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Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Licenciatura em Engenharia Biomédica

ANATOMIA HUMANA
Apontamentos da Unidade Curricular

1ºAno || 1ºSemestre

Autoria: Ana M. Correia; Mariana R. Neto

Ano letivo 2022/2023


2

ÍNDICE
INTRODUÇÃO 1
Definição, Tipos de Anatomia e Objetivos Gerais 1
Planos; Eixos; Posição Anatómica 2
Planos e Eixos de Referência 2
Posição Anatómica 2
Movimentos 3
OSSOS 4
Classificação de ossos 4
Componentes do Osso 4
Vértebras 5
Fémur 7
Úmero 8
Crânio 9
Face 14
ARTICULAÇÕES 18
MÚSCULOS 19
Miologia Funcional do Ráquis (Coluna Vertebral) 19
Miologia Funcional do Tórax 20
Miologia Funcional do Membro Superior 21
Miologia Funcional do Membro Inferior 23
SISTEMA CARDIOVASCULAR E CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 25
Circulação no Cérebro, Cabeça e Pescoço 25
Vascularização Arterial do Encéfalo 25
Vascularização Venosa do Encéfalo 27
Sistema Cardiovascular 28
Vasos Sanguíneos 28
Constituição dos Vasos 28
Artérias 29
Capilares 30
Veias 31
Coração 32
SISTEMA NERVOSO 35
Proteção do sistema nervoso 35
Sistema Nervoso Central (SNC) 36
Diencéfalo 37
Tálamo 37
Hipotálamo 37
Hipófise 38
Telencéfalo 38
Bulbo 40
3

Ponte 41
Medula 41
Nervos Cranianos 42
Nervos Raquidianos e Plexos Nervosos 44
APARELHO URINÁRIO 47
Rins 47
Relações do Rim Direito 47
Relações do Rim Esquerdo 48
Relações Gerais do Rins 48
Constituição dos Rins 49
Ureteros 50
Bexiga 50
Uretra 50
APARELHO RESPIRATÓRIO 51
Fossas Nasais 51
Laringe 52
Traqueia 52
Brônquio e Alvéolos 53
Pulmões 53
Pleuras 54
APARELHO DIGESTIVO 55
Cavidade Oral 55
Bochechas: a parede lateral 55
Faringe 57
Esófago 57
Estômago 58
Intestino Delgado 60
Duodeno 60
Jejuno e Íleo 61
Intestino Grosso 62
Pâncreas 64
Fígado 64
Vias Biliares 66
Vesícula biliar 66
PARTE 3 - TRABALHO 67
BIBLIOGRAFIA 68
4

NOTA PRÉVIA

Este documento está dividido em 3 partes:

● PARTE 1: Relativo, aproximadamente, à matéria do primeiro teste;


● PARTE 2: Relativo, aproximadamente, à matéria do segundo teste;
● PARTE 3: Relativa às orientações para o trabalho.

A INTRODUÇÃO é, no entanto, a base para a disciplina e deve estar sempre presente. Não
vale a pena estudar sem se compreenderem os seus conceitos
ISEL || Anatomia Humana || 1

INTRODUÇÃO

Definição, Tipos de Anatomia e Objetivos Gerais

A anatomia é a ciência que estuda a estrutura e forma dos corpos ou seres organizados,
desde a sua estrutura de revestimento aos órgãos internos passando pelas estruturas de suporte.

A Anatomia Humana é o ramo da anatomia que trata do Homem, sendo a base da


medicina, sobre a qual assenta o estudo das clínicas. Existem vários tipos de Estudo
Anatómico, tal como:

● Anatomia Descritiva: descreve o corpo humano como um todo, dividindo-o por


sistemas e segmentos;
● Anatomia Tomográfica: descreve no seu todo, secção a secção, o corpo humano (em
“fatias”);
● Anatomia Microscópica/Macroscópica: estudo pela dissecação de segmentos
corporais, com auxílio de microscópio;
● Anatomia Patológica: observação de alterações estruturais causadas por doença;
● Anatomia Embriológica: observação da evolução estrutural desde a embriogénese;
● Variante anatómica: estruturas com variações na forma, mas sem repercussão negativa
sobre função.*
*Por exemplo, a flutuação de alguns milímetros na posição de um vaso sanguíneo não acarreta
problemas para o indivíduo, mas um cirurgião pode cortar onde não deve.

O estudo anatómico tem como objetivos:

● Utilização de linguagem uniforme: leva a uma diminuição de erros;


● Aplicabilidade: perceber como incorporar o conhecimento do corpo humano.
Exemplos;
○ Terapias;
○ Atos cirúrgicos.
● Relação estrutura↔função: perceber como estão relacionados.
ISEL || Anatomia Humana || 2

Planos; Eixos; Posição Anatómica

Planos e Eixos de Referência

1. Plano Sagital:
● Passa pelo meio da coluna vertebral;
● Divide o corpo, em posição anatómica,
em metades esquerda e direita;
● Perpendicular ao eixo transversal
(látero-lateral);
2. Plano Frontal ou Coronal:
● Passa ao nível do promontório1;
● Divide o corpo em metades anterior ou
ventral e posterior ou dorsal;
● Perpendicular ao eixo sagital (ântero-posterior);

3. Plano Transversal ou Axial:


● Passa ao nível da base do sacro;
● Divide o corpo em “andares” superior ou cranial e inferior ou caudal;
● Perpendicular ao eixo longitudinal (crânio-caudal).

Posição Anatómica

Indivíduo de pé, olhando de frente para o observador com:

● Cabeça sem inclinação.


● Calcanhares unidos;
● Os membros superiores esticados ao longo do corpo:
○ A palma da mão virada para a frente;
○ Os dedos estendidos e unidos;
○ O polegar situado lateralmente.
● Esquerda Anatómica = Direita Convencional e Direita Anatómica = Esquerda
Convencional
Nos membros, as estruturas mais próximas da raiz (onde estão implantados no corpo)
denominam-se proximais e as mais afastadas distais.

1
Ângulo formado entre a 5ª vértebra lombar e o sacro.
ISEL || Anatomia Humana || 3

*Não tem consenso científico uma vez que se encontra na parte anterior anatomicamente.

Movimentos
● Supinação- palma das mãos para cima;2
● Pronação- palma das mãos para baixo (oposto da supinação);
● Inversão- aproximar os pés em direção ao plano medial;
● Eversão- afastar os pés do plano medial;
● Rotação interna/rotação externa- do braço ou da perna;
● Abdução- afastar os braços/dedos do eixo medial3;
● Adução- aproximar os braços/dedos do eixo medial;
● Extensão- esticar;
● Flexão- dobrar;
● Antepulsão: braços para frente;
● Retropulsão: braços para trás.
2
Pensar na mão como tigela da sopa.
3
Tem um “bd” de “braço-distante”.
ISEL || Anatomia Humana || 4

OSSOS

Classificação de ossos

O corpo humano possui 206 ossos constantes, e podem existir ossos inconstantes (extra) ,
podendo estes classificar-se em:

● Ossos Longos: o comprimento predomina sobre largura e espessura (exemplo: fémur);


● Ossos Alongados: não são tão longos, mas têm um maior eixo (exemplo: clavícula);
● Ossos Arqueados: têm uma forma encurvada (exemplo: mandíbula);
● Ossos Radiários: corpo ± volumoso, de onde partem prolongamentos, ± simétricos
entre si (exemplo: vértebras);
● Ossos Largos: comprimento e largura são equivalentes e predominam sobre espessura
(exemplo: ossos parietais do crânio);
● Ossos Curtos: comprimento, largura, espessura de medidas equivalentes (exemplo:
tarso);
● Ossos pneumáticos: ossos do crânio e da face apresentam cavidades preenchidas por
ar, de modo a torná-los mais leves.

Componentes do Osso

● Osso Compacto: parte externa do osso, mais rígida e pesada.


● Osso Esponjoso: parte mais interior do osso, responsável pela produção de células do
sangue, correspondendo à medula óssea. Muito leve, com textura esponjosa;
● Periósteo: membrana fibrosa, que envolve os ossos, exceto nas inserções musculares e
dos tendões; e nas articulações, onde se une à cápsula articular. Vascularizado e contém
nervos que penetram nas estruturas ósseas.
● Saliências: Podem dividir-se em articulares e não articulares. Não articulares:
■ Cristas: Relevo ou bordo alongado;
■ Tuberosidades: Saliência arredondada;
■ Tubérculos;
■ Protuberâncias;
■ Espinhas;
■ Processos;
● Cavidades: Articulares e não articulares (também chamados forames ou buracos).
ISEL || Anatomia Humana || 5

Vértebras

São divididas em 5 categorias diferentes, tendo características comuns mas sendo


diferentes, dependendo da sua localização e especialização:

As cervicais localizam-se na zona do pescoço e são 7 (C1 a C7):


● Vértebras cervicais atípicas:
○ Atlas (C1):
■ 2 massas laterais reunidas pelos arcos anteriores e posteriores,
■ não tem corpo vertebral,
■ o forame é a apófise odontóide do áxis (C2);
○ Áxis (C2):
■ Corpo vertebral que se prolonga por uma apófise odontóide ou dente do áxis que
permite a rotação e a inserção no arco superior do atlas;
■ Tem um processo espinhoso;
■ Existe uma estrutura no processo transverso, a goteira transversária que permite
a passagem do nervo raquidiano.
ISEL || Anatomia Humana || 6

● Vértebras cervicais típicas ou verdadeiras:


○ Corpo: apófises semilunares superiormente. Inferiormente, 2 chanfraduras, que se
articulam com a vértebra abaixo;
○ Buraco vertebral para a passagem de vasos vertebrais;
○ Apófise espinhosa com terminação “bífida” e ≃45º de inclinação.

As torácicas/dorsais encontram-se na zona posterior do tórax e são 12 (T1 a T12).


● Corpo: facetas articulares para as cabeças das costelas. Apófises transversas (facetas
articulares para as vértebras superior e inferiores. Ainda uma faceta articular para a
tuberosidade das costelas);
● Apófises espinhosas com ≃60º de inclinação; Buraco vertebral.

As lombares estão na zona mais inferior das costas sendo 5 (L1 a L5 ).


● Corpo volumoso; Buraco vertebral;
● Apófises espinhosas com ≃90º de inclinação.

Vértebras sagradas, 5 (S1 a S5), e do cóccix, 4 ou 5 (Co1 - Co4/Co5).


● Estão soldadas, são vértebras atípicas.
ISEL || Anatomia Humana || 7

Fémur
É um osso longo, sendo o único osso da coxa. Tem um corpo ou diáfise e duas
extremidades ou epífises, uma superior e uma inferior. Articula-se:

● Superior e medialmente com o osso ilíaco;


● Inferiormente com a tíbia (suporte do peso do corpo);
● Antero-inferiormente com a rótula/patela.

A epífise superior é composta por:

● Cabeça do fémur: formato de ⅔ de esfera, interrompida na face póstero-inferior por


uma depressão conhecida como fóvea da cabeça do fêmur (facilita a fixação de
ligamento); encaixa na articulação.
● 2 saliências, o pequeno e grande trocânter. Ligação de músculos ao osso.
● Colo do fémur: liga a cabeça ao corpo. Bastante comum existirem fraturas devido à sua
morfologia.

A epífise inferior é composta por:

● Tróclea femoral: sulco localizado na zona antero-inferior do fémur, onde se movimenta


a rótula ao dobrar/esticar o joelho;
● Côndilos femorais: ligação articular à rótula e à tíbia.
ISEL || Anatomia Humana || 8

Úmero

Osso longo, sendo o único osso do braço. Apresenta uma diáfise e duas epífises.

Na face posterior: patente o sulco do nervo radial, sensivelmente a meio.

Na face anterolateral: tuberosidade de inserção dos músculos deltóide e braquial.

Na face anteromedial: forâmen nutritivo do úmero na porção média.

Articula-se:

● Superior e medialmente com a escápula


● Inferiormente com o rádio e cúbito/ulna

Extremidade superior:

● Cabeça do úmero: arredondada, encaixa na articulação; grande amplitude de


movimento; sujeita a luxações.
● Troquiter e Troquino: estruturas divididas por um sulco. Inserção de músculos.

