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Ano Letivo 2023/24

Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologia Ensino Recorrente


de Nível Secundário
FICHA DE TRABALHO DE BIOLOGIA
Nome: _______________________________________________________
Ano/Turma: ___ Data: ___ / ___ / ___
MÓDULO 1: Reprodução e património genético
3. Património genético
4. Alterações do material genético

Osteogénese imperfeita: relato de caso de uma família


A osteogénese imperfeita (OI) é uma doença rara do tecido conjuntivo, cuja principal causa é uma
mutação nos genes do colagénio tipo I, a proteína mais abundante do osso. Em 85% a 90% dos casos de OI,
os pacientes apresentam defeitos num dos dois genes codificadores das cadeias de colagénio tipo I,
COL1A1 e COL1A2. Estima-se que haja um caso da doença a cada 15 000 a 20 000 nascimentos.
O diagnóstico é fundamentado, principalmente, em dados clínicos e radiográficos. O quadro clínico
caracteriza-se pela fragilidade óssea e consequente suscetibilidade a fraturas, sendo que a gravidade da
doença pode variar desde um quadro de osteoporose subclínica até letalidade intrauterina. Como o
colagénio tipo I está presente em grandes quantidades nos tecidos conjuntivos, os pacientes também
podem apresentar outras manifestações, incluindo encurvamento dos ossos, esclera (parte branca do olho)
azulada, dentinogénese imperfeita, perda auditiva, escoliose, aumento da hipermobilidade articular,
deformidade basilar do crânio e baixa estatura. As radiografias revelam uma diminuição da densidade óssea
e uma redução da espessura cortical.
A figura 1 representa a árvore genealógica de uma família com OI.

Figura 1. Árvore genealógica de uma família com osteogénese imperfeita (OI).

Baseado em Fabre, L., Baggenstoss, R. (2017). Osteogênese Imperfeita: Relato de caso de uma família. Arquivos
Catarinenses de Medicina, 46 (3), 160-170

1. Indique o modo de transmissão associado à osteogénese imperfeita (OI).


2. O indivíduo 2 da geração I
(A) é heterozigótico.
(B) é homozigótico dominante.
(C) é homozigótico recessivo.
(D) apresenta uma mutação no cromossoma X.

3. É seguro afirmar que o indivíduo 3 da geração II


(A) apresenta o genótipo Dd.
(B) apresenta o genótipo DD.
4. A probabilidade do casal 3 e 4 da geração II ter um outro filho com OI é de
(A) 100%. (C) 25%.
(B) 50%. (D) 75%.
5. No que se refere à árvore genealógica da figura 1, pode afirmar-se que
(A) todos os indivíduos afetados têm pelo menos um dos progenitores afetados.
(B) se a mãe manifesta a doença, todos os filhos do sexo masculino também a manifestarão.
(C) a anomalia manifesta-se preferencialmente num dos sexos.
(D) os indivíduos heterozigóticos não manifestam a doença.

6. Indique a probabilidade fenotípica, recorrendo ao xadrez mendeliano, do indivíduo 11 ter des-


cendentes com a doença, se se casar com uma mulher heterozigótica.
Na sua resposta, indique o significado das letras utilizadas.

7. Indique como se designa o local ocupado por determinado gene num cromossoma.

8. Faça corresponder a cada um dos elementos relativos à genética, expressos na coluna I, o respetivo
termo, que consta na coluna II.

Coluna I Coluna II
1. Conjunto de todos os genes de um organismo. (A) Alelo recessivo
2. Forma alternativa de um gene que apenas se manifesta em homozigotia. (B) Gene dominante
3. Cromossoma associado a maiores percentagens de homens afetados por uma (C) Heterossoma
determinada doença. (D) Autossoma
(E) Genoma

9. Explique por que razão o estudo da genética humana se encontra associado à análise de casos reais e
não a práticas aplicadas noutros grupos de seres vivos, como o retrocruzamento.
10. Explique a importância do estudo de heredogramas em famílias afetadas por uma doença
autossómica recessiva degenerativa.

Aumento da expressão do proto-oncogene ras no bócio multinodular

O bócio multinodular (BMN) é definido como o aumento da glândula tiroide devido à proliferação
multifocal de tirócitos1, resultando em estruturas foliculares heterogéneas. É considerado uma neoplasia
benigna comum, clinicamente detetada em 2%-6% dos indivíduos em regiões com dieta insuficiente em
iodo.
A proteína Ras, codificada pelos proto-oncogenes ras, é um transdutor do sinal extracelular, sendo uma
importante via de transmissão da informação da membrana celular ao núcleo, e compartilha características
estruturais e funcionais com a proteína G da membrana celular. Alterações no proto-oncogene ras são
igualmente prevalentes em tumores benignos e malignos da tiroide, sugerindo que possam ser uma fase
inicial no processo de transformação da célula tireoidiana. Experiências in vitro mostram que o aumento da
expressão da proteína Ras normal é suficiente para conferir um potencial de transformação em cultura de
células.
A ativação do proto-oncogene ras por mutações pontuais é a alteração genética mais frequente
encontrada em tumores espontâneos da tiroide. A avaliação dos níveis de proteína Ras pela técnica de
imuno-histoquímica demonstra níveis elevados desta proteína em carcinomas papilares e foliculares em
85% dos casos, bem como aumento da intensidade da coloração em 30% dos adenomas avaliados. Esse
resultado sugere que o aumento da expressão do ras possa ser implicado no desenvolvimento das
neoplasias benignas e na transformação maligna da tiroide. Para compreender a expressão do gene ras em
doentes com bócio multinodular, foi realizado o seguinte estudo.

