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EMILLY F MARQUES | MARC semana 01

Ansiedade e toc
→ OBJETIVOS: transtornos do espectro ansioso e TOC
→ FONTE: Tratado de pediatria

Ansiedade

• Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto
derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.
• A ansiedade passa a ser patológica quando ela começa a prejudicar o dia a adia causando transtornos físicos e
psicológicos
• AFINAL, PARA QUE SERVE A ANSIEDADE? Ansiedade é um mecanismo do nosso cérebro que serve para nos alertar
em situações adversas e desconhecidas. Este mecanismo nos deixa alertas e também nos dá a chamada “descarga
de adrenalina” para enfrentar situações adversas inesperadas. Porém, a ansiedade em excesso pode ter efeito
contrário e, simplesmente, paralisar uma pessoa.
• Medo x ansiedade: A diferença psicológica principal entre as duas respostas emocionais é a condição súbita do
medo e o caráter insidioso da ansiedade
• A ansiedade é um estado mental que é suscitado em antecipação de ameaça ou de ameaça potencial, resultando
em estado de maior vigilância mesmo na ausência de ameaça imediata.
• A quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) 4 divide a ansiedade patológica
nos seguintes transtornos: transtorno de ansiedade de separação (TAS), mutismo seletivo, fobia específica,
transtorno de pânico (TP), agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de ansiedade devido
a outra condição médica, transtorno de ansiedade sem outra especificação ou nãoespecificado. Os estímulos
precipitantes diferem entre esses diagnósticos

Transtornos de Ansiedade
Psiquiatria básica, 2° ed
Os transtornos de ansiedade podem ser vistos como uma família de transtornos mentais que estão relacionados, mas são diferentes que inclui:
1. Transtorno do pânico e agorafobia
2. Transtorno de ansiedade generalizada
3. Transtorno de ansiedade social (fobia generalizada)
4. Fobias específicas
5. Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
6. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
7. Transtorno de ansiedade e separação
8. Outros transtornos de ansiedade
9. Mutismo
10. Medicamentoso
TAG

• É ansiedade e preocupação excessivas com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias, durante pelo
menos 6 meses. Ela é difícil de controlar, é subjetivamente perturbadora e compromete áreas importantes da vida
da pessoa
• QUADRO CLÍNICO: Essa preocupação estará associada com sintomas somáticos como tensão muscular,
irritabilidade, dificuldade para dormir e inquietação. A tensão motora manifesta-se mais comumente como tremor,
inquietação e cefaleias.
• NÃO ACONTECE EM CRISES! É um estado constante de tensão
• DIAGNÓSTICO: O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se por um padrão de apreensão, tensão e
ansiedade frequentes, persistentes e desproporcionais à importância do evento, situação ou acontecimento que é
o foco da preocupação. Causa sofrimento importante ao paciente e gera prejuízo funcional, seja nas relações
sociais, laborais, acadêmicas ou na vida afetiva
• O diagnóstico do TAG é clínico. Contudo, pacientes com essa síndrome costumam procurar um clínico geral ou um
cardiologista em busca de ajuda para um sintoma físico, como dor no peito, dores musculares, refluxo ou cansaço.
Nesses casos, o exame físico na maioria das vezes é normal.


