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O Movimento Universitário Espírita – MUE e suas divergências no interior do

Movimento Espírita Brasileiro

Pedro Paulo Amorim1

Resumo: A presente comunicação tem como objetivo discutir o “Movimento Universitário


Espírita – MUE”, criado em 1961 na capital do Estado de São Paulo, na Faculdade de
Direito da USP. O MUE, a princípio, surgiu com o incentivo de intelectuais espíritas como
Herculano Pires e Eurípedes de Castro, com grande apoio da União das Sociedades
Espíritas de São Paulo – USE, apoios esses que foram posteriormente questionados. Através
do periódico “A Fagulha”, pertencente ao MUE da cidade de Campinas – SP, questões
ligadas aos direitos humanos, violência, atuação política e social dos espíritas foram
debatidos. Após a publicação de Espiritismo Dialético, em 1971, pelas Edições “A
Fagulha” o MUE entrou em conflito com José Herculano Pires e em rota de colisão com o
movimento espírita, para finalmente em 1973 encerrar suas atividades.
Palavras-chave: Espiritismo; MEU; A Fagulha.

Entre algumas das características idiossincráticas do Espiritismo, uma das mais


marcantes é a relação de grande parte de seus membros e a política. Embora o
Movimento Espírita Brasileiro tenha como seu principal patrono o Dr. Adolfo Bezerra
de Meneses Cavalcanti, detentor de uma atuação destacada como vereador na Câmara
Municipal da Corte (Rio de Janeiro) pelo Partido Liberal, atuando por diversas vezes
como presidente interino e também como presidente efetivo dessa mesma Câmara
Municipal (WANTUIL, 1969, pp. 225 – 243), tanto a atuação do espírita enquanto
político de forma individual quanto a do Movimento Espírita como um todo são
encaradas de maneira negativa e, às vezes, até assustadas, demonstrando desinformação
e preconceito por parte de boa parte do movimento, chegando mesmo a existência por
parte de alguns de um tabu, onde a Política entra em confronto com o zelo doutrinário.
O termo “política” derivado do grego pólis (politikós), que possui por
significado tudo o que se refere à cidade e, conseqüentemente, o que é urbano, civil,
público, se expandiu graças à influência da obra de Aristóteles, intitulada “Política”
(BOBBIO, 1998, pp. 954 - 956). Durante a Idade Moderna, o termo perdeu seu
significado original, e foi substituído aos poucos por outras expressões como "ciência
do Estado", "doutrina do Estado", "ciência política", etc, referindo-se a atividade ou
conjunto de atividades que, de alguma forma, têm como termo de referência a pólis, ou
seja, o Estado (BOBBIO, 1998, pp. 954 - 956).

1
Doutorando PPGH-UFSC
Bobbio em seus estudos também chama nossa atenção para o fato de que o
conceito de Política, entendida como forma de atividade ou de práxis humana, encontra-
se intimamente ligado ao de poder, onde
Este [o poder] tem sido tradicionalmente definido como "consistente nos
meios adequados à obtenção de qualquer vantagem" (Hobbes) ou,
analogamente, como "conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos
desejados" (Russell). Sendo um destes meios, além do domínio da natureza, o
domínio sobre os outros homens, o poder é definido por vezes como uma
relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao outro a própria vontade e
lhe determina, malgrado seu, o comportamento. Mas, como o domínio sobre
os homens não é geralmente fim em si mesmo, mas um meio para obter
"qualquer vantagem" ou, mais exatamente, "os efeitos desejados", como
acontece com o domínio da natureza, a definição do poder como tipo de
relação entre sujeitos tem de ser completada com a definição do poder como
posse dos meios (entre os quais se contam como principais o domínio sobre
os outros e sobre a natureza) que permitem alcançar justamente uma
"vantagem qualquer" ou os "efeitos desejados". O poder político pertence à
categoria do poder do homem sobre outro homem, não à do poder do homem
sobre a natureza (BOBBIO, 1998, pp. 954 - 955).

