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Diário da República, 1.ª série — N.

º 176 — 13 de setembro de 2016 3159

Artigo 13.º Sendo o diploma de técnico superior profissional um


Casos omissos
diploma de ensino superior, as normas que o passarão a
reger são integradas no diploma regulador do regime jurí-
Nos casos omissos aplica-se, com as necessárias adap- dico dos graus e diplomas de ensino superior, o Decreto-Lei
tações, o Regimento da Assembleia da República. n.º 74/2006, de 24 de março, alterado e republicado pelo
Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto.
Artigo 14.º De entre as alterações agora aprovadas destacam-se:
Entrada em vigor a) A supressão da possibilidade de acesso aos cursos
técnicos superiores profissionais por estudantes que tinham
O presente regulamento entra em vigor imediatamente apenas o 11.º ano de escolaridade;
após a sua aprovação pela Comissão Permanente. b) A alteração das regras que regulam a organização
Aprovada em 8 de setembro de 2016. curricular dos cursos, tendo em vista, designadamente,
desenvolver e estimular a componente de investigação
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo baseada na prática, nomeadamente sob a forma de pro-
Ferro Rodrigues. jeto, e permitir que o estágio, que terá uma duração nunca
inferior a um semestre, possa ser repartido ao longo do
curso e não tenha que estar rigidamente localizado no
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR último semestre;
c) A alteração das regras de criação de redes entre ins-
titutos politécnicos e escolas que ministram cursos de
Decreto-Lei n.º 63/2016 ensino profissional de nível secundário, que deixa de ficar
de 13 de setembro dependente de um complexo processo que culminava numa
autorização ministerial e passa para a competência das
Na reunião realizada em 2005, em Bergen, os ministros instituições envolvidas;
do ensino superior dos estados aderentes ao Processo de d) A recomposição da comissão de acompanhamento
Bolonha aprovaram o quadro de qualificações a adotar dos cursos, órgão com funções relevantes na definição
no espaço europeu do ensino superior, organizado em dos critérios de autorização de funcionamento dos cursos
três ciclos, bem como os objetivos genéricos a atingir em e da sua avaliação, comissão de que passou a fazer parte
cada um deles. um representante das associações de estudantes do ensino
O documento «A Framework for Qualifications of the superior e que integra, para além do diretor-geral do en-
European Higher Education Area», elaborado, em feve- sino superior, que a coordena, representantes do Conselho
reiro de 2005, pelo «Bologna Working Group on Qualifi- de Reitores das Universidades Portuguesas, do Conselho
cations Frameworks» previa, igualmente, a existência de Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, da
um ciclo curto integrado no primeiro ciclo ou a ele ligado, Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado, e da
e estabelecia os objetivos genéricos que deveria atingir. Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
A Lei n.º 49/2005, de 30 de agosto, aprovou um con-
junto de alterações à Lei de Bases do Sistema Educativo Na oportunidade, acolheram-se algumas propostas for-
(LBSE) visando dar concretização ao até então acordado muladas no processo de audição no sentido de aperfeiçoar
no âmbito do Processo de Bolonha. algumas das normas do regime jurídico dos graus e diplo-
O Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado e mas, em particular:
republicado pelo Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto, a) A clarificação do regime aplicável aos cursos em
aprovado na sequência da Lei n.º 49/2005, de 30 de agosto, associação e à atribuição de graus e sua titulação neste
regulou o sistema de três ciclos e, suportado pelo n.º 2 do contexto;
artigo 15.º da LBSE, previu, desde logo, a concretização b) A alteração das regras aplicáveis ao funcionamento
de um ciclo curto de ensino superior dentro do primeiro dos júris para a atribuição dos graus de mestre e de doutor
ciclo, através da possibilidade de atribuição de um diploma no que se refere à participação dos orientadores;
pela realização de parte de um curso de licenciatura não c) O alargamento da possibilidade de adoção da telecon-
inferior a 120 créditos. ferência no quadro das reuniões dos júris de doutoramento
A criação dos cursos técnicos superiores profissionais, e da realização da respetiva prova pública;
que visou dar concretização aos objetivos visados pelos d) O aperfeiçoamento de alguns dos preceitos relaciona-
ciclos curtos de ensino superior ligados aos primeiros dos com a creditação de qualificações, à luz da experiência
ciclos, no quadro do n.º 1 do artigo 15.º da LBSE, teve da sua aplicação.
lugar em 2014. O diploma que os regula, o Decreto-Lei
n.º 43/2014, de 18 de março, apresenta, porém, caraterísti- Procede-se, ainda, a um pequeno conjunto de ajustes de
cas que não se compaginam nem com a natureza e vocação natureza técnica e terminológica, indispensáveis para ga-
de um curso de ensino superior, nem com a autonomia das rantir a coerência interna do diploma após a integração das
instituições que os ministram, o que importa modificar. novas normas e à sua coerência externa com as disposições
Assim, através do presente decreto-lei, e em consonân- da Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro (Regime jurídico
cia com a opinião que vinha sendo manifestada pelo Con- das instituições de ensino superior) e com a terminologia
selho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, nesta adotada.
procede-se à alteração das normas legais que regulam os Tendo em vista um entrosamento mais perfeito da fileira
cursos técnicos superiores profissionais a fim de criar as das formações profissionais e o afastamento de barreiras
condições para que desempenhem plenamente o papel dos artificiais à progressão de estudos, e no quadro do disposto
ciclos curtos de ensino superior associados aos primeiros nos artigos 15.º e 16.º da LBSE, altera-se o Decreto-Lei
ciclos (licenciaturas). n.º 113/2014, de 16 de julho, que regula os concursos es-
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peciais de acesso e ingresso no ensino superior, atribuindo Artigo 3.º


às instituições de ensino superior politécnico a fixação das
Alteração ao Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março
regras de admissão nos cursos de licenciatura dos titulares
de formações pós-secundárias não superiores e de diplomas Os artigos 1.º, 3.º, 4.º, 12.º, 14.º, 16.º, 22.º, 24.º, 26.º,
de técnico superior profissional. 27.º, 30.º, 34.º, 36.º, 38.º, 41.º, 42.º, 43.º, 45.º, 45.º-B,
Finalmente, atualiza-se o Decreto-Lei n.º 64/2006, de 46.º-A, 48.º, 49.º, 50.º, 51.º, 54.º-A, 57.º, 59.º, 60.º e 75.º
21 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 113/2014, de do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado e
16 de julho, que regula as provas especialmente adequadas republicado pelo Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto,
destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do passam a ter a seguinte redação:
ensino superior dos maiores de 23 anos.
Foram ouvidos o Conselho de Reitores das Universida- «Artigo 1.º
des Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Institutos
Superiores Politécnicos, a Associação Portuguesa do En- [...]
sino Superior Privado e as associações de estudantes. O presente decreto-lei aprova o regime jurídico
Assim: dos graus e diplomas do ensino superior, em desen-
No desenvolvimento do regime jurídico estabele- volvimento do disposto nos artigos 13.º a 15.º da Lei
cido pela Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada n.º 46/86, de 14 de outubro (Lei de Bases do Sistema
pela Lei n.º 46/86, de 14 de outubro, alterada pelas Leis Educativo), alterada pelas Leis n.os 115/97, de 19 de se-
n.os 115/97, de 19 de setembro, 49/2005, de 30 de agosto, tembro, 49/2005, de 30 de agosto, e 85/2009, de 27 de
e 85/2009, de 27 de agosto, e nos termos da alínea c) do agosto, e no n.º 4 do artigo 16.º da Lei n.º 37/2003, de
n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta
22 de agosto (estabelece as bases do financiamento do
o seguinte:
ensino superior), alterada pelas Leis n.os 49/2005, de
Artigo 1.º 30 de agosto, e 62/2007, de 10 de setembro.
Objeto
Artigo 3.º
O presente decreto-lei procede à:
[...]
a) Segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 64/2006,
de 21 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 113/2014, [...]:
de 16 de julho, que regula as provas especialmente ade- a) [...]
quadas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência b) [...]
do ensino superior dos maiores de 23 anos;
b) Quarta alteração ao Decreto-Lei n.º 74/2006, de i) Obter um determinado grau académico ou o diploma
24 de março, alterado e republicado pelo Decreto-Lei de técnico superior profissional;
n.º 115/2013, de 7 de agosto, que aprova o regime jurí- ii) [...]
dico dos graus e diplomas do ensino superior, procedendo iii) [...]
à integração neste das normas referentes ao diploma de
técnico superior profissional; c) [...]
c) Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 113/2014, de d) ‘Crédito’ a unidade de medida do trabalho do estu-
16 de julho, que regula os concursos especiais para acesso dante sob todas as suas formas, designadamente sessões
e ingresso no ensino superior. de ensino de natureza coletiva, sessões de orientação
pessoal de tipo tutorial, estágios, projetos, trabalhos no
Artigo 2.º terreno, estudo e avaliação, nos termos do Decreto-Lei
Alteração ao Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de março n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-
-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho;
Os artigos 3.º e 13.º do Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 e) [...]
de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 113/2014, de 16 f) ‘Condições de ingresso’ as condições específicas
de julho, passam a ter a seguinte redação: que devem ser satisfeitas para requerer a admissão a um
ciclo de estudos concreto numa determinada instituição
«Artigo 3.º de ensino superior;
Objeto das provas g) [...]
h) [...]
As provas visam avaliar a capacidade para a frequên-
i) [...]
cia de um curso técnico superior profissional, de um ciclo
de estudos de licenciatura ou de um ciclo de estudos j) [...]
integrado de mestrado. k) [...]
l) [...]
Artigo 13.º m) ‘Horas de contacto’ o tempo em horas utilizado
em sessões presenciais de ensino de natureza coletiva,
Creditação designadamente em salas de aula, laboratórios ou traba-
As instituições de ensino superior podem, nos termos lhos de campo, e em sessões presenciais de orientação
fixados pelo Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, pessoal de tipo tutorial;
alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 63/2016, n) ‘Perfil profissional’ a descrição do conjunto de
de 13 de setembro, reconhecer, através da atribuição atividades e saberes requeridos para o exercício de uma
de créditos nos seus ciclos de estudos, a experiência determinada atividade profissional;
profissional e a formação dos que nele sejam admitidos o) ‘Referencial de competências’ o conjunto de com-
através das provas.» petências exigidas para a obtenção de uma qualificação.
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Artigo 4.º Artigo 16.º


Graus académicos e diplomas [...]

1 — No ensino politécnico são conferidos os graus 1 — [...].


académicos de licenciado e de mestre e o diploma de 2 — [...].
técnico superior profissional. 3 — [...].
2 — [...]. 4 — [...].
3 — As instituições de ensino superior podem ainda 5 — [...].
atribuir outros diplomas não conferentes de grau aca- 6 — [...].
démico: 7 — [...].
8 — Quando exista mais de uma área de formação
a) Pela realização de parte de um curso de licenciatura fundamental num ciclo de estudos, os docentes especia-
não inferior a 120 créditos; lizados a que se referem a alínea c) do n.º 3 e a alínea c)
b) Pela conclusão de um curso de mestrado não in- do n.º 6 devem ter uma distribuição por áreas adequada
ferior a 60 créditos; ao peso de cada uma.
c) Pela conclusão de um curso de doutoramento não 9 — [...].
inferior a 30 créditos;
d) Pela realização de outros cursos não conferentes de Artigo 22.º
grau académico integrados no seu projeto educativo. [...]

4 — Nos diplomas a que se referem as alíneas a), b) 1 — [...].


e c) do número anterior deve ser adotada uma denomi- 2 — O júri é constituído por três a cinco membros,
nação que não se confunda com a do grau académico. podendo um destes ser o orientador.
5 — Nos diplomas a que se refere a alínea d) do n.º 3 3 — [...].
deve ser adotada uma denominação que não se confunda 4 — Os membros do júri devem ser especialistas no
com a de graus académicos na mesma área. domínio em que se insere a dissertação, o trabalho de
projeto ou o relatório de estágio e são nomeados de entre
Artigo 12.º nacionais ou estrangeiros titulares do grau de doutor ou
especialistas de mérito reconhecido como tal pelo órgão
[...] científico estatutariamente competente da instituição de
1 — Ao grau de licenciado é atribuída uma classifica- ensino superior.
ção final, expressa no intervalo 10-20 da escala numérica 5 — [...].
6 — [...].
inteira de 0 a 20, bem como no seu equivalente na es-
cala europeia de comparabilidade de classificações, nos Artigo 24.º
termos fixados pelos artigos 16.º a 22.º do Decreto-Lei [...]
n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-
-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho. 1 — Ao grau académico de mestre é atribuído uma
2 — [...]. classificação final, expressa no intervalo 10-20 da escala
3 — [...]. numérica inteira de 0 a 20, bem como no seu equivalente
4 — [...]. na escala europeia de comparabilidade de classifica-
ções, nos termos fixados pelos artigos 16.º a 22.º do
Artigo 14.º Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado
pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho.
[...] 2 — [...].
[...]:
Artigo 26.º
a) [...]
[...]
b) [...]
c) Estrutura curricular, plano de estudos e créditos, nos [...]:
termos das normas técnicas a que se refere o artigo 12.º
a) [...]
do Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado b) [...]
pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho; c) Estrutura curricular, plano de estudos e créditos, nos
d) [...] termos das normas técnicas a que se refere o artigo 12.º
e) [...] do Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado
f) [...] pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho;
g) Regime de prescrição do direito à inscrição, tendo d) [...]
em consideração, no ensino público, o disposto sobre e) [...]
esta matéria na Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada f) [...]
pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de g) Regime de prescrição do direito à inscrição, tendo
10 de setembro; em consideração, no ensino público e quando aplicável, o
h) [...] disposto sobre esta matéria na Lei n.º 37/2003, de 22 de
i) [...] agosto, alterada pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto,
j) [...] e 62/2007, de 10 de setembro;
k) [...]. h) [...]
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i) [...] b) Por um mínimo de quatro vogais doutorados, po-


j) [...] dendo um destes ser o orientador;
k) [...] c) [...].
l) [...]
m) [...] 3 — Sempre que exista mais do que um orientador
n) [...] apenas um pode integrar o júri.
o) [...] 4 — [Revogado].
p) [...]. 5 — [...].
Artigo 27.º 6 — [...].
[...] 7 — [...].
8 — [...].
1 — O valor das propinas devidas pela inscrição 9 — [...].
no ciclo de estudos integrado previsto no artigo 19.º 10 — [...].
é fixado nos termos previstos para o ciclo de estudos
conducente ao grau de licenciado no n.º 2 do artigo 16.º Artigo 36.º
da Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada pelas Leis
n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de 10 de se- [...]
tembro.
1 — Ao grau académico de doutor é atribuída uma
2 — O valor das propinas devidas pela inscrição no
ciclo de estudos conducente ao grau de mestre no ensino qualificação final nos termos fixados pelas normas re-
público, quando a sua conjugação com um ciclo de estu- gulamentares aprovadas pela universidade ou instituto
dos conducente ao grau de licenciado seja indispensável universitário que o atribui.
para o acesso ao exercício de uma atividade profissional, 2 — A qualificação é atribuída pelo júri a que se refere
é igualmente fixado nos termos previstos para o ciclo o artigo 34.º, consideradas as classificações obtidas nas
de estudos conducente ao grau de licenciado no n.º 2 do unidades curriculares do curso de doutoramento, quando
artigo 16.º da Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada exista, e o mérito da tese ou dos trabalhos previstos nas
pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º apreciado no ato
10 de setembro. público.
3 — O valor das propinas devidas pela inscrição no
ciclo de estudos conducente ao grau de mestre no ensino Artigo 38.º
público nos restantes casos é fixado nos termos estabe- [...]
lecidos pela Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro.
O órgão legal e estatutariamente competente de cada
Artigo 30.º universidade ou instituto universitário aprova as normas
relativas às seguintes matérias:
[...]
1 — [...]: a) [...]
b) [...]
a) [...] c) [...]
b) Os titulares de grau de licenciado, detentores de um d) [...]
currículo escolar ou científico especialmente relevante e) [...]
que seja reconhecido como atestando capacidade para f) [...]
a realização deste ciclo de estudos pelo órgão científico g) [...]
legal e estatutariamente competente da universidade ou h) [...]
instituto universitário onde pretendem ser admitidos; i) [...]
c) Os detentores de um currículo escolar, científico
j) [...]
ou profissional, que seja reconhecido como atestando
capacidade para a realização deste ciclo de estudos pelo l) [...]
órgão científico legal e estatutariamente competente da m) [...]
universidade ou instituto universitário onde pretendem n) [...].
ser admitidos.
Artigo 41.º
2 — [...]. [...]
3 — O reconhecimento a que se referem as alíneas b)
e c) do n.º 1 tem como efeito apenas o acesso ao ciclo 1 — [...].
de estudos conducente ao grau de doutor e não confere 2 — Os ciclos de estudos referidos no número ante-
ao seu titular a equivalência ao grau de licenciado ou de rior devem:
mestre, ou ao seu reconhecimento a) Ser objeto de acreditação pela Agência de Avalia-
ção e Acreditação do Ensino Superior e de registo pela
Artigo 34.º Direção-Geral do Ensino Superior, enquanto ciclos de
[...] estudos em associação, quando visem a atribuição de
um grau;
1 — [...]. b) Ser objeto de registo pela Direção-Geral do Ensino
2 — [...]: Superior, enquanto ciclos de estudos em associação,
a) Pelo reitor, que preside, ou por quem ele nomeie quando visem a atribuição de um diploma de técnico
para esse fim; superior profissional.
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3 — No caso a que se refere a alínea a) do número c) [...]


