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Material Digital do Professor - Interdisciplinar

Ciências, Geografia e História – 4º ano


2º bimestre – Sequência didática 3

Título: O Brasil colonial e a chegada dos africanos


Duração: 3 aulas

Introdução
Esta sequência didática tem como foco o estudo da história do Brasil colonial, mostrando as
principais atividades econômicas que impulsionaram a ocupação portuguesa do território brasileiro e
que tiveram como consequência a vinda dos negros africanos escravizados para o Brasil. Além disso,
busca-se apresentar a importância da cultura africana da época em nossa cultura atual.

Objetivos de aprendizagem
• Conhecer as principais atividades econômicas do Brasil no período colonial.
• Compreender como funcionava um engenho de cana-de-açúcar.
• Perceber as péssimas condições de vida dos negros africanos escravizados no Brasil.
• Reconhecer a importância da cultura africana para a formação da cultura brasileira.

Objetos de conhecimento
• Território e diversidade cultural
• Territórios étnico-culturais
• A circulação de pessoas e as transformações no meio natural
• A invenção do comércio e a circulação de produtos
• Os processos migratórios do final do século XIX e início do século XX no Brasil
• As dinâmicas internas de migração no Brasil, a partir dos anos 1960

Habilidades abordadas
• (EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares, compo-
nentes de culturas afro-brasileiras, indígenas, mestiças e migrantes.
• (EF04GE06) Identificar e descrever territórios étnico-culturais existentes no Brasil, tais
como terras indígenas e quilombolas.
• (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a intervenções na natureza,
avaliando os resultados dessas intervenções.
• (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das
pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.
• (EF04HI11) Identificar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares, elemen-
tos de distintas culturas (europeias, latino-americanas, afro-brasileiras, indígenas, ciganas,
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mestiças etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a
formação da cultura local e brasileira.
• (EF04HI12) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associa-
das à migração (interna e internacional).

Desenvolvimento
Aula 1 – As atividades econômicas no Brasil colônia
Duração: cerca de uma aula de 50 minutos.

Local: sala de aula.

Organização dos estudantes: em quatro grupos (número de membros depende do número total de estudantes em sala
de aula).

Recursos e/ou materiais necessários: mapas de atividades econômicas do Brasil colônia, mapa com a divisão política do
Brasil, folhas de papel sulfite, lousa e giz de lousa, lápis pretos.

Prepare previamente um mapa grande do Brasil, com a divisão e os nomes dos estados brasi-
leiros atuais, e quatro mapas do Brasil em folhas de sulfite A4, com as atividades econômicas do Brasil
colonial no século XVIII.
Banco de imagens/Arquivo da editora

CAMPOS, Flavio de; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas: História do Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 12, 15.
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Inicie a aula com uma explicação de aproximadamente 20 minutos sobre a chegada dos por-
tugueses ao Brasil. Comente que eles chegaram pelo litoral brasileiro, ocupando inicialmente essa
área. A primeira atividade econômica, até aproximadamente 1530, era a extração do pau-brasil, a qual
utilizou principalmente a mão de obra indígena. A colonização ocorreu, de fato, com a ocupação de
terras para o cultivo da cana-de-açúcar, no início, próximas de pequenos portos do litoral, usando mão
de obra de negros africanos escravizados. Com isso, a atividade pecuária expandiu-se, pois o gado era
necessário para a alimentação, o transporte e para mover as moendas dos engenhos. A criação de
gado ocupou, principalmente, o interior da Bahia e de Pernambuco.

Explique que a ocupação no interior também ocorreu em São Paulo, e dali seguiu para diversos
estados, em expedições dos bandeirantes na busca por ouro e escravos indígenas. Anos mais tarde, a
descoberta do ouro em Minas Gerais levou a uma nova atividade econômica, a mineração, que se
expandiu para o interior de Goiás e Mato Grosso.

