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Imagem corporal e motivos

associados à prática de
atividades físicas: um estudo
com praticantes amadores
Marina Pereira Gonçalves,
Izabella Morgana Santos Nunes Oliveira,
Sofia Marques de Moura Fé,
Brenna Crisóstomo Rios Ferreira,
Amanda Fernandes Rocha,
Nathalya Silveira da Silva,
Aline Feitosa Sampaio

Resumo Apesar dos inúmeros benefícios físicos e psicológicos da prática regular de


atividades físicas (AF), quando praticadas com o intuito de atingir um
“corpo ideal”, estas podem ser prejudiciais. Assim, o objetivo desta
pesquisa foi verificar a associação entre imagem corporal e motivos à
prática de AF regulares. Participaram 201 praticantes amadores, sendo a
maioria do sexo masculino (50,7%) com idade média de 27,25 (dp = 9,12)
e praticantes de musculação (46,2%). Estes responderam a Escala de
motivação à prática de atividades físicas revisada – MPAM-R, Escala
situacional de satisfação corporal - ESSC, e questões sóciodemográficas.
Os resultados indicaram haver correlação negativa e significativa entre
satisfação e músculo e motivos de aparência (r = -0,24; p < 0,001), e
correlação direta e significativa entre insatisfação e gordura e motivos
relacionados à aparência (r = 0,47; p < 0,001). Foi possível ainda
observar que mulheres, indivíduos jovens, com IMC acima da média [λ
(4,141) = 0,47; p < 0,000)], bem como indivíduos que praticam AF por
mais tempo, indicaram menor satisfação corporal [λ (4,201) = 0,055; p
< 0,000]. Estudos como este podem contribuir para o desenvolvimento
de estratégias de intervenção eficazes para uma prática de atividades
físicas mais saudável psicologicamente.

Palavras-chave: Imagem corporal, Motivação, Atividade física.

Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, Brasília, v.11, n° 1, novembro 2021 056


Imagem corporal e motivos associados à prática de atividades físicas: um estudo com praticantes amadores
Marina Pereira Gonçalves, Izabella Morgana Santos Nunes Oliveira, Sofia Marques de Moura Fé, Brenna Crisóstomo Rios Ferreira
Amanda Fernandes Rocha, Nathalya Silveira da Silva, Aline Feitosa Sampaio

Body image and reasons associated with physical


activity: a study with amateur practitioners

Marina Pereira Gonçalves, Izabella Morgana Santos Nunes Oliveira,


Sofia Marques de Moura Fé, Brenna Crisóstomo Rios Ferreira,
Amanda Fernandes Rocha, Nathalya Silveira da Silva, Aline Feitosa
Sampaio

Abstract Despite the countless physical and psychological benefits of regular physical
activity (PA), when practiced to reach an “ideal body”, these can be harmful. Thus,
the objective of this research was to verify the association between body image and
reasons for the practice of regular PA. 201 amateur participated, being the majority
male (50.7%) with an average age of 27.25 (SD = 9.12) and resistance exercise
practitioners (46.2%). These responded a Motives for Physical Activity Measure –
Revised – MPAM-R, Situational Scale of Body Satisfaction – SSBS and
sociodemographic questions. The results indicated that there was a negative and
significant correlation between satisfaction and muscle and appearance reasons (r =
-0.24; p <0.001), on the other hand, there was a direct and significant correlation
between dissatisfaction and adiposity and the reasons related to appearance (r =
0,47; p < 0,001). It was also possible to observe that women, young individuals, with
a BMI above the average [λ (4,141) = 0.47; p <0.000)], as well as individuals who
practice PA for longer, indicated less body satisfaction [λ (4,201) = 0.055; p <0.000].
Studies of this nature can contribute to the development of effective intervention
strategies for a more psychologically healthier practice of physical activities.

Keywords: Body image, Motivation, Physical activity.

Imagen corporal y motivos asociados a la actividad


física: un estudio con practicantes aficionados

Marina Pereira Gonçalves, Izabella Morgana Santos Nunes Oliveira,


Sofia Marques de Moura Fé, Brenna Crisóstomo Rios Ferreira,
Amanda Fernandes Rocha, Nathalya Silveira da Silva, Aline Feitosa
Sampaio
Resumen
A pesar de los numerosos beneficios físicos y psicológicos de la actividad
física regular (AF), cuando se practican con el fin de lograr un "cuerpo ideal", estos
pueden ser perjudiciales. Así, el objetivo de esta investigación fue verificar la
asociación entre imagen corporal y motivos para la práctica de AF regular. Participaron
201 practicantes aficionados, la mayoría hombres (50,7%) con edad promedio de
27,25 años (DP = 9,12) y practicantes de ejercicios de resistencia (46,2%).
Respondieron a la Escala Revisada de Motivación de la Actividad Física, Escala
Situacional de Satisfacción Corporal y cuestiones sociodemográficas. Los resultados
indicaron que hubo una correlación negativa y significativa entre satisfacción y
músculo y razones de apariencia (r = -0.24; p <0.001), por otro lado, hubo una
correlación directa y significativa entre insatisfacción y adiposidad y razones de
apariencia (r = 0,47; p < 0,001). También fue posible observar que mujeres,
individuos jóvenes, con IMC por encima de la media [λ (4,141) = 0,47; p <0,000)],
así como las personas que practican AF durante más tiempo, indicaron menos
satisfacción corporal [λ (4,201) = 0.055; p <0,000]. Este estudio pueden contribuir
al desarrollo de estrategias de intervención efectivas para una práctica de actividades
físicas psicológicamente más saludable.

