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BH INTRODUGAO ‘A corrida é um dos esportes mais populares do mundo, sendo que, no Brasil, o nimero de praticantes vem crescendo nos titimos anos. A corrida ¢ uma atividade fisica bastente popular, com grande variedade de locais onde pode ser praticada, além de ser considerada de baixo custo, pois no ha a necessidade de equipamentos especiais para sua pratica.'? Grande parte dos adeptos da corrida busca uma melhor qualidade de vida e @ prevencdo de diversas doengas sistémicas, por meio de um melhor controle do peso corporal e da capacidade cardiovascular Existem diversos beneficios relacionados a pratica da corrida, como." diminuigo da incapacidade funcional e mottalidade. redugo de massa corporal; diminuiggo do tabagismo; redugo do risco de desenvolver diabetes melito tipo I melhora da capacidade cerdiorrespiratéria; promogao de efeitos positives na sade mental; auxilio na redugo dos fatores de risco de doengas cardiovasculares, que so lideres em causas de dbito em todo o mundo (representam um terco des ceusas de dbito), Com 0 aumento no numero de praticantes de corrida, hé uma preocupagao com as lesdes musculoesqueléticas relacionadas a corrda (LMRC), que apresentam taxas de incidéncia e/ou prevaléncia que variam entre 19 e 92,4%,'2'? dependendo da populacdo-alvo e da definigao do termo lesao musculoesqueletica utiizada.” Assim, este artigo iré abordar as principais LMRCS 208 fatores de risco relacionados. | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 |< LESOES NA.CORRIDS | & W OBJETIVOS ‘ho final da letura deste artigo, esperarse que oleitor conhega as principais LMRCs, institua as principais propostas de tratamento fisioterapéutico que possuam evidéncia cientifica atualmente; reconhega os principais fatores de risco sugeridos pela literatura para as LMRCs; empregue 0 que tem sido proposto como medida preventiva para se atenuar as lesdes em corredores; alualze-se quanto ao uso do ténis de corrida e a0 padréo de aterrissagem do pé no solo, devido importéncia que o tema tem recebido nos iltimos anos. i ESQUEMA CONCEITUAL Tendinopata do tendo patelar TTendinapatia do tard oaleineo ‘Sindrome do ecresse medial ata Fasoite plantar ‘Sindrome femeropatelar ‘Sindrome do tato lotibal Lesdes na conida aT TT + Saas (Calgado de conida e padrdo de alerissagem do pé no solo ee pH aR ar (emoeewtes Hera? W LESOES NA CORRIDA Varios estudos indicam que ha uma grande variedade de definigdes utiizadas na literatura e que elas contém diferentes estruturas e critérios para, de fato, se considerar uma leséo. “A falta de um consenso para definigo de LMRC faz os autores optarem por criar a sua propria definico, que geralmente beseia-se em trés caracteristices: I presenga de queixa fisica I necessidade de afastamento dos treinos/competicdes; 1 procura por assisténcia médica. Os autores optam por utilizar urna das trés caracteristicas ou uma combinagao das trés. Porém, considerar uma definigéo de leséo de forma que esta necessite de atencdo médica, por exemplo, pode resultar em apenas encontrar lesdes graves e predominantemente agudas, uma vez que as lesdes menos graves ou por sobrecarga podem néo ser registradas. Estudos apontam que, no Brasil, a prevaléncia de LMRC é de 22 a 85% e a incidéncia é de 31 a 50%!” Os autores deste artigo conduziram uma reviséo sistemética com o objetivo de identiicar quais as principais lesdes musculoesqueléticas entre os praticantes de corrida, Essa revisdo identificou a principais lesdes relacionadas @ pratica da corrida descritas na literatura entre os corredores em geral, que so? It sindrome do estresse medial da tibia it tendinopatia do tendo calcéneo. BF fascite plantar Apesar de diversos estudos terem investigado os fatores predisponentes para as LMRCs, até 0 momento, 0 resultado dessas pesquisas € inconclusivo.'2" Uma recente revisdo sistematica avaliou as principais LMRCs (Tabela 1), porém, dos oito estudos incluidos nessa reviséo, trés foram conduzidos apenas com ultramaratonistas, que correm volumes muito maiores, se comparados aos outros corredores. Tabela 1 et eae CR eas ee ee mS ers wel TE aii al Lesses Incidéncia(’s) Prevalencia (%) Fagot planter 450100 52atls Sindrome do tat ittbal 18291 470105 Sindrome do estresse meckal da tibia 136.0200 Tati Sindrome femoropatelar 55269 55a156 Tendinopatia do tendo caledneo 912108 62a 185 Tencinopatia do tendo patolar 55a227 63a 185 Fome: Acad deHespankl (201)? | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | 2 LESOES HA CORRIDS | $3 De acordo com esses estudos, as principais LMRCs normelmente encontradas em corredores ‘em geral foram a sindrome do estresse medial da tibia, tendinovatia do tendo calcdneo ¢ fascite plantar, Ja as principais LMRCs em uitramaratonistas foram a tendinopatia do tendo calcdneo e a sindrome femoropatelar.”* TENDINOPATIA DO TENDAO PATELAR © quadho clinico da tendinopatia do tendo patelar (também chamada de joelho do saltador) caracteriza-se por: 1§ dor antes, durante elou apos a atividade fisica; 1H dor palpacéo bem localizada na regio inferior da patela; 1& dor 20 permanecer muito tempo com 0 joetho flexionado; 1H dor para subir e descer escadas; 1m com a evolugo, pode chegar & dor em repouso e/ou notuma, que pode perturbar 0 sono Em casos avangados, pode-se encontrar um nédulo palpavel na regido inferior da patela, edema na mesma regido, hipotrofiae diminuigao da forga do missculo quadriceps femoral (principalmente do vasto medial). 0 individuo pode sentir dor no teste de agachamento, Acredita-se que a grande solicitacao do aparelho extensor, provocada durante a corrida, seja uma das causas da oresenca desse quadto clinico em coredores.2? @ O tratamento conservador pode durar de 3 meses a anos, e é realizado por 1 diminuiggo, alteragao ou afastamento da atividade fisica que esta gerando a dor (dependendo da gravidade); I crioterapia: 1m massagem de fricg8o profunda; eletroterapia 1 ullrassom terapéutico; I éiser de baixa intensidade; @ onda de choque extracorpérea; exercicios Oexercicio excéntrico (Figuras 1A.