• Ou seja, Estrategista, preste muita atenção, se a banca apresentar, no enunciado, um paciente que “vive tenso”,
nervoso, preocupado, com um quadro florido com alguns sintomas inespecíficos
• EPIDEMIOLOGIA: Estimativas indicam que o TAG afeta entre 5% e 10% da nossa população, sendo um dos
transtornos psiquiátricos mais prevalentes na população geral. O sexo feminino, assim como nos transtornos do
humor, é cerca de duas a três vezes mais afetado que o sexo masculino. A presença de história familiar de ansiedade
em parentes de primeiro grau pode aumentar em seis vezes a chance do desenvolvimento de TAG. Além disso, ao
menos uma outra comorbidade psiquiátrica é diagnosticada em até 90% dos pacientes.
• CURSO E PROGNOSTICO: Na maior parte dos pacientes, esse padrão de ansiedade os acompanha por toda a vida,
sendo o TAG uma doença de curso crônico e flutuante, que se mistura com a história de vida do indivíduo
• TRATAMENTO:
1. Psicoterapia
2. ISRS
3. Antidepressivos tricíclicos e os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRN), ou “duais”, são
considerados como medicação de segunda linha no tratamento Amitriptilina.Clomipramina.Desipramina. Nortriptilina
4. Antidepressivos atípicos apenas se os outros falharem (1° 2° linha) bupropiona, mirtazapina
5. O anticonvulsivante Pregabalina é muito útil no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, podendo
ser indicado como tratamento de primeira ou segunda linha medicamentosa, em dosagens entre 150 mg a 600
mg ao dia. A Pregabalina apresenta efeitos ansiolíticos e sedativos, com um perfil de poucos efeitos colaterais
e quase nenhuma interação medicamentosa. Além disso, a Pregabalina também apresenta importante efeito
analgésico, ideal para aqueles pacientes com sintomas dolorosos crônicos
6. Os benzodiazepínicos têm sido uma classe medicamentosa muito usada nos transtornos de ansiedade. Podem
ser prescritos conforme a necessidade clínica, podendo ser tomados quando os pacientes sentirem-se ansiosos
ou antes de se exporem a eventos que geram ansiedade. Apesar disso, o foco do tratamento é com uso de um
antidepressivo, especialmente ISRS, e o uso de benzodiazepínicos deve ocorrer, preferencialmente, em doses
baixas e apenas no início do tratamento, durante as primeiras semanas, quando os efeitos das medicações de
primeira linha ainda não controlarem os sintomas clínicos. Depois disso, deve ser retirado gradualmente no
período de até duas semanas.

7.
• DURAÇÃO DO TRATAMENTO DO TAG Em geral, o tratamento medicamentoso deve continuar por até 12 a 24 meses
após a remissão dos sintomas. Contudo, parte dos pacientes precisará de medicamentos por períodos muito
prolongados, devido ao curso crônico da doença e ao grau de disfuncionalidade causado por ela na vida do indivíduo

TRANSTORNO DE PÂNICO

• O transtorno de pânico refere-se à ocorrência de ataques de pânico, normalmente inesperados, incapacitantes e


recorrentes, por pelo menos um mês. Um ataque de pânico é uma combinação de sintomas agudos e intensos, que
podem incluir medo, preocupação ou insegurança, que alcança seu ápice em poucos em minutos, associados a
outros sintomas psicológicos ou somáticos
• DIAGNOSTICO: O ataque de pânico geralmente começa rapidamente, com sintomas de intensidade ascendente,
atingindo seu auge em cerca de 10 minutos. Os principais sintomas psíquicos durante a crise são sensação de morte
iminente, medo de “enlouquecer” ou perder o controle de si ou da situação.