Epífise inferior:

● Côndilo umeral: vai permitir a ligação com o rádio;


● Tróclea umeral: vai funcionar como uma ligação do cúbito.
ISEL || Anatomia Humana || 9

Crânio

A caixa craniana tem 8 ossos, com forma globalmente oval/esférica, aplanada na sua
base. Pode ser dividida em:

● Cúpula: osso frontal; ossos parietais; Escamas esfenoidal e temporal; Porção superior
do osso occipital.
● Base: porção horizontal do osso frontal, do osso etmóide, do osso esfenóide esfenóide,
osso temporais e do occipital. Limitada da cúpula por: Sulco nasofrontal anteriormente;
Crista zigomática a meio; Crista occipital superiormente.

Osso Frontal

Osso achatado ímpar, com uma face externa


convexa e uma face interna côncava.

A face externa é uma das partes mais rijas da


caixa craniana e divide-se em 3 porções (Uma central
ou medial, a nasal; duas laterais, as arcadas orbitárias).

Localiza-se na posição mais anterior do crânio


e superior ao maciço facial, dividindo-se em duas
porções, uma vertical e outra horizontal.

● Porção vertical: escama, constituída pelas


faces anterior e posterior
● Porção horizontal: face orbito-nasal e por 3
margens.

Articula-se:

● Anteriormente com o osso etmoide;


● A nível central/lateral como osso esfenóide;
● Superiormente com os 2 parentais;
● Também com os nasais, os maxilares superiores, os molares e os lacrimais.

Seio frontal: No interior do osso frontal. 2 cavidades pneumáticas, que se abrem nas
cavidades nasais
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Ossos Parietais

Osso par e achatado, sensivelmente


quadrangular. Localiza-se na porção
súpero-lateral do crânio e entre o frontal e o
occipital. (Suturas na figura).

São os principais constituintes da


abóbada craniana, cobrindo a porção
súpero-lateral do crânio.

A face convexa é externa; Tem margem


inferior talhada em bisel:

● Dos 2 ângulos relacionados com essa margem, o mais agudo é anterior; encontra-se
situado num plano superior ao do ângulo posterior
● Possui também forames parietais para a passagem de veias.

Articula-se:

● Anteriormente com o osso frontal


● Superiormente com o outro parietal
● Posteriormente com o osso occipital
● Inferiormente com o osso temporal

Ossos Temporais

Ossos pares e achatados. Localizados na área infero-lateral do crânio,


anteriormente ao occipital, abaixo do parietal;estabelecem ligação com o molar
e o maxilar inferior. Tem 3 porções:

● Escama: zona achatada em forma de escama. Localizada na porção


superior;
○ Da escama emerge a apófise zigomática que se articula com o osso zigomático;
● Processo mastóide: proeminência arredondada, localizada atrás do ouvido, na área
póstero-inferior do osso temporal.
○ Apresenta 2 faces e uma margem circunferencial.
● Rochedo: vai formar os ouvidos (tem uma pirâmide quadrangular como base).
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Osso Occipital

Osso ímpar, localizado na porção mais posterior e inferior do


crânio, cobrindo a sua parte média, inferior e posterior.

Apresenta um orifício designado forâmen ou buraco magno:

● Tem cerca de 3,5 cm anteroposterior e 3 cm transversalmente;


● Estabelece a comunicação entre a cavidade craniana e o canal
medular;
○ Dá passagem ao bulbo raquidiano
e à artéria basilar.
● A porção do occipital:
○ Anterior ao buraco chama-se
corpo ou apófise basilar do
occipital;
○ Que ladeiam o buraco
denominam-se massas laterais;
○ Posterior ao buraco é a escama do
occipital.

Articula-se:

● Com o esfenóide, os parietais e os


temporais através das suturas;
● Com o atlas (C1) inferior e exteriormente
através dos côndilos occipitais.

O tubérculo jugular e o canal do nervo


hipoglosso são orifícios que permitem a
passagem do nervo hipoglosso e da jugular.

Existe uma saliência na face interna


denominada “eminência cruciforme” devido a sua forma de cruz.
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Osso Esfenóide

Osso ímpar e irregular com forma de morcego. Existência de um corpo e de dois pares
de asas, umas menores e outras maiores.

Situa-se na região anterior e média da base do crânio, posteriormente ao etmóide e


anteriormente ao occipital, tendo ligação a todos os ossos do crânio, tal como ao palatino,
malares e vômer.

O corpo do esfenóide relaciona-se medialmente com a lâmina crivosa do etmóide.

● Diversas aberturas pelas quais passam vasos e nervos cranianos;


● Sela turca ou fossa pituitária do esfenóide (limitada posteriormente pela lâmina
quadrilátera), onde se localiza a hipófise.
● Seio esfenoidal que dá origem aos seios paranasais em conjunto com outros
● As asas menores delimitam o canal óptico, as fossas orbitárias do frontal, a face inferior
corresponde à porção posterior das órbitas.
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Osso Etmóide

Osso ímpar e irregular. Constituição:

● 1 lâmina vertical;
● 1 lâmina horizontal/crivosa ou placa crivosa;
● Massas laterais ou labirintos etmoidais com células etmoidais.

Localiza-se na zona anterior da base do crânio, estando ligado com o frontal e diversos
ossos da face. Situado na linha média, forma parte do septo nasal, das paredes laterais e do teto
da cavidade nasal; parte da parede interna da órbita.

Articula-se:

● Posteriormente com o esfenóide;


● Superiormente e lateralmente com o frontal;
● Também com os ossos nasais, os lacrimais,
os palatinos, os maxilares superiores e o
vômer

Os ramos dos nervos olfativos atravessam os


orifícios da lâmina crivosa, os buracos olfativos
existentes de cada lado da crista de Galli Vista antero lateral

Lâmina Crivosa: parte superior e média das fossas nasais na sua face medial.

● Separa a fossa nasal esquerda da direita.


● 2 forames olfatórios que permitem a passagem de nervos olfatórios que entram no
crânio.
● As aberturas (crivos) existentes na lâmina crivosa, tal como as células etmoidais, são
importantes para a assimilação de cheiros e passagem de fibras nervosas.

As massas laterais fazem parte da parede das fossas orbitárias.

Existem os cornetos superior e médio que formam parte da fossa nasal.

.
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Face

Osso Zigomático ou Malar

Osso par, irregular. Forma parte da


parede lateral e do soalho da órbita.

Articula-se com o osso frontal, com o


maxilar, com o osso temporal e com a asa
maior do esfenóide

Apresenta as seguintes estruturas:

● Faces malar, orbital e temporal;


● Processos frontal, temporal e
maxilar;
● Quatro bordos.

Maxilar Superior ou Maxila

Osso par, funde-se com seu


igual na linha média, constituindo
grande parte do palato duro e fossas
orbitárias.

Situa-se abaixo da fossa


orbitária, acima da cavidade bucal e
por fora da fossa nasal.

Apresenta no seu bordo


inferior os alvéolos para as peças
dentárias, a mais notória a canina.

Superiormente é pavimento
da cavidade orbitária; inferiormente,
é teto da cavidade bucal Constitui a
parede lateral da cavidade nasal.
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Osso Lacrimal

Osso par, achatado, muito pequeno. Localiza-se na parede medial da cavidade orbitária
e na parede externa da cavidade
nasal.

Articula-se com o osso


frontal e o osso etmóide e também
com o maxilar superior e corneto
inferior para formar a parede medial
da cavidade orbital e a exterior da
cana nasal.

Osso Nasal

Osso par e achatado.


Encontra-se no centro das cavidades
orbitárias e nasais, numa posição interior e frontal da face Tem uma forma quadrilátera, com
duas faces. Articula-se com 4 ossos: Frontal, Etmóide, Maxila e Nasal do lado oposto.

Sulco Etmoidal: sulco onde irá passar o nervo do olfato

Corneto Nasal Inferior

Osso par e achatado.

Localiza-se na parede lateral


da cavidade nasal.

Articula-se com o etmóide e


também com o maxilar superior, o
lacrimal e palatino.
ISEL || Anatomia Humana || 16

Osso Palatino

Osso par, achatado, em forma de L.

Está situado na zona anterior da face, posteriormente ao maxilar superior e


anteriormente ao esfenóide.

Articula com o etmóide, o esfenóide, o maxilar superior, o corneto inferior e o vômer.

Contribui para a formação de:

● Parte posterior do palato duro;


● Parte do soalho e parede lateral da cavidade nasal;
● Soalho da órbita.

É formado por uma lâmina vertical e uma lâmina horizontal.

Apresenta 3 processos:

● Piramidal;
● Orbital;
● Esfenoidal.
ISEL || Anatomia Humana || 17

Maxilar Inferior ou Mandíbula

Osso ímpar, que contém a arcada dentária inferior. Articula-se com os ossos temporais
através dos processos condilares (côndilos). Formado por:

● Porção horizontal, denominada corpo;


● Duas porções perpendiculares, os ramos. Unem-se ao corpo num ângulo quase reto.

Na sua face interna, existem:

● Espinha Mentoniana – par de espinhas próximo da sínfise;


● Fossa Digástrica – pouco abaixo das espinhas mentais;
● Fossa Sublingual – acima da linha milo-hióidea;
● Fossa Submandibular – abaixo da linha milo-hióidea;
● Linha Milo-hióidea (Oblíqua Interna) – ao lado da sínfise e dirige-se para trás.

Língula mandibular: saliência onde se inserem de músculos, vasos e ligamentos


Forame mental: permite a passagem de nervos que possibilitam a expressão facial.
Fossa digástrica (abaixo dos espinhos mentais): permite a inserção do músculo digástrico.

● Face Medial – convexa;


● Face Lateral – côncava.
● Bordo Superior – apresenta três processos:
○ Lacrimal;
○ Etmoidal;
○ Maxilar.
● Bordo Inferior – é livre e espesso.
ISEL || Anatomia Humana || 18

ARTICULAÇÕES

Articulações imóveis/Sinartroses: tecido fibroso, cartilaginoso entre superfícies articulares:

● Suturas ou sinfibroses:
○ Serráteis (ex: sutura frontoparietal);
○ Escamosas, como entre parietal e escama do temporal;
○ Superfícies em bisel;
○ Harmónicas entre os ossos nasais com margens lisas;
○ Esquindileses (ex. esfeno-vomeriana com forma em crista que se liga a um
sulco).
● Sindesmoses ou sincondroses (interposição de tecido cartilaginoso como na art.
esfenooccipital)

Articulações semimóveis/Anfiartroses: apresentam movimentos de pequena amplitude:

● Sínfises: aderem por superfícies planas (ex: sínfise púbica);


● Gonfoses: superfícies articulares são curvas como as articulações alveolodentárias

Articulações móveis/Diartroses: Concordantes, as superfícies adaptam-se perfeitamente:

● Plana ou Artrodia: deslizamento (carpo)


● Esferóides ou Enartrose: aprox. esféricas com movimentos extensos (ombro, anca)
● Trocloideas ou Trocartrose: 2 segmentos de cilindro côncavo-convexa (rádio-ulnar
superior e rádio-ulnar interior)
● Gínglimos ou Trocleartroses: forma de tróclea ou roldana (úmero-ulnar)
● Elipsoideas ou Condilartroses: côndilo (superfície arredondada, convexa em todos os
eixos) (úmero-radial do cotovelo)
● Selares ou Efipiartroses: em forma de sela (trapézio-primo metacarpal); discordantes, as
superfícies não estão perfeitamente adaptadas e podem ou não ser corrigidas;
● Discartroses ou Meniscartroses: corrigidas por interposição de um disco (entre os
corpos vertebrais ou menisco no caso do joelho);
○ Heteroartroses são as não corrigidas como (atlantoaxiolateral).
ISEL || Anatomia Humana || 19

MÚSCULOS

Miologia Funcional do Ráquis (Coluna Vertebral)

● Músculos de extensão do Ráquis:


○ Longos dorsais;
○ Íleo-costais;
○ Transversários espinhosos,
interespinhosos.
● Músculos de flexão do Ráquis:
○ Grandes rectos do abdómen;
○ Grandes e pequenos oblíquos
do abdómen;
○ Psoas-ilíacos;
○ A nível cervical ainda:
■ Longos do colo;
■ Escalenos;
■ Esternocleidomastoideo.
● Músculos da inclinação lateral:
○ os descritos anteriormente quando a contracção é unilateral.
○ Quadrado dos lombos;
○ Supracostais;
○ Intertransversários cervicais e lombares.
● Músculos da rotação:
○ Para o mesmo lado:
■ Longo dorsal;
■ Esplénios;
■ Longo do colo;
■ Pequeno oblíquo do abdómen.
○ Para o lado oposto:
■ Transversários espinhosos;
■ Longo do colo;
■ Esternocleidomastoideu;
■ Grande oblíquo do abdómen.
ISEL || Anatomia Humana || 20

Miologia Funcional do Tórax

● Movimentos de inspiração:
○ Diafragma;
○ Escalenos;
○ Supracostais;
○ Pequenos dentados posteriores e superiores;
○ Grandes dentados;
○ Esternocleidomastoideu;
○ Subclávios;
○ Grandes e pequenos peitorais.
● Movimentos de expiração:
○ Grandes rectos do abdómen;
○ Grandes e pequenos oblíquos do abdómen;
○ Transversos do abdómen;
○ Triangular do esterno;
○ Pequenos dentados posteriores e inferiores.
ISEL || Anatomia Humana || 21

Miologia Funcional do Membro Superior

MOVIMENTOS DO OMBRO

Flexão Extensão Adução Abdução Rotação Ext. Rotação Int.


