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E-ISSN: 2177-5184
admin@revistabrasileiramarketing.org
Universidade Nove de Julho
Brasil
RESUMO
O objetivo deste artigo é a apresentação de um exemplo de forma mais didática de um da modelagem de Equações
Estruturais com o software SmathPLS 2.0 M3. O referido programa usa o método de Mínimos Quadrados Parciais e
busca atender situações muito frequentes na pesquisa de Marketing: Ausência de distribuições simétricas das variáveis
mensuradas, teoria ainda em fase inicial ou com pouca “cristalização”, modelos formativos e/ou quantidade menor de
dados. O uso crescente do SmatPLS vem mostrado a robusteza e aplicabilidade do modelo nas pesquisas da área.
ABSTRACT
The article objective is to present a didactic example of the Structural Equation Modeling with the software SmartPLS
2.0 M3. The program mentioned uses the method of Partial Lease Square and seeks to serve the very frequent
situations observed in marketing research: Absence of symmetric distributions of the variables measured a theory still
in its beginning phase or still with little “consolidation”, formative models and/or a lesser amount of data. The
growing use of SmartPLS has demonstrated its robustness and applicability of the model in the areas that are being
studied.
Keywords: Structural Equation Modeling; SmartPLS; Partial Least Square; Marketing Application.
Christian M. Ringle 1
Dirceu da Silva2
Diógenes Bido 3
1
Doutor pela Universidade de Hamburg - Professor da Universidade Tecnológica de Hamburg (Alemanha) e da
Universidade de Newcastle (Austrália). E-mail: c.ringle@tuhh.de
2
Doutor em Educação (avaliação e cognição) pela Universidade de São Paulo – USP - Professor do PPGA da
Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, Brasil. E-mail: dirceus@uninove.br
3
Doutor em Administração pela pela Universidade de São Paulo – USP - Professor do PPGA da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Brasil. E-mail: dsbido@gmail.com
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Figura 1 - modelo hipotético indicando dois modelos de mensuração distintos: A é reflexivo e B é formativo (a seta
que liga os dois constructos apresenta o modelo estrutural).
A diferença básica entre CB-SEM e VB-SEM restrita há um fórum muito interessante com dúvidas e
está na forma de tratamentos dos dados, por assim respostas de usuários, tutoriais, bancos de dados para
dizer de forma didática, no primeiro caso tem-se exercitar o uso e os links para download do programa.
regressões lineares múltiplas realizadas “ao mesmo Para este artigo optou-se por apresentar um
tempo” e no segundo, calculam-se as correlações entre exemplo de uma pesquisa já publicada sobre questões
os constructos e suas variáveis mesuradas ou do marketing ambiental, para permitir que o leitor
observadas ou itens (modelos de mensuração) e em possa ter acesso aos detalhes da pesquisa e, se
seguida são realizadas regressões lineares entre necessário, se aprofundar na temática. Brevemente, tal
constructos (modelos estruturais). Dessa forma, pesquisa (BRAGA JUNIOR et al., 2014) foi publicada
consegue-se estimar modelos mais complexos com no International Journal of Business and Social
número menor de dados. Esclarecendo mais, aqui será Science está disponível na internet gratuitamente e
apresentado um exemplo de Modelagem de Equações apresenta quatro constructos: Environmental concern
Estruturais com PLS no software SmartPLS 2.0 M3. IND, Environmental concern Others, Declared
Este software é gratuito e pode ser obtido no site purchase IND e Declared purchase Othes (vide figura
www.smartpls.de, por meio do pedido de registro do 2). Ainda, aqui usou-se 421 casos do banco de dados
usuário. Depois de se conseguir login e senha, na área original.