Afonso Arinos de Mello Franco aponta em sua obra que Tomás de Aquino,
na Suma Teológica, nos apresenta a seguinte máxima: “Finis politica est urbanum
bonum”, ou seja, “o fim da política é o bem comum”. Mas, esse bem comum não é uma
concepção exclusivamente religiosa ou filosófica e que seus fundamentos são
necessariamente sociais (FRANCO, 1988, pp. 9 – 14). Portanto, a política não é apenas
uma atividade pertencente às instituições sociais, ela se origina na própria essência
dessa mesma sociedade.
Kardec em Obras Póstumas apontava para um futuro onde a supremacia dos
“bons” sobre os “maus” criaria a oportunidade da implantação na sociedade humana de
uma ordem política onde aqueles que detêm o poder saberiam que se encontram
investidos de uma missão e que serão cobrados pelo bom ou mau uso que dela fizerem.
Para tanto, seria implementada o que Kardec denominou de “aristocracia intelecto-
moral”, a qual teria por base o princípio moral, sedimentado na justiça e caridade
(KARDEC, 2003b, pp. 296 - 300). A previsão estabelecida por Kardec não foi
suficiente para decretar um envolvimento maciço dos adeptos do Espiritismo na
política, dando-se como foi mencionado acima um movimento contrário na maioria das
vezes ao envolvimento com a política.
Por outro lado, podemos especular sobre a posição defendida por Kardec em
relação à atuação política quando da implementação do “Regulamento da Sociedade
Parisiense de Estudos” onde em seu artigo primeiro define os objetivos da sociedade
como
Art. 1º — A Sociedade tem por objeto o estudo de todos os fenômenos
relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais,
físicas, históricas e psicológicas. São defesas nela as questões políticas, de
controvérsia religiosa e de economia social. Toma por título: Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas (KARDEC, 2003a, p. 524).

Diante desse artigo do referido regulamento podemos supor que tenha servido de
base para muito de seus membros defenderem o isolamento do Espiritismo em relação a
questões ligadas a política em seus aspectos mais amplos ligados ou não a política
partidária.
O Movimento Universitário Espírita (MUE) fundado em 1961, na capital
paulista, no interior da Faculdade de Direito da USP, na contramão dessa tendência
majoritária do Movimento Espírita Brasileiro, contou com total apoio do Conselho
Deliberativo da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE) na época
da sua criação, surgiu com o incentivo de intelectuais espíritas do quilate de Herculano
Pires e Eurípedes de Castro. O movimento tinha como objetivo inicial a divulgação
espírita no meio acadêmico2.
Além da divulgação o MUE possuía como objetivos iniciais aprofundar:
• o estudo do aspecto político e social da doutrina;
• discutir os problemas comportamentais sem moralismo;
• implantar a mentalidade universitária no meio espírita; e
• fazer uma análise crítica do Movimento Espírita Brasileiro (PEREIRA).
Ao final de março de 1964, ocorreu o golpe civil-militar fundado em uma
aliança entre setores conservadores da sociedade civil e militar, responsável pela
derrubada do Presidente eleito João Goulart. Inicialmente, o MUE atuava de forma
semelhante ao que hoje atuam os Núcleos Espíritas Universitários (NEUs), sem
engajamento político, voltado a discussões de temas variados à luz da Doutrina Espírita
como podemos observar nos programas de várias dessas instituições espalhadas pela
internet3. Porém, como resultado dos acontecimentos gerados pós-golpe em várias
universidades brasileiras, o MUE não ficou imune aos fatos, aproximando-se mais das
questões políticas daquela época, sob a liderança primeiramente de Armando de
Oliveira Lima e Sidnei Nicolau Venturi e posteriormente de Adalberto Paranhos
(LARA, 2002, pp. 21 – 32).
2
3
Núcleo Espírita Universitário da Londrina – http://reflexaoespirita.org.br/reflexaoespirita/; Núcleo Espírita
Universitário da UNICAMP – http://neuunicamp.blogspot.com.br/; Núcleo Espírita Universitário UFF –
http://neuuff.blogspot.com.br/p/objetivos-do-neu-uff.html; Núcleo Espírita Universitário UERJ – http://neu-
uerj.zip.net/.
No final da década de 1960 o MUE já difundido pelo país, passou a ostentar um
caráter mais social e político, sob influência do pensamento filosófico dos pensadores
argentinos Humberto Mariotti (1905 – 1982) e seu “Parapsicologia e Materialismo
Histórico” e Manuel S. Porteiro (1881 – 1936) com seu livro “Espiritismo Dialético”
além de outras influências marxistas, como David Grossvater e seu “Espiritismo Laico”,
Eusínio Lavigne e Souza do Prado com a obra “Os espíritas e as questões sociais”, e
Jacob Holzmann Netto (1934 – 1994) com “Espiritismo e Marxismo”, obras que
serviram de inspiração para o discurso crítico, laico e politizado dos universitários
espíritas da época.
Cada núcleo ligado ao MUE tinha seu próprio periódico, geralmente imbuídos
do mesmo espírito crítico e panfletário, característico das correntes de esquerda da
década de 1960. Sob o comando de Oliveira Lima e Paranhos a revista “A Fagulha”,
órgão de divulgação do MUE de Campinas – SP, dissertava sobre temas como: a
questão dos direitos humanos, violência, atuação política e social dos espíritas, etc
(LARA, 2002, pp. 21 – 32). Entre outras iniciativas do grupo ligado a “A Fagulha”
destacamos a publicação dos livros “Espiritismo Dialético” de José Herculano Pires e
“Espiritismo e Marxismo” de Jacob Holzmann Netto (LARA, 2002, pp. 21 – 32). Outra
iniciativa importante do MUE sob a liderança de Adalberto Paranhos foi o incentivo a
criação de seccionais em Salvador e na cidade do Rio de Janeiro (QUINTELLA, sd,
p.27).
Por outro lado, em relação às lideranças e dirigentes espíritas, de forma geral, a
postura de omissão em relação à ditadura foi à forma mais difundida no interior do
Campo Espírita Brasileiro. Tais lideranças espíritas preferiram ignorar a ilegitimidade
de um governo autoritário e altamente repressor, a fim de evitar qualquer tipo de
problema ou intervenção nas instituições espíritas diante de um Estado ditatorial.
Conforme já abordamos em outros trabalhos a FEB historicamente mantém uma
posição de silêncio e aparente distanciamento quanto a assuntos que não convém aos
interesses de seus dirigentes.
Embora a Espiritismo possua em sua raiz um viés ligado ao progresso e ao
trabalho, contemplando os direitos trabalhistas, direitos iguais entre homens e mulheres,
além de uma condenação à escravidão, refletidos no rol das “Leis Morais” elencadas por
Kardec em “O Livro dos Espíritos”, obra fundamental da doutrina, conforme aponta o
historiador Artur Isaia, o Espiritismo possui um caráter conservador em relação à
manutenção da ordem burguesa, totalmente refratária à luta de classes e ao ativismo
radical dos trabalhadores (ISAIA, 2004, p.107). Conforme o Espiritismo, as “leis
naturais” formuladas por Deus dão o caráter da sociedade humana; assim sendo, Isaia
afirma que
a ordem “natural” explicava as desigualdades entre os homens, vistas como
fatos inevitáveis. Herdeiros das conquistas burguesas pós-revolucionárias, o
Espiritismo endossava totalmente os ideais de igualdade, liberdade e
fraternidade, que julgava essencialmente ligados às leis de evolução
humana. Por outro lado, se os homens são naturalmente iguais, o
Kardecismo salienta que há uma desigualdade de aptidões, fruto do desigual
estágio evolutivo entre eles. Às desigualdades de aptidões intelectuais
somavam-se as de condição social, como fatos positivos totalmente
inseridos na explicação evolucionista da vida (ISAIA, 2004, p.107).