4 sintomas típicos


• Preocupações com o risco de morrer por problemas cardíacos ou respiratórios podem ser a principal angústia
durante o ataque. Muitos pacientes podem crer que as palpitações e a dor no peito indicam uma doença cardíaca
iminente, como um infarto. Dica: a banca mostrará no enunciado exames normais ou inconclusivos. Além disso,
normalmente se trata de um paciente jovem!
• Um ataque de pânico é a ocorrência de um surto agudo de ansiedade, desconforto ou medo intensos,
acompanhados por ao menos quatro dos sintomas listados como “manifestações típicas de um ataque de pânico”.
Por sua vez, o transtorno de pânico é definido pela ocorrência de ataques de pânico que causam prejuízo funcional
ao indivíduo, que passa a tentar evitar novos ataques ou sofre com a possibilidade de sofrê-los novamente.
• EPIDEMIOL: Esse transtorno apresenta prevalência de cerca de 2% a 4% na população geral e é até três vezes mais
comum no sexo feminino, tendo, quase como uma regra, outra comorbidade psiquiátrica associada
• O transtorno de pânico inicia-se geralmente entre o fim da segunda década de vida e o início da terceira. Em alguns
pacientes, geralmente os mais graves, pode ter início ainda durante a infância. Início após a quinta década de vida
é incomum, mas também pode acontecer O curso habitual da doença é crônico e flutuante. Alguns pacientes
podem ter remissões que duram anos, interrompidas por um novo ciclo da doença. Em outras pessoas, pode haver
um curso constante da doença por toda a vida, sem períodos significativos de remissão, causando grandes prejuízos
sociais e laborais. Poucos pacientes com esse diagnóstico têm remissão completa do quadro sem novos episódios
durante a vida. Estima-se que pelo menos metade dos pacientes permaneça com sintomas leves pelo resto da vida.
• TRATAMENTO
1. Psicoterapia
2. ISRS
triciclico
3. Tricíclicos, especialmente a Clomipramina, e os duais também podem ser utilizados com sucesso, contudo os
ISRS são considerados como medicação de primeira linha, com efeitos robustos sobre os sintomas do
transtorno aparecendo após duas a quatro semanas do início de seu uso.
4. Os benzodiazepínicos têm o início de seu efeito em poucos minutos e podem ser instituídos no início do
tratamento contra o transtorno de pânico, enquanto os efeitos dos antidepressivos vão surgindo ao longo das
semanas.
5. Muitos pacientes levam sempre consigo um Benzodiazepínico, dentro de bolsas ou mochilas, pois, apenas pelo
fato de a medicação estar ao seu alcance, causa uma sensação de “segurança” ao indivíduo, pois o paciente
com este transtorno passa a ter “medo de ter a próxima crise”.
6. DURAÇÃO: Uma vez eficaz, o tratamento medicamentoso deve ser mantido por até cerca de 12 meses após a
remissão do quadro. Caso seja descontinuado de forma precoce ou abrupta, os sintomas podem retornar e o
quadro clínico do transtorno de pânico pode recorrer em até 90% dos pacientes

AGORAFOBIA
• Ágora era o nome que se dava às praças públicas na Grécia Antiga. Nessas praças, ocorriam grandes reuniões em
que os gregos discutiam assuntos ligados à vida da pólis.
• Indivíduos com o diagnóstico de agorafobia sofrem episódios intensos de medo e ansiedade se expostos a lugares
ou situações em que consideram difíceis de conseguir ajuda ou, ainda, em situações em que o socorro pode não
estar facilmente acessível. Pessoas com agorafobia podem ter medo de circular por locais públicos ou lotados,
como estádios e shoppings, passar por ruas movimentadas, atravessar uma ponte, viajar de ônibus ou avião,
frequentar bares ou restaurantes, ou até mesmo sair de casa, em casos graves.
• É possível que a agorafobia seja a mais incapacitante das fobias, porque prejudica, de maneira substancial, a
capacidade funcional do paciente.
• DIAGNOSTICO: O diagnóstico da agorafobia é dado quando o paciente apresenta um padrão recorrente de
comportamento “agorafóbico”, geralmente por um período de duração superior a seis meses. Isso pode incluir
evitação ativa a essas situações, quando o paciente teme sofrer uma crise caso seja exposto às condições
agorafóbicas.
• EPIDEMIO:A prevalência da agorafobia é de cerca de 6% da população. Assim como na maioria dos transtornos
ansiosos, a agorafobia é duas a quatro vezes mais comum no sexo feminino do que no sexo masculino.
• PROGNOSTICO: O curso da agorafobia é persistente e crônico, iniciando-se no final da adolescência. Poucos
pacientes conseguem remissão sem tratamento, que ameniza os sintomas na maioria dos indivíduos tratados
adequadamente. Frequentemente está acompanhada de transtorno de pânico. Isso se deve ao fato de que o
paciente com pânico têm crises recorrentes e passa a ter “medo da próxima crise”, restringindo-se à sua própria
casa cada vez mais.
• TRATAMENTO: Como se acredita que a maioria dos casos de agorafobia aconteça secundariamente ao transtorno
de pânico, o tratamento deve ser direcionado para esse último. Os inibidores da recaptação da serotonina (ISRS)
são considerados como primeira linha para o transtorno agorafóbico. Os benzodiazepínicos são medicamentos com
rápido início de ação, melhorando os sintomas fóbicos, e podem ser usados antes de situações que tipicamente
geram desconforto no paciente