anterior, quando a associação envolva instituições de d) Podem creditar a formação realizada no âmbito de
ensino superior estrangeiras, a Agência de Avaliação e cursos não conferentes de grau académico ministrados
Acreditação do Ensino Superior pode integrar no pro- em instituições de ensino superior nacionais ou estran-
cesso de acreditação os resultados de procedimentos de geiras, até ao limite de 50 % do total dos créditos do
avaliação e de acreditação realizados por instituições es- ciclo de estudos;
trangeiras ou internacionais que desenvolvam atividade e) Podem creditar a formação realizada no âmbito dos
de avaliação dentro dos princípios adotados pelo sistema cursos de especialização tecnológica até ao limite de um
europeu de garantia da qualidade do ensino superior. terço do total dos créditos do ciclo de estudos;
4 — (Anterior n.º 3.) f) Podem creditar outra formação não abrangida pelas
alíneas anteriores, até ao limite de um terço do total dos
Artigo 42.º créditos do ciclo de estudos;
[...] g) Podem creditar experiência profissional devida-
mente comprovada, até ao limite de um terço do total
1 — Quando todas as instituições de ensino superior dos créditos do ciclo de estudos.
associadas forem legalmente competentes para a atribui-
ção do grau ou diploma, este pode ser atribuído: 2 — O conjunto dos créditos atribuídos ao abrigo das
a) Por todas as instituições em conjunto; alíneas d) a g) do número anterior não pode exceder dois
b) [...] terços do total dos créditos do ciclo de estudos.
c) Apenas por uma das instituições. 3 — Nos ciclos de estudos conducentes aos graus
de mestre e de doutor, os limites à creditação fixados
2 — Quando alguma das instituições de ensino supe- pelos números anteriores referem-se, respetivamente,
rior não for legalmente competente para atribuir o grau ao curso de mestrado mencionado na alínea a) do n.º 1
ou diploma, nomeadamente por pertencer a subsistema do artigo 20.º e ao curso de doutoramento mencionado
que não possua competência para tal, apenas a instituição no n.º 3 do artigo 31.º
ou instituições de ensino superior competentes o podem 4 — São nulas as creditações realizadas ao abrigo das
atribuir, nos termos definidos no número anterior. alíneas a) e d) do n.º 1 quando as instituições estrangeiras
em que a formação foi ministrada não sejam reconheci-
Artigo 43.º das pelas autoridades competentes do Estado respetivo
como fazendo parte do seu sistema de ensino superior,
[...]
como estabelecido pelo artigo I.1 da Convenção sobre o
1 — [...]. Reconhecimento das Qualificações Relativas ao Ensino
2 — No caso a que se refere a alínea a) do n.º 1 do Superior na Região Europa, aprovada, para ratificação,
artigo anterior e de acordo com o convencionado pelas pela Resolução da Assembleia da República n.º 25/2000,
instituições associadas: de 30 de março.
a) O grau é titulado por diploma subscrito pelos ór- 5 — A atribuição de créditos ao abrigo da alínea g)
gãos legal e estatutariamente competentes de todas as do n.º 1 pode ser total ou parcialmente condicionada à
instituições; realização de procedimentos de avaliação de conheci-
b) O grau é titulado por diploma subscrito pelo órgão mentos específicos.
legal e estatutariamente competente de uma das institui-
ções com menção das restantes. Artigo 45.º-B
[...]
3 — No caso a que se refere a alínea c) do n.º 1 do
artigo anterior, o grau é titulado por diploma subscrito [...]:
pelo órgão legal e estatutariamente competente da ins-
tituição de ensino superior que o confere. a) O ensino ministrado em ciclos de estudos confe-
4 — A emissão do diploma é acompanhada da emissão rentes ou não de grau académico cujo funcionamento
do suplemento ao diploma nos termos do Decreto-Lei não foi autorizado nos termos da lei;
n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto- b) O ensino ministrado em ciclos de estudos conferen-
-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho. tes ou não de grau académico fora da localidade e insta-
lações a que se reporta a acreditação e ou o registo.
Artigo 45.º
[...] Artigo 46.º-A
1 — [...]: [...]

a) Podem creditar a formação realizada no âmbito de 1 — As instituições de ensino superior facultam a


outros ciclos de estudos superiores conferentes de grau inscrição nas unidades curriculares que ministram.
em instituições de ensino superior nacionais ou estran- 2 — A inscrição pode ser feita quer por estudantes
geiras, quer a obtida no quadro da organização decorrente inscritos num ciclo de estudos de ensino superior, quer
do Processo de Bolonha, quer a obtida anteriormente; por outros interessados.
b) Podem creditar a formação realizada no âmbito dos 3 — [...].
cursos técnicos superiores profissionais até ao limite de 4 — [...].
50 % do total dos créditos do ciclo de estudos; 5 — [...].
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Artigo 48.º cumprimento por este dos ulteriores termos procedi-


[...]
mentais.
4 — [...].
1 — [...]. 5 — [...].
2 — [...]. 6 — [...].
3 — Nas restantes reuniões do júri e nas provas públi- 7 — [...].
cas, o presidente do júri pode autorizar a participação por 8 — [...].
teleconferência de um número de vogais não superior a 9 — [...].
50 %,desde que haja condições técnicas para a sua plena
participação nos trabalhos. Artigo 57.º
Artigo 49.º [...]

[...] 1 — [...].
2 — [...].
1 — [...]. 3 — [...].
2 — [...]. 4 — São requisitos especiais para a acreditação de
3 — Os documentos a que se refere o número anterior um ciclo de estudos conducente ao grau de doutor num
podem ser plurilingues, sendo uma das línguas sempre determinado ramo do conhecimento ou numa sua espe-
a portuguesa. cialidade, os fixados pelo artigo 29.º
4 — [...]. 5 — [...].
5 — [...].
6 — [...].
7 — [...]. Artigo 59.º
[...]
Artigo 50.º
1 — A acreditação é conferida pelo prazo estabelecido
[...]
na decisão do processo de acreditação de um ciclo de es-
1 — As teses de doutoramento, os trabalhos previstos tudos, nos termos do disposto em Regulamento aprovado
na alínea a) do n.º 2 do artigo 31.º, as fundamentações es- pelo conselho de administração da Agência de Avaliação
critas a que se refere a alínea b) do n.º 2 do mesmo artigo, e Acreditação do Ensino Superior, ou pelo prazo de um
as dissertações de mestrado e os trabalhos e relatórios ano, em caso de deferimento tácito.
a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º ficam 2 — [...].
sujeitas ao depósito obrigatório de uma cópia digital num 3 — [...].
repositório integrante da rede do Repositório Científico 4 — Os ciclos de estudos acreditados pela Agência de
de Acesso Aberto de Portugal, operado pela Fundação Avaliação e Acreditação do Ensino Superior só podem
para a Ciência e a Tecnologia, I. P. ser ministrados nos locais para onde foram acreditados e
2 — [...]. registados ou à distância, se isso constar expressamente
3 — [...]. do ato de acreditação, ou, em caso de deferimento tácito,
4 — [...]. do respetivo pedido.
5 — [...].
6 — [...].
Artigo 60.º
Artigo 51.º [...]
[...] 1 — O incumprimento dos requisitos legais ou das
[...]: disposições estatutárias e a não observância dos critérios
científicos e pedagógicos que justificaram a acreditação
a) [...] determinam a sua revogação, após audiência prévia da
b) Na escrita das teses de doutoramento, dos trabalhos instituição de ensino superior em causa.
previstos na alínea a) do n.º 2 do artigo 31.º, das funda- 2 — [...].
mentações a que se refere a alínea b) do n.º 2 do mesmo 3 — A partir da revogação da acreditação, não podem
artigo, das dissertações de mestrado e dos trabalhos e re- ser admitidos novos estudantes, embora, dentro dos pra-
latórios a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, zos de cessação do funcionamento do ciclo de estudos
e nos respetivos atos públicos de defesa. definidos pela Agência de Avaliação e Acreditação do
Ensino Superior, possam ser atribuídos os respetivos
Artigo 54.º-A graus aos estudantes já inscritos.
[...]
1 — [...]. Artigo 75.º
2 — [...]. [...]
3 — Proferida decisão sobre a acreditação de um ciclo
de estudos, a mesma é comunicada pela Agência de Ava- A alteração dos elementos caraterizadores de um ci-
liação e Acreditação do Ensino Superior ao requerente clo de estudos conferente de grau, modificando ou não
e à Direção-Geral do Ensino Superior para a realização os seus objetivos, fica sujeita ao regime fixado pelo
do registo, acompanhada da informação necessária ao presente título.»
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3165

Artigo 4.º 3 — A verificação da satisfação dos requisitos re-


Aditamento ao Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março
feridos nos números anteriores é feita no âmbito do
processo de registo a que se referem os artigos 40.º-S
São aditados os artigos 40.º-A a 40.º-AD, 49.º-A e 51.º-A e seguintes.
ao Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado e Artigo 40.º-C
republicado pelo Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto,
com a seguinte redação: Articulação com o mercado de trabalho
1 — A criação de cursos técnicos superiores profissio-
«Artigo 40.º-A nais, bem como a fixação dos seus planos de estudos, é
Diploma de técnico superior profissional precedida, obrigatoriamente, de consulta ou recolha de
informação junto das entidades empregadoras e associa-
O diploma de técnico superior profissional é conferido ções empresariais e socioprofissionais da região onde se
aos que demonstrem: insere a instituição de ensino superior.
a) Possuir conhecimentos e capacidade de compreen- 2 — Tendo em vista a concretização da formação
são numa área de formação, e a um nível que: em contexto de trabalho e a integração no mercado de
emprego, as instituições de ensino superior celebram
i) Sustentando-se nos conhecimentos de nível secun- acordos ou outras formas de parceria com empresas
dário, os desenvolva e aprofunde; ou outros empregadores, associações empresariais e
ii) Se apoie em materiais de ensino de nível avançado socioprofissionais ou outras organizações que melhor se
e lhes corresponda; adequem à especificidade da formação ministrada, bem
iii) Constitua a base para uma área de atividade profis- como às exigências dos perfis profissionais visados.
sional ou vocacional, para o desenvolvimento pessoal e
para o prosseguimento de estudos com vista à conclusão Artigo 40.º-D
de um ciclo de estudos conducente à atribuição do grau Redes
de licenciado;
No quadro da ministração dos cursos técnicos supe-
b) Saber aplicar, em contextos profissionais, os co- riores profissionais, as instituições de ensino superior
nhecimentos e a capacidade de compreensão adquiridos; devem promover a sua articulação em redes regionais:
c) Ter capacidade de identificar e utilizar informação a) Entre si;
para dar resposta a problemas concretos e abstratos bem b) Com as escolas e outras entidades que ministrem
definidos; cursos de formação profissional de nível secundário ou
d) Possuir competências que lhes permitam comunicar equivalente;
acerca da sua compreensão das questões, competências c) Com empresas e outros empregadores, associações
e atividades, com os seus pares, supervisores e clientes; empresariais e socioprofissionais ou outras organizações
e) Possuir competências de aprendizagem que lhes relacionadas com as áreas de formação asseguradas.
permitam prosseguir estudos com alguma autonomia.
Artigo 40.º-E
Artigo 40.º-B
Acesso ao ciclo de estudos conducente ao diploma
Atribuição do diploma de técnico superior profissional de técnico superior profissional

1 — As áreas de formação em que cada instituição 1 — Podem candidatar-se ao acesso aos cursos téc-
de ensino superior confere o diploma de técnico supe- nicos superiores profissionais:
rior profissional são definidas pelo seu órgão legal e a) Os titulares de um curso de ensino secundário ou
estatutariamente competente, tendo em consideração as de habilitação legalmente equivalente;
necessidades de formação profissional, designadamente b) Os que tenham sido aprovados nas provas espe-
na região em que se encontre inserida. cialmente adequadas, destinadas a avaliar a capacidade
2 — O diploma de técnico superior profissional numa para a frequência do ensino superior dos maiores de
determinada área de formação só pode ser conferido 23 anos, realizadas, para o curso em causa, ao abrigo do
pelas instituições de ensino superior que disponham: disposto no Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de março,
a) De um projeto educativo, científico e cultural pró- alterado pelos Decretos-Leis n.os 113/2014, de 16 de
prio, adequado aos objetivos fixados para o ciclo de julho, e 63/2016, de 13 de setembro.
estudos a ele conducente;
b) De um corpo docente constituído por especialistas 2 — Podem igualmente candidatar-se ao acesso aos
de reconhecida experiência e competência profissional cursos técnicos superiores profissionais os titulares de
e por doutores: um diploma de especialização tecnológica, de um di-
ploma de técnico superior profissional ou de um grau
i) Maioritariamente próprio; de ensino superior.
ii) Adequado em número; 3 — Os estudantes que concluam os cursos de forma-
iii) Qualificado na área ou áreas em causa; ção profissional de nível secundário ou equivalente nas
escolas e noutras entidades em rede com uma instituição
c) Dos recursos humanos e materiais indispensáveis que ministre ensino politécnico têm prioridade na ocupa-
para garantir o nível e a qualidade da formação, desig- ção de até 50 % das vagas que sejam fixadas nos cursos
nadamente espaços letivos, equipamentos, bibliotecas e técnicos superiores profissionais por esta ministrados e
laboratórios adequados. para os quais reúnam as condições de ingresso.
3166 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

Artigo 40.º-F 3 — Em caso de ausência de fundamentação expressa


Ingresso no ciclo de estudos conducente ao diploma
e suficiente dos valores fixados, de infração das normas
de técnico superior profissional legais aplicáveis ou de não cumprimento das orientações
gerais estabelecidas nos termos da alínea c) do número
1 — O ingresso nos cursos técnicos superiores pro- anterior, aqueles valores podem ser alterados por despa-
fissionais realiza-se através de um concurso organizado cho fundamentado do membro do Governo responsável
pela instituição de ensino superior. pela área do ensino superior, publicado na 2.ª série do
2 — As condições de ingresso em cada curso téc- Diário da República.
nico superior profissional são fixadas pela instituição 4 — A Direção-Geral do Ensino Superior procede à
de ensino superior, em função da área de estudos em divulgação dos valores fixados.
que aquele se integra. 5 — Não é permitida a transferência dos valores fi-
3 — As condições a que se refere o número anterior xados nos termos dos números anteriores entre cursos
têm como referencial os conhecimentos e aptidões cor- ou instituições de ensino superior.
respondentes ao nível do ensino secundário nas áreas
relevantes para cada curso. Artigo 40.º-H
4 — As condições de ingresso, a forma de proceder
à verificação da sua satisfação e as regras a que estão Propinas do ciclo de estudos conducente ao diploma
sujeitos os concursos são fixadas em regulamento apro- de técnico superior profissional
vado pelo órgão legal e estatutariamente competente da Pela inscrição nos cursos técnicos superiores profis-
instituição de ensino superior, publicado, previamente, sionais no ensino público é devida uma propina anual, a
na 2.ª série do Diário da República. fixar pelo órgão legal e estatutariamente competente da
5 — Todos os documentos relacionados com a verifi- instituição de ensino superior, de montante não superior
cação da satisfação das condições de ingresso, incluindo ao valor máximo a que se refere o n.º 2 do artigo 16.º
eventuais provas escritas efetuadas pelo estudante, inte- da Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada pelas Leis
gram o seu processo individual. n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de 10 de se-
tembro.
Artigo 40.º-G
Artigo 40.º-I
Número máximo de estudantes
Ciclo de estudos conducente ao diploma
1 — No âmbito do processo de registo da criação a de técnico superior profissional
que se referem os artigos 40.º-S e seguintes são fixados,
em relação a cada par instituição/ciclo de estudos, os O ciclo de estudos conducente ao diploma de técnico
seguintes valores: superior profissional tem 120 créditos e uma duração
normal de quatro semestres curriculares de trabalho dos
a) O número máximo de estudantes a admitir em estudantes.
cada ano letivo;
b) O número máximo total de estudantes inscritos Artigo 40.º-J
em simultâneo.
Estrutura do ciclo de estudos conducente ao diploma
de técnico superior profissional
2 — O número anual máximo de novas admissões,
bem como o número máximo de estudantes que pode O ciclo de estudos conducente ao diploma de técnico
estar inscrito em cada ciclo de estudos em cada ano superior profissional é integrado por um conjunto de uni-
letivo: dades curriculares, denominado curso técnico superior
profissional, organizadas nas componentes de:
a) É fixado anualmente por cada instituição, tendo
em consideração: a) Formação geral e científica;
b) Formação técnica;
i) A informação disponível sobre a empregabilidade, c) Formação em contexto de trabalho.
incluindo a recolhida nos termos do artigo 40.º-AA;
ii) A informação disponível sobre a procura desta via
para prosseguimento da formação profissional em ciclos Artigo 40.º-K
de estudos conferentes de grau académico; Componente de formação geral e científica
iii) Os recursos de cada uma, designadamente quanto
a pessoal docente, instalações, equipamentos e meios A componente de formação geral e científica visa
financeiros; desenvolver atitudes e comportamentos adequados a
profissionais com elevado nível de qualificação pro-
b) Está sujeito aos limites fixados no ato do seu registo; fissional e adaptabilidade ao mundo do trabalho e da
c) Está subordinado, nas instituições de ensino supe- empresa, ampliar a formação cultural e aperfeiçoar, onde
rior públicas, às orientações gerais que sejam estabele- tal se revele indispensável, o conhecimento dos domínios
cidas pelo membro do Governo responsável pela área do de natureza científica que fundamentam as tecnologias
ensino superior, ouvidos os organismos representativos próprias da respetiva área de formação.
das instituições, tendo em consideração, designadamente,
a racionalização da oferta educativa, a política nacional Artigo 40.º-L
de formação de recursos humanos e os recursos dispo- Componente de formação técnica
níveis;
d) É comunicado à Direção-Geral do Ensino Superior, 1 — A componente de formação técnica integra domí-
acompanhado da respetiva fundamentação. nios de natureza técnica orientados para a compreensão
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3167

das atividades práticas e para a resolução de problemas Artigo 40.º-Q


do âmbito do exercício profissional, devendo concretizar- Classificação final do diploma de técnico superior profissional
-se, principalmente, na aplicação prática, laboratorial,
oficinal e em projetos, e promover e estimular a com- 1 — Ao diploma de técnico superior profissional é
ponente de investigação baseada na prática. atribuída uma classificação final, expressa no intervalo
2 — A componente de formação técnica pode incluir 10-20 da escala numérica inteira de 0 a 20, bem como no
módulos ministrados em ambiente de trabalho. seu equivalente na escala europeia de comparabilidade
de classificações, nos termos fixados pelos artigos 16.º
Artigo 40.º-M a 22.º do Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, al-
terado pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho.
Componente de formação em contexto de trabalho 2 — A classificação final é a média aritmética pon-
1 — A componente de formação em contexto de derada das classificações obtidas nas unidades curricu-
trabalho visa a aplicação dos conhecimentos e sabe- lares que integram o plano de estudos do curso técnico
res adquiridos às atividades práticas do respetivo perfil superior profissional.
profissional e contempla a execução de atividades sob 3 — Os coeficientes de ponderação são fixados pelas
orientação, utilizando as técnicas, os equipamentos e os normas regulamentares a que se refere o artigo 40.º-Y.
materiais que se integram nos processos de produção de 4 — A classificação final é atribuída pelo órgão legal
bens ou de prestação de serviços. e estatutariamente competente da instituição de ensino
2 — A componente de formação em contexto de superior.
trabalho tem uma duração não inferior a um semestre Artigo 40.º-R
curricular, correspondente a 30 créditos.
3 — A componente de formação em contexto de tra- Entrada em funcionamento
balho concretiza-se através de um estágio podendo ser A entrada em funcionamento de um curso técnico
repartida ao longo do curso. superior profissional carece de registo prévio na Direção-
-Geral do Ensino Superior.
Artigo 40.º-N
Organização do currículo Artigo 40.º-S
Na organização do currículo dos cursos técnicos su- Registo
periores profissionais devem ser satisfeitos os seguintes 1 — No âmbito do registo da criação de cada curso
critérios: técnico superior profissional são analisados, designa-
a) No conjunto dos créditos das componentes de damente:
formação geral e científica e de formação técnica, à a) A denominação do curso;
primeira correspondem até 30 % e à segunda não menos b) A área de educação e formação em que se insere;
de 70 %; c) O perfil profissional que visa preparar;
b) Na componente de formação técnica, o conjunto d) O referencial de competências a adquirir e a sua
das vertentes de aplicação prática, laboratorial, oficinal articulação com o perfil profissional visado;
e de projeto deve corresponder a, pelo menos, 70 % das e) A estrutura curricular;
suas horas de contacto. f) O plano de estudos e a articulação deste com o
referencial de competências;
Artigo 40.º-O g) Os resultados da consulta às empresas e associações
da região, demonstrativos das necessidades de formação
Ministração do ensino
na área sem a correspondente oferta;
1 — As formações referidas nas alíneas a) e b) do h) As condições de ingresso;
artigo 40.º-J devem ser ministradas no ambiente peda- i) A existência de pessoal docente que satisfaça o
gógico adequado aos objetivos destes cursos. disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 40.º-B;
2 — O funcionamento dos cursos técnicos superiores j) A existência das condições materiais para a minis-
profissionais realiza-se dentro do ciclo temporal dos tração do ensino;
anos letivos. k) A existência de protocolos com entidades externas
3 — As instituições de ensino superior podem minis- que desenvolvam atividades profissionais adequadas ao
trar os cursos em mais do que uma localidade da região perfil profissional visado e que assegurem, na quantidade
em que se integram. e com a qualidade adequadas, a realização da compo-
4 — A apreciação das condições de ministração do nente de formação em contexto de trabalho.
ensino faz-se separadamente para cada localidade onde
a instituição pretenda ministrar o ciclo de estudos. 2 — Os pedidos de registo dos cursos são apresen-
tados nos termos e nos prazos fixados por despacho do
Artigo 40.º-P diretor-geral do Ensino Superior, publicado na 2.ª série
do Diário da República.
Concessão do diploma de técnico superior profissional 3 — No âmbito do processo de registo da criação dos
O diploma de técnico superior profissional é confe- cursos, a Direção-Geral do Ensino Superior pode:
rido aos que, através da aprovação em todas as unidades a) Promover a realização de visitas às instituições de
curriculares que integram o plano de estudos do curso ensino superior para proceder à avaliação, no local, da
técnico superior profissional, tenham obtido o número satisfação das condições;
de créditos fixado. b) Ouvir entidades especializadas na área.
3168 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