Anote na lousa alguns pontos principais dessa explicação, como a atividade econômica, área que
ocupou, motivação e mão de obra. Divida a turma em quatro grupos e entregue um mapa para cada um.
Cada grupo será responsável por analisar uma das atividades econômicas explicadas (extração de pau-
brasil, plantação de cana-de-açúcar, atividade pecuária e mineração). Os estudantes deverão observar o
mapa que receberam, compará-lo com o mapa político atual, anotar os estados que a atividade econô-
mica designada ocupou e, com as anotações da lousa, elaborar uma pequena apresentação para o resto
da turma. Disponibilize em torno de 30 minutos para o preparo e para as apresentações.

Aula 2 – Maquete de um engenho de cana-de-açúcar


Duração: cerca de uma aula de 50 minutos.

Local: sala de aula.

Organização dos estudantes: em um círculo.

Recursos e/ou materiais necessários: pedaços de papelão e cartolina, palitos de sorvete, folhas de papel crepom nas
cores azul e verde, placa de isopor larga, tintas guache coloridas, pincéis, tesoura de pontas arredondadas, cola, jornais.

Prepare previamente uma imagem simplificada de um engenho de cana-de-açúcar em vista


oblíqua, incluindo a casa-grande, a moenda, o curso de água, igreja, canavial e senzala. Ela pode ser
obtida em livros, revistas e sites da internet ou pode ser desenhada.

Inicie a aula organizando os estudantes em um círculo para retomar alguns assuntos da aula
anterior, como a importância dos engenhos de cana-de-açúcar no período colonial. Apresente o dese-
nho do engenho para que os estudantes compreendam alguns de seus componentes:
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• casa-grande: sede do engenho e onde mora o dono dele e sua família;


• moenda: local onde a cana-de-açúcar era moída, por meio de moinhos que funcionavam
com a força da água ou de animais, para depois ser cozida e transformada em melaço
(produto exportado);
• curso de água: corpo de água fluente, como rios, córregos etc., útil no caso de moinhos
movidos pela força das águas;
• igreja;
• canavial: plantação de cana-de-açúcar;
• senzala: local onde moravam os escravos.
Explique que se trata de um desenho simplificado e que há outros elementos faltantes, como
a casa dos trabalhadores livres, os estábulos, as roças mantidas para a alimentação dos negros africa-
nos escravizados etc. Utilize em torno de 10 minutos para essa introdução.

Em seguida, junte algumas carteiras no centro da sala de aula e forre-as com os jornais. Colo-
que em cima delas a placa de isopor, os pedaços de papelão, os palitos de sorvete, as folhas de papel
crepom, as tintas, os pincéis, a tesoura e a cola. Todos deverão construir uma maquete dos compo-
nentes representados no desenho. Utilize os palitos de sorvete encobertos de papel crepom verde
para o canavial, o papel crepom azul para o curso de água, os pedaços de papelão recortados para as
demais construções e os pedaços de cartolina para fazer a roda do engenho. Lembre-os de que a casa-
grande deve ser maior e mais imponente e a moenda deve ser aberta. Ao final, pinte as construções
com as tintas. Disponibilize em torno de 30 minutos para essa atividade. Nos 10 minutos finais, verifi-
que se os estudantes compreenderam o que cada componente da maquete representa.

Aula 3 – A escravidão no Brasil e suas consequências


Duração: cerca de uma aula de 50 minutos.

Local: sala de aula.

Organização dos estudantes: individual e, posteriormente, em um círculo.

Recursos e/ou materiais necessários: lousa e giz de lousa, caderno, lápis pretos.

Inicie a aula comentando com os estudantes sobre as condições de vida dos negros africanos
escravizados até chegarem ao Brasil: tirados à força de seus países, transportados em porões de navios
em péssimas condições de higiene, separados de suas famílias e vendidos para trabalhar como escra-
vos em engenhos, por exemplo. Explique que era comum os negros africanos escravizados resistirem,
porém muitos eram castigados. Os que conseguiram fugir, formaram as comunidades quilombolas.

