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Avaliação Funcional Prática (PFA)

A Avaliação Funcional Prática (PFA) ou Análise de Contingência Sintetizada por


Entrevista (IISCA) é composta de uma entrevista semiaberta, observação e análise
funcional experimental, com condições de testagem sintetizadas, que emulam o contexto
natural, possibilitando a identificação das funções do comportamento-problema de forma
prática e eficiente, e viabilizando que analistas do comportamento elaborem programas
eficazes que possibilitem mudanças significativas no comportamento-problema.

Entrevista

Foram entrevistados alguns dos terapeutas, entre eles,


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, as entrevistas ocorreram em diferentes datas entre o fim
de março e início de abril e duraram em torno de 6 horas, através da entrevista foi possível
criar hipóteses para a realização da avaliação funcional prática:
• Operação estabelecedora - Pedir que XXXXXX desligue o tablet e/ou saia do
balanço e vá fazer uma atividade em mesa;
• Comportamento-problema grave (R1) - Bater com socos, chutes e tapas e/ou
jogar coisas;
• Precursores do comportamento problema (R2) - Grunhido, resmungo olhando
para baixo, falar olhando aparentemente para o nada, gritar “medo” e/ou falar/gritar
palavrões;
• Estímulos reforçadores - Tablet com acesso a internet, violão sendo tocado
(ex: Anunciação), capinha de silicone do controle do vídeo game e balanço da sala de
fisioterapia.

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Após a entrevista foram realizadas observações de sessões gravadas para


confirmar as hipóteses para elaboração das condições sintetizadas da Avaliação Funcional,
e as informações coletadas na entrevista foram confirmadas.

Avaliação Funcional Prática

Foi realizada no dia 19 de abril e durou cerca de 17 minutos e 30 segundos.


A avaliação foi implementada por mim, Beatriz (Mestre em Análise do
Comportamento e supervisora do caso), com a presença do AT e psicólogo, XXXXXX, os
registros foram realizados posteriormente através da gravação e o controle do tempo foi
realizado por meio do timer do celular.
A PFA foi realizada na XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, que foi organizada e
alterada para diminuir riscos de lesões durante a avalição e claramente dividida em dois
ambientes, um para evocar comportamentos problemas (mesa, cadeira, lápis e atividade
acadêmica) e outro para suprimir os mesmos através de estímulos reforçadores (Tablet
com acesso à internet, violão sendo tocado pelo AT, capinha de silicone do controle do
vídeo game e balanço).
Durante a condição de acesso aos estímulos reforçadores (condição controle)
permaneci em uma posição sentada/agachada e central, orientada para o XXXXXX e
respondendo a todas as perguntas, interações sociais e iniciações. E evitei fazer perguntas,
colocar demandas sociais, emitir instruções, redirecionar comportamento, tocar em
qualquer um dos materiais ou no seu corpo quando não solicitado, oferecer escolhas ou
materiais.
A contagem da condição de controle se iniciou quando XXXXXX ficou feliz, relaxado
e engajado (HRE), ou seja, sorrindo, falando em volume adequado e manipulando os
materiais disponibilizados, o objetivo desta condição é garantir que nas condições de
acesso livre a todos os itens preferidos sem a apresentação de nenhuma solicitação ou
demanda por parte do implementador não haverá nenhuma ocorrência do comportamento-
problema.
A condição controle se iniciou 2 minutos após XXXXXX entrar na sala até mais ou
menos a metade do nono minuto, pois ao entrar na sala XXXXXX primeiramente olhou tudo,
tirou seu tênis e depois começou a sorrir e manipular o tablet e a capinha do controle, não
houve nenhuma ocorrência do comportamento nos espaços de tempo em que os estímulos
reforçadores estavam liberados livremente. XXXXXX chegou a sentar-se ao lado do

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XXXXXXX (AT) e pedir que ele tocasse o violão e em outro momento chamou o AT para se
sentar ao lado dele com o violão.
A condição de teste se iniciou após a condição de controle e diferente da anterior
nessa condição queremos demonstrar o controle em ligar e rapidamente desligar o
comportamento problema ou precursor do comportamento problema grave, através da
apresentação das operações estabelecedoras e retirando as mesmas após a emissão de
algum dos precursores ou comportamentos listados como menos graves, devolvendo os
estímulos reforçadores, aguardando XXXXXX voltar ao estado de feliz, relaxado e engajado
(HRE), esperando alguns segundos/minutos e então reapresentando a OE e voltando a
seguir todos os passos anteriores até que consigamos ligar e desligar com segurança o
comportamento menos grave pelo menos 4 vezes.
Na condição em que é colocada a OE (operação estabelecedora), a mesma foi
progredida lentamente, primeiro fiquei em pé e lentamente me aproximei do XXXXXX para
então dizer “Desligue o tablet e vamos fazer atividades na mesa”. Não foi necessário
bloquear ou retirar os itens reforçadores, pois assim que a OE foi colocada, XXXXXX
apresentou em todas as oportunidades, como podemos observar no gráfico abaixo, os
precursores, então rapidamente disse que ele poderia continuar escutando música e o
comportamento problema parou de acelerar e imediatamente XXXXXX voltou ao estado de
HRE (feliz, relaxado e engajado).

Conclusão

Na condição controle com acesso livre aos estímulos reforçadores, não houve
nenhuma ocorrência de comportamento problema, o que começa a levantar a hipótese do
comportamento problema ser mantido por eventos consequentes como item tangível e
atenção (função: reforçamento positivo social e tangível).

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Já na condição em que foi apresentada o OE, de teste, os precursores ocorreram


sempre que foi solicitado que XXXXXX deixasse seus itens preferidos e fosse para mesa
realizar uma demanda. Concluímos que o comportamento problema é mantido pela
interação das funções, ou seja, de reforçamento social negativo (evento consequente:
remoção do estímulo aversivo - demandas) e reforçamento positivo (continuar acessando
itens tangíveis reforçadores).
Sabemos que no ambiente natural muitas variáveis atuam sobre o comportamento
do XXXXXX e que seus comportamentos podem ter funções diferentes em diferentes
contextos, mas essa análise foi realizada com o intuito principal de oferecer um ambiente
seguro para o início do treino baseado em habilidades.

Recomendações

• Realização dos treinos baseados em habilidades composto por:


✓ Treino de comunicação funcional;
✓ Treino de tolerância;
✓ Treino de negação.

• Uso de estratégias antecedentes, rotina visual para dar previsibilidade e facilitar nas
transições;
• Seguir protocolo universal personalizado (em anexo);
• Avaliação de Habilidades de Linguagem Básica e Habilidades de Aprendizagem
(ABLLS-R) somente quando chegar na fase avançada do treino de negação;
• Continuar terapia comportamental.

São Paulo, XX de XXXXX de 2022.

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Beatriz Zeppelini B. de M. Nasser


Psicomotricista / Pedagoga
Mestre em Análise do Comportamento Aplicada (ABA)
Especialista em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo (ABA)

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Especialista em Educação Especial com Ênfase em D.I.


Certificada no PECS avançado (Pyramid Educational Consultants)
Curso TEACCH avançado da UNC (The University of North Carolina at Chapel Hill)
Certificada PEERS® FOR ADOLESCENTS (UCLA -University of California)
E-mail: bzeppelini@hotmail.com

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