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Para se usar o PLS pode-se estimar o o tamanho do efeito (f2). Cohen (1998) e Hair et al
tamanho da amostra mínimo que se deve usar. Para (2014) recomendam o uso do poder como 0,80, f2
tal, pode-se recorrer a um software gratuito e muito mediano = 0,15 e que o constructo Declared purchase
prático: G*Power 3.1.9 Othes recebe duas setas (tem dois preditores – vide
(http://www.gpower.hhu.de/en.html) (FAUL; figura 2) e para o PLS é ele quem decide a amostra
ERDFELDER; BUCHNER; LANG, 2009). Para tal se mínima a ser usada. Pode-se realizar o referido
deve avaliar o constructo ou variável latente que cálculo. A figura 3 mostra o resultado do teste no
recebe o maior número de setas ou tem o maior software. Assim, a amostra mínima calculada para o
número de preditores. Para o cálculo (a priori antes de exemplo deve ser de 68 casos, mas como sugestão
coletar dados) deve-se observar que há dois para ser ter um modelo mais consistente é interessante
parâmetros: o poder do teste (Power = 1 - erro prob. II) e usar o dobro ou o triplo desse valor.
Figura 3 - Tela do software G*POWER 3.1.9 com o cálculo da amostra mínima da pesquisa exemplo.
Uma vez feita a apresentação geral do objetivo, do software e do exemplo seguem os detalhes de uso.
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SÍMBOLO DEFINIÇÃO
ou
Variável Observada ou mensurada ou
indicador (VO)
Uma vez tendo-se o programa instalado e Após ter o banco de dados digitado com os
depois de ter visto os tutoriais existentes no site do rótulos das variáveis já presentes, deve-se gravar
mesmo, para usar o SmartPLS há a necessidade de se (salvar) a planilha no formato CSV (arquivo separado
carregar os dados da pesquisa que será analisada. A por vírgula). Tome o cuidado de eliminar as planilhas
melhor maneira é digitá-los em planilha Excel, dois e três, que são o padrão do Excel antes de gravar
tomando os seguintes cuidados: nas colunas estarão as o arquivo.
variáveis e nas linhas os respondentes ou casos; a Para criar um novo projeto use na barra de
primeira linha deve ter os rótulos das variáveis, Menu: File Create New Project. Uma janela de
tomando o cuidado de não começar com número. Por diálogo lhe pedirá o nome do novo projeto. Digite e
exemplo, se o constructo tiver por nome “Compra clique em Next. Abrirá outra caixa para que você
Declarada”, seria interessante usar na primeira procure o arquivo “xxx.csv” e clique em Next . A
variável mesurada ou indicador desse constructo o outra caixa será a definição dos “missing values”.
rótulo: CD_1. Além disso, a planilha não pode ter Proceda como indicado antes, colocando 99 e marcado
fórmulas, códigos em letras (apenas nos rótulos) ou o box para avisar que as variáveis ou indicadores têm
células em branco (missing data). Nesse caso dados faltantes. Sempre que o software achar um 99
complete as células (em branco) com um número irá eliminar o respondente, se caso se usar a opção
diferente de todos os outros. Por exemplo: 99. padrão do smartPLS. A figura 5 mostra o software
com o projeto já criado.
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Atente para a figura 5 e note que do lado “validate”. Aparecera uma janela com os dizeres “the
esquerdo superior há uma já janela com os “Projects” data file is valide”. Dê OK e duplo clique em
e o “am" está lá: há dois “arquivos” am.splsm e am.splsm. Aparecerão em indicators (lado esquerdo
AMB_SEL.csv com uma indicação de um “vê” em inferior) as variáveis (como os rótulos usados na
verde, indicando que os dados estão corretos para planilha Excel). Em destaque na figura 6 (inferior)
serem usados. Se aparecesse uma indicação “?” em Também, nessa figura há o destaque de três
vermelho, o banco de dados teria problemas e ferramentas abaixo da barra de menu – ao centro da
precisaria ser analisado. Deve-se quando acontecer tela – A primeira “seta branca” – é o cursor padrão do
esse problema “eliminar o recurso”: use o botão mouse; a segunda “circulo +” ao ser “ligado”, passa a
direito do mouse sobre o banco de dados e escolha a conferir ao cursor do mouse a ferramenta de criação
opção de eliminação. dos constructos na tela. É muito simples, basta clicar
Ao se clicar sobre o banco de dados, uma sobre a tela, no caso “am.splsm”. A terceira e última
janela se abrirá sobre o lado direito do software (área dois círculos ligados por uma seta, cria o modelo
de trabalho) e ao se clicar no botão do lado direito estrutural (as setas entre os constructos).