Após a morte de Kardec, Léon Denis (1846-1927), seu sucessor a frente do


Espiritismo até depois do fim da Primeira Guerra Mundial, tendo trabalhado como
operário na cidade francesa de Tours, demonstrou com sua obra “Socialismo e
Espiritismo” seu profundo envolvimento com o movimento operário francês e os
conflitos entre um socialismo materialista e um socialismo espiritualista. Acreditava na
possibilidade da existência de um socialismo espiritualizado, como podemos constatar
nesse trecho de “Socialismo e Espiritismo”:
Segundo meus artigos precedentes, eu me coloquei entre os socialistas. Mas
tive o cuidado de dizer que não aceito o socialismo sem a doutrina
espiritualista que o tempera, o dulcifica, tira-lhe todo o caráter de áspera
violência. Reprovo o socialismo materialista que só semeia o ódio entre os
homens e, por conseguinte, permanece infecundo e destrutivo, como se pode
ver na Rússia. Sou evolucionista e não revolucionário (DENIS, 1987, p.126).

Léon Denis advogava a ideia de que a influência exercida pelo Espiritismo no


progresso da sociedade deveria dar-se no campo íntimo do ser humano e não no
estímulo à luta de classe e dessa forma contribuir para a ampliação dos horizontes a
respeito da natureza humana de sua destinação (DENIS, 1987, p.126).
Durante um dos graves momentos da história do Espiritismo Brasileiro em
relação aos primórdios da unificação do movimento, o problema referente à participação
espírita na vida político-partidária foi apreciado durante o I Congresso Espírita da Alta
Paulista4, ocorrido na cidade de Marília, no interior paulista em 1946, sob a
coordenação de José Herculano Pires. Uma delegação oriunda da capital paulista,
integrada por Pedro de Camargo (Vinícius), Antônio Rodrigues Montemor e Anita
Brisa, apresentaram proposta de membros da FEESP, referente à obtenção do apoio do
interior sobre a questão de se facilitar o ingresso do espírita na política, segundo Luís

