A Alma Humana

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A ALMA HUMANA

A definição da alma se resume da seguinte forma: Alma do lat. anima, animo, energia, essência, é a parte
imaterial do ser humano; no hebraico nephesh e no grego psyche. Ambos podem referir-se ao
fôlego de vida, ou a vida biológica. Também podemos entender como: “alma, ser vivente, vida,
pessoa, desejo, emoção, paixão”. O que a palavra designa deve ser julgado totalmente pelo
contexto. Em Is 10.18 e Dt 12.23, por exemplo, quer dizer aquilo que respira, e como tal é
distinguido da carne ou corpo.

Os vários sentidos da palavra alma na Bíblia, como sangue, coração, vida animal, pessoa
física; devem ser interpretados segundo o contexto da escritura em que está contida a palavra
“alma”. De modo geral, em relação ao homem, a alma é aquele princípio inteligente que anima o
corpo e usa os órgãos e seus sentidos físicos como agentes na exploração das coisas materiais,
para expressar-se e comunicar-se com o mundo exterior.

Teologicamente, podemos estabelecer o seguinte: O homem é composto por uma parte


material e outra imaterial. Quando esta encontra-se em relação com Deus, recebe a designação de
espírito; e, quando em relação com o mundo físico, de alma.

1. A alma vem de Deus. Gênesis 2.7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e
soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. (Outras ref. Zc 12.1; Ec
12.7).

Do pó da terra Deus formou o corpo do homem. Contudo, este corpo não tinha vida. Somente
foi formado, sem vida. Assim, a Palavra de Deus nos diz que Deus “soprou em suas narinas o fôlego
da vida e o homem foi feito alma vivente”. Portanto, o que é alma? Alma é o que dá vida ao corpo.
Deus criou o corpo e depois deu vida ao corpo.

2. As funções da alma.
A palavra de Deus aponta-nos a alma como composta de três partes, são elas: a mente, a
vontade e a emoção. Estas três faculdades constitui a personalidade humana. A alma é a sede da
nossa personalidade, é o nosso “EU”. É por esse motivo que a Bíblia, em alguns textos, chama o
homem de “alma”. A alma concentra as principais características do homem, tais como: amor, ideias,
pensamentos, etc.

2.1. Função da Mente.


Mente é a sede do entendimento racional, nossa “central de processamento de dados”. É
onde reside nossa capacidade intelectual, nossa habilidade para pensar, ponderar sobre
informações e chegar a conclusões lógicas a partir das mesmas, através do pensamento.

A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, jamais
chegaremos ao pleno conhecimento da Verdade. A renovação da mente nos possibilita experimentar
e entender a vontade de Deus, que é revelada em nosso espírito.

2.2. Função da Vontade.


Buscar – 1º Cr 22.19: “Disponde, pois, agora o coração e a alma para buscardes ao SENHOR, vosso
Deus”. Buscar é uma função da vontade e ela está na alma.
Recusar - Jó 6.7: “Aquilo que a minha alma recusava tocar”. Recusar é uma função da vontade.
Escolher - Jó 7.15: “pelo que a minha alma escolheria, antes, ser estrangulada; antes, a morte do que
esta tortura”. Escolher também é uma função da vontade.
A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições. Sem a existência da vontade
seriamos semelhantes a um robô. O pecar ou não pecador está relacionado à vontade.

3.3. Função da emoção.


A emoção é extremamente importante, ela traz “cor” à vida humana, no entanto, jamais podemos nos
deixar guiar por ela. As emoções se manifestam de muitas formas, entre elas: amor, ódio, alegria, tristeza,
pesar, saudade, desejo, etc.
“Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor” (Lc 1.46). “A minha alma anseia pelo
Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã” (Sl
130.6).

4. Os cinco sentidos da alma.


4.1. Imaginação. A imaginação é muito poderosa, através dela podemos voltar a qualquer lugar do
passado, podemos imaginar lugares onde nunca fomos. A imaginação pode nos tornar vencedores ou
derrotados, tudo depende do que criamos em nossa mente.
- Imaginação Reprodutora: Aquela que produz as imagens guardadas.
- Imaginação criada: É aquela que faz de uma imagem guardada, uma nova imagem com as que vão
surgindo.
- Imaginação da alma: É aquela que é formada pela própria alma.

