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Aula de 02/12/2020

1. Considere T : R3 −→ R3
(x, y, z) 7→ (x + 2y + z, y + z, 2x + 3y + z)
a) Calcule uma base de Nuc(T ) e uma base de Im(T ).
b) Verifique se R3 = Nuc(T ) ⊕ Im(T ).
2. Sejam V = {(x, y, z, t) ∈ R4 : x + y + z + t = 0} e W = h (1, 0, 0, 1)ii.
Defina ϕ : R4 → R4 tal que Nuc(ϕ) = W e Im(ϕ) = V .
3. Dê um exemplo de: T : R2 → R não linear tal que T (a(x, y)) = aT (x, y) para todo
a ∈ R e (x, y) ∈ R2 .
4. Seja ϕ : R3 → R3 linear tal que ϕ(1, 0, 0) = (0, 1, 0), ϕ(0, 1, 0) = (2, 2, 2) e ϕ3 = ϕ.
Calcule ϕ e, de seguida, ϕn , para qualquer n ∈ N.
5. Seja T : R3 → R3 linear tal que T 3 é a aplicação nula.
Suponha que u ∈ R3 e T 2 (u) 6= ~0.

Mostre que B = u, T (u), T ( u) é uma base de R3 . Generalize!!!!

Os resultados que vamos usar são (as hipóteses completas subentendem-se, penso eu)
(1) Se S1 , S2 ≤ V , dim (S1 + S2 ) = dim S1 + dim S2 − dim (S1 ∩ S2 ).
(2) Se ϕ : V → W , dim Nuc(ϕ) + dim Im(ϕ) = dim V .
(3) Se ϕ : V → W e h v1 , . . . , vn i = V então Im(ϕ) = h ϕ(v1 ), . . . , ϕ(vn )ii.
(4) Definir ϕ: V → W linear equivale a definir a imagem dos elementos de uma qualquer
base de V .

Resoluções

1. a) Nuc(T ) = {(x, y, z) ∈ R3 : T (x, y, z) = (0, 0, 0)}. Somos assim levados a resolver


o sistema

 x + 2y + z = 0 
x + 2y + z = 0
y + z = 0 Aplicando L3 → 2L1 − L3 , obtemos
y+z =0
2x + 3y + z = 0.

que é um sistema em escada com 3 incógnitas e dois pivôs. Resolvendo o sis-


tema obtemos Nuc(T ) = {(z, −z, z) : z ∈ R} = h (1, −1, 1)ii. Neste momento já
sabemos, usando (2) que Im(T ) tem dimensão 2.
Usando (3), Im(T ) = h T (1, 0, 0), T (0, 1, 0), T (0, 0, 1)ii = h (1, 0, 2), (2, 1, 3), (1, 1, 1)ii
Como {(1, 0, 2), (2, 1, 3)} é livre e dim Im(T ) = 2 temos Im(T ) = h (1, 0, 2), (2, 1, 3)ii.
Conclusão:(((1, −1, 1))) é uma base de Nuc(T ) e ( (1, 0, 2), (2, 1, 3))) é uma base de
Im(T ).
b) Pretende-se mostrar que R3 = Nuc(T ) + Im(T ) e Nuc(T ) ∩ Im(T ) = {(0, 0, 0)},
ou seja, dim (Nuc(T ) + Im(T )) = 3 e dim (Nuc(T ) ∩ Im(T )) = 0. Atendendo a
(2) basta mostrar uma das igualdades. Como
Nuc(T ) + Im(T ) = h (1, −1, 1), (1, 0, 2), (2, 1, 3)ii
basta mostrar que {(1, −1, 1), (1, 0, 2), (2, 1, 3)} é um conjunto livre. Somos assim
levados a mostrar que o sistema, nas incógnitas reais a, b, c,
a(1, −1, 1) + b(1, 0, 2) + c(2, 1, 3) = (0, 0, 0)
Admite apenas a solução a = b = c = 0.
O sistema acima é equivalente sucessivamente a (não vou explicitar as operações
elementares usadas)
  
 a + b + 2c = 0  a + b + 2c = 0  a + b + 2c = 0
−a + c = 0 b + 3c = 0 b + 3c = 0
a + 2b + 3c = 0 b+ c=0 2c = 0
  

e a conclusão segue de imediato.


2. Comecemos por notar que V tem dimensão 3 (pois é definido por um sistema em escada
com 1 equação e 4 incógnitas) e que W tem dimensão 1, o que não vai contra (4).
Atendendo a (4) vamos escolher uma base ( u1 , u2 , u3 , u4 ) do domı́nio de ϕ e definir as
imagens dos vectores dessa base.
Usando (3), teremos de ter V = h ϕ(u1 ), ϕ(u2 ), ϕ(u3 ), ϕ(u4 )ii. Podemos assim de-
finir ϕ(u1 ) = (1, −1, 1), ϕ(u2 ) = (1, 0, 2) e ϕ = (2, 1, 3) e ainda ficamos com li-
berdade para escolher ϕ(u4 ), desde que seja um vector de V . Como queremos que
ϕ(1, 0, 0, 1) = (0, 0, 0, 0), uma maneira de juntar tudo é escolher uma qualquer base da
forma ( u1 , u2 , u3 , (1, 0, 0, 1))). Há uma infinidades de escolhas, mas uma das mais sim-
ples parece ser a base ( (1, 0, 0, 0), (0, 1, 0, 0), (0, 0, 1, 0), (1, 0, 0, 1))) (é preciso verificar
que os 4 vectores formam um conjunto livre).
n
3. Qualquer função da tipo T : R2 −→ R em que α = m , com n, m ∈ N,
α 1−α
(x, y) 7→ x y
n < m e m ı́mpar, serve. Note-se que as condições sobre α garantem que a função T
está bem definida.
4. Atendendo a (4) basta-nos definir ϕ(v) em que v ∈ R3 tal que ( (1, 0, 0), (0, 1, 0), v))
é uma base de R3 . Note-se que a condição ϕ(0, 1, 0) = (2, 2, 2) é equivalente a
ϕ2 (1, 0, 0) = (2, 2, 2). Aplicando ϕ a ambos os membros e usando a igualdade ϕ3 =
ϕ, obtemos ϕ(1, 0, 0) = ϕ(2, 2, 2), ou seja, ϕ(2, 2, 2) = (0, 1, 0). Como (2, 2, 2) 6∈
h (1, 0, 0), (0, 1, 0)ii concluı́mos que ( (1, 0, 0), (0, 1, 0), (2, 2, 2))) é uma base de R3 e, por-
tanto, ϕ está definida.
Para verificar que ϕ satisfaz ϕ3 = ϕ resta verificar que ϕ3 (1, 0, 0) = ϕ(1, 0, 0), ϕ3 (0, 1, 0) =
ϕ(0, 1, 0) e ϕ3 (2, 2, 2) = ϕ(2, 2, 2).
Finalmente, da igualdade ϕ3 = ϕ é imediato ver que ϕn é igual a ϕ, se n é ı́mpar e
igual a ϕ2 , se n é par.
5. Não foi feito na aula!

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