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Teste t para

duas amostras
pareadas
SUMÁRIO
1. Introdução....................................................................................................................3

2. Teste t pareado ...........................................................................................................5


2.1. Exemplificando ....................................................................................................7
2.1.1. Interpretando os resultados...............................................................................8
2.1.2. Determine se os resultados de teste são estatisticamente significativos ..... 9

Referências.....................................................................................................................10

Bibliografia consultada...................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO
Ao invés de observar a relação entre as variáveis, é possível se dedicar a verificação
das diferenças entre grupos participantes da pesquisa. Geralmente, em pesquisas
experimentais pode haver uma tendência à manipulação dos acontecimentos para
obtenção de inferências causais.

Se liga! Os conceitos básicos de estatísticas (como distribuição


normal, nível de significância e graus de liberdade!) precisam estar bem esta-
belecidos para que você consiga acompanhar a explicação. Se você ainda tiver
dúvidas, recomendo uma revisão antes de continuar a leitura. Temos ótimas
aulas aqui no SanarFlix!

Por exemplo, consideremos a existência de dois grupos de pessoas que, de maneira


aleatória, foram divididas em dois grupos: um grupo participará de um programa de
pílulas dietéticas e o outro de programa de pílulas de açúcar, as quais as pessoas acre-
ditam que será uma ferramenta para auxílio na perda de peso. Se o grupo que utiliza
pílulas dietéticas perder mais peso do que as que tomam pílulas de açúcar, podemos
inferir que as pílulas dietéticas foram a causa da perda de peso. Esta consiste em uma
ferramenta poderosa de pesquisa, uma vez que ultrapassa a simples observação de
variáveis e busca de relacionamentos (como na correlação e regressão).

MAPA MENTAL 1. MEDIDAS INDEPENDENTES X MEDIDAS REPETIDAS.

Medidas independentes Medidas repetidas

Os grupos são formados Os mesmos indivíduos


por indivíduos distintos formam os grupos

Comparados Comparados em dois


simultaneamente momentos distintos

Fonte: Acervo Sanar.

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Com isso, fica visível que se tratam de amostras independentes, caso os elementos
das amostras sejam provenientes de indivíduos distintos, e se tratam de amostras
pareadas/dependentes caso elementos das amostras sejam advindos dos mesmos
indivíduos ou de indivíduos pareados. Para isso ficar mais claro preste atenção no
seguinte exemplo: suponha que uma empresa farmacêutica tenha interesse de testar
a eficácia de um novo medicamento voltado para a diminuição da pressão arterial.
É possível que eles coletem dados de duas formas:

• Independente: Administre a um grupo um medicamento ativo e ao outro um


placebo inativo, e posteriormente realize uma comparação da pressão arterial
entre os grupos. Ambas as amostras seriam provavelmente independentes, uma
vez que as medições são de pessoas distintas. Saber aspectos relacionados a
distribuição dos valores na primeira amostra não ajuda você sobre a distribuição
dos valores na segunda;
• Dependente: Nesse caso, é importante que seja realizada a coleta das amostras
das pressões sanguíneas das mesmas pessoas antes e depois de receberem
uma dose. As duas amostras são dependentes porque elas são retiradas das
mesmas pessoas. Os participantes que possuam o valor máximo da arterial na
primeira amostra, certamente, possuem a pressão sanguínea mais elevada na
segunda amostra.

MAPA MENTAL 2. AMOSTRA INDEPENDENTE X AMOSTRA DEPENDENTE.

Amostra independente Amostra dependente

Grupo de pessoas com um Coleta das amostras das


medicamento ativo e grupo pressões sanguíneas dos
diferente de pessoas com participantes antes e depois
um placebo inativo de receberem uma dose.

Comparados Comparados em dois


simultaneamente momentos distintos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Agora que já aprendemos a diferença entre um teste de amostra dependente e


amostra independente, é importante frisar que existem “tipos de teste t”, porém aqui
vamos focar no teste t pareado.
O teste T consiste em um teste de hipótese da média de uma ou duas populações
distribuídas de maneira normal. O teste T pode ser de vários tipos, sendo que variam
de acordo com as diferentes situações para as quais ele é indicado, mas todos usam
uma estatística de teste que segue uma distribuição T sob a hipótese nula.

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Quadro 1. Tipos de testes t.

Teste Propósito Exemplo

Testa se a média de uma única A altura média de jogadoras de vôlei brasileiras


Teste t para 1 amostra
população é igual a um valor-alvo. é maior que 1,84 m?

Testa se a diferença entre as médias A altura média das jogadoras de vôlei brasileiras
Teste t para 2 amostras de dois grupos independentes é é significativamente diferente da altura média
igual a um valor-alvo. dos jogadores do mesmo esporte?

