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ceimanmmmmmaamemnmeaitiemenscac oc carituto O “romance” psicanalitico. Historia e literatura? Qual é 0 impacto do freudismo sobre a configuragao que, nos ‘ltimos teés ratura? Essas nsttuigdes (associagoes profssionais, departamentos universitiios) due as administram e garantem sua manutengio contra os acidentes, Certamente, 0 divércio entre histéra e literatura result de um Como romance fantistico.* Alii, ao apresentaraspectos de romance Lerma’ pytamiyiqas «Hii. ae Ged evs ed ee qe rena 4 BOA jeipa dessa revisio, ctiando a possibi. feco, © omen pein diferentemente 0$ termos do lidade pare were gostara de examinar, a partir de Freud, ier TL ein que questions 2 redistribuiio do espaco esse problems al de contas, ele diz respeito @ expor, imediatam uma formula rene), conwviria recomhec®-la como al Pressupostos hist6ricos ‘Duss condigdespréviasafetam qualquer exame das intervenes ffeadianas nas dfices relagSes entee literatura ¢ histéria: por um. lado, Freod prestupde que seu método, por uma pritica diferente da linguagem, & capaz de transformar completamente o nanas, mas © controle da operatividade spenas em uma disciplina particular, a ps ‘er conseguido estar 3 altura de proceder as mes téenicas nos aspectos em que, de acordo com sua dec! fr “incomperente”.® © fururo do freudismo vai depender deste itanciamento entre a generalidade de sua teoria ¢ a localizacio de suas experimentag india tam omento em que se reaizou, apés a morte de © "I" Congresso Intemacional de Psicanilise”s Ee em cca Yeas oY OF CERTEAU, BCH, 4 Pare, “sere Gewese” 184 "he, sae, De Ma Mer aso, 940-1952, XVI p33. 2 Dee (0-H manan cem Viena, a unidade entre as escolas ¢ as tendéncias representadas pelo quiproqué geneal6gico). A esses dois sinais de auséncia — um lugar vacante € um nome ocupado pelo outro —, acrescents-f6 UR cipulds evocam, de fato, tabu} sobre a frapmentagio a morte do pai, ou de Der Ds finda a, da Gecepia Argentina, o feadisno & tio “fragmentado", quanto o marxismo. Formadss pars defend?To™ cconiea os avarares do tempo, as grandes instituigBes profissionais vio geragdes; elas aceleram a decor ficiam, Negar esse fato seria ide historia esti confinada em um labirinto de conjuntura ede relagSes que cla nio domina; trata-se de uma “literatura” sob o dominio do sssunto abordado por ela. taco Fewer iam, Pomona tl uo fs pu scjenificidade” 00 “romance f De “cen Zweig, difrentemente de tod outs cages (gic, rea, etc.) criadoras de cincias, a antiga Palestina “limitara-se a formar iher Hysteric (1895) [Estudos sobre a hist din ele, “"n0s diagnésticos locais e no inde-se asi mesmo, de forma bastante ras Em seus Studien ets: falgumas vara formulas , ele seria um dos tinicos autores contemporineos que ido capazes de criar mitos (Le Séminsite VI, 1986), 0 que eslocamento em diregio ao género poético ou romanesco: a con- ‘ersio prcanalitica € uma conversio ao “it yendentemente do que se possa pensar a propésito da . g ivel desse enorme espectro biblico na obra freudiana, neste mundo terrestre, um grande mimero de coisas que noss Renee on " a ? bed cp ona mere ec nts wk as) ns a pottica, Dessa conexio, ts aspectos tém importincia para uma So Z a) Para Freud, a propria definigao do “romance” consste em ‘combinar no mesmo texto, por um lado, “os sintomas da doenga” (Krankheitssymptome), ou sea, uma semiologia baseada na identifica~ so de estruturas patologicas e, por outro, “a hstéria do soffimento” (Leidensgeschiche), ov seja, uma série de acontecimentos relacionais 4que surpreendem ¢ alteram 0 modelo estutural.