4 — No âmbito do processo de registo da criação b) A não observância dos critérios que fundamentaram
de cursos em áreas objeto de regulação do exercício da o registo;
profissão, a Direção-Geral do Ensino Superior ouve, c) O funcionamento em local não autorizado;
obrigatoriamente, as entidades públicas competentes, d) Uma avaliação externa desfavorável;
as quais dispõem do prazo de 30 dias úteis para se pro- e) A não inscrição de novos estudantes no 1.º ano
nunciarem. durante três anos letivos consecutivos.
Artigo 40.º-T
2 — O cancelamento do registo é da competência do
Despacho de registo diretor-geral do Ensino Superior, após audiência prévia
1 — A decisão sobre o pedido de registo da criação de da instituição em causa e ouvida a comissão de acom-
um curso técnico superior profissional é da competência panhamento a que se refere o artigo seguinte.
do diretor-geral do Ensino Superior. 3 — O despacho de cancelamento do registo é noti-
2 — O despacho de deferimento do registo da criação ficado à instituição de ensino superior e publicado na
de um curso técnico superior profissional é publicado na 2.ª série do Diário da República.
2.ª série do Diário da República, dele devendo constar 4 — Com a receção da notificação pela instituição de
os seguintes elementos: ensino superior, o curso técnico superior profissional:
a) A denominação da instituição de ensino superior; a) Deixa de poder admitir novos estudantes;
b) A denominação do curso técnico superior profis- b) Cessa o seu funcionamento, sem prejuízo de o
sional; diretor-geral do Ensino Superior poder autorizar que,
c) A área de educação e formação em que se insere; durante o período por ele fixado, prossiga a ministra-
d) O perfil profissional que visa preparar; ção do ensino aos estudantes nele inscritos à data de
e) O referencial de competências a adquirir; cancelamento do registo e, se for caso disso, lhes sejam
f) A estrutura curricular; atribuídos os respetivos diplomas.
g) O plano de estudos, com indicação, para cada com-
ponente de formação, das respetivas unidades curricula- Artigo 40.º-W
res, sua carga horária e número de créditos atribuídos;
h) As condições de ingresso; Comissão de acompanhamento
i) As localidades e instalações em que é autorizada a 1 — É criada uma comissão de acompanhamento dos
ministração do curso;
j) O número máximo para cada admissão de novos cursos técnicos superiores profissionais.
estudantes e o número máximo de estudantes que podem 2 — A comissão é constituída pelo diretor-geral do
estar inscritos em simultâneo no curso em cada locali- Ensino Superior, que coordena, e por um representante
dade em que esteja autorizada a sua ministração. designado por cada uma das seguintes entidades:
a) Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Artigo 40.º-U Superior;
Alterações b) Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado;
c) Conselho Coordenador dos Institutos Superiores
1 — A aprovação das alterações aos cursos técnicos Politécnicos;
superiores profissionais compete aos órgãos legal e es- d) Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas;
tatutariamente competentes das instituições de ensino e) Associações de estudantes do ensino superior.
superior.
2 — A entrada em funcionamento das alterações aos 3 — Compete à comissão pronunciar-se, designada-
elementos caraterizadores de um ciclo de estudos fica mente, sobre:
sujeita a registo na Direção-Geral do Ensino Superior.
3 — Consideram-se elementos caraterizadores de um a) Os termos e prazos em que devem ser apresentados
curso técnico superior profissional os constantes das os pedidos de registo;
alíneas a) a j) do n.º 2 do artigo 40.º-T. b) Os critérios gerais de apreciação dos pedidos de
4 — À apreciação dos pedidos de registo das altera- registo;
ções aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto c) O cancelamento dos registos;
no artigo 40.º-S. d) A fixação dos procedimentos do processo de ava-
5 — A alteração dos limites a que se refere a alínea j) liação e dos parâmetros a adotar;
do n.º 2 do artigo 40.º-T deve ser fundamentada na de- e) A designação dos peritos responsáveis pela ava-
monstração da existência de procura e das condições liação externa;
para a ministração do ensino. f) Os relatórios de avaliação externa;
6 — As alterações são publicadas pela instituição de g) A adequação da formação ministrada no âmbito
ensino superior na 2.ª série do Diário da República. dos cursos técnicos superiores profissionais às práticas
7 — A publicação das alterações deve mencionar ex- internacionais, designadamente europeias, relativas a
pressamente o número e a data de registo das mesmas cursos do mesmo nível e objetivos.
na Direção-Geral do Ensino Superior.
4 — A composição da comissão é publicada na 2.ª sé-
Artigo 40.º-V
rie do Diário da República.
Cancelamento do registo 5 — Aos membros da comissão de acompanhamento
1 — São fundamentos para o cancelamento do registo: não é devida qualquer remuneração pela participação ou
pelo desempenho de funções na mesma.
a) O incumprimento dos requisitos legais ou das dis- 6 — As deliberações genéricas da comissão são pu-
posições estatutárias; blicadas na 2.ª série do Diário da República.
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3169

Artigo 40.º-X dos seus diplomados e a divulgação de informação de


Avaliação da qualidade
síntese sobre a mesma.
2 — A metodologia a adotar para a recolha e divulga-
1 — Os cursos técnicos superiores profissionais estão ção da informação é comum a todas as instituições e é
sujeitos a avaliação periódica da qualidade realizada de fixada por despacho do diretor-geral do Ensino Superior,
acordo com os princípios fixados pela Lei n.º 38/2007, ouvidas as instituições de ensino superior que ministram
de 16 de agosto. cursos técnicos superiores profissionais e a comissão de
2 — A avaliação da qualidade reveste as formas de acompanhamento.
autoavaliação e de avaliação externa. 3 — Esta informação deve ser considerada no âmbito
3 — A avaliação externa é realizada de quatro em do processo anual de fixação das vagas e do processo de
quatro anos, por peritos, nacionais ou internacionais, avaliação da qualidade.
designados por despacho do diretor-geral do Ensino
Superior, ouvida a comissão de acompanhamento. Artigo 40.º-AB
4 — Os procedimentos do processo de avaliação e Pessoal docente
os parâmetros a adotar são aprovados por deliberação
da comissão de acompanhamento publicada na 2.ª série 1 — A ministração do ensino dos cursos técnicos
do Diário da República, devendo ter em consideração superiores profissionais é assegurada pelo pessoal do-
os princípios fixados pela Lei n.º 38/2007, de 16 de cente da instituição de ensino superior.
agosto. 2 — O disposto no número anterior entende-se sem
5 — Os resultados da avaliação são publicados, obri- prejuízo do recurso:
gatoriamente, nas páginas da Internet da instituição de a) À contratação de pessoal com a qualificação ade-
ensino superior e da Direção-Geral do Ensino Superior. quada, por períodos limitados de tempo, nos regimes
legais aplicáveis, para assegurar a ministração do ensino
Artigo 40.º-Y de módulos específicos;
b) A docentes e formadores de outras instituições que
Normas regulamentares do diploma de técnico
superior profissional integrem as redes previstas no artigo 40.º-D.
O órgão legal e estatutariamente competente de cada Artigo 40.º-AC
instituição de ensino superior aprova as normas relativas
às seguintes matérias: Ação social

a) Condições de ingresso e forma de proceder à ve- Os estudantes inscritos nos cursos técnicos superiores
rificação da sua satisfação; profissionais são abrangidos pela ação social direta e
b) Regras a que estão sujeitos os concursos de in- indireta, nos mesmos termos dos restantes estudantes
gresso; do ensino superior.
c) Condições de funcionamento;
d) Regime de avaliação de conhecimentos; Artigo 40.º-AD
e) Regime de precedências; Financiamento das instituições de ensino superior públicas
f) Regime de prescrição do direito à inscrição;
1 — Os estudantes inscritos nos cursos técnicos su-
g) Coeficientes de ponderação e procedimentos para
periores profissionais em instituições de ensino superior
o cálculo da classificação final;
públicas são considerados no quadro da aplicação das
h) Elementos que constam obrigatoriamente dos di- regras de financiamento dessas instituições.
plomas; 2 — O disposto no número anterior não prejudica o
i) Prazo de emissão do diploma e do suplemento ao recurso por parte dessas instituições a financiamento
diploma; complementar através:
j) Processo de acompanhamento pelos órgãos peda-
gógico e científico. a) De fundos da União Europeia, nos termos dos res-
petivos regulamentos;
Artigo 40.º-Z b) De apoios financeiros de outras entidades.
Taxas
Artigo 49.º-A
São devidas taxas, de montante a fixar nos termos do Plataforma eletrónica de registo
n.º 3 do artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º 20/2012,
de 7 de fevereiro, pelos seguintes atos: 1 — A atribuição de graus e de diplomas de técnico
superior profissional é objeto de registo obrigatório numa
a) Registo de um curso técnico superior profissional plataforma eletrónica.
e das suas alterações; 2 — O registo na plataforma eletrónica deve ser efe-
b) Avaliação externa da qualidade de um curso técnico tuado após a realização do registo a que se refere o n.º 1
superior profissional. do artigo anterior, e antes da emissão de documentos
comprovativos da titularidade do diploma.
Artigo 40.º-AA 3 — A plataforma eletrónica atribui um número,
Monitorização dos diplomados
único, a cada diploma conferido.
4 — O número a que se refere o número anterior
1 — As instituições de ensino superior asseguram é aposto, obrigatoriamente, em todos os documentos
a recolha de informação sobre o percurso profissional comprovativos da titularidade do diploma.
3170 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

5 — A criação e gestão da plataforma são asseguradas 2 — [...].


pela Direção-Geral do Ensino Superior. 3 — [...].
6 — O início do funcionamento da plataforma eletró- 4 — [...].
nica depende de aviso da Direção-Geral do Ensino Supe- 5 — [...].
rior publicado na 2.ª série do Diário da República. 6 — [...].
7 — [...].»
Artigo 51.º-A
Financiamento Artigo 6.º
1 — A acreditação e ou registo de um ciclo de estu- Alterações sistemáticas
dos conferente ou não de grau académico não implica São introduzidas as seguintes alterações sistemáticas ao
necessariamente o seu financiamento público. Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado e repu-
2 — O financiamento público de um ciclo de estudos blicado pelo Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto:
de uma instituição de ensino superior é decidido no
quadro legalmente em vigor tendo em consideração o a) A epígrafe do capítulo V do título II passa a denominar-
ordenamento da rede de formação superior.» -se «Diploma de técnico superior profissional»;
b) São aditadas ao capítulo V do título II, as seguintes
Artigo 5.º secções:
Alteração ao Decreto-Lei n.º 113/2014, de 16 de julho i) Secção I, com a epígrafe «Princípios gerais», que
Os artigos 8.º, 11.º e 25.º do Decreto-Lei n.º 113/2014, inclui os artigos 39.º a 40.º-D;
de 16 de julho, passam a ter a seguinte redação: ii) Secção II, com a epígrafe «Acesso, ingresso e nú-
mero máximo de estudantes», que inclui os artigos 40.º-E
«Artigo 8.º a 40.º-G;
iii) Secção III, com a epígrafe «Propinas», que inclui
Condições específicas
o artigo 40.º-H;
1 — A realização da candidatura a um ciclo de estudos iv) Secção IV, com a epígrafe «Ciclo de estudos», que
de licenciatura de uma instituição de ensino politécnico, inclui os artigos 40.º-I a 40.º-O;
incluindo de unidades orgânicas de ensino politécnico v) Secção V, com a epígrafe «Concessão», que inclui
integradas em universidades, está sujeita às condições os artigos 40.º-P e 40.º-Q;
fixadas pelo órgão legal e estatutariamente competente vi) Secção VI, com a epígrafe «Entrada em funciona-
da instituição. mento e registo», que inclui os artigos 40.º-R a 40.º-V;
2 — [...]. vii) Secção VII, com a epígrafe «Acompanhamento e
3 — [Revogado]. avaliação», que inclui os artigos 40.º-W e 40.º-X;
4 — [Revogado]. viii) Secção VIII, com a epígrafe «Outras disposições»,
5 — [Revogado]. que inclui os artigos 40.º-Y a 40.º-AD;
6 — [Revogado].
7 — Integram obrigatoriamente o processo individual c) Os artigos 80.º-A e 80.º-B passam a constar do título VII.
do estudante todos os documentos relacionados com o
ingresso. Artigo 7.º
Artigo 11.º
Norma transitória
Condições específicas
Sem prejuízo do disposto na alínea b) do artigo seguinte,
1 — A realização da candidatura a um ciclo de estudos são aplicáveis os termos e prazos fixados no artigo 42.º do
de licenciatura de uma instituição de ensino politécnico, Decreto-Lei n.º 43/2014, de 18 de março.
incluindo de unidades orgânicas de ensino politécnico inte-
gradas em universidades, está sujeita às condições fixadas Artigo 8.º
pelo órgão legal e estatutariamente competente da instituição.
2 — [...]. Norma revogatória
3 — [Revogado]. São revogados:
4 — [Revogado].
5 — [Revogado]. a) O n.º 4 do artigo 34.º e os artigos 39.º, 40.º, 56.º
6 — [Revogado]. e 82.º do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, al-
7 — [Revogado]. terado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 115/2013, de
8 — [Revogado]. 7 de agosto;
9 — Integram obrigatoriamente o processo individual b) O Decreto-Lei n.º 43/2014, de 18 de março;
do estudante todos os documentos relacionados com o c) Os n.os 3 a 6 do artigo 8.º e os n.os 3 a 8 do artigo 11.º
ingresso. do Decreto-Lei n.º 113/2014, de 16 de julho.
Artigo 25.º
[...] Artigo 9.º
1 — [...]: Republicação

a) [...] 1 — É republicado no anexo ao presente decreto-lei,


b) Dos concursos de mudança de par instituição/curso do qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 74/2006,
para o 1.º ano curricular. de 24 de março, com a redação atual.
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3171

2 — Para efeitos de republicação onde se lê «estabele- 2 — A aplicação dos princípios constantes do presente
cimento» e «aluno» deve ler-se, respetivamente, «institui- decreto-lei às instituições de ensino superior público militar
ção» e «estudante». e policial é feita através de diploma próprio.