4.2. Consciência. No campo filosófico, a consciência psicológica e a função pela qual conhecemos
nossa vida interior.

A consciência é estar ciente das coisas, saber o que é certo ou errado. É uma ligação entre o ser
humano e o mundo. Consciência é uma capacidade de conhecimento dos valores morais e aplicar em
diferentes situações.
- A consciência é uma instância, um poder implantado em nós que avalia moralmente os nossos
atos, nossos pensamentos, nossos planos e opiniões (Bíblia de Estudos de Genebra).
- A consciência é aquela voz interior que impele a pessoa a fazer o que ela considera correto
(Charles Ryrie).
- A consciência, segundo desígnio divino, deve ser o nervo central de nosso ser que reage ao valor
moral intrínseco de nossos atos (Oswald Sanders).

A alma nos leva a um exame de consciência (1ª Co 11.28).


A alma na moral e na religião. A Bíblia menciona a consciência em diversas passagens, por exemplo:
“Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando
um por um, a começar pelos mais velhos...” (Jo 8.9).

Romanos 2.14-16: (“De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam
naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a lei; 15
pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações. Disso dão
testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-
os). 16 Isso acontecerá no dia em que Deus julgar os segredos dos homens, mediante Jesus
Cristo, conforme o declara o meu evangelho”.

Através da consciência a Lei de Deus está inscrita em nossos corações.


- Testifica no homem (Rm 2.15).
- Acusa do pecado não perdoado Mt 27.3; At 2.37. Devemos buscar a aprovação da
consciência para servir a Deus, e depois dizer como Paulo, em At 24.16 e Rm 9.1.Devemos
confessar e deixar o pecado, como fez Salomão.
A consciência pode ser classificada de duas formas:
· Boa: 1ª Tm 1.9.
· Pura: 1ª Tm 3:9.
· Sem ofensa: At 24.16.
Ou:
· Fraca: 1ª Co 8.10-12.
· Má: Hb 10.22.
· Cauterizada: 1ª Tm 4.2.

Somos também advertidos a não ofender a consciência alheia, Rm 14.21, 1ª Co 10.28-32.


O Sangue de Jesus nos purifica da má consciência Hb 9.14, 10:2-10, 1ª Jo 3.20.
A consciência é a voz secreta da alma! É a voz que fala em silêncio.

4.3. Raciocínio. É a capacidade de pensar, de colocar as coisas em ordem, de calcular.


Através do raciocínio analisamos, comparamos e chegamos a conclusões lógicas.

4.4. Afeição. Sentimentos de carinho, afeto e amor, apego as coisas. Quando nos afeiçoamos
a alguma coisa quer dizer que nos apegamos a ela.
4.5. Memória. Na memória armazenamos e recuperamos as lembranças das coisas que
aconteceram no passado. É o local aonde guardamos todas as informações adquiridas ao longo da
vida.

5. A imortalidade da alma.

A alma possui natureza espiritual, é muito conhecido como a consciência do homem, e por isso
entendemos que a alma é eterna, não existe extinção da alma, o pensamento mais popular que diz “Morreu,
acabou” (1ª Coríntios 15.32), não é a expressão da verdade, pois não se pode matar a alma, a alma pode se
separar do corpo no momento da morte física, mais matar a alma, isto é impossível. Em Apocalipse 20.4 fala
sobre a alma daqueles que foram degolados por amor a Cristo, o corpo foi degolado, mas a alma ainda vive.
A alma é a parte intelectual do homem, é a alma que possui os poderes de decisão dentro do corpo, é
ela que obedece ou não a Deus, é ela que decide consagrar se a Deus, ou menosprezar os conselhos do
Espírito, e por esta razão a alma receberá julgamento pelos atos e decisões que tomou enquanto ainda vivia
o corpo.
Na Bíblia encontramos o exemplo da Parábola do Rico e Lazaro no evangelho de Jesus segundo
Lucas 16.19 a 31, ambos viviam no mesmo mundo, e na mesma época, eram separados pela classe social
em que viviam, e pela fé que possuíam, e quando morreram, ambos continuaram separados, o corpo se
desfez, mas a alma continuou a viver fora do corpo, não neste mundo, mas num mundo espiritual, notemos
agora alguns pontos nesta passagem bíblica:

5.1. Após a morte do corpo a alma continua a viver.


Após a morte do Rico e de Lazaro, ambos ainda podiam pensar, apreciar, viver bem ou mal, Lazaro de
acordo com os ensinamentos bíblicos, tanto Lazaro como rico, estavam bem conscientes, tinham lembranças
de suas vidas antes da morte, sabiam onde estavam, o rico demonstrou conhecer a Abraão e também a
Lazaro, e também demonstrou arrependimento.

5.2. A alma não pode voltar ao corpo.


Esta história mostra que a alma é imortal, mesmo havendo a morte do corpo, o homem continua a
possuir o poder de pensar, enxergar, conversar, falar, arrepender, porém mesmo havendo arrependimento a
alma não tem o poder de voltar a viver no corpo, mesmo que seja em um outro corpo qualquer, isto não lhe é
possível, o Rico pediu a Abraão que lhe permitisse voltar a vida, que ressuscitasse, afim de que pudesse
avisar seus irmãos para não cometem o mesmo erro que ele, porém isto não é possível a alma.

5.3. O destino da alma.


Enquanto Lázaro estava no seio de Abraão, o paraíso de Deus, que também Jesus prometeu ao ladrão
na cruz, Lucas 23.43, o Rico que neste mundo teve uma vida em desobediência, estava no Hades, um lugar
de tormento, de angustia, e de muita dor, lá a sede é imensa, e as lembranças dos erros desta vida são
constantes, o desejo de voltar ao passado estão ao todo momento, porém isto não é possível.

Existem dois destinos para a alma, um para os salvos em Cristo, e outro para aqueles que rejeitaram o
amor de Cristo.

6. A alma e o coração.
Tanto as Escrituras como a própria ciência, dizem que o coração é o “centro de uma coisa”. A palavra
ocorre 820 vezes na Bíblia.

No hebraico “lebh” que traduz por coração e significa: parte interior, ser interior, mente, vontade,
coração, inteligência, consciência, lugar dos desejos, emoções e paixões.

7. A alma e o sangue.
No conceito geral das Escrituras, a ordem divina é: “Estatuto perpétuo será durante as vossas
gerações, em todas as vossas moradas; gordura nenhuma nem sangue jamais comereis” (Lv 3.17).

No presente texto está a ordem divina de não comer “sangue”. Um estatuto perpétuo para os filhos de
Israel. “Portanto, tenho dito aos filhos de Israel: nenhuma alma de entre vós comerá sangue, nem o
estrangeiro que peregrina entre vós o comerá” (Lv 17.12)

O sangue é a vida limitada pela morte. Tanto o animal como um ser humano ao morrer o seu coração
para de bater. A vida para os animais acaba ali na sua morte. Mas para o homem é diferente, ou seja, a vida
continua após a morte. Pois a morte não faz cessar a existência da alma humana.
É evidente que, quando as Escrituras aludem que o sangue é a “vida” ou vice-versa, significa: vida
limitada ou vida sensitiva e não vida racional. O sangue, portanto, é a vida para que seja vivida através do
corpo enquanto que a vida natural da alma é a vida para ser vivida aqui e na eternidade.

A lâmpada (Corpo) +a energia (Espírito) = a luz (Vida/Alma). Tanto a lâmpada quanto a


Eletricidade são necessárias para formar a luz.

Caso lâmpada quebre fica sem luz.


Caso desligue o interruptor, impedindo que a corrente elétrica chegue até a lâmpada também
fica sem luz.

Em outras palavras, alma nada mais é que a junção do corpo com o sopro da vida.
Então nós não podemos dizer que temos alma, mas que somos alma.

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