@ C) ends a fase aquda tem demonstrado efeitos excelentes na reabiltago das tendinopatias, néo demonstrando diferenga entre esse tratamento eo cinirgico.2'22 Alguns estudos demonstraram que os exercicios excéntricos promovern uma melhora na dor, assim como podem provocar uma alteragdo estrutural benéfica do tendo acometido, Essa modalidade de exercicio necessita de pacientes extremamente motivados, dispostos a realizar de 10.a 15 repetiges, 1 a 2 vezes por dia, em um periodo de 3 a 12 meses." B c Figura 1~ Exercico excéntico do tendo oatlar. AB) Realzado em degreu. C) Realzado em plano indinado. Fonte: Arquive de magens dos avives. ‘Algumas caracteristices devem ser consideredas para um melhor resultado dos exercicios excéntricos. Se a regio do tendo acometida for 2 porcdo insercional do tendo patelar, 0 exercicio deve ser realizado no nivel do solo. Quando a porgéo média for a regio acometida, ‘o exercicio deve ser realizado com o uso de um degrau (ver Figuras 1A e B). Com o objetivo de aumentar a sobrecarga especificamente no tendo patelar, o agachamento em plano inclinado pode ser uma excelente opcdo (ver Figura 1C) TENDINOPATIA DO TENDAO CALCANEO © quadro clinico da tendinopatia do tendo calcdneo caracteriza-se por dor na porgéo distal (2cm da inser¢ao no calcéneo) ou na porgao média do tendéo caledneo (2 a 6cm da inser¢o) antes, durante e/ou apés alguma atividade fisica ou a palpacdo. Em casos avancados, pode-se encontrar edema, espessamento, nddulo,rgidez matinal e dor durante as atividades de vida diaria © tratamento conservador assemelha-se ao tratamento da tendinopatia do tendéo @ patelar, com 1H diminuigdo, alteragéo ou afastamento da atividade fisica que esta gerando a dor (dependendo da grevidede); crioterapia massagem de friogdo profunda; eletroterapiay uitrassom terapéutico; ieiser de baixa intensidade; onda de choque extracorpérea; 1 exercicios excéntricos Porém, apos 6 meses de tratamento conservador, se ndo houver melhra do quadto clinico (pode ‘corer em 24 a 50% dos casos), pode ser indicado 0 procedimento cinurgico de tenotomia > | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | © LESOESNA.CORRIDA | Este consiste em “pequenos cortes” no tenddo a fim de estimular um novo e mais eficiente proceso de regeneragdo, apresentando, nesses casos, de 70 a 88% de sucesso” No tratamento da tendinopatia, tern sido discutido 0 recurso da terepia de onda de choque extracorporea. Esta consiste em uma maquina que aplca traumas mecénicos de alta energia com alta frequéncia no tendo com o objetivo de estimular um novo e mais efciente proceso de regeneracdo, porém sem a necessidade de acesso cinirgico, como na tenotomia Otimos resultados tém sido descritos, mas ha a necessidade de mais estudos que investiguem a utlizacao dese recurso. SINDROME DO ESTRESSE MEDIAL DA TIBIA Existem duas explicagées sobre a etiologia da sindrome do estresse medial da tibia (também conhecida por canelite ou shin splint) A primeira seria a contracao excessiva da musculatura do tibial posterior, séleo elou flexor longo dos dedos, o que levaria ao estresse na face posteromecial da tibiae a periostite dessa regio. A segunda seria a insuficiente capacidade de remodelacao ‘ossea causada pelo estresse persistente (repetidas vezes) na tibia’ O quadro clinico caracteriza- se por 1 dor na face posteromedial da tibia; 18 dor na poreéo média e/ou distal antes, durante e/ou apds @ atvidade fisica 18 dor difusa & palpagao; 1m 2m casos avangados, dor durante as AVDs. @ No tratamento conservador, & econselhavel: 1§ redugSo, alteraco ou parada do treinamento (dependendo da gravidede); I crioterapia: It fortelecimento e alongamento dos misculos sbleo e gastrocnémio. Enister evidéncias controversas quanto ao uso de palmilha antipronadora (palmilha com elevacao do arco longitudinal medial da planta do pe), eletroterapia e acuountura, Porém, para a prevengao dessa leséo, as palmilhas de absorgo de impacto so um dos poucos métodos que tém se mostrado promissores epresentam evidéncia ‘As Figuras 2A a C apresentam exercicios para a musculatura flexora plantar do tomozelo, = & | = A B c Figura 2 ~ Exercicos oara 2 musculature Rexora plantar co tomazelo. A+B) Progresso do exervicio de forelecimento (gnfase.no muscu sbleo). C) Alongariento (@nase no msculo séleo) Fonte: Arquio do imagens dos uioes © prognéstico da sindrome do estresse medial da tibia ainda é incerto na literatura, porém, se ndo for tratado adequadamente, pode evoluir para fratura por estresse da tibia. Se no houver melhora pelo tratamento conservador, a cirurgia pode ser indicada com o procedimento de fasciotomia e/ou raspagem do periésteo, com 70 a 92% de alivio da dor e volta @ atividade esportiva em aproximadamente 3 meses.” © ATIVIDADE 1. Afalta de um consenso para definigo de LMRC faz os autores, em geral, optarem por criar a sua propria definigdo, que geralmente baseia-se em trés caracteristcas. Quais so elas? 2. Séo lesdes relacionadas a pratica da corrida descritas na literatura entre os corredores em geral, EXCETO: ‘A)_sindrome do estresse medial da tibia, 8) tendinopatia do tendéo calcaneo, C) fescite plantar. D) sindrome do tinel do tarso. spas no nal do artigo | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | 8 LESOES NA CORRIDS | 3, Aqueixa de dor em repouso e/ou notuma, que pode perturbar 0 sono, faz parte do quadro clinico de que tipo de LMRC? 4, Sao achados encontrados em casos avancados de tendinopatia do tendéo patelar, EXCETO: A) hipotrofa e diminuigao da forga do musculo quadriceps femoral (principalmente do vasto medial) B) nédulo palpavel na regido inferior da patela C) hipopronaggo. D) edema na regido inferior da patela Ressposta no final do artigo 5. Em que consiste a terapia de onda de choque extracorpérea no tratamento da tendinopatia? 6. Paciente queixarse de dor na face posteromedial da tibia e dor durante as AVDs. Qual o provavel diagnéstico nesse caso? FASCITE PLANTAR, ‘A fascite plantar considerada, pelos profissionais da saiide, uma das lesGes mais comuns encontradas no pé, sendo representada por um processo degenerativo da fascia plantar que causa dor sob a tuberosidade medial do calcéneo durante a descarga de peso do corpo. A incapacidade da fascia de suportar cargas é descrita como o mecanismo que leva ao desenvolvimento da fascite planter. O quadro clinico caracteriza-se por dor em queimag&o no pé durante a descarga de peso, principalmente durante os primeiros passos do dia ou apés longo periodo sentado O individuo apresenta dor palpagao na regio da tuberosidade medial do calcaneo, podendo apresentar a amplitude de movimento (ADM) de dorsifexéo do tornozelo diminuida e, ainda, hipotrofia do coxim adiposo do pé. No caso dos corredores, é comum a queixa de dor no inicio da corrida, que diminui durante e piora apés 0 exercicio, Em casos avancados, pode diminuir 0 desempenho esportivo e ainda causar dor e limitagao nas AVDs 22" tratamento conservador normalmente é demorado, podendo chegar a 1 ano. E @ composto por: 1 diminuigdo, alteragéo ou pareda da atividade que gera a dor (dependendo da gravidade); 1m Orteses diurnas e notumas; it infitracao de corticosteroides; 1m alongamento da fascia plantar, que deve ser realizado de 2 a 3 vezes por dia, sendo sustentado por 3 minutos: 1 crioterapia; 1 perda de peso no caso de individuos com sobrepeso 1m onda de choque extrecorporea, Outra medida antiinflamatéria que apresenta um resultado satisfatorio na redugdo da dor e na melhora da fungdo é a realizagéo da iontoforese com dexametasona 0.4% ou acido acético 5%, porém, a melhora observada ocorre apenas por um curio periodo (2 a 4 semanas). Apés 1 ano