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1 Será o conhecimento possível?

R: Poderemos afirmar que existe conhecimento? Podemos averiguar se temos capacidade de


entender e aprender o mundo, podemos afirmar que conhecemos? Ou está fora das nossas
possibilidades? É importante para a filosofia saber se conseguimos justificar as nossas crenças
verdadeiras. Para termos a possibilidade de dizer que temos conhecimento.

De acordo com a teoria CVJ de Platão basta que tenhamos Crença Verdadeira e Justificada para
termos conhecimento. Para os Céticos, também para haver conhecimento é necessária crença
verdadeira e justificada, mas põem em causa a justificação das nossas crenças. Temos
crenças e algumas são verdadeiras, mas saber se uma crença é conhecimento, se está
justificada, está fora das nossas possibilidades, nós não conseguimos. Logo, para os
céticos, não temos conhecimento.

Para René Descartes “A Razão” é a única fonte capaz de garantir conhecimento, ou seja,
crenças verdadeiras e justificadas capazes de resistir a qualquer dúvida. Descarte é um
Racionalista, e o racionalismo pressupõe a natureza dedutiva do saber a partir das crenças
fundacionais ou crenças básicas. Estas crenças são os pilares a partir dos quais se deve erguer
todo o conhecimento. Estas crenças suportam as demais crenças. Hume defendeu o
empirismo, logo o conhecimento é adquirido e justificado pela experiência (sentidos e a nossa
experiência em relação ao mundo).

2 O que defende o ceticismo?

É uma corrente filosófica que nega, total ou parcialmente, a possibilidade do


conhecimento.

Põe em causa a justificação das nossas crenças. Temos crenças e algumas são
verdadeiras, mas saber se uma crença é conhecimento, se está justificada, está fora das
nossas possibilidades, nós não conseguimos. Logo, não temos conhecimento.

3 Quais os principais argumentos do ceticismo?

1º Argumento da regressão infinita

Para uma crença se tornar conhecimento ela tem de ser justificada. A própria
justificação também é uma crença, logo também necessita de justificação e assim
sucessivamente. Cria-se assim uma regressão infinita na justificação das nossas
crenças.
Assim temos 3 alternativas quando pretendemos justificar uma crença por intermédio
de outras crenças: Regressão infinita, chegar a uma crença não justificada ou ocorrer uma
petição de princípio. Chama-se a esta situação Trilema de Münchhausen.

Conclusão: Nenhuma das suas crenças está justificada logo não há conhecimento.

2º Argumento da ilusão dos sentidos

Habitualmente, nós confiamos nos nossos sentidos, mas, por vezes, eles enganam-nos.

Conclusão:
O argumento da ilusão dos sentidos afirma que, porque os nossos sentidos nos
enganam por vezes, nunca podemos ter a certeza, que não nos estão a enganar num
dado momento, podem-nos levar à ilusão e ao erro.
Assim as crenças justificadas pelos sentidos não estão justificadas.

3º Argumento do sonho

 As experiências sensoriais que sentimos nos sonhos, são idênticas as que temos
quando estamos acordados. Se não é possível distinguir o sono da vigília então
existe a possibilidade de engano.

Conclusão: o argumento do sonho permite concluir que não sabemos seja o que for
com base nos nossos sentidos.

4º Argumento do cérebro numa cuba

Um cientista maluco poderia remover o cérebro de uma pessoa enquanto ela dorme,
deixá-lo num recipiente, num líquido que lhe dê nutrientes, e ligar os seus neurónios a
um supercomputador que lhes forneça impulsos elétricos idênticos aos que o cérebro
normalmente recebe. A pessoa a quem o cérebro pertence quando acorda tem a
ilusão de que tudo está perfeitamente normal, mas realmente tudo isto é o resultado
de impulsos elétricos do computador para os terminais nervosos do cérebro.

Conclusão: Como é que nós sabemos que o nosso cérebro não está numa cuba?
Parece que não sabemos o que quer que seja, nem a existência do nosso corpo, nem
do mundo.

4 O que sustenta a resposta fundacionalista ?


Para o Fundacionalismo, o conhecimento é um sistema de crenças cuja justificação são as
crenças básicas ou fundacionais que são autojustificadas. Estas crenças que são infalíveis,
irrefutáveis e indubitáveis, suportam as crenças não básicas, formando assim o “edifício“ do
conhecimento,

5 Como se distingue o conhecimento a priori do conhecimento à posteriori?


O conhecimento a priori baseia-se no pensamento e na razão, é Racional, é um
conhecimento certo.

O conhecimento a posteriori é obtido através da observação e experimentação, é empírico,


não é absolutamente certo.

6: Quais as principais teses Racionalistas?

O Racionalismo despreza o papel dos sentidos e defende que o conhecimento deve satisfazer
dois critérios: necessidade lógica e universalidade
O Racionalismo pressupõe a natureza dedutiva do saber a partir de primeiros princípios ou
crenças fundacionais ou crenças básicas.

