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A molécula de água é polar devido à diferença de

ÁGUA eletronegatividade entre os átomos de hidrogênio e


A água constitui 70% da massa do corpo do ser humano, oxigênio, ocorrendo a formação de polos.
sendo que a quantidade varia em peso, idade, gênero e tipo  Oxigênio: alta eletronegatividade = atração de
físico. É um líquido incolor, inodor e insípido. elétrons = polo negativo
 Hidrogênio: alta eletropositividade = repulsão de
ESTRUTURA elétrons = polo positivo
A polaridade permite a formação de ligações de hidrogênio:
ligações fortes com menor energia de dissociação, sendo
facilmente e rapidamente (1 a 20 ps = 10-12s) formadas e
quebradas = instabilidade (menos estável que ligação
covalente), de atração eletrostática entre o polo positivo de
uma molécula e o polo negativo de outra. A existência de
pontes de H é o motivo para a água não ser gasosa à
temperatura ambiente (devido à baixa massa molecular).

A água é formada por moléculas de H2O, que, por sua vez, é


constituída por 2 ligações covalentes (compartilhamento de
pares de elétrons) O-H, gerando estabilidade na camada de
valência desses átomos.
 H: camada K (de 1 para 2 elétrons)
 O: camada K (2 elétrons) e camada L (de 6 para 8
elétrons)

Uma molécula de água é capaz de formar 4 ligações de


hidrogênio, quando sólida (ocorrendo expansão sob
congelamento: densidade do gelo é menor que a densidade
líquida) e 3 ligações de hidrogênio, quando líquida (devido
ao aumento da entropia / desordem).

A conformação não-linear dos 4 orbitais sp3 do oxigênio


causa repulsão dos elétrons dos orbitais livres (elétrons não
ligantes) desse átomo sobre os elétrons da ligação, gerando
uma geometria angular de 104,5° na molécula. Portanto,
dos 4 orbitais do oxigênio, dois estão envolvidos na ligação
O-H e dois estão livres. Entre os livres, há repulsão elétrica,
o que gera aproximação entre as ligações covalentes.
Obs: orbitais são funções que descrevem a distribuição dos
elétrons na região em volta do núcleo atômico. Portanto, o derretimento da água gera colapso da estrutura
tetraédrica).
POLARIDADE

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FUNÇÕES IV. Viscosidade: é a resistência do fluido ao
escoamento, sendo que a água possui a menor
 Meio para reações conhecida devido à instabilidade das pontes de
 Meio para transporte hidrogênio.
 Controle do pH (íons H+ e OH-)  Hipercolesterolemia familiar: aumento da
 Produção de O2 pela sua oxidação viscosidade, combatido pelas estatinas de
baixo peso molecular.
PROPRIEDADES V. Calor específico: é a quantidade de calor que se
I. Meio de transporte: devido à polaridade e, deve oferecer a uma substancia para aumentar
consequentemente, solubilização sua temperatura em 1°C. A água possui alto calor
II. Hidrólise: quebra de moléculas pela água específico, servindo isso para lhe conferir:
III. Tensão superficial: é a força necessária para  Estabilidade térmica = manutenção da
atravessar a barreira de água. Uma vez que a temperatura corporal
interação entre água-água é maior que a água-ar  Resistência a mudar de estado físico
(devido às ligações de H), há uma força resultante ▫ O alto calor de vaporização da
voltada para o interior do compartimento do água faz com que o suor não
líquido, formando um “filme” que age como entre em ebulição
barreira mecânica. VI. Densidade: a densidade do líquido do corpo é
Obs: só há força resultante na superfície de um liquido, não maior que a densidade da água pura, devido à
em seu interior. presença de solutos dissolvidos. Alteração nessa
Surfactantes são substancias tensoativas, ou seja, que grandeza demonstra alteração clínica.
diminuem a tensão superficial da água, formadas por VII. Coesão: há forte união entre as moléculas de água,
longas cadeias hidrofóbicas com um grupo hidrofílico devido à presença de pontes de hidrogênio.
(cátion, ânion ou não-iônico) em uma extremidade, sendo VIII. Adesão: moléculas aderidas umas às outras devido
anfipático. às pontes de H e polaridade
No organismo, o surfactante dipalmitoil lecitina é produzido IX. Capilaridade: é a capacidade de deslizar pelas
pelos pneumatócitos do tipo II entre a 12° e 14° semana de paredes dos vasos sanguíneos, devido à
gestação, diminuindo a tensão superficial dentro dos adesão/afinidade entre o líquido e superfície e à
alvéolos (facilitando a troca gasosa), existente pela coesão.
presença de uma fina camada de água, e evitando o X. Dilatação anômala: 0-4°C
colabamento (paredes do alvéolo se grudam). XI. Memória da água: possível propriedade da agua
Na falta desse surfactante, há a Síndrome da Angústia de guardar informações de um princípio ativo que
Respiratória do Recém-Nascido, promovendo cianose e foi tão diluído que não está mais presente na agua.
doença da membrana hialina do recém-nascido, sendo
usado como tratamento surfactante sintético em aerossol, SOLUBILIDADE
compostos tiólicos e glicocorticoides (para maturação dos Solubilidade é a habilidade das moléculas do solvente
pneumatócitos, se administrado até 48h antes do interagirem mais fortemente com as moléculas do soluto
nascimento do prematuro). do que essas interagem entre si. Assim, a água é
considerada o “solvente universal”, devido ao seu caráter
polar.
 Solvente para moléculas hidrofílicas (polares e
iônicas) = substancia homogênea por interação
elétrica e formação de pontes de H
▫ Solubilidade aumento quando nessas
moléculas há grupos funcionais que
podem formam ligações de hidrogênio
com a água (hidroxila, carbonila,
carboxila, amônio...)
 Não-solvente para moléculas hidrofóbicas
(apolares) = substancia heterogênea por não-
interação
▫ Moléculas apolares na água ficam em um
estado termodinâmico instável (alta
energia), gerando o efeito hidrofóbico:

