Você está na página 1de 9
gnem 18 08 ULtimes GiALogos pletonicos do ponte de viete da Ysecunda reve indo dadneieial", nfo ileixark de ft ay norpreso, yescobrixh astegpolowia implielta que Llwiine @ nosso progresso rumo ao Aparelho de webs eal is autonoun com hu to ce projetoda debaixo, ‘ol Leitura de Phe © proyres+o cientifico e téemten bxota de deter: ainda. vise do home, da quel Vat onsiwe Joi Hannah A- ma. OB 5 unis ailequada os propos na dos 3&4 enie trabalhe ¥ ban deste Institnto, rend quew engaion tal ied opér ac pessimis~ hin avendi.biano interpect: yore Plato o honen ¢ ente ceido do veino 3) "plus rig do eequecimento, "Lethe". fas hh métode de faze 6 ideias, "gonos Axes", rumo ao terrence 328 apartne! is". Ao cair pas! pelo relenbrar as idelas negueeidne, of da "yhilosohia". Levan a0 des-esynecimento, A verdade, "a- Jotheia". De modo qne o' homen pode inverter sua qued2 ¢ volter 2 conbermp— igeias, “theoria". neetarte ted mouok de vida sfo seesniveis ao homem, Liatio mo. hierarquichuente: ideias. I: 0 hone pat. intoww a wide privada (ae ideios), cosinha, "Q: ureza", e csquecer 2 riko", porque se passa na 1 0 homen pode relewhver-se das ideias ¢ oplich-las para wadar ga stiva ¢ publica, e se passa na feire,"acord! TI1: © honem pode dur As costas h “natureza" e contenplar as é 9 yida contesplat "giog theoretizos", ¢ se panva no lager, na escola, "scholé". © modlo da hierarquia ¢ 9 polis. cam 0 espago prdlice, "agora", ¢ estfo avertos rnmo & praca do mercado, Hos espages frivades Laboran as milheres ¢ 03 escravosi cosinham, Laven Troupe, a Mnahuresa". jdelse relenbradas. hata ixa, aspagos privados, Noikui", ver- qabalhan so quintal, vivem "econonicamente". Wa frente das casas privadas Gonos de cna), © produgen bens @ serem trocados poz eotAo ve artestes, (0 oubrog hous na feivar vivew "sollttemente". Hs prags do mercado passedam persoss yne trocam ideias: viven "teoricamente". Us arteses tén base econo vient sé mulheres ¢ 08 Gutivo, Ao poseoas que trocen ideias tém dase politica: os artecdes abriren sexavos Iuboram por eles, ¢ permitem o brat: para eles a praga piiblica do mercado, na quel peden trocar ideias, 0s oscrs~ yoo laboran, afin de permitir a produgfo, ¢ os artesdes produzen, afim de per- aitir a teoria, 0 proposito da economia é a praxis politica, e o proposito praxis politica é a Ueorla. ais o pirémide aicrarquica que Platdo abrige 0 clima do labor privado é 0 do condicionauento pela "natureza". qilo 6 que quem labora é escrevizado por outrem: quen labora é escravo pela petureza" mesma do seu modo de vida, - 9 crima aa produgao $ 9 da Liberdade. A ac de nfo ni escravidso, (base econonica), ndo ha liverdade. 0 cli~ ma ga teoria é 0 dn laser. be aonde nA nA Liberdads, ndo hh laser, a Liburdade § a base politica do lazer. Se, (coisa inimaginivel para Pla~ +ho), teowta. ng fussen Libertados, nfo haveria meis nem politica nem pinfnide ruicin, © todos cerium eseray . al antropologia, segunda a qual a escravid&o é a sitnagho “putuval" do homem, e a liberdade ¢ meio pu inna 1 ahingin-se sabedoria, & sdbre um conceito en weivies do tempo. 0 tewno do Labor 6 cic~ park poder cvginnar, 'k 9 ciclo és _cengseos". Quen labora, nchorro), € imortal: vive eternawente nos seus filhoe. 0 epic", tom a Coma ae arco, "bios". Tnivia-se Jigot corinha-se pe abeumlo 6a imertalidade auimalesca, " (eoorave, © ner, © wou pulses tempo da produgéo, "Bi no projeto da obra, ¢ eneerra-se na obva perfeita, ', 0 areo gue mode do nagcinento até a morte, "Riomvepkia". 