® Adotar o estilo do romance é, portanto, abandonar a “apresentacio de casos” tl como evens ck ‘modelo académico x mi edt impreio de ter sido apanhado desprevenido pot "ances berta. Por esta, também, ele & conduzido pata 2 » 4 Mutererde: de acordo com o que escreve Arnold ers ga, Ent Frew x Stra pte torneo qua em que fap i, APT Sto dee echo pan o ances, pubicads in Eph 4 Ste a rye pn Dane. 1 “ese Foe forse 9 S Dee ee power 0 CNOA FEOD se produem aonteimentas que a no integra, sem dei pene desis do * desenola For en to, fguadro" de Charcot tansforma-se em “roma Green que sparentemente, earece dh “seriedade” da cienticdade seen, te preferénca, ao fto de Tevar a sétio @ fancionamento Sho peo cura Em suma, sm romance, no hi historicidad, 1) © proprio Frend esti implicado ma relacio com seu inter- locutor, Enquanto parte mais rigorosa de sua obra, suas anlises de oor ciaun at supa ge o “sffmento” lo que the serve de q dados fornecidos pelo patol6gica, o sistema de u Soe Saree en bes, Oomer mem, Heenan Ja rnc do 7 ! cet eB NEI GfaaDorg memes } ruracio do psiquismo por trés freudiana adota a estrut Ego (01d (B) €0 SUPETEED (Uher1ch). Esse aparel ge (de odel ex, consuindo-te & mania da opts (Mack, 1970). No comero, uma Satincas apresenta, de acordo com um modelo momentos” que vio desdobrar-se a partir de um s sucessives do “herdi". Cada ransformacio progressva de uma ordem es uc em sre temporal. © aparelho ¢ 0 desenrolarpsiquico sto construidos apart dese modelo O aparelho feudiano ditingue- do modelo da tragédin que Ihe serve Jugar,além das figuras de um experéc forgas que acculem 0 desensolar psiquico efetivo. Trata-se sim de uma representacio, mas explicativa do que se passa: se 0 modelo é trigco, seu funcionamentoé histbrco. ‘Além diso, se for aceito 0 esquema de Georges Dumézil (1970) ~ para quem © . a0 romance, uma reprodugio das mesmasestraturas ¢ dis mesmas fungdes, apesar da desconti~ ruidade marads pela transformagio do cendrio cosmol6gico em cenit psicoliyico -, Freud adota um procedimento inverso: le ‘cea um retorno 20 mito a partir do romance, mantendo-se, £m ha ‘entremeio [entre-dewx] que é @ ss au enc pon, fnctonon Som ‘wae Kuorcrate do mit), A dessicclogizayto Reudiana, ve trio tomar en dielo20 mi, inemompe-se no pote ago retcaria i narrativa sua historicidade. Situado °8 \ (0 Fesune’ mewn Ha cms ‘entre 0 romance € 0 mito pelo fato de que o primeiro reata um. desenrolar, enguanto o segundo mostra estrutur pricanalitico oferece, portanto, o modelo da tragédia ite histérica dos documentos. a as 1. A historicizacio de modelos kterérios gen). Naa {A cbnca dos sonhos), as operagdes que organizam a representacio, auticulando-a a part 0, de fito, do tipo reti~ tina pertinéncia histérica, 20 reconhecs |janto de operagées produtoras de manifestagdes Sncia), Desde entio, a a reprodugio; eles corresp ‘equivocos ou deformag&es que utilizam os jogos com o tempo (48 ‘ocasibes) € com 0 lugar identificatério (as miscars) na relapto de ‘outro com 0 outro, Seri necessirio, também, reconhecer, nee J, um retomo da logica familiar 3 das “historias” formais, dos trocadilhos 2 tradigio semitica ¢ dos deslocamentos “parabélicos”? ‘Para