Artigo 10.º Artigo 3.º


Produção de efeitos Conceitos
1 — O disposto no artigo 49.º-A do Decreto-Lei Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, entende-
n.º 74/2006, de 24 de março, com a redação dada pelo -se por:
presente decreto-lei, produz efeitos a partir do momento
a) «Unidade curricular» a unidade de ensino com ob-
em que a plataforma eletrónica referida no seu n.º 1 entrar
jetivos de formação próprios que é objeto de inscrição
em funcionamento.
administrativa e de avaliação traduzida numa classificação
2 — As alterações ao Decreto-Lei n.º 113/2014, de 16
final;
de julho, relativas aos concursos especiais para acesso e
b) «Plano de estudos de um curso» o conjunto organi-
ingresso no ensino superior, produzem efeitos a partir do
zado de unidades curriculares em que um estudante deve
ano letivo de 2016-2017, inclusive.
ser aprovado para:
Artigo 11.º i) Obter um determinado grau académico ou o diploma
Entrada em vigor
de técnico superior profissional;
ii) Concluir um curso não conferente de grau;
O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro dia iii) Reunir uma parte das condições para obtenção de
útil subsequente ao da sua publicação. um determinado grau académico;
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de
julho de 2016. — Augusto Ernesto Santos Silva — Manuel c) «Duração normal de um ciclo de estudos» o número
Frederico Tojal de Valsassina Heitor. de anos, semestres e ou trimestres letivos em que o ciclo
de estudos deve ser realizado pelo estudante, quando a
Promulgado em 31 de agosto de 2016. tempo inteiro e em regime presencial;
d) «Crédito» a unidade de medida do trabalho do estu-
Publique-se.
dante sob todas as suas formas, designadamente sessões de
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. ensino de natureza coletiva, sessões de orientação pessoal
de tipo tutorial, estágios, projetos, trabalhos no terreno,
Referendado em 5 de setembro de 2016. estudo e avaliação, nos termos do Decreto-Lei n.º 42/2005,
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 107/2008,
de 25 de junho;
ANEXO e) «Condições de acesso» as condições gerais que de-
vem ser satisfeitas para requerer a admissão a um ciclo
(a que se refere o artigo 9.º) de estudos;
f) «Condições de ingresso» as condições específicas
Republicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março que devem ser satisfeitas para requerer a admissão a um
ciclo de estudos concreto numa determinada instituição
Graus académicos e diplomas do ensino superior de ensino superior;
g) «Especialista de reconhecida experiência e compe-
tência profissional» aquele que exerce ou tenha exercido
TÍTULO I profissão na área em que leciona ou se propõe lecionar e
que satisfaça uma das seguintes condições:
Objeto, âmbito e conceitos
i) Ser detentor do título de especialista conferido nos
Artigo 1.º termos do disposto no Decreto-Lei n.º 206/2009, de 31 de
agosto;
Objeto
ii) Ser detentor de um grau académico e possuir, no
O presente decreto-lei aprova o regime jurídico dos mínimo, 10 anos de experiência profissional, com exercício
graus e diplomas do ensino superior, em desenvolvimento efetivo durante, pelo menos, cinco anos nos últimos 10, e
do disposto nos artigos 13.º a 15.º da Lei n.º 46/86, de um currículo profissional de qualidade e relevância com-
14 de outubro (Lei de Bases do Sistema Educativo), alte- provadas, devidamente confirmado e aceite pelo órgão
rada pelas Leis n.os 115/97, de 19 de setembro, 49/2005, científico ou técnico-científico da instituição de ensino
de 30 de agosto, e 85/2009, de 27 de agosto, e no n.º 4 do superior;
artigo 16.º da Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto (estabelece iii) Ser considerado como tal pela Agência de Avaliação
as bases do financiamento do ensino superior), alterada e Acreditação do Ensino Superior no âmbito do processo
pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de de acreditação de ciclos de estudos, mesmo não cumprindo
10 de setembro. todos os requisitos definidos na subalínea anterior;

Artigo 2.º h) «Áreas de formação fundamentais do ciclo» aquelas


que, de harmonia com a classificação das áreas de edu-
Âmbito
cação e formação aprovada pela Portaria n.º 256/2005,
1 — O disposto no presente decreto-lei aplica-se a todas de 16 de março, representem, pelo menos, 25 % do total
as instituições de ensino superior. dos créditos;
3172 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

i) «Número de docentes equivalentes em tempo inteiro» CAPÍTULO II


o número de docentes calculado atribuindo aos docentes
contratados em tempo parcial o peso correspondente à Licenciatura
percentagem dos respetivos contratos;
Artigo 5.º
j) «Corpo docente total» o conjunto dos docentes que
desenvolva a atividade docente, a qualquer título, no ciclo Grau de licenciado
de estudos, em equivalente em tempo inteiro; O grau de licenciado é conferido aos que demonstrem:
k) «Corpo docente próprio» o conjunto dos docentes
que, independentemente do seu regime contratual, se en- a) Possuir conhecimentos e capacidade de compreensão
contra a lecionar em regime de tempo integral no ciclo numa área de formação a um nível que:
de estudos; i) Sustentando-se nos conhecimentos de nível secundá-
l) «Regime de tempo integral» o regime de exercício rio, os desenvolva e aprofunde;
da docência em que se encontram os que fazem do ensino ii) Se apoie em materiais de ensino de nível avançado
e investigação a sua atividade profissional exclusiva ou e lhes corresponda;
predominante, não podendo ser considerados como tal em iii) Em alguns dos domínios dessa área, se situe ao nível
mais de uma instituição de ensino superior; dos conhecimentos de ponta da mesma;
m) «Horas de contacto» o tempo em horas utilizado
em sessões presenciais de ensino de natureza coletiva, b) Saber aplicar os conhecimentos e a capacidade de
designadamente em salas de aula, laboratórios ou trabalhos compreensão adquiridos, de forma a evidenciarem uma
de campo, e em sessões presenciais de orientação pessoal abordagem profissional ao trabalho desenvolvido na sua
de tipo tutorial; área vocacional;
n) «Perfil profissional» a descrição do conjunto de c) Capacidade de resolução de problemas no âmbito da
atividades e saberes requeridos para o exercício de uma sua área de formação e de construção e fundamentação da
determinada atividade profissional; sua própria argumentação;
o) «Referencial de competências» o conjunto de compe- d) Capacidade de recolher, selecionar e interpretar a
tências exigidas para a obtenção de uma qualificação. informação relevante, particularmente na sua área de for-
mação, que os habilite a fundamentarem as soluções que
preconizam e os juízos que emitem, incluindo na análise
os aspetos sociais, científicos e éticos relevantes;
e) Competências que lhes permitam comunicar informa-
TÍTULO II ção, ideias, problemas e soluções, tanto a públicos consti-
Graus académicos e diplomas do ensino superior tuídos por especialistas como por não especialistas;
f) Competências de aprendizagem que lhes permitam
uma aprendizagem ao longo da vida com elevado grau de
CAPÍTULO I autonomia.
Disposições gerais Artigo 6.º
Artigo 4.º Atribuição do grau de licenciado

Graus académicos e diplomas 1 — As áreas de formação em que cada instituição de


ensino superior confere o grau de licenciado são fixadas
1 — No ensino politécnico são conferidos os graus aca- pelo seu órgão legal e estatutariamente competente.
démicos de licenciado e de mestre e o diploma de técnico 2 — O grau de licenciado numa determinada área de
superior profissional. formação só pode ser conferido pelas instituições de ensino
2 — No ensino universitário, são conferidos os graus superior universitárias que, cumulativamente, disponham
académicos de licenciado, mestre e doutor. de:
3 — As instituições de ensino superior podem ainda
atribuir outros diplomas não conferentes de grau acadé- a) Um corpo docente total que assegure a lecionação
do ciclo de estudos que seja próprio, academicamente
mico:
qualificado e especializado na área ou áreas de formação
a) Pela realização de parte de um curso de licenciatura fundamentais do ciclo;
não inferior a 120 créditos; b) Recursos humanos e materiais indispensáveis à ga-
b) Pela conclusão de um curso de mestrado não inferior rantia do nível e da qualidade da formação ministrada;
a 60 créditos; c) Um coordenador do ciclo de estudos titular do grau
c) Pela conclusão de um curso de doutoramento não de doutor na área de formação fundamental do ciclo, que
inferior a 30 créditos; se encontre em regime de tempo integral.
d) Pela realização de outros cursos não conferentes de
grau académico integrados no seu projeto educativo. 3 — Para os efeitos do disposto na alínea a) do número
anterior, considera-se que o corpo docente é:
4 — Nos diplomas a que se referem as alíneas a), b) e c) a) Próprio quando o corpo docente total é constituído
do número anterior deve ser adotada uma denominação que por um mínimo de 60 % de docentes em regime de tempo
não se confunda com a do grau académico. integral;
5 — Nos diplomas a que se refere a alínea d) do n.º 3 b) Academicamente qualificado quando o corpo docente
deve ser adotada uma denominação que não se confunda total é constituído por um mínimo de 50 % de docentes
com a de graus académicos na mesma área. com o grau de doutor;
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3173

c) Especializado quando: duração normal de seis semestres curriculares de trabalho


dos estudantes.
i) Um mínimo de 50 % do corpo docente total é cons-
2 — Excetuam-se do disposto no número anterior os
tituído por especialistas de reconhecida experiência e
casos em que seja indispensável, para o acesso ao exercício
competência profissional na área ou áreas de formação
de determinada atividade profissional, uma formação de
fundamentais do ciclo de estudos ou por doutores espe- até 240 créditos, com uma duração normal de até sete ou
cializados nessa área ou áreas; oito semestres curriculares de trabalho, em consequência
ii) Um mínimo de 30 % do corpo docente total é cons- de normas jurídicas expressas, nacionais ou da União Eu-
tituído por doutores especializados na área ou áreas de ropeia, ou de uma prática consolidada em instituições de
formação fundamentais do ciclo de estudos. referência de ensino superior do espaço europeu.
3 — No ensino politécnico, o ciclo de estudos condu-
4 — Os docentes com o grau de doutor especializados cente ao grau de licenciado deve valorizar especialmente a
na área ou áreas de formação fundamentais do ciclo de formação que visa o exercício de uma atividade de caráter
estudos podem, igualmente, ser contabilizados para os profissional, assegurando aos estudantes uma componente
efeitos da alínea b) do número anterior. de aplicação dos conhecimentos e saberes adquiridos às
5 — O grau de licenciado numa determinada área de atividades concretas do respetivo perfil profissional.
formação só pode ser conferido pelas instituições de ensino
superior politécnicas que, cumulativamente, disponham de: Artigo 9.º
a) Um corpo docente total que assegure a lecionação Ciclo de estudos conducente ao grau
no ciclo de estudos que seja próprio, academicamente de licenciado no ensino universitário
qualificado e especializado na área ou áreas de formação
fundamentais do ciclo; 1 — No ensino universitário, o ciclo de estudos condu-
b) Recursos humanos e materiais indispensáveis à ga- cente ao grau de licenciado tem 180 a 240 créditos e uma
rantia do nível e da qualidade da formação ministrada; duração normal compreendida entre seis e oito semestres
c) Um coordenador do ciclo de estudos titular do grau curriculares de trabalho dos estudantes.
de doutor ou especialista de reconhecida experiência e 2 — Na fixação do número de créditos deste ciclo de
competência profissional na área de formação fundamental estudos para as diferentes áreas de formação, as instituições
do ciclo, que se encontre em regime de tempo integral. de ensino universitário devem adotar valores similares aos
de instituições de referência de ensino universitário do es-
6 — Para os efeitos da alínea a) do número anterior, paço europeu nas mesmas áreas, tendo em vista assegurar
considera-se que o corpo docente é: aos estudantes portugueses condições de mobilidade e de
formação e de integração profissional semelhantes, em
a) Próprio quando o corpo docente total é constituído duração e conteúdo, às dos restantes Estados que integram
por um mínimo de 60 % de docentes em regime de tempo aquele espaço.
integral;
b) Academicamente qualificado quando o corpo docente Artigo 10.º
total é constituído por um mínimo de 15 % de docentes
Estrutura do ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado
com o grau de doutor;
c) Especializado quando um mínimo de 50 % do corpo O ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado é
docente total é constituído por especialistas de reconhecida integrado por um conjunto organizado de unidades curri-
experiência e competência profissional na área ou áreas de culares denominado curso de licenciatura.
formação fundamentais do ciclo de estudos ou por doutores
especializados nessa área ou áreas. Artigo 11.º
Concessão do grau de licenciado
7 — Quando exista mais de uma área de formação fun-
damental num ciclo de estudos, os docentes especializados O grau de licenciado é conferido aos que, através da
a que se referem a alínea c) do n.º 3 e a alínea c) do n.º 6 aprovação em todas as unidades curriculares que integram
devem ter uma distribuição por áreas adequada ao peso o plano de estudos do curso de licenciatura, tenham obtido
de cada uma. o número de créditos fixado.
8 — A verificação da satisfação dos requisitos referidos
nos números anteriores é feita no âmbito do processo de Artigo 12.º
acreditação. Classificação final do grau de licenciado
Artigo 7.º
1 — Ao grau de licenciado é atribuída uma classifica-
Acesso e ingresso no ciclo de estudos ção final, expressa no intervalo 10-20 da escala numérica
conducente ao grau de licenciado inteira de 0 a 20, bem como no seu equivalente na es-
O acesso e o ingresso no ciclo de estudos conducente ao cala europeia de comparabilidade de classificações, nos
grau de licenciado são regulados por diplomas próprios. termos fixados pelos artigos 16.º a 22.º do Decreto-Lei
n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei
Artigo 8.º n.º 107/2008, de 25 de junho.
2 — A classificação final é a média aritmética ponderada
Ciclo de estudos conducente ao grau das classificações obtidas nas unidades curriculares que
de licenciado no ensino politécnico
integram o plano de estudos do curso de licenciatura.
1 — No ensino politécnico, o ciclo de estudos con- 3 — Os coeficientes de ponderação são fixados pelas
ducente ao grau de licenciado tem 180 créditos e uma normas regulamentares a que se refere o artigo 14.º
3174 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

4 — A classificação final é atribuída pelo órgão legal d) Ser capazes de comunicar as suas conclusões, e os
e estatutariamente competente da instituição de ensino conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a
superior. especialistas, quer a não especialistas, de uma forma clara
Artigo 13.º e sem ambiguidades;
e) Competências que lhes permitam uma aprendizagem
[Revogado] ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-
-orientado ou autónomo.
Artigo 14.º
Normas regulamentares da licenciatura 2 — O grau de mestre é conferido numa especialidade,
podendo, quando necessário, as especialidades ser desdo-
O órgão legal e estatutariamente competente de cada bradas em áreas de especialização.
instituição de ensino superior aprova as normas relativas
às seguintes matérias:
Artigo 16.º
a) Condições específicas de ingresso;
Atribuição do grau de mestre
b) Condições de funcionamento;
c) Estrutura curricular, plano de estudos e créditos, nos 1 — As especialidades em que cada instituição de ensino
termos das normas técnicas a que se refere o artigo 12.º superior confere o grau de mestre são fixadas pelo seu
do Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado órgão legal e estatutariamente competente.
pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho; 2 — O grau de mestre numa determinada especialidade
d) Processo de creditação; só pode ser conferido pelas instituições de ensino superior
e) Regime de avaliação de conhecimentos; universitárias que, na área ou áreas de formação fundamen-
f) Regime de precedências; tais do ciclo de estudos, cumulativamente:
g) Regime de prescrição do direito à inscrição, tendo
em consideração, no ensino público, o disposto sobre esta a) Disponham de um corpo docente total que assegure
matéria na Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada pelas a lecionação do ciclo de estudos que seja próprio, acade-
Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de 10 de micamente qualificado e especializado nessa área ou áreas;
setembro; b) Disponham dos recursos humanos e materiais indis-
h) Coeficientes de ponderação e procedimentos para o pensáveis à garantia do nível e da qualidade da formação
cálculo da classificação final; ministrada;
i) Elementos que constam obrigatoriamente dos diplo- c) Desenvolvam atividade reconhecida de formação e
mas e cartas de curso; de investigação ou de desenvolvimento de natureza profis-
j) Prazo de emissão do diploma, da carta de curso e do sional de alto nível, por si ou através da sua participação
suplemento ao diploma; ou colaboração, ou dos seus docentes e investigadores,
k) Processo de acompanhamento pelos órgãos pedagó- em instituições científicas externas, com publicações ou
gico e científico. produção científica relevantes;
d) Disponham de um coordenador do ciclo de estudos
titular do grau de doutor na área de formação fundamental
CAPÍTULO III do ciclo, que se encontre em regime de tempo integral.
Mestrado 3 — Para os efeitos da alínea a) do número anterior,
considera-se que o corpo docente é:
Artigo 15.º
Grau de mestre
a) Próprio quando o corpo docente total é constituído
por um mínimo de 75 % de docentes em regime de tempo
1 — O grau de mestre é conferido aos que demonstrem: integral;
a) Possuir conhecimentos e capacidade de compreensão b) Academicamente qualificado quando o corpo docente
a um nível que: total é constituído por um mínimo de 60 % de docentes
com o grau de doutor;
i) Sustentando-se nos conhecimentos obtidos ao nível c) Especializado quando:
do 1.º ciclo, os desenvolva e aprofunde;
ii) Permitam e constituam a base de desenvolvimentos i) Um mínimo de 50 % do corpo docente total é cons-
e ou aplicações originais, em muitos casos em contexto tituído por especialistas de reconhecida experiência e
de investigação; competência profissional na área ou áreas de formação
fundamentais do ciclo de estudos ou por doutores espe-
b) Saber aplicar os seus conhecimentos e a sua capa- cializados nessa área ou áreas;
cidade de compreensão e de resolução de problemas em ii) Um mínimo de 40 % do corpo docente total é cons-
situações novas e não familiares, em contextos alargados tituído por doutores especializados na área ou áreas de
e multidisciplinares, ainda que relacionados com a sua formação fundamentais do ciclo de estudos.
área de estudo;
c) Capacidade para integrar conhecimentos, lidar com 4 — Os docentes com o grau de doutor especializados
questões complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos na área ou áreas de formação fundamentais do ciclo de
em situações de informação limitada ou incompleta, in- estudos podem, igualmente, ser contabilizados para os
cluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades efeitos da alínea b) do número anterior.
éticas e sociais que resultem dessas soluções e desses juízos 5 — O grau de mestre numa determinada especialidade
ou os condicionem; só pode ser conferido pelas instituições de ensino superior
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3175

