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‘Traducto de Augusto de Campos Puras unbas no alto ar dedicando seus dni, Av Angst, sol nadie sustm, lama, “Tui sonhos vesperaisqusimador pela Fea (Que mio Tesolhe, 30 fim de. Anfort cineca ‘Stbre aras, no, salio vasio: nenhum ply, Faldo ‘bite de Hoshi sonore (Que Mestre fot haurie outtos peantos no Styx Com se nis ser do que @ Nad se honets) ‘Mas junto a gelona, 20 norte vaga, um Ouro Asoniza faves septndo 0. sddrm0, fsca ‘De"icomes, oie de fos ante'@ tsauro, hy, dfn mum num espelo embers, Que no oivido cabal do Teldngslo fina De outras cintlgdes © sépiuer sm demors, sh etn a ine certo SRR aay ae AS 200 (© DESCONHECIDO DE $I MESMO — FERNANDO PESSOA Os posts ni tém biograti, Sua cra € sua biorafia Pesoa, gue duvidon sempre da Teaidade déxe mundo, ‘provera sem vaca qe fosenesdietament 2 0s poe” tas cquccendo os ieldntes © os asiente de 900 OX {Gocia tus. Nada em sun vids € surprotndente — ada, exeto seus poemts, No creo ie 40 "230", Sigecno-now a emprogar extn antpatics on ciple {ey creo que, h far de seus poems, seu "caso" dexa de $615, "Seultgrtdo, adomat,"erd escrito om sea nome Peason quer dzse persona (pessoa) em portigué e origina ‘Sede persona necara doy stresromanos, Massa, t= Snagem de fogio, nendum: Pestoa.”‘Suaistra poderia Telusiese so trinsto ent a iridade de 302 Vida cot Giana e's realidade de suis Kopies. Bas fegdes #80 08 201 poctas Alberto Caciro, Alvaro de Campos, Ricardo Reis ¢ Sobretudo © préprio Fernando Pessoa. Assim, no ser inGtil recordar of fetos mals salentes de sua vida, com = condigao de saberse que se trata de rastros de uma sombra, (0 werdndeire Pessoa & onto. Nasce em Lisboa, em 1888. Crianga, fica dro de Pai, Sua mie volta a casar-se; em 1896 transferee, com 8 fihos, para Durban, Afvies do Sul, para onde 0. seu fegundo espduo tinha sido enviado como eGnaul de Portu- fal. Bdocacio inglésa, Pocta biinghe, a inluéncia sax6- fica seré-constante em seu pensamento © em sus obra Em 1005, quando est « ponto de ingressar na. Univers dade do Cabo, deve regressar a Portugal. Em 1907 aban dons 1 Faculdade de Letras de Lisboa ¢ insala uma Sp0- aralia. Fracass, palavra que se repeti com freqUncia fem sua. vida "Trabalha depois como. “correspondente ‘Strangeiro”, isto 6, com redator ambulante Jo carte co ‘mereiais em inglés e francés, emprégo modesto que The Gard o alimento durance thda'a sun vida, 6 verdade que carta ocasido se the entreabrom, com discrieso, a8 potas a carzera universitéria; com 0 orgulho dos timides, re cust a ofert.. Bserevi discrigao © orgulh; talver devesse tscrever fnaperEncia ¢ reaiimo: em 1932 espira so lugat de arquvist em unsa biblioteca e rechagan-no. Mas 10 hg rebeligo em sua vida: apenas uma modéstia ques stsometha dead, Depois de seu regresso da Africa nio volta a sair de Lisboa.” Peimeito vie em wma vell e888, com uma {ia solteitona e uma av6 lovea; depois eom outra tia; uma tem pporada com sua mie, outta ver viva, 0 testo, em domi bllios inceros. "VE os amigos na rua e 1o café. Bebedor ‘olitrio em tabernas e hospedarias do bairto velho. Ou {ros detalhes? Em 1916 projeta estabelecer-se como astrlo- 0.0 ocultismo tem seus nscos e-em ceria ocasizo Pesson ‘© vé envolvido em uma trama, urdida pela policia contra © mago e “satanista” inglés