Grande peitoral Infra-escapular
Deltóide Deltóide
Grande redondo Tricípete braquial Grande peitoral
Bicípete braquial Supra-espinhoso Infra-espinhoso
Grande dorsal Grande redondo Bicípete braquial
Grande peitoral Bicípete braquial Pequeno redondo
Tricípete braquial Grande dorsal Deltóide
Córaco-braquial Grande dentado Deltóide
Deltóide Bicípete braquial Grande redondo
Grande dentado Trapézio
Deltóide. Grande dorsal

MOVIMENTOS DO COTOVELO E DO ANTEBRAÇO

Flexão Extensão Pronação Supinação


Bicípete braquial Redondo pronador
Bicípete braquial
Braquial anterior Grande palmar
Curto supinador
Longo supinador Tricípete braquial 1º radial externo
Longo abdutor do polegar
1º radial externo Ancónio Quadrado pronador
Longo extensor do polegar
Redondo pronador Longo supinador
Longo supinador
Grande palmar Pequeno palmar

MOVIMENTOS DO PUNHO E DA MÃO


Flexão Extensão Abdução Adução
Flexor comum sup. dedos Extensor comum dos dedos
1º e 2º radial externo Primeiro radial externo Cubital ou ulnar posterior
Flexor comum prof. dedos
Extensor próprio do Longo abdutor do polegar Cubital ou ulnar anterior
Cubital ou ulnar anterior
indicador Longo extensor do polegar Extensor comum dos dedos
Longo flexor do polegar
Longo extensor do polegar Grande palmar Extensor próprio do dedo
Grande palmar
Extensor próprio do dedo Longo flexor do polegar mínimo.
Longo abdutor do polegar. mínimo.
ISEL || Anatomia Humana || 22
ISEL || Anatomia Humana || 23

Miologia Funcional do Membro Inferior

MOVIMENTOS DA ANCA
Flexão Extensão Abdução Adução Rotação Ext. Rotação Int.
Grande glúteo3
Psoas-ilíaco Grande adutor
Médio glúteo3
Tensor da fáscia Gr., méd., peq, Grande glúteo Médio adutor
lata glúteo4 Quadrado crural
Médio glúteo Pequeno adutor
Obturador int. Méd, peq. glúteo6
Pectíneo Grande adutor Pequeno glúteo Grande glúteo
Psoas-ilíaco Tensor da fáscia
Médio adutor Piramidal da bacia Tensor da fáscia Recto interno lata
lata Obturador ext.
Pequeno adutor Semimembranoso Pectíneo
Gr., méd., peq. Grande adutor7
Recto interno Semitendinoso Piramidal da bacia Quadrado crural
adutor
Recto anterior Bicípite crural5 Obturador int. Obturador ext.
Piramidal da bacia
Sartório Semitendinoso
Sartório

MOVIMENTOS DA PERNA E JOELHO


Flexão Extensão Rotação Ext. Rotação Int.
Semimembranoso
Semitendinoso Semimembranoso
Bicípite crural Semitendinoso
Recto interno Quadricípite crural8 Quadricípite crural Bicípite crural
Sartório Tensor da fáscia lata. Tensor da fáscia lata. Recto interno
Popliteu Sartório
Tricípete sural (gémeo Popliteu
interno e externo).

MOVIMENTOS DO TORNOZELO E DO PÉ
Flexão Extensão Rot. Ext/ Supinação Rot. Int./ Pronação
Tricípete sural
Tricípete sural
Longo fibular lateral
Tibial posterior
Tibial anterior Curto fibular lateral Longo fibular lateral
Longo flexor próprio do
Extensor comum dos dedos Longo flex. próp. grande Curto fibular lateral
grande dedo
Extensor próprio do grande dedo Extensor comum dos dedos
Longo flexor comum dos
dedo Longo flex. comum dos Fibular anterior.
dedos
dedos
Tibial anterior.
Tibial posterior.

4
Feixes Posteriores
5
Longa Porção
6
Feixes Anteriores
7
Feixes Inferiores
8
Quadricípite crural: recto anterior, vasto interno, vasto externo, crural.
ISEL || Anatomia Humana || 24
ISEL || Anatomia Humana || 25

SISTEMA CARDIOVASCULAR E CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA

Circulação no Cérebro, Cabeça e Pescoço

Vascularização Arterial do Encéfalo

O encéfalo é vascularizado através de dois


sistemas:

● Vértebro-basilar (artérias vertebrais):


○ As artérias vertebrais
anastomosam-se9 na artéria basilar,
alojada na goteira basilar.
○ Esta origina duas artérias cerebrais
posteriores;
■ Irrigam a parte posterior da
face inferior de cada um
dos hemisférios cerebrais.
● Carotídeo (artérias carótidas internas):
○ As artérias carótidas internas originam, em cada lado, uma artéria cerebral
média e uma artéria cerebral anterior.

Consistem em artérias especializadas para a irrigação do encéfalo. Na base do crânio,


formam um polígono anastomótico, o Polígono de Willis, de onde saem as principais artérias
para vascularização cerebral:

● Artéria cerebral anterior (esquerda e direita);


● Artéria comunicante anterior;
● Artéria carótida interna (esquerda e direita);
● Artéria cerebral posterior (esquerda e direita);
● Artéria comunicante posterior (esquerda e direita).

9
Anastomose: Ponto de Junção de dois vasos ou canais.
ISEL || Anatomia Humana || 26

Artéria Carótida Interna (Sistema Carotídeo)

Ramo de bifurcação da carótida comum.

● Após um trajeto mais ou menos longo pelo pescoço, penetra na cavidade craniana pelo
canal carotídeo do osso temporal.
● A seguir, perfura a dura-máter e as aracnóide. No início do sulco lateral, divide-se em 2
ramos terminais:
○ Artéria cerebral média
○ Artéria cerebral anterior.
● A artéria carótida interna, quando bloqueada, pode levar a morte cerebral irreversível.

A artéria carótida emerge direta ou indiretamente do arco aórtico, dependendo de qual


lado do corpo se observa:

● Carótida comum direita emerge indiretamente, origina-se no primeiro ramo aórtico,


que é a artéria braquiocefálica, juntamente com a artéria subclávia.
● Carótida comum esquerda emerge diretamente como o segundo ramo aórtico.
○ Artéria subclávia esquerda também se origina diretamente da aorta.
ISEL || Anatomia Humana || 27

Vascularização Venosa do Encéfalo

As veias do encéfalo não acompanham as artérias, sendo maiores do que elas. Drenam
para os seios da dura-máter; Convergem para as veias jugulares internas, que recebem
praticamente todo o sangue venoso encefálico.

Veias jugulares externas:


● Mais superficiais;
● Drenam para as veias subclávias o sangue da região posterior do pescoço e da cabeça;
Veias jugulares internas:
● Mais profundas;
● Drenam a porção anterior
da cabeça, face e
pescoço.
● As jugulares internas de
cada lado do pescoço
juntam-se às veias
subclávias para formar as
veias braquiocefálicas,
que transportam o sangue
para a veia cava superior.

Sistema venoso superficial-


drenam o córtex e a substância
branca subjacente

Sistema venoso profundo: drenam o sangue de regiões situadas mais profundamente no


cérebro.
ISEL || Anatomia Humana || 28

Sistema Cardiovascular

Vasos Sanguíneos

Constituição dos Vasos

Túnica interna: constituída


pelo endotélio; pela lâmina
própria; e pela membrana
elástica interna.

● Permite a regulação de
substâncias que saem e
entram na corrente
sanguínea
● Endotélio e células endoteliais: responsáveis por manter a circulação e impedir a fácil
formação e coágulos, que concedem rigidez ao vaso

Túnica média: constituída por células musculares lisas dispostas circularmente em redor do
vaso sanguíneo. Também contêm quantidades variáveis de fibras elásticas e de colagénio,
dependendo do tamanho do vaso.

● A camada média é a mais espessa, sendo a sua proporção maior nas artérias do que nas
veias
● As veias apresentam mais tecido conjuntivo e elástico
● Nos vasos de maior calibre, verifica-se maior predominância de camada média,
essencialmente composta por fibras elásticas e musculares lisas
● Nos vasos de menor calibre predominam fibras musculares, e estes mantêm uma
pressão arterial eficaz, de modo a controlar a pressão com que o sangue chega aos
capilares

Túnica externa: composta por tecido conjuntivo que varia de denso, próximo à túnica média;
a laxo, que se funde com o tecido conjuntivo que envolve o vaso sanguíneo

O lúmen, parte central do vaso, é maior nas veias do que nas artérias
ISEL || Anatomia Humana || 29

Artérias

● Maior calibre (órgãos viscerais)


● Médio calibre (músculos)
● Maior pressão
● Hemorragias mais difíceis de estancar

São acompanhadas por 1 ou 2 veias, nervos e vasos linfáticos, verificando-se um


paralelismo entre território arterial e venoso – a drenagem venosa acompanha os mesmos
trajetos que as artérias.

● Artérias distribuidoras (muscular ou médias) são ramificações das primeiras,


permitindo o transporte de sangue às principais zonas do organismo
● Artérias pequenas e arteríolas- onde ocorre a ligação das artérias com os capilares
● Artérias condutoras (elásticas ou largas)- maior calibre e saem, na sua maioria,
diretamente do coração.
○ Verifica-se a sua expansão quando existe contração do coração, permitindo
aumentar a capacidade destes vasos.

*Artérias elásticas convertem o fluxo pulsátil do sangue bombeado pelo coração em fluxo
contínuo e são muito importantes no controlo da pressão arterial*

Principais Ramificações da Aorta:

● Aorta ascendente:
○ Artérias coronárias direita e esquerda (irrigam o coração)
■ Arco da aorta;
■ Tronco braquiocefálico
● Carótida comum direita (lado direito da cabeça e pescoço)
● Subclávia direita (membro superior direito)
■ Carótida comum esquerda (lado esquerdo da cabeça e pescoço)
■ Subclávia esquerda (membro superior esquerdo)
● Aorta torácica:
○ Brônquicas (brônquios e pulmões)
○ Esofágicas (esófago)
○ Intercostais (músculos intercostais e peito)
ISEL || Anatomia Humana || 30

○ Frénicas superiores (superfícies superiores e posteriores do diafragma)


○ Pericárdicas;
○ Mediastínicas
● Aorta abdominal:
○ Artérias frénicas inferiores (superfície inferior do diafragma)
○ Artérias ilíacas comuns:
○ Artérias ilíacas externas (membros inferiores)
○ Artérias ilíacas interiores (útero, próstata, músculos das nádegas e bexiga)
○ Tronco celíaco:
■ Artéria hepática comum (fígado)
■ Artéria gástrica esquerda (estomago e esófago)
■ Artéria esplénica (baço, pâncreas e estômago)
○ Artéria mesentérica superior (intestino delgado, ceco, cólon transversal, cólon
descendente, reto e pâncreas)
○ Artérias supra-renais (glândulas supra-renais)
○ Artérias renais (rins)
○ Artérias gonadais
■ Artérias testiculares (testículos)
■ Artérias ováricas (ovários)
○ Artéria mesentérica inferior (cólon transverso, descendente e sigmoide, reto)

Capilares

Vasos microscópicos que devido às suas características, permitem trocas entre o sangue
e tecidos adjacentes.