politécnicas que, na área ou áreas de formação fundamen- c) Titulares de um grau académico superior estrangeiro
tais do ciclo de estudos, cumulativamente: que seja reconhecido como satisfazendo os objetivos do
grau de licenciado pelo órgão científico estatutariamente
a) Disponham de um corpo docente total que assegure
competente da instituição de ensino superior onde preten-
a lecionação no ciclo de estudos que seja próprio, acade-
micamente qualificado e especializado na área ou áreas de dem ser admitidos;
formação fundamentais do ciclo; d) Detentores de um currículo escolar, científico ou
b) Disponham dos recursos humanos e materiais indis- profissional, que seja reconhecido como atestando capa-
pensáveis à garantia do nível e da qualidade da formação cidade para realização deste ciclo de estudos pelo órgão
ministrada; científico estatutariamente competente da instituição de
c) Desenvolvam atividade reconhecida de formação e ensino superior onde pretendem ser admitidos.
de investigação ou de desenvolvimento de natureza profis-
sional de alto nível, por si ou através da sua participação 2 — As normas regulamentares a que se refere o ar-
ou colaboração, ou dos seus docentes e investigadores, tigo 26.º fixam as regras específicas para o ingresso neste
em instituições científicas externas, com publicações ou ciclo de estudos.
produção científica relevantes; 3 — O reconhecimento a que se referem as alíneas b)
d) Disponham de um coordenador do ciclo de estudos a d) do n.º 1 tem como efeito apenas o acesso ao ciclo
titular do grau de doutor ou especialista de reconhecida de estudos conducente ao grau de mestre e não confere
experiência e competência profissional na área de forma- ao seu titular a equivalência ao grau de licenciado ou o
ção fundamental do ciclo, que se encontre em regime de reconhecimento desse grau.
tempo integral.
Artigo 18.º
6 — Para os efeitos da alínea a) do número anterior, Ciclo de estudos conducente ao grau de mestre
considera-se que o corpo docente é:
1 — O ciclo de estudos conducente ao grau de mestre
a) Próprio quando o corpo docente total é constituído tem 90 a 120 créditos e uma duração normal compreendida
por um mínimo de 75 % de docentes em regime de tempo entre três e quatro semestres curriculares de trabalho dos
integral; estudantes.
b) Academicamente qualificado quando o corpo docente 2 — Excecionalmente, e sem prejuízo de ser assegurada
total é constituído por um mínimo de 40 % de docentes a satisfação de todos os requisitos relacionados com a
com o grau de doutor; caraterização dos objetivos do grau e das suas condições
c) Especializado quando: de obtenção, o ciclo de estudos conducente ao grau de
i) Um mínimo de 50 % do corpo docente total é cons- mestre numa especialidade pode ter 60 créditos e uma
tituído por especialistas de reconhecida experiência e duração normal de dois semestres curriculares de trabalho
competência profissional na área ou áreas de formação em consequência de uma prática estável e consolidada
fundamentais do ciclo de estudos ou por doutores espe- internacionalmente nessa especialidade.
cializados nessa área ou áreas; 3 — No ensino universitário, o ciclo de estudos condu-
ii) Um mínimo de 20 % do corpo docente total é cons- cente ao grau de mestre deve assegurar que o estudante
tituído por doutores especializados na área ou áreas de adquira uma especialização de natureza académica com
formação fundamentais do ciclo de estudos. recurso à atividade de investigação, de inovação ou de
aprofundamento de competências profissionais.
7 — Os docentes com o grau de doutor especializados 4 — No ensino politécnico, o ciclo de estudos condu-
na área ou áreas de formação fundamentais do ciclo de cente ao grau de mestre deve assegurar, predominante-
estudos podem, igualmente, ser contabilizados para os mente, a aquisição pelo estudante de uma especialização
efeitos da alínea b) do número anterior. de natureza profissional.
8 — Quando exista mais de uma área de formação fun- 5 — A obtenção do grau de mestre referido nos números
damental num ciclo de estudos, os docentes especializados anteriores, ou dos créditos correspondentes ao curso de
a que se referem a alínea c) do n.º 3 e a alínea c) do n.º 6 especialização referido na alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º
devem ter uma distribuição por áreas adequada ao peso do presente decreto-lei, pode ainda habilitar ao acesso a
de cada uma. profissões sujeitas a requisitos especiais de reconheci-
9 — A verificação da satisfação dos requisitos referidos mento, nos termos legais e institucionais previstos para
nos números anteriores é feita no âmbito do processo de o efeito.
acreditação. Artigo 19.º
Artigo 17.º Ciclo de estudos integrado conducente ao grau de mestre
Acesso e ingresso no ciclo de estudos 1 — No ensino universitário, o grau de mestre pode
conducente ao grau de mestre
igualmente ser conferido após um ciclo de estudos in-
1 — Podem candidatar-se ao acesso ao ciclo de estudos tegrado, com 300 a 360 créditos e uma duração normal
conducente ao grau de mestre: compreendida entre 10 e 12 semestres curriculares de
trabalho, nos casos em que, para o acesso ao exercício de
a) Titulares do grau de licenciado ou equivalente legal; uma determinada atividade profissional, essa duração:
b) Titulares de um grau académico superior estrangeiro
conferido na sequência de um 1.º ciclo de estudos organi- a) Seja fixada por normas legais da União Europeia;
zado de acordo com os princípios do Processo de Bolonha b) Resulte de uma prática estável e consolidada na União
por um Estado aderente a este Processo; Europeia.
3176 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

2 — O acesso e ingresso no ciclo de estudos referido científico estatutariamente competente da instituição de


no número anterior rege-se pelas normas aplicáveis ao ensino superior.
acesso e ingresso no ciclo de estudos conducente ao grau 5 — As deliberações do júri são tomadas por maioria
de licenciado. dos membros que o constituem, através de votação nominal
3 — No ciclo de estudos referido no n.º 1, é conferido o justificada, não sendo permitidas abstenções.
grau de licenciado aos que tenham realizado os 180 créditos 6 — Das reuniões do júri são lavradas atas, das quais
correspondentes aos primeiros seis semestres curriculares constam os votos de cada um dos seus membros e a res-
de trabalho. petiva fundamentação, que pode ser comum a todos ou a
4 — O grau de licenciado referido no número anterior alguns membros do júri.
deve adotar uma denominação que não se confunda com
a do grau de mestre. Artigo 23.º
5 — As normas regulamentares a que se refere o ar-
tigo 26.º devem prever a possibilidade de ingresso no ci- Concessão do grau de mestre
clo de estudos referido no n.º 1 por licenciados em área O grau de mestre é conferido aos que, através da apro-
adequada, bem como a creditação neste ciclo de estudos vação em todas as unidades curriculares que integram o
da formação obtida no curso de licenciatura.
plano de estudos do curso de mestrado e da aprovação no
ato público de defesa da dissertação, do trabalho de pro-
Artigo 20.º
jeto ou do relatório de estágio, tenham obtido o número
Estrutura do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre de créditos fixado.
1 — O ciclo de estudos conducente ao grau de mestre
integra: Artigo 24.º
a) Um curso de especialização, constituído por um con- Classificação final do grau de mestre
junto organizado de unidades curriculares, denominado 1 — Ao grau académico de mestre é atribuído uma
curso de mestrado, a que corresponde um mínimo de 50 % classificação final, expressa no intervalo 10-20 da escala
do total dos créditos do ciclo de estudos; numérica inteira de 0 a 20, bem como no seu equivalente
b) Uma dissertação de natureza científica ou um traba- na escala europeia de comparabilidade de classificações,
lho de projeto, originais e especialmente realizados para nos termos fixados pelos artigos 16.º a 22.º do Decreto-Lei
este fim, ou um estágio de natureza profissional objeto de n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei
relatório final, consoante os objetivos específicos visados, n.º 107/2008, de 25 de junho.
nos termos que sejam fixados pelas respetivas normas regu- 2 — As normas regulamentares a que se refere o ar-
lamentares, a que corresponde um mínimo de 30 créditos. tigo 26.º fixam a forma de cálculo da classificação final.
2 — Os valores mínimos a que se refere o número an-
Artigo 25.º
terior não se aplicam ao ciclo de estudos integrado a que
se refere o artigo anterior.
[Revogado]
Artigo 21.º
Artigo 26.º
Orientação
Normas regulamentares do mestrado
1 — A elaboração da dissertação ou do trabalho de pro-
jeto e a realização do estágio são orientadas por doutor ou O órgão legal e estatutariamente competente de cada
por especialista de mérito reconhecido como tal pelo órgão instituição de ensino superior aprova as normas relativas
científico estatutariamente competente da instituição de às seguintes matérias:
ensino superior, nacional ou estrangeira. a) Regras sobre a admissão no ciclo de estudos, em
2 — A orientação pode ser assegurada em regime de especial as condições de natureza académica e curricular,
coorientação, quer por orientadores nacionais, quer por as normas de candidatura, os critérios de seleção e seria-
nacionais e estrangeiros. ção, e o processo de fixação e divulgação das vagas e dos
prazos de candidatura;
Artigo 22.º b) Condições de funcionamento;
Júri do mestrado c) Estrutura curricular, plano de estudos e créditos, nos
1 — A dissertação, o trabalho de projeto ou o relatório termos das normas técnicas a que se refere o artigo 12.º
de estágio são objeto de apreciação e discussão pública do Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado
por um júri nomeado pelo órgão legal e estatutariamente pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho;
competente da instituição de ensino superior. d) Processo de creditação;
2 — O júri é constituído por três a cinco membros, e) Concretização da componente a que se refere a alí-
podendo um destes ser o orientador. nea b) do n.º 1 do artigo 20.º;
3 — Sempre que exista mais do que um orientador, f) Regimes de precedências e de avaliação de conheci-
apenas um pode integrar o júri. mentos no curso de mestrado;
4 — Os membros do júri devem ser especialistas no g) Regime de prescrição do direito à inscrição, tendo
domínio em que se insere a dissertação, o trabalho de em consideração, no ensino público e quando aplicável,
projeto ou o relatório de estágio e são nomeados de entre o disposto sobre esta matéria na Lei n.º 37/2003, de 22 de
nacionais ou estrangeiros titulares do grau de doutor ou agosto, alterada pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto,
especialistas de mérito reconhecido como tal pelo órgão e 62/2007, de 10 de setembro;
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3177

h) Processo de nomeação do orientador ou dos orienta- o alargamento das fronteiras do conhecimento, parte do
dores, condições em que é admitida a coorientação e regras qual mereça a divulgação nacional ou internacional em
a observar na orientação; publicações com comité de seleção;
i) Regras sobre a apresentação e entrega da dissertação, e) Ser capazes de analisar criticamente, avaliar e sinte-
do trabalho de projeto ou do relatório de estágio, e sua tizar ideias novas e complexas;
apreciação; f) Ser capazes de comunicar com os seus pares, a restante
j) Prazos máximos para a realização do ato público de comunidade académica e a sociedade em geral sobre a área
defesa da dissertação, do trabalho de projeto ou do rela- em que são especializados;
tório de estágio; g) Ser capazes de, numa sociedade baseada no conheci-
k) Regras sobre a composição, nomeação e funciona- mento, promover, em contexto académico e ou profissio-
mento do júri; nal, o progresso tecnológico, social ou cultural.
l) Regras sobre as provas de defesa da dissertação, do
trabalho de projeto ou do relatório de estágio; 2 — O grau de doutor é conferido num ramo do conhe-
m) Processo de atribuição da classificação final; cimento ou numa sua especialidade.
n) Elementos que constam obrigatoriamente dos diplo-
mas e cartas de curso; Artigo 29.º
o) Prazo de emissão do diploma, da carta de curso e do
Atribuição do grau de doutor
suplemento ao diploma;
p) Processo de acompanhamento pelos órgãos pedagó- 1 — Os ramos do conhecimento e especialidades em
gico e científico. que cada universidade ou instituto universitário confere o
grau de doutor são fixados pelo seu órgão legal e estatu-
Artigo 27.º tariamente competente.
Propinas do ciclo de estudos conducente 2 — O grau de doutor num determinado ramo do co-
ao grau de mestre no ensino público nhecimento ou sua especialidade só pode ser conferido
1 — O valor das propinas devidas pela inscrição no ciclo pelas universidades ou institutos universitários que, cumu-
de estudos integrado previsto no artigo 19.º é fixado nos lativamente:
termos previstos para o ciclo de estudos conducente ao grau a) Disponham de um corpo docente total que assegure
de licenciado no n.º 2 do artigo 16.º da Lei n.º 37/2003, a lecionação do ciclo de estudos que seja próprio, aca-
de 22 de agosto, alterada pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de demicamente qualificado e especializado nesse ramo de
agosto, e 62/2007, de 10 de setembro. conhecimento ou sua especialidade;
2 — O valor das propinas devidas pela inscrição no b) Disponham dos recursos humanos e materiais in-
ciclo de estudos conducente ao grau de mestre no ensino dispensáveis a garantir o nível e a qualidade da formação
público, quando a sua conjugação com um ciclo de estu- ministrada;
dos conducente ao grau de licenciado seja indispensável c) Demonstrem possuir, nessa área, os recursos humanos
para o acesso ao exercício de uma atividade profissional, e organizativos necessários à realização de investigação;
é igualmente fixado nos termos previstos para o ciclo d) Demonstrem possuir, por si ou através da sua partici-
de estudos conducente ao grau de licenciado no n.º 2 do pação ou colaboração, ou dos seus docentes e investigado-
artigo 16.º da Lei n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada res, em instituições científicas externas, uma experiência
pelas Leis n.os 49/2005, de 30 de agosto, e 62/2007, de acumulada de investigação concretizada numa produção
10 de setembro. científica e académica relevantes nesse ramo do conheci-
3 — O valor das propinas devidas pela inscrição no ciclo mento ou sua especialidade;
de estudos conducente ao grau de mestre no ensino público e) Disponham de um coordenador do ciclo de estudos
nos restantes casos é fixado nos termos estabelecidos pela titular do grau de doutor que seja especializado no ramo
Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro. de conhecimento do ciclo ou sua especialidade e que se
encontre em regime de tempo integral.
CAPÍTULO IV
3 — Para os efeitos da alínea a) do número anterior,
Doutoramento considera-se que o corpo docente é:
a) Próprio quando o corpo docente total é constituído
Artigo 28.º por um mínimo de 75 % de docentes em regime de tempo
Grau de doutor integral;
b) Academicamente qualificado quando o corpo docente
1 — O grau de doutor é conferido aos que demons- total é integralmente constituído por titulares do grau de
trem: doutor, sem prejuízo de, excecionalmente, poder integrar
a) Capacidade de compreensão sistemática num domínio docentes não doutorados detentores de um currículo aca-
científico de estudo; démico, científico ou profissional reconhecido, no âmbito
b) Competências, aptidões e métodos de investigação do processo de acreditação, como atestando capacidade
associados a um domínio científico; para ministrar este ciclo de estudos;
c) Capacidade para conceber, projetar, adaptar e realizar c) Especializado quando o corpo docente total é consti-
uma investigação significativa respeitando as exigências tuído por um mínimo de 75 % de titulares do grau de doutor
impostas pelos padrões de qualidade e integridade aca- nesse ramo de conhecimento ou sua especialidade.
démicas;
d) Ter realizado um conjunto significativo de traba- 4 — Os docentes com o grau de doutor especializados
lhos de investigação original que tenha contribuído para na área ou áreas de formação fundamentais do ciclo de
3178 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

estudos podem, igualmente, ser contabilizados para os conjunto se denomina curso de doutoramento, fixando-se,
efeitos da alínea b) do número anterior. nesse caso, as condições em que deve ser dispensada a
5 — A verificação da satisfação dos requisitos referidos frequência desse curso.
nos números anteriores é feita no âmbito do processo de
acreditação Artigo 32.º
Artigo 30.º Registo das teses de doutoramento em curso
Acesso e ingresso no ciclo de estudos As teses de doutoramento em curso são objeto de registo
conducente ao grau de doutor
nos termos do Decreto-Lei n.º 52/2002, de 2 de março.
1 — Podem candidatar-se ao acesso ao ciclo de estudos
conducente ao grau de doutor: Artigo 33.º
a) Os titulares do grau de mestre ou equivalente legal; Regime especial de apresentação da tese
b) Os titulares de grau de licenciado, detentores de um 1 — Os que reúnam as condições para acesso ao ciclo
currículo escolar ou científico especialmente relevante de estudos conducente ao grau de doutor podem requerer
que seja reconhecido como atestando capacidade para a a apresentação de uma tese, ou dos trabalhos previstos nas
realização deste ciclo de estudos pelo órgão científico legal alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º, ao ato público de
e estatutariamente competente da universidade ou instituto defesa sem inscrição no ciclo de estudos a que se refere o
universitário onde pretendem ser admitidos; artigo 31.º e sem a orientação a que se refere a alínea c)
c) Os detentores de um currículo escolar, científico ou do artigo 38.º
profissional, que seja reconhecido como atestando ca- 2 — Compete ao órgão científico legal e estatutaria-
pacidade para a realização deste ciclo de estudos pelo mente competente da universidade ou do instituto universi-
órgão científico legal e estatutariamente competente da tário decidir quanto ao pedido, após apreciação do currículo
universidade ou instituto universitário onde pretendem do requerente e da adequação da tese aos objetivos visados
ser admitidos. pelo grau de doutor, nos termos do artigo 28.º
2 — As normas regulamentares a que se refere o ar-
tigo 38.º fixam as condições específicas para o ingresso Artigo 34.º
neste ciclo de estudos. Júri do doutoramento
3 — O reconhecimento a que se referem as alíneas b)
e c) do n.º 1 tem como efeito apenas o acesso ao ciclo de 1 — A tese, ou os trabalhos previstos nas alíneas a)
estudos conducente ao grau de doutor e não confere ao seu e b) do n.º 2 do artigo 31.º, são objeto de apreciação e
titular a equivalência ao grau de licenciado ou de mestre, discussão pública por um júri nomeado pelo órgão legal
ou ao seu reconhecimento. e estatutariamente competente da universidade ou do ins-
tituto universitário.
Artigo 31.º 2 — O júri de doutoramento é constituído:
Ciclo de estudos conducente ao grau de doutor
a) Pelo reitor, que preside, ou por quem ele nomeie
para esse fim;
1 — O ciclo de estudos conducente ao grau de doutor b) Por um mínimo de quatro vogais doutorados, podendo
integra a elaboração de uma tese original especialmente um destes ser o orientador;
elaborada para este fim, adequada à natureza do ramo de c) [Revogada].
conhecimento ou da especialidade.
2 — Em alternativa, em condições de exigência equi- 3 — Sempre que exista mais do que um orientador ape-
valentes, e tendo igualmente em consideração a natureza nas um pode integrar o júri.
do ramo de conhecimento ou da especialidade, o ciclo de 4 — [Revogado].
estudos conducente ao grau de doutor pode, nas condições 5 — Pelo menos dois dos membros do júri referidos na
previstas no regulamento de cada instituição de ensino alínea b) do n.º 2 são designados de entre professores e
superior, ser integrado: investigadores doutorados de outras instituições de ensino
a) Pela compilação, devidamente enquadrada, de um superior ou de investigação, nacionais ou estrangeiros.
conjunto coerente e relevante de trabalhos de investigação, 6 — Pode, ainda, fazer parte do júri individualidade
já objeto de publicação em revistas com comités de seleção de reconhecida competência na área científica em que se
de reconhecido mérito internacional; ou inserem a tese ou os trabalhos previstos nas alíneas a) e b)
b) No domínio das artes, por uma obra ou conjunto de do n.º 2 do artigo 31.º
obras ou realizações com caráter inovador, acompanhada 7 — O júri deve integrar, pelo menos, três professores
de fundamentação escrita que explicite o processo de con- ou investigadores do domínio científico em que se inserem
ceção e elaboração, a capacidade de investigação, e o seu a tese ou os trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2
enquadramento na evolução do conhecimento no domínio do artigo 31.º
em que se insere. 8 — As deliberações do júri são tomadas por maioria
dos membros que o constituem, através de votação nominal
justificada, não sendo permitidas abstenções.
3 — O ciclo de estudos conducente ao grau de doutor
9 — O presidente do júri tem voto de qualidade e só
deve visar essencialmente a aprendizagem orientada da
exerce o seu direito de voto:
prática de investigação de alto nível, podendo, eventual-
mente, integrar, quando as respetivas normas regulamenta- a) Quando seja professor ou investigador na área ou
res justificadamente o prevejam, a realização de unidades áreas científicas do ciclo de estudos; ou
curriculares dirigidas à formação para a investigação, cujo b) Em caso de empate.
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3179

10 — Das reuniões do júri são lavradas atas, das quais m) Prazo de emissão do diploma, da carta doutoral e do
constam os votos de cada um dos seus membros e a res- suplemento ao diploma;
petiva fundamentação, que pode ser comum a todos ou a n) Processo de acompanhamento pelos órgãos pedagó-
alguns membros do júri. gico e científico.