O efeito hidrofóbico é o envolvimento das moléculas


apolares por rede de ligações de hidrogênio, denominados
clatrados ou gaiola, minimizando o contato da água com o
soluto (diminui superfície de contato).
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por isso é capaz de solubilizar compostos iônicos, que com
a destruição de sua estrutura cristalina, se dissociam pela
hidratação / solvatação da água. O polo negativo da água
interage com os cátions do composto iônico e o polo
positivo com os ânions.

ENTROPIA
Entropia é a medida de desordem de um sistema. Ela
naturalmente tende a aumentar, mas diminui com a
entrada de um grupo apolar na água (pelo efeito
hidrofóbico visto). É um dos medidores para uma reação
ser espontânea ou não.

Essa rede é formada para compensar a não interação da COMPARTIMENTOS


água com o soluto, que ocorre com as moléculas polares. O corpo é dividido nos meios:
Ela diminui a entropia do sistema, sendo energeticamente I. Intracelular: concentra 64% da água do
desfavorável, por isso que as moléculas apolares se organismo; rico em K (potássio) e proteínas, mas
agrupam (por interações hidrofóbicas e forças de Van der pobre em Na (sódio) e Cl.
Walls) quando em um solvente polar (para aumentar e II. Extracelular: concentra 36% da água do
entropia e diminuir a “perda energética”). organismo; rico em Na e Cl, mas pobre em K. É
dividido em:
 Espaço vascular: 8%
▫ Vasos linfáticos
▫ Plasma
 Interstício: 25%
 Espaços aquosos menores (líquido
pleural, liquor, liquido sinovial): 3%
BIOMOLÉCULAS III. Transcelular: é a agua em transito na luz do trato
A estrutura de biomoléculas (compostos polares não gastrointestinal (sucos digestivos) e urinário,
iônicos) é direcionada de acordo com a sua interação ou sendo reabsorvida.
não com a água. Há a formação de estruturas organizadas e Os três compartimentos estão conectados: a água do
compactas por um processo autoproduzido, como: sangue passa ao liquido intersticial, que pode ir ao meio
1. Micela: agregado esférico intracelular ou à circulação linfática, que dessa volta ao
2. Bicamada: agregado planar estendido sangue (plasma).
3. Lipossoma: vesícula formada por bicamada Obs: com o aumento da idade, aumenta a porcentagem de
lipídica, usada para liberação de fármacos ao se água no meio intracelular e no meio intersticial diminui,
fundir com a membrana celular devido à diminuição da área do espaço extracelular pela
Da mesma forma ocorre com proteínas e DNA: formação de novas células com o tempo.
 Aminoácidos hidrofóbicos no interior e hidrofílicos
no exterior
 Bases nitrogenadas hidrofóbicas no interior e
hidrofílicas no exterior

CONSTANTE DIELÉTRICA

Constante dielétrica é a grandeza que expressa a


capacidade de uma substancia em manter separado íons de
cargas opostas. Ou seja, diminuir a atração eletrostática
entre íons de um composto iônico por sua maior atração a
eles. A água é a substância com maior constante dielétrica,

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Essa heterogênea distribuição de agua (e  Queimadura: desidratação pela disrupção da
consequentemente de íons, pela difusão: mais água = mais barreira epitelial
íons) resulta em diferentes graus de resistência mecânica  Febre: desidratação
pelo corpo.  Comatosos: desidratação
 Hiperparatireoidismo: aumento da requisição
MECANISMOS DE REGULAÇÃO HÍDRICA hídrica
Apesar da transferência de água entre os compartimentos,  Insuficiência renal/cardíaca, velhice, infecções
o volume deles deve se manter constante, existindo para prolongadas, desnutrição: diminuição da
isso: requisição hídrica
 Vias de entrada: ingestão de líquidos, alimentos,
água endógena / metabólica. Podem também ocorrer casos de migração anormal de
 Vias de saída: urina, fezes, pele, pulmões. volume de líquido entre compartimentos:
Para isso, existem mecanismos fisiológicos de regulação: I. Fistula entérica: perda do compartimento
I. Sede transcelular (trato digestivo) para o extracelular
II. ADH: reabsorção tubular de água (cavidade abdominal)
III. Eliminação do íon sódio pelos rins II. Hemorragia gastrointestinal: perda do
Tal taxa metabólica é regulada por hormônios, compartimento extracelular para o transcelular
principalmente tireoidianos. Uma das possíveis III. Vomito: perda do compartimento extracelular
consequências dessa regulação é a “tempestade
tireoidiana”, ocorrendo no hipotireoidismo, com Quando um compartimento é afetado, todos são.
intoxicação hídrica.