empregar uma expresso de Freud, obra teria torso, assim, “uma mina” ex que é possvel relatives a circunstincias e caracerizads pel elas operam em_ seerna social ¢/ou linguistico. Como 0 jog° cdo sua disposigio, regres e“iolpes"~ €um esavo, de slgum das estratégias socials podem iodo, tedrico em que as formalidades 9 ee cs BH AR EMEA icin gem um een proegido contra as urgéncias da ago calico sce eee err anen ce protegido 4 manci jogo, constinui um espago igualmente teéricg in de um laboratério em que se formula, se procedimentos “Iiteriros” a partir da realidade taver, serviu-se dele como de um cavalo de Troia a retrica¢ reintrodusi-la na cidadela da cién ‘Apis a forma lterria da andlse (0 romance) e sew aparelho conceitual (um sstera trigico considerar seu mais importante uma historicidad novadade do feudismo conse no use da b "be ma accom a wera romacers, ver DE CERTEAU, INQ, 199. 100 — omc ren Ha tan individualismo postulado pela psicologia modem e contemporinea, ‘Com essa ferrament, ele esmonta o postulado da socedace lberd bburguesa, desfazendo-0; vai substitu-lo por outa hata so voles como vimos, 20 sistema da tragédia ' Elaborado no decorrer dos séculos XVI ¢ XVII, o individualis- tuida por Stomos produtivos e aurdnomnos; modemidade ocidental. A psicologia do auto se Robinson Crusoé& 01 i €@ anti-Robinson Crusoé. Certamente, sungido ma e 2 [beral, ele recebe, de seu Tocal de nascimento, tl heranga que s€toc- nou um dado sociocultural. Mas deixa de aceiti-lo como postulado; pelo contsirio, vai desmanteli-o, destruindo sua veros ‘Uma comparagio exprime o essencial des “minoridade”; 0 saber, por mecanismos pulsionas; a iberdade, pela lei do inconsciente; e 0 progresso, por acontecimentos originrios. Para a ética individualsta ¢ empreendedora da burguesia mo- derma, esses romances biogrificos seriam, portanto, © que © Dom fo ainda o local em que ela desaparece. Ela ‘scare. Esse procedi= je Teudiano, Enquanto a "cientificidade™ ir proprio” ao eliminar dese proprio wudo 0 Vere io, 3 pA. 101 anise freudiana identifica a alteridade rgetermina a sua revelia; ela mostra og gues dnl no mete lugar, entre 0 te eo que se ocula ai; ea diagnostica o ce orden to aplaaico.O palo com Dom Quiet no € uma coincidén nem ar caso dinico © mesmo tipo de critica visa outra unidade “fan caja formagio est, ails, hittricamente associads 2 qeiamo. a unidade nacional, Para Fread, asim como para Marx, sie é apenas um embuste: a fisio (Verchmelzung) tardia de onsstntes, ej antinomia reaparece, em breve, sob outras formas (Wiederhenseltungen) (FD, Der Mann Moses, lise fren nip Ihe € conform, & aque obceca 2 propriagio © 8 ve jogos contradit5n de uma lta, até mesmo de sempre a0 palco de onde el © instrumento teético dessa Onto Pa 8 on igualmente, ao discurso freudiano: € fale {is cs ene pokions. Desde s Studien ber Hystele ee uma bated andlise “econémica” do psiquismo. wz eo ete. Seu papel torna-se cada vez mais decisivo na p de Freud. No entanto, tais afinamentos da teoria sec: ses de levar ao esquecimento de um fenémeno macigo: os afetos ‘Constituem a forma assumids, em Freud, pelo retorno das paixdes. Estranho, de fato,é 0 destino das paixdes: depois de terem sido ‘consideradas, pelas antiga teoras na irea da medicina ou da filosofia {@té Spinoza, Locke ou Hume; ver Hirsciman, 1977), como mo- ‘yimentos determinantes, caja composigio organizava a vida social, eas