Se você mede a altura dos jogadores dosexo


Testa se a média das diferenças masculino antes e depois do uso de uma pílula
Teste t pareado entre grupos independentes ou para perder peso, a perda de peso média tem
pareados é igual a um valor-alvo.. nível de significância suficientepara chegar a
conclusão que a pílula funciona?

Testa se os valores dos coeficientes


Teste t na saída da As notas no vestibular constituem preditores
na equação de regressão diferem
regressão significantes das notas na universidade?
significativamente de zero.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Um aspecto relevante do teste t é a sua robustez contra suposições de norma-


lidade da população. Assim, no caso de amostras grandes, os testes T continuam
válidos mesmo quando há violação do pressuposto de normalidade. Esta proprie-
dade os torna procedimentos bastante úteis para fazer inferências sobre médias
da população. Todavia, quando o tamanho amostral é pequeno e não normal e há
distribuições altamente assimétricas, é possível que seja mais apropriado utilizar
testes não paramétricos.

2. TESTE t PAREADO

Para entender o teste T pareado, vamos partir da suposição de um estudo no qual


os participantes foram submetidos a uma dieta e tem-se o interesse em investigar se
existediferença no peso corporal antes e depois da dieta. Nesse contexto, a variável
de interesse é numérica e o objetivo é identificar se existe diferença significativa de
talvariável entre os dois grupos.
O objetivo é o mesmo que o do teste T usado na comparação de duas amostras, no
entanto, adiferença reside no fato de que no teste t pareado as amostras são depen-
dentes. No exemplo supracitado, por exemplo, um mesmo indivíduo foi pesado mais
de uma vez – antes e depois da dieta.
Assim, da mesma forma que noteste T, o teste T pareado é paramétrico, ou seja,
parte da suposição de que a variável de interesse seja normalmente distribuída.
Ou seja, um teste t pareado nada mais que é que um teste t para apenas uma amos-
tra. Observe os cálculos. Primeiro vamos supor as hipóteses a seguir.

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Quadro 2. Hipóteses nulas - Teste t pareado.

A média das diferenças na


H0: µd = µ0 população (μd) é igual à média
hipotética das diferenças (μ0)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conceito: Na maior parte das análises, um alfa de 0.05 é utilizado


como ponto de corte para significância. Caso o valor-p seja menor que 0.05, a
hipótese nula de que não existe diferença entre as médias deve ser rejeitada, e
dessa forma conclui-se que existe uma diferença significativa.

Quadro 3. Hipóteses alternativas - Teste t pareado.

A média das diferenças na população (μd) não é igual à


H1: μd ≠ μ0
média hipotética das diferenças (μ0).

A média das diferenças na população (μd) é maior que a


H1: μd > μ0
média hipotética das diferenças (μ0)

A média das diferenças na população (μd) é menor que a


H1: μd < μ0
média hipotética das diferenças (μ0).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Objetivando a garantia de que os resultados sejam válidos, considere as seguintes


diretrizes nos momentos decoletar dados, analisar e interpretar os resultados:

• Os dados devem ser contínuos, dessa forma garantindo a existência de um nú-


mero infinito de valores entre quaisquer dois valores;
• Os dados amostrais não devem ser rigorosamente assimétricos e os tamanhos
amostrais devem ser maiores do que 20; caso sejam maiores que 20 e e a dis-
tribuição subjacente for unimodal e contínua, o teste de hipótese serárealizado
de maneira adequada mesmo que os dados sejam ligeiramente assimétricos.
Caso os tamanhos amostrais sejam menores que 20, é necessário representar
graficamente os dados para analisar se existe assimetria e observações atípicas.
No contexto de os dados estarem severamente assimétricos ou contiverem várias
observações atípicas, é importante ter cuidado e ser criterioso na interpretação
dos resultados.

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Relembrando Os testes de Kolgomorov-Smirnov e Shapiro-Wilk
ssão empregados para determinar se uma amostra segue uma distribuição
normal. O teste Kolgomorov-Smirnov (KS) objetiva avaliar a distância entre uma
distribuição já conhecida e uma distribuição observada empiricamente. Em con-
trapartida, o teste Shapiro–Wilk é utilizado para testar especificamente se uma
distribuição é diferente de uma distribuição normal, não sendo uma ferramenta
interessante para testar outras distribuições.

• Você deve ter um conjunto de observações pareadas (dependentes),como por


exemplo as medições feitas do mesmo aspecto sob condições distintas: Se
existir duas amostras de observações independentes, use Teste T para duas
amostras em vez disso;
• Os dados da amostra devem ser escolhidos de maneira aleatória: Estatisticamente,
as amostras aleatórias são utilizadas para fazer generalizações ou inferências
acerca de uma população. Caso os dados não sejam coletados aleatoriamente,
os resultados obtidos podem não representar a população;
• Determine um tamanho amostral adequado: A amostra deve ser grande o sufi-
ciente para que o resultados significantes sejam obtidos.