E. A. Crowley-Alester, de pastagem por Lisboa em busca do adeptos para a sua otdem Inistico erotica. Em 1920 enamorwse, ot juga que sim, de uma empregada do comércio; a relagdo no dura muit. “meu destino’, diz na carta de rupturt, “‘pertencs a outri Li, cuj existe sequer V. suspeita...” Nao se conhecem, juttos ambres. Huma corrente de homoseexwalismo do Toroso na Oufe Martina e na Saudagdo « Whitman, andes composigées que fazam pensar nas que, quinze anos mais tarde, escreveria 0 Garcia Lorca de Poeta en Nueva York Mas Alvaro de Campos, profisional da provocacio, no € todo Pessoa. Hi outros poetas em Pessoa. Casto, t6dss suas painGes so imagines; melhor dizendo, seu gran 202 de vicio € 8 imaginagio. Por isso no se move de su dein. E hi outro Pessoa, que neo perence nem i vida de {odor of diag nem & iertura: © Scipul, o nid. SO- {eens Pesca nada se pode nemse deve dizer. Revelagio, Sguvoco, ateangano? Tudo jf, tavex Como mes. Geum de sete soncton herméticos, Peston conhece © ale ‘Anglémano, miope,corts, “gto, vestdo de euro, sci amflancwapla eps ncaa, Iivestdor solene de coves fain, humorist. que munch vor eecrscso ngs, mventer de ton pts © do {Ruldor'Je si mesmo, ailor se paradoxos claos como & gua e como ela vertigitosos: fingr¢ conhecerse, mistete~ SS que ndo catia 0 mista, miterioso como’ ua do nella, tacturmo fentasa do meo-dia portugues, quem Epenoa? Pierre Hourcade, que 0 conbeceu 0 fim de Soa via, esteve: "Nunca, ao diapers, atevime & Stata’ ost, nha médo de velo desanecerse, dso Gono try Fagusyo ago? Morea cm 1933, om Lisbos, 42 ma colcs hepatica, Deixou das plagues de poemas ‘Sm inglé, um delgado loro de verwoe portugutses um imu che do manusertos.Airda no Toram pubicad {Bie or mas obras Sua vida pia temor que chaméca de algum mod scars emi: Lar de sro nu a Tominada em que se movem — sonspradores ot lnatcos? Hany sombras indecisas de Alvaro de Campos, Ricado iiss Formundo Pesson, Durane un insane, os Broscos fefltere do etenalo'e da posi os iuminen. De pois dc novo a obvuridade © qoas-anonimato © quast- cbridageNinguém ignorao'some de Fernando Pessoa thas povcos sabear quem & e 0 que fz. Reputagoes por Tigudes, epanholiss hispanosariencanas: "Seu nome nao me € eianho, 0 senhor € jondlgta ou dictor de. cr ema? imagine quo a Pessea nfo tho, desagradava 0 auiyoco. Antes 0! culivava."Temporades. de agtagio Tiara sguidas por peiodon de abula Se suas apargdes slo bolas © esposmddioa, laces bruscos pare aero fro» guos pngados da ileratura oficial, ea trabalho Teliro' constant,” Como tedos ox grandes premigo- fos passa a vida fazndo Tiss Se obras que munca escr- Nerds e como freqientemente occre com 08 ablicos,guan Uo sio apaiconados ¢ moginativo, para nfo expodi, pi fa ao tomarae touco, quae ie fartadlas, 8 marge do tzu grandes projos, todos os eas esreve um poeta, un argo, uma reflrio” Disperstoe temsfo. Tudo marco por um mesmo sina: éses fexor foram efctitos por ne 203 essidade, info, u fatalidade, & © que distingue um fseritor autéatico de outro que simplesmiente tem talento. Ecreve em ils ses primcitos poems, ete 1908 ¢ 1908, Natta épocs in Stn, Shao, Keats Poe, Mais tarde’ decedent vate “eubpocta portugues", Sem que 0 snt vole wu lingua mars {Embore jamais dete cerever em fngléns Sate 1912 inca da: poesia stots ¢ Go “eked” pre ponderante, Nemo