haviam sido “esqu XIX, ou repelidas para o dominio do “literério”; aliés, nese século, extudo das paixdes & uma especialidade literdria, tendo deixado de depender da filosofia politica ou da economia. Com Freud, esse volta a aparecer em um discurso de cuho ‘em sua perspectiva propria, o freudismo devolve a pertinéncia, simultaneamente, 3s paixes, & ret6 literatura: elas tém, efetivamente, um projeto comum, mas haviam sido exclufdas, conjuntamente, da cientificidade positivist ‘Tejeigo epistemoldgica esti asocinda, pronunciada por una burguesia produtivista Os. de acordo com a concepeio ffeudiana do aparelho psiquico ~ si0 dos, portanto, por Freud exatamente onde as paixBes hac ido langadas por unta historia recente, entre os detzitos da idade e os refugos da moralidade; apesar disso, ¢ tanto mais ue eles sio ainda mais recaleados,tais movimentos linguagem técnica determinam a economia das relagdes socias- 103 Pa indicagio de uma of OP AYER pees ron wn OH fsragio ou a revivescéncia do afeto & a condigzo maliardo(a), 2 evocacio da lembranga tenha valor oe par que, no(s) alist, a interpretagdo tenha "Assim, a técnica da cura consistitia em despertar, fero que se camila por tris ds representagSes: el anal fecana se no aleanca ese objetivo, a menos que esse Facasso seja ‘ose, Do mesmo modo, na cura conduzida por ele ou no texto que ele redige, Feeud, enquanto psicanalista, de “confessar”, como ele diz, qual é * Gualquer atamento psicanalitico contradiz,frontalmente, a norma ido a qual a ver- mulado pelo enunciado objetivo: sua historicidade ~ aquela que as modifica. Fazer com aparecer & condigio da elucidagi0 lade. Ento, diz-e, deixou de ser cient aase de ‘Riera. Do ponto de vista freudiano, esa dexacomutn diz a ver~ dade, mas tem valor postvo. A réplica de win campo € recupertds Pele outro, mus invertendo-t: seo postvsn rejeits, enquanto £229 cientico,o dscurso que & confiso da subjetividade, por sua Psicanilise considera como cego, até mesmo patogénico, 104 wer reer tae aquele que a camua, © que é condenado pelo primeiro acaba sendo promovido pela segunda, que nem porisso recusaa definigio Gque foi dada & ficgio: um saber “atingido” por seu cum (@ afeto, Giz), um enunciado privado de sua seriedade pela ensnciagio do ‘0 afeto &, também, reaprender uma lingua “esque- ids” pela racionalidade cientifica e reprimida pela normatividade social. Enraizada na diferenga sexual e nos cendrios infantis, essa OeGE TO TESTIS Tipo que a proximidade de sreud sabe que, em sua compan, da possbilidade que elas ofereciam para fundar uma finguagem ginal etransgressiva ao recorrer&afetividade (ver ALQUiE, 1956). coberta” tio clucidativa, Ele era também profeso ‘modo, tinha empenho em se sério. No entanto,2 Se¢ que se pode falar asim, ¢ gragas a0 que vista tecnico, a 16 1 Freud, relaivos a0 que s© Ps no mito ou na poesia surrealist, correspondem 20s “procedimentos os cm cron ee ROA HEIO tie do discuno” (BENVENSTE, “Sur la fonction du langage dans feo ae te eae 1966, p. 75-87, grifo do autor). Indi- taedo deca. O estilo diz respeito 3 enonciagio ~ ou a elect da Shug rerca: no texto, ee € 0 tagado do lugar de sua produgio, 1 uma teoria dos afetos e de suas representacdes. Hi, corns i eo roma ponein, que Charles Bally (1951) haviaconstruido a pati de uma Bomenclatura psicolégica dos afetos. Ao acompanhar a dindmica dos afews entre seus disfrcese suas