Artigo 35.º CAPÍTULO V


Concessão do grau de doutor
Diplomas de técnico superior profissional
O grau de doutor é conferido aos que tenham obtido
aprovação no ato público de defesa da tese ou dos trabalhos SECÇÃO I
previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º Princípios gerais

Artigo 36.º Artigo 39.º


Qualificação final do grau de doutor [Revogado]
1 — Ao grau académico de doutor é atribuída uma qua- Artigo 40.º
lificação final nos termos fixados pelas normas regulamen-
tares aprovadas pela universidade ou instituto universitário [Revogado]
que o atribui.
2 — A qualificação é atribuída pelo júri a que se refere Artigo 40.º-A
o artigo 34.º, consideradas as classificações obtidas nas Diploma de técnico superior profissional
unidades curriculares do curso de doutoramento, quando
exista, e o mérito da tese ou dos trabalhos previstos nas O diploma de técnico superior profissional é conferido
alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º apreciado no ato aos que demonstrem:
público. a) Possuir conhecimentos e capacidade de compreensão
numa área de formação, e a um nível que:
Artigo 37.º
i) Sustentando-se nos conhecimentos de nível secundá-
[Revogado] rio, os desenvolva e aprofunde;
ii) Se apoie em materiais de ensino de nível avançado
Artigo 38.º e lhes corresponda;
Normas regulamentares do doutoramento iii) Constitua a base para uma área de atividade profis-
sional ou vocacional, para o desenvolvimento pessoal e
O órgão legal e estatutariamente competente de cada para o prosseguimento de estudos com vista à conclusão
universidade ou instituto universitário aprova as normas de um ciclo de estudos conducente à atribuição do grau
relativas às seguintes matérias: de licenciado;
a) Regras sobre a admissão no ciclo de estudos, em
especial as condições de natureza académica e curricular, b) Saber aplicar, em contextos profissionais, os conhe-
as normas de candidatura e os critérios de seleção; cimentos e a capacidade de compreensão adquiridos;
b) Eventual existência, devidamente justificada, de curso c) Ter capacidade de identificar e utilizar informação
de doutoramento e, quando exista, a estrutura curricular e para dar resposta a problemas concretos e abstratos bem
plano de estudos e as condições em que deve ser dispensada definidos;
a respetiva frequência; d) Possuir competências que lhes permitam comunicar
c) Processo de nomeação do orientador ou dos orienta- acerca da sua compreensão das questões, competências e
dores, condições em que é admitida a coorientação e regras atividades, com os seus pares, supervisores e clientes;
a observar na orientação; e) Possuir competências de aprendizagem que lhes per-
d) Processo de registo do tema do doutoramento; mitam prosseguir estudos com alguma autonomia.
e) Condições de preparação da tese ou da apresenta-
ção dos trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do Artigo 40.º-B
artigo 31.º; Atribuição do diploma de técnico superior profissional
f) Regras sobre a apresentação e entrega da tese ou dos
trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º 1 — As áreas de formação em que cada instituição de
e sua apreciação; ensino superior confere o diploma de técnico superior
g) Regras sobre os prazos máximos para a realização profissional são definidas pelo seu órgão legal e estatutaria-
do ato público de defesa da tese ou dos trabalhos previstos mente competente, tendo em consideração as necessidades
nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º; de formação profissional, designadamente na região em
h) Regras sobre a composição, nomeação e funciona- que se encontre inserida.
mento do júri; 2 — O diploma de técnico superior profissional numa
i) Regras sobre as provas de defesa da tese ou dos traba- determinada área de formação só pode ser conferido pelas
lhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º; instituições de ensino superior que disponham:
j) Processo de atribuição da qualificação final; a) De um projeto educativo, científico e cultural próprio,
l) Elementos que constam obrigatoriamente dos diplo- adequado aos objetivos fixados para o ciclo de estudos a
mas e cartas doutorais; ele conducente;
3180 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

b) De um corpo docente constituído por especialistas rado pelos Decretos-Leis n.os 113/2014, de 16 de julho,
de reconhecida experiência e competência profissional e e 63/2016, de 13 de setembro.
por doutores:
2 — Podem igualmente candidatar-se ao acesso aos
i) Maioritariamente próprio;
cursos técnicos superiores profissionais os titulares de um
ii) Adequado em número; diploma de especialização tecnológica, de um diploma
iii) Qualificado na área ou áreas em causa; de técnico superior profissional ou de um grau de ensino
c) Dos recursos humanos e materiais indispensáveis para superior.
garantir o nível e a qualidade da formação, designadamente 3 — Os estudantes que concluam os cursos de formação
espaços letivos, equipamentos, bibliotecas e laboratórios profissional de nível secundário ou equivalente nas esco-
adequados. las e noutras entidades em rede com uma instituição que
ministre ensino politécnico têm prioridade na ocupação de
3 — A verificação da satisfação dos requisitos referidos até 50 % das vagas que sejam fixadas nos cursos técnicos
nos números anteriores é feita no âmbito do processo de superiores profissionais por esta ministrados e para os
registo a que se referem os artigos 40.º-S e seguintes. quais reúnam as condições de ingresso.

Artigo 40.º-C Artigo 40.º-F


Articulação com o mercado de trabalho Ingresso no ciclo de estudos conducente ao diploma
de técnico superior profissional
1 — A criação de cursos técnicos superiores profissio-
nais, bem como a fixação dos seus planos de estudos, é 1 — O ingresso nos cursos técnicos superiores profis-
precedida, obrigatoriamente, de consulta ou recolha de sionais realiza-se através de um concurso organizado pela
informação junto das entidades empregadoras e associa- instituição de ensino superior.
ções empresariais e socioprofissionais da região onde se 2 — As condições de ingresso em cada curso técnico
insere a instituição de ensino superior. superior profissional são fixadas pela instituição de ensino
2 — Tendo em vista a concretização da formação em superior, em função da área de estudos em que aquele se
contexto de trabalho e a integração no mercado de em- integra.
prego, as instituições de ensino superior celebram acordos 3 — As condições a que se refere o número anterior têm
ou outras formas de parceria com empresas ou outros como referencial os conhecimentos e aptidões correspon-
empregadores, associações empresariais e socioprofis- dentes ao nível do ensino secundário nas áreas relevantes
sionais ou outras organizações que melhor se adequem para cada curso.
à especificidade da formação ministrada, bem como às 4 — As condições de ingresso, a forma de proceder à
exigências dos perfis profissionais visados. verificação da sua satisfação e as regras a que estão sujeitos
os concursos são fixadas em regulamento aprovado pelo
órgão legal e estatutariamente competente da instituição
Artigo 40.º-D
de ensino superior, publicado, previamente, na 2.ª série do
Redes Diário da República.
No quadro da ministração dos cursos técnicos superiores 5 — Todos os documentos relacionados com a verifi-
profissionais, as instituições de ensino superior devem cação da satisfação das condições de ingresso, incluindo
promover a sua articulação em redes regionais: eventuais provas escritas efetuadas pelo estudante, inte-
gram o seu processo individual.
a) Entre si;
b) Com as escolas e outras entidades que ministrem Artigo 40.º-G
cursos de formação profissional de nível secundário ou
equivalente; Número máximo de estudantes
c) Com empresas e outros empregadores, associações 1 — No âmbito do processo de registo da criação a que
empresariais e socioprofissionais ou outras organizações se referem os artigos 40.º-S e seguintes são fixados, em
relacionadas com as áreas de formação asseguradas. relação a cada par instituição/ciclo de estudos, os seguintes
valores:
SECÇÃO II a) O número máximo de estudantes a admitir em cada
Acesso, ingresso e número máximo de estudantes
ano letivo;
b) O número máximo total de estudantes inscritos em
Artigo 40.º-E simultâneo.
Acesso ao ciclo de estudos conducente ao diploma
de técnico superior profissional 2 — O número anual máximo de novas admissões, bem
como o número máximo de estudantes que pode estar ins-
1 — Podem candidatar-se ao acesso aos cursos técnicos crito em cada ciclo de estudos em cada ano letivo:
superiores profissionais:
a) É fixado anualmente por cada instituição, tendo em
a) Os titulares de um curso de ensino secundário ou de consideração:
habilitação legalmente equivalente;
b) Os que tenham sido aprovados nas provas especial- i) A informação disponível sobre a empregabilidade,
mente adequadas, destinadas a avaliar a capacidade para incluindo a recolhida nos termos do artigo 40.º-AA;
a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos, ii) A informação disponível sobre a procura desta via
realizadas, para o curso em causa, ao abrigo do dis- para prosseguimento da formação profissional em ciclos
posto no Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de março, alte- de estudos conferentes de grau académico;
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3181

iii) Os recursos de cada uma, designadamente quanto b) Formação técnica;


a pessoal docente, instalações, equipamentos e meios fi- c) Formação em contexto de trabalho.
nanceiros;
Artigo 40.º-K
b) Está sujeito aos limites fixados no ato do seu registo; Componente de formação geral e científica
c) Está subordinado, nas instituições de ensino superior
públicas, às orientações gerais que sejam estabelecidas pelo A componente de formação geral e científica visa de-
membro do Governo responsável pela área do ensino su- senvolver atitudes e comportamentos adequados a profis-
perior, ouvidos os organismos representativos das institui- sionais com elevado nível de qualificação profissional e
ções, tendo em consideração, designadamente, a racionali- adaptabilidade ao mundo do trabalho e da empresa, am-
zação da oferta educativa, a política nacional de formação pliar a formação cultural e aperfeiçoar, onde tal se revele
de recursos humanos e os recursos disponíveis; indispensável, o conhecimento dos domínios de natureza
d) É comunicado à Direção-Geral do Ensino Superior, científica que fundamentam as tecnologias próprias da
acompanhado da respetiva fundamentação. respetiva área de formação.

3 — Em caso de ausência de fundamentação expressa Artigo 40.º-L


e suficiente dos valores fixados, de infração das normas
Componente de formação técnica
legais aplicáveis ou de não cumprimento das orientações
gerais estabelecidas nos termos da alínea c) do número 1 — A componente de formação técnica integra domí-
anterior, aqueles valores podem ser alterados por despacho nios de natureza técnica orientados para a compreensão
fundamentado do membro do Governo responsável pela das atividades práticas e para a resolução de problemas do
área do ensino superior, publicado na 2.ª série do Diário âmbito do exercício profissional, devendo concretizar-se,
da República. principalmente, na aplicação prática, laboratorial, oficinal
4 — A Direção-Geral do Ensino Superior procede à e em projetos, e promover e estimular a componente de
divulgação dos valores fixados. investigação baseada na prática.
5 — Não é permitida a transferência dos valores fixados 2 — A componente de formação técnica pode incluir
nos termos dos números anteriores entre cursos ou insti- módulos ministrados em ambiente de trabalho.
tuições de ensino superior.
Artigo 40.º-M
SECÇÃO III Componente de formação em contexto de trabalho
Propinas 1 — A componente de formação em contexto de traba-
Artigo 40.º-H lho visa a aplicação dos conhecimentos e saberes adqui-
ridos às atividades práticas do respetivo perfil profissio-
Propinas do ciclo de estudos conducente ao diploma nal e contempla a execução de atividades sob orientação,
de técnico superior profissional
utilizando as técnicas, os equipamentos e os materiais
Pela inscrição nos cursos técnicos superiores profis- que se integram nos processos de produção de bens ou de
sionais no ensino público é devida uma propina anual, a prestação de serviços.
fixar pelo órgão legal e estatutariamente competente da 2 — A componente de formação em contexto de traba-
instituição de ensino superior, de montante não superior ao lho tem uma duração não inferior a um semestre curricular,
valor máximo a que se refere o n.º 2 do artigo 16.º da Lei correspondente a 30 créditos.
n.º 37/2003, de 22 de agosto, alterada pelas Leis n.os 49/2005, 3 — A componente de formação em contexto de tra-
de 30 de agosto, e 62/2007, de 10 de setembro. balho concretiza-se através de um estágio podendo ser
repartida ao longo do curso.
SECÇÃO IV
Artigo 40.º-N
Ciclo de estudos
Organização do currículo

Artigo 40.º-I Na organização do currículo dos cursos técnicos su-


periores profissionais devem ser satisfeitos os seguintes
Ciclo de estudos conducente ao diploma
de técnico superior profissional critérios:
O ciclo de estudos conducente ao diploma de técnico a) No conjunto dos créditos das componentes de for-
superior profissional tem 120 créditos e uma duração mação geral e científica e de formação técnica, à primeira
normal de quatro semestres curriculares de trabalho dos correspondem até 30 % e à segunda não menos de 70 %;
estudantes. b) Na componente de formação técnica, o conjunto das
vertentes de aplicação prática, laboratorial, oficinal e de
Artigo 40.º-J projeto deve corresponder a, pelo menos, 70 % das suas
Estrutura do ciclo de estudos conducente ao diploma horas de contacto.
de técnico superior profissional
O ciclo de estudos conducente ao diploma de técnico Artigo 40.º-O
superior profissional é integrado por um conjunto de uni- Ministração do ensino
dades curriculares, denominado curso técnico superior
profissional, organizadas nas componentes de: 1 — As formações referidas nas alíneas a) e b) do ar-
tigo 40.º-J devem ser ministradas no ambiente pedagógico
a) Formação geral e científica; adequado aos objetivos destes cursos.
3182 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

2 — O funcionamento dos cursos técnicos superiores g) Os resultados da consulta às empresas e associações


profissionais realiza-se dentro do ciclo temporal dos anos da região, demonstrativos das necessidades de formação
letivos. na área sem a correspondente oferta;
3 — As instituições de ensino superior podem ministrar h) As condições de ingresso;
os cursos em mais do que uma localidade da região em i) A existência de pessoal docente que satisfaça o dis-
que se integram. posto na alínea b) do n.º 2 do artigo 40.º-B;
4 — A apreciação das condições de ministração do en- j) A existência das condições materiais para a minis-
sino faz-se separadamente para cada localidade onde a tração do ensino;
instituição pretenda ministrar o ciclo de estudos. k) A existência de protocolos com entidades externas
que desenvolvam atividades profissionais adequadas ao
SECÇÃO V perfil profissional visado e que assegurem, na quantidade
e com a qualidade adequadas, a realização da componente
Concessão de formação em contexto de trabalho.
Artigo 40.º-P
2 — Os pedidos de registo dos cursos são apresentados
Concessão do diploma de técnico superior profissional
nos termos e nos prazos fixados por despacho do diretor-
O diploma de técnico superior profissional é confe- -geral do Ensino Superior, publicado na 2.ª série do Diário
rido aos que, através da aprovação em todas as unidades da República.
curriculares que integram o plano de estudos do curso 3 — No âmbito do processo de registo da criação dos
técnico superior profissional, tenham obtido o número de cursos, a Direção-Geral do Ensino Superior pode:
créditos fixado.
a) Promover a realização de visitas às instituições de
Artigo 40.º-Q ensino superior para proceder à avaliação, no local, da
Classificação final do diploma de técnico superior profissional
satisfação das condições;
b) Ouvir entidades especializadas na área.
1 — Ao diploma de técnico superior profissional é
atribuída uma classificação final, expressa no intervalo 4 — No âmbito do processo de registo da criação de
10-20 da escala numérica inteira de 0 a 20, bem como no cursos em áreas objeto de regulação do exercício da pro-
seu equivalente na escala europeia de comparabilidade de fissão, a Direção-Geral do Ensino Superior ouve, obriga-
classificações, nos termos fixados pelos artigos 16.º a 22.º toriamente, as entidades públicas competentes, as quais
do Decreto-Lei n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado dispõem do prazo de 30 dias úteis para se pronunciarem.
pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho.
2 — A classificação final é a média aritmética ponde- Artigo 40.º-T
rada das classificações obtidas nas unidades curriculares
que integram o plano de estudos do curso técnico superior Despacho de registo
profissional.
3 — Os coeficientes de ponderação são fixados pelas 1 — A decisão sobre o pedido de registo da criação de
normas regulamentares a que se refere o artigo 40.º-Y. um curso técnico superior profissional é da competência
4 — A classificação final é atribuída pelo órgão legal do diretor-geral do Ensino Superior.
e estatutariamente competente da instituição de ensino 2 — O despacho de deferimento do registo da criação
superior. de um curso técnico superior profissional é publicado na
2.ª série do Diário da República, dele devendo constar os
SECÇÃO VI seguintes elementos:
Entrada em funcionamento a) A denominação da instituição de ensino superior;
b) A denominação do curso técnico superior profis-
Artigo 40.º-R sional;
Entrada em funcionamento c) A área de educação e formação em que se insere;
d) O perfil profissional que visa preparar;
A entrada em funcionamento de um curso técnico supe- e) O referencial de competências a adquirir;
rior profissional carece de registo prévio na Direção-Geral f) A estrutura curricular;
do Ensino Superior. g) O plano de estudos, com indicação, para cada com-
ponente de formação, das respetivas unidades curriculares,
Artigo 40.º-S sua carga horária e número de créditos atribuídos;
Registo h) As condições de ingresso;
i) As localidades e instalações em que é autorizada a
1 — No âmbito do registo da criação de cada curso ministração do curso;
técnico superior profissional são analisados, designada- j) O número máximo para cada admissão de novos
mente: estudantes e o número máximo de estudantes que podem
a) A denominação do curso; estar inscritos em simultâneo no curso em cada localidade
b) A área de educação e formação em que se insere; em que esteja autorizada a sua ministração.
c) O perfil profissional que visa preparar;
d) O referencial de competências a adquirir e a sua Artigo 40.º-U
articulação com o perfil profissional visado; Alterações
e) A estrutura curricular;
f) O plano de estudos e a articulação deste com o refe- 1 — A aprovação das alterações aos cursos técnicos
rencial de competências; superiores profissionais compete aos órgãos legal e es-
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3183

tatutariamente competentes das instituições de ensino c) Conselho Coordenador dos Institutos Superiores
superior. Politécnicos;
2 — A entrada em funcionamento das alterações aos d) Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas;
elementos caraterizadores de um ciclo de estudos fica e) Associações de estudantes do ensino superior.
sujeita a registo na Direção-Geral do Ensino Superior.
3 — Consideram-se elementos caraterizadores de um 3 — Compete à comissão pronunciar-se, designada-
curso técnico superior profissional os constantes das alí- mente, sobre:
neas a) a j) do n.º 2 do artigo 40.º-T.
4 — À apreciação dos pedidos de registo das alterações a) Os termos e prazos em que devem ser apresentados
aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no os pedidos de registo;
artigo 40.º-S. b) Os critérios gerais de apreciação dos pedidos de
5 — A alteração dos limites a que se refere a alínea j) registo;
do n.º 2 do artigo 40.º-T deve ser fundamentada na de- c) O cancelamento dos registos;
monstração da existência de procura e das condições para d) A fixação dos procedimentos do processo de avalia-
a ministração do ensino. ção e dos parâmetros a adotar;
6 — As alterações são publicadas pela instituição de e) A designação dos peritos responsáveis pela avaliação
ensino superior na 2.ª série do Diário da República. externa;
7 — A publicação das alterações deve mencionar f) Os relatórios de avaliação externa;
expressamente o número e a data de registo das mesmas g) A adequação da formação ministrada no âmbito dos
na Direção-Geral do Ensino Superior. cursos técnicos superiores profissionais às práticas inter-
nacionais, designadamente europeias, relativas a cursos
Artigo 40.º-V do mesmo nível e objetivos.
Cancelamento do registo 4 — A composição da comissão é publicada na 2.ª série
1 — São fundamentos para o cancelamento do registo: do Diário da República.
5 — Aos membros da comissão de acompanhamento
a) O incumprimento dos requisitos legais ou das dis- não é devida qualquer remuneração pela participação ou
posições estatutárias; pelo desempenho de funções na mesma.
b) A não observância dos critérios que fundamentaram 6 — As deliberações genéricas da comissão são publi-
o registo; cadas na 2.ª série do Diário da República.
c) O funcionamento em local não autorizado;
d) Uma avaliação externa desfavorável; Artigo 40.º-X
e) A não inscrição de novos estudantes no 1.º ano durante
três anos letivos consecutivos. Avaliação da qualidade
1 — Os cursos técnicos superiores profissionais estão
2 — O cancelamento do registo é da competência do sujeitos a avaliação periódica da qualidade realizada de
diretor-geral do Ensino Superior, após audiência prévia da acordo com os princípios fixados pela Lei n.º 38/2007,
instituição em causa e ouvida a comissão de acompanha- de 16 de agosto.
mento a que se refere o artigo seguinte. 2 — A avaliação da qualidade reveste as formas de
3 — O despacho de cancelamento do registo é notificado autoavaliação e de avaliação externa.
à instituição de ensino superior e publicado na 2.ª série do 3 — A avaliação externa é realizada de quatro em quatro
Diário da República. anos, por peritos, nacionais ou internacionais, designados
4 — Com a receção da notificação pela instituição de por despacho do diretor-geral do Ensino Superior, ouvida
ensino superior, o curso técnico superior profissional: a comissão de acompanhamento.
a) Deixa de poder admitir novos estudantes; 4 — Os procedimentos do processo de avaliação e os
b) Cessa o seu funcionamento, sem prejuízo de o diretor- parâmetros a adotar são aprovados por deliberação da
-geral do Ensino Superior poder autorizar que, durante o comissão de acompanhamento publicada na 2.ª série do
período por ele fixado, prossiga a ministração do ensino Diário da República, devendo ter em consideração os
aos estudantes nele inscritos à data de cancelamento do princípios fixados pela Lei n.º 38/2007, de 16 de agosto.
registo e, se for caso disso, lhes sejam atribuídos os res- 5 — Os resultados da avaliação são publicados, obriga-
petivos diplomas. toriamente, nas páginas da Internet da instituição de ensino
superior e da Direção-Geral do Ensino Superior.
SECÇÃO VII
SECÇÃO VIII
Acompanhamento e avaliação
Artigo 40.º-W Outras disposições

