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INTRODUCAO Todo ato cindrgico € uma agresso a0 organismo, de intensidade varidvel de acordo com aextensioe gravidade da intervengao. Entretanto, pode-se de inicio inferir que os peri- gos variam extraordinariamente, com uma série intermindvel de circunstincias — ligadas no apenas 20 vulto¢ a gravida- de da operacio em si, mas também a0 operando, com suas lesoes e miopragias diversas, ao médico, com seu preparo técnico, sua responsabilidade © experiéncia, © a0 proprio ambiente ou meio cirirgico, com suas facilidades ¢deficién- cias de instalagbes e de equipamentos hospitalars. De todas as variaveis, a mais constante e atualmente a ais temida € a infecgao. Russo Mariani (1965) situam muito bem o problema: “O homem vive em ambiente onde pululam vegetais inferio- res, com a grande maioria das quais mantém relagdes do tipo simbiético ou saprofitco.” E 0 que ocorre com as floras normais do corpo. A boca, a faringe, 0 intestino, a pele € 05 o paciente deve banhar-se na. noite anterior a ‘aperagdo.com sabao anti-séptico, a nao ser.que seja aplicado apis o_banho, na pele, creme A base de lanolina ou similar. Isto porque o individuo passa a ser “disseminador de ger- mens". A nronagacio dos germens & maior no perfodo de 30 2.90 minutos apés 0 banho e.comega a diminuir, normalizan- ddo-se apés duas horas. ‘Roupasas roupas rotineiras devem ser-trocadas antes de ‘se.adentrar a0 centyo cinirgico Isto se torna mais importante, ‘ainda, quando o cirurgigo ou seus auxiliares trabalham em ‘enfermarias ou laboratorios com elevado grau de contamina- des i “Gorm ous devem cobrirtdoa cbel,impedindo {que este seja fonte de contaminagdo. Devem ser de secida ‘compacta ¢ de tamanho suficiente para cobrir totalmente a frea pilosa da cabega. ‘Miscaras 0 uso de mascaras generalizou-se logo apés sua instituigdo por Von Mikulicz-Radecki, em 1896. J6 ante- riormente havia sido reconhecido que o problema néo é 0 do, microrganismo que possa ser expirado, mas a projeso de gouculas de saliva ow muco, expelidos durante a respirago forcada, fala, espirros ou tosse durante 0 ato cinirgico. ‘Auméscara-deve-abranger-boca-e-nariz. Pequena alga ‘metélica maledvel na parte média de sua borda superior impede embacamento do éculos. ‘Alguns preceitos merecem ser obedecidos para tomar realmente eficaz 0 uso de mascara: @— améscara-deve sor sepotidamente trocada durante as operagies duradouras, uma vez.que sua e ‘ap6s ser usada por alguns minutos. ®— coloque.a méscara junto a face, de moda amelhor filtaro a eliminado. G— evite-a-expiraco forgada.— tosse, espio... —, assim-como.a fala para aumentar sua seguranga. 43 infaoges das vias respiratérias superiores nfo devem entrar em sala operatéria, O fato de individuos com culturas positi- ‘vas de secregio nasal expelirem milhares de Streptococcus hemoliticus a mais que individuos com culturas negativas justifica a conduta de manter os “resfriados” fora da sala ‘irdrgica. tipo mais conveniente de méscaras tem sido intensa- mente procurado. As-impermesveis-siio_desaconselhadas, pois.o.ar expirada é refletido para suas hordas, deixanda de serfiltrada As méscaras com dupla gaze de-algodao com 12 tramas por em?, em seis ou oito camadas, tra-sedemenstzado _satisfatGrias. Seis camadas dio eficincia de 90%, A constituida por dois pedagos de musselina, com flancla ‘em seu interior, reduziu de 15 mil para 19 0 nsmero de bactérias por pé ctbico. Mascaras descartéveis de poliprapi- Jeno, raiom ou poliéster, mostraram eficiéncia acima de 97.3%. ‘Nunca sar da sala de operacio com a méscara, aguardan- do nova cirurgia ou para adentrar na unidade de tratamento imensivo. Eledeve sex descartada depois de usada, Gida%: a importincia da assepsia das mos vem se consolidando