4
A região da Alta Paulista era uma antiga região ferroviária que abrangia as cidades de Marília, Tupã, Garça,
Dracena, Parapuã, Brotas, dentre outras, no tempo da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Monteiro de Barros5 (RIZZINI, 2001, pp. 54 – 55). José Herculano Pires nas páginas do
jornal Mensagem, de fevereiro de 1975, reportando-se a proposta apresentada por Pedro
de Camargo relata que “seus objetivos não eram apenas doutrinários, mas políticos, o
que provocou a rejeição do plenário, com numerosas críticas e protestos” (PIRES, 1975,
p.3), e a seguir Pedro de Camargo foi nomeado “delegado do Congresso, pelo plenário,
para tentar demover a FEESP dos objetivos políticos, o que, felizmente, conseguiu”
(PIRES, 1975, p.3).
Em editorial do Reformador de julho de 1958 Boanerges da Rocha defende a
posição da FEB que o Espiritismo é absolutamente apolítico e que deve se manter
sempre afastado das questões partidárias
Que tem feito a Federação Espírita Brasileira? Permanecer fiel à Doutrina,
relembrando, consoante a palavra de Allan Kardec (<<Obras Póstumas>>,
11ª ed., pág. 336), que << a constituição do Espiritismo tem como
complemento necessário, no que concerne à crença, um programa de
princípios definidos, sem o qual seria obra sem alcance e sem futuro>> .
Diante dos postulados doutrinários e mesmo em face da tradição que há cem
anos nos orienta, não deve jamais o Espiritismo intrometer-se em lutas
políticas, indicando candidatos ou apoiando nomes, por mais respeitáveis que
o sejam, e, mais absurdo ainda, criando órgãos especializados para tais fins.
Cumpre-nos dilatar progressivamente a distancia que já nos separa de
religiões constantinizadas, de grupamentos religiosos que sobrepuseram à
estrutura ética de seus credos meras ambições políticas, discutíveis vantagens
profanas, que rebaixam, que aviltam, que destroem a autoridade que a
Religião precisa conservar a fim de se perpetuar no respeito e na
compreensão dos povos (ROCHA, 1958, pp. 145-146).

Com o passar do tempo a situação política brasileira foi cada vez mais se
deteriorando e, em paralelo, o regime militar foi cada vez mais endurecendo, atingindo
seu auge com a instituição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), baixado em 13 de dezembro
de 1968, durante o governo do general Costa e Silva, dando poderes de exceção ao
governo a fim de controlar e punir arbitrariamente todos aqueles que fossem
considerados inimigos do regime de exceção instalado no Brasil.
O ano de 1968 passou para a história, não só no Brasil, mas como em boa parte
do mundo, como um momento de grande contestação da política e dos costumes
vigentes. O movimento estudantil, de forma geral, notabilizou-se como protestos dos
jovens contra a política tradicional, e no Brasil mostrou-se ligado a uma linha de luta
mais organizada contra o regime militar através da intensificação dos protestos. Por sua
vez o regime ditatorial lançou mão de instrumentos cada vez mais sofisticados,
rigorosos e opressores contra qualquer tipo de oposição.