0 produtor é mortal. © tempo fa teoria ests pevado, 4 0 tenpo das idelas imtiveis. 0 eseravo 6 imor- kal coua o 6 9 Nasturesd o tcorice $ imoxbel covers 6 a forwula mate= mabice, somente o politico, o axbista $ mortal, 0 escravo ¢ condicio- Maaiare. nade pel 9 poliiico § Live, @ 0 boorico 6 detexminado pe: e a cade uma deseas formas vi Jw orden das ideizs, "Los. ais corres, ponde ume forma de tempo. ‘A liverdade 6 movtal, & ¢ tambén enganadora. Quem apli- cu ideia » "natureaa", gnen produz, nfo muda apenss a "neturcza", mac taubén a ideta. A som dos Anguioe de triangulo desenhado en areia do 4 de 190°, porque a ameia deformon o triangulo. Quem fizer ceomotria com tuis srigegulos, ters visdo crrada das ideias, "doxa". 0 sapateizo nfo produz sapatos ideias, nem o homes politico sociedade ideal. A vi- da produtiva, 2 vida polities, dognatica, impenetwavel para a sabedo- via; leva A morte ¢ ao engano. a platonica yeoulta em wtopia qne vingou, on forma Aa pirdinide feudal, por ayroximadamente mil anos, Wa socieda~ ae ae fal antropole.,: Leval a popwlagdo do campo ceupa o Jugax da economia, a burguesia cidadina 0 lwyar da politica, © 0 clero o lugar da teoria, © feudalic~ no cidade platonica, na quel o campo suatenta economicamente a obra, ea obra guatenta politicanente a prece. Somente os artesSes o30 Liv~ ree. Us camponezes e 05 monjes so condicionados. # ¢ 2 Igreja, a te~ noo a3 morte. As revolugées barguesas ao pré-renascinento xeformmlaran a pivfuide platonica. Colocaram a politica, a arte, a liberdade, no oria, que selva do eng cope, ste 6: colocaran 2 buryuesia no topo. Doravante nfo ¢ a sabe~ joria yue 6 8 meta da vide, wae ¢ a liberdade. A teoria fica cubordina- Ao de ae \ praxis, ("saver é poder"). 4 teoria deixa de ser contemp: ined, ¢ posta 2 ser brabatho: manipulagdo de ideiae, Unu forme de 4 3 tela", (ae tiica), © a "téenicd#), 2fo ace artes produz 0 "prox © & infornada por teorias), el div predngfe de idetas noves, 1 es Wes, ty aM eles mover, m poca oe el "peoseeceo" ce soelena 6 : covwluydo industrial, Ho © fc tal 8p Ao fa apba da vida, oapus ae poreo #olidas, Ge a sabedoria, A Likerdade, a produgto 2 imontalldade das Weise imuthve Lib. dade se revela atisa ndo substitui eatic a vida na prec! 4 pela norte, A vida ‘ohoviamente a vida contemplativa. as durante deixou de ser meta, eats" duvideso: 6 aneng: a a moderaa t6da a ese da pirtuide, a economia da escraviddo, fica intocada: 0 proletariado a ccnpa. A ceginda revollutn iaiustriol, a abual, ests invextendo a pit- mide platenis ca ao coloc 4 ceompmia no tepo, lento politica quanta swbontar a vid privada, para bornA-La ageadavel, ty n vétoria do operiale treusformade om funcionario, A teoria susterta sdud a Liberdade, ¢ 8 Liverdade enetentia a tengSo. & previsdo platonica exth arora a producto, ‘0 sustents 0 consumo, & eahedoria eustenta se replisendo: os escravos esido se livertande, e a socicdade téda esti, se transferando cn soviedade de operavos. A vide est’ fiesndo abenrda, porgne gina ao eielo da eborno retorno. © espage privade dom: na, © po es= pogo privade nfo pode wwever neti. Ista 6 eheenvarol on iodn paaher un ndsilos noc Lister meta quite ase sueigdades neo-caplbaliet pare capte: ¢ enaliaar doie pares de coneeitos, "Labor-obra", ¢ "atividade-lazer". Lavorar ¢ sofrer. 