CONSEQUÊNCIAS
 Diabetes: poliúria e polidipsia
 Insuficiência suprarrenal: desidratação
 Agentes infecciosos: diarreia

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PRÍNCIPIOS FÍSICOS

Nos organismos vivos há um constante fluxo de soluto e A difusão só ocorre se o soluto for permeável à membrana.
solvente (água) entre os compartimentos intra e A permeabilidade está relacionada com a sua estrutura e
extracelular, buscando a homeostase (equilíbrio fisiológico) composição. No caso das membranas plasmáticas
(bicamada lipídica = majoritariamente hidrofóbica), ela tem
DIFUSÃO caráter de permeabilidade seletiva por seu caráter
anfipático e por ser compacta:

 Moléculas apolares (oxigênio, gás carbônico, gás


nitrogênio, benzeno) são permeáveis
 Moléculas polares pequenas sem carga (água,
ureia, glicerol) são permeáveis
 Moléculas polares grandes sem carga (glicose,
sacarose) são impermeáveis
 Íons são impermeáveis: devido à presença de
carga e por, consequentemente, terem uma
camada de solvatação (=maior tamanho).
Difusão é o movimento aleatório (Browniano) individual
(analisa-se a diferença de concentração de um tipo de É por isso que fármacos possuem polaridade intermediária
molécula específico, não do somatório) das moléculas, (um pouco polar e um pouco apolar): passagem pela
provocado por forças eletrostáticas e internucleares que membrana e transporte pelos compartimentos do corpo
repelem as moléculas transferindo energia cinética, num (aquosos), já que os compartimentos são meios aquosos, e
espaço, que, após um tempo, se distribuem de forma então substancias hidrofílicas se dissolvem mais facilmente
homogênea ao longo do meio, gerando um estado de maior e tem sua distribuição favorecida.
energia e maior estabilidade.
Ou seja, o soluto se desloca do meio mais concentrado  Substancias lipofílicas possuem fácil absorção
para o menos concentrado: a favor do gradiente, de forma (devido ao caráter majoritariamente lipofílico da
natural, sem gasto de energia (passivo), devido a uma membrana) e difícil absorção (devido ao caráter
questão de probabilidade. aquoso da urina): melhor absorção intestinal
Quando o equilíbrio é atingido, isso não significa que as  Substancias hidrossolúveis tem difícil absorção e
moléculas param de se movimentar. Elas apenas têm a fácil eliminação: melhor absorção
mesma probabilidade de irem a locais contrários, endovenosa/local
mantendo a igualdade. Portanto, o fluxo é constante, para
ambos os lados, com mesma velocidade. A polaridade é determinada pelo coeficiente de partição
É por esse mecanismo que as moléculas que caem na óleo/água.
circulação sanguínea se difundem ao plasma, sangue, A permeabilidade também depende do pH do meio. Pois
espaço intersticial e interior celular, em sequência. o grau de ionização das moléculas é determinada por essa
característica, pela necessidade de neutralização ou não.
PERMEABILIDADE
▫ Bases não são absorvidas em meio ácido pois
estarão ionizadas (para neutralizar)
▫ Ácidos são absorvidos em meio ácido pois não
estarão ionizados
▫ Bases são absorvidas em meio básico
▫ Substancias neutras são absorvidas em meios
neutros

Assim, vê-se que a absorção está relacionada com a


homeostase. Ex: anestésicos locais (lidocaína)
Obs: tecidos inflamados tendem a ficar mais ácidos.

Logo, a permeabilidade depende da polaridade, tamanho e


grau de ionização das moléculas, além do pH do meio.

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PARÂMETROS DE INFLUÊNCIA DE VELOCIDIADE DE DIFUSÃO Osmose é a “difusão” do solvente. Ou seja, ele se desloca
(fluxo osmótico) de onde está mais concentrado para o
A velocidade de difusão é descrita matematicamente pela meio menos concentrado, sendo inversa à concentração de
Primeira Lei de Fick: soluto. Novamente, há a necessidade de a membrana ser
permeável às moléculas do solvente, mas não às dos
𝑑𝑁 ÷ 𝑑𝑡 = −𝐷𝐴 × (𝑑𝐶 ÷ 𝑑𝑋) solutos = semipermeável. Há 2 fatores que a influenciam:

Sendo: 1. O maior número de água no meio menos


 dC: diferença/gradiente de concentração concentrado de soluto = condição para “difusão”
 dX: espessura da membrana da água = maior probabilidade de deslocamento
 D: coeficiente de difusão (características do 2. Mais água livre no meio menos concentrado,
solvente e do soluto = do meio) devido à menor interatividade com a água
 A: área transversal
Quando as concentrações se igualam (pressão osmótica =
Assim: pressão hidrostática), há um equilíbrio dinâmico na
▫ Quanto maior for a diferença de concentração passagem de solvente (fluxo osmótico “cessa”, mas não a
entre duas posições, maior a velocidade. transferência de moléculas de forma dinâmica).
▫ Quanto mais espessa a membrana, menor a  P’= h.d.g
velocidade.  Po: n.R.T/V
▫ Quanto mais viscoso for o meio, menor a Pressão osmótica é a pressão exercida pelas partículas de
velocidade. soluto entre elas mesmas e entre as “paredes” do
▫ Quanto menor a molécula / massa molecular, compartimento. Pressão osmótica e osmolaridade se
maior a velocidade (pela maior energia cinética e referem à mesma coisa.
movimentação) Pressão oncótica é a pressão osmótica exercida por
▫ Quanto maior a temperatura, maior a velocidade. proteínas (por serem grandes moléculas que atraem água =
▫ Quanto maior a área, maior a velocidade. pressão de “embebição” / pressão coloidosmótica).
▫ Vgás > Vlíquido > Vsólido  Proteínas agem como coloides, e a pressão
▫ Quanto maior o tempo de contato, maior a osmótica exercida por soluções coloidais é sempre
eficiência. maior do que a exercida pelas soluções
verdadeiras, pois atraem muita água. Assim:
INFUSÃO INTRAVENOSA DE FÁRMACO
𝑃𝑜𝑛𝑐ó𝑡𝑖𝑐𝑎 = 𝑃𝑜𝑠𝑚ó𝑡𝑖𝑐𝑎 + 𝑃𝑒𝑚𝑒𝑏𝑖çã𝑜
Ao injetar algum medicamento na corrente sanguínea, ele Obs: a osmose é a “causa” da diarreia.
inicialmente é transportado pela força convectiva da
circulação impulsionada pelo coração. Simultaneamente, há OSMOLARIDADE
o deslocamento ao plasma, capilares, interstício e meio A passagem de moléculas se dará do meio com uma
intracelular, devido à diferença de concentração, e, assim, osmolaridade menor para o de osmolaridade maior, até
encontrando seu alvo de ação. que os dois meios tenham a mesma osmolaridade (número
de partículas de solvente por volume = unidade: “osm”, que
OSMOSE
é igual a mols de partícula por litro)
É uma análise quantitativa, e não qualitativa =
PROPRIEDADE COLIGATIVA.
A pressão osmótica é diretamente proporcional à
osmolaridade / concentração osmótica.

Obs: osmolaridade (somatório do total de partículas


osmoticamente ativas por volume) é diferente de
molaridade/concentração molar (número de partículas
específicas por volume).

𝑜𝑠𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎çã𝑜

 Fator de dissociação é o número de partículas em


que uma molécula se dissocia em meio aquoso.
Exemplo: NaCl = 2 (1 Na e 1 Cl)
▫ Há moléculas que não se dissociam
(glicose, frutose, sacarose, etanol, ureia)
▫ A dissociação é importante para o fluxo
osmótico pois ela aumenta o número de
moléculas, alterando a osmolaridade.

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 Não deu molaridade e sim porcentagem: fazer
regra de três e depois aplicar na fórmula
MM – 1 M
Porcentagem . 10 – x
 Pela fórmula, acha-se a osmolaridade individual. A
osmolaridade total é o somatório das
osmolaridades individuais.
 Não se deve adicionar ao cálculo o número de
mols de prótons H+ na dissociação de ácidos nem
número de mols de substancias apolares (pois não
estão dissolvidas).

Quando não se sabe a composição da solução, usa-se o


aparelho osmômetro: recipiente com membrana
semipermeável, inserido em um compartimento com água
pura.
Há, então, migração de água para o recipiente (devido à sua
maior concentração). Faz-se isso, aumentando o volume do I. Meio hipertônico: saída de água = célula “murcha”
compartimento, até que a pressão osmótica seja igual à (plasmolisada / crenada)
pressão hidrostática. Sabendo a altura ganha, calcula-se a II. Meio isotônico: não há alteração na forma ou
osmolaridade. volume
FLUIDOS BIOLÓGIOS  0,3 osm/L
 Solutos serem impermeáveis à membrana
A osmolaridade dos fluidos biológicos é 0,3 osm/L: igual plasmática, como íons ou moléculas polares
ao do soro fisiológico (NaCl) a 0,9% (isosmolar, isotônica e grandes (se não, é apenas isosmolar)
atóxica) ou glicose 5,4%. III. Meio hipotônico: entrada de água = aumento de
Porém, apesar de a osmolaridade ser a mesma, os volume = célula “estoura” (hemólise / túrgida)
compartimentos biológicos possuem diferentes
composições e, consequentemente, diferentes volumes, Obs: tonicidade é diferente de osmolaridade: uma solução
mas sendo eles constantes (já que os compartimentos tem isotônica sempre vai ser isosmolar, mas nem toda solução
mesma osmolaridade). isosmolar vai ser isotônica. Por quê? Pois isosmolar
considera o número total de partículas, e isotônica de um
Em situações patológicas, em que ocorrem alteração na solvente especifico.
osmolaridade de algum compartimento (como na Obs2: o volume não se altera na difusão pois é o solvente
desnutrição), há um fluxo de água anormal por que está em maior quantidade! Há apenas uma variação
consequência, gerando edemas. microscópica na difusão de soluto.

 Na e albumina: envolvidos na manutenção do MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE HOMEOSTASE


volume extracelular 1. Células osmorreceptoras localizadas no
hipotálamo
A albumina é a principal proteína sérica, atraindo, assim, 2. Secreção de ADH pela hipófise: receptação de
muita água para o plasma. A redução de albumina no água dos túbulos renais
plasma leva à migração de água do plasma ao interstício,
causando edemas. Isso acontece em pacientes com DIÁLISE
síndrome nefrótica, insuficiência hepática, queimados e
desnutridos.
A desnutrição, pela deficiência em albumina pela falta de
aminoácidos para produzí-la, ocasiona como efeitos
patológicos no corpo a formação de edema e a diminuição
da pressão vascular e oncótica.