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Figura 6 - Tela do SmartPLS com destaque para as ferramentas de criação do modelo e os indicadores (VO).
Após criar os constructos, para montar o constructos clique sobre eles com o botão direito do
restante do modelo de mensuração, volte o cursor do mouse e escolha “Rename Object”. A figura 7 mostra
mouse com a seta branca, clique no indicador ou VO os modelos de mensuração criados. Note que os
que corresponde ao constructo, mantenha o botão do constructos ou VL estão em vermelho, porque faltam
mouse pressionado, arraste a VO até o constructo as ligações entre eles (criação dos modelos
desejado e solte sobre ele. Repita a operação até estruturais).
formar o modelo completo. Para renomear os
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Para criação do modelo estrutural “ligue” a diferentes: “PLS Algorithm”: usado para rodar o MEE
terceira ferramenta de desenho. Clique sobre um dos principal; “FIMIX PLS”: Finite Mixture PLS
constructos vá até o outro constructo e clique sobre (denominada de técnicas de Classe latente ou
este. Aparecerá uma seta ligando os dois. Repita o heterogeneidade não observada). São usadas para
processo até fazer todas as ligações necessárias (figura detectar a presença de grupos dentro dos dados que
2 mostra o modelo MEE inicial completo). A partir não haviam sido controlados; “Bootstrapping”: técnica
desse ponto podem-se começar as análises. de reamostragem. Usado para avaliar a significância
(p-valor) das correlações (modelos de mensuração) e
das regressões (modelo estrutural); “Blindfolding”:
3 RODANDO O MME NO SMARTPLS usado para calcular as Relevância ou Validade
Preditiva (Q2) ou indicadores de Stone-Geisser e os
Para rodar o MEE gerado deve-se usar as tamanhos dos efeitos (f2) ou Indicadores de Cohen,
opções abaixo da barra de menu (vide figura 8). Há que serão discutidos mais adiante.
quatro opções de subprogramas que executam análises
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Também se tem a opção “Apply Missing Centroid Weighting Scheme (relações entre VL
Value Algorithm”. Se essa opção estiver “não considera apenas sinal das correlações “+/- 1”). Mais
marcada” e houve dados faltantes preenchidos com o antigo só usado se os outros não convergirem.
número 99, o SmartPLS irá rodar o MEE O mais adequado para o MEE é o primeiro
considerando o valor 99 com sendo uma codificação “Path Weighting Scheme” e em seguida são os valores
de respostas dos sujeitos. Em seguida há os “PLS defaut do modelo: média = 0 e desvio padrão = 1 (para
Algorithm settings”: se ler os valores de saída entre 0 e 1); número máximo
Nas opções de Weighting Scheme: há outras de rotações para convergir o modelo (300); critério de
três possibilidades: parada dos cálculos (Abort Criterion): (quando as
Path Weighting Scheme – SEM desejado (relações mudanças forem menores que 0,00001). Uma vez
entre VL são regressões) configuradas as opções pode-se clicar em OK.
Factor Weighting Scheme – Faz uma análise quase Rapidamente o software fornece uma figura com os
fatorial confirmatória – (relações entre VL são principais valores (vide figura 10).
correlações).
Notas: A Apresenta o modelo de mensuração com os valores das correlações entre as VO e as VL; B Mostra o
valor do R2 e C mostra o coeficiente de caminho da regressão linear entre VLs.
Após ter-se rodado o MEE deve-se pedir um onde se tem uma visão geral da qualidade do modelo
relatório dos resultados obtidos. Há quatro opções ajustado (vide tabela 1)
abaixo da barra de menu do programa (vide figura 11).
Solicitando-se um relatório em formato HTML pode-
se ir direto para o hiperlink “PLS Quality Criteria”,
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Composite Cronbachs
AVE R Square
Reliability Alpha
Declared purchase IND 0,476329 0,908909 0,181855 0,889701
Declared purchase Others 0,452393 0,900479 0,589861 0,878519
Environmental concern IND 0,512140 0,903590 -------- 0,879153
Environmental concern Others 0,460401 0,886379 0,447328 0,853615
Nota: A VL Environmental concern IND não tem valor do R2, pois é a independente ou a que antecede a outras no
MEE.
