Você está na página 1de 4
1710 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 75 — 29-3-1995 PRESIDENCIA DA REPUBLICA Decreto do Presidente da Republica n.° 44/95 0 29 de Marco © Presidente da Repiiblica decreta, nos termos do artigo 138.°, alinea a), da Constituigéo, 0 seguinte: E nomeado, sob proposta do Governo, 0 ministro plenipotenciério Francisco Domingos Garcia Falcdo Machado para o cargo de embaixador de Portugal em Lusaka. ‘Assinado em 24 de Fevereiro de 1995. Publique-se. (O Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 27 de Fevereiro de 1995. © Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva, — O Ministro dos Negécios Estrangeiros, José Manuel Duréo Barroso. ASSEMBLEIA DA REPOBLICA Lei n.° 7/95 do 29 de Margo ‘NtoracSo, por ratificacho, do DecrotoLsi n° 2894, de 1 de Feversiro A Assembleia da Repiiblica decreta, nos termos dos artigos 164.°, alinea d), 165.°, alinea c), 169.°, n.° 3, © 172.° da Constituigao, 0 seguinte: Artigo 1.° Os artigos 1.°, 2.°, 4.°, 1925 10.2, 11.9, 13.°, 14.9, 16.%, 17.2, 18.%, 32. ab 26.°, 27.5, 28°, 30.°, 31.° € 32.° do Decreto-Lei n° 26/94, de I de Fevereiro, que «Estabelece o regime de organizacdo e funcionamento das actividades de se- guranga, higiene ¢ saiide no trabalho», passam a ter a seguinte redaccao: Artigo 1.° 1 1 —O presente diploma estabelece o regime de organizagdo e funcionamento dos servicos de se- ‘guranga, higiene ¢ satide no trabalho previstos nos artigos 13.° ¢ 23.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro. 2- a Artigo 2.° tal ° Empregador ou ef fidade empreg. 1dor pessoa singular ou colectiva com um ou ‘mais trabalhadores ao seu servigo e respon- savel pela empresa ou pelo estabelecimento ou, quando se trate de organismos sem fins lucrativos, que detenha competéncia para contratacio de trabalhadores; a Q.. BS. 2 b).. 0 rs 35. 4- s— 6 — As empresas que exercam actividades regu- lamentadas por legislag&o especifica de risco de doenca profissional devem organizar servicos in- ternos desde que 0 mimero de trabalhadores seja superior a 200, no mesmo estabelecimento ou em estabelecimentos situados na mesma localidade ou localidades préximas, salvo autorizagio do Ins tuto de Desenvolvimento ¢ Inspeceao das Condi @@es de Trabalho para adopedo de diferente pro- cedimento. 7 — Deve organizar servigos internos as em- presas cujo mimero de trabalhadores, no mesmo estabelecimento ou em estabelecimentos situados nna mesma localidade, ou em localidades préximas, seja superior a 800, salvo autorizacdo expressa do Instituto de Desenvolvimento e Inspecydo das Con- digdes de Trabalho para diferente procedimento. Artigo 6.° 1 i= 2 — 0 acordo pelo qual so criados 0s servigos interempresas deve constar de documento escrito aprovar pelo Instituto de Desenvolvimento ¢ Ins- peccdo das Condigdes de Trabalho. 3— A utilizacdo de servicos interempresas no isenta o empregador das responsabilidades que Ihe sdo atribuidas pela legislacdo relativa a seguranca, higiene ¢ sauide nos locais de trabalho. 4 — A entidade empregadora deve comunicar a0 Instituto de Desenvolvimento ¢ Inspecedo das Con- digdes de Trabalho (IDICT), no prazo de 30 dias a contar do inicio da actividade dos servicos inte- empresas, os elementos referidos nas alineas a) a A) do n.° 2 do artigo 8.° 5 — As alteragdes aos elementos referidos no mimero anterior devem ser comunicadas nos 30 dias subsequentes. Artigo 8.° ta 1 — Sempre que a modalidade de organizacio adoptada seja a de servigos externos, 0 contrato N.2 75 — 29-3-1995 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 1711 celebrado entre a entidade empregadora e a enti- dade que assegura a prestacdo de servicos deve constar de documento escrito. ys a) eee Peer ceeeenee 4) O local ou locais da prestagao de servigos; ¢) Data de inicio da actividade; ) Termo da actividade, quando tenha sido fi- xado; €) Identificagdo do técnico responsavel pelo servigo e, se for pessoa diferente, do mé- dico do trabalho; A) Numero de trabalhadores potencialmente abrangidos; 8) Numero de horas mensais de afectagdo de pessoal a empresa; ‘hy Actos excluidos do ambito do contrato. 37 2) Exploragées agricolas familiares; 1) Pesca de campanha; 4) Situagdes previstas no n.° 4 do artigo 4.° 2 — Os trabalhadores abrangidos pelas situagdes previstas no ntimero anterior devem fazer prova da situacdo que Ihes confere o diteito a ser assis- tidos através das instituigées ¢ servigos integrados ‘no Servico Nacional de Saude, no ambito do pre- sente artigo, Artigo 10.° bal 1 — Os servigos previstos no artigo 7.