do tratemento conservador, pode ser indicado o procedimento cirdrgico de tenotomia A ideia de alongar ou manter alongada a estrutura acometida nessa lesdo, ou sea, a fascia planter deu origem 2o uso de érteses notumas para a manutengao do alongamento (Figura 3) Figura 3~ Exernolo ve rtese nota fex\velnotretemento a fascte plantar. Fonte: Themoskis 2015)" | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2|& LESOES HA CORRIDS | 88 AAs orteses noturnas servem para prevenir 0 encurtamento da fascia plantar durante longos periodos de descanso, evitando dor nos primeiros passos do dia (20 acordar). Essas orteses devem ser consideradas no tratamento de pacientes sintomaticos com histérico de até 6 meses de durago de fascite plantar. O tempo desejado para promover um bom resultado é de 1 a 3 meses. SINDROME FEMOROPATELAR ‘A sindrome femoropatelar também pode ser encontrada na literatura como joelho do corredor, 2 apeser de alguns autores sugerirem a utiizag3o deste termo para a sindrome da banda iliotbial2* A explicagao mais aceita para a eliologia da sindrome femoropatelar é a alteragao do deslizamento patelar no sulco troclear, 0 que, diante de grandes cargas compressivas causadas pela contragao do miisculo quadriceps femoral, levaria a um aumento do estresse na aticulagdo, causando uma leséo degenerativa da cartiagem articular que reveste a superticie intema da patela. O quatro clinico caracteriza-se por: dor difusa e insidiosa anterior no joelho; dor no teste de compresséo patelar; dor para subir e/ou descer escadas, dor durante o agachamento; dor 20 movimentar o joelho depois de ficar sentado por tempo prolongado; dor na posigéo ajoelhad crepitagdo da articulaga edema e sensacdo de desiocamento da patela (teste de apreenséo pateler) musculatura do joelho e do quadril (principalmente abdutores e rotadores externos). A crioterapia e o ultressom terapéutico podem ser utiizados na fase inicial para diminuigo da dor, apesar de alguns estudos nao sustentarem a utiizagao do ultrassom. Aredugao ou modificagdo da atvidade fisica que gera a dor é parte integrante e fundamental da terapia.” Exercicios para a musculatura extensora do joelho so recomendados. @ Q tratamento conservador baseia-se em recursos analgésicos e exercicios da Alguns estudes sugerem que, para nao haver estresse de contato entre a patela e 0 sulco troclear em atividades com descarga de peso (cadeia cinética fechada), s80 recomendados exercicios com amplitude de movimento (ADM) entre 0° e 45° de flexao de joelho. Para os exercicios sem descarga de peso (cadeia cinética aberta), so recomendados exercicios com ADM a partir de 45° até 90° de fiexéo de joelho.”* Porém, estudos clinicos nao t8m demonstrado diferenca da eficacia entre programas de tratamento com base em cadeia cinética fechada ou aberta.”® Uma série de casos demonstrou que o tratamento com base na modifcagéo do padréo de aterrissagem do pé no solo de retropé para mediopé ou antepé em corredores foi eficaz na redugo de dor e melhora na fungdo.*' Apds alguns anos de tretamento conservador, pode ser indicada a cirurgia com procedimentos de debridamento patelar,liberagéo do retindculo lateral ou realinhamento do mecanismo extensor” SINDROME DO TRATO ILIOTIBIAL Asindrome do tratoiliotibial caracteriza-se por dor na regiéo lateral do joelho causada pela fricgdo da porgdo distal do tratoilotibial com o epicéndilo lateral do femur. Na fase de apoio da corrida, 0 joetho epresenta de 20° a 40° de flexo, e ADM do joetho 30° de flexdio € descrita como azona de impacto ou o momento em que ocorre a maior ficgo do trato ilitibial com o epicéndilo lateral do fémur!' O quad clinico caracteriza-se por: dora palpagdo na regio lateral do joetho; '& dor em queimacdo ou ferroada durante a atividade fisica (principalmente préximo de 30° de flexao de joelho), 1m eventual estalido na face lateral do joslho; mem casos avangados, pode haver diminuicdo do desempenho: LEMBRAR ‘As manobras de Ober e de Noble podem causar dor durante o teste fisico.“’ do trato liotbial? Na fase inicial aguda, podem ser utlizadas modalidades como a iontoforese, fonoforese e massagem com gelo, ApOs a fase aguda, pode ser realizada a massagem friccional e recomendados exercicios de alongamento para o trato ou a bande ilctibal @ Nao existem muitas evidéncias sobre as intervengées no tratamento da sindrome Catleta deve experimentar diversas formas de alongamento e definir em qual posicdo ele sente ‘que o alongamento é mais efciente. Também deve ser iniciado um programa de fortalecimento e reeducagdo muscular apés a melhora do quad clinico do atieta. As modalidades de exercicios ‘com énfase na contrac excéntrica t8m sido apontedas como eficazes no tratamento conservador da sindrome do tratoiliotibial As Figuras 4A e B mostram o alongamento do trato iliotiial em posig&o ereta e flexéo rotagdo de tronco A B Figura 4— Alargamento do tetoitoubel A) Em posi ereta.B) Car exo erotagla de tronco Fonte: Arqaivo de imagens dos aores | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | 8 Lesesia conRDA | © ATIVIDADE 7. Em relagdo a fascite plantar, analise as seguintes afirmativas | — E considerada, pelos profissionais da salide, uma das les6es mais comuns encontradas no pé. Il ~ Erepresentada por um processo degenerativo da fascia plantar que causa dor sob a tuberosidade medial do calcéneo durante a descarga de peso do corpo. Ill ~ Nocaso dos corredores, é comum a queixa de edema e a sensa¢ao de deslocamento da patela (teste de epreenséo patelar) Esta(Zo) correta(s) a(s) afirmativa(s): ) 1 ) Wel ) Fel ) 1, Well Resgosta na fal do artigo goes 8. Qual o objetivo do uso de orteses noturnas em caso de fascite plantar? 9. A queixa de dor para subir elou descer escadas e dor durante o agachamento faz parte do quadro clinico de que tipo de LMRC? 10. Relacione as colunas, considerando o tratamento das LMRCs. (1) Fascite plantar () 0 tratamento conservador normalmente & (2) Sindrome demorado, podendo cheger a 1 ano. femoropatelar (_) Na fase inicial aguda, podem ser utilizadas (3) Sindrome do trato modalidades como a iontoforese, fonoforese iliotbial massagem com gelo () Accrioterapia e o ultrassom terapéutico podem ser utlizados na fase inicial para diminui¢ao da dor, apesar de alguns estudos ndo sustentarem a ulilizagdo do ultrassom. Asequéncia correta é: A) 1-2-3 8) 1-3-2 ©) 3-2-1 D) 2-3-1 Resposta no final do etigo PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo | Volume 2 |‘ @ COMPORTAMENTO DOS CORREDORES © comportamento dos corredores, assim como suas opinides e crengas, pode ser considerado um importante fator para se alcangar a prevencao de uma lesdo. Entender esses aspectos pode set itl para a elaborago de um programa de prevencdo de les6es eficaz e auxilar, até mesmo, no tratamento de lesdes. Até o momento, existem poucos estudos na lteratura que abordam as ccrengas e opinides de corredores, mas um estudo realizado pelo grupo de pesquisa do Sao Paulo Running Injury Group (SPRunIG), do qual participam os autores deste artigo, encontrou alguns aspectos que precisam ser considerados. Segundo 0 estudo do SPRunIG, os corredores, de modo geral, tgm mostrado uma preocupagao excessiva em rela¢do a prética do alongamento e 20 uso de um ténis ideal para corrida, acreditando que esses dois fatores podem preveni-los das lesdes da corrida, mesmo que nao exista qualquer embasamento cientiico para essa crenca.