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{Copyright © 2017 Rivaldo Capistrano Fino, Mara da Pena Perera Lins, Vanda Maia Eias | ‘Todos os direitos desta ego reservados & Etora Labrador | | | | Coordnagaoetariat Projto rfc agra Diana Saye ‘Maura Basboss | designoseitorias come Preparagdo Capa Vitis Lima Rodrigo Rojas Revieéo Aandetia Andrade | ado Intnaconi de Catalogo na Publicado (CP) Andre Aled CRB-87889 Linguistics textual ¢ pragmitica : uma interface possive /onganlzagio de | Rivaldo Capisrare nig, Maa da Reha Pees Lins, Vanda Maria Bes — | Sio Pai: Labrador, 2017 ‘sop | Biiograia ISBN 978-8. 95058-349 1 Linguistica 1. Capita no, Rd I Lin, Maria da Pee Pia 1 Blas, Vanda Marin vans cop ao adic para too sitesi: 1. Lingus: rari: Lingua Textual Editors Labrador Diretor editorial Daniel Pinoy Rua Dr. Jost Elias, 520 ~ Alto da Lapa (05083.030 So Paulo SP ‘Telfone: +55 (11) 3641-7446 Site: htpswwweditoralabradorcom be E-malt- contato@eeitorlabredorcom br | Editora do Programa de Pés-Gradaagio em Estudos Lingustcos Universidade Federal do Espirito Santo Reitor: Reinaldo Centodcate Vice-Retora: Ethel Leonor Noi Maciel Pr-Rettor de Pesquis ¢Pis-Graduagdo: Neyval Costa Res Jnior Diretor do Cento de Cincias Humanas e Naturals: Renato Rodrigues Neto oordencdor do PPGEL: Daniel de Mello Ferraz CCoordenaddor Agjunt: Kjria Rebeca NeWva de Lima Finardt A epwode qualquer pated chap ongr masprope nr do its intelectsiepatrimonisis do ator Linguistica Textual e responsabilidade enunciativa ‘Maria das Gracas Soares Rodrigues Propomo-nos'a discutir alguns dispositivos enunciativos de grande relevincia para a Linguistica Textual (ou Linguistica do Texto, doravante LT), entre eles, ‘ ponto de vista, as posturas enunciativas ea (ndo) assuncéo da responsebili- dade enunciativa (evidencialidade mediatividade). Embora esses dispositi- ‘vos enunciativos tenham sido objeto de alguns trabalhos do século XX ~ entre cles, remetemos a Adam (1990), Guentchéva (1990, 1994), Rabatel (1997) -, continuam constituindo 0 objeto de estudos contemporiineos, desses auto- res citados e de outros, em trabalhos que destacamos a seguir: Adam (2011), Guentchéva (2011, 2014), Rabatel (2008a, 2009, 2015a, 2015b, 2016) e de ‘muitos outros, como, por exemplo, Rodrigues, Passeggi ¢ Silva Neto (2010), Rodrigues e Passeggi (2015, 2016), Rodrigues (2016a, 2016b). Nessa diregio, reconhecemos que hé ainda muito a ser explorado, sobretudo, com a ampliacéo do quadro te6rico que vem subsidiando as pesquisas no ambito da LT, em que as fronteiras entre Analise do Discurso e Linguistica do Texto se esmacceram, , pois, na perspectiva dos que desenvolvem investigagées cuja unidade de anilise é o texto, que circula socialmente, que citcunscrevemos este capitulo. ‘A responsabilidad enunciativa organiza linguisticamente os géneros discursivos/textuais dispontveis na meméria discursiva dos usuarios das dife- rentes linguas, desde os generos mais simples do cotidiano, como, por exemplo, 298 Linguistica Textual: Gistogos interdisciplinares a conversa em familia, entre amigos, em situagdes informais no ambiente de trabalho, até os génetos mais elaborados dos varios dominios: académico, ‘midiético, politico, juridico,religioso, entre outros. A relevancia desse fens- meno € tamanha que ele permite ao interlocutor compreender se 0 locutor e/ou enunciador é/sZ0 responsivel(eis) ou no pelo contetido proposicional do enunciado veiculado, Divergéncias e convergéncias de visbes tedricas exi tem, acerca do PDV, das posturas enunciativas, da responsebilidade enunciativa € da mediatividade. Ressaltamos que, para tratar dos dispositives enuncia- tivos considerados, 0s conceitos de locutore enunciador'sio decisivos, apesar das divergéncias teéricas A organizagao do capitulo seguiré um movimento de explicagao tebrica do dispositive enunciativo, seguida de exemplos transcritos de textos que citculam socialmente, ou seja, néo estaremos construindo exemplos, mas evidenciando a responsabilidacle enunciativa em depoimento de testemunhas «em processo-crime. © ponto de vista— PDV Os estudos acerca do ponto de vista (PDV) centravam-se na focalizagio da narratologia, tanto interna como externa (LINTVELT, 1981), ou interno, ‘externa ¢ a zero (GENETTE, 1983). Virios romances foram objetos deestudo, como, por exernplo, O Estrangeiro, de Camus, € Germinal, de Zola; porém, anidlises acerca de um mesmo romance apresentavam dissondncias. Nessa di- regio, evocamos trabalhos no campo da Semictica, de Jaap Lintvelt (1981) € Gérard Genette (1983), que, a0 analisarem O Bstrangeiro, chegeram a con- clusdes diferentes, no que concerne & focalizagao. Por seu turno, Rabate! (1997, 2008a, 2015a, 2015b, 2016) realizou estu- dos sobre © ponto de vista (PDV) em uma perspectiva linguistica, Esses tra- balhos nos interessam, pois focalizam 0 PDV a partir da gestio do proceso de referenciagio e dos enunciadas que constituem um texto, Assim, para ccumprirmos nosso propésito de estudar alguns dispositivos enunciativos, en- ‘Rebate (20153); Guentchéva (2014), 300 7 Linguistica Textual ¢ responsabilidad enunciativa tre eles, a assuncio da responsabilidade enuinciativa, o PDV € basilar, tendo em vista que estudar a responsebilidade emunciativa implica, inicialmente, partir do PDY, o qual Rabatel (2016, p.71) explica, conforme se segue: [..] analisar um ponto de vista é recuperar, de uma parte, 0s con- toros de seu conteiido proposicional e, de outra, sua fonte enun-

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