confssbes, ela anaisa, de fato, as modilizgdes do enunciado pelas sinuagdes de fala [parol ela ‘ria uma “linguistica da fila [paoe]”” a partir de umm equivalente ~ atualmente pensivel — do que era 2 antiga teoria dis paixées. © poema e/ou a institvigdo ‘A linguagem do(a) analista € a do(a) analisado(a) fizem parte a mesma problema; finalmente, ambas dependeriam do estudo ~ cznea, em Freud — da “constru;io transformagio das lendas” (de que denegam seu extatuto de fiegBes por pressuporem (ou leva- rem a crer) que elas falam do real. A comum determinagio dessas linguagens pelos mesmos processos de “construgio” & uma pega i fieudiano sua vez, est submetido, iso que seria verdadeir, pelo menos em principio. De fto, 4 obra de Freud comport dois tipos de textos bem diferentes: 08 "BARTS, 170, prep. 217-2, shes ae 108 Seemmaeemee Owe” ewe Ha abordadas por ele; nos segundos, por sua vez, sma polo magi social ue the serve de suport, Exsteai um devlo vel desde as origens que, no freudism ae > de ter provocado um: "20 ponto ser designados poi fricandlise € feta a partir des alte: transferenciais e as injungdes de cunho | pritica apoia-se, muitas vezes, emum % agregagao ¢ pelo nome proprio de uma instiigio. O inverso &, também, verdadeiro: a explana¢io pode reivindisr uma auoridade que a pritica reduz a nada. Aliés, a posigio de Freud : jgualimente, com essa ambivaléncia: como é que ele se atribui (ou recebe) 0 estauto di saber"? A referéncia a Freud funciona como rel estiona a defniio do discus E possive esclaecer volar gio qu reed dig ta como “a escrta dai das relagdes entre literatura € produzse a partir de acontecime “toma o lugar” deles, Portant da escrta uma Separagio ou um Exlio- com 3 romana que faz remontar a ordem pensivel, o Log cite De ea FREUD. Feud oes Gach pr bor occ arg. 1940-182 Ve. 18 ee) as pa esses ase Pe seve Lanse Vin PREUD, 140-1952 itp 818 107 pwns: Bm AEE . Tudo se passa, também, vigil e devorador de Crone Satu : crea cca adore a dupa carats do Tempo: perder “fe um exdio)¢ devorar a vida (ata-se de um ca 1 (ratase ee Come eves em qossioo ava (ntermingye rome Gasacavel) de um corpo d2 Leta, De qualquer modo, no ssa dualidade que a faz fun- ‘sso da propria escrita, exis Lm én, 20 analista) c dejecio da ciénca, ora como autoridade voraz © rnadora, Essa ambivaléncia tem a ver com a esséncia ‘como refugo excluido do real, eu esvese, por sua vez, indene. No existe inocéncia primor- Gal tampouco escritudra. A dupicidade orienta a produo,e ido apenas sua exploracio, embora& pedagogiaprivlegie ¢fortalega o canibalismo do discuso. ‘A autoridade reivindicada pelo discurso tende a compensar 0 real do qual ele é banido, Se ele pretende falar em nome do que dle é privado, deve-se a0 fito de se encontrar separado disso, Tal ‘como ela aparece, em primeiro lugar autoridade abrange a perda e “io para exercer 0 poder. Ela € 0 subs idade, preenchi 4 aniculagio entre miqui ‘operagio, quase migica, mediante a qual esse nada € substituido por algo de autoridade. ‘Acesuas generalidades, convém enfrentar a maneira como Freud ‘xcreve: comparar 0 que ele diz com 0 que faz; sua teoris da escrita tle autoriza sua concepo,finalmente, nio pi ‘mas pela citagio que da forma a seu pensamento. & um poems, OU 108 q Lo seja, uma escrita cuja "verdade” carece de qualquer apoio + ado boas mes 2a. Trata-se de um fragmento, tenga” de Schiller (Die Gatter