5
Ex-presidente da USE e da FEESP.
Aos poucos a atuação dos grupos de universitários espíritas ligados aos MUE´s
também se intensificaram na luta contra os arbítrios do regime militar. Como
mencionamos anteriormente os lideres do movimento espírita reagiram contra o
engajamento político de seus membros, reiterando sua antiga postura de distância de
assuntos ligados à política.
Em uma longa nota ao fim do livro “Espiritismo e Marxismo” de Jacob
Holzmann Netto de 1969, com prefácio de Humberto Mariotti, os membros do MUE –
Campinas se comprometiam ao engajamento político em paralelo a sua atuação no
interior do movimento espírita tentando uma fusão de desses princípios
1 - Aos que tomarem gosto ao estudo das questões de cunho filosófico e
científico desenvolvidas neste capítulo, remetemo-los á leitura da obra de
Humberto Mariotti, "O Homem e a Sociedade numa Nova Civilização", e,
mais especificamente, aos seus capítulos IV e V, em que o filósofo argentino
se põe a analisar, respectivamente, "A Filosofia Científica de Gustave Geley"
e "O Significado Espírita do Materialismo Dialético".
[...]
4 - Em assim pensando, os jovens integrantes do Movimento Universitário
Espírita (MUE) de Campinas houveram por bem se cometer à obrigação de
esboçar um trabalho de natureza cientifica nesse sentido. Nele examinarão as
implicações entre a Sociologia e o Espiritismo, conferindo ênfase especial às
contribuições que uma ao outro se podem prestar mutuamente. Semelhante
estudo frise-se, fará parte da tese que, em forma de anteprojeto, será
apresentada em Sorocaba, SP, dias 5, 6 e 7 de setembro de 1.97O, quando da
efetivação da III Concentração dos MUEs do Estado de São Paulo, a qual,
ulteriormente, virá a público em mais uma edição A FAGULHA.
[...]
6 - A prática do Serviço Social, à luz dos princípios espiritistas, aqui
preconizadas, já constitui, de algum tempo a esta parte, motivo de
preocupação dos universitários espíritas paulistas. Assim é que, quando da
efetivação da II Concentração dos MUEs do Estado, levada a efeito nesta
cidade, a 19, 2O e 21 de abril de 1.969, procedeu-se ao estudo das
correlações existentes entre o Espiritismo e aquela técnica que, sob a égide,
doutrinária, se fada a se tornar um meio de promoção social e espiritual do
homem.
[...]
7 - Ciente de que nada guarda tão preponderante poder de transformação
como o exemplo, que é pronunciado na linguagem concreta dos fatos e das
realizações, o MUE de Campinas– começando por exemplificar o ideal de
renúncia – instituiu, por sugestões de todos os seus componentes, o dízimo,
tributo pelo qual como o próprio nome o indica – cada um dos que o
integram recolhe aos cofres da entidade soma correspondente a 1O% de seus
proventos. Porém, acima de tudo, cumpre notar que eles intentarão dar
contornos de realidade a uma experiência comunitária, na qual o trabalho
associativo identificará todas as relações humanas. Juntarão, também nesse
ponto, a teoria à prática, em sua campanha de esclarecimento que promovem
em favor da libertação social e espiritual do homem.
Para tanto, numa primeira fase dessa vivência comunitária, cuidarão de
oferecer aos que a seu lado trabalharem – possivelmente num
empreendimento gráfico – uma vigorosa orientação sócio-espiritual. Numa
palavra, porão cobro à exploração do homem pelo homem, que fere os
princípios da isonomia divina. Isso por que entendem os rapazes do MUE de
Campinas que a autoridade racional constitui condição para ajuda à pessoa
que, temporariamente, se encontra em posição inferior. E à parte superior,
por exercer uma autoridade fundada em princípios de amor e solidariedade,
toca se empenhar mais e mais no afã de elevar a parte subordinada, para que
cada vez menor seja a diferença que as separa.
Dessa maneira, afinando-se por um diapasão inovador, em tal experiência
comunitária os universitários espíritas campineiros abdicarão – depois de
convenientemente preparados, espiritual e culturalmente, os empregados dos
seus direitos e prerrogativas de proprietários. Todos quantos nela trabalharem
virão, então, a ser guindados à condição de sócios, banindo-se, por
conseguinte, a distinção entre patrões e empregados. Por outro lado, é de bom
alvitre acentuar que semelhante gráfica não terá outro objetivo fundamental
que não o de proclamar o advento de uma nova era de compreensão entre os
homens! (HOLZMANN NETTO, 1969, pp. 56 – 57).

Antes mesmo da publicação do livro “Espiritismo Dialético”6 no ano de 1971,


com a anuência desse, as relações outrora cordiais entre Herculano Pires e os integrantes
do MUE – Campinas, começaram a tornarem-se conflituosas, como afirma Jorge
Rizzini
É que os jovens que constituíam o Movimento Universitário Espírita de
Campinas (movimento que mereceu no início o apoio de Herculano Pires)
publicaram em seu órgão oficial “A Fagulha”, artigos baseados na antiga
tese, mas que traziam inegável sabor marxista. Herculano Pires advertiu-os.
Os artigos, porém, continuaram, citando-lhe o nome e comprometendo sua
verdadeira posição doutrinária. Temos em nosso arquivo cartas de Deolindo
Amorim, chamando a atenção de Herculano Pires para o fato. É de notar-se
que o grupo havia publicado, um ano antes, o livro “Espiritismo e
Marxismo”, de Jacob Holzmann Neto, o malogrado orador espírita que se
perdeu nas teias do comunismo... (RIZZINI, 2001, pp. 56 – 57).

As coisas deterioram de vez quando o MUE – Campinas publicou o referido


livro de Herculano Pires, o qual era composto por um longo prefácio escrito por
Herculano Pires para o livro “Dialética e Metapsíquica” de Humberto Mariotti,
precedido de um prefácio assinado por Luís de Magalhães Cavalcanti do MUE –
Salvador (BA)
Herculano Pires só reagiu, publicamente, quando o grupo campineiro
publicou em separata seu vasto prefácio ao livro Dialética e Metapsíquica, de
Humberto Mariotti. Herculano Pires autorizara a publicação, é verdade, mas
ao recebê-la teve uma surpresa desagradável: os rapazes, sem avisá-lo,
haviam incluído na separata um prefácio assinado pelo marxista Luís de
Magalhães Cavalcanti (membro do Movimento Universitário Espírita de
Salvador) cujas ideias contrariavam as suas. Agora já não havia outra solução
se não desmascarar, publicamente, o grupo de Campinas. E Herculano Pires
redigiu o magistral artigo “Meu desencontro com “A Fagulha”, publicado,
simultaneamente, na Revista Internacional de Espiritismo e Mundo Espírita,
em setembro de 1971, e em Unificação, edição de novembro de
1971(RIZZINI, 2001, pp. 57 – 58).