°, com ex- cepedo dos servigos convencionados prestados por instituigdo, integrada na rede do Servigo Nacional de Satide, s6 podem exercer as funcdes de organi- zacdo das actividades de seguranca, higiene e saide no trabalho, quando para tal tenham sido autori- zados. A autorizacéo pode ser concedida para exercicio de fungdes em todos ou alguns sectores de actividade, tendo em conta o grau de satisfa- G40 dos requisitos referidos no n.° 3. 2 — As actividades a que se refere 0 niimero an- terior ndo so cumuléveis com as actividades ou operagdes reservadas aos organismos de referén- cia no &mbito do sistema portugués de qualidade, 0s quais ficam sujeitos as normas e procedimen- tos desse sistema. 3 — O pedido de autorizacao deve ser apresen- tado no Instituto de Desenvolvimento e Inspeccao das Condigdes de Trabalho, instruido com a indi- cagdo das areas de actividade em que se propée exercer fungdes, do niimero maximo de trabalha- dores potencialmente abrangidos pelos servigos ¢ com elementos informativos que demonstrem encontrar-se preenchidos, para esse efeito, os se- guintes requisitos: a) Existncia de recursos humanos suficientes ‘com as qualificages legalmente exigidas nos termos do artigo 22.°, no minimo de um médico do trabalho e ou dois técnicos superiores de higiene ¢ seguranca no tra- balho, conforme pretenda autorizacdo ape nas para actividades de satide e ou de hi giene e segurang: 4 — Sempre que ocorram alteragdes que afec- itos previstos no niimero anterior, a entidade autorizada deve comunicé-las ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecgdo das Condigdes de Trabalho, no prazo de 30 dias apds a sua ocor- réncia, para que seja decidida, se for caso disso, a alterasdo da autorizacdo concedida, quer para reduzir, quer para aumentar a capacidade de in- tervengao dos servigos. Artigo 11.° A organizagdo ¢ funcionamento dos servigos pre- vistos nos artigos 5.° ¢ 6.° deve atender aos re- quisitos definidos no n.° 3 do artigo anterior, afe- idos em relagdo ao tipo de riscos e ao mimero de trabalhadores potencialmente abrangidos pelos servicos. Artigo 13.° tel ©) Listagem das situagdes de baixa por doenca edo mimero de dias de auséncia ao traba- Iho, a ser remetida pelo servigo de pessoal €, no caso de doencas profissionais, a res- pectiva identificacao; a weno 1712 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 75 — 29-3-1995 1 — Sem prejuizo do disposto nos artigos 12.° ¢ 13.°, qualquer que seja a modalidade adoptada quanto & organizacao dos servigos de higiene, guranga e satide, deve ser assegurada a sua activi- dade regular no prdprio estabelecimento nos se- guintes termos: 4) Nas empresas industriais 0 médico do tra- balho deve assegurar uma hora por més, pelo menos, por cada grupo de 10 traba- Ihadores, ou fracco; +) Nas empresas comerciais ¢ outros locais de trabalho o médico do trabalho deve asse- gurar uma hora por més, pelo menos, por cada grupo de 20 trabathadores ou fracrdo. 2—Nenhum médico do trabalho poderd, po- rém, assegurar a vigildncia de um mimero de tr balhadores a que correspondam mais de 150 h ras de servigo por més. 3. —Nos restantes casos, a actividade dos ser- vigos de seguranca, higiene ¢ satide deve ser asse- gurada regularmente no proprio estabelecimento Pelo tempo considerado necessrio, Artigo 16.° Exames de snide 1 — Os empregadores devem promover a reali- zac de exames de saiide, tendo em vista verifi- car a aptidio fisica e psiquica do trabalhador para © exercicio da sua profisso, bem como a reper cussdo do trabalho das suas condicdes na satide do trabalhador. 2-— Sem prejuizo do disposto em legislagao es- pecial devem ser realizados os seguintes exames de sade: ® b): ou 3. — Para completar a sua observacio ¢ formu- lar uma opinido mais precisa sobre ‘0 estado de satide do trabalhador, o médico do trabalho pode solicitar exames complementares ou pareceres mé- Aigos especilizados. dee 5 s-. 6 — Nas empresas cujo mimero de trabalhado- res seja superior a 250, no mesmo estabelecimento, ‘ou estabelecimentos situados na mesma localidade ou localidades préximas, 0 médico do trabalho, na realizagdo dos exames de saiide, deve ser coadju- vado por um profissional de enfermagem com qua- lificago ou experiéncia de enfermagem do trabalho. Artigo tl 3 — Quando o trabalhador deixar de prestar ser- vigo na empresa, ser-lhe-4 entregue, a seu pedido, cépia da ficha clinica. Artigo 18.° bel 1 — Face aos resultados dos exames de admis- so, periddicos e ocasionais, o médico do trabalho deve preencher uma ficha'de aptidao e remeter uma cépia ao responsavel dos recursos humanos da empresa. No caso de inaptiddo, deve ser indi- cado que outras fungdes 0 trabalhador poderia de- sempenhar. 