desde 1891, quando Schimmelbusch tragou as normas técnicas para o preparo das mos para acirurgia Price, que foi um dos grandes estudiosos do assunto, classificou a flora da pele em permanente e transitéria. A stransitéria compoe-se de variedades_sem_limites, localizando-se.nas regiGes mais.expostas, uma Vez. que as bactérias ficam agregadas a particulas de poeira que se ade- rem & gordura da pele. Sao removidas.cam certafacilidade, pela simples lavagem com 4guae sabi, ou mesmo pelo arito da roupa (Fig. 5.1). Anpermanente¢ de-mais dificil remagao, e,em mimeroe qualidade mais ou menos constantes. Sua reduco por qual- ‘quer meio de anti-sepsia€ transitéria, ogo se restabelecendo ‘aseu nivel anterior (Fig. 5.2). A contaminagio frequiente pode alterar o tipo de flora razdo pela qual a equipe cinirgica deve abster-se de contaminagdes reitetadas e macigas. ‘A técnica de lavagem das maos e 0 uso de anti-sépticos pouco mudaram desde Schimmelbusch. Ele mostrou a pos- sibilidade de as escovas veicularem infeogdes das maos de um para outro cirurgifo, tendo recomendado sua fervura apés cada uso. Ainda hoje as escovasfecebem tratamento adequa- do para nao se consttuirem em um instrumento de contami- naglo, Devem ter cerdas. macias para ndo iritar a pele, mas suficientemente-eficientes para eliminar a flora.ocasional-e parte da permanente Price faz as seguintes recomendagbes: 1) Antes de iniciar a lavagem-das mios, cortar,se.neces- sitio, as unhas e limpéclas. Escovar rigorosamente pelo me- ros por sete minutos. controlados em rel6gio, com antisép- tico-e-égua-quente-comente (Fig. 5.3). Todas as partes das mise antebragos devem ser lavadas ¢ escovadas (Fig. 5.4). Retirar a espuma varias vezes e substtui-la por novas cama- das durante a lavagem, 2) Terininada-a Javagem,deve-se.ensugar as mos com toalha esterilizada, a fim de serem removidos a agua e ves Uigios de sabao residual, sob pena de enfraquecer a solugao anti-séptica, 4 | Fiore bactoriana (7109 | Minos | Tee 8 eT 76 er 1 — Queda de populario bacterana com lavagem das mos. 3) Imergirasmaos e antebragas em recipiente-com dlcoo! 495% para completata remocio da dgua da pele 4) Jmergir.as més © antchragas em dlcoola 70% durante ‘1@s minutos, 5) Enxugar com-toalha_esterilizada, colocar avental e Juvas. Aventais: em 1882, Neuber propds 0 uso de aventais, cinirgicos em substituigdo as tradicionais casacas ¢ sobreca- sacas. Os aventais, quando confeccionados em tecido de rmalha frouxa, como os usuais, slo ineficazes para impedi a contaminagio. Vérios estudosjé evidenciaram disseminaga0, pela parte da frente dos aventais, variével em relagao a0 tempo de uso. Utilizando-se p6 fluorescente (Zinco-8-hidro- xiquinoleina) pode-se demonstrar a passagem de poeira da camiseta do citurgido para o meio-ambiente, mesmo quando ‘oavental estéseco. Qs pontos vulnersveisdeumavental esto nas regides das golas, mangas, acima das luvas-e-por-sua abertura interior. A abertura inferior das calgas também con- tribui acentuadamente para a dispersio de bactérias. Estas ddevem ser amarradas ou introduzidas para dentro das botas, isa disseminagao de bactérias ocorre como resultado da {ricco entre dreas de grande contaminagdo, sendo que muitas| bactérias so climinadas pelo movimento dos membros infe- riores. Ultimamente, tém sido utilizados aventais de algodao ‘com tramas densas e fibras longas, algumas impermeaveis & ‘gua mas nao ao vapor. Em alguns modelos, as caleas cons- tituem pega nica com as sapatilhas. Sao recomendaveis os TMinges do gore ANTLSERSIA E ESTERILIZACAO Do ponto de vistahistérico, a desinfeego da pele sempre foi matéria controvertida ¢ assim permanece até hoje. Prince situa bem a questio: “Estas divergéncias surgem pelo fato de que muites estudiosos do problema se preocupam