Os Racionalistas apoiam o Fundacionalismo (O conhecimento é um sistema de crenças cuja


justificação são as crenças básicas ou fundacionais que são autojustificadas) e o Infalibilismo
( As crenças básicas ou fundacionais que suportam todo o sistema de crenças têm de ser
infalíveis, indubitáveis e irrefutáveis)

7: Quem foi René Descarte?

Foi um filósofo e matemático Francês que nasceu no final do Séc XVI e morreu em meados do
Séc XVII. Foi considerado o pai do racionalismo, e defendeu a tese de que a dúvida era o
primeiro passo para se chegar ao conhecimento. Para ele a Razão é a única fonte capaz de
garantir conhecimento, ou seja, crenças verdadeiras e justificadas capazes de resistir a
qualquer dúvida. Na matemática continuamos a usar as suas coordenadas cartesianas,
dos eixos do X, Y e Z.

8 Que método escolheu Descarte?

A duvida metódica.
Tem como objetivo um conhecimento indubitável, isto é, de encontrar uma Crença Básica que
servisse de fundamento ao edifício do conhecimento. A Crença Básica tem de ser de tal modo
evidente que nem a mais extrema dúvida a pusesse em causa, recorre à própria dúvida como
método para provar a impossibilidade do ceticismo.
Tem de desconfiar de todas as crenças e considerá-las provisoriamente falsas, até encontrar
um princípio indubitável.

9 o que caracteriza a dúvida Cartesiana?

É Metódica, Voluntária e Provisória.


A dúvida cartesiana é distinta da dúvida cética. O objetivo de Descartes é alcançar certezas e
não permanecer em dúvida, é um meio para atingir a verdade e a certeza e não um fim, como
é para os céticos.
É Universal, Hiperbólica e Sistemática
Assim, o que não resistir à dúvida por ser falso ou duvidoso deve ser rejeitado.

10 Como Chega Descarte à sua primeira verdade indubitável?


O método cartesiano tem uma certeza: A existência do sujeito que duvida.
Duvidar é pensar, Se penso, logo existo.
Ou seja, pensar é uma condição suficiente para existir.
Cogito ergo sum, penso logo existo
O cogito foi descoberto por intuição racional através do exercício da dúvida. É
Primeira verdade indubitável do sistema cartesiano, a partir da qual é reconstruído,
desde as fundações, por dedução, o exercício do conhecimento.
11 Qual é para Descartes o critério da Verdade?
O critério da verdade é Clareza e Distinção.
Só devemos considerar como verdadeiro aquilo que concebemos de forma absolutamente
clara e distinta, à semelhança do cogito.
12 Que tipos de ideias encontra Descartes na sua mente?
Factícias- são ideias inventadas pela vontade e imaginação.
Adventícias -ideias que não dependem da vontade e foram adquiridas através dos sentidos
(experiência) e vêm de objetos físicos exteriores à mente.
Inatas-ideias que dependem apenas da nossa capacidade de pensar, ou seja, como os
conceitos de matemática e conceitos metafísicos.
13 Como Chega Descartes à existência de Deus?
Descartes necessita de uma garantia externa e terá de afastar a possibilidade de um Deus
enganador e provar que aquilo que conhece com clareza e distinção é absolutamente
verdadeiro.
As provas da existência de Deus são baseadas exclusivamente na razão e na ideia de perfeição,
de um ser perfeito. Vai usar 2 argumentos para provar a existência de Deus, o da marca
impressa e o ontológico.
14 Que argumentos usa Descartes para provar a existência de Deus?
1)Argumento da marca impressa
apoia-se na ideia da causalidade e de ser perfeito
Descarte tem em si a ideia de perfeição. Qual a causa de ter essa ideia?
Essa ideia virá de Descarte ou virá de Deus?
Descartes sabe que duvida, e se duvida não é um ser perfeito.
Logo, a ideia de perfeição vem de Deus que é um ser perfeito
2)Argumento ontológico
apoia-se na ideia -ser perfeito
Deus é ou existe,
Deus não é enganador por causa da infinita bondade divina, incluída na sua perfeição.
15 Qual o papel de Deus no sistema Cartesiano?

A existência de Deus desempenha um papel crucial no fundacionalismo Cartesiano, porque é o


facto de Deus existir e não ser enganador que garante a verdade das nossas ideias claras e
distintas.
A partir daqui, Descartes, pode deduzir muitas verdades e construir com segurança o edifício
do conhecimento, apoiando-se naquilo que concebe com clareza e distinção.
16 Quais a principais objeções à resposta cartesiana?
1. Descartes incorre numa petição de princípio-- Esta objeção é designada por círculo
cartesiano. “Estou certo que Deus existe e não é enganados pois concebo-o como uma
ideia clara e distinta; Estou certo que as ideias clara e distintas são verdadeiras porque
Deus existe enão é enganador.

2. De acordo com David Hume, A dúvida cartesiana é universal e estende-se por isso a
todas as crenças e princípios, mas põe também em causa as faculdades mentais e as
operações do intelecto. Sendo assim, a dúvida Cartesiana é impraticável e incurável,
uma vez que não seria possível progredir na cadeia de raciocínios, apenas ficar em
estados de dúvida ou pensamento.

3.

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