2a seen Artigo 22.° L As actividades técnicas dos servicos de segu- ranca, higiene ¢ saiide no trabalho devem ser exer- cidas por técnicos que tenham no minimo, uma qualificaggo técnico-profissional de nivel 3, equi- valente ao 12.° ano, especifica para a area de hi- iene, satide ¢ seguranga no trabalho, sem prejuizo de qualificagto mais elevada estabelecida na lei para determinadas actividades profissionais, no- meadamente as relativas A medicina, enfermagem ¢ outras actividades de satide, bem como a ergo- nomia, psicologia e sociologia do trabalho. Artigo 23.° Médico ¢ enfermeiro do trabalho cem as suas fungdes com independéncia técnica e em estrita obediéncia aos principios da deontolo- gia profissional. 6 — Considera-se enfermeiro do trabalho 0 en- fermeiro com o curso de estudos superiores espe- lizados de Enfermagem de Satide Publica com formacto especifiea no dominio de saude no tra- 7 — No caso de insuficiéncia comprovada de en- fermeiros do trabalho qualificados, nos termos re- feridos no ntimero anterior, poderdo ser autoriza- dos pela Direcg&o-Geral da Saude a exercer as respectivas fungdes enfermeiros com o grau de ba- charel, 08 quais, no prazo de cinco anos a contar da respectiva autorizagio, deverdo apresentar o di- ploma de estudos superiores especializados previsto no nimero anterior, sob pena de Ihes ser vedada a continuac&o do exercicio das referidas fungdes. Artigo 24.° tal 1 — O empregador elaborard relatério anual da actividade do servico de seguranca, higiene e 2 75 — 29-3-1995 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 1713 satide, que remeterd no 1.° trimestre do ano se- guinte Aquele a que respeita aos delegados conce- Ihios de satide e As delegacdes ou subdelegacdes do Instituto de Desenvolvimento ¢ Inspec¢do das Con- digdes de Trabalho da 4rea em que estd situado © local de trabalho ou, sendo este tempordrio, da rea da sede do empregador. 2- een As entidades que se encontram a prestar servi- 08 a terceiros nos dominios da seguranca, higiene ¢ satide no trabalho podem manter a actividade en- quanto aguardam a autorizacdo legal, desde que requeiram, no prazo de 120 dias a contar da en- trada em vigor do presente diploma, a autoriza- 40 prevista no artigo 10.° Artigo 28.° tal Oper 3 — A infrac¢4o ao disposto nos artigos 14.°, n.® 1 © 3, 21.° e 22.° constitui contra-ordenagdo 5 a0 disposto nos n.* 2, 4 ¢'5 do artigo 6.°, nos n.% 2 € 3 do artigo 8.°, no n.° 4 do artigo 10.°, no n.° I do artigo 24.° e nos n° 1 e 2 do artigo 25.°; ©) De 60 000$ a 120 0008, por cada trabalha- dor em relagdo ao qual se verifique a in- fracgio a0 disposto no artigo 16.°, nos n.1 € 3 do artigo 17.°, no n.° te na primeira parte do n.° 2 do artigo 18.° Artigo 30.° bel 1 — Os trabalhadores que ja exercem fungdes na rea da seguranca e higiene no trabalho sem a ha- bilitagdo ou a formacdo previstas nos artigos 21.° € 22.° s6 podem exercer fungdes de direc¢do ou técnicas mediante certificagdio de equiparacdo a0 nivel de qualificardo legalmente exigida, a reque- fer a0 Instituto de, Desenvolvimento © Inspectlo das Condigoes de Trabalho, no prazo de 60 tias a contar da entrada em vigor do presente diploma, 9.° ano de escolaridade podem obter a equipara- 40 ao nivel de qualificagdo por meio de avalia- g4o curricular, caso tenham mais de cinco anos de fungdes técnicas na area de seguranca e higiene no trabalho, ou através da frequéncia, com aprovei- tamento, de acgdes de formagdo profissional nos restantes casos. 4— 5 Artigo 31.° la Com a entrada em vigor do presente diploma legal, s40 automaticamente revogados 0 Decreto- -Lei n.° 47 511 eo Decreto n.° 47 512, ambos de 25 de Janeiro de 1967. Artigo 32.° © presente diploma entra em vigor no 1.° dia do 4.° més seguinte & data da sua publicasdo. Art, 2.° E aditado ao Decreto-Lei n.° 26/94, de 1 de Fevereiro, 0 seguinte arti Artigo 26.°-A. Regido Auténomes Nas Regides Auténomas dos Acores e da Ma- deira, as competéncias atribuidas pelo presente di- ploma ao Instituto de Desenvolvimento e Inspec- ‘gdo das Condigdes de Trabalho sdo exercidas pelos <érgaos e servigos prdprios das respectivas adminis- tragdes regionais. Aprovada em 14 de Dezembro de 1994. O Presidente da Assembleia da Repiiblica, Anténio Moreira Barbosa de Melo. Promulgada em 4 de Margo de 1995. Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendada em 9 de Marco de 1995. © Primeiro-Ministro, An/bal Anténio Cavaco Silva.

Você também pode gostar