Pressão vascular é o somatório da pressão hidrostática,


osmótica, oncótica e um reflexo da força do bombeamento
cardíaco.
Diálise é um processo de separação de partículas a partir de
TÔNUS CELULAR uma membrana semipermeável de diálise (de colódio ou
Tônus celular é uma resposta da célula a meios com certas celofane), que contém poros, ou seja, permitem a
condições em que são colocadas, que fazem com que passagem de partículas de um determinado tamanho por
alterem sua forma e seu volume, devido à permeabilidade gradiente de concentração.
da membrana e à concentração osmolar.
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Na figura, mostra-se a diálise peritoneal, em que a
membrana de diálise é o próprio peritônio. Insere-se um
fluido no abdome (que não tenha os mesmos solutos que
se deseja eliminar) e depois retira-se.

HEMODIÁLISE

Segue o mesmo princípio da diálise, sendo realizado em


pacientes com insuficiência renal para remoção da ureia do
sangue. O fluido de diálise deve ter as moléculas que não se
quer remover do organismo (glicose) e não deve ter as
moléculas que se quer remover, para ocorrer as devidas
trocas.

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DEFINIÇÃO CETOACIDOSE DIABÉTICA
Nosso organismo produz muito mais ácido do que bases.
Exemplos desse ácidos são o ácido betahidroxibutírico e o
ácido acetoacético, que são corpos cetônicos, produzidos
na falta de glicose, através do metabolismo de lipídios.

PRODUÇÃO DE ÁCIDOS PELO ORGANISMO


O corpo humano produz cerca de 40-80mmol de ácidos por
dia, que devem ser eliminados, o que acontece nos rins.
Esses ácidos podem ser:
 Voláteis: CO2 (produto final da oxidação biológica)
O equilíbrio ácido-básico está relacionado com a CO2 + H2O = H2CO3 = HCO3 + H+
manutenção da concentração de H+ (35-45nmol) nos
compartimentos do organismo. A variação nessa Como a capacidade do próton H+ de alterar o pH é
concentração ocasiona uma variação de pH e altera rotas maior que a capacidade do bicarbonato, o gás
metabólicas e a ação de suas enzimas. carbônico é considerado ácido. Esse gás pode reagir
Ácidos são definidos como substancias que doam prótons e com o grupo amino de aminoácidos e ampliar seu
bases substancias que os recebem. caráter ácido.

 Não-voláteis / fixos: demais ácidos do organismo


▫ Ácido sulfúrico: ácido forte que provem
da metabolização de proteínas
▫ Ácido fosfórico: ácido moderado que
provem da metabolização de proteínas e
ácidos nucleicos
▫ Ácido clorídrico: metabolismo de
aminoácidos catiônicos
CONTROLE DO PH ▫ Ácido úrico: produto da excreção de
O controle do pH pode ser realizado por meio de soluções- nitrogênio proteico
tampão, por meio da função renal e pulmonar (órgãos ▫ Ácido β-hidroxibutírico: corpo cetônico
emunctórios). Os rins são responsáveis por excretar os ▫ Ácido acetoacético: corpo cetônico
ácidos fixos e os pulmões, o ácido volátil e da espécie ▫ Amônio: como é uma substancia toxica, é
alcalina bicarbonato. convertida em ureia, liberando H+. É
formado pela degradação de
aminoácidos e pela conversão de
glutamina em glutamato.
NH4+ = NH3 + H+
Como o íon amônio pode liberar um próton, ele é
considerado um ácido. Isso ocorre em pH fisiológico, pois o
pKa desse íon é mais alto (9,25).

TAMPONAMENTO DE ÁCIDOS
Como há uma maior produção de ácidos do que de bases
VARIAÇÃO DO PH (alimentação) no organismo, eles precisam ser
tamponados.
O pH dos fluidos biológicos é mantido constante, dentro de
uma faixa estreita de variação. Sua variação brusca causa: TAMPÕES BIOLÓGICOS
 Modificação da estrutura e função de proteínas;
O objetivo dos tampões é não permitir grandes variações
▫ pH intracelular: 7,0
de pH, situando ele na faixa de normalidade do meio, com
▫ pH extracelular: 7,4
ação imediata. Eles regulam o pH pela captação ou
 Absorção e excreção, que são dependentes do
liberação de H+.
grau de ionização das moléculas, sendo esse
Assim como acontece com as outras características
dependente do pH, e mediados por proteínas;
fisiológicas, a variação de pH também se distribui pelos
 Degradação de componentes celulares;
compartimentos, que estão interligados.