exces- sivamente-com 0 mimero de microrganismos que podem ser retirados da pele sem perceber que o niimero e a natureza dos que ficam sdo bem mais importantes, Acresce que 0s agentes bacterianos tém agdes diferentes in vitroe in vivo. Atualmente se reconhece que a ago ¢ o valor desses agentes na pele ou em feridas s6 podem ser corretamente avaliados quando as substincias sio testadas na pratica cirdrgica, pois os resulta- dos laboratoriais podem ser altamente eficazes e o resultado elinico um fracasso.” Do ponto de vista de técnica cinirgica existe um dbice: a dificuldade de se esterilizar a pele sem destruf-la; aequipe cindrgica opera com as maos nao inteiramente estéres ¢ faz a incisto sobre a pele que nio esta isenta de germens. Apesar de tudo, faz-se da melhor forma possivel ANTI-SEPTICOS Liquipos ‘1KGabée}) Geralmente sio sais de s6dio ou de potéssio de acids graxos de.cadzia longa. Apresenta atividaile bacte- siana ¢ bacteriostitca especialmente contra hactSrias Gram» | L_ Fig. 6.2 — Recuperarao da fora bacteriana. aventais que tém possibitidade de oclusdo-nos punhas,torno- zelose galas, possuam malhas densas, com poros de 10micra « sejam hidrfilos para reduzir @ disseminagao, sem serem impermedveis a0 vapor (Figs. 5.5A, B, Ce D). ‘igiai>a protego completa-se quando o cirurgiticoloca as luvas. Foram introduzidas em 1889 por Halsted para proteger as maos de sua instrumentadora, alérgica a0 biclo- reto de merctrio, substincia entao utilizada para a este- rilizagéo. No entanto, somente em 1894 € que seu uso foi amplamente aceito, apés trabalhos de Bloodgood. Embora a protego conferida pelas luvas seja realmente importante, rmuitas infecgées so causadas por furos eventualmente no percebidos, como facilmente ocorrem em operagées tordci- cas, ortopédicas ou neurolégicas. A importincia desta fonte de contaminagao é avaliada quando se lembra que @ flora permanente aumenta rapidamente no ambiente émidoe quen- te das maos enluvadas (Fig. 5.6). Todas as consideragdes, feitas so de suma importincia para a realizagao asséptica do sto cirérgico. Nunca esquecer que sem técnica apurada, he- rmostasia cuidadosa, emprego de fios adequados ¢ o minimo de traumatismo tecidual, néo se conseguem bons resultados em citurgia. Sobretudo, nenhum resultado serd obtido se nfo houve educagao orientada para os perigos ¢ causas da conta- minagéo. Como muito bem salienta o comité da U.S. Public Health Service “hé processos, equipamentos. mecnicos © armas médicas para lutar nesta ignordncia, batalha constante, mas nao hé meios eficientes para promover a cura da i diferenga e displicéncia humanas”, ‘positivas-e bacils dlcool-dcidos resistentes. Praticamente no ‘atuam sobreas Gram-negativas. Recentemente ainvestigacdo dos compostos antibacterianos com “atividade de superficie” (Surface Activity) secebeu muito impeto como aparecimento dos chamados detergentes sintéticos; estes compostostendem a se acumular orientados numa interfase aquosa, porque na sua estrutura apresentam uma parte hidrofobica © uma parte hidrofilca. A parte hidrofobica da molécula é, praticamente, formada por hidrocarbonetos. A parte hidrofflica pode ser ut’ ‘grupo ionizével ou com estrutura allamente polar, porém no-inica, Estes ttimos (0s.ndo«iGnicos) sie fracos bacteri- -cidas e, as vezes, até podem servir como nuftrientes paracertas ‘bactérias, Nao serdo portanto considerados neste estudo. Os compostas anidnicos geralmente tém como grupo hidrofilico tadicais_sulfato (R-SO'N ou sulfanatos (R- sO%n), Os compostos.catidnicas so geralmente nitrogenacios, aminossubstituides ow compostos quaternérios do aménio (HAN+). Os compostos quatesnirios do aménio sio ionizados. ‘em_qualquer_pH_e-agem-eficazmente_tanto_em_bactérias Gram-positivas.como-em Gram-negativas. $30 muitos os preparadosexistentes no mercado, por motivos de patente; no eentanto todos eles tm o mesmo papel. Sua.aGio iitante para pele é minima, sendo por isto empregados para aescovagem «das mos e preparo da pele na érea de cirurgia. Sua atividade virucida € minima (denominacao patenteada “Zephirol”). 