*"** Os corredores mais experientes & {que ja softeram lesdes no passado tendem a apontar o treinamento como o principal causador de leso na corrida, destacando a importancia de respeitar os limites do proprio corpo. Accrenga desses corredores mais experientes parece estar embasada na experiéncia pessoal, em que eles agregam menos importancia 20s equigamentos para a pratica da corrida, quando comparados aos corredores menos expetientes. Muito pouco ainda se sabe sobre 0 ‘comportamento dos corredores, as suas crengas e as origens dessas crencas, Mais estudos esto sendo realizados para entender esse aspecto importante relacionado a prética da corrida LESOES NA CORRIDS | FATORES DE RISCO ‘Aiguns estudos ja foram realizedos com objetivo de identifcar possiveis fatores de risco de leso ‘em corredores.'* Existem dois tipos principais de fatores que podem influenciar 0 surgimento de LMRC: 0s fatores intrinsecos (ou néo modificéveis), como idade, género,fatores antropométicos, anatémicos, biomecdnicos e lesdes prévias; e os fatores extrinsecos (ou modificaveis), que 80 principalmente os relacionados as caracteristicas do treinamento.“*Entre todas as variaveis estudadas, as Unicas que apresentam forte evidéncia de que realmente sejam fatores de risco de LMRC séo a historia de lesdes prévias e a cistancia semanal percorrida, “7 Enistern duas teorias que tentam explicar 0 motivo de as lesGes prévias serem fatores de risco de eso. A primeira indica que as lesdes prévias néo tratadas ou tretadas de forma inadequada (ex, volta ao esporte antecipada) deixariam a estrutura musculoesquelética mais suscetivel a sofrer uma nova lesdo. A segunda sugere que uma leséo prévia poderia levar a alteracdes biomecénicas da corrida, provocando sobrecerya de algumas estruturas musculoesqueléticas & predispondo a uma nova leséo. Quanto é distancia semanal percorrida, a explicacdo seria que o maior volume de treino levaria a sobrecarya do sistema musculoesquelético, podendo predispor os corredores 4 LMRC."E curioso observar que os fatores biomecdnicos e anatimicos no possuem evidéncia de associaggo com © surgimento de LMRC.""* Exceto para a distncia semanal, outros fatores de treinamento de corrida no possuem forte evidéncia de serem fatores de risco de LMRC."* A influéncia dos calgados de corrida € do padréo de contatoinicial do pé no solo para o surgimento de LMRC sera discutida mais adiante neste artigo. PREVENGAO DE LESOES Ocusto coms lesdes relacionadas aatividade fsica éalto, porisso, énecessarioo desenvolvimento de estudos que tenham por finalidade desenvolver e medi a eficdcia de programas de prevengao de lesdes."" O objetivo final de um estudo que identifica fatores de risco de lesées ¢ utilizar os dados conhecidos para dar suporte teérico ao desenvolvimento de programas de prevencéo. ‘Assim, 08 fatores de risco classificados como modificaveis ganhem destaque, j& que do passiveis de alteracéo, podendo entdo diminuir a exposico do corredor a eles e a chance de desenvolver uma leséo musculoesquelética.'> Apesar de ainda ndo existirem muitos estudos que tenham verificado a eficécia de programas de prevengo de LMRC, uma revisdo sistematica sobre esse tdpico foi conduzida em 2011 e encontrou 25 estudos clinicos controlados alealorizados sobre esse tépico, com 30.252 corredores, somando 08 individuos de todos os estudos.*? Os resultados dessa revisio esto resumidos no Quadro 1 Quadro 1 Loa Ue Wy OR Wel el-1 Na oN eh ore NN et tla) (ot oo asso) See melas mer ee UC eau Exercicios de 1 Nao existe evidéncia de que exercicios de alongamento previnam LMRC. alongamento Exer de 1 Nao ha evidéncia de que um programa de exercicios com fortalecimento, condicionamento coordenapae e flexibilidade previna LMRC. Modificagao do @ Ha evidéncia limitada de que a diminuigso da duragéo e a frequéncia de treinamento treinamento de corrida possam prevenir LMRC. 1m N20 hd evidencia de que o aumento gradual (10% por semana) do volume de treinamento em corredores novatos previna LMC Palmithase orteses | @ Ha evidéncia de que a értese femoropatelar pode prevenir dor anterior no joetho em corredores 18 Hlimitada evidéncia de que a utlizacdo de érteses no celoéneo para dar maior ‘amortecimento previna dor muscular de inicio tardio nos memibros inferiores em periodos de treinamento intenso. 1§ Nao hd evidéncia de que a utiizagao de palmihas previna LMRC, assim como nao ha evidéncia de que palmilhas personalzadas sejam methores do que palmilhas pré-fabricadas (padronizadas apenas por tamanho) na prevencao de LMRC 18 Nao hd evidéncia de que palmilhas de ebsorgao de impacto sejam melhores do que palmilhas sem absoreo de impacto na prevengSo de LMRC. Tenis e melas 1m Nao hé evidéncia de que a prescrigto de calcados com base na avaliagdo da érea plantar em contato com 0 solo em bipedestragéo — e dlassifiados em arco longitudinal medial (ALM) normal ((énis de estabilidade), alto (ténis de amortecimento) e baixo (ténis de controle de movimento) — previna LMRC. 1m Nao ha evidéncia de que a utiizagao de meias com acolchoado de poliéster ‘ou meias com dupla camada previna LMRRC em comparagéo com a utilizagao de meias comuns, pracores (2011) | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo 3 | Volume 2 | $3 LESOES HA CORRIDS | ‘As Figuras 5A e B apresentam exemplos de értese femoropatelar para prevencdo da dor anterior no joelho em corredores e értese no calcéneo para dar maior amortecimento YZ @ _ Figura 5 ~ A) Ortese pare oveverao da dor anterior do jos. B) Crise (calcanhera) pare dar maior amortecimento Fonte: Varetis rtoped Sanayi (2201) "Aetrex C2073)" AAs Figuras 6A e B apresentam exemplos de palmilhas pré-fabricadas (padronizadas apenas por tamanho) e palmilhas personalizadas com o objetivo de prevengéo de LMRC. SN Figura 6 — A) Palmihe pré-ftricada B) Canfeceto de palin personalzade. Fonte: Senco Meizal (2013) "Font Po (2013) ‘As Figuras 7A € B apresentam exemplos de modelos de ténis de corrida e de meia especial de corrida Essa reviséo sistemética sobre a eficécia de programas de prevencéo de LMRC concluiu que sio necessérios mais estudos para que se possa determinar estratégias eficazes de preven¢ao de LMRC. Um estudo controlado aleatorizado foi realizado depois que a reviséo sistematica supracitada foi publicada, Esse estudo testou se um programa de pré-condicionamento com exercicios de ceminhada e saltos por 4 semanas antes da implementagéo de um programa de corrida de 9 semanas em coredores iniciantes seria eficaz na prevengao de LMRC. Os resultados desse estudo mostraram, porém, que o programa de pré-condicionamento néo foi eficaz.