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MEIO INTRACELULAR Entretanto, o fosfato se mostra um excelente tampão
justamente por possuir pK’s distintos: conseguindo agir em
O meio intracelular tem pH, normalmente, 7. Quanto mais vários meios diferentes. É importante nos túbulos renais.
ativo for o metabolismo celular, mais ácido será o pH dessa
célula. Entretanto, a variação sempre deve ser pequena. Quando o pKa é igual ao pH, nós temos o mesmo número
Por isso, esse meio é tamponado por: de moléculas ácidas e de bases conjugadas (produtos e
reagentes) = capacidade tamponante. As bases conjugadas
 Proteínas / aminoácidos: as proteínas, que estão poderiam sequestrar H+ liberados na solução, fazendo
no meio intracelular em grande quantidade, ligações com esses prótons e, assim não os deixando livres
possuem aminoácidos (terminais, nesse caso) com para alterar o pH. A mesma relação acontece com a adição
um grupo amina (NH3+) e um grupo carboxila de bases.
(COO-). Assim, a amina pode liberar um próton (se
o meio estiver básico) ou o carboxila pode se ligar
a um próton (se o meio estiver ácido). Além disso,
a cadeia lateral de alguns aminoácidos internos
também tem essa função de neutralizar o meio,
como a histidina e o aspartado (possuem um pKa
próximo ao pH fisiológico).

▫ pH muito ácido: aminoácido totalmente


protonado (NH3+ e COOH)
▫ pH aumentado: aminoácido parcialmente
desprotonado (NH3+ e COO-)
▫ pH muito aumentado: aminoácido
totalmente desprotonado (NH2 e COO-)

Logo, vê-se que os aminoácidos podem doar prótons


quando estes diminuem a concentração do meio e também
podem receber prótons quando estes aumentam sua
concentração no meio. Ou seja, possuem comportamento
de ácido (doador de prótons) e de base (receptor de
prótons) dependendo da disponibilidade de H+ no meio e
do pH, sendo denominado, então de anfótero e
consequentemente podendo servir de tampões.

 Fosfato: principal tampão intracelular devido à sua


alta concentração nesse meio e por o pKa de sua
principal reação ser próximo ao pH do meio.
Tampão poliprótico (diferencial aos outros
tampões = pK’s múltiplos), altamente eficiente
dentro da célula por estar em alta concentração (=
demora a saturar), com aumento do pK na
sequência da reação abaixo:
H3PO4 = H2PO4- + H+ = HPO4-2 + 2H+ = PO4-3 + 3H+ pKa é o logaritmo inverso da constante de ionização do
pKa = 2,1 pKa = 6,7 pKa = 12,3 ácido, que significa a chance do ácido se dissociar em sua
base conjugada, ou seja, liberar o próton. Quanto maior o
A principal reação do tamponamento por fosfato é a de pKa, menor o Ka e mais fraco é o ácido.
H2PO4 para HPO4 (dissociação do fosfato monobásico),
devido ao seu pKa estar muito próximo do pH fisiológico
intracelular (um pouco mais ácido que o pH do sangue).

Se o pH variar acima de 6,7, a espécie H2PO4- (doadora


de prótons) se dissocia fornecendo H+ para o meio e
abaixando seu pH. Se o pH variar abaixo de 6,7, a
espécie HPO4-2 (aceptor de prótons) se associa aos H+
do meio, aumentando seu pH. MEIO EXTRACELULAR
O pH dos fluidos extracelulares (sangue, linfa, líquido
intersticial) deve ser mantido na faixa de 7,35-7,45. Ele é
mantido pelos tampões biológicos e pelos órgãos
emunctórios.
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Obs: os compartimentos extracelulares (estômago, Num tecido periférico, o gás carbônico resultante de
intestino delgado) podem ter pH diferentes. Por isso que reações catabólicas entra na hemácia. Em seu interior, une-
possuem sistema de tamponamento diferentes. se à água, formando ácido carbônico e se dissocia em um
Além do pH plasmático (medido através da gasometria próton e um bicarbonato. Para estabilizar o pH, a
arterial ou venosa), o pH urinário também é de interesse hemoglobina liga-se ao próton, liberando o O2 no meio
clínico. extracelular e o bicarbonato serve para transporte do gás
Obs2: a gasometria arterial mede tanto o pH plasmático, carbônico (em sua maioria; o resto é dissolvido no plasma
quanto a concentração de bicarbonato no plasma, quanto a ou pela carbaminohemoglobina).
pressão parcial de gás carbônico. No tecido pulmonar, ocorre o inverso. A hemoglobina
 Muito ácido não-volátil no organismo = pouco liga-se ao oxigênio, por ser um tecido rico nesse gás,
bicarbonato liberando o próton. Esse H+ liga-se ao bicarbonato do
plasma, formando ácido carbônico e depois é dissociado
 Bicarbonato: é o principal tampão do meio em água e CO2, sendo liberado para o meio externo e
extracelular, devido à dissociação entre assim, ocorrendo a hematose.
bicarbonato e prótons. É baseado no equilíbrio de Portanto, a hemoglobina age no transporte de gases e
concentração entre o dióxido de carbono e íon no controle do pH.
bicarbonato, sendo suas reações catalisadas pela
enzima anidrase carbônica. Apesar de seu pKa PULMÕES NA REGULAÇÃO DO PH
(6,1) não ser muito próximo do pH sanguíneo (o O tronco cerebral possui o centro respiratório, localizado
que diminui sua capacidade de tamponação) e ele no bulbo, que nota variações no pH. Assim, regulam o ritmo
não estar em altas concentrações no meio da respiração e, consequentemente, o nível de CO2 no
extracelular, o sistema é facilmente regulado pelos sangue (pressão parcial de gás carbônico), que é capaz de
pulmões (respiração / CO2) e pelos rins (HCO3- alterar o pH do meio = feedback.
).Quando o pH plasmático reduz pela dissociação  pH ácido: hiperventilação corretiva (promove o
dos ácidos fixos, o íon bicarbonato presente na aumento do pH por maior liberação de CO2 no
circulação se liga aos prótons, formando ácido meio = hipocapnia: pouco CO2 no sangue) =
carbônico, dissociado em gás carbônico e água. Se alcalose respiratória
o pH aumenta, o gás carbônico se liga à água, ▫ pouco CO2 = pouco ácido carbônico =
formando ácido carbônico, que é dissociado em pouco H+
bicarbonato e próton.
 pH básico: hipoventilação corretiva (promove a
TAMPÃO HEMOGLOBINA diminuição do pH por menor liberação de CO2 no
meio= hipercapnia: muito CO2 no sangue) =
acidose respiratória
▫ muito CO2 = muito ácido carbônico =
muito H+
Portanto:
Hiperventilação gera alcalose respiratória e hipoventilação
gera acidose respiratória.
Fazer associação: “hiper” = mais; “alcalose” = aumento do
pH.

