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Ideen, Teil I.
Ideen, Teil I.
Veritas
Certitude
Certi atque indubitati [AT VII, 20]
Evidentia
Lumen naturale
Lumine natural mihi
Mens, sive animus, sive intellectus, sive ratio [AT VII, 27]
Videre
Cogitare
Imaginare
Percipere
Perceptio, nota, ideação, de conteúdos
Intelectio, anterior, transcendental, da forma
Clara et distincta perceptio
Fundamentum inconcussum
Conscientia
Mearum opinionum eversioni vacabo [AT VII, 18]
Ut jam me hic esse [AT VII, 18]
Assensionem esse cohibendam, si quid certi velim invenire [AT VII, 22]
Non in potestate mea sit aliquid veri cognoscere [AT VII, 23]
In me ne falsis assentiar [AT VII, 23]
Obfirmata mente cavebo [AT VII, 23]
Nihil esse certi, cognoscam [AT VII, 24].
Ego sum, ego existo; certum est [AT VII, 27]
Res cogitans, id est, mens [AT VII, 27]
Corpora sed a solo intellectu percipi [AT VII, 34]
Omne esse verum, quod valde clare et distincte percipio [AT VII, 35]
Res extra me
In mea cogitatione
Res extensa
Natura corporea
Pura atque abstracta Mathesis
Nuda considero
In generaliter spectata
Remanet capax mutationum
Omnia quae clare cognosco esse vera [AT VII, 67]
Omne quod verum est esse aliquid [AT VII, 67]
Me tanquam medium quid inter Deum et nihil [AT VII, 54]
Rerum materialium
Imaginandi facultatem
Judicandi facultatem
Eligendi facultatem
Voluntas, sive arbitrii libertas
Mentis meae Thesaurum
Res vera
Non solum esse in mundo
Excogitare
I.
A dú vida como ponto de partida.
A destruiçã o das opiniõ es, do preconceito.
A inicialidade do método, que define o acesso ao, e assim o ser do ente.
O sensível é enganador, nã o pode ser fundamentum.
A dú vida é radical, metafísica, sobre o todo do mundo.
Três etapas da sua radicalizaçã o, loucura, sonho e vigília, genium malignum.
Três dú vidas, o sensível, a realidade, Deus.
A suspensã o do sensível como ilusó rio, mas imediato e incontorná vel.
O mais imediato é afinal o mais afastado, o que se conhece pior.
A aproximaçã o negativa à verdade, primeiro o erro, a via negativa.
Na dú vida, a suspensã o de todo o conteú do mental.
Na ascese, no seu esvaziamento, o encontro da forma da pró pria mens.
Na περιαγωγή , a subjetividade deve experimentar a sua pró pria constituiçã o.
Da má xima dú vida só pode resultar o indubitá vel, certum.
II.
Se nã o puder saber nada, já sei, nihil esse certi, cognoscam.
O erro abre o horizonte de pró pria verdade.
A fundamentaçã o negativa da positividade.
Sempre que erro, penso e sou, entã o há uma verdade.
Na convivência com o nada, a lumen naturale que aparece.
O ser do cogito é uma evidentia formal, imediata.
A evidentia funda a certitude que funda a veritas.
A “captaçã o eidética”, evidência racional, e a captaçã o sensível, intuiçã o estética.
É o “acto” de pensar, cogito me cogitare, que dá o “ser” do cogito.
O encontro do “facto” do pensamento, que se torna evento.
A experiência subjetiva é a primeira prova de existência.
A razã o encontra-se consigo mesma e nã o com o mundo.
O ser, o real, passa a fundamentar-se na subjetividade, princípio transcendental.
O sujeito dobra-se a si mesmo para se tomar como objeto.
A estrutura reiforme, substancial da subjetividade.
An sit, “ego sum”, quid sit, “cogito sum”.
O saber funda o ser, no método, na via segura da ciência.
O ser do cogito determina o acesso ao, o ser do ente, como cogitatum.
A essentia, o conteú do da coisa nã o existe sem mim, é uma representaçã o.
A essentia, como certa cogitatione, antecede e determina a existentia.
A essentia determinada como saber certum, clara et distincta perceptio.
A existentia é o ponto de chegada, inversã o de toda a tradiçã o.
O ente é apagado como fenó meno.