2) Gleool.etflica., Na opiniao de Price o- alcool etilico (70h 2.90%) &.0.mais eficaz dos anti-s¢pticos. E hart no inrtante para a pele e completamente inécuo para o arganis- smo. A ago anti-séptica do dlcool se deve 3 atividade que cexerce sobre as proteinas desnaturando-as. A concentragio é ‘muito importante, pois: 0 cool absoluto € fraco desinfetante {esporos de B. antracis sobrevivem por 50 dias no alcool absolute). A.concentracia ideal varia entre 70%-e-90%. A 45 Fig. 5.4 — Escovapdo de dedos, mos e antebrapas. Os nimeros indicam a ordem de seqdéncia. A — face volar, B — face dorsal. atividade aumenta com o tamanho da cadeia. cool isopro- _acteriana é maior quanto maior for aconcentragio. A tinica pico £-bem mais ative que.o.etfico, solivel-na-égua, no. _desvantagem é que com 0 uso continuo na pele orna-a muito volitle barato, Ao conirério do alcool etflic, sua.atividade seca. 46 Fig. 55 — Ato de vestr avental esteniizade. A — Maneira correta de ‘manter 08 anlebrapos apés a lavagem das méos. B — O-aveetal Ee far com ambas as mas, as quai 2 seouiséo inroduzidas an mesmo tempo ataués das respectvas mangas, C See eda a axonlalzoguranco-o pol lade inte. D— Os cites so man de sala os epanha pelas pontas a fim de serem amarradas. +3) Compasios halagenados.YPintwra-de indo (%-2.2% deiodoeiodeto de patéssioem Alcoo! a 70%) € um dos mais potentes e répidos hactericidas. Apesar de ser irritant, ausando dor quando existem solugdies de continuidade-na pele, € o melhor anti-séptico_para_a_pele integra E um fermicida de largo-espectin eficaz mesmo conira germens ‘anaerdbicos esporulados e fungos. Deve-se ter cuidado ao aplicé-1oa éreas extensas da pele, assim como em pessoas alérgicas. Salugies mais concentta- das povdem produzit sérias queimaduras. 'O iodo elementar tem sido usado em unio a moléculas <ée polivni-pirolidona (odforo). Esta atua como elemento Camilacde sala 3 afastados do compo pelo ciuraiao enquanto o auiaiar solubilizante formando-um-complexo facilmente-diesociavel quando_em_contato com a pele_ou.com.a -4gua,tiberando entamente 0 iodo. ua agdo deve-se exclusivamente ao iodo livre com poder semelhante & solugao élcool-iodada, depen- ddendo da concentragao do iodo liberado, Nao apresentaria, no tentanto, o inconveniente das reagdes alérgicas referidas com © uso de slcool-iodado (Guimaraes ¢ col, 1983). 0 clozo. se combina com a égua. para formar acide hipocloroso (HOCL), forte agente-oxidante ¢ bactericida de agdo xipida. Um scu derivado, o hipoclorito de s6dio a 0,5% ‘em solugio aquosa (Iiquido de Dakin), foi e € amplamente uusado como anti-séptico em curativos e mesmo em extensos 47 Fig. 5.6 — Calgamento das luvas estéreis. A — Uma fina camada de tlco estén é passadla sobre as maos e dedos. B— As luvas 50 ‘seguradas apenas na face interna dos punhos. © e D — Caleamento da luva esquerda, E © F — Calpamento da luva drei. G e H—- Os unhos das luvas devem recobni iteramente os puntos do aven ferimentos. E necessério, para maior atividade, que a solugao seja recentemente preparada ¢ trocada a cada duas horas ou ‘entio ministrada por irigagdo continua, ‘O hexaclorofeno é um composto bifendlico clorado com i ‘Quando sob forma de emulsdo estdvel, com pH ajustado ao da pele normal, em torno de 5,0 6,0, é grandemente eficaz-contra bactérias Gram-positivas, incluindo estafilococos, ¢ sew restduo é resisente 3 remosio durante vétios dias. (© cloraude henzaladinio é um composto orginico amo- niacal quaternétio ativo contra bactérias_ Gram-pasitivas € Gram-negativas. alguns fungos ¢.cextas protozoérios (Kaul e Jewwitt, 1981). O gluconatade cloro-hexidina com pH entre | cincoe ito 6 muito ativo contra germens Gram-positivos, Gram-negati- ‘vos fungas. mas é esporicida apenas a elevadas temperaturas. Os referidos compostos halogenados tém sido recomen- dados para a lavagem e escovagem das maos pré-operatoria- ‘ment, pirrolidona eo hexaclorofeno so agentes antimicro bianos ativos para a limpeza das maos da equipe cirirgica (Polk e col., 1983). 