Palabras-clave: Imagen corporal, Motivación, Actividad física.

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Imagem corporal e motivos associados à prática de atividades físicas: um estudo com praticantes amadores
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Introdução
Compreender o que motiva as pessoas a praticarem atividades físicas
regularmente tem sido o objetivo de algumas pesquisas na área da Psicologia
do Esporte no país (Balbinotti, Gonçalves, Klering, Wiethaeuper & Balbinotti,
2015; Baptista & Palma, 2014; Freire, Lélis, Fonseca Filho, Nepomuceno, &
Silveira, 2014; Gonçalves & Alchieri, 2010a; Liz & Andrade, 2016). Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006, 2018), a prática de atividades
físicas regulares é fundamental para prevenir e tratar doenças crônicas não
transmissíveis (DCNTs), trazendo benefícios significativos para a saúde, ao
prevenir o risco de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, patologias
pulmonares e atenuação do nível de pressão arterial.

Além disso, esta prática também pode trazer benefícios para a saúde
mental, contribuindo para redução de sintomas da ansiedade, depressão,
estresse e, aumentando níveis de bem-estar, felicidade e qualidade de vida
(Bailey, Hetrick, Rosenbaum, Purcell & Parker, 2017; Lubans, Richards &
Hillman, 2016; White et al., 2017). No entanto, apesar do conhecimento sobre
os benefícios diretos ou indiretos desta prática, o índice de sedentarismo no
mundo ainda é alto, pois de acordo com a OMS (2018), um a cada cinco
adultos e quatro a cada cinco adolescentes, não possuem o hábito de praticar
atividades físicas regularmente, demonstrando que ainda é necessário
investigar o que motiva as pessoas à esta prática.

O estudo da motivação à prática de atividades físicas regulares tem


como principal base a Teoria da Autodeterminação (TAD), proposta por Deci e
Ryan na década de 80, mas ainda bastante utilizada contemporaneamente.
Segundo esta teoria, a motivação é um dos fatores determinantes do modo
como uma pessoa se comporta, indicando que seu comportamento é
influenciado por sistemas internos, os quais se modificam constantemente à
medida que o indivíduo interage com o ambiente. A partir desta interação, o
indivíduo pode ser motivado intrínseca ou extrinsecamente para tentar
satisfazer suas necessidades e, assim, atingir a autodeterminação (Deci &
Ryan, 1985, 2013; Ryan & Deci, 2000).

Nessa perspectiva, os indivíduos motivados de forma intrínseca


realizam determinada atividade com a intenção básica de executá-la
espontaneamente, porque sentem prazer ou satisfação em realizá-la, por
exemplo, quando um indivíduo pratica musculação simplesmente porque gosta
de malhar. Porém, a motivação também pode ser efetivada por motivos
extrínsecos, de forma intencional na busca por recompensas, como, por
exemplo, praticar musculação porque busca ganho de massa corporal ou
estética, mesmo que não goste desta atividade. Assim, esta teoria tem sido o
paradigma teórico primordialmente utilizado no contexto da atividade física e
esporte, demonstrando a importância de se conhecer as diferentes formas
motivacionais na indução de benefícios cognitivos, comportamentais e afetivos
nesse contexto (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005; Ntoumanis, 2001;
Ryan, Frederick, Lepes, Rubio, & Sheldon, 1997; Teixeira, Carraça, Markland,
Silva, & Ryan, 2012).

Observa-se, portanto, que a motivação para a prática de atividades


físicas pode estar relacionada com a imagem corporal, como já vem sendo
verificado em algumas pesquisas, em que pessoas relatam que procuram se
exercitar devido à insatisfações ou preocupações com sua imagem corporal
(Agra et al., 2017; Damasceno et al, 2006; Silva et al., 2017). Tais

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comportamentos muitas vezes podem estar relacionados à imposição de


padrões socioculturais implícitos ou explícitos, como pressões para o
gerenciamento do peso, da forma e de aparências corporais, levando à prática
de exercícios físicos com o objetivo de atingir esses padrões (Maïano, Morin,
Lanfranchi & Therme, 2015).

A este respeito, Damasceno, Lima, Vianna, Vianna e Novaes (2005) e


Damasceno et al., (2006) observaram que a insatisfação corporal tem
contribuído para o aumento das pessoas à procura por academias, clubes ou
centros de saúde, a fim de realizarem atividades físicas regulares, o que pode
ser algo benéfico para a saúde física (OMS, 2018). Porém, essa busca muitas
vezes atrelada à procura por um “corpo ideal”, pode gerar consequências
psicológicas negativas, tais como ansiedade, depressão, transtornos
alimentares e da imagem corporal (Damasceno et al., 2005; 2006), bem como
a adoção de comportamento nocivos a saúde, como dietas restritivas,
dependência ao exercício físico e uso de anabolizantes (Baptista & Palma,
2014; Soler, Fernandes, Damasceno & Novaes, 2013; Vieria, Rocha &
Ferrarezzi, 2010). Ainda, Clauman et al. (2018) atenta para prevalência de
pensamentos e comportamentos suicidas em adolescentes que demonstram
ter insatisfação corporal, o que indica a necessidade e importância de se
realizar pesquisas que mostrem qual o papel da insatisfação corporal na
motivação à prática de atividades físicas.