6
Este livro é composto pelo longo prefácio de autoria de José Herculano Pires, escrito para o livro do filósofo e
conferencista espírita argentino Humberto Mariotti denominado “Dialética e Metapsíquica”. Conforme
<<http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=124>>. Acessado em 20/06/2014.
No prefácio da obra dado pela redação de “A Fagulha” ao sociólogo baiano Luiz
de Magalhães Cavalcanti, encontramos duras críticas ao Movimento Espírita Brasileiro
aos seus dirigentes de modo geral e também a Herculano Pires de forma espífica
Muitos confrades situados na linha de frente do movimento espírita padecem
dêsses desequilíbrios psicológicos que afetam muito à Doutrina. Porisso não
alimentamos temores nem receiamos o inevitável confronto entre Espiritismo
e Marxismo, como acontece a maioria dos espíritas, o que evidencia mêdo e
insegurança, devidos quer à covardia, quer ao reacionarismo, quer à
ignorância sôbre assuntos que temos a obrigação de conhecer (PIRES, 1971,
pp. 13 -14).

Cavalcanti também faz duras críticas ao que classifica como abandono dos
aspectos filosóficos e científicos do Espiritismo e ao misticismo imperante no
movimento quando afirma
Nesse espaço de tempo, abandonou quase por completo as armas da ciência e
da filosofia, dialéticamente utilizáveis, enveredando, com grande freqüência,
pelo sinuoso caminho do misticismo inconseqüente e, não raro, estagnando
nas areias movediças do mediunismo dogmático e do animismo vulgar.
Voltar às origens do Espiritismo e, simultâneamente, desenvolvê-lo é um
imperativo do momento que está mobilizando minorias conscientes que não
se deixaram empolgar pelo fanatismo e mediocridade que dominam nossas
fileiras. Como também reagem à igrejificação ridícula que está condenando o
Espiritismo a mais uma seita na história da humanidade (PIRES, 1971, pp. 15
-16).

A redação de “A Fagulha” em nota anexada ao final do livro demonstra seu total


apoio a Luís de Magalhães Cavalcanti e seu prefácio ao afirmar
A EQUIPE A FAGULHA subscreve, em gênero, número e grau tôdas as
palavras tecidas pelo jovem baiano, indubitàvelmente uma das maiores
expressões da nova safra do movimenta espírita nacional. Por decorrência
deixa de fazer côro com o autor de "Espiritismo Dialético" no que respeita a
várias posições assumidas ao longo desta obra.
[...]
Ao lado dos pontos comuns, não nos caberia, aqui e agora, apontar, uma a
uma, as divergências e discordâncias suscitadas por esta obra no seio da
EQUIPE A FAGULHA. Quantos leiam, assídua e atentamente, A
FAGULHA estarão a par do ideário do MOVIMENTO UNIVERSITARIO
ESPíRITA, o qual em nada se afasta do teor progressista do Espiritismo,
doutrina eminentemente dialética (PIRES, 1971, pp. 55 - 56).

Em carta enviada a Deolindo Amorim, Herculano Pires fez as seguintes


considerações a respeito do caso com o MUE – Campinas
Trata-se de um grupo de jovens universitários, alguns deles brilhantes e
promissores. Vi que estavam em caminho errado e quis ajudá-los a se
corrigirem. Não é esse o nosso dever? Poupei-os o mais que me foi possível.
Concitei-os a estudar melhor a doutrina, a se furtarem às influenciações de
certos elementos adultos que os orientam. Durante uns dois anos ou mais me
pediram colaboração para A Fagulha e eu sempre os neguei. Eles passaram a
reproduzir trechos de meus escritos já publicados em livros, jornais e
revistas, extraindo o que lhes convinha e sonegando outros. Conversei com
eles várias vezes, de maneira franca, até mesmo em assembléias espíritas.
Tive debates ardorosos com eles. Mas nada adiantou. Acabaram fazendo essa
ursada do “Espiritismo Dialético”. Então só me restava o que fiz:
desmascará-los através de um artigo incisivo e objetivo. É pena, mas não
havia outro recurso (RIZZINI, 2001, p. 58).