4) Agentes omidanté® Perdxida de hidragénio, gua oxi- genada (N07), a.10-0u.20 val. Nao deve ser indicado ou recomendado como anti-séptico por ser ineficaz. 0 permanganato-de-potéssio (KMnO4), fraco_agente pactericida, é usado na diluigéo de 1/1.000 1/10.000 para intigagSes.xesicais ou para embeber compressas em_sileeras crBnicas-da pele. ‘Como todos os halogenados, sua atividade seria dada pelo hloqueio. das enzimas bacterianas. 5) fons metalicas A avaliagio dos fons metilicos (Hg ¢ ‘Ag) como ant-sépticos € bastante dificil. Farmacologica- ‘mente sua atividade resulta da afinidade-que-certas proteinas tém_ por estes fons, o que faz. com que as bactérias captem ‘grande quantidade de ion a partir de solugdes muito diluidas; 43s proteinas séricas também competem neste process. Solugdes de cloreto de. mersirio CHgCla) ¢ nitrato de prata (AgNOg), antes usados universalmente, estio agora inleiramente abandonados porque irritam-a-pele ¢ na sio eficazes como desinfetantes. ‘Os mercuriais organicos como o merthiolate, mercuro- cromo, mercrisin ¢ metaphen so muito menos populares hoje, pois as tinturas destas solugies, emboratiteis, no 0 so tanto quanto a tntura de iodo. 6)Formaldeido: Em solucao aquosa a32%-(formalina) ¢ pouco usada-em-cirurgia a ndo ser para anti-sepsia-de-ar ‘ambiental. Uma meio de se fazer a vaporizagao do gas consis- te em misturé-lo a0 permanganto de K, na proporgao de 2:1 [No entanto é extremament irritant para a vista e venenoso, de modo que seu uso esté muito menos difundido. Na forma sélida (ti no).em_pastilhas € muito usado_para a esterilizagdo.de_aparelhos com motor elétrico (serras, trépanos etc.). A temperatura eficaz é de 60°C com umidade relativa do ar superior a 75°C e tempo de exposigio nao inferior a 20 horas. NOTA O.uso de substincias quimicasliquidas ndo é recomen- vel para esterilizagdo de material cirérgico, como rotina ANTLSEPTICOs VoLATEIS 1 ) Gio de BTERAC HAO) ‘Substncia altamente ex- plosiva que s6 deve Ser manuseada com equipamento proprio ‘com pessoal treinado. Por este motivo 0 Oxido de etileno geralmente € utilizado s6 na forma de misturas, como por exemplo: Cryoride (6xido de etileno a 11% em Freon) ou Carboxide (6xido de etileno a 10% em gas carbénico). A ‘primeira mistura € preferivel por ser mais facilmente manu- seével. Os aparelhos atuas para seu emprego constituem cdma as para esteriizaso.e sistema de controle Este sltimo inclui ‘bomba para produzir vicvo inicial e final na cimara, lemen- to elético para aquecimento, valvulas para controle du entra da de gés © manulencdo correta da pressio ¢, ainda, dis- positivo de admisséo de vapor, destinado a manter a umidade constante, que deve estar ao redor de 33%. © tempo total de esteilizagao € de cerca de.2S-horas. 