FOBIA SOCIAL OU TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (TAS)


• A fobia social ou transtorno de ansiedade social (TAS) trata-se da ocorrência de medo ou ansiedade intensos em
situações do convívio social, em que o indivíduo pode ser avaliado ou observado por outras pessoas. Quando
exposto a essas situações sociais, o indivíduo tem o receio de ser avaliado ou julgado negativamente. Essas pessoas
também podem apresentar medo ou insegurança específicos em relação a sua capacidade de desempenhar tarefas,
como falar ou apresentar-se na presença dos outros
• DIAGNOSTICO: O diagnóstico é dado quando se observa um padrão de comportamento recorrente de esquiva ou
evitação, durando mais de seis meses, a situações do convívio social, como manter um diálogo em público,
encontrar pessoas que não são familiares, ser observado em atitudes cotidianas, como comer ou pegar um
transporte coletivo. Também costuma ser notado em situações de desempenho, como dar uma aula ou fazer uma
apresentação, ou, ainda, quando essas situações são vivenciadas com grande ansiedade ou medo, desproporcionais
ao evento.
Em crianças e adolescentes, o medo ou ansiedade pode ser expresso com choro, ataques de raiva, comportamento
de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar ou comparecer às atividades escolares ou participar de
brincadeiras
• EPIDEMIO: O transtorno de ansiedade social é um dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes, pois cerca de
13% das pessoas apresentam o quadro durante a vida, sendo mais comum no sexo feminino. O TAS geralmente
começa no fim da infância ou início da adolescência e costuma ser crônico.
• TRATAMENTO: Tanto o tratamento farmacológico quanto a psicoterapia são úteis no tratamento do transtorno de
ansiedade social, sendo sua aplicação combinada associada a melhores resultados. A classe de antidepressivos dos
inibidores da recaptação da serotonina (ISRS) é considerada como primeira escolha do tratamento
farmacoterápico. Antidepressivos duais também podem ser utilizados como primeira linha de tratamento. Por sua
vez, os tricíclicos são considerados como segunda linha. Os benzodiazepínicos podem ser indicados inicialmente
para os pacientes com sintomas intensos que trazem prejuízos sociais importantes, pois promovem alívio rápido
do desconforto e podem melhorar a performance social do indivíduo. Além disso, a utilização de betabloqueados
um pouco antes da exposição fóbica pode ajudar a diminuir sintomas somáticos autonômicos, devendo ser
utilizados até uma hora antes do evento. Os medicamentos dessa classe mais utilizados são Atenolol, 50 a 100 mg,
e o Propranolol, 20 a 40 mg.

FOBIAS ESPECÍFICAS
• A fobia específica é definida como medo exagerado e irracional, relacionado a uma circunstância, animal ou objeto.
Esse transtorno gera prejuízos na funcionalidade do paciente, que normalmente evita vivenciar a situação fóbica
devido ao desconforto, ansiedade ou medo causados pelo elemento fóbico. O desenvolvimento de uma fobia
específica pode ser resultado da associação de um objeto ou de situações específicas com as emoções ou
lembranças de medo previamente experimentadas pelo paciente.

• TRATAMENTO: O tratamento mais empregado para fobia específica é o psicoterapêutico, principalmente a terapia
de exposição. Nessa abordagem, o paciente é dessensibilizado, através de uma série de exposições, gradualmente
maiores, ao estímulo fóbico. Técnicas de relaxamento, técnicas respiratórias e abordagens cognitivas também
podem ser empregadas. Uso de betabloqueadores, como Atenolol, 50 a 100 mg, e o Propranolol, 20 a 40 mg, pode
ser útil no tratamento da fobia específica, especialmente quando associada a ataques de pânico. O emprego de um
benzodiazepínico pode ser útil para se evitar ou amenizar o surgimento das crises, podendo ser realizado minutos
antes da exposição fóbica.

TOC

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