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4.2 - A Concorrência & Outros Direitos Económicos
4.2 - A Concorrência & Outros Direitos Económicos
Esta ausência de legislação exprimia-se pela consagração por via constitucional de um projecto de
transição para o socialismo.
Posteriormente foi publicada a lei 6/99 – lei das infracções contra a economia, que criminalizava,
condutas tendentes, dentre outros, a prejudicar o mecanismo da concorrência.
Definição legal - existência de empresas independentes entre si, que exerçam a mesma actividade
económica e compitam umas com as outras, em igualdade de circunstancias, para atrair a clientela.
(artigo 3º alínea b), da Lei da concorrência).
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Helena Prata, Lições de Direito Económico, 1ª Ed. Casa das Ideias, Luanda, 2010, pag. 80
Tipos de concorrência:
Concorrência Pura ou perfeita;
Concorrência ilícita;
Concorrência desleal.
Assim configurado, este modelo apresenta-se como o tipo ideal que funciona como padrão de
aferição de realidades.
Contudo, nos primórdios do sec. XX, era já bem visível o desfasamento entre o modelo e a
realidade. As primeiras revoluções industriais, a massificação da produção industrial, a passagem
da manufactura à maquinofactura e a necessidade de centralização de capitais, alteraram
radicalmente os pressupostos do modelo liberal clássico.
A concorrência tende hoje a tornar-se, simultaneamente, mais acesa e com menos protagonistas.
Para melhor defenderem as posições já conquistadas no mercado, as empresas substituem
frequentemente o típicos comportamentos concorrenciais por comportamento de cooperação e
coordenação inter-empresarial que, normalmente degeneram em práticas restritivas da concorrência.
Estando afastada a concorrência pura e perfeita, Fala-se agora de concorrência imperfeita (ilícita e
desleal).
Defesa da Concorrência
1 - Posição dominante: Quando uma empresa actua num mercado no qual não sofra concorrência
significativa ou assuma preponderância relativamente à outros concorrentes.
2 - Dependência Económica: verifica-se quando uma empresa (ou mais de uma) utiliza o poder de
mercado ou ascendente de que dispõem relativamente a outra empresa ou cliente que se encontrem
em relação a ela num estado de dependência por não dispor de alternativa equivalente para o
fornecimento dos bens ou prestação dos serviços em causa.
3– Práticas colectivas proibidas: são proibidos os acordos entre empresas, as concertações entre
empresas e as decisões de associações de empresas que tenham por objecto ou como efeito falsear
ou restringir a concorrência do mercado.
O Dumping e o Açambarcamento
Aquele que proíbe as práticas restritivas da concorrência por produzirem um dano potencial
(modelo Preventivo);
Aquele que reprime apenas as práticas que se traduzem num dano afectivo. (modelo
Repreensivo)
Em Angola existe a ARC – Autoridade Reguladora da Concorrência –incumbida de manter a
concorrência saudável no mercado.
A produção de bens e serviços destina-se a ser consumida. O objectivo último de toda produção é,
no entanto, a satisfação das necessidades do consumidor final, sendo este, por isso, o principal
destinatário das normas constitucionais de protecção do consumidor.
Não havia no direito angolano qualquer conceito legal de consumidor, poder-se-ia afirmar sem
exagero que “consumidor” não fazia parte do vocabulário jurídico “oficial.
A protecção do consumidor ganhou ênfase com a entrada em vigor da Lei n.º 15/03 de 22 de Julho
- Lei de Defesa do Consumidor.
Definição: Consumidor é toda pessoa física ou jurídica a quem sejam fornecidos bens e serviços
ou transmitidos quaisquer direitos e que os utiliza como destinatário final, por quem exerce uma
actividade económica que vise a obtenção de lucros (nº 1 do artigo 3º).
A actual Constituição, não apresenta uma definição de consumidor, porém consagrou como
direito fundamental, os direitos dos consumidores, nos termos do artigo 78º e na al. h) do art. 89º.
Hoje, constata-se uma cada vez maior sofisticação dos modos de captação de clientela com
recurso a publicidade ou outras formas de promoção de venda que por vezes se mostram
enganosa ou agressivas, justificando-se assim a sua regulação pública.
Mesmo a forma como se organiza a produção, contribui muito para o risco do consumidor.
Assim, de forma a acautelar tal situação, a lei apresenta um catálogo de normas disciplinadoras
deste comportamento de modo a proteger o consumidor, nomeadamente:
Aqui a constituição não se limita a estabelecer uma reserva de lei, vai desde logo, em norma
directamente aplicável, proibir todas as formas de publicidade oculta, indirecta ou dolosa. Verifica-
se que a publicidade assenta assim em dois princípios fundamentais:
O direito a uma acção positiva do Estado, que pode consistir, na preservação dos espaços
naturais e da intervenção dos espaços degradados;
Inclui ainda uma proibição de acções atentatórias do ambiente quer por parte do Estado,
quer por parte de outros agentes económicos, conferindo aos cidadãos o direito de exigir
uma indemnização pelos prejuízos, que tais acções tiverem causado. Ex: derrame do
petróleo no mar de Cabinda.
Os custos de poluição, assim como a sua prevenção, podem ser integrados nos custos de produção,
existindo mesmo, em alguns ordenamentos jurídicos, o princípio do poluidor pagador.
Tarefa do Estado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Helena Prata, Lições de Direito Económico, 1ª Ed. Casa das Ideias, Luanda, 2010, pag. 80
MONCADA, Luís Cabral, O Direito Económico, 6a edição Coimbra, 2012.
ALMEIDA, Carlos Ferreira de, Os Direitos dos Consumidores, livraria Almedida, Lisboa, 1982.
CANOTILHO, J. J. Gomes e MOREIRA, Vital, Constituição da República Anotada, 4ª ed., Vol. I,
Coimbra, Coimbra Editora, 2007.
MIRANDA, Jorge e MEDEIROS, Rui, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo I, Coimbra
Editora, 2005
VAZ, Manuel Afonso, A Ordem Económica Portuguesa, 4ª edição, Coimbra editora, 1998
LEGISLAÇÃO
Constituição da República de Angola
Lei nº 05/18 de 10 de Maio – Lei da Concorrência
Lei nº 15/03 de 22 de Julho – Lei de Defesa do Consumidor
Lei nº 05/98 de 19 de Junho – Lei de Bases do Ambiente