RINS NA REGULAÇÃO DO PH

Hemoglobina é a proteína que dá cor aos eritrócitos e que


transporta oxigênio e gás carbônico no sangue. Ela é
formada por 4 subunidades proteicas, em que cada uma
delas possui um grupo heme, no qual o gás se liga. Essa
proteína possui os estados:
I. Oxihemoglobina: hemoglobina ligada à oxigênio
II. Desoxiemoglobina: hemoglobina ligada a um
próton
III. Carbaminohemoglobina: hemoglobina ligada ao
gás carbônico.

Quando está ligada a um dos tipos de moléculas, perde a


afinidade pelo outro.
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ATM 25/2
O rim é formado por néfrons, onde ocorre a filtração da ▫ A secreção do próton para o filtrado
fração líquida do sangue. O néfron é formado por: glomerular permite a remoção de
I. Glomérulo: rede de capilares sanguíneos bicarbonato do FG para o plasma.
II. Cápsula de Bowman: por onde entra o filtrado ▫ Ou seja, a secreção tubular dos prótons
glomerular está vinculada com a reabsorção tubular
III. Túbulo contorcido proximal de bicarbonato. Quanto maior a secreção
IV. Alça de Henle de prótons na urina (por redução do pH),
V. Túbulo contorcido distal maior a reabsorção de bicarbonato.
VI. Tubo coletor 6. No lúmen, o próton liga-se ao tampão fosfato ou
amônio (gerado na transformação de glutamina
para glutamato) para ser excretado na urina.
▫ Logo, percebe-se que o bicarbonato
apenas retira o próton do sangue, mas
não o excreta (já que ele não sai na forma
livre).
▫ HPO4-2 + H+ = H2PO4- eliminado na urina
▫ NH3 + H+ = NH4+ eliminado na urina em
combinação com íons cloreto e outros
ânions tubulares
Quanto mais H+ estiver nos túbulos renais, mais amônia se
deslocará até lá, pois a enzima glutaminase é ativada em pH
ácido. Ou seja, a velocidade de excreção de amônia é
controlada pelos prótons em excesso.

Portanto, vê-se que o próton não é excretado


diretamente do sangue para o filtrado glomerular e que os
bicarbonatos seriam perdidos na urina se não unidos com o
O controle do pH pelo rim é lento, mas mais potente, próton, já que o gás carbônico é seu único meio de retornar
ocorrendo do seguinte modo: para a célula (já que bicarbonato é íon e íon não passa
1. Do sangue às células do epitélio (parede do membrana) e, então, ser reabsorvido ao plasma.
túbulo renal), há difusão de gás carbônico e ocorre
a reação de formação do ácido carbônico (pela A reabsorção de bicarbonato nos túbulos renais é uma
anidrase carbônica), que é dissociado, formando forma de controle de pH. Ela só não acontece quando o
bicarbonato e um próton; organismo está em alcalose, ou seja, há eliminação de
2. O bicarbonato é devolvido ao plasma; bicarbonato pela urina para não aumentar ainda mais o pH.
3. O próton entra na luz do túbulo, onde há toda a Os rins também podem produzir mais bicarbonato ou
reação inversa. O H+ reage com o bicarbonato eliminá-lo.
presente no filtrado glomerular, formando o ácido
carbônico, que é dissociado em gás carbônico e Há também as bombas de prótons e os trocadores de
água. sódio e hidrogênio, porém, esses estão sujeitos a uma
▫ Essa reação do próton com o bicarbonato variação de concentração pequena, em baixíssimos pH’s
no filtrado glomerular é importante pois eles não funcionam (pH < 4,5). Vê-se então uma saturação
mantem o gradiente do H+ baixo e no mecanismo de secreção do H+.
permite a receptação do bicarbonato.
▫ Excreção ativa do próton por proteína
trocadora Na+/H+ (para o túbulo proximal)
e H+-ATPase (para o túbulo distal e ramo
ascendente da alça de Henle)
4. O gás carbônico e a água são difundidos
novamente para a célula do epitélio renal,
formando ácido carbônico, dissociado em próton e
bicarbonato.
▫ As células do epitélio são então o local de
excreção do próton.
5. Agora, o próton é novamente secretado para o
filtrado glomerular e o bicarbonato é doado ao
plasma (receptação), tendo como destino a
circulação.
Dietas ricas em proteínas promovem urina mais ácida, já
que a metabolização dessa macromolécula gera H+.