** Esses achados levaram os pesquisadores a formular novas teorias sobre o que poderia prevenir aLMRC, 8 que, até hoje, nenhuma intervencao pode ser considerada eficaz para tal objetivo. Assim, existe atualmente uma discussdo em torno dos estudos que controlam o padrao de aterrissagem do pé no solo € 08 calgados de corrida na prevencdo de LMC. | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | LESOES NA CORRIDS | 5 2 = 5 R ‘11. Assinale V (verdadeiro) ou F (Falso) com relago ao comportamento e as crengas dos corredores. ( ) Os corredores, de modo geral, tém mostrado uma preocupagao excessiva em relago @ pratica do alongamento e ao uso de um ténis ideal para corrida, acreditando que esses dois fatores podem preveni-los das lesdes da corrida, mesmo que nao exista qualquer embasamento cientifico para essa crenca. ( ) Os coredores mais experientes e que ja sofreram lesées no passado tendem a apontar a falta de alongamento como o princigl ceusador de lesao na corrida, ( ) Existem muitos estudos na literatura que abordam as crencas e opiniées dos corredores, especialmente em relacdo a prevengao de lesdes (_ ) Actenga dos coredores mais experientes, que ja sofreram lesdes no passado que apontam o treinamento como o principal causador de leso na corrida, parece estar embasadana exeriéncia pessoal, em que eles agregar menos importancia 205 equipamentos para a pratica da corrida, quando comparados aos corredores menos experientes, Assequéncia correta é: A) V-V-F-F 8) V-F-F-V. ©) F-V-F-V. D) F-F-V-V, Rsposta no fl do argo 12, Relacione as colunas, considerendo os fatores intrinsecos e extrinsecos que podem influenciar 0 surgimento de LMRC (1) Fatores intrinsecos (+) _Disténcia semanal percorrida, (2) Fatores extrinsecos ()_Fatores antropométricos. () Lesdes prévias Asequéncia coreta é: -1- Respasta no fal do artigo 13, Existem duas teorias que tentam explicar o motivo de as lesées prévias serem fatores de risco de lesdo, Quais séo elas? 14. Em relagao ao uso de palmilhas e orteses, considere as altemativas a seguir. | ~ Ha limitada evidéncia de que a ullizecéo de orteses no calcéneo para dar maior amortecimento previna dor muscular de inicio tardio nos membros inferiores em periodos de treinamento intenso. Il = Ha evidéncia de que palmilhas personalizadas sejam melhores do que palmilhas pré-fabricadas (padronizadas apenas por tamanho) na prevengo de LMRC. Ill = Nao ha evidéncia de que palmilhas de absoreo de impacto sejam melhores do que palmilhas sem absoredo de impacto na prevengao de LMC, Est€(40) correta(s) a(s) afirmativa(s) AL 8) Hell ©) lel D) L.llell. Resposte ro tna do argo CALGADO DE CORRIDA E PADRAO DE ATERRISSAGEM DO PE NO SOLO Desde 1970, & recomendada 2 utlizagdo de ténis de corrida com caracteristicas de elevago, pesado amortecimento na regido do calcéneo e recursos de controle do movimento da articulagao_ subtalar (Figura 8). So 08 chamados tEnis de corrida com controle de pronagdo e/ou elevagéo do calcaneo com amortecimento (PCECH, de pronation control and/or elevated cushioned hee). Figura 8 Ténis con POECH Fone: ais Grow 2013) | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 |‘& LESOES Ha cORRIDA Em geral, para os corredores que possuem o tipo de pisada neutra (ou com pronagéo normal da articulagdo subtalar durante a corrida), séo recomendados ténis de estabilidade para melhorer a establidade da ariculacdo subtalar, evitando a hiper ou hipopronagao. Para os corredores que possuem o tigo de pisada hiperpronadora s4o recomendados ténis de controle de movimento para corrigir ou evitar 0 movimento exagerado em pronagao da articulagdo subtaler. Para os corredores com tipo de pisada hipopronadora (ou supinadora) so recomendados ténis com amortecimento adicional para aumentar a absoreao de impacto, a que 0 pé € considerado mais rigido nesse tipo de pisada, perdendo a carecteristica de amortecimento. Porém, uma reviséo sistematica publicada em 2009 mostrou que, até ento, nenhum estudo havia avaliado a eficécia da utlizagdo dos ténis de estabilidade, de controle de movimento e com amortecimento adicional na prevengao de LMRC, concluindo que a prescrigdo desses ténis para prevencdo de LMRC nao era baseada em evidéncia.“ Além disso, entre 2009 e 2011, estudos controlados aleatorizados foram conduzidos e todos concluiram que os ténis PCECH ndo so efcazes na prevengdo de LMRC."="A literatura tem demonstrado diferengas em variaveis biomecénices entre individuos que correm com ténis PCECH, com ténis ou sapatilhas minimalistas ou descalgos (Figuras 9A a C) c Os tenis minimalistas s40 calgados mais flexiveis, com menos componentes de amortecimento (ou até sem nenhum amortecimento), com menos elevagéo do caleéneo (ou sem nenhuma elevacdo) € principalmente sem nenhum componente de controle da pronaggo da articulagao subtalar. A principal diferenca entre os individuos que correm com os calgados minimalistas, PCECH ou descalcos € o chamado padrao de aterrissagem do pé no solo (ou pedréo de pisada).""Existem diferentes definigdes para a classifcagao do padréo de aterrissagem do pé no solo durante a corrida de longa distancia. A definicéo mais utlizada é a que classifica os padres em trés tipos (Quadro 2) Quadro 2 Pee On aust ke kept Lua CORRIDA DE LONGA DISTANCIA Retropé ‘Quando 0 contato inicial é realizado com a parte posterior do pé. Mediopé ‘Quando as partes anteriores e posteriores do pé tocam simultaneamente o solo. Antepe | Quando a parte anterior do pé toca o solo antes da parte posterior. ‘As Figures 10A.a C apresentam exemplos do padréo de aterrissagem do pé no solo. ares deaterissagem dope (oacrOes de pisad). A) Retrope. B) Medion®. C)Antens. A fase de apoio da corrida produz dois picos de impacto verticais desde 0 momento do contato inicia! até © momento do desprendimento do pé. A aterrissagem do pé no solo, realizada com a regido do retropé, provoca um primeiro impacto de curta duracgo, também conhecido como primeiro pico de impacto passivo ou impacto transiente, que so forgas abruptas de ata magnitude ‘ransferidas para o corpo por meio do contato do caleanhar com o sol. Os corredores que possuem padrao de mediopé ou anteoé apresentam uma curva de impacto transiente muito pequena ou inexistente em comparago 20 padréo de retropé, realizando um aumento mais gradativo e uniforme da forga de reacéo do solo vertical no momento do contato inicial do pé com o solo.” A forga de impacto vertical nos corredores que adotam a estratégia de Contato iniial do pé no solo realizado com o retropé parece ser meior do que a forga de impacto produzida por individuos que apresentam o padréo de mediopé ou antepé durante a corrida ** LEMBRAR A adocdo de determinadas estratégias de aterrissagem do pé no solo pode ser responsavel por uma maior protegao do sistema musculoesquelético contra lesdes do aparelno locomotor, mas essa teoria ainda ndo esta definitvamente comprovada na literatura | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo 3 | Volume 2 |S uesesra con | Os estudos que caracterizaram a distribuicgo do padréo de aterrissagem do pé no solo em corredores verficaram que 80% dos corredores possuem 0 padréo de aterrissagem do pé no solo em retrope.”’”