Figura 12 - MEE com as VO de menores cargas fatoriais deslocadas das suas posições para serem eliminadas.
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Tabela 2 - Valores da qualidade de ajuste do modelo MEE após a eliminação das VOs com valores das cargas
fatoriais menores.
Composite
AVE R Square Cronbachs Alpha
Reliability
Declared purchase
0,503973 0,901293 0,187226 0,876728
IND
Declared purchase
0,503923 0,890339 0,613444 0,859257
Others
Environmental
0,511975 0,903567 --------- 0,879153
concern IND
Environmental
0,516447 0,881924 0,410175 0,844263
concern Others
A terceira etapa é a avaliação da validade Mas quando se emprega o critério de Fornell e Larcker
discriminante (VD) do MEE, que é entendida como (1981) (vide tabela 4) constata-se que o modelo pode
um indicador de que os constructos ou variáveis ser melhorado para se garantir a VD.
latentes são independentes um dos outros. (HAIR et O SmartPLS fornece no relatório os valores
al., 2014). Há duas maneiras: observado as cargas das cargas cruzadas. O software retira cada VO da VL
cruzadas (Cross Loading) - indicadores com cargas original, coloca em outra VL e recalcula a carga
fatoriais mais altas nas suas respectivas VL (ou fatorial, uma a uma, até ter o valor das cargas fatoriais
constructos) do que em outras (CHIN, 1998) e o de todas as VOs em todas as VLs (vide tabela 3)
critério de Fornell e Larcker (1981): Compara-se as Assim, voltando ao relatório, pode-se retirar a tabela
raízes quadradas dos valores das AVEs de cada de correlação entre as VL, transferir para outro
constructo com as correlações (de Pearson) entre os programa, por exemplo, o Excel em conjunto com a
constructos (ou variáveis latentes). As raízes tabela “PLS Quality Criteria”, onde estão as AVEs,
quadradas das AVEs devem ser maiores que as para que se possa calcular as raízes quadradas dos seu
correlações entre os dos constructos. valores.
Analisado a tabela 3 nitidamente se constata Executado os procedimentos, é de praxe se
que as cargas fatoriais das VOs nos constructos (VLs) colocar os valores das raízes quadradas dos valores
originais são sempre maiores que em outros. Em das AVEs na diagonal principal e destacá-las com
principio está se constatando que o modelo tem algum tipo de cor (na tabela 4 em azul). A tabela 4
validade discriminante pelo critério de Chin (1998). mostra os respectivos valores.
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A análise da tabela 4 mostra que o valores da opção seria deixar o modelo como está sem qualquer
correlação entre as VLs Declared purchase IND e outra alteração, mas exagerando no rigor, novas VOs
Declared purchase Others (0,735263) é ligeiramente devem ser retiradas. Devem-se retirar aquelas
maior (0,025 ou 2,5%) que as raízes quadradas das variáveis (uma a uma) que têm menores diferenças nas
AVEs dessas mesmas VLs (0,709911 e 0,709875) cargas fatoriais cruzadas, isto é, aquelas VOs que
(destacados em negrito na tabela 4). Grosso modo, apresentam valores das correlações altas em dois
como os valores indicados têm pouca diferença, uma constructos (ou VLs).
Tabela 4 - Valores das correlações entre VL e raízes quadradas dos valores das AVEs na diagonal principal (em
azul).
Tabela 5 - Valores das correlações entre VL e raízes quadradas dos valores das AVEs na diagonal principal (em
azul), após a retirada de novas variáveis do MEE
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Ao se retirar as VOs do MEE, os valores dos Others e Environmental concern Others os R2 são
2
R também se alteraram. Dessa forma a tabela 6 grandes e para a VL Declared purchase IND é quase
mostra os novos valores do “PLS Quality Criteria”. médio.