ano publica sus primes cis sa ‘ovate gute, tego do “renseicto portgaee Sta Celaboragio consist em uma sre de aig sre pee 4a pottguts, E muto de Pesos io de iar sue da de Gertor come ein ero. No menoe ifaw etal de um de seus textos: Nu Floreat toate iment. O tea da alenagao da sca te ono enue reafao ou a cidade stay algo mas qe um teas Es uocia dos obra Ness an eb na Sarde vena Em 1913 conhece dois jovens que serio seus compa: ‘eros mais certos na breve aventura futursta: opinion Almada Negrciros ¢ 0 poeta Mario de 8i-Curneito.” Gutras famizades: “Armando Cértes- Rodrigues, Luis de Montalvor, José Pacheco, Presos ainda uo encanto da poesia "deceden: te", aguéles rapazes tentam ‘nitimente renova a corrente simbolisa. Pesoa inventa @ “pailismo", Ede soto, sraves de Si-Carneico que ve ef Pars € com quem mn: ‘mum correspondéneia febril, a revelagdo da grande in- surmigo moderna: Marine, "A fecundidade do Tutus: mo € inegével, embors o seu rosplondor ae tenha obscure ido dopots pelas abdicagées de seu fundador. A reper cussio do movimento fot instantines talver porque, mais fo que uma revolugio, era ur motim, “Fol a primeira fais: a, fafsca que faz pélvora voar. O foga correu de um ex- laemo @ outro, de Moscou a Lisboa, Trés grandes poeta Apollinaire, Maiskovski ¢ Pesta. "0 ano seguinter 1914, seria pata o portugués 0 ano do descobrimento ow, malt exalamente, 0 ano do nascimento: aparecem Alberta Caciro © seus discus, o futurista Alvaro de Campos e 0 neo “elisico Ricardo Reis. A imupgto, dos feterénimos, acontecimento interior, prepara 0 alo publica: a explosio de Orphcu,, Em abil Je 1915 sao primeiro némero da revista em julho, 0 stun. do ¢ tlkime. Pouce? Mais propriamente, demediado. © ‘grupo nio ers homogenes.. © proprio nome, Orphen, os: tents a marca simbolista.”"Mesmo em Sé-Carneiro, apesar de sua voléncia, os citicos portuguéses advertem pets: tenia do “decadentsme", Em Pessoa a diviao € atid: Alvaro de Campos 6 um futurist integral, mae Fernando 204 Pessoa continua sendo um posta “pads”. 0 pico re cet a revista com indignagio. Os textos de Si Gentro do: mundo: e utr, coumopelie, Rotem sens, destrrado neste nenhum lado que ts ts partes, Com. tudo, patecemse: amos eulvam o verso Ties ambos alata 0 portguty os dos no cule 0 protons io areitam cm nada, «nlp sr no que toch to simistas, amam a realidade consreta, Mo ‘mam oe os ‘emelhantes,dsprevam as dear © viv forn dy hater tim na plenitude do ser, outro em sla mais caters Poh Gio." Casio, 0 poeta inocente,€ 0 duc Pesos nko eva Ser; Campos, © dandy sina, 'é' ae peices alae So fo. Sioa impotivesposbildade vis de Pes © primeiro poems de Campos pestut ve orginal: dade enganona. A Ode Trunfal€. ta apartnia, Ue brant do Whitman dos fours, Ms, mal se cous, pare tte poema com ce que, por tes ano, esreviam 4a Franga, Risa © outros pale, percehese a dferens ‘Whitman credtava realmente no homens e nas masts; melo den, ‘cristae o home natura rt ‘ncompativel com as maguias, "Se panicamo,abasesea também a india.” A mai pate Ue ses doscondcatee no incorrem ness stabs. Alguns vis nes muguioes hows. Penso em Valery Carb art us tem mals do. gue una vmelbange om Alvaro de’ Campos’. "A attude de Latbaud: dane 2), Mocca, na $e or de, 10. A dla cin. She Mere abet HR A ot sho Matos. Taiiador, Visit dobre