 82, 108, 117, 130, 292
Organismo notificado 74

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314 05/02/2009, 15:47
Índice Remissivo 315

P
Pigmaleão, efeito 164
Padrão internacional de medida 118
Padrão de medição 96, 104, 106, 130
Padrão itinerante 120
Padrão primário 118, 119, 291
Padrão de trabalho 119
Padrões de referência 117, 119, 127, 291
PLANEJAR-FAZER-VERIFICAR-AGIR 173
PMEs, Pequenas e Médias Empresas 27, 85, 124, 127, 142, 178, 190, 191, 271, 273, 283-285, 295
Pontos focais 28, 34, 81, 260, 261, 294, 299
Produto, características do 24, 30, 31, 36, 38, 42, 141, 154, 160
Produto, certificação de 53-62, 65, 66, 68, 71, 84, 248, 249, 250, 290, 293
Produtos, defeitos dos 61
Produto não-conforme 188, 201
Produto, normas 21, 53, 55
Produtos pré-embalados 133

Q
Qualidade, certificação do sistema da 60
Qualidade, círculos da 165
Qualidade, controle da 53, 56, 89, 103, 141, 143, 147, 149, 158, 160, 162,
166, 215, 220, 228, 231
Qualidade, elementos da gestão da 91
Qualidade, garantia da 28, 30, 54, 69, 71, 73, 80, 92, 93, 106, 113, 124,
125, 141-143, 149, 158, 162, 167, 176, 181,
184, 199, 215, 220, 224, 274, 275, 284-286, 288
Qualidade, manual da 142, 177, 182, 186, 190, 193, 194, 202, 203, 204
Qualidade, normas específica para cada setor 209
Qualidade, objetivo 151
Qualidade, papel triplo na gestão da 144
Qualidade, plano da 67, 191
Qualidade, política da 141, 150-152, 154, 202, 224
Qualidade, princípios da gestão da 142, 148, 160
Qualidade, sistema da 37, 56, 57, 60, 61, 66, 71, 90, 91, 100, 160, 173,
178, 198-200, 203, 209, 210, 224, 292
QMS, análise de deficiências 179, 185
QMS, sistema de gestão da qualidade 36, 53, 57, 85, 90-92, 100, 110, 124, 146, 150,
152-154, 156, 171, 172, 175-181, 183, 184, 185,
187-192, 196, 202, 208-210, 217, 224, 225, 227,
240, 245, 275

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315 05/02/2009, 15:47
316 Gestão da Qualidade na Exportação

R
Rastreabilidade 96-99, 111, 114, 117, 126, 179, 190, 226
Recalibração 96, 106, 107, 124
Recomendações para o Transporte de Produtos Periculosos 46
Reconhecimento mútuo 42, 49, 60, 62, 66, 71, 83, 84, 98, 99, 108, 110,
128, 247, 248, 250, 251, 253, 262
Regulamentos sobre Produtos Periculosos 46
Regulamentos técnicos 21, 23, 24, 26- 28, 30, 31, 33, 35, 36, 38-40, 42-46,
60, 64, 68, 72, 75, 76, 166, 259, 260-264, 291-294
Regulamentos técnicos, harmonização dos 72, 259, 262, 263,
Registro de monitoração 226
Representante da administração 156, 186, 188, 193
Resolução de conflitos 263, 268, 279
Responsabilidade da administração 149, 152, 172, 177, 224, 241
Responsabilidade social 216, 219
Revisão da administração 162, 192, 226, 241, 242
Requisitos para selos e rótulos 39
Raiz 142, 163, 195
Royal Society of Chemistry 89, 288

S
SABS, South African Bureau of Standards 25, 64
Satisfação do cliente 91, 126, 150, 152, 171, 173-175, 177, 178, 180, 183,
196, 208, 227, 240
Segurança dos alimentos 38, 215, 217, 220, 222-228, 267, 268
Selo ambiental, selo ecológico 49, 68, 166, 233, 234, 237, 274, 284
Selo CE 39, 54, 67, 72, 74
SI, Sistema Internacional de Unidades 96, 104, 127, 130-132

T
TBT, Acordo 23, 24, 28, 31, 33, 38, 42, 44, 55, 57, 60, 66, 68, 76, 252,
261-265
Technical Instructions for the Safe Transport Of Dangerous Goods by Air (25) 46
Transparência 99, 252, 254, 267, 294
Tratado do Metro 98, 104, 105, 127, 130, 132

U
União Européia 34, 37- 39, 48, 54, 59, 64, 66, 67, 72, 74, 75, 134, 137,
217, 223, 251, 252, 262, 263
UN/ECE Inland Transport Working Party 62

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316 05/02/2009, 15:47
Índice Remissivo 317

V
Verificação 61, 69, 73, 85, 90, 96, 97, 103, 104, 106, 114, 117, 120,
121, 136, 137, 141, 143, 145, 165, 190, 207, 221, 222,
226, 230, 262, 278
VIM, International Vocabulary of Basic and
General Terms in Metrology 93, 96- 98, 103, 104, 117-122
VIML, International Vocabulary of Terms in Legal Metrology 103, 104, 121, 122

W
WSSN, World Standards Service Network 29, 30, 41, 288

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