0 ope~ rario, qual Sisifo, repste eternemente os mesos gestos. Se a maquina o mente of mesmos produtos que a maqui, na empurra na gua doca. OS movimentos de operrio sfo previsiveis ¢ pro- 8 tal diamostico, deve faz por ele, entdo ele consome etern: graniveis, cono 0 sS0 of movimentos de bola de billmmd. Labora, dorme, co~ me, nesce © more om curvas ostatieticanente prejotaveis. Sofre a vida passive do ciclo, do funeionanento. Qbrar 6 auir. 'E obvigar ideias o ponctrar a "naturesa", © obrigar 2 “naturesa" a abrirese para ideias. antes © depois da obra h’ contempla- a ser vealisada, Depois hi a con= tenplagfo da ideia realizada no obra, © tempo ao obrer esta cercado de Antes NA a contemplagts da ideia tewpo contemplative, ‘emo livre. Opemarios nfo podem ter tempo livre, = © laborar nfo permite contempla- Somente o8 artesdes, og artistas, tém tempo livre. j:o8 n%0 bém ry porgne © seu teupa Livre é tingle da onra Atividade é falta de lazer, ", arece polo ben) letino "Regotiumy falta de ccic 1 @o nosso termo Bescola". A escola ¢ o o contenpladas, independentoacnte be ado es féries 2 os fins de seman cholia". Identico desprego da ati~ vidode © termo enpage do laser, no quel ideiag © o lugares 94 Ewa, ane saivan aa aie vidade e dx morte. 840 tonpllos, (des donses Aiadenoe © Ty a + hwrares i "theavia", py o 6 lazer, sfo iy paniveis nos expen puivades do Labor, 2 ac inetituicdes que chanomor Me claves" en ais eeracus oconomicos e40 ne yealidade Ingavea de treing pax Quanto is “eseo! © fmeionanerto, Ss" nos espagos phblicos, as institwigses cientiziens, arti tleas © politicse, s lo na reaLidade lajarea para a manipulepda de taeias em fimgfe da economia, aos cepnene privanor Atievlnenbe eolag anténti- ers, lig © ae ener para a contemplugdo te ideias, sfo impossiveis: nfo nd ae ultimas “univer tica nolval. A noi sotunda da dite "oriae um: ara elas, Ag ultinas ecoohai » da nossa sa ineapacifade para termos vide eram “8 da excl verxsithvio , Aon Gas texan “Labsr-ohra" e "atividade Lazer" permite cap- © Siagnoatico ylatonico de nossa situaghe da seyuinte forme: UA tres os existenc als, 0 privado, 0 pablico, © 0 da teoria. 0 eapaca priva fay 0 da economia, $0 spy da vida "ustural", cireular, absurda, 0 espa, co puulica a republica, ¢ 0 espase da vida arth icial, da vida engajads, B 9 ecpago da teoria, a escola, ¢ 9 e@: page do laser, da vids contenplativa, HA utopia platoniea o espago rrivado sustenta o publice, e este suctent: teoria. (08 filosofos sfo reis.) Ha sociedsde bu Guesa ag escolas focham, «lnente 9 esnaco privade est’ inva- pexgue 80 oenpadas pela epublica. at Gindo a repubiica, e esta exh teewundo. Fetamoe noe torna nip todos operh= vies, Iuncion’rios, em sua: eseraves, isto ¢ 0 totalitarioms, fe posmininetrivd, a do tvtmro iwedinto, ser epago privade. os pwblicos, nen egoolns nela. Alans ospagoe ce decia~ rarfo publieos, mas o serdo aloswente. Us mage wedia nfo politizardo, mas, relo contrario, privatiaarde o: 98 projebaren dentro do esyaco privadg. 08 eventos publicos despolitizarao ao traneformarom of cidaddve em masza, Of supe fomens publicos qne aparecen Ss tele fY 20 riacreudos nfo cerfo feiras, nav@o o consumo, N&o heverd espagos Erkxade publicos, porque a ia fundante da cidsde pos-indastrial vonceve o homen enquanto es- man pros artropol or vo: ente que ome © consone. Wi ter a cidade poe-industr al dois espa~ 905 prtvedos: o do labor ¢ 9 dos aortorios, as quais serfo Ligados entne ai por canais programados: tnlo, metro, dodo. Qe modelos Ge tal cidade JA foram elaborado: 0 nazieno eo stalinisno. Todos es denais sparelnos, atuaie c futuros, fig aperfcicoanen, tos Ae tais modelos. apexfcicosuentos, vorque funcionar4o melhor e serfo wenos aparentes. 