A inversã o das duas ordens, gnosioló gica e ontoló gica.
A circularidade na libertaçã o do fundamento, mas que é coincidência.
O pensamento é os atos internos, consciência, tudo o que a mente sabe que faz.
Os “atos” da consciência sã o sempre verdadeiros.
Todo o conteú do mental é ideia, “reduçã o eidética”.
Nã o há qualquer erro quanto ao “acto” de sentir ou imaginar, já é ideaçã o.
A diferença entre “atos” da consciência e “imagens” das coisas.
O pensamento devia ter uma forma “reflexiva” e nã o “excêntrica”.
O mais imediato é o ego, o interior intimo meo.
Tenho apenas a pretensã o de que o olhar remete para fora.
O ente é um mero “referente externo” dos meus “atos internos”.
Nã o “vejo” o sensível externo, “julgo ver”, um juízo, nã o homens mas chapéus.
O pedaço de cera nã o é nenhuma das suas notas sensíveis.
O pedaço de cera, extenso, é flexibile, mutabile, continuando a ser o mesmo.
O pedaço de cera é aquilo que dele posso conhecer com certitude, o imutá vel.
A extensio, quantitatem continuam, o que define o corpo como tal, in ipsa mente.
A partir da extensio, generalidade, posso conceber particularia do ente.
A quantificaçã o do qualitativo, a matematizaçã o do mundo.
As qualidades primá rias, extensã o, figura, movimento.
As qualidades secundá rias, o imediato, o sensível.
A certitude é inferida das demonstraçõ es da pura atque abstracta Mathesis.
O conhecimento é pensado à margem dos sentidos.
III.
Deus, o absoluto do pensar, assim como fundamento.
Deus é o mais conhecível, só pela mens, a sua ideia está em mim, a ἀ νά μνησις.
Só a mente é fonte de verdade, o inatismo, a transcendentalidade.
Nã o há inferência do pensamento ao ser, trata-se do método.
Uma coisa é a “ordre des raisons”, outra é a ordem ontoló gica.
O ego é o fundamento gnosioló gico. Ego, Deus, mundo.
Deus é o fundamento ontoló gico. Deus, ego, mundo.
Deus é fundamento ontoló gico porque é causa de mim.
Tenho em mim a ideia positiva do infinito antes da do finito.
Deus, como causa efficiente et totali, assim causa prima, porque causa sui.
Argumento ontoló gico, a priori, se é perfectissimum tem de ser.
O ponto de Arquimedes, há uma ideia que tem de ser.
A ponte gnosioló gica na ideia de Deus, quod exista.
Já nã o estou só , colapsa a hipó tese solipsista, há realidade.
As ideias inatas, que encontro em mim a priori.
As ideias adventícias, as que vêm de fora.
As ideias factícias, a imaginaçã o, compostas por partes daquelas.
A ideia em sentido material, a sua substancialidade.
A ideia em sentido objetivo, o seu conteú do intencional.
A escala, “ordem de perfeiçã o” das ideias, quanto ao seu conteú do objetivo.
A ideia de doze contém em si a de três, como a de Deus contém toda as ideias.
As ideias de substantiae e nã o de accidentia, e as de perfeitas, sã o superiores.
A “ontologia das ideias” cartesiana, substantiae, relacionam-se com a sua causa.
Tem de haver mais realidade objetiva na causa da ideia do que na pró pria ideia.
Deus, a ideia com mais realidade objetiva, é a ideia mais clara e distinta.
A pró pria certitude seria impossível sem Deus, participa na sua perfeiçã o.
Deus, o perfeito, é apreendido realmente mas é inacessível formalmente.
É impossível ser fantasia minha, nã o lhe posso retirar nem acrescentar nada.
A ideia de Deus é inata, necessá ria.
Da ideia de Deus, ens perfectissimum, segue-se que existe.
Inata, uma ideia que já tem uma realidade objetiva, nã o estou só na forma.
A ideia de Deus tem uma causa, que nã o pode ter menos realidade que esta.
Nã o posso ter sido eu, creatum, finito, a causar a ideia, foi Deus que pô s em mim.
Nã o vem de ter o infinito em potentia em mim, porque nunca o serei em actus.
A causa comunicou-se necessariamente ao efeito.
Nã o poderia existir se nã o existisse, colocou-a em mim como causa de mim.