Em artigo publicado na “Revista Internacional de Espiritismo” de Matão – SP e no


Jornal “Mundo Espírita” de Curitiba – PR nos números de setembro de 1971, Herculano Pires
explica seu desentendimento com o MUE – Campinas, inicialmente definindo sua posição sobre
a relação entre o Marxismo e o Espiritismo:
Minha posição é uma só: o Espiritismo é uma doutrina dialética por natureza,
mas na linha cristã-evangélica e na linha hegeliana espiritualista. Não na
linha marxista, que critiquei e critico, por considerá-la até mesmo
antidialética (RIZZINI, 2001, p. 59).

A seguir ainda no mesmo artigo, Herculano Pires afirma


Minha opinião é a de que o Espiritismo representa a síntese de todo o
conhecimento existente. Dessa maneira, o que há de bom no Marxismo, o
que provém do próprio Cristianismo, também está no Espiritismo, mas de
maneira mais ampla, numa visão interexistencial do homem e do mundo,
que falta inteiramente na visão materialista marxista (RIZZINI, 2001, p. 59).

Para finalizar a polêmica Herculano Pires ainda escreveu


Não será com os moldes do figurino marxista que conseguiremos dar ao
Espiritismo a eficiência necessária na transformação do mundo. Essa
transformação, por sua vez, não poderá ser feita, segundo penso, nos moldes
de nenhuma das doutrinas sociais atualmente consideradas na Terra como
decisivas. A prova aí está, no próprio choque apocalíptico que nos ameaça.
Só a Doutrina Espírita aprofunda as causas espirituais das injustiças e
monstruosidades da nossa estrutura social, e que por sinal estão presentes não
apenas no mundo capitalista, mas também no chamado mundo socialista.
[...]
não precisamos de nenhuma complementação marxista para o Espiritismo.
Pelo contrário, o Espiritismo é que tem muito a dar a todas as filosofias
contemporâneas e a todas as ciências, complementando-as com a sua
visão integral do homem e da vida (RIZZINI, 2001, p. 59).

Como podemos observar o MUE – Campinas entrou em rota de colisão com Herculano
Pires, certamente um dos mais importantes e prestigiado intelectual espírita de seu tempo ao
lado de Deolindo Amorim, também contrário as posições políticas assumidas pelo MUE –
Campinas. Esses atritos tiveram como consequência imediata a colisão explícita com a parcela
mais conservadora e dominante do Movimento Espírita Brasileiro.
O MUE de forma ampla foi proibido de falar em nome da USE, além de que os
periódicos espíritas fecham-lhe as portas, com exceção do periódico espírita santista Espiritismo
e Unificação, dirigido por Jaci Regis e José Rodrigues, muitas das suas lideranças foram
denunciadas pelos próprios espíritas aos agentes da repressão e fichadas no DOPS (LARA,
2002, p. 29)..
Em sua dissertação Sinue Neckel Miguel aponta para o fato de que embora os
integrantes do MUE tivessem confiança na vitória de seus objetivos, o fato é que o MUE não
resistiu e dissolveu-se. Entre as diversas entrevistas colhidas por Miguel destaca-se as
explicações para o término do movimento de um de seus lideres Adalberto Paranhos,
demonstrando a percepção dos integrantes do MUE à época de sua dissolução:
olha, o Espiritismo está carcomido como movimento social, envolto em
práticas de caráter assistencialista, em concepções religiosas, há um
embotamento da sua dimensão filosófica, científica. A pregação em nome da
fé raciocinada é mais da boca pra fora, não é alguma coisa incorporada à
prática do movimento espírita. Tudo isso foi mostrando pra nós que o
movimento espírita não tinha por assim dizer, aspas, salvação. Então é isso
mesmo, vamos ficar malhando em ferro frio assim? Enquanto movimento.
Que, repito, uma coisa são as concepções individuais, particulares de cada
um. Se continuou acreditando, alimentando ou não determinadas convicções,
isso vai da história de cada um, de cada pessoa que participou do MUE. Mas
a aposta de uma perspectiva mais avançada do movimento espírita, no
sentido de se tornar protagonista na luta pela transformação efetiva da
sociedade, isso se esboroou né, como que evaporou (MIGUEL, 2012, p.279).