0 funcioniwio do futuro serh um Ei swam aperie ente privado das ideias, irrecponsivel, eficiente. A cidade téda seri + 08 seus habitantes funcionar&o em fungdo da fun: suvfanente, e colaborarto cox 9 aparelhe no seu proprio aniguilane witz aperfeigoa Oy a0 ~- Ba eélebte porsunta: "cone filuse: or depois do aucchwita?” ter’ xscposta spoutéa ana cidsde do fsturs, Nao se TLloser: Ny porgne nfo herr’ eseg das. (as tal fuburolocta plstonizante 6 convincente apenas se aceitar- nos a anlropoloyia platonic o n 6 "arta mente" ercrava, © pade ser pric Platdo, ne enbanto, permite de cidade, inelne: pens cragas os idelan. 0 pm duvidenos de tal sntropolo, ia. ve a “poli! fA, ar-urenta contra, n cidade ¢ imps 2a que vi A superar 2 soliade husiana pela commicayfo, A solid&o ¢ incuportavel, porque 6 2 conciéncia hinwes pode suvstituir-nos na hora da morte, ds morte: moxrerevoe 508, 2 cidade, a cownnieayto, 6 nétodo yara tornar vivivel a coneigacia da sou 'idfo da morte. ie modo que niv ‘ intelrasento privade des idélas: “rolowora" pelo venon a die da norte, A prova é que mor a cidade, yi- of @ “imortalidade" pola coumicagSo com ontros. wadova seja verdade que "naturalluente" sonos todos conficionadss, (em whtina anilise: morreremos todos), nfo € vordsde que seas ivteivamnte esoxavos platonicos: er.e0 ane yor mle ter suitide iste Blavho 6 vieceraluente intole. viseerinente imteler vel, que winkuds horte "netaral", ao ingistir no" elita- Uhistico incipiente pore,2 comprovar a futmpologia plutoniea, nfo obriga a eutmeternoe vel reconstrvir a cidaie, forga— mwLica, (A libexdade), @ rwso & teori ida va"), "L possivel fang ricLos v4 cunora a sitvagda aknal dv tot 0 Apex 12 a eiwir-se rumo & re » (aw 0 Abraves a nos: avortura sono & porte. For certo: Plato responders quo téda cidade $ empresa fadada ao malogve, ‘odos os cidadées norrerAo, e morxerdo na solidfo, 2 despeito da commicagfo, ("civiligacdo"), que estrbeleceran. as a civilissedo, ina), 9 engono, "doxal ao preservar iuformagses adquiris bm « Inorteliaga efetivasente, - Babora 2 morte "natural" continue valida, a vivilizagéo pro.cta tro nivel existencial, o da "cultura", np quel 28 menorias dos ontros, (os arwazex fie informagées), s8o 2 nos- se imortalidade. 0 contrharie do gue PlatSo afizma, a politica imorta- Sotlos isorthis na medids em que "publicayoe"., 09 espago publica noe tovnn memoriveis, Ao contrarig do que }at&o afirma, nfo podenos: Fisyensar de doweros. viat&e proibiu a entrada na ona ubopia aos artis tas. Has eles séo 4 nos: nética" e as "ferwas pu: + Ho vé a "informag&o adquirida bor nfo ter visto into, prevé » bobalitariswe, ae nos nfo iavvbalidade, plata so vé a "infornagSo ge~ @ historia, tos ourigados # SesHI-lo. A nossa cowigieia da hietoricidade do howem, (da sua morta- Lidede "neural" © inorbalidads "eultural"), nos perwite tentarmor xecon= rtruir a cidade. Fou: moe tontar fard-1o en toda situagfo, inclusive « nosen. verdade que a cidade pos-iniustrial parece frustrar toda tentative de re- construgdo um tanto platonicaucate. Obriga-nos a colaborar em seu funei- onamento, quer laborenos, quer consumanos, quer trabalhemos, quer teoreti zenos:"Zecupera" todes os nossos esforcos em reconstrui-le, 0 feed-back que o aparelho da cidade pos-industrial eotabelece nos torna automaticanen te colaborantes do totalitarisuo. '! verdade pole aue vivemos desde ja em campos de concentragdo aperfeigoados. No entanto: j& que somos concientes da nossa morte, transcendemos a automaticidade absurde da cidade. EB é a partir de tel transcendéncia que podenos tentar reconstrui-la. © que ser& proposto no resto deste ensaio ser& utopia que se moverd Gentro das eategorias pletonicas, Necessiriamente, porque Plato continua a informar-nos, Mas serA utopia anti-platonica, Recee Plat&o é 0 que nos est& ancazando. Aceitenos 0 diagnostico platonico do "aparelho": 6 ele espago prives do que ocupa o espago publico, e elimina escolas. 