Comissão de acompanhamento Artigo 40.º-Y


1 — É criada uma comissão de acompanhamento dos Normas regulamentares do diploma
de técnico superior profissional
cursos técnicos superiores profissionais.
2 — A comissão é constituída pelo diretor-geral do O órgão legal e estatutariamente competente de cada
Ensino Superior, que coordena, e por um representante instituição de ensino superior aprova as normas relativas
designado por cada uma das seguintes entidades: às seguintes matérias:
a) Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior; a) Condições de ingresso e forma de proceder à verifi-
b) Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado; cação da sua satisfação;
3184 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

b) Regras a que estão sujeitos os concursos de ingresso; Artigo 40.º-AD


c) Condições de funcionamento;
Financiamento das instituições de ensino superior públicas
d) Regime de avaliação de conhecimentos;
e) Regime de precedências; 1 — Os estudantes inscritos nos cursos técnicos su-
f) Regime de prescrição do direito à inscrição; periores profissionais em instituições de ensino superior
g) Coeficientes de ponderação e procedimentos para o públicas são considerados no quadro da aplicação das
cálculo da classificação final; regras de financiamento dessas instituições.
h) Elementos que constam obrigatoriamente dos di- 2 — O disposto no número anterior não prejudica o
plomas; recurso por parte dessas instituições a financiamento com-
i) Prazo de emissão do diploma e do suplemento ao plementar através:
diploma;
j) Processo de acompanhamento pelos órgãos pedagó- a) De fundos da União Europeia, nos termos dos res-
gico e científico. petivos regulamentos;
b) De apoios financeiros de outras entidades.
Artigo 40.º-Z
Taxas CAPÍTULO VI
São devidas taxas, de montante a fixar nos termos do Atribuição de graus e diplomas em associação
n.º 3 do artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º 20/2012,
de 7 de fevereiro, pelos seguintes atos: Artigo 41.º
a) Registo de um curso técnico superior profissional e Objeto da associação
das suas alterações;
b) Avaliação externa da qualidade de um curso técnico 1 — As instituições de ensino superior podem associar-
superior profissional. -se com outras instituições de ensino superior, nacionais
ou estrangeiros, para a realização dos ciclos de estudos
Artigo 40.º-AA conducentes aos graus e diplomas a que se referem os
Monitorização dos diplomados
capítulos anteriores, coordenando os recursos humanos e
materiais das instituições de ensino associadas.
1 — As instituições de ensino superior asseguram a 2 — Os ciclos de estudos referidos no número anterior
recolha de informação sobre o percurso profissional dos devem:
seus diplomados e a divulgação de informação de síntese
sobre a mesma. a) Ser objeto de acreditação pela Agência de Avaliação
2 — A metodologia a adotar para a recolha e divulga- e Acreditação do Ensino Superior e de registo pela Direção-
ção da informação é comum a todas as instituições e é -Geral do Ensino Superior, enquanto ciclos de estudos em
fixada por despacho do diretor-geral do Ensino Superior, associação, quando visem a atribuição de um grau;
ouvidas as instituições de ensino superior que ministram b) Ser objeto de registo pela Direção-Geral do En-
cursos técnicos superiores profissionais e a comissão de sino Superior, enquanto ciclos de estudos em associação,
acompanhamento. quando visem a atribuição de um diploma de técnico su-
3 — Esta informação deve ser considerada no âmbito perior profissional.
do processo anual de fixação das vagas e do processo de
avaliação da qualidade. 3 — No caso a que se refere a alínea a) do número an-
terior, quando a associação envolva instituições de ensino
Artigo 40.º-AB superior estrangeiras, a Agência de Avaliação e Acredi-
Pessoal docente tação do Ensino Superior pode integrar no processo de
acreditação os resultados de procedimentos de avaliação
1 — A ministração do ensino dos cursos técnicos supe- e de acreditação realizados por instituições estrangeiras
riores profissionais é assegurada pelo pessoal docente da ou internacionais que desenvolvam atividade de avaliação
instituição de ensino superior. dentro dos princípios adotados pelo sistema europeu de
2 — O disposto no número anterior entende-se sem
garantia da qualidade do ensino superior.
prejuízo do recurso:
4 — Tendo em vista o disposto no n.º 7 do artigo 13.º
a) À contratação de pessoal com a qualificação ade- da Lei de Bases do Sistema Educativo, não é permitida a
quada, por períodos limitados de tempo, nos regimes le- adoção do regime de franquia nos ciclos de estudos con-
gais aplicáveis, para assegurar a ministração do ensino de ferentes de graus.
módulos específicos;
b) A docentes e formadores de outras instituições que Artigo 42.º
integrem as redes previstas no artigo 40.º-D.
Atribuição do grau ou diploma
Artigo 40.º-AC 1 — Quando todas as instituições de ensino superior
Ação social associadas forem legalmente competentes para a atribuição
do grau ou diploma, este pode ser atribuído:
Os estudantes inscritos nos cursos técnicos superio-
res profissionais são abrangidos pela ação social direta e a) Por todas as instituições em conjunto;
indireta, nos mesmos termos dos restantes estudantes do b) [Revogada];
ensino superior. c) Apenas por uma das instituições.
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3185

2 — Quando alguma das instituições de ensino supe- instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras,
rior não for legalmente competente para atribuir o grau até ao limite de 50 % do total dos créditos do ciclo de
ou diploma, nomeadamente por pertencer a subsistema estudos;
que não possua competência para tal, apenas a instituição e) Podem creditar a formação realizada no âmbito dos
ou instituições de ensino superior competentes o podem cursos de especialização tecnológica até ao limite de um
atribuir, nos termos definidos no número anterior. terço do total dos créditos do ciclo de estudos;
f) Podem creditar outra formação não abrangida pelas
Artigo 43.º alíneas anteriores, até ao limite de um terço do total dos
Titulação do grau ou diploma
créditos do ciclo de estudos;
g) Podem creditar experiência profissional devidamente
1 — [Revogado]. comprovada, até ao limite de um terço do total dos créditos
2 — No caso a que se refere a alínea a) do n.º 1 do do ciclo de estudos.
artigo anterior e de acordo com o convencionado pelas
instituições associadas: 2 — O conjunto dos créditos atribuídos ao abrigo das
a) O grau é titulado por diploma subscrito pelos ór- alíneas d) a g) do número anterior não pode exceder dois
gãos legal e estatutariamente competentes de todas as terços do total dos créditos do ciclo de estudos.
instituições; 3 — Nos ciclos de estudos conducentes aos graus de
b) O grau é titulado por diploma subscrito pelo órgão mestre e de doutor, os limites à creditação fixados pe-
legal e estatutariamente competente de uma das instituições los números anteriores referem-se, respetivamente, ao
com menção das restantes. curso de mestrado mencionado na alínea a) do n.º 1 do
artigo 20.º e ao curso de doutoramento mencionado no
3 — No caso a que se refere a alínea c) do n.º 1 do ar- n.º 3 do artigo 31.º
tigo anterior, o grau é titulado por diploma subscrito pelo 4 — São nulas as creditações realizadas ao abrigo das
órgão legal e estatutariamente competente da instituição alíneas a) e d) do n.º 1 quando as instituições estrangeiras
de ensino superior que o confere. em que a formação foi ministrada não sejam reconheci-
4 — A emissão do diploma é acompanhada da emissão das pelas autoridades competentes do Estado respetivo
do suplemento ao diploma nos termos do Decreto-Lei como fazendo parte do seu sistema de ensino superior,
n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei como estabelecido pelo artigo I.1 da Convenção sobre o
n.º 107/2008, de 25 de junho. Reconhecimento das Qualificações Relativas ao Ensino
Superior na Região Europa, aprovada, para ratificação,
pela Resolução da Assembleia da República n.º 25/2000,
CAPÍTULO VII de 30 de março.
5 — A atribuição de créditos ao abrigo da alínea g) do
Mobilidade n.º 1 pode ser total ou parcialmente condicionada à reali-
zação de procedimentos de avaliação de conhecimentos
Artigo 44.º específicos.
Garantia de mobilidade
Artigo 45.º-A
A mobilidade dos estudantes entre as instituições de
ensino superior nacionais, do mesmo ou de diferentes sub- Regras aplicáveis à creditação
sistemas, bem como entre instituições de ensino superior 1 — O processo de creditação é objeto de um regula-
nacionais e estrangeiras, é assegurada através do sistema mento aprovado pelo órgão legal e estatutariamente com-
europeu de transferência e acumulação de créditos, com petente da instituição de ensino superior e publicado na
base no princípio do reconhecimento mútuo do valor da 2.ª série do Diário da República e no respetivo sítio na
formação realizada e das competências adquiridas. Internet.
2 — O regulamento de creditação contém obrigatoria-
Artigo 45.º mente disposições relativas:
Creditação
a) Aos documentos que devem instruir os requerimentos;
1 — Tendo em vista o prosseguimento de estudos para b) Aos órgãos competentes para apreciação e decisão;
a obtenção de grau académico ou diploma, as instituições c) À publicidade das decisões;
de ensino superior: d) Aos prazos aplicáveis.
a) Podem creditar a formação realizada no âmbito de 3 — A creditação envolve, obrigatoriamente, a interven-
outros ciclos de estudos superiores conferentes de grau em ção do conselho científico ou técnico-científico, podendo
instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras, ser designado júri para o efeito.
quer a obtida no quadro da organização decorrente do 4 — A creditação tem em consideração o nível dos cré-
Processo de Bolonha, quer a obtida anteriormente; ditos e a área em que foram obtidos.
b) Podem creditar a formação realizada no âmbito dos 5 — Não podem ser creditadas partes de unidades cur-
cursos técnicos superiores profissionais até ao limite de riculares.
50 % do total dos créditos do ciclo de estudos; 6 — A creditação:
c) Creditam as unidades curriculares realizadas com
aproveitamento, nos termos do artigo 46.º-A, até ao limite a) Não é condição suficiente para o ingresso no ciclo
de 50 % do total dos créditos do ciclo de estudos; de estudos;
d) Podem creditar a formação realizada no âmbito de b) Só produz efeitos após a admissão no ciclo de estudos
cursos não conferentes de grau académico ministrados em e para esse mesmo ciclo.
3186 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

7 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino de uma profissão beneficiam, nos termos fixados pelo
Superior inclui na avaliação dos ciclos de estudos a aná- presente artigo, dos direitos dos estudantes da instituição
lise das práticas das instituições de ensino em matéria de de ensino superior que conferiu o grau.
creditação. 2 — A atribuição dos direitos é independente de o está-
Artigo 45.º-B gio profissional ser remunerado ou não e está condicionada
à inscrição na instituição de ensino superior que conferiu
Formações não passíveis de creditação o grau.
Não é passível de creditação: 3 — A inscrição a que se refere o número anterior não
está sujeita ao pagamento de propinas ou de quaisquer
a) O ensino ministrado em ciclos de estudos conferentes outros encargos.
ou não de grau académico cujo funcionamento não foi 4 — Os estagiários têm direito:
autorizado nos termos da lei;
b) O ensino ministrado em ciclos de estudos conferentes a) À emissão de cartão de identificação da instituição
ou não de grau académico fora da localidade e instalações de ensino superior;
a que se reporta a acreditação e ou o registo. b) Ao acesso à ação social escolar nos termos dos es-
tudantes da instituição, incluindo a eventual atribuição de
bolsa de estudos;
CAPÍTULO VIII c) Ao acesso aos recursos da instituição, como biblio-
tecas e recursos informáticos, nos mesmos termos em que
Outras disposições acedem os estudantes.
Artigo 46.º
Artigo 46.º-C
Inscrição em unidades curriculares
de ciclos de estudos subsequentes Estudantes em regime de tempo parcial
1 — Aos estudantes inscritos num ciclo de estudos pode 1 — As instituições de ensino superior facultam aos
ser autorizada a inscrição em unidades curriculares de seus estudantes a inscrição e frequência dos seus ciclos
ciclos de estudos subsequentes. de estudos em regime de tempo parcial.
2 — As unidades curriculares a que se refere o número 2 — O órgão legal e estatutariamente competente da
anterior: instituição de ensino superior aprova as normas regulamen-
tares referentes ao regime de estudos em tempo parcial,
a) São objeto de certificação; incluindo, designadamente:
b) São objeto de menção no suplemento ao diploma;
c) São creditadas em caso de inscrição do estudante no a) As condições de inscrição em regime de tempo parcial;
ciclo de estudos em causa. b) As condições de mudança entre os regimes de tempo
integral e de tempo parcial;
Artigo 46.º-A c) O regime de propinas, o qual deve resultar da ade-
quação proporcionada das regras gerais aplicáveis ao ciclo
Inscrição em unidades curriculares
de estudos em causa;
1 — As instituições de ensino superior facultam a ins- d) O regime de prescrição do direito à inscrição, o qual
crição nas unidades curriculares que ministram. deve resultar da adequação proporcionada das regras gerais
2 — A inscrição pode ser feita quer por estudantes ins- aplicáveis ao ciclo de estudos em causa.
critos num ciclo de estudos de ensino superior, quer por
outros interessados. Artigo 47.º
3 — A inscrição pode ser feita em regime sujeito a ava-
liação ou não. [Revogado]
4 — As unidades curriculares em que o estudante se Artigo 48.º
inscreva em regime sujeito a avaliação e em que obtenha
aprovação: Regras aplicáveis ao funcionamento dos júris

a) São objeto de certificação; 1 — O funcionamento dos júris a que se referem os


b) São obrigatoriamente creditadas, com os limites fi- artigos 22.º e 34.º regula-se pelo disposto no Código do
xados na alínea c) do n.º 1 do artigo 45.º, caso o seu titular Procedimento Administrativo em tudo o que não esteja
tenha ou venha a adquirir o estatuto de estudante de um previsto no presente decreto-lei.
ciclo de estudos de ensino superior; 2 — As reuniões dos júris a que se referem os artigos 22.º
c) São incluídas em suplemento ao diploma que venha e 34.º anteriores aos atos públicos a que se referem os arti-
a ser emitido. gos 23.º e 35.º podem ser realizadas por teleconferência.
3 — Nas restantes reuniões do júri e nas provas públi-
5 — Pela inscrição nos termos deste artigo são devidos cas, o presidente do júri pode autorizar a participação por
os montantes que forem fixados, de forma proporcionada, teleconferência de um número de vogais não superior a
pelo órgão legal e estatutariamente competente da institui- 50 %,desde que haja condições técnicas para a sua plena
ção de ensino superior. participação nos trabalhos.