A imagem corporal é compreendida como um conceito


multidimensional, que abrange aspectos cognitivos, atitudinais e
comportamentais (Cash, 2004; Grogan, 2006; Thompson & Smolak, 2001). A
este respeito, Hirata e Pilati (2010) consideram a satisfação/insatisfação
corporal como sendo um aspecto atitudinal da imagem corporal, referindo-se
às avaliações cognitivas e afetivas que uma pessoa faz sobre seu corpo inteiro
e/ou partes dele, considerando seu tamanho, peso, massa muscular e
formato. Neste caso, o indivíduo pode ter uma avaliação favorável à sua
imagem corporal, indicando satisfação corporal; ou uma avaliação
desfavorável, indicando insatisfação com o seu corpo. A maioria dos estudos
que envolvem a imagem corporal se concentra na avaliação dos níveis de
satisfação/insatisfação das pessoas com relação ao seu corpo (Almeida &
Baptista, 2016; Gonçalves, Campana & Tavares, 2012; Pronk, 2010), sendo,
portanto, esta perspectiva adotada no presente estudo.

Neste contexto, alguns estudos verificaram que indivíduos obesos que


apresentavam imagens corporais negativas, destacavam a insatisfação
corporal como o principal motivo para praticarem atividade física (Agra et al.,
2017; Damasceno et al, 2006; Silva & Lange, 2017). Nesta direção, Fermino,
Pezzini e Reis (2010), buscando identificar os motivos para a prática de
atividade física e analisar sua relação com a imagem corporal em adultos
frequentadores de academia, verificaram que os motivos de maior importância
para a prática de atividade física foram saúde, aptidão física, disposição,
atratividade e harmonia com o corpo; observaram ainda que as mulheres,
indivíduos com elevado percentual de gordura e insatisfeitos com sua imagem
corporal, atribuíam à prática de atividade física o motivo harmonia pelo corpo
e controle de peso.

Já Coelho, Giatti, Molina, Nunes e Barreto (2015) ao realizar um


estudo longitudinal com15 mil funcionários de seis instituições públicas de

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ensino superior das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, buscando


investigar se a insatisfação com a imagem corporal estava associada com a
prática de atividade física, tanto em mulheres quanto em homens (n =
13.286), com idades entre 35 e 74 anos, verificaram que uma atividade física
moderada ou intensa teve uma frequência menor entre os indivíduos que
estavam insatisfeitos com sua imagem corporal e entre aqueles obesos ou com
maior indicador de adiposidade central, o que pode indicar que para estes
indivíduos uma atividade física mais vigorosa pode representar certa
dificuldade de realização e, consequentemente, reduzir as chances destes se
manterem praticando. Neste mesmo estudo também foi verificado que a
percepção corporal esteve relacionada com a prática de atividade física em
ambos os sexos, mas com uma intensidade maior para as mulheres,
possivelmente devido aos estigmas e pressões sociais atribuídos
historicamente com maior força ao corpo feminino (Martins et al., 2012; Silva
& Lange, 2017; Souto et al, 2016).

Por sua vez, Ferrari et al., (2012) em um estudo com 832


universitários de ambos os sexos de Florianópolis/SC, com idade média de 20
anos (DP = 4,6), com o objetivo de verificar a associação entre a insatisfação
com a imagem corporal com o nível de atividade física e o estado nutricional
destes participaram, verificaram de modo geral que, independente do sexo,
universitários com excesso de peso estavam mais insatisfeitos com a imagem
corporal, em relação àqueles com peso normal e baixo peso. Porém,
observaram que a insatisfação com a imagem corporal não se mostrou
relacionada com o nível de atividade físicas dos universitários pesquisados,
indicando que outros fatores, dentre eles, a internalização do ideal de beleza
corporal, influências do meio social e familiar e o índice de massa corporal
(IMC) tiveram maior influência sobre a imagem corporal do que o nível de
atividade física (ativo versus inativo).

Resultados semelhantes foram observados no estudo de Alves, Souza,


Paiva e Teixeira (2017) com 1.265 universitários de Caucaia/CE, onde
verificaram um maior percentual de universitários insatisfeitos por excesso de
peso e destes 36,9% não praticavam atividade física, apenas 15,9%
praticavam, porém sem diferença significativa. Apontando que, a insatisfação
corporal não esteve associada ao fato de o indivíduo praticar ou não atividade
física.

Finalmente, em uma recente revisão de literatura sobre imagem


corporal, atividade física e esporte, Sabiston, Pila, Vani e Thogersen-Ntoumani
(2019) verificaram que a maioria dos estudos quantitativos (58,2%) se
concentrou na relação entre atividade física ou esporte e imagem corporal,
enquanto 41,8% exploraram como a imagem corporal poderia ser um fator
protetor ou impeditivo para a prática. Estes autores observaram ainda, com
base na frequência dos achados relatados em artigos de periódicos, que a
participação em atividade física e esporte esteve relacionada a uma imagem
corporal mais positiva e menos negativa, ou seja, praticantes apresentando
maior satisfação corporal do que os não praticantes.