● Capilares contínuos: a parede endotelial é sempre contínua ao longo de todo o capilar


(lâmina basal contínua)
● Capilares fenestrados (lâmina basal descontínua): a parede endotelial apresenta
espaços vazios por onde realiza a comunicação entre o sangue e os tecidos
● Capilares sinusóides: Percurso sinuoso, com um calibre um pouco maior que os outros
capilares. A sua parede também não é contínua, contendo grande quantidade de poros.
ISEL || Anatomia Humana || 31

Veias

● Menor pressão; hemorragias mais fáceis de estancar.

São menos musculadas que as artérias, sendo vasos de capacidade, tendo paredes finas
e flácidas (devido à menor pressão do sangue), permitindo assim aumentar bastante o seu
tamanho.

Capilares → Vénulas → Veias de 2ª ordem → Veias de 1º ordem

Todas as veias se reúnem em vasos sucessivamente maiores, exceto a veia porta.

● Vénulas pós-capilares;
● Vénulas musculares;
● Veias médias: são as principais responsáveis por receberem o sangue das principais
partes do corpo;
● Seios venosos: possuem parede bastante finas com um grande lumen, permitindo uma
grande acumulação de sangue;
● Grandes veias: entram diretamente no coração e possuem alguma quantidade de
músculo

Sistema porta: passagem do sangue por duas redes capilares antes de retornar ao coração.

● Quando uma artéria /veia desemboca em capilares e estes reúnem-se novamente noutra
artéria/veia

As veias do coração acompanham as artérias coronárias e veias superficiais, que


acabam por convergir no seio coronário.

● Veias profundas- veias de curto trajeto e que se abrem nas cavidades cardíacas:
● Veias ázigos e hemiázigos: drenam a zona torácica, abdominal e dorsal, e vai
complementar a veia cava inferior. Este sistema faz a ligação da veia cava inferior à
veia cava superior. Assim:
○ Veia cava superior: recebe o sangue da cabeça, pescoço, tórax e membros
superiores
○ Veia cava inferior: recebe o sangue do abdómen, da região pélvica e membros
inferiores
ISEL || Anatomia Humana || 32

○ Veias intercostais: recebem o sangue da parede posterior do tórax. Do lado


direito drenam para a veia ázigos e do esquerdo para a veia hemiázigo

Veia ázigo: drena o lado direito da parte posterior do abdômen e tórax e termina na veia cava
superior. Resulta da junção das veias lombares e intercostais ao nível da T12.

Veia hemiázigo: drenam o lado esquerdo da parede posterior do tórax e abdómen e terminam
na veia ázigos.

Coração

O coração é responsável pelo bombeamento do sangue para os diversos vasos


sanguíneos.

O sangue sai do coração através de artérias, que se ramificam e se estreitam até


formarem arteríolas, que se estreitam ainda mais e formam os capilares, onde ocorrem as trocas
ao nível dos vários tecidos. Após ocorrerem as trocas, dos capilares até ao coração, o sangue
passa por vénulas, pequenas veias e grandes veias.

A circulação sanguínea faz-se com diferenças de pressão entre sangue arterial e venoso.
O coração consegue fazer isto de forma eficaz através da existência de válvulas.

● Para condicionar a pressão, o coração faz contração isométrica (contrai os ventrículos


com válvulas fechadas).
● O estreitamento anormal das válvulas dá origem a patologias.

O coração está localizado na cavidade torácica:

● É envolvido por estruturas ósseas, musculares, cartilaginosas, etc., que o protegem.


● Está acima do diafragma, entre os pulmões.
● É revestido por uma membrana chamada pericárdio, que se ‘dobra’ na zona dos
grandes vasos, originando folhetos.
○ Entre os folhetos, existe líquido, para não haver fricção durante as mudanças de
volume do coração (ou dos pulmões no caso das pleuras torácicas).

É composto por 4 cavidades: 2 ventrículos (esquerdo e direito) e 2 átrios ou aurículas


(esquerda e direita).

● A aurícula esquerda comunica com ventrículo esquerdo através da válvula tricúspide;


ISEL || Anatomia Humana || 33

● A aurícula direita comunica com ventrículo direito pela válvula bicúspide ou mitral;
● Ventrículo esquerdo é composto com paredes mais espessas;
● Os lados são separados pelo septo interventricular, composto por uma porção muscular
grossa.

Coração é constituído por:

● Miocárdio- camadas musculares


que revestem os ventrículos e o
coração em geral;
○ É revestido no seu
interior pelo endocárdio
(impedir formação de
coágulos no coração);
● Pericárdio - fina camada/folheto
que reveste o coração
● Quatro cavidades: 2 ventrículos e
2 átrios ou aurículas;
● Osteos ou orifícios
atrioventriculares:
○ No caso do lado direito válvula tricúspide;
○ No lado esquerdo válvula mitral;
○ Função: existir apenas um sentido de circulação da coluna de sangue (fluxo
anterógrado);
● Septo interventricular;
● Septo interauricular - mais fino que intraventricular;

O coração é fixado pelos grandes vasos que são a aorta e a artéria pulmonar em cima e
pelo pericárdio e diafragma em baixo.

● Forma pirâmide triangular em posição posterosuperior (Base para cima e para trás);
● Relaciona-se com as costelas e esterno à frente (área precordial), pulmões nos lados e
atrás com a porção torácica do esofago
○ Causa impressão no pulmão esquerdo.
ISEL || Anatomia Humana || 34

Nos ápices dos ventrículos encontram-se músculos papilares e cordas tendinosas


correspondentes à inserção das válvulas mitral e tricúspide

O interior dos ventrículos apresenta irregularidades devido à existência destas fibras


musculares piramidais que se ligam ao folheto livre das válvulas servindo de “âncora” para os
mesmos

● Cordas tendinosas de primeira ordem: inserem-se na margem aderente das válvulas e


acompanham toda a face ventricular
● Cordas tendinosas de segunda ordem: inserem-se a meio
● Cordas tendinosas de terceira ordem: inserem-se no bordo livre

As fibras musculares estão dispostas de uma forma que o bombeamento seja o mais
eficazmente possível.

Trígono- estrutura fibrosa que permite que as estruturas tenham um ponto de fixação.

Existem fibras específicas do miocárdio responsáveis pelo estímulo elétrico que


desencadeia a contração cardíaca. Estes começam no nó sinoatrial e vão dar ao nó
atrioventricular, que se situa no septo atrioventricular, e fascículo de His, que se divide em 2
ramos. As contrações dão-se de baixo para cima

● Fibras comuns - superficiais, parede fina, destacam-se do anel direito e esquerdo e


traduzem-se num anel espiralado, algumas delas determinam músculos papilares.
● Fibras parietais - possuem o maior volume, originam-se a direito do anel fibroso direito
e dos trígonos, apresenta posição transversal.
● Fibras intraventriculares - ???
ISEL || Anatomia Humana || 35

SISTEMA NERVOSO

Proteção do sistema nervoso

Por ser muito delicado, o tecido do SNC apresenta um


elaborado sistema de proteção formado por 4 estruturas:

● Crânio (Osso);
● Meninges: membranas conjuntivas que envolvem o
encéfalo. Classificadas como 3:
○ Dura-máter10: + superficial, espessa, resistente, formada por tecido rico em
fibras colágenas, contendo nervos e vasos.
■ Formada por dois folhetos: um externo e um interno;
■ As pregas da dura-máter são:
● Foice do cérebro (tecido que ocupa fissura longitudinal do cérebro);
● Foice do cerebelo (septo longitudinal entre hemisférios cerebelares);
● Tenda do cerebelo (septo que separa o lobo occipital do cerebelo);
● Diafragma da sela (pequena prega; reveste superiormente hipófise)
○ Aracnóide (média): membrana muito delgada
■ Justaposta à dura-máter; separam-se pelo espaço subdural, contendo uma
pequena quantidade de líquido necessário à lubrificação das superfícies de
contato das membranas.
■ Separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contém liquor.
○ Pia-máter (mais interna, fina e delicada);
● Líquido cerebrospinal (líquor): situado no espaço subaracnóideo:
○ Neste espaço existe uma grande quantidade de artérias e veias cerebrais que
vascularizam as meninges;
● Barreira hematoencefálica.

A aracnóide e a pia-máter também podem ser chamadas em conjunto de leptomeninges.


Nessas camadas delimitam três espaços importantes: epidural (extradural), subdural e
subaracnóideo.

10
Dura-máter não possui periósteo na medula.
ISEL || Anatomia Humana || 36

Sistema Nervoso Central (SNC)

Constituído por:

↪Encéfalo:
● Cérebro:
○ Telencéfalo: Compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, e
uma pequena linha mediana situada na porção anterior do III ventrículo.
○ Diencéfalo: estruturas situadas em ambos os lados do III ventrículo, incluindo o
tálamo, o hipotálamo, epitálamo, subtálamo e hipófise.
● Cerebelo: situa-se nas fossas cerebelosas do occipital atrás da ponte, acima do bulbo e
abaixo do córtex cerebral occipital.
○ Face superior - tenda do cerebelo, apresenta medialmente o verme desde a
incisura posterior à anterior que se relaciona com os colículos. 2 fissuras que se
prolongam lateralmente para os hemisférios cerebelosos.
○ A face inferior também é convexa e relaciona-se com as fossas cerebelosas do
occipital. Apresenta na linha média o Verme (face inferior) e lateralmente
apresenta as faces inferiores dos hemisférios cerebelosos.
● Tronco Encefálico:
estrutura situada na
base do cérebro que
conecta as estruturas
subcorticais com a
medula espinhal.
○ Mesencéfalo;
○ Ponte;
○ Bulbo.
↪Medula Espinal
ISEL || Anatomia Humana || 37

Diencéfalo
Tálamo

Existe ao nível de cada lado, sendo uma estrutura ovóide, que se encontra inferiormente
ao hemisfério cerebral. É o maior dos núcleos da base do cérebro. Estas estruturas ocupam
algumas regiões dos ventrículos e juntam-se através da massa intermédia. Apesar de ser
composto por 23 núcleos distintos, apenas precisamos de considerar os 2 mais importantes: o
corpo geniculado medial e o lateral que juntos compõem o metatálamo.

O tálamo relaciona-se:

● Medialmente com o III ventrículo;


● Lateralmente com o núcleo lentiforme e com a cápsula interna.
● Posteriormente com os colículos.
● Anteriormente com a cabeça do núcleo caudado.
● Inferiormente e de frente para trás relaciona-se com o hipotálamo, subtálamo e
pedúnculos cerebrais.

Ao nível do cérebro, quase todos os sinais nervosos passam através desta estrutura tal
como o paladar, a audição, o equilíbrio, a visão (à exceção do cheiro), tal como diversas
funções somatossensoriais.

Apresenta ainda 2 lâminas de substância branca: a medular lateral e a medial. Os


grupos nucleares são o grupo nuclear reticular, o nuclear anterior, medial, lateral posterior.

Esta estrutura também é bastante importante no controlo motor, pois permite a


passagem de informação entre o córtex cerebral e os núcleos basais.

Hipotálamo

Apesar de estar maioritariamente relacionada com o sistema endócrino, é também uma


estrutura relevante ao nível do sistema nervoso. Encontra-se na fossa média da base interna do
crânio e encontra-se nas paredes e no chão do 3o ventrículo, estendendo-se desde o quiasma
óptico até aos corpos mamilares-enviam sinais para o tálamo e para o sistema límbico.