? Porém, esses estudos foram conduzidos com corredores de elite, que 80 mais velozes do que os corredores recreacionzis e cujo padréo de aterrissagem do pé no solo é dependente de velocidade, ou seja, corredores mais velozes tendem a apresentar maior distribuigo de padrées em antepé e mediopé.” Estudos conduzidos com corredores recreacionais verificaram que mais de 90% dos participantes apresentam o padrao de aterrissagem do pé no solo em retropé 7475 Ha uma teoria de que o surgimento e a utlizagdo dos calcados de corrida PCECH tenham levado a populagdo de corredores a adotar, com maior frequéncia, o padrao de retropé, devido a esses ténis apresentarem amortecimento e elevacdo no calcéneo, o que faciitaria sua adogao. Porém,a literatura tem descrito que o padr&o de retropé pode expor os corredores a maior risco de LMRC. Além disso, muitos profissionais afirmam aos corredores que a maneira mais apropriada para correr & com 0 padrdo de retropé. Muitos estudos ainda so necessarios na area, porém a modificagao do padréo de alemissagem do pé no solo € possivel pelo treinamento,”? sendo que @ adogdo dos padrées de mediogé e antepé apresenta resultados promissores para prevengao e tratamento das LMRCs.”” Grande parte dos estudos sobre ténis de corrida e biomecdnica da corrida existentes na literatura baseia-se apenas em corredores que possuem o padréo de aterrissagem com o retropé. Porém, recentemente alguns estudos tém proposto que o padrao de aterrissagem com a parte anterior do pé ou mediopé pode ser o padréo mais natural de comida e que esse padréo pode etenuar as forgas de impacto, £77178 ‘Aadogao do padréo de pisada com oretropé, segundo os autores, poderia ser um das responsaveis pelo aumento na incidéncia de lesdes musculoesqueléticas em corredores. Apesar de néo haver evidéncia até o momento de que o padrao de pisada como antepé possa causar uma taxa menor ou maior de lesao musculoesquelética relacionada a pratica da comida, foi recentemente observado, ‘em um estudo retrospectivo, que os corredores com um padréo de retropé apresentaram taxas mais elevadas de leso do que aqueles com padréo de mediopélantepé.” ‘As empresas fabricantes de calgados esportivos comegaram a fabricar, na década de 1970, ténis especiais para comrida, produzindo calgados com aumento da espessura da regido posterior coma intengao de melhorar o amortecimento do impacto provocado durante o contato do pé com o solo O aumento da espessura do calcanhar do ténis pode contribuir para uma adogao do padrao de pisada com o retropé.” Diversos lancamentos de ténis minimalistas para corrida foram feitos nos uitimos anos pelas principais fabricantes de material esportivo Os ténis minimalistas podem ser definidos como aqueles que ndo possuem suporte pera apoio do arco longitudinal medial do pé e nao apresentam sistema de absorcaoidistribuicgo do impacto na regi8o do calcanhar A utiizacéo desse modelo de ténis provoceria uma menor influéncia sobre a biomecéinica da corrida, permitindo que muitos corredores adotem, segundo alguns pesquisadores, um padréo de aterrissagem do pé no solo mais natural, ou seja, adotem um padréo de pisada com o mediopélantepé. Assim, & possivel dividr os ténis minimalistas em dois grupos: os modelos que apresentam uma sola com pequena espessura e que se parecem com uma luva calgada nos pés (denominados ténis minimalistas com solado fino) € os modelos que apresentam um solado mais espesso (denominedos ténis minimalistas com solado mais espesso) (Figures 114 B). A B Figura 11 ~ Do's cifrentos modales Font: Bithoay Soes (2010) Gimess Shoes mmiimatstas d'spaniveis no mercado, A) Solado fino. B) Solado espesso. 13) De certa forma, o uso dos calgados minimalistas tenta propiciar 20 coredor a protego do pé contra cortes e escoriagdes e, 20 mesmo tempo, permitir a edogdo de um padrao de pisada sem tanta influéncia do calgado utiizado. Cabe mencionar, porém, que alguns pesquisadores tém demonstrado preocupago com corredores que adotaram um novo padrao de aterrissagem do p& no solo provocado pelo uso de calgado minimalista ou pela pratica de corrida descalca Segundo esses autores, a adogdo de uma nova estratégia de padréo de aterrissagem do pé no solo poderia causar algumas lesdes musculoesqueléticas caso no haja tempo sufciente para que ‘ocorra uma adaptagao do aparelho locomotor frente ao novo padréo de aterrissagem do pé no solo. No entento, ainda fatam estudos sobre as caracteristicas biomecénices adotadas durante a corrida, utiizando os diferentes tipos de calcados propostos atualmente e sobre como fazer a lenta progresséo de um tipo de padréo para outro. oO ATIVIDADE 15. Qual das alternatives melhor descreve @ estrutura de um ténis minimalista? A) Ténis sem suporte para apoio do arco longitudinal medial do pé e sem sistema de absorgéoidistribuiggo do impacto na regido do celeanhar. 8) Téris com suporte para apoio do arco longitudinal medial do pé e com sistema de absorgéoidistribuiggo do impacto na regido do caleanhar. C) Téris sem suporte para apoio do arco longitudinal medial do pé e com sistema de absorgéoidistribuiggo do impacto na regido do caleanhar. D) Ténis com suporte para apoio do arco longitudinal medial do pé e sem sistema de absorgdoidistribuiggo do impacto na regiao do celcanher. ao fal do artigo | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo 3 | Volume 2| LESOESTVA.CORRIDA | 16, Existem evidéncias de que os ténis PCECH séo eficazes na prevencao de LMRC? Justifique sua resposta, ‘17. Qual a principal dferenga entre os individuos que correm com calcedos minimalistas, PCECH ou descalgos? 