Diante do exposto, observa-se que ainda não há consenso na


literatura quanto a associação entre imagem corporal e motivos para praticar
atividades físicas regulares, sendo este o objetivo principal da presente
pesquisa. Como objetivos específicos, buscou-se identificar diferenças na

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imagem corporal em função do sexo, idade e índice de massa corporal (IMC);


além do tipo de atividade física e tempo de prática.

Métodos
Tipo de estudo

Trata-se de um estudo correlacional considerando medidas de natureza


ex-post-fact (Cozby, 2003), buscando verificar associação entre imagem
corporal e motivos para praticar atividades físicas regulares, além deser um
estudo transversal buscando verificar diferenças entre grupos (sexo, idade,
IMC, tipo, tempo de prática) quanto às variáveis investigadas (imagemcorporal
e motivação à prática de AF).

Amostra

Participaram da presente pesquisa 201 praticantes de atividadesfísicas,


de ambos os sexos (sendo 51,3% do sexo masculino e 48,7% do sexofeminino),
com idades variando de 16 a 62 anos (M=27,25 anos; DP = 9,12),tendo como
critério de inclusão, estar praticando no momento da coleta qualquer
modalidade de atividade física, exercício ou esporte de participação, desde que
há pelo menos 3 meses. Caracterizando-se, portanto, como uma amostra por
conveniência (Cozby, 2003). Após a coleta foram excluídos os questionários
com preenchimento incompleto ou incorreto. Como características
sociodemográficas, a maioria dos participantes declarou-se solteiros (68,7%),
com ensino superior incompleto (68,7%). No que se refereà atividade física,
46,2% da amostra indicaram praticar musculação, seguidos de 7% que
indicaram praticar exercício aeróbico e 4,5% que indicaram praticar outras
atividades físicas (corrida, crossfit, ciclismo, artes marciais e dança). Amaioria
indicou praticar atividade física há mais de um ano (92%) e por mais de 3 dias
na semana (83,4%). A prática física era realizada por mais de 60 minutos por
45,7% da amostra, onde a intensidade do exercício foi indicada como moderada
pela maioria (67,8%). Quanto as características da imagem corporal, o peso
médio foi de 67 kg (DP = 14,07) e altura média de 1m69cm.O IMC médio da
amostra foi de 24,11, considerado peso normal (IMC entre 18,5 a < 25)
segundo OMS (2000). A maior parte dos participantes indicou nunca ter
realizado tratamento estético (93,4%), assim como nunca ter realizado algum
tipo de dieta restritiva (67,2%).

Instrumentos

Os participantes responderam um livreto contendo as seguintes


medidas:

Escala de Motivação à Prática de Atividades Físicas Revisada - MPAM-


R: Originalmente desenvolvida por Ryan et al. (1997) com base na Teoria da
Autodeterminação (Deci & Ryan, 1986). Nesse estudo será utilizada a versão
adaptada e validada para o contexto brasileiro por Gonçalves e Alchieri (2010b),
composta por cinco fatores distribuídos em 30 itens: 1) Diversão: “Porque acho
essa atividade estimulante”; “Porque essa atividade me faz feliz”; 2)
Competência: “Porque gosto do desafio”; “Para adquirir novas habilidades
físicas”; 3) Aparência: “Para definir meus músculos e ter uma boaaparência”;
“Porque quero ser atraente para os outros”; 4) Saúde: “Porque quero ser
fisicamente saudável”; “Para ter mais energia”; e 5) Social: “Para estar com
meus amigos”; “Porque quero conhecer novas pessoas”, com

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índices de consistência interna (alphas) adequados para cada um dos fatores


(0,88; 0,85; 0,79; 0,84 e 0,75, respectivamente). Os participantes respondem
à questão “Pratico atividade física...” através dos itens que compõem a escala.
Esses itens são respondidos por uma escala do tipo Likert de 7 pontos (1 =
Discordo Totalmente a 7 = Concordo Totalmente).

Escala Situacional de Satisfação Corporal – ESSC: Desenvolvida e


validada por Hirata e Pilati (2010) no contexto brasileiro, é composta por 23
itens que avaliam tanto a satisfação, quanto a insatisfação do corpo e partes
dele (pele e cabelo). Análises fatoriais exploratórias revelaram uma estrutura
com quatro fatores: 1) Partes inferiores (α=0,72), por exemplo: “Acho que
minhas pernas são muito flácidas”; 2) Satisfação e músculo (α=0,82) “Em
geral estou satisfeito(a) com minha definição muscular”; 3) Partes externas
(α=0,65), “Estou satisfeito (a) com o meu rosto”; e 4) Insatisfação e gordura
(α=0,82), por exemplo “Acho que tenho gordura demais no meu corpo”. Os
participantes são instruídos a responder os itens de acordo com a sua opinião
“nesse momento”, utilizando uma escala Likert, de concordância, de 5 pontos:
(1 = Discordo Totalmente a 5 = Concordo Totalmente).