Métodos e resultados
1. Foram avaliados 112 pacientes hospitalares que apresentavam bócio multinodular, sentido por
apalpação, no período de março de 1999 a fevereiro de 2001.
2. O tecido da tiroide destes pacientes foi recolhido durante o ato cirúrgico de remoção da tiroide
e imediatamente congelado em nitrogénio líquido.
3. Todas as amostras foram mantidas a -70 ºC até serem analisadas.
4. As concentrações do mRNA dos proto-oncogenes H-ras e K-ras foram avaliadas indireta- mente,
pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), a partir de transcrição reversa (RT), RT-PCR.
5. Os oligonucleótidos (primers) utilizados para amplificação dos fragmentos de cDNA especí- ficos
para cada mRNA foram desenhados com base na sequência de cada gene.
6. A temperatura de acoplamento foi de 62 °C para os três genes analisados. Foram amplifica- dos na
mesma reação os genes da família ras (H ou K) e o controlador interno.
7. Todos os ensaios foram realizados em duplicado, e, em caso de discordância, foi realizada uma
terceira repetição.
8. O produto da PCR foi submetido a eletroforese em gel de agarose, corado com brometo de etídio, e
analisado.
Os resultados obtidos encontram-se expressos nas figuras A, B, C e D da figura
Figura 1. A. RT-PCR do proto-oncogene H-ras, analisado em gel de agarose do tecido de tiroide normal (N) e
tumoral (T). B. RT-PCR do proto-oncogene K-ras, analisado em gel de agarose do tecido de tiroide normal (N) e
tumoral (T). C. Média de expressão do proto-oncogene H-ras, de acordo com o critério de categorização (+/-) da
expressão génica. D. Média de expressão do proto-ongogene K-ras, de acordo com o critério de categorização (+/-)
da expressão génica.
Nota 1: Os tirócitos são as células secretoras das hormonas da tiroide.

1. Selecione, entre as afirmações seguintes relativas aos resultados obtidos, as três afirmações corretas,
transcrevendo para a folha de respostas os números correspondentes.
(A) O valor de expressão do proto-oncogene para a tiroide normal é sempre inferior, qualquer que
seja o proto-oncogene avaliado.
(B) A expressão génica é tanto maior quanto menor for a expressão do proto-oncogene.
(C) O estudo demonstra que a expressão dos proto-oncogenes H-ras e K-ras é maior em
pacientes com tecidos neoplásicos de tiroide.
(D) O aumento da proteína Ras incentiva ao aparecimento de nódulos com maior expressão génica,
independentemente do tipo de proto-oncogene.
(E) A proteína Ras inibe a proliferação celular, verificando-se nos pacientes uma tiroide normal.

2. Os proto-oncogenes, ao contrário dos genes supressores tumorais,


(A) desempenham uma importante função de controlo do ciclo celular.
(B) codificam proteínas que estimulam o ciclo celular, promovendo o crescimento e a proliferação
celulares.
(C) codificam proteínas que reprimem a progressão do ciclo celular e promovem apoptose.
(D) resultam de mutações de oncogenes.

3. Os genes supressores tumorais podem dar origem a cancros quando sofrem


(A) alterações que levam à não degradação da proteína que codificam.
(B) mutações que levam à multiplicação da proteína que codificam.
(C) inversões para um determinado gene, sendo este ativamente transcrito.
(D) alterações que levam à perda de funções da proteína que codificam.
4. Um primer é uma sequência de baseada em regiões da molécula de DNA em
estudo.
(A) aminoácidos … variáveis (C) oligonucleótidos … conservadas
(B) aminoácidos…conservadas (D) oligonucleótidos … variáveis
5. Refira dois agentes mutagénicos químicos que poderão alterar a sequência de nucleótidos do DNA do
ser humano.

6. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


cronológica de acontecimentos no desenvolvimento de um tumor cancerígeno.
A. Mutação de uma célula normal.
B. Desenvolvimento de uma metástase num tecido ou órgão diferente.
C. Invasão de tecidos adjacentes.
D. Vascularização do tumor.
E. Início do desenvolvimento do tumor.

7. Estabeleça a correspondência correta entre os diferentes tipos de mutações, na coluna I, e as afirmações


que constam na coluna II. Todas as letras e todos os números devem ser utilizados.

Coluna I Coluna II
(a) Mutação génica (1) Perda de um segmento cromossómico, levando à remoção do
(b) Mutação material genético.
cromossómica (2) Alteração das bases no DNA origina um codão diferente, que
estrutural codifica o mesmo aminoácido e a mesma proteína.
(c) Mutação (3) A síndrome de Down resulta deste tipo de mutação.
cromossómica (4) Transferência de um segmento do cromossoma para o seu
numérica homólogo, duplicando-lhe alguns genes.
(5) Resulta de erros ocorridos durante a meiose, levando à formação de
gâmetas com défice de cromossomas.
(6) Alteração que leva à existência de um aminoácido quimicamente
semelhante ao original, formando uma proteína diferente, mas
funcional.
(7) Alteração da orientação de um segmento do cromossoma.

8. Descreva as etapas necessárias para a execução da técnica de PCR, utilizada na análise das amostras dos
pacientes deste estudo.

9. Explique a utilização de enzimas termorresistentes na técnica de PCR.

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