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Epistemologia
Epistemologia
1)Crença e conhecimento:
Se alguém sabe que uma preposição é verdadeira então tem de acreditar que é
verdadeira – todo o conhecimento tem, por isso, de ser crença.
Crença (representação, ideia ou convicção) é uma condição necessária para o
conhecimento, mas não é uma condição suficiente.
“Não há conhecimento sem crença, mas pode haver crença sem conhecimento”
Por exemplo: S acredita que o lince ibérico é uma ave.
É uma crença, mas não é conhecimento porque o lince ibérico é um mamífero, é uma
crença falsa.
A crença pode ser verdadeira ou falsa.
2)Verdade e conhecimento:
Para haver conhecimento é necessário que a nossa crença seja verdadeira.
É redundante falar em conhecimento verdadeiro, do mesmo modo que é
errado dizer que existe conhecimento falso, porque todo o conhecimento é
crença verdadeira.
A verdade é uma condição necessária para haver conhecimento, mas não é
uma condição suficiente.
3)Justificação e conhecimento:
Para haver conhecimento têm de existir provas que sustentem essa crença
verdadeira.
Uma crença verdadeira injustificada não constitui conhecimento, também uma
crença falsa justificada não é conhecimento.
A justificação é condição necessária para o conhecimento, mas não é uma
condição suficiente.
Conclusão: De acordo com a teoria CVJ há 3 elementos epistémicos básicos para que
alguém possa dizer que sabe e conhece – crença, verdade e justificação. As 3 em
conjunto(cumulativas) são suficientes para dizermos que alguém sabe ou conhece.
Contraexemplos:
1)O jogo de Alemanha e Inglaterra está a dar na TV no café da minha rua,
Ouço muita gente a bater palmas e acredito que a Inglaterra acabou de marcar e de
facto marcou. A minha crença é verdadeira e também justificada porque ouvi os
aplausos.
No entanto, os aplausos vinham de um bar em frente onde estava a decorrer um
concurso de karaoke. A crença é verdadeira, mas foi sorte, foi justificada
acidentalmente, logo não é conhecimento. É uma crença, verdadeira e justificada, mas
não é conhecimento.
2) Estou a olhar pela janela da sala de aulas e vejo uma vaca no pátio da escola. No
entanto o que estou a ver é um carrinho de compras do supermercado disfarçado de
vaca para ser usado no carnaval. No entanto, por trás do carrinho está mesmo uma
vaca que fugiu de um quintal ao lado, mas que eu não consigo ver. Eu tenho uma
crença verdadeira, por sorte, que é justificada acidentalmente, logo não é
conhecimento.
Modus Tollens
A B B .ˑ. A
Por exemplo: Sabemos que mudou a hora esta noite, olhamos para o relógio e
achamos que está atrasado uma hora. Se sabemos que o relógio está uma hora
atrasado, então não é possível estarmos enganados.
Segundo o ceticismo há boas razões para estarmos enganados: alguém pode ter
acertado o relógio sem nós sabermos ou afinal a hora só mudava no fim de semana
seguinte. Logo a crença pode ser objeto de dúvida. O sujeito cognoscente (o sujeito
que conhece) pode não estar em condições de afirmar que o relógio (objeto
cognoscível- que pode ser conhecido) está atrasado.
Representação fenomenológica do conhecimento
Sujeito Objeto
Cognoscente Cognoscível
Apreendemos as
Características do objeto
Representação mental
Tal como Gettier os defensores do ceticismo não questionam que para haver
conhecimento tem de existir crença verdadeira justificada. Eles concordam, mas:
Gettier dizia que faltava uma 4ª condição.
Os defensores do Ceticismo - Duvidam é da justificação das nossas crenças.
Nenhuma crença está suficientemente justificada, nenhuma crença é imune à
dúvida.
Conclusão: “S não sabe que P porque nenhuma das suas crenças está justificada”
Se as nossas crenças não estão justificadas, não há conhecimento.