ao poi de en (a) Paces mse 2, tt enteto pine ae Eats, sala a ea, eagle, ‘Sse Se hae Sarai, Ca Rae, ae 212 Ja méquina € epicursta; a dos futuristas, visionécia, En- ‘eramna como'o agente. destrudor do also. humanism € claro, do homem natural. io se propem humanizar 4 maquina e sim construr uma nova especie humana methants a ela, Uma excecfo seria Malakveki e mesmo assim... A Ode Trlunfal nao € nem epicursta, nem ro. ‘mintica, nem twiunfals 6 um canto de raiva © derrote E nisto-radien a sia origialidade Uma fabrica 6 uma “paisagem tropical”, povoada de béstassignteeas ¢ leven. Formicagio afin de rode, Enbolos ¢ roldanes. “A medida que 0 rilmo mecinco s¢ pla o paraiso de ferro elstidade se transforma em sale de tortura. AS miguinas sf0 Srgioy sexuais Je dey trugdo: Campos gostaria de ser trturado, por ests he Hie rs” Eat ea vio mgs fate do ue parece © nio & apenas ma obsesgo. de Carhpon.” At ‘mdquinas so reproduc, simpliicagso © multipliagto dos processes vita. Seduzer-nos e horipilamnos porgue nox io a senagao simultinea da inaligenia 6 da nconscn: ‘a: tudo 0 que fazem fazemno em, mas nip saber © ave fazem.” Nao serdexts uma imagem do homem move ‘o? Mat as méquinas so apenas ma fae da civlzagio contemporinea. "A outra 6 a. promiscutdade soci. A Ode Trunfal termina em tm slid teantormando em ‘ole, cata, fardo, oda, Alvaro de Campos perde @ we a palavra: svn, chin rebate mates, exaa. "A palavra de Caciro evoct a unidade do’ homem, a pera oincoy de Campon, 0 ruido incoerente da hiscr,Panelstno © parsmaquinsmo, dois modo de ablir a conscincl Tabocaria& 0 poeta da contciéncin recuperada, Coe ro se pergunta, que sou? Campos, quem sou?" Do seu ‘quarto contempla «rue: autombves,tanscuntes, caso fo, tudo real 6 tado 80, t000 proto e tude distant. Em ffente, spiro de st mesmo como um Jes, engmatico « soridente como wm deus, estregando as mos como Devs Pai apse a sua horivel cago, aparece e desaparece 0 Dono da Tabacaria. Chega 4 nia caverna temple barr Esteves, 0 cespreocupado, sem metafisica, oe fala e come, tem emoyes» opines ies quar os da de fe Da soa Janel, da sua conseincia, Camper contmpla dois coitados ¢, 20 velos, vse asi mismo. Onde exis Tealiade: em nim ou em Esteves? O Dono da Tabscara Serve no responde. Poeta futurist, Campos comega por Sfimar que 1 Unica realidade 6 q sensagoy alguns anos ‘mais tarde perguntace se de mesmo fem sguma Teslidade, ‘Ao abolir a conscidncia desi, Cairo suprime a his ‘6c agora 6 a hstria que supeime Campon Vida mar Binal: tour iemos, ae tem alguns, slot posta, os 213 vagabundos, o dandy, 0 mendigo, a gentalha de 4 baixo. ‘Sua tebelifo nfo tem nada a ver com as WE de redengio ou de Justga: Nao: tudo menos ter pwsdo! Tudo menos importarsme com a humenidade!” Tudo me- ‘humanitarisme! Carapor ebela-se ‘amber contra a idéia de rebelifo.”"Néo é uma virtade moral, um sua de conscénca — 6 a coniicin de uma sensi “Ricardo Reis & paglo por convicelo; Anténio. Mors: pot inteligéncia; eu sou por rebeif, isto &, por temperamento™ ‘Sua simpatia pelos malviventes esté tingida de desprézo, mas ésse'despeézo 0 sente antes de tudo por si mesmo: Sino uma simpatia por essa gente stds, Sobre. quando. ndo merece smpati Sim, eu sou também vadio © ped "sou tambem por minha’ chip, Ser vadio-e paling nfo € set vio © pein: B estar ao fo