0 que urge 6 pois abrir espagos publicos inacessiveis a0 aparelho. Mas, ésradoxalmente, pare poder= mos fazé~lo, € necess&rio que se abram prineiro espagos privados inacessi- riamente, porque veie a0 aparelho. Porque é a partir de tais espacos privados, da "soliddo para a morte", que espagos pubdlicos s&o projetados. A solidéo da morte é © motive para a comunicagdo. Se publicajos, ¢ pars vencer tal soliddo. a pudlicagdo é a saida do espaco privado. Devomos pois iniciar a reconsrtu- fo da jade pela abertura de espagos privados deny do espago privado to- talitario do aparelno. Tais tentativas ja existem em toda parte, Por exemplo as "résiden- ces secondaires" da suropa ocidental, os "suburbia" americanos, as "datchas' nos paises socialistas. A soliddo é tida atualnente por luxo. B ha outro tipo de busca de espaco privado: as drogas. Mas tais tentativas parecem fa- dadas ao malogro. Os espagos privados assim consrtuidos n@o est&o abertos para a republica, mas para o aparelho: suas portas levam as garagens, suas janelas sf telas de TV, © seus sonhos edo consumidores. Néo sdo espagos privados, "oikei", cujas janelas e portas 440 para a praga do mercado, 0 que urge € construir espagos assim abertos, Para poder construi-los é pre- ciso que se considere a dindaica do mercado: Plat&o pensa que o mercado serve a dois propositos: & troca de dens e A troca de ideias. A troca de bens constata dois tipos de valores: os va lores de troca, ° os valores intrineieos. 0 valor de troca é relativo: o eapato vale uma duzia de ovos. 0 valor intrinsico 6 o grau pelo qual uma ideia foi realizada na obra: o sapato é mais ou menos "perfeito". Destarte a troca de bens 6 "politica": constate "normas", nommaliga, A normalizacdo se faz gragas eo jogo das trocas: gragas a um "navegar", “kwbernein", nas ondas da troca, 0 terno "%,nornvin" vesultou ew dois concettos nodevnos, o Go "governo", 2 o da “gibernética". Yava Pletio "gorernar a repablica" @ navegar nas ondas da troca ec destarte norwulizar. Para nos, no entanto, A normilizagte se fez ciderndiicawente, e,este aepocto do mercado, o de te ser xefsado a0 apare te Myowernos", Jo enynanto lugar de troca de i- deias. Plat&o eré ye o diblogo € método para re-descovrir as ideias imu- thveis que esto Yesquecidas" no interior dos que dialogan. ‘razé-1as & lus, “wedoiticanente". tais ideias, wma vez relembradas, des-esqueci- das, passam a ser 2s normas de acorde com as quais os vens sfo normaliza~ dos, 4 troca de ideias permite a troca de bens, lhe d& sentido. Nos nao podemos mais, depois de Kant, compartilar com Plato o conceito das idei- as inutaveis, Pera nos ideiss #40 produtos de ideies prévias passcdas pe~ Lo erivo aa experiéneia, Por into pare nos a troca de ideias, (a broca do den che » pole perte: uo que funciona ei- vundhicenentes nfo oxect 0 que cotta eo wer ielec- tica"), & metode para produsir ideias novas. 