2)'Oxido de Propilend(C,Hg0). Embora menos eficien- te que 0 6xido-de-ctileno, apresenta a vantagem de possuit ponto-de-volatilizagio mais alto (34°C), ¢ de ser menos ‘explosive. Tetn sido empregado na esteriizagdo de material cinirgicn de pequeno porte. Para material jélimpo, a exposi- fo 2 562C € suficiente. O aparetho para seu emprego é simples. (Os anti-sépticos, volites, em especial 0 C;H,0, sto utlizados para a esterilizagio de material no autoclével: seringas.e sondas plésticas. ESTERILIZAGAO DO INSTRUMENTAL CIRURGICO Geralmente a esterilizago do material cirdrgico feita por métodos que empregam o.calor ¢ as-radiagSes. Antes da esteilizagdo propriamente dita trés princfpios gerais so de observagio obrigatéria, 1) Q.instrumental a0 se iniciar 0 ciclo. de-esterlizagio deve possuir 0 menor niimero possivel de.microrganismos; 2) ‘Todas_as_suas_partes componentes. precisam_osiar dispostas-de-forma-a-seren facilmente acessiveis a0 agente esterlizante;. 3) O.empacotamento deve ser realizado.de-tal maneira ‘que a esterilizagio seja mantida até o.uso.dos instrumentes. ‘A limapeza do instrumental deve ser rigorosa, para que seja conseguido um fadice ideal. Tal indice visa, no s6 reiuzir-ao_minimo-o-niimero-de-mictorganismos a serem destruidos, como também remover agentes pirogenicos,frag- rmenios de tecido e depésitos organicos que possam ser t6xi- os ao paciente ou interferir com a esterlizagao, prevenitau reduzico desgaste do instrumental e, ainda, atendera padres higiénicos eestéticos. ‘So dois 0s processos utilizados na limpeza do ins- trumental: manual e por ultta-som. O instrumental contami- nado néo deve ser manipulado antes da esterlizagio. O proceso adequado, no caso, é 0 lavador-esterilizador de instrumentos, ob pressio. Quando nao for possfve a utiliza- ‘40 desse equipamento, o instrumental deve ser autoclavado, No. processo_manual,_os instrumentos. so Javados.em ‘igua fria, com-detergente, escovando-se cada insimmento com escova rigida sob gua corrente. Pode ser usada também 49 pasta de esmeril, para limpeza das juntas de instrumentos articulados O ultra.som-vem sendo empregado desde 1956; a limpe- za decorre do efeito produzido pela passagem deaalta freatién- cianadigus. A operagio de limpeza éfeita em tésfases: 2) Agi de-alia freqiéncia,de-18-a.20 mil ciclos por 3) ) Remogto de-detrtos pela égua, rime tangue—Alguns aparelhos possuem-na_segundo tanque dise positivos para secagern-por meio de-ar aquecida a 76°C, O instrumental éimerso nos tanques dentro de cestos metalicos com capacidade para aproximadamente 100 instrumentos. ‘A lubrificagdo dos instrumentos € condenada, pois qual- quer substincia estranha interfere com a estrilizagao, exce- 40 feita ao silicone iquido Tubrificante. ‘Acstarilizagdinem conceitoabsoluto seria epeocessn que ‘garante a completa auséncia de vida soh qualquer forma. O proceso de esterilizagao depende de duas.caractecis- ticas essenciais: poder esterilizante-e-tempo.de-acio-Quanto maior o poder, menor. tempo. vice-versa. tempade.acio atinja.a temperatura adequada para esterilizagio, tempo de manutencdo, periodo-em-que_a-temperatuta é mantida para ‘que se consiga completa esterilizacio; e tempo de seguranca, que € acrescido-aos anteriores para completar 0 processo. ‘A esterilizagio do instrumental cirdrgico pode ser feita éempregando-se calor seco (fornos, estufas,infravermelho e flambagem), ou calor imido (fervura e vapor sob pressio). Calor 5269, 4 atividade letal do calor seco sobre. os imicrorganismos se deve a oxidacia do-pratoplasma celular. um processo eficiente,e sua aplicacdo é regida pelo calor que pode causar a0 material € 20 tempo gasto para a es- terilizagao, Na Tabela 5.1 estdo relacionados a temperatura e 0 tempo necessério para aesterlizagso. O calor seco € obtido em fornos.aquecidas par resis- tEncias elétricas.comtemperatura controlada por terméme- {ros ¢ mantida constante-por-termostatos~O aquecimento a ‘gs ndo é aconselhavel, uma vez que so freqientes as modi- ficagdes da temperatura. ‘A boa esterilizacdo nestes fornos exige respeito a certas normas: 1) O forno deve ser aquecida & temperatura de-manuten- 3) Os.pacotes-cominvélucro.de papel ou tecida no

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