Griechenlands, 1800). © sspecto imoral no poema deve aniguilr-se nesta vida® © texto freudiano aplica, na pitica, ea ‘ eas come eas “demonstactst notiacaae ee ae experimental, Bem longe de respaldar 0 discurso com uma autor ‘rendifica, com um “bom autor”, esse retomo 20 “‘itririo” pooraa (ree sentido, ele € metadiscusivo: deuses com o surgimento do imemorial diz a parecimento do referencia estabelece coma producio de qualquer G40 pelo discurso freudiano consis. ar-se, 0 que cle diz da escrita (neste sentido, ele & reudda produgio de teons, do mesmo modo que, para ‘esaparecimento do ser permite a criagio Jo poem ‘No entanto, o poema de Schiller fnciona, também, como inscnaigio; em Freud, ele vera preencher uma lacuna do saber, © que, de acordo com a confiss formagio histbric Ele int enquanto parte integrante da do estivel (Freud nao ¢ éncias eras voema confere autoridade 20 tex10 freudiano. Cuma venuadomgund pom" in Cmte Se es 108 rca 0 BOAO toma confiivel, Ieva a cret, Esse funcionamento ,portanto, do funcionamento proprio a ee aepaese conbsvel por sparse pean scatrya pore ele é diferente, na evidEncia de seu nip Se otis ser go _o recuno 20 outro (i “textemunha") engendra sempre cfeizs de erenga. Bs co, cle tem uma posigio srrtca de “suposto saber”: ele se toma confidvel em nome do out: ‘Aci, outro Fo poema; durante a cura, ee sera inconsciente ‘Anim, o anata poderiaGilar 0 seguinte: “Esse ‘outro’ que confere juroridade a meu discurso, ele esti em vocés, clientes; presume-se ‘que minha fla/intervengao se fia em nome desse nada, o incons- ente de vocés.” Para Freud, aliés, existe continuidade do poema ao jnconsciente, salvo que 0 poema & 60 interlocutor do inconsciente ‘e, neste aspecto, os psicanalistas seriam os mantenedores do poema, repetindo-o nas situagdes em que ele ja havia lado e substienindo-o nas circunstincias em que ele tinha guardado silencio. esse ponto de vista, 0 dscuro feudiano continua fazendo 0 _gesto poético, mas insticuctonalizando-co: respalda sua autoridade nele ‘quando, afinal, o poema é 0 texto ao qual nada confere autoridade. ‘Essa diferenca desém o romance psicanalitico no limiar do pocima cla Smantém em uae. do crer/ 1 reproduzir ‘S gesto pottico, serve-se dele de uma forms ‘Em suma, ele 0 a que j& nio € poética. rer na escrita ‘A partir do Gnico mecanismo do crer, teriamos, portanto, dois funcionamentos diferent. 0), enquanto 0 outro seri ainda melhor que 0 Grech de Mallarmé ~ poema escrito sobre o tema “Esposar a nocio” ~, ppoderia especificar 0 primeiro funcionamento: E convém que nada exist ol para que eu examine com minudeacia anedite nla oleate Nada ~ made "Temes por RICHARD, 1964 no ae Oem esa. Hodentmnne para “ser levado na conversa” ou p ‘9 poema leva a crer por no ter na cartas enviadas a Cazalis, Mallarmé designa gue cle menciona ao falar de “Crenga’ nenhuma realidade dé respaldo; iquilo q A historiografia exerci que o discutso seja dotado de referencialidade, em’ ‘at como “expressivo”, em autorizi é ‘em institui-lo como suposto saber cher os vazios. O discurso no ins, nem deve ser revelada a auséncia ou a perda a partir da qual ele se constréi, Trabalho da historia litera, por exemplo: ela empenta-se em que o texto literirio volte a ser costrado, meticulosamente, 2 estruturas “realistas” (econdmicas, sociais,pscol6gicas,ideolégicas,

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