18, Relacione as colunas, considerando o padréo de aterrissagem do pé no solo durante a corida de longa distancia (1) Retropé () Quando a parte anterior do pé toca o solo antes da parte (2) Medion posterior. (3) Antepé () Quando © contato inicial é realizado com a parte posterior dope () Quando as partes anteriores e posteriores do pé tocem simuitaneamente o solo. Asequéncia coreta é A) 1-2-3 8) 2-1-3 ©) 3-1-2 D) 1-2-3 Resposta no fal do artigo Wm CASOS CLINICOS A seguir, 0 apresentados dois casos clinicos sobre lesdes na corrida CASO CLINICO 1 o Corredor com 41 anos de idade, 1,72m de altura, 70kg de massa corporal, procurou o servigo de fisioterapia com queixa principal de dor na cenela direta (sic). Durante acoleta da hist6ria da moléstia atual (HMA), o individuo relatou que é corredor recreacional e ‘que a dor iniciou ha aproximadamente 6 meses. Contou que, ha 5 anos, comecou a correr na esteira de uma academia com o objetivo de perder peso (estava com cerca de kg) e melnorer sua sate. Iniciou seu treinamento mesciando caminhada com trote, evoluindo lentamente (segundo cindividuo) para corrida com o auxilio de um profissional de educagéo fisica. Apés cerca de 2 meses, ja estava correndo 2 vezes por semana por aproximadamente 30 minutos (entre 5 e 10km por semana). Como gostou da nova atividade, comecou a treinar cada ‘vez mais e, apés cerca de 6 meses, trocou a esteira pelo parque perio de sua casa, que possui uma pista de corrida que mescla asfalto com terra batida, Nesse periodo, comegou a administrar seus treinos com planilhas de treinamento dices que pegava de amigos, na intemet e/ou em revistas de corrida. Depois de 1 ano, j& estava treinando 4 vezes por semana, sendo 3 vezes com treino de aproximadamente 40 minutos e um treino de cerca de 1h30 (cerca de 30km semanais), comecando a partcipar de provas de corrida. Apés sua terceira corrida, comegou a sentir dores leves na regido da tibia dreita e esquerda, mas com intensidade maior na direita. Esse momento coincidiu com a mudanga para um emprego que exigia maior dedicagao ‘Assim, sem consultar nenhum profissional da saiide sobre sua dor, comegou a diminuir seu treinamento até que seus treinos ficaram em uma frequéncia de 2 a 3 vezes por semana e com duracéo de 30 a 40 minutos (parou de controlar a cisténcia), deixando de participar de provas de corrida, 0 que levou a melhora da dor. Ha alguns meses, decidiu aumentar seu volume de treinamento e a partcipar novamente de provas de corrida, Passou a treinar novamente 4 vezes por semana, sendo 3 vezes por the 4 vez/por 1h30, aumentando, de forma considerdvel, seu volume de treinament, cchegando a uma média de 35km/semana, participando de 4 provas nos titimos 6 meses. ‘A dor na regiéo da tibia direita comegou novamente, aumentando ao ponto de fezé-o parar de correr devido a intensidade. O paciente refere que apenas sente dor& palpagdo (regio medial da tibia) quando néo esta correndo. Esta sem treinar ha 2 semanas. No exame fisico, nota-se dor difusa a palpagéo na regido medial da tbia direte, nBo apresentendo alteragBo no exame rediol6gico | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | 3 LESOES Ha cORRIDA 5 2 = 5 R 19. Qual a provavel lesdo musculoesquelética relacionada & corrida que o paciente do caso clinico 1 apresenta? A) Lesdo muscular do misculo tibial anterior. B) Tendinopatia do tendao do misculo tibial anterior. ©) Sindrome do estresse medial da tibia D) Tendinopatia dos tendées dos misculos soleo e flexor longo dos dedos. Respasta no fal do artigo 20, Qual das teorias a seguir tenta explicar a etiologia da lesdo musculoesquelética relacionada & corrida deste paciente? A) Contragao excessiva da musculatura do tibial posterior, sleo e/ou flexor longo dos dedos B) Estresse agudo com carga de grande intensidade, C) Leséo prévia poderia levar a alteragdes biomecénicas da corrida D) Lesdes prévias néo tratadas ou tratadas de forma inadequada deixariam a estrutura musculoesquelética mais suscetivel a sofrer uma nova leséo. Resposta no final do artigo 21, Qual o tratamento mais adequado para o paciente, que apresenta leséo musculoesquelética relacionada 4 corrida? A) Diminuigéo do treinamento, crioterepia, fortalecimento e alongamento dos misculos séleo e gastrocnémio. 8) Utlizago de palmilha antipronadora, eletroterapia e acupuntura. ©) Encaminhamento cirirgico D) Aumento das AVDs. Resposta no fnal do artigo 22, Se a lesdo do paciente nao for tratada adequadamente, qual o prognéstico dessa lesdo musculoesquelética relacionada a corrida? A) Pode evoluir para ruptura tendinosa 8) Pode evoluir para fratura por estresse C) Pode evoluir para canelite D) Pode evoluir para encurtamento do tendao caleéneo Respasta no ral do ergo CASO CLINICO 2 o Corredora recreacional, 35 anos de idade, 1,70m de altura, 62kg de massa corporal, procurou o servigo de fsioterapia com queixa de dor na regio do ceicanhar direto (sic) Durante a coleta da HMA, relatou que corre ha aproximadamente 15 anos. Depois de 5 anos correndo com suas amigas, decidiu procurar uma assessoria esportva voltada para corrida de rua Relata que corre ha 10 anos com essa assessoria esportivae, de vez em quando, participa de algumas provas de rua. Ja participou de algumas provas de 5 e 10km, de duas S20 Sivestre (15km) e de uma meia maratona, Ela néo consegue estimar exatamente ha quanto tempo sente a dor na regido posterior do caleaneo, apenas que iniciou ha mais de 1 ano Relata que nunca procurou um profissional da area da salide para ver se era algum problema, pois acteditava que a dor no era uma leso, mas sim uma dor normal do treinamento. Ha cerca de 1 ano, comecou a treinar para fazer uma maratona e, depois de 6 meses do aumento do volume de treinamento para alcangar seu objetivo, a dor voltou mais intensa do que de costume. Porém, acostumada com essa dor, até entéo passageira, ndo deu importéncia e néo comentoucom o treinador da assessoria esportiva ‘Ador nao cessou e, quando chegou préximo da inscrigo para a maratona, ela contou 0 caso para seu treinador, que @ aconselhou a ndo realizar @ prova por enquanto e procurer um médico para ver se tinhia alguma lesao. Ha 3 meses, ela procurou um ortopedista, ‘que Ihe prescreveu antiinflamaterio. Depois de 2 meses do uso do medicamento sem sucesso, 0 médico aconselhou-a a procurar um fsioterapeuta No exame fisico, foi possivel constatar dor & palpacao no tendéo calcéneo direito, que se apresenta discretamente mais espesso do que o tendo calcaneo esquerdo, dor no final da ADM durante o estiramento passivo do tendo caledneo com descarga de peso (em uum degrau) e dor no inicio da corrida, mas que, apés 5 minutos, diminui a quase zero. A ressonancia magnética que ela apresentou ao fsioterapeuta mostra sinais de alteracdo na estrutura do tendéo caledneo direito. © ATIVIDADE 23. Qual a lesdo musculoesquelética relacionada a corrida que provavelmente apaciente do caso clinico 2 apresenta? A) Fascite plantar. B) Fratura por estresse. C) Tendinopatia do tendo calcéneo, D) Leséo muscular do misculo triceps sural Resposia no nal do artigo | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | LESOES Ha cORRIDA 24, Se 0 tratamento conservador néo for eficaz para o tratamento da lesdo musculoesquelética da corredora, a cirurgia pode ser indicada. O que esse procedimento cinirgico se propde a fazer nesse caso? A) Pequenos cortes no tendao a fim de estimular um novo e mais efciente processo de regeneracéo. B) Liberago do retindculo lateral com finalidade de estimular um novo ¢ mais