Ligado à hipófise através do infundíbulo. O infundíbulo prolonga-se


antero-inferiormente pela haste hipofisária e divide-o em anterior, lateral e posterior. Todas as
estruturas comunicam com o hipotálamo.
ISEL || Anatomia Humana || 38

Tem diversas funções:

● Secreta hormonas, para além de estimular a neuro hipófise a produzir hormonas;


● Influencia o sistema autónomo, regulando o ritmo cardíaco, secreção gastrointestinal,
tamanho da pupila, etc.;
● Estrutura bastante importante ao nível da termorregulação;
● Regula as sensações de fome e sede, regulando desta forma a osmolaridade no
organismo;
● Controla os ritmos de sono;
● Importante ao nível das respostas emocionais;
● Permitem, em conjunto com os corpos mamilares, a aquisição de novas memórias.

Hipófise

Haste hipofisária - A hipófise compreende 2 lobos - anterior e posterior - o posterior ou


neuro-hipófise. Prolonga-se e dá origem à hipófise. Lá existem células especializadas para
produzir hormonas.

Telencéfalo

Lobo Frontal

Maior lobo do
cérebro. Composto
por 3 superfícies:
lateral, medial e
inferior.

Todo o lobo frontal é vascularizado pelas artérias cerebrais anterior e média, que são
ramos da artéria carótida interna. Apoia-se e corresponde ao osso frontal:

● Anterior ao lobo parietal (são separados pelo sulco central);


● Súpero-anterior ao lobo temporal (Separados pelo sulco lateral, ou fissura de Sylvius);

Funções:

● Controle do movimento voluntário;


● Atenção;
ISEL || Anatomia Humana || 39

● Memória de curto-prazo,
● Motivação;
● Planeamento;
● Fala.

Corresponde aos Giros: frontais superior, médio e inferior; pré-central; reto e orbitais.

Lobo Temporal

É vascularizado pelas artérias cerebrais média e posterior. Corresponde ao osso


temporal; ínfero-posterior ao lobo frontal (Separado pelo sulco lateral);

Função:

● Descodificar os sinais sensitivos aferentes (visuais e auditivos) para a retenção de


memória visual e a compreensão da linguagem.

Corresponde aos giros temporais inferior, médio e superior.

Lobo Parietal

É dividido em duas partes chamadas lóbulos (superior e inferior), que são separados por
um sulco intraparietal. O lobo parietal é vascularizado por ramos das artérias cerebrais anterior,
média e posterior;

Corresponde ao osso parietal:

● Superior ao lobo occipital (do qual é separado pelo sulco parieto-occipital);


● Posterior ao lobo frontal (do qual é separado pelo sulco central).

Função:

● Integra os estímulos proprioceptivos e mecanoceptores;


● Envolvido no processamento da linguagem.

Giros: pós-central, lóbulos parietais superior e inferior


ISEL || Anatomia Humana || 40

Lobo Occipital

Forma a parte mais posterior do cérebro. O lobo occipital situa-se sobre a tenda do
cerebelo, e sua superfície medial está voltada para a foice do cérebro. Corresponde ao osso
occipital:

● Posterior ao lobo parietal (do qual é separado pelo sulco parieto-occipital);


● Posterior ao lobo temporal

Função: centro de processamento visual

Giros: occipitais superior, médio e inferior; lingual e cúneo.

Lobo da Ínsula:

É o único que não se relaciona com nenhum osso do crânio, pois está situado
profundamente no sulco lateral.

Bulbo

Limitado superiormente pela ponte, inferiormente continua-se com a medula espinhal


ao nível entre a decussação das pirâmides e o primeiro nervo espinhal. Ocupa parte do canal
vertebral e cavidade craniana. Anteriormente relaciona-se com o dente do Áxis, posteriormente
com o cerebelo e lateralmente com as articulações atlanto-occipitais.

Nas faces laterais encontra-se superiormente à oliva a origem aparente do nervo facial
ou VII par e posteriormente a entrada do estato-acústico ou vestíbulo-coclear. À frente
relaciona-se com o crivo do occipital e a artéria cerebral; posteriormente com o cerebelo do
qual está separada pelo quarto ventrículo, inferiormente com o bulbo e superiormente com os
pedúnculos cerebrais. Podemos considerar a face anterior, posterior, laterais, superior e inferior.

Nota: Face lateral deve ser considerada como a conexão da ponte

Liga a ponte ao diencéfalo - tálamo, subtálamo, epitálamo e telencéfalo.

● Face antro-anterior relaciona-se com a sela turca de baixo para cima.


● Face posterior - Lâmina tectal (quadrigeminal).
● Face medial - Característica específica - sulco do nervo
ISEL || Anatomia Humana || 41

Ponte

Protuberância fibrosa, que liga o tronco encefálico ao cerebelo

Relaciona-se:

● Superiormente: com os pedúnculos cerebrais (mesencéfalo);


● Anteriormente: com o osso occipital, as artérias vertebrais e basilar;
● Posteriormente: cerebelo, separado pelo 4ºVentriculo
● Inferiormente: com o bulbo, separado pelo sulco bulbo-poético

Medula

Recebe informação da periferia.

Da medula espinal sai


uma raiz motora (da frente).
Sai uma também da periferia
(posteriormente). Entre cada
vértebra costuma sair e entrar
uma raiz nervosa. Abaixo de
L3 só costumam haver nervos
(cauda equina). Saem por trás
dos corpos vertebrais.

Fixação da medula é
garantida pelas relações da
coluna vertebral:

● Superiormente com o
encéfalo;
● Inferiormente com os
nervos raquidianos.
Para além disso a medula é uma estrutura contínua com o bulbo raquidiano e possui
ligação com o ligamento intermédio coccígeo e bainhas protetoras.
ISEL || Anatomia Humana || 42

Apresenta «centros nervosos» na substância cinzenta ao redor do canal central. São


responsáveis pela atividade reflexa e parte da vida «autónoma»; a restante atividade da medula
é modulada pelos centros encefálicos.

Existem 31 pares de nervos espinhais associados aos números de vértebras existentes:

● Nervos cervicais: 8 (apesar de existirem 7 vértebras, o 1º nervo inicia-se acima de C1);


● Nervos torácicos: 12;
● Nervos lombares: 5;
● Nervos sacrais: 5;
● Nervo coccígeo: 1.

Nervos Cranianos

Ao nível da coluna temos uma coisa que se chamam nervos cranianos (12 pares). A sua
função acaba por ser mais nobre, tem a ver com os nossos sentidos, com os músculos da
cabeça; língua (fala, daí relacionar-se com os sentidos e com a língua).

Existem 3 tipos de nervos cranianos:

● Motores: Controlam o movimento;


● Sensoriais: Controlam as sensações;
● Mistos: Controlam ambos.

NOTA: nervos sensoriais (órgãos sensoriais-olfato, visão...) ≠ sensitivos (contração de


músculos, sensação térmica,...)
ISEL || Anatomia Humana || 43

PAR NERVO TIPO FUNÇÃO

I Olfatório Sensorial Olfativa

II Óptico Sensorial Visão

III Oculomotor Motor Movimentação da pupila e do globo ocular

IV Troclear Motor Movimentação do globo ocular

Mastigação, sensibilidade da face, seios da face e


V Trigémio Misto
dentes

VI Abducente Motor Movimentação do globo ocular

Controlo dos músculos faciais


VII Facial Misto Expressão facial, percepção gustativa no terço
anterior da língua

VIII Vestibulococlear Sensorial Postura, equilíbrio, audição

Percepção gustativa posterior da língua,


IX Glossofaríngeo Misto
sensibilidade e controlo dos músculos da faringe

Percepção da faringe, laringe, orelhas, vísceras


X Vago Misto torácicas e abdominais, coração, Trato
Gastrointestinal e pulmões

Controlo motor dos músculos


XI Acessório Motor
esternocleidomastoideo e trapézio

XII Hipoglosso Motor Controlo dos músculos da língua


ISEL || Anatomia Humana || 44

Nervos Raquidianos e Plexos Nervosos

Plexo Cervical

Constitui-se dos ramos anteriores do 1º, 2º, 3º e 4º nervos cranianos, que originam
ramos superficiais e profundos do plexo cervical.

Os superficiais são cutâneos, inervando a pele da região do pescoço, diafragma e


cabeça. Os ramos profundos do plexo cervical inervam: os músculos que movem a cabeça e o
pescoço e ainda o diafragma, através do nervo frénico que deriva do ramo anterior do 3º e 4º e
5º nervos cervicais.

Nervos:

● Pequeno occipital (orelha e pele);


● Grande auricular (exterior da orelha e região da parótida)
● Cervical transverso (anterior e lateral do pescoço);
● Ansa cervical (músculo do pescoço);
● Supraclavicular (pescoço/ombro);
● Frénico (pericárdio, pleura, diafragma).

*todos somatossensoriais exceto a ansa cervical e o frénico que são mistos*

Plexo Braquial

Possui: ramos colaterais anteriores e posteriores; e ramos terminais anteriores e


posteriores, ao nível dos quais se encontram nervos axilares e radiais. Os ramos terminais são
mistos e passam entre músculos, acompanhando a artéria clávia.

*todos os nervos do plexo braquial são mistos.*


Nervos:
● Cutâneo muscular: antebraço anterior e articulação do cotovelo (sensorial), músculo
braquial, coracobraquial e bíceps (motora);
● Axilar: braço, pulso e mão (sensorial); deltóide (motora);
● Radial: anterior e lateral do pescoço (sensorial), músculos exteriores (motora);
● Mediano: pele e articulações da mão (sensorial), flexão do antebraço (motora)
● Ulnar: pele da palma da mão (sensorial); adutores e músculos interiores (motora)
* o nervo axilar inerva os músculos deltóide; redondo menor; redondo maior; supraescapular.*
ISEL || Anatomia Humana || 45

Plexo Lombar

Comporta as primeiras 4 raízes dos nervos lombares, determinando os seguintes nervos:

Ramos colaterais:

● Ílio-hipogástrico: nervo misto. Inerva os músculos: oblíquo; transversos abdominais


(motora); parede abdominal anterior dos glúteos; zona coxal; região inguinal; região
púbica – grandes lábios/escroto – (sensitivos).
● Ílio-inguinal: nervo misto. Inerva os músculos: oblíquo interno abdominal (motora);
zona coxal superior; genitais externos (sensitivo).
● Génito-femoral: nervo misto. Inerva o músculo cremaster (motora), a porção
ântero-lateral da coxa e a zona púbica (sensitivo).
● Cutâneo femoral lateral: nervo somatossensitivo. Inerva a pele da região anterior e
lateral da coxa.

Ramos terminais:

● Femoral: nervo misto. Inerva músculos (quadrado femoral; sartório; ilíaco; pectíneo;
reto-femoral; vasto-medial, lateral e intermédio; e aos músculos da face inferior e
lateral da coxa [motora]). Inerva a artéria femoral, a região interior da bacia, a pele da
face antero-medial e interior da coxa até ao joelho, joelho e articulações da anca em
conjunto do obturador e a pele da face antero medial da perna e do pé (sensitivo)
● Obturador: nervo misto. Inerva os músculos: adutor curto e longo, grande adutor e
obturador (motora); o joelho, o terço interno da coxa e a anca (sensitivo) e a artéria
popliteia (vascular)

Plexo Sagrado

A reunião do tronco lombo-sagrado com os ramos anteriores dos 3 primeiros nervos


sagrados corresponde ao plexo sagrado. O tronco lombo-sagrado é a reunião de um ramo do 4º
e 5º nervos lombares.

O plexo sagrado determina ramos colaterais e 1 ramo terminal- o nervo isquiático,


maior nervo em termos de volume do corpo humano. Os ramos são motores e sensitivos.

Os músculos da bacia são inervados pelo plexo pudendo exceto o obturador; O nervo
isquiático inerva a porção lateral externa do joelho,
ISEL || Anatomia Humana || 46

Plexo Pudendo

Origina-se do ramo anterior do 2º, 3º e 4º nervos sagrados. Apresenta ramos colaterais e


um terminal- nervo pudendo.