da escala socal, 2 io ser adaptive is normas da vie, AAsinonmas reas ou scliments da ide — ‘Nfo'ver fois do Supreme, Nio ser pobre's vier, opera Nio ser docnte'de uma dog ‘io ter sedento da justica ou capo, de’ cavalara, Nie st afin, tele pesos toch on novelas es fartam de eras porque tem razor chore irimas Ese revoltam conta a vdh social poraue tem vazie pars (is ‘por Sua vadiagem ¢ mendicineia no dependem de-nenhuma ‘ircunstinca; so irremediéveis © sem redencio. Ser vadio assim 6 ser isolado na alma, E mais adiantc, com est brutalidade que excandalizava a Pesoa (Glemesino): Nem tenho a defesa de poder ter opinides socias (.-) Sou licido, (...) Nada de estéticas com conapi: ow lide, Merdal Sou ticido A consciéncia do desttro & uma nota constante da Poesia moderna, hi um século e meio, Gérard de Nerval finge-se principe de Aquitinia, Alvaro de Campos escolhe { méscara do vadio, A transigéo é reveladora, Trovador ou ‘mendigo, que oculta essa méscara? "Nada, talvez. 0 posts 6 a conscincia de sun irealidade histrica, $6 que se esta conscigacia se retira de histéria, a sociedade afunda-e em sun prépria opacidade, toma-ie Esteves ou 0 Dono da TTabacaria. ‘Nao faltaré quem dign que a atitude de Campos rio 6 “postive”. "Ante criticas semelhantes, Cassis Mon teiro respondia: ““A obra de Pessoa realmente & uma obra negativa, io serve de modélo, néo ensina a governar nem ae a pvrndn._Sreettinente pr ocr: pre india on wpe Cosas ash Cir, i a genous eoterem tine pares A guaa re ie poe com's perks onda” ier nos flies Ste gobs ences ee Rak Em eri am como Campor um, agabunis, ‘Soa crm um fot’ © uote flo én mitra de eitamo epciamo, "A foe 9 epi, Tose t culos fous nediadeon "Sb gol © ex? “bic na nlp, gr dru Sates chev pore cate delineate Comper ere ‘Sta na ogni prs or. Fess qo ao hin, se amigo Rae le peer ss ‘Sie om,» fig do tor ay ts fe Lil Bevade Ret to Nome Yaad ds dee, Bale. orem emo de as mec, por profi me tapas atte al cone 18s Fags cs porte ie por sgl, Rt fra (gor atc, mar nim home 6 pu ec Kavi eum spe iemporl” Goran anges ‘etme qu nu lo oe en tne Sa, ‘Socio ema anon” Nib¢ cr, sn pe at eset tas i nn ne; maria ena dios cure mea ‘sigs qe mmo tora in un sng (Oestoiclimo de Reis € una manera. de ndo estar ne mundo 28 dear dee eter poet ten seas seria aon Progra uae foulo 60 esata do soa contonpirc, "Nao odin ite ao gp shores orcas ape fe ges ‘xcs Garcon, und pera Jes mi Geet ery fo tlna hs ns thar Onerddee uO Re ¢ Fao aod, he ‘Sos » ni anton subnet 9 temple “5 foe Re wie « onsen, come to oO att cle Nee eons a a Sheer mais do-que a famiaridade com os origina Tae SESS ages ol n't mt do Sel ho’ islan ‘ete Ano eer tua pa 9 Ings. Asoo esp ute Pon: Ch aimale) G Rae, LR dinaS Petts, “eeweio' Cote Romtwe, i, CR a as nal, es ae, SL eee, Sirens ure Slant tthe, "Slee AE tare ae Campos Se nos ase be Cao's Cama as 1p exeva mal 0 prtguts, Campos rzobvennte mas com laps como dizer “eu prépio” em ver de "eu, mes ‘m0, ele, Reis melhor do. que ety mas com en puraina ae nets erga.’ © eagbo snl & Ca Por convertoae por um movimento de contadgao muito ‘natural, na precisio exagerada de Reis. ie Nem a forma nem a flsofia defendem a Reis: de- feadem a um fantasma, ‘A verdade € que‘Reds tenpouss tite © Bevo sabe. Lisio, com uma lider mais pons, trante que'a exasprada de‘Campos, contmplane, Nio sei de quem recordo meu passado Que ovirem fur quando 0 fr nem me eonheso ‘Como sentindo. com minha. aims’ aquele Alma que sentir lembro De dia» outro nos desamparamos, [Nada de! verdadlro annoy une, — Somos quem somos, e quem fomot fo (Cosa vista por den, ebro cm gue Rei = pede 6 0 de i mesmo. A rirada interior do posta, algo muito datinto de inospec: $0, aproxima-o de Pesca." Embora ambos sem mos formas fiat, nfo of une’ o tracicionalismo, porque pe, {cncem a tnidgbes diferentes, Uncen 0 semiasero ay {empo — no como algo que pasta dante Ge née ¢ sim somo slgo que se toma nés mesmor. Press no fasante {Caczo © Campos atrmam do um 86 glpe 0 ter 8 ate, Gis de ser,"‘Reis e Pestoa pordeme nos denpenide de seu penssmnento, encontramse em algum iagulo ese funds consigo mesmos,abragam una sombra, 0 penta no é a expressio do ser e sim a comemoragto dees a, ‘mento de fusio.” Monumenta vaaio: ‘Pensa eifen oo templo 20 desconkecio; Reis, mais sdbro, estore. in epigrama. que € também un eptii Neume tudo a sorte, menos va et, 'tlco sem deze, Na sentengt gravada do. Destino (Quero gozar at Tetras Ara Campos stv wn fede Rear Ret: Odo 4 mens porque ¢ une nese Baas panes Sak eae aplicar-se a Pesos, com a condigéo. “20 ni senfundirsementira com imagssio os erties ‘eis "A poeta de Reis € piece simples sono on Stent inenr; «de Panoe rac me Ica. Complero« vito, howeae em deta dc 4 pron. a posi em potgidre poeta om nls Rh 216 ‘squecer, por insignficantes, os poomas franceses). Os seritos em prosa, ainda nfo publicados inteiramente, per dem dividirse em dias grandes categorise: os ssinados tom © seu nome e os de seus paeidOnima, principalmen- te-0 bardo de Teive, arstoerata em decadéncia e Bernardo Soares, "empregada’ de comércio”, "Em vatan passagens Pessoa sublinha que no sao heterOnimos: “ambos ese vem com. um estilo que, bom ou mau, €-0 meu”. NEO é indispensivel deterse os pocmas ingldses; seu interés S'literirio e psicoldpico mas nfo acrescentam muito, Dare ‘come, & poesia inglésa, A obra podtica em portugues, de de 1902 até 1933, compreende Mensagem, a poesia lies © 0s poemas dramiticos, ‘Bales times, a’meu joizo, tm lum valor & margem. Mas ainda pondo-or de Jado, resta uma obra podtica exten, Primetra diferenca: 0s heterbnimos escrevem em uma 46 diregao e-em uma 86 corrente temporal; Pessoa bifur~ fee como um delta e cada um de seus bragas now oferece ‘imagem, as imagens, de um momento, “A poesia Hic ra: mificarse em Mensagem, o Cancioneiro (com of inéditos © slispersos) 0s poemés.herméticos, Como” sempre, lassficapdo nfo Corresponde realidade,Cancioneiro 6 tim livo simbolistae est impregnado de hermetismo, em bora 0 pocta nfo recorra expressamente is imagens da Aigo oculta, " Mensagem &, sobretudo, um livro de herd ica —e a berdldiea € uma parte de slquimia Eatin, of poctas herméticos sio, por sua forma e esptio, simbolis fas; nfo € necessirio sof um “iniclado” para penetra néles nem sua compreensio poética exige conhecimentos espe ciais. Esses poemas, como o resto de sua obra, pedem antes luma_compreensao spiritual, a mais alta e diff, Saber {que Rimbaud se interestou ‘pele cabal e que ientificou Poesia e alquimia 6 dtl e nos aproxima de sua obra; para Penetrila realmente, contudo, tos & necessrio algo mals algo menos, Pessoa definia fate