Os participantes responderam ainda questões de caráter


sociodemográfico (por exemplo, idade, sexo, estado civil, IMC e escolaridade)
e outras informações que permitiram avaliar a atividade física realizada por
esses participantes (atividade que pratica, tempo de prática, horas de prática
por semana, entre outras).

Procedimentos

Os dados foram coletados nas cidades de Petrolina/PE e Juazeiro/BA,


em alguns locais onde as pessoas praticavam AF (por exemplo: calçadão,
parques, academias e clubes). Em locais privados, tais como clubes ou
academias, pesquisadores previamente treinados entraram em contato com
os gerentes ou administradores desses estabelecimentos solicitando
permissão para abordar seus clientes a responderem o questionário. Já em
locais públicos, como parques ou calçadões, as pessoas foram diretamente
abordadas pelos pesquisadores sendo solicitadas a responderem a pesquisa.
Neste sentido a aplicação foi coletiva, mas os participantes responderam
individualmente ao questionário.

Destaca-se que, para cada participante, foram explicados previamente


os objetivos da pesquisa, bem como a sua participação voluntária,
assegurando-lhes o anonimato e a confidencialidade de suas respostas, todos
esses quesitos foram apresentados por meio do TCLE. Em média, estima-se
que 20 minutos foram suficientes para concluir a participação. Ressalta-se que
essa pesquisa é aprovada por comitê de ética local, sob o registro de número
CAAE nº 0016/171012.

Análise de Dados

Os dados foram tabulados e analisados por meio do Pacote estatístico


para as ciências sociais (SPSS versão 20). Foram realizadas estatísticas
descritivas (medidas de tendência central e dispersão), análises de correlação
r de Pearson e análises de variância uni e multivariadas (ANOVA) e MANOVA).

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Resultados
A fim de responder o objetivo principal desta pesquisa foi realizada uma
correlação r de Pearson, onde os resultados podem ser vistos na Tabela 1.

Tabela 1. Correlação entre motivação à prática de atividade física e imagem corporal


Motivação à prática de atividades físicas
Imagem corporal Diversão Competência Aparência Saúde Social
Insatisfação e gordura r = 0,04 r = - 0,05 r = 0,47*** r = 0,12 r = 0,23
Partes externas r = 0,14 r = 0,11 r = 0,08 r=0,15* r = 0,01
Satisfação e músculos r = 0,14 r = 0,16* r= -0,24*** r = 0,13 r = - 0,05
Partes inferiores r = - 0,02 r = 0,02 r = - 0,01 r = 0,05 r = - 0,04
Nota: Diferença considerada estatisticamente significativa: * p < 0,05, **p <0,01, *** p < 0,001

Foi possível verificar relação significativa entre imagem corporal e alguns


motivos para se praticar atividades físicas. Especificamente, foi demonstrado
que o fator satisfação e músculo da escala de imagem corporal apresentou
correlação negativa e significativa com o fator aparência da escalade motivação
(r = -0,24; p < 0,001), além de ter apresentado uma correlação positiva e
significativa com o fator competência (r = 0,16; p < 0,05). Enquantoo fator
insatisfação e gordura também apresentou correlação com o fator aparência,
porém esta foi direta e significativa (r = 0,47; p < 0,001). Indicando que
indivíduos insatisfeitos com seu corpo se motivam mais à prática de exercício
físico por questões de aparência.

Além disso, com o intuito de responder os objetivos específicos desta


pesquisa, procurou-se verificar se a imagem corporal de praticantes de
atividades físicas se diferenciava em função do sexo, da idade e do índice de
massa corporal (IMC). Através de análises de variância, foi possível observar
um efeito multivariado entre a satisfação com a imagem corporal, o sexo, a
idade e o IMC [λ (4,141) = 0,47; p < 0,000)], ver Tabela 2.

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Tabela 2. Diferenças na imagem corporal em função do sexo, idade e índice de massa


corporal (IMC)

MANOVA ANOVA
Satisfação Partes Insatisfação Partes
Variáveis
Corporal Inferiores Corporal externas
Sexo (S) F (4,000) F (1,201) F (1,201) F (1,201) F (1,201)
2,14* 3,02 4,51* 1,68 0,01
Idade (I) F (1,141) F (1,141) F (1,141) F (1,141) F (1,141)
3,10* 0,72 0,02 1,96 6,68**
IMC F (1,141) F (1,141) F (1,141) F (1,141) F (1,141)
2,11** 2,51* 1,65 4,19** 0,86
S x I x IMC 0,47 0,05 0,50 0,24 0,46
Notas: MANOVA = Análise de Variância Multivariada; ANOVA = Análise de Variância Univariada;
*p< 0,05; Notas: SF: Satisfação e músculos; PI: Partes inferiores; IN: Insatisfação e gordura e
PE: Partes externas.