Outro depoimento relevante apresentado por Sinue Neckel Miguel foi o de Edson Silva
Coelho, que concordava com Adalberto Paranhos, afirmando que foi a reação fortemente
negativa do Movimento Espírita Brasileiro que determinou o fim do MUE, destacando o caráter
repressivo, asfixiante, da “contra-revolução” comandada pela USE – SP :
Literalmente por falta do que fazer. Explico. Qualquer embate pressupõe a
existência de contendores. Se um lutador não apenas é alijado do ringue, mas
impedido de voltar a ele, atado, vendado e manietado, deixa de ser
propriamente um contendor. As teses politicamente engajadas dos MUEs no
congresso juvenil de 1968 despertaram uma reação furiosa por parte da USE,
que, depois de quatro ou cinco encontros prévios realizados, todos sob o
impacto destas posições, decidiu de modo unilateral e arbitrário, suspender a
realização do evento principal.
Exatamente para não permitir aos MUEs amplificar sua pregação em defesa
do engajamento dos espíritas nas questões de ordem política e social, na luta
contra a desigualdade e a injustiça, a repressão, a tortura, a violação
sistemática dos direitos humanos, contra a ditadura militar e em defesa das
liberdades democráticas. E do caráter laico, não religioso, mas científico e
filosófico do Espiritismo. Em um primeiro momento, esta reação furibunda,
fez os MUEs vicejarem em debates acalorados com seus algozes. Foi o que
marcou os anos de 1969 e de 1970, exatamente os de maior ativismo e
expansão dos MUEs. Mas os algozes não queriam o debate. Almejavam a
asfixia e sabiam que para extinguir a fagulha era necessário, antes, suprimir o
oxigênio. Assim, em 1971, após a publicação de Espiritismo Dialético, os
MUEs foram excluídos da USE e viram todas as portas das entidades oficiais
do Espiritismo, bem como de seus periódicos, fechadas a eles. Como se não
bastasse, muitas das lideranças do movimento foram denunciadas, por
espíritas, aos órgãos de repressão política do regime e fichados no DOPS. A
este quadro somou-se o forte refluxo dos movimentos sociais de massas que
se seguiu ao Ato Institucional Número 5. Para uma parcela dos ativistas do
MUE, mirar nos fariseus do movimento espírita institucional era algo menor.
Importava, acima de tudo, lutar contra o regime militar; Eu fui um destes que
migraram da militância no movimento espírita para a militância na esquerda
clandestina (MIGUEL, 2012, p.279).

A reação negativa às atividades ligadas a política implementadas por parte dos


componentes das MUE´s, desagradaram aos dirigentes ligados diretamente à FEB e
também àqueles não ligados, que se uniram para combater o grupo universitário, e tendo
como final o desligamento do MUE do quadro social da USE – SP.
Luciano dos Anjos jornalista e escritor ligado diretamente a direção da FEB com
atuação destacada em seus quadros, através das páginas do Reformador coloca a
posição da FEB sobre o espírita e seu envolvimento com a política
Não me perguntam como situar os espíritas em face dos acontecimentos
políticos que se desenrolam no Brasil. E ainda: qual a posição do Espiritismo
dentro do processo histórico brasileiro.
Minha resposta é sempre a mesma e me advém da própria Doutrina Espírita.
Divido-a em dois aspectos fundamentais. Vejamos o primeiro. Espiritismo e
Política são incompatíveis. É inútil tentar um paralelo entre ambos. Ou a
criatura faz Política ou faz Espiritismo, o que não invalida, é lógico, a
hipótese de o político ser espírita. E é até bom que seja. Mas saberá sempre,
com mais razão, que não se pode servir a dois Senhores ao mesmo tempo, tal
como prescrevem os Evangelhos. Recordemos, a propósito, a tentativa
farisaica no sentido de envolver Jesus politicamente nos acontecimentos da
sua época. Quiseram mesmo fazê-lo o líder do movimento de libertação
material dos judeus. O Mestre não apenas se furtou à manobra, mas situou
clara e explicitamente a sua presença entre nós, alheando-se à política de
César e tão-sòmente preparando os homens para a redenção espiritual. A
alusão ao seu Reino, que não era nem é deste mundo, desestimularia qualquer
jogada política, de quem quer que fosse.
[...]
Qualquer sistema que vise mais ao Homem do que ao Espírito extrapola da
Doutrina de Allan Kardec. Por isso tudo é que o Espiritismo não é contra a
Política, mas prefere que ela seja feitas pelos políticos. Aos espíritas, pois,
cabe fazer Espiritismo e nada mais.
[...] (ANJOS, 1970, p. 163).

Diante dos ocorridos em 1973 o MUE encerrou suas atividades e somente a


partir da década de 80 surgiu outro movimento semelhante no interior do Campo
Espírita Brasileiro em torno dos universitários espíritas os chamados “Núcleo Espírita
Universitário” ou NEUs, mas sem a mesma conotação social e política, voltado mais
para a organização dos espíritas na universidade e a divulgação da Doutrina Espírita
colocando a política de lado, como algo de fato incompatível com o Espiritismo para
grande parte do Movimento Espírita Brasileiro, portanto, pequena fração acredita na
compatibilidade de ambos, proporcionando, assim, material para análise dos
historiadores quanto a compatibilidade ou não da Política e Espiritismo.
Bibliografia

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