Plexo Coccígeo

Constitui-se dos ramos anteriores dos 4º e 5º nervos sagrados e nervos coccígeo.


Originam-se ramos viscerais → plexo hipogástrico inferior e nervos cutâneos → para a pele da
região coccígea.

Ainda inerva o músculo grande glúteo e a pele entre o anus e a região coccígea.
47

APARELHO URINÁRIO

O aparelho urinário é constituído por:

● Rins;
● Ureteros;
● Bexiga;
● Uretra.

Rins

São 2, direito e esquerdo. São retroperitoneais, ou seja, situam-se atrás do peritoneu.


Têm forma semelhante a um feijão-frade, achatados; e uma coloração avermelhada, semelhante
a vinho do Porto.

Os rins projetam-se posteriormente numa área retangular limitada:

● Superiormente por uma linha horizontal que cruza o processo espinhoso da 11ª vértebra
torácica;
● Inferiormente por uma linha horizontal que cruza o processo espinhoso da 3ª vértebra
lombar;
● Por linha mediana a 2,5 cm do plano sagital mediano;
● Outra linha lateral que passa a cerca de 10 cm do plano sagital mediano.

NOTA: O rim direito situa-se um pouco mais abaixo e tem menos volume que o esquerdo, em
relação provável com a presença do fígado acima e à frente deste.

Relações do Rim Direito

Na sua porção mais superior (polo e face anterior), a face anterior do rim relaciona-se
com:

● A glândula suprarrenal direita;


● A face inferior do fígado, à qual se liga pelo ligamento hepato-renal, determinando uma
impressão;

Na sua porção mais inferior, relaciona-se com a porção descendente do duodeno.


ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||48

Relações do Rim Esquerdo

O rim esquerdo é «atravessado» sensivelmente a meio pelo mesocólon transverso.


Relaciona-se com:

● Superiormente: Glândula suprarrenal esquerda (e o pólo superior), Baço;


● Porção póstero medial: Pâncreas
● Porção caudal: Estômago.

Relações Gerais do Rins

As faces posteriores de ambos os rins apresentam relações semelhantes:

● Porção superior ou torácica com o diafragma e recesso costodiafragmático da pleura.


● Porção lombar relacionam-se com o músculo transverso do abdómen lateralmente e o
quadrado dos lombos.
● No corpo adiposo pararrenal ou de Gerota, encontramos os 12º nervo intercostal, o
nervo ílio-hipogástrico e o ílio-inguinal.

Os pólos superiores relacionam-se à direita com a glândula suprarrenal direita e face


inferior do lobo direito do fígado; à esquerda com a glândula suprarrenal esquerda e o baço
(porção póstero-medial).

Os pólos inferiores relacionam-se com os ureteres através dos ligamentos


uretero-renais. Os polos possuem relação ântero superiormente.

Loca renal: constituída por cápsula fibrosa constituída pela fáscia renal que possui 2
folhetos, um anterior ou lâmina anterior da fáscia renal e outro posterior ou lâmina posterior da
fáscia renal. No interior desta loca renal existe tecido adiposo que separa o rim destes folhetos.
Possui tecido adiposo.

A lâmina inter-suprarrenal-renal separa/liga os pólos superiores dos rins das glândulas


suprarrenais. O peritoneu parietal também cumpre um papel de fixação, bem como para outras
estruturas intra-abdominais
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||49

Constituição dos Rins

Em cada rim há entre 8 - 18 pirâmides renais, que no corte coronal parecem triângulos
alinhados uns ao lado dos outros, com as suas bases voltadas para o córtex e seu ápice
apontando para o hilo renal.

O ápice da pirâmide projeta-se medialmente em direção ao seio renal. Essa projeção é


chamada de papila renal, e abre para o cálice menor. As papilas renais são separadas pelas
colunas de Bertin. Existem entre 10 a 12 papilas renais.

Cálices Menores: Os cálices menores (10 a 12) unem-se para formar um cálice maior
na região do seio renal.

Cálices Maiores: União de cálices menores. Estes, por sua vez, unem-se para formar a
pelve renal, da qual emerge o ureter, que deixa o rim através do seu hilo. As pirâmides renais
são separadas por extensões do córtex, chamadas colunas renais.

Nefrónio: Unidade Funcional do Rim:

● Iniciam-se pelo corpúsculo de Malpighi envolvido pela cápsula de Bowman.


○ Estas duas superfícies determinam o espaço de Bowman.
● Seguem-se o tubo contornado (contorcido) proximal, cujas flexuosidades são
acompanhadas por capilares onde o sangue estabelece trocas passivas, activas,
facilitadas de substâncias e água e que se prolonga para a ansa de Henle.
● Esta prolonga-se pelo túbulo contornado distal, que se continua para o túbulo colector
que se vão reunindo até determinarem túbulos maiores que terminam em número de 20
a 40 em cada papila nas pirâmides renais

Corpúsculo renal ou de Malpighi: Formado pelo Glomérulo renal (tufo de capilares)


e pela Cápsula de Bowman, que envolve o glomérulo. Cada corpúsculo renal possui dois pólos:
um vascular, onde penetra a arteríola aferente e sai a arteríola eferente; e um urinário, onde
nasce o túbulo contorcido proximal.

A Cápsula de Bowman (ou Glomerular) é constituída de dois folhetos:

● Parietal (externo) – formado por um epitélio simples pavimentoso, apoiado sobre uma
membrana basal e uma delgada camada de fibras reticulares.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||50

● Visceral (interno) – é formado por células epiteliais denominadas podócitos (células


com prolongamento) que envolvem toda a rede capilar e constituem, juntamente com o
endotélio vascular e as membranas basais, a barreira de filtração glomerular.
● Entre os dois folhetos encontra-se o espaço urinífero ou capsular que capta o filtrado
glomerular.

Córtex periférico é a porção mais externa do rim onde estão os nefrónios. Conseguimos
diferenciar o córtex renal da medula renal

O córtex renal apresenta porção dos nefrónios chamados crepúsculos. Este crepúsculo
tem uma rede de capilares.

Pelve renal- forma grosseiramente de um funil, de base súpero-lateral e ápice


ínfero-medial que se continua para a porção inicial do ureter. É achatada ântero-posteriormente,
2 a 3 cm de maior eixo e 2 cm de largura. Compreende a porção intra-sinusal e extrasinusal.

Ureteros

Tubos músculo-mucosos que ligam a pelve


renal à bexiga. Retroperitoneais nas porções
lombares, ilíaca, pélvica e intravesicais.

O seu comprimento varia entre 30-35 cm,


geralmente o direito mais curto e o do homem mais
longo que o da mulher.

Bexiga

Órgão ímpar, acumula a urina entre micções, e


elimina-a durante a micção através da uretra.

Uretra

Canal condutor da urina, que parte da bexiga e


termina na superfície exterior do corpo.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||51

APARELHO RESPIRATÓRIO

O aparelho respiratório é composto por:

● Sistema Respiratório Superior:


○ Fossas Nasais;
○ Laringe;
● Sistema Respiratório Inferior:
○ Laringe;
○ Traqueia;
○ Brônquios e Bronquíolos;
○ Pulmões;
○ Pleura.
● Árvore traqueobrônquica:
● Traqueia
○ Brônquios e bronquíolos

Fossas Nasais

Nariz: pirâmide cujo vértice corresponde à ponta do nariz e cujas faces laterais são 2 e
a terceira inexistente por corresponder às fossas nasais.

Na sua porção superior e anterior estão os 2 ossos nasais. Lateralmente aos ossos nasais
estão o processo frontal da maxila de cada lado, o osso lacrimal e o frontal na sua porção
orbital medial. O septo nasal é constituído anteriormente por uma cartilagem, a lâmina
perpendicular do etmóide e o vómer.

Os músculos desta região são o prócero, os nasais, o abaixador da asa do nariz e o


levantador do lábio superior e da asa do nariz.

As cavidades nasais correspondem:

● Lateralmente:
○ Porção lateral do osso nasal, maxilar superior, osso lacrimal, processo pterigóide
do esfenóide, palatino e massas laterais do etmóide, pelo corneto inferior.
● Superiormente:
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||52

○ Nasal, frontal, etmoidal e esfenoidal, sendo do etmóide a lâmina cribiforme a


componente mais relevante ao corresponder.

Laringe

A laringe projecta-se entre a 3º e 6º vértebras cervicais. Tem a forma de pirâmide


invertida e achatada cuja base é superior e o vértice corresponde à comunicação com a
traqueia. Situa-se abaixo da língua, à frente da laringo-faringe, acima da traqueia e atrás da
glândula tiróide.

Da laringe fazem parte diversas cartilagens, a saber:

● Tiroideia, Cricoideia, Aritenóidea e Epiglótica - as mais importantes


● Cartilagens corniculadas, cuneiformes, sesamóides anteriores e interaritenoidea.

Cartilagem tiroideia

● 2 lâminas reunidas medialmente e anteriormente.


● Posteriormente apresenta 2 proeminências em cada bordo o corno superior e o inferior.
● Ao longo dos bordos superiores e inferiores e posteriores e cornos da cartilagem
tiroideia inserem-se membranas tendinosas e músculos da laringe e faringe.

A cartilagem cricoideia - anel mais amplo posteriormente.

Cartilagem epiglótica – como uma raquete mas de convexidade anterior. Cobre a


laringe nos momentos de deglutição.

Entre a tiróide e a cricóide há uma membrana crico-tiroideia.

Também entre a cartilagem tiroideia e o osso hióide acima existe uma membrana
tireo-hióidea reforçada medialmente pelo ligamento tiro-hióideo.

Traqueia

● Canal fibro-músculo-cartilaginoso.
● Projecta o seu início entre a 6ª e 7ª vértebras cervicais
● Bifurca-se, determinando a carina da traqueia, dando origem a dois ramos laterais (dão
origem aos brônquios).
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||53

● Tem impressões no seu trajeto causadas pelo arco aórtico e pela glândula tireóidea.
● Apresenta forma globalmente cilíndrica, no entanto posteriormente é plana e
músculo-fibrosa apenas.
○ Os anéis são incompletos na parte posterior (Questão de falta de espaço para o
esófago que passa logo atrás da traquéia).

Já na parte torácica – à frente relaciona-se com o arco aórtico e seus ramos. Atrás a
traqueia relaciona-se com o esófago. Mais à dta relaciona-se com o arco da veia ázigos.

O nervo laríngeo Recorrente passa entre o esófago e a traqueia. Determina a adução e


abdução das cordas vocais.

Brônquio e Alvéolos

Porção extrapulmonar e intrapulmonar, respetivamente, da árvore brônquica.

Brônquios principais: Direito e


Esquerdo iniciam-se na bifurcação da
traqueia e terminam no hilo dos pulmões.

São cilindros ocos ligeiramente


achatados anteroposteriormente. O direito
tem direção mais vertical e o esquerdo mais
horizontal e é também mais longo, mas
quanto ao diâmetro é menor.

O brônquio principal direito é o que se


relaciona com a veia cava superior e
posteriormente com a veia ázigo.

O brônquio esquerdo apresenta relação com o arco aórtico e aorta descendente e com o
esófago.

Pulmões

Situam-se na cavidade torácica, sendo que a sua porção superior – o ápice – se encontra
na porção mais caudal (ou base) do pescoço. Entre ambos existe um espaço, o mediastino,
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||54

localizado entre a face mediastinal ou medial do folheto ou lâmina parietal da pleura de cada
lado e posteriormente limitado pela coluna vertebral e anteriormente pelo esterno.

Os pulmões têm um volume médio de cerca de 1500 cm3 sendo que o direito é maior
que o esquerdo e situa-se um pouco acima do esquerdo. A capacidade pulmonar é de 3,5 L
após inspiração normal e cerca de 5 L após inspiração forçada.

Apresentam uma forma de um semi-cone de base inferior e convexidade lateral. O


ápice é superior.

A face inferior dos pulmões ou diafragmática relaciona-se, embora separada pelo


diafragma, à direita com a face superior do lobo direito do fígado. À esquerda,o pulmão
relaciona-se com a face superior do lobo esquerdo, o fundo gástrico e com o baço.