eficiente processo de regeneragdo ©) Raspagem do periésteo a fim de estimular um novo € mais eficiente processo de regeneracéo. D) Debridamento patelar, liberagao do retinaculo lateral ourealinhamento do mecanismo extensor a fim de estimular um novo e mais efciente processo de regeneracdo, Resposta no final do artigo m CONCLUSAO ‘Apés uma breve reviséo sobre as principais lesGes que acometem os corredores (tendinopatia do tendo patelar e do tendo do calcdneo, sindrome do estresse mecial da tibia, fascite plantar, sindrome femoropatelar e sindrome do trato iotibial), foram discutidos os principais fatores de risco para o desenvolvimento de lesdes na corrida (historia de lesdes prévias e distancia semanal percorrida). Apeser de diversos estudos terem investigado os fatores predisponentes para as lesdes musculoesqueléticas relacionadas corrida, até o momento, o resultado dessas pesquisas & inconclusive ‘As principais interveng6es utiizadas atualmente para a prevencdo de lesdes na corrida (exercicios de alongamento, exercicios de condicionamento, modificecdo do treinamento, palmilhas, érteses, ténis e meias) foram abordadas especificamente no artigo. O uso do ténis de corrida e o padréo de aterrissagem do pé no solo receberam etencéo especial devido a importéncia que o tema tem recebido nos ltimes anos. A adocdo de determinadas estratégias de aterrissagem do pé no solo pode ser responsavel por uma maior protecdo do sistema musculoesquelético contra lesdes do aparelho locomotor, porém, essa teoria ainda ndo esta definiivamente comprovada na literatura Wm RESPOSTAS AS ATIVIDADES E COMENTARIOS Atividade 2 Resposta: D Comentario: Os autores deste artigo conduziram uma reviséo sistematica com 0 objetivo de identiicar quais as principais lesdes musculoesqueléticas entre os praticantes de corrida, Essa revisio identificou as principais lesdes relacionadas a pratica da corrida descritas na literatura entre 05 corredores em geral, que séo: sindrome do estresse medial da tibia, tendinopatia do tendo calcaneo e fascite plantar Aividede 4 Resposta: C Comentario: Em casos avangados, pode-se encontrar um nédulo palpavel na regido inferior da patela, edema na mesma regiéo, hipotrofia e diminuigdo da forga do musculo quadriceps femoral (principaimente do vasto medial). © individuo pode sentir dor no teste de agacnamento, Acredita- -se que a grande solicitagao do aparelho extensor, provocada durante a corrida, seja uma das causas da presenca desse quadro clinico em corredores. Atividade 7 Resposta: C Comentario: 0 individuo apresenta dor & palpacao na regido da tuberosidade medial do calcéneo, podendo apresentar a ADM de dorsiflexdo do tomozelo diminuida e ainda hipotrofia do coxim adiposo do pé. No caso dos corredores, é comum a queixa de dor no inicio da corrida, que diminui durante e piora apbs 0 exercicio. Em casos avancados, pode diminuir 0 desempenho esportivo e ainda causar dor e limitagao nas AVDs. Aividade 10 Resposta: B Atividade 14 Resposta: B Comentario: Os corredores mais experientes e que ja sofreram lesdes no passado tendem a apontar o treinamento como o principal causador de leséo na corrida, destacando a importéncia de respeitar os limites do préprio corpo. O comportamento dos corredores, assim como suas opiniées ‘ecrengas, pode ser considerado um importante fator para se alcancar a prevencéo de uma lesdo. Entender esses aspectos pode ser uti para a elaboracao de um programa de prevengao de lesdes ceficaz e auxiliar, até mesmo, no tratamento de lesGes. Até o momento, existem poucos estudos na literatura que abordam as crengas e opinides de corredores, Atividade 12 Resposta: A Atvidede 14 Resposta: B Comentario: Ngo ha evidéncia de que a utiizacéo de palmilhas previna a LMRC, assim como nao ha evidéncia de que palmilhas personalizadas sejam melhores do que palmilhas pré-fabricadas (padronizedas apenas por tamanho) na prevencéo de LMRC. | PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPEDICA | Ciclo3 | Volume 2 | LESOES Ha cORRIDA Atividade 15 Resposta: A Comentario: A altermativa que melhor descreve a estrutura de um ténis minimalista é: ténis sem suporte para epcio do arco longitudinal medial do pé e sem sistema de absorgéoidistribuigo do impacto na regio do calcanhar. Atividade 18 Resposta: C Atividade 19 Resposta: C Comentario: © quadro do paciente do caso clinico 1 descreve um corredor com uma tipica lesao relacionada é corrda, localizada na regio medial da tibia direita e com dor difusa a palpacéo, © que descarta a possibilidade de leséo muscular (que seria uma dor pontual em uma regiéo muscular) ou tendinopatia (seria localizada em uma regio de um tendéo). Atividade 20 Resposta: A Comentario: A contragao excessiva da musculatura do tibial posterior, séleo elou flexor longo dos dedos e o estresse repelitivo e insuficiente capacidade de remodelacéo éssea séo as duas teorias mais acsitas sobre a eliologia da sindrome do estresse medial da tibia. Como essa leso 4 crénica, descarta a etiologia por um tinico evento de estresse agudo. Atividade 24 Resposta: A Comenterio: tratamento mais adequado para o paciente, que apresenta lesdo musculoesque- lética relacionada a corrida, € diminuicdo do treinamento, crioterapia, fortalecimento e alonga- mento dos musculos séleo e gastrocnémio. A utilizagao de paimilha antipronadora, eletroterapia acupuntura aoresenta evidéncias controversas no tretamento da sindrome do estresse mecial da tibia. Como inicialmente deve-se tentaro tratamento conservador, 0 encaminhamento ciirgico 1&0 é indicado neste momento. Atividade 22 Resposta: B Comentario: fratura por estresse é uma complicagao bem conhecida e que apresenta evidéncia na lteretura se a sindrome do estresse medial da tibia no for adequedamente tratada. A ruptura tendinosa é o titimo estagio de uma lesdo tendinosa. Acaneliteé outra forma de chamar a prépria sindrome do estresse medial da tibia, Atividade 23 Resposta: C Comentario: O caso descreve uma corredora com uma tipica leséo relacionada a corrida, localizada na regio do tendéo calcéneo dieito e com dor pontual & palpacdo, o que descarta a possibilidade de fascite plantar (a dor & palpagdo seria na tuberosidade medial do calcéneo) ou fratura (a descrigéo do quadro nao eponta para fretura ou lesdo muscular, pois a dor 4 palpagéo sefia em uma regio muscular e néo tendinosa). Atividade 24 Resposta: A Comentario: Pequenos cortes no tendéo a fim de estimular um novo e mais efciente processo de regeneracao descrevem corretamente o procedimento de tenotomia, Z 1 10. "1 12 13, 14 18, 16, REFERENCIAS Hespanhol Junior LC, Costa LO, Carvalho AC, Lopes AD. A description of training characteristics and its, ‘association with previous musculoskeletal injures in recreational runners. a cross-sectional study. Rev Bras Fisioter. 2012 Jan-Feb, 16(1) 46-63. 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