Em relação a variável sexo, verificou-se efeito univariado apenas


quanto ao fator partes inferiores (insatisfação com pernas, quadril, por
exemplo), onde as mulheres (m = 3,06; dp = 0,12) apresentaram maior média
que os homens (m = 2,69; dp = 0,15). Já com relação à idade, os participantes
mais velhos apresentaram maior média (m= 4,30; dp = 0,17) do que os mais
jovens (m = 3,61; dp = 0,14) no fator partes externas (satisfação com pele e
cabelo, por exemplo). Referente a variável IMC, observou-se diferença
significativa apenas no fator insatisfação e gordura, onde os participantes com
IMC acima de 30, consideradas obesas, apresentaram maior média (m = 3,10;
dp = 0,14) em comparação aos participantes com IMC entre 18,5 e 24,9,
considerado peso normal (m = 2,56;dp = 0,10).

Dado isso, com o objetivo de verificar se a imagem corporal de


praticantes de atividades físicas se diferenciava em função das características
desta prática (tempo de prática, dias e horas de prática semanal e intensidade)
foi realizada ainda outra análise de variância multivariada onde os resultados
podem ser vistos na Tabela 3.

Tabela 3. Diferenças na imagem corporal em função da prática de atividades físicas

MANOVA ANOVA
Variáveis Satisfação Partes Insatisfação Partes
Corporal Inferiores Corporal externas
Tempo (T) F (4,000) F (1,201) F (1, 201) F (1, 201) F (1, 201)
2,42** 5,72** 2,07 2,05 0,54
Dias (D) F (4,000) F (1,201) F (1, 201) F (1, 201) F (1, 201)
0,97 0,57 0,98 2,46 0,57
Horas (H) F (4,000) F (1,201) F (1, 201) F (1, 201) F (1, 201)
1,10 1,91 0,74 0,95 0,07
Intensidade F (4,000) F (1,201) F (1, 201) F (1, 201) F (1, 201)
0,76 0,38 2,14 0,48 0,31
TxDxHxI 0,06 0,05 0,50 0,24 0,46
Notas: MANOVA = Análise de Variância Multivariada; ANOVA = Análise de Variância Univariada;
*p< 0,05; Notas: SF: Satisfação e músculos; PI: Partes inferiores; IN: Insatisfação e gordura e
PE: Partes externas.

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Amanda Fernandes Rocha, Nathalya Silveira da Silva, Aline Feitosa Sampaio

Como pode ser observado, houve um efeito multivariado entre a


imagem corporal e a prática regular de atividades físicas [λ (4,201) = 0,055;
p < 0,000], especificamente, houve diferença estatisticamente significativa
apenas entre o fator satisfação e músculo da escala de imagem corporal e o
tempo de prática [F(2,126) = 5,724; p < 0,004)], os participantes que
indicaram praticar atividade física há mais tempo (de 7 meses a 1 ano e há
mais de 1 ano) obtiveram maiores médias (m = 3,50; dp = 0,18; m = 3,58;
dp = 0,15, respectivamente) do que aqueles que praticam há menos tempo,
de 3 a 6 meses (m = 2,76; dp = 0,14), não havendo diferença entre as outras
características. Diante do exposto, houve diferença significativa na imagem
corporal de praticantes de atividades físicas, em função do sexo, idade, IMC e
tempo de prática

Discussão
A presente pesquisa cumpriu com seus objetivos ao verificar
associações entre imagem corporal e motivação à prática de atividades físicas.
Especificamente, dentre todos os motivos para a prática de atividades físicas,
o que mais se relacionou com a imagem corporal foi o motivo “aparência”,
verificou-se que aqueles que apresentam maior satisfação com sua imagem
corporal indicam não ter o motivo aparência para praticar atividade física, mas
sim a competência, embora a correlação tenha sido baixa. Do contrário,
aqueles que demonstraram estar insatisfeitos com sua imagem corporal,
apresentaram maior associação com o motivo aparência para a prática de
atividades físicas, corroborando com estudos anteriores (Agra, 2017; Carvalho
et al., 2019; Damasceno et al., 2005, 2006; Fermino, Pezzini & Reis, 2010,
Maïano et al., 2015; Sabiston, et al., 2019; Silva et al., 2017) os quais
apontam que um dos principais motivos que levam as pessoas a realizarem
atividades físicas é sua insatisfação corporal, podendo-se inferir que quanto
maior a insatisfação com a imagem corporal, maior é a prática de atividade
física por motivos estéticos.

No entanto, sendo este considerado um motivo extrínseco, a


probabilidade de ocorrer abandono da prática de atividade física é maior,
por não ser uma motivação autônoma, segundo a Teoria da
Autodeterminação (Deci & Ryan, 2013). Além disto, esta busca muitas
vezes por um “corpo ideal” pode levar a comportamentos não saudáveis,
tais como a dependência ao exercício físico (Baptista & Palma, 2014; Soler
et al., 2013), transtornos alimentares (Baptista & Palma, 2014; Soler, et
al., 2013; Vieria, Rocha & Ferrarezzi, 2010), e até problemas de saúde
mental, como ansiedade, depressão e ideação suicida (Clauman et al.
2018; Martins et al., 2012; Silva, Machado, Bellodi, Cunha, & Enumo,
2018).