O pulmão apresenta como unidade


anátomo-fisiológica denominada lóbulo
pulmonar que apresenta bronquiolos, vasos e
nervos pulmonares e tecido conjuntivo,
separando e suportando as diferentes
estruturas referidas. Os lóbulos estão
separados entre si por septos
conjuntivo-elásticos. Os bronquíolos
dividem-se em bronquíolos respiratórios que
se subdividem ainda em ductos alveolares e
estes terminam por sacos alveolares eles
próprios com depressões os alvéolos
pulmonares.

Pleuras

Membranas serosas que facilitam o deslizamento dos pulmões em relação à parede


torácica. Apresentam 2 lâminas ou folhetos – visceral e parietal – a visceral reveste o pulmão e
insinua-se através das fissuras interlobares.

A lâmina parietal reveste interiormente a parede torácica.


ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||55

APARELHO DIGESTIVO

Composto por:

● Cavidade oral
● Faringe
● Esófago
● Estômago

Cavidade Oral

Abaixo das cavidades nasais. Está dividida pelos arcos gengivo-dentais em 2 porções –
antero-lateralmente aos arcos gengivo-dentais nos vestíbulos orais e postero-medialmente aos
arcos gengivo-dentais a cavidade oral propriamente dita.

As paredes da cavidade bucal correspondem:

● Anteriormente aos lábios;


● As 2 paredes laterais correspondem às bochechas;
● A parede inferior é o pavimento da cavidade oral, onde se encontra a raíz da língua
● A parede superior é o palato duro;
● Parede postero-superior é formada pelo palato mole ou véu palatino e uma abertura que
faz comunicação da cavidade oral e a orofaringe, o istmo das fauces.

Os lábios apresentam-se constituídos de fora para dentro a partir da face livre – pele,
camada muscular – músculos cutâneos da cavidade oral, camada submucosa com tecido
conjuntivo e glândulas labiais e depois a camada mucosa – mucosa labial. Lisa e semelhante à
gengiva. Sulco geniolabial e mentolabial: lábios ligam-se

Frenulo inferior e superior: aquelas pelinhas irritantes perto dos incisivos.

Bochechas: a parede lateral

Desde a margem infraorbitária até à margem inferior da mandíbula, em largura desde a


comissura dos lábios até à margem posterior do masséter. A papila do ducto parotídeo ou canal
de Sténon, fica no ângulo postero-superior da face medial das bochechas e o seu óstio.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||56

De fora para dentro as bochechas apresentam: Pele, tecido celular subcutâneo, camada
adiposa, camada aponevrótica, camada muscular e finalmente a camada mucosa. O músculo
bucinador constitui a camada muscular.

Parede superior da cavidade bucal – palato Duro – constitui-se pela camada óssea,
camada glandular, e camada mucosa. Na linha média a rafe do palato e as pregas palatinas que
perfazem vários arcos. A camada óssea compõe-se dos processos palatinos das maxilas e
lâminas horizontais dos ossos palatinos.

Parede inferior da cavidade oral – compõe-se atrás pela porção fixa da língua (raiz da
língua) e anteriormente pelo pavimento da cavidade oral que é aproximadamente triangular
sendo o ápice os dentes incisivos mandibulares.

Língua – importante para a mastigação, a fala, deglutição e paladar.

Forma de um cone achatado – porção anterior, móvel, disposta horizontalmente – o


corpo da língua, porção posterior ou faríngea fixa e disposta verticalmente a raíz da língua.

Apresenta 2 faces – superior ou dorso e inferior, 2 margens laterais e a raíz e o ápice da


língua.

Face superior encontramos na sua porção posterior papilas circunvaladas dispostas em


V de abertura anterior o “V lingual”. Posteriormente a este temos o sulco terminal da língua.
Anteriormente ao V lingual existe o sulco mediano da língua. A epiglote está ligada à língua
por 3 pregas epigloticas: a mediana e as laterais

A face inferior da língua menos extensa, relaciona-se com o pavimento da cavidade oral
e ao qual se «une» pelo frénulo da língua e que se continua pelo sulco mediano. Já descrito o
pavimento antes

A língua constitui-se por um esqueleto osteo-fibroso e por vários músculos revestidos


por mucosa. O esqueleto osteo-fibroso compõe-se do osso hioide, aponevrose da língua e septo
da língua. Músculos da língua – 3 grupos:

● Primeiro aos músculos em que uma das inserções é feita num osso vizinho da língua –
génio-glosso, hioglosso e estiloglosso.
● Segundo aos músculos que se inserem num dos órgãos vizinhos da língua –
palato-glosso e amigdalo-glosso.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||57

● Terceiro os músculos que se inserem apenas na língua – longitudinal superior da língua,


longitudinal inferior da língua, transverso da língua e vertical da língua

Faringe

Estrutura ímpar, mediana e estruturalmente simétrica; estende-se da base do crânio até


6ª ou 7ª vértebra cervical podendo alcançar a 5ª durante a deglutição. Posteriormente
relaciona-se com a lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e dos músculos pré-vertebrais,
anteriormente com as cavidades nasais e cavidade oral e laringe.

É composta por três regiões ou porções:

● A nasal à nasofaringe;
● A parte oral da faringe à oro-faringe;
● A parte laríngea à laringo-faringe – que corresponde à porção entre o osso hioide e o
esófago.

Esófago

Limitado superiormente pela faringe cerca da 6ª ou 7ª vértebra cervical, inferiormente


pelo Cárdia no estômago – 10 ou 11ª vértebra torácica ou dorsal. Ocupa a porção inferior do
pescoço, depois «penetra» no tórax, atravessa o diafragma através do hiato esofágico e alcança
o abdómen terminando no estômago.

Divide-se em 4 partes: a parte cervical, a parte torácica, a parte diafragmática e a parte


abdominal do esófago.

Apresenta fibras musculares que que o unem aos órgãos com os quais mais
directamente se relaciona – músculo bronco-esofágico à face anterior esófago à face posterior
brônquio principal esquerdo e músculo pleuro-esofágico que liga face anterior esófago à parte
mediastinal da pleura. Existem ainda fibras de tecido conjuntivo que ligam a superfície externa
do esófago à árvore traqueo-brônquica.

A parte cervical do esófago ocupa a região infra-hióidea – anteriormente - a


traqueia,… Anteriormente a estas estruturas temos os músculos da região infra-hióidea, o
tecido celular subcutâneo e a pele. Posteriormente - indirectamente com a coluna vertebral…
Lateralmente - à direita - lobo direito da glândula tireóide…- à esquerda - lobo esquerdo da
glândula tiróide…
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||58

A parte torácica do esófago – Anteriormente acima bifurcação da traqueia com esta e


porção inicial do brônquio esquerdo….,

Posteriormente a coluna vertebral… Lateralmente e à direita parte mediastínica da


lâmina parietal da pleura direita… À esquerda relaciona-se com a parte mediastínica da pleura
parietal esquerda…

A parte diafragmática do esófago à no hiato esofágico fixado pela membrana


esófago-diafragmática e atravessa o diafragma através túnel muscular completo na sua porção
superior e incompleto na porção inferior.

A parte abdominal do esófago à anteriormente - face posterior do fígado…


Posteriormente - o nervo vago dto… À direita - lobo caudado do fígado… à esquerda - o fundo
gástrico do estômago.

O esófago apresenta 4 túnicas, a mais externa a serosa, depois a camada muscular, a


submucosa e a mais interna a mucosa

A túnica muscular apresenta ela própria 2 camadas de fibras musculares com


orientação diferente – a mais superficial de orientação longitudinal e a mais profunda com
fibras circulares.

A submucosa é muito aderente à mucosa – esta última continua-se em cima com a


mucosa faríngea e em baixo com a do estômago, sendo rica em glândulas esofágicas

Estômago

Situa-se na cavidade abdominal, projecta-se do hipocôndrio esquerdo ao epigastro.

Inicia-se no Cárdia e termina pelo Piloro. O Cárdia apresenta uma conformação em


incisura que lhe confere uma acção de sistema anti-refluxo.

O Piloro apresenta uma estrutura muscular que lhe confere estruturalmente a verdadeira
função de esfíncter.

Hipocôndrio direito e esquerdo e epigastro, região lateral dta e esquerda e região umbilical,
região inguinal dta e esquerda e hipogastro determinadas no abdómen pela projecção de 2
linhas horizontais que passam uma no rebordo inferior das costelas esternais e outra que rasa as
cristas ilíacas e 2 linhas verticais que passam pela zona média dos ligamentos inguinais
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||59

Superolateralmente o estômago relaciona-se com o diafragma à esquerda e à dta com a


face posteroinferior do fígado. Inferiormente o est^mago relaciona-se com o cólon transverso e
seu mesocólon, medialmente relaciona-se com a região e artéria celíaca, posteriormente
relaciona-se com o pâncreas, o baço, o rim esquerdo e suprarrenal esquerda, a parte ascendente
do duodeno, e primeiras ansas do jejuno.

Projecta-se desde a 5ª costela até 9ª, e prolonga-se a nível do abdómen cerca do limite
inferior das articulações condrocostais.

A face anterior do estômago é convexa, apresentando porção superior «torácica» e


outra abdominal. A parte torácica corresponde clinicamente à área de hiperressonância. O
segmento abdominal relaciona-se com a parede anterior do abdómen - o triângulo de Labbé

Face posterior do estômago – fundo gástrico – relaciona-se à direita - ligamento


gastro-frénico e pilar principal esquerdo do diafragmático; à esquerda - porção superior
pré-hilar antero-medial do baço. O segmento médio - corpo e cauda do pâncreas, a glândula
suprarrenal esquerda, face anterior do rim esquerdo e porção inferior da face ântero-medial do
baço. O segmento inferior - o mesocólon transverso, mais abaixo com parte ascendente do
duodeno primeiras ansas jejunais.

Os omentos são lâminas peritoneais que se estendem do estômago ao fígado, ao cólon


transverso e ao baço: omento menor ou gastro-hepático – liga curvatura menor do estômago à
porta do fígado; o omento maior ou gastro-cólico – liga a grande curvatura do estômago ao
cólon transverso.

O omento gastro-esplénico – liga o fundo gástrico à face antero-medial do baço; o


ligamento gsatro-frénico une a face posterior do fundo gástrico à face inferior do diafragma; a
foice da artéria gástrica esquerda com uma forma triangular, liga o terço superior da curvatura
do estômago ao tronco celíaco.

Curvatura maior – convexa / Curvatura menor – côncava / Cárdia – corresponde à


transição esófago-gástrica / Piloro – corresponde à transição gastro-duodenal,

A túnica muscular apresenta 3 diferentes camadas - a superficial, a média e a profunda.

A superficial – fibras musculares longitudinais, A média – fibras circulares.


ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||60

A profunda – fibras musculares oblíquas que cavalgam a incisura cárdica e dirigindo-se


em obliquidade até ao piloro através da curvatura menor e alcançando a curvatura maior.

Túnica ou camada submucosa – a sua aderência à camada mucosa permite o


pregueamento desta sobre a túnica muscular durante as contrações.

Túnica mucosa – tb conhecida como túnica glandular de Willis. Numerosas pregas


gástricas, entre estas encontram-se os sulcos que condicionam as áreas gástricas poligonais,
crivadas de forames – fovéolas gástricas que representam a abertura das glândulas gástricas.

Intestino Delgado

Duodeno

Fixo, inicia-se na projecção da 1ª lombar, correspondendo à continuação do piloro,


termina na projecção da 2ª Lombar, onde se continua pelo Jejuno, após flexura duodeo-jejunal
– ângulo de Treitz. Compõe um anel incompleto tb chamado quadro duodenal que envolve a
cabeça do pâncreas. Encontra-se no andar postero-superior do abdómen.

Projecta-se entre a linha que une a extremidade anterior das 8ªas costelas e a linha
horizontal que passa pelo umbigo.