Artigo 46.º-B Artigo 49.º


Estágios profissionais Registo de graus e diplomas, certidões e cartas
1 — Os titulares do grau de licenciado ou de mestre 1 — Dos graus e diplomas conferidos é lavrado registo
que, no período de 24 meses após a obtenção do grau, se subscrito pelo órgão legal e estatutariamente competente
encontrem a realizar estágio profissional para o exercício da instituição de ensino superior.
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3187

2 — A titularidade dos graus e diplomas é compro- regime de acesso aberto, da produção que não for objeto
vada por certidão do registo referido no número anterior, de restrições ou embargos.
genericamente denominada diploma, e também, para os 3 — O depósito deve ser feito no respeito por requisitos
estudantes que o requeiram: técnicos, designadamente no que respeita aos formatos dos
ficheiros e à respetiva descrição dos trabalhos, a definir
a) Por carta de curso, para os graus de licenciado e de
mestre; por portaria do membro do Governo responsável pela área
b) Por carta doutoral, para o grau de doutor. do ensino superior.
4 — As teses de doutoramento, os trabalhos previstos
3 — Os documentos a que se refere o número anterior na alínea a) do n.º 2 do artigo 31.º e as fundamentações
podem ser plurilingues, sendo uma das línguas sempre a escritas a que se refere a alínea b) do n.º 2 do mesmo artigo
portuguesa. estão, ainda, sujeitas ao depósito de um exemplar em papel
4 — A emissão de qualquer dos documentos a que se na Biblioteca Nacional de Portugal.
refere o n.º 2 é acompanhada da emissão de suplemento 5 — As obrigações de depósito referidas nos números
ao diploma nos termos do artigo 40.º do Decreto-Lei anteriores são da responsabilidade de cada instituição de
n.º 42/2005, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei ensino superior que confere o grau e devem ser cumpri-
n.º 107/2008, de 25 de junho. das em prazo não superior a 60 dias a contar da data de
5 — A emissão da certidão do registo não pode ser concessão do mesmo.
condicionada à solicitação de emissão ou pagamento de 6 — As instituições de ensino superior devem facultar
qualquer outro documento académico, nomeadamente o acesso sem restrições da Direção-Geral de Estatísticas
daqueles a que se referem as alíneas a) e b) do n.º 2. da Educação e Ciência aos conteúdos depositados na rede
6 — O valor cobrado pela emissão de qualquer dos do Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
documentos a que se refere o n.º 2 não pode exceder o para fins de recolha e processamento de indicadores es-
custo do serviço respetivo. tatísticos.
7 — A solicitação de emissão e a emissão de qualquer
dos documentos a que se referem os n.os 2 e 4 pode ser feita Artigo 51.º
por via eletrónica, nos termos a fixar por cada instituição de Línguas estrangeiras
ensino superior, fazendo prova para todos os efeitos legais e
perante qualquer autoridade pública ou entidade privada. As instituições de ensino superior podem prever a uti-
lização de línguas estrangeiras:
Artigo 49.º-A a) Na ministração do ensino em qualquer dos ciclos de
Plataforma eletrónica de registo estudos a que se refere o presente decreto-lei;
b) Na escrita das teses de doutoramento, dos trabalhos
1 — A atribuição de graus e de diplomas de técnico previstos na alínea a) do n.º 2 do artigo 31.º, das fundamen-
superior profissional é objeto de registo obrigatório numa tações a que se refere a alínea b) do n.º 2 do mesmo artigo,
plataforma eletrónica. das dissertações de mestrado e dos trabalhos e relatórios
2 — O registo na plataforma eletrónica deve ser efe- a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, e nos
tuado após a realização do registo a que se refere o n.º 1 respetivos atos públicos de defesa.
do artigo anterior, e antes da emissão de documentos
comprovativos da titularidade do diploma. Artigo 51.º-A
3 — A plataforma eletrónica atribui um número, único,
a cada diploma conferido. Financiamento
4 — O número a que se refere o número anterior é 1 — A acreditação e ou registo de um ciclo de estudos
aposto, obrigatoriamente, em todos os documentos com- conferente ou não de grau académico não implica neces-
provativos da titularidade do diploma. sariamente o seu financiamento público.
5 — A criação e gestão da plataforma são asseguradas 2 — O financiamento público de um ciclo de estudos de
pela Direção-Geral do Ensino Superior. uma instituição de ensino superior é decidido no quadro
6 — O início do funcionamento da plataforma eletrónica legalmente em vigor tendo em consideração o ordenamento
depende de aviso da Direção-Geral do Ensino Superior da rede de formação superior.
publicado na 2.ª série do Diário da República.

Artigo 50.º TÍTULO III


Depósito legal Acreditação e entrada em funcionamento
1 — As teses de doutoramento, os trabalhos previstos na dos ciclos de estudos
alínea a) do n.º 2 do artigo 31.º, as fundamentações escritas
a que se refere a alínea b) do n.º 2 do mesmo artigo, as Artigo 52.º
dissertações de mestrado e os trabalhos e relatórios a que Acreditação
se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º ficam sujeitas ao
depósito obrigatório de uma cópia digital num repositório 1 — A acreditação de um ciclo de estudos consiste na
integrante da rede do Repositório Científico de Acesso verificação do preenchimento dos requisitos legais exigidos
Aberto de Portugal, operado pela Fundação para a Ciência para a sua criação e funcionamento.
e a Tecnologia, I. P. 2 — A acreditação abrange todas as instituições de en-
2 — O depósito visa o tratamento e a preservação dos sino superior e todos os ciclos de estudos conferentes de
referidos trabalhos científicos, bem como a difusão, em grau académico.
3188 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

Artigo 53.º 8 — A decisão sobre o pedido de registo deve ser pro-


Competência para a acreditação
ferida no prazo máximo de 60 dias sobre a decisão de
acreditação ou do deferimento tácito da mesma.
1 — A acreditação realiza-se no quadro do sistema euro- 9 — Findo aquele prazo, considera-se tacitamente de-
peu de garantia de qualidade no ensino superior, compete ferido o pedido de registo e este efetuado para todos os
à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, efeitos legais.
criada pelo Decreto-Lei n.º 369/2007, de 5 de novembro,
e concretiza-se nos termos por ele fixados. Artigo 55.º
2 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Modalidades de acreditação
Superior é uma entidade dotada de autonomia científica
e técnica. 1 — A acreditação de um ciclo de estudos numa insti-
3 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino tuição de ensino superior pode ser efetuada através:
Superior articula-se com as instituições de ensino superior,
as associações profissionais e outras entidades relevantes. a) Da acreditação do ciclo de estudos;
4 — A acreditação realiza-se no respeito pela autonomia b) Da acreditação da instituição de ensino superior para
científica e pedagógica das instituições de ensino superior, a ministração de ciclos de estudos em uma ou mais áreas
nos termos definidos pelo Decreto-Lei n.º 369/2007, de de formação e conducente a um ou mais graus académicos.
5 de novembro.
2 — [Revogado].
Artigo 54.º
Entrada em funcionamento de um ciclo de estudos Artigo 56.º
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, a [Revogado]
entrada em funcionamento de ciclos de estudos que visem
conferir graus académicos carece de acreditação prévia Artigo 57.º
pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Su- Requisitos para a acreditação
perior, e de subsequente registo pela Direção-Geral do
Ensino Superior. 1 — São requisitos gerais para a acreditação de um
2 — A acreditação e o subsequente registo de um ciclo ciclo de estudos:
de estudos implica o reconhecimento do grau ou dos graus
a) Um projeto educativo, científico e cultural próprio,
conferidos.
adequado aos objetivos fixados para esse ciclo de estu-
Artigo 54.º-A dos;
Procedimento de acreditação e registo de ciclos de estudos b) Um corpo docente total próprio, academicamente
qualificado e especializado;
1 — O procedimento de acreditação dos ciclos de es- c) Os recursos humanos e materiais indispensáveis para
tudos é fixado por regulamento da Agência de Avaliação garantir o nível e a qualidade da formação, designadamente
e Acreditação do Ensino Superior. espaços letivos, equipamentos, bibliotecas e laboratórios
2 — O procedimento de registo dos ciclos de estudos adequados.
é fixado por portaria do membro do Governo responsável
pela área do ensino superior. 2 — São requisitos especiais para a acreditação de um
3 — Proferida decisão sobre a acreditação de um ciclo ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado numa
de estudos, a mesma é comunicada pela Agência de Ava- determinada área de formação os fixados pelo artigo 6.º
liação e Acreditação do Ensino Superior ao requerente e 3 — São requisitos especiais para a acreditação de um
à Direção-Geral do Ensino Superior para a realização do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre numa de-
registo, acompanhada da informação necessária ao cum- terminada especialidade os fixados pelo artigo 16.º
primento por este dos ulteriores termos procedimentais. 4 — São requisitos especiais para a acreditação de um
4 — No caso de pedido de acreditação de ciclo de es- ciclo de estudos conducente ao grau de doutor num deter-
tudos a ministrar inicialmente, inserido em processo de minado ramo do conhecimento ou numa sua especialidade,
reconhecimento ou de alteração de reconhecimento de os fixados pelo artigo 29.º
interesse público de instituição de ensino superior pri- 5 — A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
vado ou de criação de uma instituição de ensino superior Superior pode, excecional e fundamentadamente, e por
público, a decisão de acreditação deve ser proferida no referência aos valores padrão fixados nos artigos 6.º, 16.º
prazo máximo de seis meses sobre a formulação do pedido e 29.º, admitir, transitoriamente, a aplicação de valores
devidamente instruído. inferiores, quando se trate:
5 — Nos restantes casos, a decisão sobre o pedido de
acreditação de um ciclo de estudos deve ser proferida no a) De domínios científicos em que comprovadamente
prazo máximo de nove meses sobre a formulação do pedido não exista pessoal docente academicamente qualificado em
devidamente instruído. número suficiente para suprir as necessidades dos ciclos
6 — Findos os prazos indicados nos n.os 4 e 5, considera- de estudos das instituições de ensino superior;
-se tacitamente deferido o pedido, tendo-se o ciclo de b) Do ensino artístico.
estudos como acreditado para todos os efeitos legais pelo
período de um ano. Artigo 58.º
7 — No caso de deferimento tácito, cabe à instituição
Intransmissibilidade
de ensino superior requerer à Direção-Geral do Ensino
Superior a realização do registo. A acreditação é intransmissível.
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3189

Artigo 59.º Artigo 60.º-A


Validade da acreditação Tramitação desmaterializada
1 — A acreditação é conferida pelo prazo estabelecido 1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações, ou
na decisão do processo de acreditação de um ciclo de es- em geral quaisquer declarações, relacionadas com a acre-
tudos, nos termos do disposto em Regulamento aprovado ditação e registo de ciclos de estudos que visem conferir
pelo conselho de administração da Agência de Avaliação
e Acreditação do Ensino Superior, ou pelo prazo de um graus académicos, entre os interessados e outros interve-
ano, em caso de deferimento tácito. nientes nos procedimentos previstos no presente diploma,
2 — Até ao termo dos prazos a que se refere o número devem ser efetuados através do balcão único eletrónico
anterior, o ciclo de estudos é objeto de reapreciação pela dos serviços referido nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei
Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, n.º 92/2010, de 26 de julho, excetuados os relativos a pro-
salvo em caso de cessação de funcionamento. cedimentos contraordenacionais.
3 — Não tendo sido proferida decisão sobre a manuten- 2 — Quando, por motivo de indisponibilidade das pla-
ção da acreditação até ao termo do prazo a que se refere o taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
n.º 1, a acreditação é prorrogada por períodos sucessivos de disposto no número anterior, os atos aí referidos podem
um ano até que seja objeto de decisão por parte da Agência
ser praticados por qualquer outro meio legalmente ad-
de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
4 — Os ciclos de estudos acreditados pela Agência de missível.
Avaliação e Acreditação do Ensino Superior só podem
ser ministrados nos locais para onde foram acreditados e
registados ou à distância, se isso constar expressamente
TÍTULO IV
do ato de acreditação, ou, em caso de deferimento tácito, Adequação dos ciclos de estudos
do respetivo pedido.

Artigo 59.º-A CAPÍTULO I

Publicidade da acreditação e do registo Princípios gerais


1 — As instituições de ensino superior identificam obri- Artigo 61.º
gatoriamente no seu sítio na Internet os ciclos de estudos
conferentes de grau académico, com a menção: [Revogado]
a) Da data de acreditação e do prazo da mesma;
b) Do número e data do registo. CAPÍTULO II
2 — As instituições de ensino superior não podem efe- Registo
tuar qualquer publicidade a ciclos de estudos conferentes
de grau académico que não tenham ainda sido objeto de Artigo 62.º
acreditação e registo ou cuja acreditação tenha sido re-
vogada. [Revogado]
3 — Às infrações a que se refere o presente artigo aplica-
-se o disposto nos artigos 164.º a 169.º da Lei n.º 62/2007, Artigo 63.º
de 10 de setembro. [Revogado]

Artigo 60.º Artigo 64.º


Revogação da acreditação [Revogado]
1 — O incumprimento dos requisitos legais ou das
disposições estatutárias e a não observância dos critérios CAPÍTULO III
científicos e pedagógicos que justificaram a acreditação
determinam a sua revogação, após audiência prévia da Acompanhamento
instituição de ensino superior em causa.
2 — Na situação prevista no número anterior são defi- Artigo 65.º
nidos, pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Superior, os prazos de cessação do funcionamento do ciclo [Revogado]
de estudos e as medidas de salvaguarda das expectativas
dos estudantes nele inscritos.
3 — A partir da revogação da acreditação, não podem CAPÍTULO IV
ser admitidos novos estudantes, embora, dentro dos prazos Transição
de cessação do funcionamento do ciclo de estudos defi-
nidos pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Artigo 66.º
Superior, possam ser atribuídos os respetivos graus aos
estudantes já inscritos. [Revogado]
3190 Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016

CAPÍTULO V Artigo 76.º


Concretização do Processo de Bolonha Competência

A aprovação das alterações compete aos órgãos legal


Artigo 66.º-A e estatutariamente competentes das instituições de ensino
[Revogado] superior.

Artigo 76.º-A
TÍTULO V
Elementos caraterizadores de um ciclo de estudos
Novos ciclos de estudos Consideram-se elementos caraterizadores de um ciclo
de estudos:
CAPÍTULO I a) A denominação;
Disposições gerais b) A duração;
c) O número de créditos;
Artigo 67.º d) Os percursos alternativos como ramos, variantes,
áreas de especialização de mestrado, especialidades de
[Revogado] doutoramento;
e) A área ou áreas de formação predominantes;
Artigo 68.º f) A área ou áreas de formação obrigatórias;
[Revogado] g) O peso do conjunto das áreas de formação obrigató-
rias no total dos créditos;
h) O peso de cada área de formação predominante no
CAPÍTULO II total dos créditos;
Regime transitório de autorização de funcionamento i) O plano de estudos;
de novos ciclos de estudos j) O número de horas de contacto;
k) As instituições de ensino superior associadas, no
Artigo 69.º caso dos ciclos de estudos acreditados para ministração
em regime de associação.
[Revogado]
Artigo 76.º-B
Artigo 70.º
Entrada em funcionamento das alterações
[Revogado]
1 — A entrada em funcionamento das alterações aos
Artigo 71.º elementos caraterizadores de um ciclo de estudos fica
sujeita:
[Revogado]
a) Quando não modifiquem os seus objetivos, a registo
Artigo 72.º na Direção-Geral do Ensino Superior, a publicar na 2.ª série
do Diário da República;
[Revogado] b) Quando modifiquem os seus objetivos, a um proce-
dimento de acreditação nos termos fixados pela Agência
Artigo 73.º de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e a sub-
[Revogado] sequentes registo na Direção-Geral do Ensino Superior, a
publicar na 2.ª série do Diário da República.
Artigo 74.º
2 — Compete ao conselho de administração da Agência
[Revogado] de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, ouvida a
Direção-Geral do Ensino Superior, através de deliberação
Artigo 74.º-A a publicar na 2.ª série do Diário da República, definir as
[Revogado] situações em que uma alteração aos elementos carateri-
zadores de um ciclo de estudos implica uma modificação
dos objetivos do mesmo.
TÍTULO VI
Artigo 76.º-C
Alterações
Instrução do processo de registo
Artigo 75.º Os procedimentos de registo a que se refere a alínea a)
Regime aplicável às alterações do n.º 1 do artigo anterior são aprovados por despacho do
diretor-geral do Ensino Superior.
A alteração dos elementos caraterizadores de um ciclo
de estudos conferente de grau, modificando ou não os
Artigo 77.º
seus objetivos, fica sujeita ao regime fixado pelo presente
título. [Revogado]
Diário da República, 1.ª série — N.º 176 — 13 de setembro de 2016 3191

Artigo 78.º Artigo 80.º-B


[Revogado] Título de doutor honoris causa
1 — As universidades e os institutos universitários po-
Artigo 79.º dem atribuir o título de doutor honoris causa.
[Revogado] 2 — O regime de atribuição do título de doutor hono-
ris causa é aprovado pelo órgão legal e estatutariamente
Artigo 79.º-A competente da instituição de ensino superior.
3 — A atribuição do título de doutor honoris causa a
Indeferimento liminar individualidades estrangeiras é precedida de audição do
São liminarmente indeferidos os requerimentos de re- Ministro dos Negócios Estrangeiros
gisto apresentados à Direção-Geral do Ensino Superior ao
abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 76.º-B Artigo 81.º
que se refiram a alterações abrangidas pela deliberação a Mestrados e doutoramentos em curso
que se refere o n.º 2 do artigo 76.º-B.
Aos estudantes que tenham solicitado admissão ao
mestrado ou ao doutoramento aplica-se o regime jurídico
Artigo 79.º-B
vigente à data em que foram apresentados os respetivos
Prazo de decisão pedidos.
O registo a que se refere a alínea a) do n.º 1 do ar-
Artigo 82.º
tigo 76.º-B considera-se tacitamente deferido se não for
objeto de decisão no prazo de 60 dias após a receção do [Revogado]
respetivo pedido.
Artigo 83.º
Artigo 79.º-C Acreditação dos ciclos de estudos em funcionamento
Prazo 1 — Os ciclos de estudos em funcionamento quando do
Salvo motivos ponderosos, cuja pertinência é avaliada início da atividade da agência de acreditação são objeto
e decidida pela Agência de Avaliação e Acreditação do do procedimento de acreditação.
Ensino Superior, as alterações a que se refere a alínea b) 2 — O procedimento a que se refere o número anterior
do n.º 1 do artigo 76.º-B só podem ocorrer após o funcio- é realizado até ao final do ano letivo de 2010-2011.
namento efetivo do ciclo de estudos por um período igual
ao da sua duração normal, contado a partir da acreditação Artigo 84.º
ou da última alteração ao abrigo da mesma norma. Norma revogatória
1 — Com a entrada em vigor do presente decreto-lei
Artigo 80.º
são revogados:
Publicação das alterações
a) Os artigos 25.º a 29.º e 36.º a 39.º do Regime Jurídico
A publicação das alterações deve mencionar expressa- do Desenvolvimento e da Qualidade do Ensino Superior,
mente o número e a data de registo na Direção-Geral do aprovado pela Lei n.º 1/2003, de 6 de janeiro;
Ensino Superior. b) O Decreto-Lei n.º 216/92, de 13 de outubro, com
exceção do n.º 4 do artigo 4.º e dos artigos 30.º e 31.º;
c) Os n.os 1, 2 e 4 do artigo 39.º, o n.º 5 do artigo 53.º,
TÍTULO VII o n.º 1 do artigo 57.º e os artigos 58.º a 60.º, 64.º e 67.º do
Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo, apro-
Normas finais e transitórias vado pelo Decreto-Lei n.º 16/94, de 22 de janeiro, alterado,
por ratificação, pela Lei n.º 37/94, de 11 de novembro, e
Artigo 80.º-A pelo Decreto-Lei n.º 94/99, de 23 de março.
Cooperação administrativa
2 — [Revogado].
As autoridades competentes nos termos do presente di-
ploma participam na cooperação administrativa, no âmbito Artigo 85.º
dos procedimentos relativos a prestadores provenientes
Entrada em vigor
de outro Estado-Membro, nos termos do capítulo VI do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, nomeadamente O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
através do Sistema de Informação do Mercado Interno. ao da sua publicação.

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