Desse modo, mesmo que a aparência possa levar o indivíduo a ter


uma maior satisfação com sua imagem corporal e, isto,
consequentemente, contribuir para o aumento de sua autoestima trazendo
outros benefícios psicológicos (Barbosa, Matos e Costa, 2011; OMS, 2018),
a busca por um corpo “perfeito” a qualquer custo, pode, ao contrário,
trazer prejuízos ao sujeito. Nesse contexto, os profissionais da área
precisariam conhecer os reaismotivos de um sujeito iniciar a prática regular
de atividades físicas e orientá- lo no sentido de equilibrar, entre uma
satisfação com sua imagem corporal, aliada aos demais benefícios desta
prática, como a saúde, o prazer e a socialização.

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Amanda Fernandes Rocha, Nathalya Silveira da Silva, Aline Feitosa Sampaio

Entretanto, é importante destacar que esta pesquisa foi realizada com


pessoas fisicamente ativas, ou seja, que já praticavam alguma atividade física
regular no momento da coleta, pois alguns estudos mostraram não haver
relação entre a prática de atividade regular e a imagem corporal (Alves et al.,
2017; Ferrari, et al. 2012), indicando que alguns indivíduos, mesmo estando
insatisfeitos com seu corpo não aderem à prática de exercícios físicos, se
mantendo sedentários, o que revelaria ser este ainda um grande desafio para
profissionais da área, compreender o que motivaria e levaria indivíduos
sedentários à prática regular de exercícios físicos, para que estes possam se
beneficiar desta prática.

É importante destacar também a relação direta e significativa da


satisfação com a imagem corporal e o motivo por competência, que embora
tenha sido uma correlação baixa, pode indicar que quando o indivíduo já sente
satisfação corporal, outros motivos para além da estética, podem se fazer
presentes para a realização de uma atividade física. Ademais, este motivo tem
sido apontado como muito importante para o aumentando da adesão e
manutenção das pessoas ao esporte praticado, principalmente, por ser um
motivo intrínseco ou autodeterminado (Teixeira et al., 2012). Neste sentido,
o motivo competência pode ser explorado por profissionais da psicologia do
esporte, enfatizando para seus clientes a importância de se buscar uma
atividade física em que se sintam capazes de praticá-la e que gostem de
aprendê-la cada vez mais, o que pode aumentar sua percepção de autoeficácia
e, consequentemente, sua motivação para se manter praticando tal exercício.

No que se refere aos resultados quanto aos dados sociodemográficos


e a imagem corporal, verificou-se que na insatisfação especificamente com
partes inferiores (pernas e quadril) as mulheres apresentaram maior média do
que os homens. Este resultado corrobora com o estudo de Coelho (2015) e
pode apontar a valorização excessiva do tamanho e forma “perfeita” das
pernas e dos quadris das mulheres brasileiras evidenciadas na cultura
brasileira e na mídia atual (Martins et al., 2012; Pimentel & Baptista, 2014).

Quanto à faixa etária, houve diferença significativa apenas no fator


partes externas (satisfação com pele e cabelo, por exemplo), onde os
participantes de maior idade apresentaram média mais elevada de satisfação
com estes aspectos do que os mais jovens, indicando que este tipo de
preocupação com a imagem corporal, parece atingir mais fortemente
adolescentes e jovens, uma vez que estes ainda estão em busca de sua
identidade e autoconceito (Martins, Nunes & Noronha, 2008). Além disto,
apesar de o fator raça não ter sido avaliado nesse estudo, pode-se ressaltar
que a pele e o cabelo, estão relacionados a um padrão de beleza ainda vigente,
que super valoriza características caucasianas e impõe a “branquitude” como
ideal de beleza, podendo gerar insatisfação corporal principalmente em jovens
brasileiros, que por ser um povo mais miscigenado, não possui este padrão na
maioria das vezes (Amor, 2017; Pimentel & Baptista, 2014).

Referente ao fator insatisfação e gordura, foi verificada maior média


em participantes com IMC acima de 30, consideradas obesas, em comparação
aos participantes com IMC entre 18,5 e 24,9, considerado peso normal, o que
corrobora com estudos anteriores que indicaram que há maior insatisfação
corporal em pessoas com percentual de gordura (% G) elevado e com excesso
de peso, sobretudo, se forem mulheres (Fermino, Pezzini & Reis, 2010, Coelho,

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2015) o que corrobora com a literatura da área a qual indica que o corpo
magro é aquele a ser “alcançado” pela pessoas na sociedade, principalmente
pelas mulheres (Maïano et al., 2015; Silva & Lange, 2017; Souto et al., 2016).

Ademais, foi observada ainda diferença estatisticamente significativa


entre o fator satisfação e músculo da escala de imagem corporal e o tempo de
prática, os participantes que indicaram praticar atividade física há mais tempo
(de 7 meses a 1 ano e há mais de 1 ano) obtiveram maiores médias do que
aqueles que praticam há menos tempo, de 3 a 6 meses. Levando-se em
consideração a imagem corporal, é provável que aqueles que praticam
esportes há mais tempo identifiquem as mudanças referentes ao seu corpo,
relacionando-as à adesão esportiva, o que pode motivá-los a continuar
desempenhando a prática esportiva e, consequentemente, ocasionando maior
satisfação quanto à estética desejada. No entanto, esses resultados não
confirmam alguns estudos anteriores, por exemplo, Moreno, Cervelló e
Martínez (2007), verificaram que pessoas que praticavam atividade física por
mais tempo apontaram motivos de diversão e saúde como os mais
importantes e não motivos estéticos, bem como, Balbinotti et al. (2015) em
seu estudo com corredores de rua, observaram que as três dimensões
motivacionais que mais estimularam as pessoas a praticarem de maneira
regular esta atividade foram a saúde, o prazer e o controle de estresse.
Portanto, o tempo de prática é uma variável que precisa ser mais bem
investigada para compreensão da sua influência na imagem corporal.