Assim, vê-se que para as VLs Declared purchase
Tabela 6 - Valores da qualidade de ajuste do modelo MEE após a eliminação de VOs para se obter a validade
discriminante.
Composite
AVE R Square Cronbachs Alpha
Reliability
Declared purchase
0,521682 0,883949 0,190619 0,846579
IND
Declared purchase
0,515092 0,881311 0,552672 0,842816
Others
Environmental
0,51203 0,903575 -------- 0,879153
concern IND
Environmental
0,516465 0,881927 0,410635 0,844263
concern Others
Para interpretar esses valores pode-se pensar Assim, deve-se interpretar que para os graus de
que quando os respondentes pensam nos outros liberdade elevados, valores acima de 1,96
acredita que “haverá mais compra” do que quando ele correspondem a p-valores 0,05 (entre -1,96 e +1,96
pensa em si mesmo. corresponde à probabilidade de 95% e fora desse
Dando sequência, como estamos lidando com intervalo 5%, em uma distribuição normal).
correlações e regressões lineares, devemos avaliar se Para testar a significância das relações
essas relações são significantes (p 0,05), pois para os apontadas, usa-se o módulo “Bootstrapping” (técnica
casos de correlação de estabelece a hipótese nula (Ho) de reamostragem) (vide figura 8). Ao se optar por esse
como r = 0 e para os casos de regressão se estabelece módulo, uma caixa de diálogo é aberta pelo SmartPLS
com Ho: = 0 (coeficiente de caminho = 0). Se p > para se definir os parâmetros dos cálculos (vide figura
0,05 se aceitam as Ho e deve-se repensar a inclusão de 13). A configuração Hair et al. (2014) recomenda que
VLs ou VOs no MEE. Explicando mais, o software se use como Missing Value Algorithm: Casewise
calcula testes t de Student entre os valores originais Replacement, para sign changes: Individual changes,
dos dados e aqueles obtidos pela técnica de use em Cases: número de sujeitos da sua amostra (241
reamostragem, para cada relação de correlação VO – neste exemplo) e em Samples (reamostragem): pelo
VL e para cada relação VL – VL. O SmartPLS menos 300 ou 500, 1000 etc.
apresenta os valores do teste t e não os p-valores.
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Figura 14 - MEE com os valores dos testes t de Student obtidos por meio do módulo Bootstrapping do SmartPLS.
O primeiro (Q2) avalia quanto o modelo se et al., 2014). Também, o f2 é avaliado pela razão entre
aproxima do que se esperava dele (ou a qualidade da a parte explicada pelo modelo e a parte não explicada
predição do modelo ou acurácia do modelo ajustado). (f2 = R2/ (1- R2).
Como critério de avaliação devem ser obtidos valores Tanto um como o outro são obtidos pelo uso
maiores que zero. (HAIR et al., 2014). Um modelo do módulo Blindfolding no SmartPLS (vide figura 8).
perfeito teria Q2 = 1 (mostra que o modelo reflete a Os valores de Q2 são obtidos pela leitura da
realidade – sem erros). redundância geral do modelo e f2 pela leitura das
Já o segundo (f2) é obtido pela inclusão e comunalidades (vide tabela 7).
exclusão de constructos do modelo (um a um). Avalia- A interpretação da tabela 7 mostra que tanto
se quanto cada constructo é “útil” para o ajuste do os valores de Q2, como de f2 indicam que o modelo
modelo. Valores de 0,02, 0,15 e 0,35 são considerados tem acurácia e que os constructos são importantes para
pequenos, médios e grandes, respectivamente (HAIR o ajuste geral do modelo.
Tabela 7 - Valores dos indicadores da validade preditiva (Q2) ou indicador de Stone-Geisser e do tamanho do efeito
(f2) ou indicador de Cohen.