Apresenta-se horizontal na sua primeira porção que flecte para baixo verticalmente -
flexura superior do duodeno, para a 2ªa porção que tem cerca de 8 cm até à flexura inferior -
porção horizontal, que se continua com a parte ascendente do duodeno, acerca de 4 cm da linha
abdominal mediana. A parte ascendente do duodeno, termina na flexura duodeno-jejunal, que
se projecta a 6 cm da linha abdominal mediana.

Fixação – o duodeno é mantido em posição pela cabeça do pâncreas, pela continuidade


com o estômago, através do peritoneu, do canal colédoco e dos ductos excretores do pâncreas,
dos arcos arteriais pancreático-duodenais e pelo músculo suspensor do duodeno – Treitz.

Conformação interna do duodeno – apresenta internamente pregas circulares


(kerckring), vilosidades intestinais e nódulos linfáticos. Na porção descendente apresenta ainda
as papilas maior e menor do duodeno.

Apresenta Túnica serosa, túnica muscular, submucosa e mucosa.

A túnica serosa corresponde ao peritoneu duodenal


ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||61

A túnica muscular apresenta 2 camadas: a superficial e a profunda. A superficial


apresenta fibras musculares longitudinais e a profunda fibras musculares circulares

Tela submucosa – tecido conjuntivo laxo, com vasos e plexos submucosos de Meissner.

Túnica Mucosa – apresenta pregas circulares, vilosidades intestinais, nódulos linfáticos


e forames glandulares.

Jejuno e Íleo

Constituem a porção terminal do intestino delgado, continuando o duodeno na flexura


duodeno-jejunal, e terminando no cego por intermédio da válvula íleo-cecal ao nível da fossa
ilíaca direita. Unido pelo mesentério à parede abdominal posterior.

Apresentam em conjunto cerca de 15 a 20 flexuosidades – ansas intestinais, em forma


de “U”, agrupadas num aglomerado de ansas supero-esquerdas (as iniciais), e as ínfero-direitas
(as terminais) que correspondem grosso modo ao ileo. O Jejuno e íleo apresentam cerca de 6 a
8 m de comprimento e o seu diâmetro diminui até à sua porção terminal – jejuno com cerca de
4 cm de diâmetro e íleo cerca de 3,5 cm.

Limitado pelo cólon ascendente e cego à direita, transverso superiormente, descendente


à esquerda, cólon sigmóide e reto abaixo.

Fixação: porção muito móvel sendo a prega peritoneal que constitui o mesentério que o
reveste e «fixa» à parede abdominal posterior.

Relaciona-se anteriormente com a parede abdominal anterior

Apresenta 2 faces e 2 margens. As margens são uma aderente ou mesentérica e outra


livre ou intestinal (oposta à raiz mesentérica).

Constitui-se de uma túnica serosa, uma túnica muscular, outra submucosa e ainda da
túnica mucosa.

● A túnica serosa corresponde ao revestimento peritoneal,


● O Mesentério apresenta também 2 margens, duas faces e duas extremidades.
● A túnica Muscular – 2 camadas, a externa de fibras longitudinais e a interna de fibras
circulares. Entre estas camadas surge o plexo mioentérico (Auerbach).
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||62

● A Tela submucosa - tecido conjuntivo laxo onde existem vasos e o plexo nervoso
submucoso (Meissner).
● A Túnica mucosa – pregas circulares (de Kerkring), vilosidades intestinais, nódulos
linfáticos + numerosos do que no duodeno, numerosos forames glandulares. As pregas
vão diminuindo em número desde início jejuno até íleo. Nódulos linfáticos estão
isolados, mas também convergem, formando as placas de Peyer.

Intestino Grosso

É o segmento terminal do tubo digestivo, continuando o íleo, mas separado deste pela
válvula ileal; termina no períneo pelo ânus.

Constituído por:

● Cego;
○ Encontra-se na Fossa ilíaca direita, apresenta um prolongamento «atrofiado» o
apêndice vermiforme (coisinha que só dá chatices).
● Cólon ascendente;
○ Continua o cego até flexura hepática ou direita do cólon ao nível da face inferior
do fígado.
● Cólon transverso;
○ Flexura direita do cólon e transversalmente e supero-postero-esquerda até o
baço – flexura esplénica ou esquerda do cólon.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||63

● Cólon descendente;
○ Parte lombar e parte ilíaca - desde a flexura esquerda do cólon até abertura
superior da pelve.

● Cólon sigmóide;
○ Porção esquerda da abertura superior da pelve - cólon sigmóide.

● Reto.
○ Inicia-se cerca da 2ª vértebra lombar e continua o sigmóide.

No total o intestino grosso apresenta 1 a 1,7 m de comprimento, com diâmetro cerca de


7 cm na porção inicial e 2,5 a 3,5 cm na sua porção terminal.

Na superfície externa do cólon, existem”fitas” que são o reforço da camada muscular e


chamam-se ténias cólicas que acompanha o seu maior eixo, e transversalmente apresenta
sulcos que internamente correspondem a saculações, que são separadas por pregas semilunares.
Existem 3 ténias, que percorrem todo o cólon desde o seu início até ao seu terminus.

Existem apêndices aumentais do cólon. Porção sigmóide e transverso são móveis.

Cólon esquerdo é irrigado pela art. mesentérica anterior. Cólon direito irrigado pela
artéria mesentérica superior.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||64

Pâncreas

Situado na porção superior do abdómen, anteriormente às 1ª e 2ª vértebras lombares,


aorta abdominal, veia cava inferior e rim direito; posteriormente ao estômago, à direita do baço
e à esquerda do duodeno. Mede cerca de 15 cm de comprimento, altura média de 4 a 5 cm e
uma espessura de 2 a 3 cm.

Cabeça do pâncreas - envolvida pelo quadro duodenal, a porção média – o corpo do


pâncreas, continua-se pela cauda do pâncreas que é afilada. O colo do pâncreas designa por
vezes a região de transição entre a cabeça e o corpo do pâncreas.

No parênquima pancreático a porção endócrina é formada pelas ilhotas pancreáticas


(Langerhans) constituídas por células ricamente rodeadas por capilares.

A porção exócrina constitui-se de lóbulos, separados entre si por septos de tecido


conjuntivo, cada lóbulos constitui-se de ácinos com tecido a revesti-los em dupla camada, e
com ácinos constituídos por células principais ou acinosas, secretoras e por células
centro-acinosas entre aquelas. Os ductos excretores compreendem os ductos intercalares e os
interlobulares que se reúnem nos interlobares e estes convergem para o ducto pancreático ou de
Wirsung ou para o ducto pancreático acessório ou de Santorini.

Fígado

É o órgão mais volumoso do corpo humano, no andar supramesocólico. O diâmetro


transversal com cerca de 28 cm, o antero-posterior com 10 cm, e o vertical 8 cm. O seu peso
varia habitualmente entre 2300 a 2500 g.

Função secretora exócrina ou externa -a bílis que lança no duodeno pelo colédoco – o
ducto biliar comum final. Recebe sangue diretamente da artéria aorta pela artéria hepática e
todo o sangue venoso do tubo digestivo e baço através da veia porta. Do fígado este sangue sai
pelas veias hepáticas para a Veia Cava Inferior.

Ligamento falciforme – septo vertical, translúcido, antero-posterior que liga a face


diafragmática do fígado à face inferior do diafragma e parede anterior do abdómen, triangular.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||65

O ligamento coronário – meio de fixação mais potente do fígado, estendendo-se da


margem posterior póstero-superior do fígado ao diafragma,

Ligamentos triangulares direito e esquerdo correspondem às extremidades do ligamento


coronário onde as 2 lâminas que o constituem se aproximam mais.

A túnica fibrosa do fígado – para além do peritoneu o fígado é revestido


completamente por uma cápsula fibrosa, de Glisson, que corresponde a uma túnica fibrosa
semi-transparente, aderindo solidamente pela sua face externa à lâmina visceral do peritoneu
que cobre o fígado, e a sua face interna adere à superfície externa do parênquima hepático e
que ao nível da porta hepática penetra no interior do parênquima onde forma cápsulas fibrosas
perivasculares cilíndricas e comuns aos pedículos constituídos pelas divisões da V. porta, da art
hepática e do ducto biliar.

O parênquima hepático é essencialmente constituído por células hepáticas ou


hepatócitos, que são células epiteliais que se agrupam em lâminas hepatocitárias
anastomosadas entre si para constituírem unidades morfológicas com uma forma poliédrica os
lóbulos hepáticos.

Espaços porta – possuem uma veia interlobular, uma artéria interlobular, um ducto
biliar interlobular, um vaso linfático interlobular, envolvidos por tecido conjuntivo constituindo
as cápsulas fibrosas perivasculares.

Os capilares terminais da artéria hepática vão «terminar» nos sinusoides hepáticos. No


centro dos lóbulos hepáticos encontramos a veia central onde vão terminar os sinusoides
hepáticos. Estas veias vão compor ao confluírem as veias hepáticas que terminam na Veia Cava
Inferior.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre ||66

Vias Biliares

O ducto hepático comum recebe o ducto cístico com origem na vesícula biliar,
passando a denominar-se a partir daí ducto colédoco que termina na parte descendente do
duodeno. O ducto hepático comum e o ducto colédoco constituem a via biliar principal; o ducto
cístico e a vesícula biliar constituem a via biliar acessória.

O ducto hepático comum resulta da reunião ao nível da porta hepática, do ducto


hepático direito e do ducto hepático esquerdo e , por vezes de um ou 2 ductos hepáticos do
lobo caudado (Spiegel). O ducto hepático comum termina no ponto de junção do ducto cístico
onde passa a chamar-se colédoco.

Vesícula biliar

Reservatório músculo-membranoso situado na face visceral do fígado.

Relaciona-se atrás - a porta hepática e com a margem anterior do fígado, projetando-se


à direita da 2ª, 3ª ou 4ª vértebra lombar.

Apresenta um fundo - porção


em fundo de saco da vesícula biliar,
um corpo - a porção média da
vesícula, colo - segue-se ao corpo e
continua-se com o ducto cístico,
apresentando umas bossas, sendo a
maior a pelve da vesícula biliar.

Apresenta uma túnica serosa -


cuja porção mais externa é peritoneu,
a túnica fibro-muscular - formada por
feixes conjuntivos unidos por fibras
elásticas e musculares lisas quer
longitudinais quer em espiral, túnica
mucosa apresenta propriedades de
absorção e secreção.
ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre || 3ªParte || 67

PARTE 3 - TRABALHO

Tema:

Órgão à escolha. A especificidade é boa. Ex: não falar do sistema digestivo, falar de 1
órgão do sistema digestivo. Se for um órgão muito complexo, escolher aspetos em particular
para aprofundar (Ex: um lobo cerebral em vez do cérebro inteiro).

Grupos:

Mínimo 4 e máximo 5 elementos. Ele prefere grupos de 4.

Formato:

É obrigatório entregar um documento, para existirem provas de que o trabalho foi feito.

O formato é à nossa escolha: pode ser um PowerPoint, em Word, um rolo de papel


higiénico com o trabalho lá escrito, etc. Desde que o entreguemos e apresentemos, ele não quer
saber.

Deve ter:

● Introdução:
○ O que vão falar; Porque escolheram (geral);
● Considerações anatómicas gerais:
○ Localização e relações
○ Morfologia e Função
○ Desenvolvimento Embrionário (opcional)
○ Ligação com a Engenharia Biomédica (opcional)
● Patologias associadas:
○ Sintomas e Prognóstico
○ Casos clínicos dão bons exemplos
● Conclusões sobre o trabalho.

Tempo de apresentação: ± 20 minutos


ISEL || 1ºAno | 1ºSemestre || 68

BIBLIOGRAFIA

Melo, A. C., Mestre, H. e Godinho, M. (2018) Anatomia Humana: Sebenta da Faculdade de


Farmácia. Lisboa: Universidade de Lisboa.

Netter, F. H. (2019) Atlas de Anatomia Humana. 7a edição. Rio de Janeiro: Elsevier Editora
Ltda.

VanPutte, C., Regan, J. e Russo, A. (2021) Seeley's Essentials of Anatomy & Physiology. 11a
edição. Nova Iorque: McGraw-Hill.

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