2.1. Exemplificando
Um professor de Fisiologia quer analisar se um determinado programa de corrida
traz repercussões na frequência cardíaca em repouso. As frequências cardíacas de
20 pessoas, selecionadas aleatoriamente, foram medidas. As pessoas foram inscritas
em um programa de corrida e um ano depois suas frequências cardíacas foram no-
vamente mensuradas. Portanto, as medidas do antes e do depois para cada pessoa
são um par de observações.
O professor de Fisiologia realiza um teste t pareado para determinar se as frequên-
cias cardíacas diferem antes e depois do programa de corrida. Assim:

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1. Abra os dados amostrais;
2. Selecione Estat > Estatísticas Básicas > Teste t pareado na plataforma SPSS;
3. Na lista suspensa, selecione Cada amostra está em uma coluna;
4. Em Amostra 1, insira Antes;
5. Em Amostra 2, insira Depois;
6. Clique em OK.

2.1.1. Interpretando os resultados


De acordo com a hipótese nula a diferença média dos tempos de corrida é 0. Como
o valor de p é 0,007, valor menor que o nível de significância de 0,05, o professor deve
rejeitar a hipótese nula e dessa forma chegar a conclusão de que há uma diferença
entre as frequências cardíacas dos sujeitos de teste antes e depois do programa
de corrida.

Se liga! Observe que, como o valor p é 0,007, logo, ele é menor que
0,05. Dessa forma devemos rejeitar a hipótese nula de que não há diferença entre
as médias, concluindo dessa forma, que há uma diferença significativa.

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2.1.2. Determine se os resultados de teste são estatisticamente significativos
Para determinar se a diferença entre as médias da população tem significância
estatística, é importante comparar o valor de p com o nível de significância. De ma-
neira geral, o nível de significância ( α / alfa) de 0,05 funciona bem,indicando que o
risco de se concluir que existe uma diferença, quando, na verdade, não há é de 5%.

• Valor de p ≤ α: A diferença entre as médias é estatisticamente significativa (H0 é


rejeitada): Ocorre quando o valor de p é menor ou igual ao nível de significância,
podendoconcluir que a diferença entre as médias da população não é igual à
diferença hipotética. Caso você não especifique uma diferença hipotética, o
Minitab consegue testar se não há diferença entre as médias;
• Valor de p > α: A diferença entre as médias não é estatisticamente significativa
(não deve rejeitar H0): Caso o valor de p seja superior ao nível de significância,
não se deve rejeitar a hipótese nula, uma vez que não existem evidências plau-
síveis que levem a conclusão de que a diferença média entre as observações
pareadas é estatisticamente significativa. Tenha certeza que o teste seja sufi-
cientemente capaz de perceberuma diferença que seja significativa na prática.

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REFERÊNCIAS
1. Minitab Statistical Software. Tipos de testes t. [Internet]. [acesso em: 7 jun. 2022].
Disponível em: https://support.minitab.com/pt-br/minitab/18/help-and-how-to/statis-
tics/basic-statistics/supporting-topics/tests-of-means/types-of-t-tests/.
2. Minitab Statistical Software. Hipóteses para teste t pareado. [Internet]. [acesso em:
7 jun. 2022]. Disponível em: https://support.minitab.com/pt-br/minitab/18/help-an-
d-how-to/statistics/basic-statistics/how-to/paired-t/before-you-start/hypotheses/.
3. Minitab Statistical Software. Exemplo de Teste de Wilcoxon para 1 amostra. [Internet].
[acesso em: 7 jun. 2022]. Disponível em: https://support.minitab.com/pt-br/minitab/20/
help-and-how-to/statistics/nonparametrics/how-to/1-sample-wilcoxon/before-you-
-start/example/.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Field A. Descobrindo a estatística usando o SPSS [recurso eletrônico]. 2. ed. Trad.
Lorí Viali. Porto Alegre: Artmed, 2009.
2. Minitab Statistical Software. Realize um teste de hipótese para Teste de Wilcoxon para
1 amostra. [Internet]. [acesso em: 7 jun. 2022]. Disponível em: https://support.minitab.
com/pt-br/minitab/20/help-and-how-to/statistics/nonparametrics/how-to/1-sample-
-wilcoxon/perform-the-analysis/perform-a-hypothesis-test/.
3. Silvany Neto AM. Bioestatística sem segredos. Salvador: Edição do autor, 2008.

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