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Por fim, deve-se avaliar o indicador de ajuste coeficientes de caminho (vide tabela 8). Estes são
geral do modelo. Nesse sentido, para modelos em que interpretados tais como os betas () das regressões
todas os constructos são reflexivos, Tenenhuaus et al. lineares simples ou ordinárias, isto é, por exemplo,
(2005) propuseram um índice de adequação do entre os constructos ou VLs Environmental concern
modelo (GoF – Goodness of Fit), que basicamente é a Others Declared purchase Others o valor do
média geométrica (raiz quadrada do produto de dois coeficiente de caminho é de 0,288. Isto significa que
indicadores) entre o R2 médio (adequação do modelo aumentando a VL exógena Environmental concern
estrutural) e a média ponderada das AVE (adequação Others de 1, a VL endógena Declared purchase
do modelo de mensuração). Para a avaliação desse Others, aumenta de 0,288. Mais detalhes da
indicador Wetzels et al. (2009) sugerem o valor de interpretação podem ser obtidos em Braga Junior et al.
0,36 como adequado, para as áreas de ciências sociais (2014). Chama-se à atenção de que no artigo indicado,
e do comportamento. Assim, realizando esse cálculo os valores são diferentes, porque aqui se usou parte do
obteve-se de 0,4492, indicado que o modelo tem um banco de dados para permitir outros ajustes e mostrar
ajuste adequado. didaticamente outros procedimentos.
Uma vez terminado a avaliação da qualidade
de ajuste do modelo, parte-se para a interpretação dos
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INDICADOR/
PROPÓSITO VALORES REFERENCIAIS / REFERÊNCIAS
PROCEDIMENTO
CRITÉRIO
(HENSELER; RINGLE e
1.1. AVE Validades AVE > 0,50
SINKOVICS (2009)
Convergentes
Validade
1.2Cargas cruzadas Valores das cargas maiores nas VLs CHIN, 1998
Discriminante
originais do que em outras
Avaliação das
significâncias das
1.4. Teste t de Student t 1,96 HAIR et al. (2014)
correlações e
regressões
Avalia-se quanto
2.2. Tamanho do efeito (f2) Valores de 0,02, 0,15 e 0,35 são
cada constructo é HAIR et al. (2014)
ou Indicador de Cohen considerados pequenos, médios e
“útil” para o ajuste
grandes.
do modelo
TENENHAUS et al.
É um escore da (2005); WETZELS, M.;
2.5. GoF (veja nota) qualidade global do GoF > 0,36 (adequado) ODEKERKEN-
modelo ajustado SCHRÖDER, G.;
OPPEN
2.6. Coeficiente de Avaliação das Interpretação dos valores à luz da
HAIR et al. (2014)
Caminho () relações causais teoria.
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Nota: Até recentemente o GoF era calculado para avaliar o modelo como um todo. Porém, Henseler e Sarstedt (2012) mostraram
que o mesmo não tem poder de distinguir modelos válidos e modelos não válidos. Assim, sugere-se não usar o GoF como
indicador.
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REFERÊNCIAS
Hair, J.F.; Sarstedt, M.; Ringle, C.M. e Mena, J.A. An
Braga Junior, S.S.; Satolo, E.G.; Gabriel, M. L. D. S.; assessment of the use of partial least squares
Silva, D. The Relationship between Environmental structural equation modeling in marketing
Concern and Declared Retail Purchase of Green research. Journal of the Academy of Marketing
Products. International Journal of Business and Science, v. 40, n.3, p.414–433, 2012.
Social Science, v. 5, p. 25-35, 2014. Disponível
em: Hair, J.F.; Hult, T.M.; Ringle, C.M. e Sarstedt, M. A
<http://ijbssnet.com/journals/Vol_5_No_2_Februa Primer on Partial Least Squares Structural
ry_2014/4.pdf>. Acesso em 01/05/2014. Equation Modeling (PLS-SEM). Los Angeles:
SAGE, 2014.
Chin, W. W. The partial least squares approach for
structural equation modeling. in Marcoulides, G.A. Henseler, J.; Ringle, C. M.; Sinkovics, R. R. The use
(Ed.). Modern methods for business research. of partial least squares path modeling in
London: Lawrence Erlbaum Associates, p. 295- international marketing. Advances in International
236, 1998. Marketing. v. 20, p. 277-319, 2009.
Cohen, J. Statistical Power Analysis for the Henseler, J.; Sarstedt, M. Goodness-of-Fit Indices for
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