algo déste modo: simpa tia; intuigdo; inteligéneia; compreensio , 0 mals dif, raga. ‘Talvez parega excessiva esta enuméragio, "NEO ve" jo como, sem estas cinco condigdes, poses lerse deveras ‘Baudelaite, Coleridge ou Yeats.” Em’ todo caso, a8 lft culdades da poesia de Pessoa slo menoret da que as de Holderlin, Nerval, Mallarmé..." Em) todos os poctas da tradigio moderna’ a” poesia 6 um sistama de simbolos analogias peralelo 20 das cicias hermétcas, Paralelo mas hio idéntico: © pooma 6 una conselagéo de signos pow suidores de luz prépria ‘Pessoa concebeu Mensagem como um ritual: o seja, ‘como um livro esotérico.” Levando-se em conta perio” fo extern, esta € 0 sua obra mals completa, Mas & um livre fabricado, com o que nfo quero dizer que sea insin- 217 ro sim que nasccu das especies mio das intlgbes do poeta. primeira vista-¢ um hino ts gloss de Por tugale ina proteia dum novo imperio (6 Quito), ave ‘io srk mato sim eopntual; seus domiain ese der mais alm do espa e do tempo hstrcos (um lett meseano recordainedatamente frag eoumica de Vat eoncelos). Olio € ua galeria do persnagens hin ose legendéros, deslocador de sun wealidade tradicional « transformads om slogorias de outta tadigao de uta fealdade, "Taves sem plena consténcia do. gus, fade, Besson volatzt 2 Hstra de Porat ee se Ig, are senla outa, poramente epiitias que sua negate, O cardter exotrico de Mentagem nos proibe leo cons un simples poema patisic, tal como devjtiam alguns c- tios offs. HA que torscentar gue 0 seu sisbolimno tio o redime. Para que os simbaos 0 ssjm efetvamente €-necessiio que deizam Je simboiar, que se fornem sen sively craturas vives © io enblemas Ge tusei Com fm tdde ‘obra ‘na qual intervém masa vontade to que’ inspirato, poucos io on poemas de Mensagem gue Ses ‘gam Qsse extado de graca que distingve poesia da bela Hiteratura. "Mas esses pouces vivem no mesmo espigo ico dos melhores poemas do. Cancioneir, a0 lado. de alguns dos sonetos herméicos. imposrvel defini em que consiste ése espago; para mim é 0 da poesia propriamen- te its, territéno real, tangivel e que owtra luz ‘lumina, Nio importa que sejam poucos. “Gottfried Benn. dizia ‘Ninguérs, nem os mais ates pootas de nosso tempo, deixou ‘mais do que olto a dez pocsias perflias...”" Para sels Dpocmas, tinta ou cinglenta anos de ascetiino, de sori. ‘mento, de combate! © Gencionairo: raundo de poucos séres © muitas som bras, Falta‘a'mulher,.o sol central. Sem mulher, 0 Uni vero sensvel se desvanece, nio hé nem terra firme, nem gua, nem encamagao do impalpével. Faltem or prazeres terrieis. Falta a paicio, ésse amor que & desejo de um ser Gnico, qualquer que ssja. HA um vago sentimento. de fraternidade com a natureza: vores, muvens;pedras, tudo fugitivo, tudo suspenso em um vazio temporal,” Iealidade das cols, reflexo de nossa. irealidade, Ha negagio, ‘eansago e esconslo, No Livro do Desassosségo, do qu ‘6 se conhecem fragmentos, Pessoa descreve su pasagem ‘moral: pertengo a uma geragio que nasceu sem f& no eris- tianismo e que deixou de tia em todas as outras creagat; no. fomos entusiastas da igualdade social, dabelera o1 do progress; nfo buscamos em orientes e ccidentes outras formas religiosas (“cada civlzaeao tem una flag com a religdo que a representa: a0 perder 2 nossa, perdemes das"); alguns entre nés se