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ACIDENTE DE TRABALHO: Como se

calculam as indemnizações?
O cálculo das indemnizações neste tipo de sinistros é realizado com base numa
fórmula que depende dos seguintes fatores:
– IPP (Incapacidade Permanente Parcial) ou IPA (Incapacidade Permanente Absoluta)
– Retribuição Anual bruta (R)
– Factor de Bonificação
– Fator de ponderação (em caso de remissão do capital)
Para calcular a indemnização em caso de acidente de trabalho, o lesado deve
substituir cada um destes fatores pelo valor correspondente:

CÁLCULO DE INDEMNIZAÇÕES POR ACIDENTE DE


TRABALHO

Tipo de
Prestações Cálculo
Incapacidade

P= 80% de R (+10% por cada


Pensão anual vitalícia
pessoa a cargo até 100% de R)
Incapacidade
Permanente Sub. elevada
12 x 1,1 IAS
incapacidade
Absoluta
TQT (Todo e Sub. Readaptação da Montante de despesas até 12 x
Qualquer habitação 1,1 IAS*
Trabalho)
Sub. Assistência 3ª
Limite máximo 1,1 IAS
Pessoa

P= valor a fixar entre 50% e


Incapacidade Pensão anual vitalícia
70% de R
Permanente
Absoluta Sub. elevada valor a fixar entre 70% a 100%
incapacidade de 12 x IAS

TH(Trabalho Sub. Readaptação da Montante de despesas até 12 x


habitação 1,1 IAS
Montante de despesas com
Sub. reabilitação
limite 1,1 IAS
Habitual)
Pensão anual vitalícia P= 70% de R x IPP
Incapacidade
Permanente Sub. elevada
12 x 1,1 IAS x IPP
incapacidadese > 70%
Parcial
= ou < 30% Sub. reabilitação
Montante de despesas com
limite 1,1 IAS

Indm. = 70% de R x IPP x Fator


Incapacidade Capital de remissão
de ponderação
Permanente
Parcial Montante de despesas com
Sub. reabilitação
= ou > 30% limite 1,1 IAS

Com esta informação é provável que ainda não saiba calcular a indemnização porque
lhe falta conhecer alguns destes indicadores. Comecemos então pelo início:

1. QUAL A PERCENTAGEM DE IPP?

Como é possível verificar na tabela anterior, o valor da IPP é fundamental para o


cálculo da indemnização e a diferença entre uma IPP e uma IPA determina se o
sinistrado irá receber uma indemnização ou uma pensão anual vitalícia.

Para saber qual o valor e o tipo de incapacidade que corresponde ao trabalhador


sinistrado, é necessário que este seja avaliado por um perito em avaliação de dano
corporal.

Pela nossa experiência, sabemos que é habitual existirem discrepâncias entre a IPP
atribuída pela companhia de seguros e a IPP que realmente corresponde ao sinistrado.
Assim sendo, antes de ir ao exame médico e à tentativa de conciliação no tribunal, é
conveniente pedir cópia do historial clínico e solicitar uma segunda opinião médica.
Deste modo, poderá confirmar se a IPP que o perito do tribunal atribuiu é a correta e
se deve aceitar esse valor ou requerer uma junta médica.

2. QUAL A RETRIBUIÇÃO ANUAL BRUTA?


Nos processos de indemnização por acidente de trabalho, o segundo factor a ter em
conta é a Retribuição anual ilíquida (R). Para determinar este valor deve ser feita uma
média do vencimento do trabalhador nos 12 meses anteriores à data do acidente ou,
se a relação laboral com a empresa for inferior a um ano, desde o início do contrato.

A retribuição anual é o produto de 12 vezes a retribuição mensal, acrescida dos


subsídios de Natal e de férias e outras prestações anuais a que o sinistrado tenha
direito com caráter de regularidade (horas noturnas, prémios de produtividade, horas
extra, etc.).

3. EM QUE SITUAÇÕES SE APLICA O FATOR DE BONIFICAÇÃO?

– Se o trabalhador tiver mais de 50 anos quando sofreu o acidente;

– Se não houver possibilidade de reconversão profissional;

– Se a lesão constituir uma alteração significativa do aspeto físico do sinistrado.

Nestes casos o deve ser aplicado o fator de bonificação de 1.5, o que significa que o
valor da IPP atribuído é multiplicado por 1.5.

4. O QUE É O FATOR DE PONDERAÇÃO?

Se a IPP for inferior a 30%, as indemnizações são obrigatoriamente remidas, o que


quer dizer que o trabalhador receberá a indemnização num só pagamento.

A indemnização em capital é calculada por aplicação das bases técnicas do capital de


remição, bem como das respetivas tabelas práticas aprovadas por Decreto-Lei.

O fator de ponderação é o valor estipulado nestas tabelas, tendo como referência a


idade do trabalhador para cálculo do valor da indemnização que é remível.

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