Conclusão:
O argumento da ilusão dos sentidos afirma que, porque os nossos sentidos nos
enganam por vezes, nunca podemos ter a certeza, que não nos estão a enganar num
dado momento, podem-nos levar à ilusão e ao erro.
Assim as crenças justificadas por intermediários percetuais (sentidos) não estão
justificadas.
3º Argumento do sonho
Chuang Tzu (filósofo chinês) sonhou que era uma borboleta a voar alegremente.
Depois de acordar, ele questionou se era um homem que teria acabado de sonhar que
era uma borboleta, ou se era uma borboleta que teria começado a sonhar que era um
homem.
As ilusões dos sonhos parecem ser tão credíveis como a informação que
recebemos quando estamos acordados.
As experiências sensoriais que sentimos nos sonhos, são idênticas as que temos
quando estamos acordados. Se não é possível distinguir o sono da vigília
(acordado) então existe a possibilidade de engano.
Conclusão: o argumento do sonho permite concluir que não sabemos seja o que for
com base nos nossos sentidos (experiências sensoriais)
Conclusão: Como é que nós sabemos que o nosso cérebro não está numa cuba?
Parece que não sabemos o que quer que seja, nem a existência do nosso corpo, nem
do mundo.
Para os Racionalistas uma crença está justificada se e só se essa justificação representar uma
prova incontestável.
Relação entre o Fundacionalismo e Coerentismo
Enquanto que para o Fundacionalismo a justificação de uma crença vem de uma relação de
suporte das crenças básicas para com as crenças não básicas
Enquanto que para o Coerentismo a justificação de uma crença depende das relações de
suporte mútuo que uma crença estabelece com as outras crenças.
Ou seja, metaforicamente o conhecimento é para o Fundacionalismo um edifício construído
sobre alicerces sólidos
E para o Coerentismo é um barco ou um avião cuja força e estabilidade vem de todas as suas
partes em conjunto.
Figura do Racionalismo, para René Descartes “A Razão é a única fonte capaz de garantir
conhecimento, absolutamente seguro, ou seja, crenças verdadeiras e justificadas capazes de
resistir a qualquer dúvida.
Ex: Se A é maior que B e B é maior que C, Ex: A tem 5 m e 1 cm. (tem de se medir)
logo A é maior que C. A língua oficial do Brasil é
portuguesa
O Diâmetro de um círculo é maior do que o raio
O Triangulo tem 3 ângulos Este bolo é de chocolate
Curiosidade: os eixos cartesianos do x e Y foram propostos pelo matemático e filósofo
Descartes
Descartes
A dúvida metódica
Tem como objetivo um conhecimento indubitável, isto é, de encontrar uma Crença Básica
que servisse de fundamento ao edifício do conhecimento. A Crença Básica tem de ser de tal
modo evidente que nem a mais extrema dúvida a pusesse em causa, recorre à própria dúvida
como método para provar a impossibilidade do ceticismo.
A dúvida é:
• Metódica • Voluntária • Provisória
A dúvida cartesiana é distinta da dúvida cética. O objetivo de Descartes é alcançar certezas e
não permanecer em dúvida, é um meio para atingir a verdade e a certeza e não um fim, como
é para os céticos.
• Universal(abrangente)• Hiperbólica (excessiva)• Sistemática(constantemente em dúvida)
Assim, o que não resistir à dúvida por ser falso ou duvidoso deve ser rejeitado.
1º Nível de dúvida
Se os nossos sentidos no enganam, ainda que apenas algumas vezes. Então o melhor é nunca
confiarmos neles: Os sentidos não são infalíveis.
2º Nível de dúvida
Não existem critérios seguros que nos permite distinguir as experiências que temos durante o
sono daquelas que temos quando estamos acordados(vigília): Os sentidos e a experiência não
são indubitáveis.
3º Nível de dúvida
A hipótese de estarmos a ser manipulados por um Cientista ou Génio Maligno / Deus
Enganador não pode ser afastada: As verdades da razão (conhecimento a priori) e a existência
do mundo físico não são indubitáveis.