Considerações
finais
Nesse sentido, conclui-se que os objetivos deste estudo foram
alcançados. Foi possível verificar a relação entre imagem corporal e motivação
à prática de atividades físicas e observar diferenças em função de sexo, idade,
IMC e do tempo de prática. Estudos dessa natureza são importantes para se
promover estratégias de intervenção eficazes no contexto da atividade física,
contribuindo para a adesão e manutenção das pessoas à prática de atividades
físicas regulares, evitando comportamentos indesejáveis na busca por um
“corpo ideal”.

Além disso, os resultados desta pesquisa poderão contribuir de


maneira significativa na construção do conhecimento na área da psicologia do
esporte, com os temas relacionados à motivação, adesão e manutenção da
prática de atividade física no combate ao sedentarismo. Entretanto, a partir
do conhecimento que o principal motivo à prática de AF pode ser estético,
inclusive por praticantes com maior tempo de prática, será possível repensar
estratégias por parte de profissionais envolvidos com o esporte e o exercício
físico, para que reduzam a super valorização aos aspectos estéticos que muitas
vezes são atribuídos à esta prática, sobretudo do exercício resistido,
incentivando as pessoas a pratiquem atividade física regularmente em busca
de outros objetivos que vão além destes relacionados à aparência. Assim,
incentivar as pessoas à identificarem um exercício físico que seja prazeroso
para elas, enfatizando os motivos intrínsecos de diversão, prazer e
competência, os quais estariam mais relacionados com saúde mental e bem-
estar das pessoas (Bailey et al., 2017; Lubans, Richards & Hillman, 2016;
White et al., 2017), se torna cada vez mais importante.

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Apesar das inúmeras contribuições aqui apresentadas, é importante


mencionar algumas limitações desta pesquisa, como a amostra ter sido por
conveniência e a maioria dos participantes serem provenientes de academias
e praticantes de musculação, de modo que os resultados desta pesquisa não
podem ser generalizados. Sugerindo que em estudos futuros considere-se
amostras mais abrangentes e diversificadas quanto aos tipos de atividades
físicas (exercícios resistidos, aeróbicos, em grupo, etc.), além de ser
importante avaliar a influência de diferentes tipos de ambientes em que os
indivíduos praticam atividades físicas (academias, parques, clubes) na sua
motivação. Podendo ainda ser interessante investigar outras variáveis
psicológicas que também podem se associar à motivação à prática de exercício
e imagem corporal, tais como autoestima e traços de personalidade.

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Sobre o
autor
Marina Pereira Gonçalves
Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Petrolina, PE,
Brasil.Professora associada do curso de Psicologia da Universidade
Federal
do Vale do São Francisco. Doutora em Psicologia social pela UFPB. Docente
permanente dos Programas de Pós-graduação em Psicologia e Educação Física
da Univasf.

Izabella Morgana Santos Nunes Oliveira


Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Petrolina,
PE, Brasil. Psicóloga e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal
do Vale do
São Francisco – Univasf

Sofia Marques de Moura Fé


Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Petrolina,
PE, Brasil.Graduanda em Psicologia na Universidade Federal do
Vale do São Francisco – Univasf

Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, Brasília, v.11, n° 1, novembro 2021 072


Imagem corporal e motivos associados à prática de atividades físicas: um estudo com praticantes amadores
Marina Pereira Gonçalves, Izabella Morgana Santos Nunes Oliveira, Sofia Marques de Moura Fé, Brenna Crisóstomo Rios Ferreira
Amanda Fernandes Rocha, Nathalya Silveira da Silva, Aline Feitosa Sampaio

Brenna Crisóstomo Rios Ferreira


Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Petrolina,
PE, Brasil. Graduanda em Psicologia na Universidade Federal do
Vale do São
Francisco – Univasf

Amanda Fernandes Rocha


Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Petrolina,
PE, Brasil. Graduanda em Psicologia na Universidade Federal do
Vale do São
Francisco – Univasf

Nathalya Silveira da Silva


Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Petrolina,
PE, Brasil. Graduanda em Psicologia na Universidade Federal do Vale do
SãoFrancisco – Univasf

Aline Feitosa Sampaio


Faculdade Irecê - FAI/BA, Irecê, Bahia, Brasil
Psicóloga pela Universidade Federal do Vale do São Francisco -
UNIVASF, Petrolina, PE, e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal da
Bahia - UFBA

Contato
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
Marina Pereira Gonçalves
Universidade Federal do Vale do São Francisco, Colegiado de
Psicologia. UNIVASF - UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO
SÃO FRANCISCO. Centro - Petrolina - PE – CEP 56304-917
TELEFONE
(87) 21016868
E-MAIL
marinapgoncalves@gmail.com

Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, Brasília, v.11, n° 1, novembro 2021 073

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