dedicaram 2 conguita. do 218 cotiiano; outros, de melhor estirpe, abstiveram-se da coisa pblica, nada querendo e nada desejando; outros se_en- fregaram ao eulto da confusio e do ruldo: julgavam viver quando’ se cuvian, julgavam amar quando se chocavart Contra as exterioridades do amor: outros, Raga do. Fim, limite espitual da Hora Mort, vivemos em es. contentamento ¢ desconsblo'*." Bite retrato no é 0 de Pessoa mas sim 0 fundo sGbre'o qual se destaca sus figura com 9 qual as vézes se confunde, Limite espritual di Hara Morta: 0 poota € um homem vazio que, em sou de- famparo, ctia um mundo para descobrir sin verdadeira ‘dentidade."Téda a obra de Pesson 6 busca da Weatidade perdida "Em um dos seus poemas mais ctados diz que © poeta 4 um fingidor (gue). finge 180 completamente!" gue ‘hepa a finigir que dor / dor que deveras sente. “AO tizer a verdade, mente; 20 mentic, le a diz. N&o estamos Mianie de uma estéica, mas dianie de um ato de-T6. A Poesia € a revelagHo dc sua irrealidade Entre o liar e 2 folagem Ente 9 soutao e 0 voredo, Ente 9 Ser noite © hiver aragem Passa tm seated Segue.o minha sma oa. pasagem, se que passa, & Pessoa ou é outro? A pergunta se repete ‘ao longo dos anos e dos poemas. Nem seqer sabe so 0 ‘Que escreve 6 seu. Methar dizendo, sabe que, emborn © fej, nfo 0 €: “por que, enganao, julgo que € meu.o que Emel” A busca do cu — perdida e encontrado e tornado 4 perder — termine no asco: "Nauwea, vontade de nad exist por no morrer ‘Apenas dessa perypectiva podesse perceber a. signif: cagéo Eabal dos heleronimos. So\uma invengio. Merdtia fe ma nevessidade poicolopica, mas sio algo mais, De etto modo #0 0 que Pessoa teria podido ou deseo ser; de outro, mais profundo, 0 que ndo quis ser: uma perso- hnalidade, "No primeiro movimento, fazem tabula rasa do ‘deaismo © dat conviegdes intelectuas de seu. autor; no segundo, mostram que & sugese inocene, a prac paDli ea ermida filosfiea slo lusbes. "O instante € inabitivel como 0 futuro e o estocismo é um remedio que mata, no entanto, a destruigéo do ety pois iso € 0 gue so o= heterOnimos, provoca uma fertlidade secreta. © verda- feito deserto 6 0 eu e ndo 6 porque nos encerra em nés tg heat Vie of ante So ro Basan 219 set lg ta eo om ft he le tf te Re Sans ge se inhale, ne baer cedar tated ap es far ie rs Se pe nec Shicatets mat alewek Sea ‘oh Sec eae ae ga oS ge Shaanti eye pa ta nants a coe Rain as tee am no Sa ot aes an ee act nae Bae teeta Be oh ce Ste aa Sees i eitgter fate em roe a massed ete sptb toe Boot ane cia fSlbat 2 movem, ‘Mo diseram nada ere 4a tarde "Tudo eaté incl, em eapera © peer ae ue no tem ientidae. "Como cua crus, ure aoe guise reas, como ests vores suspen ha hon on bém pare de xi mesmo, Endo aparece 6 outer eee 9 verdad Pewsoa Nunca aparecerd: no ng Oe parece, iasinua-e, 0 outro, 0 due nto tem nome, Oe nto se dio. que howas pobres Palavras Tee Se Bostia? Nao: poesia €0 que fw e nos comes chat citoci da sundncia. Bde nv, quase Inparcenivel toh Tumor de algo: "Pesos ou a imiaGhen de Sensei Patis, 1961 20 ANDRE BRETON OU A BUSCA DO INICIO. ee ee Sea ena erat Spe oe eet eae ee oe eee ee Se See ee ae Sgn ’gae pa! tpl nti Re Die a eee ees ee Ss ee eS ene Seen ee eee Sn eee rss aes amen ae PN eee ae eee re ean ees 221

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