0 proposito Jo mercado, para nos, 6 ser lngar gue permita a produg#o de ideias a informarem a troca ae vens. Isto é "politica" para nos: progransg4o do aparelho cibernstico com ideias elaboradas ei Politica" para nos € 0 encontro de homens privedos que publican @fin de clehorer programas. troca. destarte dirigir o aparelho. Isto 6 "denoeracia" no sentido pos-industrial do termo: dirigir 0 aperelho e programi-lo gragas 3 troca de ideias que Jeva a ideias novae, th tal @ praga do moxeado « nor interes: Os espagns privedos a seren cor fleven esbar aserte praga do peready, A Abnal wevolusto doe n te, desde ja. of de counnicardo jue tals averturas sejam realizadas, uxemplos: TY a cabo, telefone, 8%0 uétodos pws se dialogar a partir do o} Inverter privade. © fluxo dae infornaydes uos canais de mases, lm vor de privati~ garem 9 publica, publicam o privailo. Os noves espagoe privados, dotados do ta ios de comunicagdo, projetarian de si a nove praca do mercado. wel praga seria a rede de comumicagdes dialogicas que uniria eepagos pri- vades. © espaco pubdlico seria o tecido de relacées intersubjetivas, e se- ria esse tecido que "governaria”. Iispomes, desde ja, de instrumentos que tornam yp siveis tal governo, por exewplo de computadores. De memorias tifeiais, e de précossamento artificial de informacdo que permitem a implantag4o de "consenso" amplo. Podeno ; desde j&, programar o aparelho “politicanente" com os proprios métodos do aparelho. A "democracia pos- industrial" 6, desde ja, t:cnicamente possivel. Fe fal espago publico, projetado a partir de espasos privados, seria, no entanto, "politico" om sentido radicalmente novo. A "politica" nfo seria, como o 6 tradicionalm: te, combate @ialéetico de interesses en nate de ideias ei whses Ge consenso. Seria c sca de prograwagéo do apavelho. A diferenca é evtar a politics sraatirtttenti sense commn" que 6 0 denominador comum mis baixo dos participantes, (a "ratton d'E- tat" de Rousseau). A politica pos-industrial seria busca de sintese, de um prograna "novo". Ser @ @ialectica no sentido exato do termo, A nota da politica seria a produgdo dialogica de ideiss noves. B isto im plica gue o espago publico pos-industrial projetaria, de si, um novo ti po de escola. Wo na como negar que escolas esto voltando @ ocupar um espago mais anpio que antigemente. Dada @ crescente complexidade das informa- pes Gisponiveis a juventude ¢ cbrigada a frequentar eceolas mais denora Gamento que no passado. Dade a efemeridade da validez das informegdes, os Nespecialistas" ecto obrigados 2 voltaren periodicamente & escola, a ge "reciclaren". B dada a necessidede economica de balxer a idade da a~ poeentadoria dos funcion’rios, (desemprego ete;), muitos procuram pre-er cher o tempo vasio, (n&o "livre"), voltando cedente procurou mostrar que tais "escolas” nfo o sfo no sentido exato do ternot lugares de lager de onde ideias s20 contempladas, As escolas, Has a andlise pre- ‘A praga jublica acima esbocada projetaria, de si, um novo tipo de escola, lugar para um novo tipo de "theoria". Para Platéo "theoria" é a contemplagéy de formas inutaveis. givora ideias, para nos, nfo sejam imu~ thveis no sentido platonico, voltamos, curiosamente, ao conceito da forma imutavel, & "estrutura". £ dispouos de toda uma séria de disciplinas A “eontemplarem" tais estruturas. Duas dessas disciplinas sao platonicas: @ matematica e a logica, e h& terceira, a musica, que Plat&o incluiria. B 6 caracteristica das escolas modernas que tais disciplinas sfo dificeis a sorem enguadradas na organizacéo de tais evcolas. Mas surgiran, ultine- mente, outras discipiinas "formais", tais como a informatica, a teoria da decisko, 2 teoria dos jogos. 