Causa da minha criaçã o e da minha conservaçã o, a todo o momento.
A unidade formal entre o cogito e Deus, nã o posso pensar um sem outro.
Coincidência, unidade do duplo fundamento.
IV.
Se há Deus e se é summum bonum, como é que posso errar?
Porque sou finito, participo também do nihilo, estou entre Deus e o nada.
É melhor para mim errar, a humildade, o argumento antropoló fico.
Descartes e a “teodiceia”, Deus criou-me para a verdade.
Sou capaz de verdade, posso nã o errar, o juízo é vontade e nã o entendimento.
Suspender o juízo, nã o passar do conteú do mental à afirmaçã o da existência.
Sou finito, nã o posso conhecer tudo, há â mbitos do real que me estã o vedados.
A vontade é infinita, o entendimento é finito, quero o que nã o conheço.
É desta desproporçã o entre membros, faculdades que resulta o erro.
O erro constitui-se porque a vontade estende-se ad illa quae non intelligo.
O erro tem uma dimensã o moral, sou eu que nã o faço um uso adequado.
Só há verdade no pensamento, nã o no ser.
A verdade é demonstrativa, o fá tico, o detectá vel, fica fora do â mbito da verdade.
É a ideia e nã o o juízo que é verdadeira.
A ideia que tem um conteú do é sempre verdadeira, só há erro no juízo.
Só há ideia falsa caso nã o tenha referente, aí nã o há pensamento.
A falsidade formal, a verdadeira, a do juízo, contra falsidade material, da ideia.
O judicare tem como objeto o verum, o intelligere tem com objeto o certum.
O intelecto tem percepçõ es, a vontade tem determinaçõ es.
Antes de ter que ver com a verdade, a razã o tem que ver com a clareza.
A impressã o de conteú dos nunca pode ser falsa, só a afirmaçã o de concordâ ncia.
O erro nã o é conteú do ontologicamente positivo, é uma falta, de verdade, de luz.
O erro é negaçã o, é por isso que nã o procede de Deus.
A expressã o suprema da liberdade é a adesã o total à evidência.
A liberdade nã o é a liberdade de querer o que quiser.
A indiferença como raiz do erro, uma violência contra a pró pria luz.
No erro, há um defeito de funcionamento e nã o um de fabrico.
A ilusã o, ordem ontoló gica, é um erro nã o detectado, ordem gnosioló gica.
Numa primeira espécie o erro é inevitá vel, sou finito, ignorante.
Posso adquirir o há bito de nã o errar, e evitar o erro numa segunda espécie.
V.
O conhecimento do mundo natural, a física, nã o é seguro.
Para considerar o extra me, devo considerar as ideias dos entes in me.
Só posso conhecer a componente matematizada das rerum materialium.
A realidade material é reduzida à funçã o matemá tica, o reducionismo.
A matemá tica nã o versa sobre entes, mas sobre ideias, abstratas.
Posso focar ideias abstratas sem nenhuma nota sensível, triâ ngulos simples.
As ideias dos objetos matemá ticos sã o inatas, só dependem de Deus.
Nã o é possível conceber a essentia de um triâ ngulo sem a sua existentia.
Nã o é uma necessidade do meu pensamento, mas da pró pria coisa.
É sempre a prova da realidade do conteú do a provar a forma.
Nã o é por pensar na coisa que existe, mas se há realidade do conteú do, existe.
A ideia, sempre verdadeira, nã o depende de mim, a verdade é objetiva.
É aqui que uma ideia se prova como ideia, na realidade do seu conteú do.
O conhecimento é de ideias, da mente, e nã o de entes, do mundo.
O pensamento pensa-se a si mesmo, o ente é o que se ajusta à ideia.
A logicidade, adequatio rei et intellectus, contra a facticidade.
Mas o pensamento adequa-se a si mesmo, já nã o com as rei.
Nã o há prova ló gica, mas uma apreensã o intuitiva da pró pria racionalidade.
A verdade metafísica da ideia antes da verdade ou falsidade ló gica do juízo.
A existentia esgota-se no juízo sobre o ente, verdadeiro ou falso.
A essentia ideal, representacional do ente antecede-a como possibilidade.
A dificuldade de, a partir do necessá rio, chegar ao contingente, ao extra-mental.