Comente que essas comunidades viviam isoladas de vilas e cidades e, por isso, mesmo com a
abolição da escravidão, muitos mantiveram seus costumes e tradições. Atualmente, essas comunida-
des remanescentes vivem da pesca e da agricultura, e muitas encontram-se em diferentes fases do
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processo de regulamentação das áreas que ocupam. Se possível, recomenda-se a leitura do texto “Do
quilombo ao quilombola”, disponível em: <http://chc.org.br/do-quilombo-ao-quilombola/>, acessado
em: 18 jan. 2018. Utilize em torno de 15 minutos para essa conversa inicial.

Em seguida, explique aos estudantes que esse contato com os africanos no passado resultou
em uma grande influência em nossa população e cultura. Verifique se eles reconhecem alguns exem-
plos e anote-os na lousa. Caso não consigam, cite que uma grande parte da população brasileira é
descendente dos africanos que chegaram ao Brasil no período colonial; muitas palavras, costumes,
danças, alimentos e rituais religiosos brasileiros têm origem africana (acarajé, cuscuz, capoeira, can-
domblé etc.). Peça aos estudantes que anotem as palavras que não sabiam ser de origem africana.
Utilize em torno de 15 minutos para isso.

Nos 20 minutos finais de aula, forme um círculo com a turma e utilize esse tempo para que os
estudantes relatem o que pensam quanto ao tratamento que os negros africanos receberam no Brasil
colonial e o que pensam sobre o fato de algumas comunidades quilombolas não terem certificado de
propriedade sobre as terras. Peça a eles que comentem também sobre elementos conhecidos que não
sabiam ser de origem africana. Atente para evitar comentários desrespeitosos.

Aferição da aprendizagem
O acompanhamento da aprendizagem deve ser realizado de forma contínua. Analise, por
exemplo, se o estudante:

1. Caracterizou as principais atividades econômicas do Brasil colonial.

2. Conheceu de forma simplificada como funcionava um engenho de cana-de-açúcar.

3. Percebeu as condições que os negros africanos escravizados eram tratados no período colonial.

4. Reconheceu o motivo da formação das comunidades quilombolas.

5. Reconheceu a importância dos africanos na formação da população brasileira e sua cultura.


É importante também que o estudante se autoavalie ao longo das aulas, para que acompanhe
seu próprio desempenho e tenha consciência de sua postura com relação ao professor e aos colegas
de sala. Sugestões:

• Fui participativo nas atividades em grupo e com a turma inteira?


• Soube ouvir meus colegas quando era a vez deles falarem?
• Prestei atenção nas explicações do professor?
• Soube dividir as tarefas sem desrespeitar meus colegas na montagem da maquete?
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É possível também organizar as questões em forma de quadro, com as colunas “Sim”, “Às ve-
zes” e “Nunca”, para que os estudantes consigam mensurar seu desempenho e suas opiniões, podendo
identificar problemas dentro da sala de aula.

Questões para auxiliar na aferição

1. Relacione as colunas abaixo:


A. Senzala.
B. Casa-grande.
C. Canavial.
D. Igreja.
( ) Residência do senhor de engenho.
( ) Local onde eram realizadas as missas, os batizados e casamentos.
( ) Moradia coletiva que abrigava dezenas de pessoas escravizadas.
( ) Local onde a cana-de-açúcar era plantada.

2. Por que os negros africanos escravizados fundaram as comunidades quilombolas no passado?

Gabarito das questões

1. Espera-se que o estudante assinale desta forma:


( B ) Residência do senhor de engenho.
( D ) Local onde eram realizadas as missas, os batizados e casamentos.
( A ) Moradia coletiva que abrigava dezenas de pessoas escravizadas.
( C ) Local onde a cana-de-açúcar era plantada.

2. Porque os negros africanos escravizados foram trazidos à força para o Brasil e queriam fugir das
péssimas condições de vida e de trabalho enfrentadas.

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