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CAPÍTULO 11 – LIDERAR COM CRIATIVIDADE, UMA COMPETÊNCIA

HUMANA

INTRODUÇÃO
"O recurso mais escasso não é petróleo, metais, ar puro, capital, mão de obra ou
tecnologia. É a nossa vontade de ouvir uns aos outros e aprender uns com os outros e
buscar a verdade em vez de procurar estar certo." - Donella Meadows (cientista ambiental,
professora e escritora co-autora do livro "Os Limites do Crescimento")

A humanidade surgiu com o próprio processo de criar para sua


sobrevivência, ou seja, as características biológicas e culturais da natureza
humana não podem ser separadas. A partir desta perspectiva entende-se ao
longo do tempo houve e há uma progressão entre os mundos internos e
externos – os indivíduos e as sociedades, a natureza e a cultura que são
modelos de sistemas vivos em interação que resultam em auto-organização.
Em termos de estrutura anatômica a natureza humana permanece
inalterada, o que tem mudado num ritmo acelerado são as condições de vida,
pautadas nos desafios e transformações do meio ambiente em constante
evolução. Assim, as exigências do ambiente levam o ser humano fazer uso de
recursos como o desenvolvimento da consciência em autoconsciência, o
pensamento primário em pensamento conceitual e a linguagem comum em
linguagem simbólica. Esta interação é fundamental para retroalimentação
progressiva, que se constitui de sequencia de ações e reações que se repetem.

O HUMANO ORGANISMO VIVO EM INTERAÇÃO

A vida, o que é? Que leis regem sua compreensão? É possível um conhecimento


científico sobre ela? Que tipo de biologia pode dar conta dos complexos processos da
organização vivente? A compreensão da vida humana é necessariamente
antropocêntrica, ou a dimensão humana da vida pode ser referida a algo para além de
sua própria humanidade? O conhecimento da vida não pode parar onde começa (ou
termina) a vida humana. A fronteira que separa o homo dos seres vivos não é natural: é
uma fronteira cultural, que não anula a vida, mas a transforma e lhe permite novos
desenvolvimentos (Morin, 1980).

Como seres humanos possuímos um aparato mental que nos capacita a


pensar, experimentar e criar diferentes formas de expressão.
O ser humano como organismo vivo é auto-organizado, capaz de manter
sua estrutura e funcionamento em consonância continua com o seu meio, ou
seja, apesar de certa independência o determinismo e o livre-arbítrio regulam o
nível de autonomia dos organismos vivos em relação ao meio ambiente.
Quanto mais complexo for o aparato físico e mental do organismo, maior será
sua autonomia em relação ao meio. Assim como maior será sua capacidade de
atuar sobre ele, modificando-o.
A auto-organização, inerente ao ser humano, constitui-se de fenômenos
dinâmicos de auto renovação e de autotranscedência. A autorrenovação é
definida como a capacidade de renovar, reciclar ou recriar os elementos
constitutivos de um organismo, a fim de não perder sua estrutura e
funcionamento global. Já a autotranscedência é a capacidade de transcender
as fronteiras estruturais e funcionais dos aparatos físicos e mentais, ampliando
com a criatividade a capacidade de atuar, por meio da aprendizagem, da
evolução e do desenvolvimento.
Destarte, o ser humano sofre certo determinismo de seu ambiente, no
entanto, o poder da liberdade de escolha permite condições de desenvolver
sua capacidade de autotranscedência que lhe permitirá ir além das fronteiras
de seu meio e limites pessoais

“.. eu sou, eu e minhas circunstancias...” (ORTEGA, 2003).

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