Sei o que é o corpó reo em geral, a essentia, sem saber da existentia, se há corpos.
A essentia da res corporea, o que todas estas têm em comum.
Sei a magnitudinem sive extensionem, e recortes dentro desta, a figura, motus, etc.
Da verdade para o ser, o real é o realizá vel do ponto de vista conceptual.
O que pode ser e nã o o que realmente é, essentia e existentia separam-se.
A ontologia moderna como uma ontologia modal.
O matemá tico é a “medida” da verdade e assim a medida do ser.
A razã o como “medida” do real, que corresponde ou nã o à s ideias.
As ideias matemá ticas nã o vêm de mim, resistem à minha manipulaçã o.
As ideias matemá ticas só podem vir de um ente superior a mim, de Deus.
A deduçã o participa da intuiçã o na extensio, a ideia de Schematismus.
A deduçã o participa da intuiçã o também no tempo, e é por isso que posso errar.
A essentia é um conjunto de notas para uma mente, cogitatum para um cogito.
O representacionalismo moderno, o ser é produto da relaçã o sujeito-objeto.
As inteleçõ es fundamentais como condiçõ es de possibilidade da representaçã o.
A existentia é apenas a posiçã o absoluta de uma essentia.
Da natura corpórea só é verdade o que pode ser certum, objeto da matemá tica.
Porque tal como em Deus, a existentia destes está contida na sua essentia.
A existência destas rebus intellectualibus funda a possibilidade das materiais.
A definiçã o da pró pria regulae veritatis.
VI.
O que concebo com certeza, Deus pode criá -lo como existente, o real pode existir.
A imaginatio participa da razã o, há uma componente formal, o real pode existir.
Da intelecçã o, universal, para a imagem, particular, participando do sensível.
A imaginaçã o é a referência do pensamento a realidades extensas.
É a imaginaçã o que faz a ponte, que me leva a supor que o real existe.
A imaginandi facultate está em mim, mas é de qualquer coisa que nã o sou eu.
A mente só conhece o que está dentro dela, só há fora de forma conjetural.
Os corpos sã o possíveis, que também sã o, supomos, existentes.
Na realidade da minha experiência interna, dor, sede, suponho que o real existe.
No facto de que tenho ideias sem querer, suponho que sã o semelhantes a coisas.
Nã o posso nã o ter tal ideia na presença de tal coisa, suponho que o real existe.
“A natureza ensina-me”, sou levado a acreditar, o real existe.
O que pela mente é distintamente separá vel, na realidade é separá vel.
Posso conceber a mente sem o corpo mas nã o contrá rio
A imaginaçã o tem de ter um suporte substancial, que nã o sou eu.
Posso supor que é o meu corpo, que já desde sempre esteve “preso a mim”.
Segue-se que eu sou o cogito, e que este e o corpo sã o realmente distintos.
Mas há uma continuidade entre mente e corpo, sentir e ó rgã os dos sentidos.
A distinçã o real pressupõ e uma unidade formal.
Os sentidos têm um uso ó ptimo, dar a ver o que é ou nã o prejudicial, prá tico.
A natureza ensina-me quanto ao bem do corpo, nã o quanto à s coisas como sã o.
A vigília distingue-se do sonho, a continuidade temporal das percepçõ es.
Deus nã o é enganador, posso ter uma “certeza moral” de que há coisas.
O sensível só pode confirmar o que já deduzi racionalmente.
Agora a relaçã o com o mundo é de crença, do certo ao plausível.
Agora posso estabelecer limites razoá veis à dú vida.
Agora as que tinha ao início sã o de risu dignae.
Objeções.
“Was er bei diesem ‘radikalen’ Anfang unbestimmt lasst, ist die Seinsart des ‘res
cogitans’, genauer die Seinssinn des ‘sum’.” Heidegger, Sein und Zeit, GA 02:24
“Ein ‘Zirkel im Beweis’ kann in der Fragestellung nicht liegen, weil es in der
Beantwortung nicht um eine ableitende Begrundung, sonder um aufweisende
Grund-Freilegung geht.” Heidegger, Sein und Zeit, GA 02:08
“In dieser neuen Periode ist das Prinzip das Denken...” Hegel, Vorlesungen uber
die Geschichte der Philosophie, cap. Periode des denkenden Verstandes, § 2.
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