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ATM 25/2
 Nervo frênico: nervo motor responsável pela
DEFINIÇÃO inervação do diafragma. É constituído por
Perturbações no equilíbrio ácido-básico são situações em motoneurônios, que liberam acetilcolina, que se
que a homeostase do pH / concentração de prótons é liga em receptores nicotínicos do diafragma. Em
rompida, pois os sistemas de tamponamento não são mais caso de alguma patologia, como é o caso da
eficazes para tão grande variação. Síndrome de Guillan-Barré (doença autoimune que
ataca bainha de mielina do SNP), essa transmissão
DESVIOS DO PH SANGUÍNEO é ineficiente, podendo comprometer a respiração.
O pH plasmático tem como valor de referência 7,4, Corticoides e imunossupressores podem ser
podendo variar de 7,35 a 7,45. utilizados como tratamento.
 pH < 7,4 : acidose  Miastenia grave: doença autoimune em que o
 pH > 7,4 : alcalose sistema imune ataca os receptores nicotínicos.
Essas variações de pH podem ser classificadas como  Enfisema pulmonar / asma: doença no
respiratória ou metabólica. parênquima pulmonar. Broncodilatadores podem
ser utilizados como tratamento.
ACIDOSE
No tratamento da acidose respiratória, pode também haver
ACIDOSE RESPIRATÓRIA uma compensação renal: os rins podem aumentar a
O pH plasmático está reduzido por causa de um distúrbio reabsorção de bicarbonato e a secreção de prótons.
respiratório, a hipoventilação. Hipoventilação é respirar
ACIDOSE METABÓLICA
menos que o normal. Com isso, ocorre menos entrada de
O2 e menos saída de CO2, que transforma-se em ácido É caracterizada pelo aumento de ácidos não voláteis
carbônico e dissocia-se em próton e bicarbonato, (portanto, não provindos da respiração: CO2) no plasma ou
acidificando o sangue. pela diminuição de bases.
Isso pode ocorrer por:
O ritmo da respiração é controlado pelo sistema nervoso  Ingestão de ácidos / fármaco com propriedades
(bulbo), que possui células que detectam a variação nos ácidas (aspirina)
níveis gasosos, de pH e de prótons. A partir de uma  Falha dos rins em secretar prótons ou sintetizar
mensagem do centro respiratório, os motoneurônios bicarbonato
inervam os órgãos respiratórios, contraindo-os e relaxando-  Aumento na produção de ácidos: cetoacidose
os. diabética
Portanto, distúrbios no centro respiratório (como uso de  Perda de bases: diarreia
drogas depressoras), redução na transmissão entre  Medicamentos (inibidores da anidrase carbônica –
neurônios motores e músculos respiratórios (por liberação acetalzolamida): a anidrase carbônica é
de acetilcolina) ou doenças pulmonares são responsáveis fundamental para a produção de bicarbonato
pela variação no pH, nesse caso, acidose. O tratamento da
acidose respiratória baseia-se na correção da Os tratamentos para a acidose metabólica são:
hipoventilação. compensação pulmonar (aumento da eliminação de CO2
pela hiperventilação) e compensação renal (aumento da
 Opioides: fentanil, morfina, heroína. Tem grande secreção de prótons e aumento da reabsorção / síntese de
ação nervosa pois os neurônios do centro bicarbonato).
respiratório possuem muitos receptores para essas
moléculas, que possuem mecanismo de ALCALOSES
transdução de sinal inibitório = diminuição do
potencial de ação desses neurônios = analgesia e ALCALOSE RESPIRATÓRIA
diminuição da frequência respiratória = diminui O aumento do pH é causado pela hiperventilação: o
liberação de CO2 = diminuição do pH por maior aumento na frequência respiratória gera aumento da
concentração desse gás no sangue. Um liberação de CO2. Ou seja, o equilíbrio tem que se deslocar
antagonista dos opioides pode resolver a acidose para a direita no sentido de formação desse gás e da água,
promovida, como a analoxona e analotrexona. consumindo, assim, prótons.
 Fenobarbital: usado no tratamento de epilepsia. A hiperventilação, por sua vez, pode ser causada por uma
Os barbitúricos se ligam nos receptores GABA-A, excitabilidade do SNC, como quando o paciente está
principais receptores inibitórios do SNC, ansioso.
inativando, em alta dose, os neurônios
respiratórios.
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ALCALOSE METABÓLICA
Pode ser causada por:
 Ingestão de compostos alcalinos
 Crises de vômito: a liberação do conteúdo ácido do
estômago aumenta o pH do sangue pois os
prótons lá presentes vão ser utilizados para formar
a secreção gástrica, restando bicarbonato no
sangue
 Alta concentração plasmática de bicarbonato

DIAGNÓSTICO
É realizado pela gasometria arterial, na qual são avaliados,
nessa ordem:
 pH: 7,35-7,45
 pCO2: 4,mmHg
 Concentração de bicarbonato no sangue arterial:
24mM
Deve-se primeiro avaliar o pH para definir o tipo (alcalose
ou acidose), depois deve-se definir a causa:

Após isso, deve-se avaliar se há ou não compensação


(parcial ou total) por algum dos órgãos.
Além disso, usa-se a história clínica do paciente para
realizar a classificação (respiratória, metabólica ou mista).

FERNANDA DE MIRANDA SCHMITZ


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