0 que tais teorias visam ndo 6 o repertorio dos sistenas, (a sua " nfornagdo"), mas a sua estrutura, (sua "forma imu- tavel"). So @isciplinas que analizam sistemas. Polis a praca publica da sociedade pos-industrial projetaria, espbnténeanente, um lugar para tais “theorias". Espont&neamente, porque & programacdo ao aparelno com ideias novas exige que seu sistema seja analizado. Exige "teorias dy sparelho”. Mais escolas n&o serviriam, como o fazen as atuais, & distrivuigdo de in- formagdes: isto pode ser relegedo 40 aparelho, por exemplo aos instrumen- tos “inteligentes". Serviriam & "contemplagdo das formas eternas" do apa~ relho. Seriam lugares de transcendéneia com respeito ao aparelho. ao permitiren tais escoles a programagdo do apurelho, darian significado a0 seu funcionamento, e desterte A vida dos cidaddes da cidade do futuro. yy A reconstrugdo da cidade pos-industrial proposta é utopia platoni ca eu dois sentides do teruio, ‘i utopia platonica porque visa restabelecer a pirfiide hierarquica de niveis que Plutdo advoga. A cidade seria susten- tada.pelo nivel econonico do ciclo avsurdo. al nivel seria, na cidade pos- industriel, o do aparelho e seu funcionamento, Funcionaria autom&ticamente, citernéticamente". © eccravo seria o aparelho. Uste nivel sustentaria o eepaco publico, que seria pro, to de espagor privados. Nele reinaria o eli- ma da liverdade © o da produg&o de ideias. 2 o ultino proposito da politica seria @ abertura de um espago teorico que permitiria dar significado & vida na cidade, un espago de lazer, "scholé", e de sabedoria, "philosophia". Mas, infeliamente, c reconstrugao da cidade pos~industrial propos- ta é também utopia platonica em sentido diferente. Enbora todos os meios Yéenicos para a sua construgdo este jam, desde J&, disponiveis, ndo se vé como tal utopia possa realizar-se. ‘1: "utopia platonica” em sentido pejo- vativo, Para que se realize, seria preciso que se transforme nossa visdo Go homem, nasse antropologia. Para Platdo o homem é ente cuja patria ver- dadeira, embora perdida, 6 0 “reino das ideiae". ‘i o “homo sapiens", pa- Fa a sociedade burguesa o homem & ente que modifica o mundo de acordo com ideias. 'm" howo faber", A antropologie que se formula atualmente vé no homem ente que consone o mundo. ' "homo oeconomicus". Para que se possa reconstruir a cidade no sentido ecima exposto seria necesairio que se con- ceba o homem como ente que usa ideias como pecas de wa Jogo. “Homo ludens", Embora haja indicios em prol de uma tal antropologia nova, outros indicios apontam en direg&o diferente. inclusive ¢ possivel argumentarsse que a utopia aqui proposta é sintoms de decadéncia daquela sociedade que tem Pla- *€o por uma das suas raizes. Que ¢ sintona precisanente da previs%o que Plata fez com relagZo a "“1ibertagdo dos escravos". = quo portanto a utopia propesta ndo passa de convite aos "outros", por exemplo @ dito Terceiro mun- do, de eliminar, de vez, essa visao platonica do homem e da sociedade, da face aa terra, No entanto: embora utopia platonica em sentido pejorativo, a propos- ta ndo é mera fantasmagoria, Beseia-se em fatos. Bo fato fundamental é a noses abertura xuno A norte. unquanto estivernos concieates que o fato bun tal da nossa morte torna aveurda 2 nossa vida, e enguanto nfo nos contentar- mos com tal absurdo, restar& em nos a esperanga do podermos resistir & auto nomia do aparelho totalitario que esti se preparando, A propostu aqui clabg rada em base de leitura especifica de Platdo se quer articulagfo de tal es- perenga.

Você também pode gostar