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USA ERA

Sabemos que os Estados Unidos brilham como potência socioeconômica e


dominam os Jogos Olímpicos, incluindo o futebol feminino, mas desde 1930 não
alcançam um desempenho significativo no futebol masculino, o principal esporte
global.

Os últimos desempenhos foram dentro do esperado para um país com pouco


investimento no esporte, os poucos amantes de futebol em solo norte-americano
não criavam expectativas com a seleção, pelo menos até 2016, quando surge na
Alemanha uma grande promessa, Christian Pulisic, jovem estado-unidense que
surge na base do Borussia Dortmund, grande time alemão.

Divulgação por: Fear the Wall

O início
Junto com a grande promessa, vem a candidatura oficial dos Estados Unidos para
sediar a Copa de 2026, um projeto, a longo prazo, se inicia. É verdade que em
2018 não tivemos o prazer de ver os EUA jogando na copa da Rússia, mas é o
pós copa, que começaríamos a ver uma seleção competitiva. Nomes da MLS
(Major League Soccer), maior competição de clubes dos Estados Unidos começa
a se transferir para o futebol europeu, ou algumas vezes, jovens norte-americanos
já surgem na base de clubes europeus, como foi o caso de Pulisic, Giovani
Reyna, Sergiño Dest e etc…

Mas, fato é, uma crescente de grandes promessas americanas aconteceu e segue


acontecendo no futebol mundial e isso os levou a 4 títulos desde a estreia do
jovem Pulisic no time principal, em 2017, a Copa Ouro da Concacaf é
conquistada após 4 anos, em 2019-20, a Liga das Nações da Concacaf é
conquistada pela 1° vez, marcando oficialmente uma nova era no futebol norte-
americano.

Esses dois títulos colocaram a geração de ouro no radar, mas ainda faltava algo.
E acompanhando de longe tudo isso, um nome forte ia surgindo na área técnica
do futebol, o treinador norte-americano, Jesse Marsch foi fazendo seu nome no
futebol europeu, em trabalhos frente aos times da Red Bull, o Salzburg e Leipzig
e depois, rumo à Inglaterra, no Leeds United.

Todo esse tempo foi necessário para que uma seleção completa de jogadores com
nível elevado se formasse. Em 2021, mesmo sem seus principais jogadores, os
Estados Unidos cravam seu nome na Copa do Mundo de 2022 e conquistam
novamente o título da Copa Ouro da Concacaf, além de garantir a vaga na
semifinal Liga das Nações da Concacaf (que acontece após a Copa do Mundo), o
projeto se inicia com muito sucesso.
Divulgação por: globoesporte
No pré copa, uma das grandes revelações do país, Giovani Reyna falou um pouco
sobre a expectativa para a Copa de 2022, mas já visando 2026, onde jogará na
sua casa;

- Ganhar a Copa do Mundo obviamente não é nada fácil. Há muito tempo até lá.
Temos que ver como as coisas se desenvolvem. Mas tenho certeza de que nossa
geração jovem agora estará no auge de suas carreiras. Acho que com os
torcedores em casa tudo é possível - disse o meia, de 21 anos, que atua no
Borussia Dortmund, ainda antes da Copa do Catar, em reportagem do jornal "The
Guardian".

Chegando ao Catar
A preparação para Copa foi bem-sucedida, com vitória sobre a futura 4° melhor
seleção do mundo, o Marrocos.
Era um bom elenco, o 2° mais jovem da competição com uma média de idade de
25,2 anos, sem muita casca e experiência, mas com muito talento e o resultado
foi o esperado, assim como a grande geração belga, a 1° copa da geração
americana foi uma surpresa positiva para todos, a vaga para as oitavas de final
veio com 2 empates e uma vitória, um ótimo futebol apresentado, neutralizando a
seleção inglesa de Harry Kane e ajude Bellingham, que chegariam as quartas de
final no futuro. Com a 10 nas costas, Pulisic levou o seu país as Oitavas de Final
contra uma seleção holandesa que vinha apresentando um “futebol feio”, mas
cascudo e infelizmente, o resultado foi negativo, apesar das reações pós jogo
serem de frustração para as pessoas que assistiram à partida, a força de Virgil
Van Dijk foi suficiente para parar as 17 finalizações americanas durante a partida
e os holandeses conseguiram a vaga para a próxima fase, vencendo por 3 a 1.

Divulgação por: ESPN BR

Para muitos, os EUA mereceram a classificação, mas isso virou passado para os
jogadores assim que o juíz apitou, o foco mudou, a preparação para jogar em casa
(Copa de 2026, que será sediada nos Estados Unidos) começou.
O pós copa é de foco para o melhor resultado do país em Copas do Mundo,
jogando em casa, com sua geração de ouro.
Após grande atuação, os Estados Unidos conseguem uma “contratação”, de uma
posição carente para o elenco. O jovem Florian Balogun, conseguiu a
naturalização para poder jogar pela seleção norte-americana, sensação no futebol
francês, o jovem que estava atuando pelo Stade de Reims, emprestado pelo
Arsenal, terminou a temporada da Ligue 1 com 21 gols, chamando atenção de
grandes equipes.

E finalmente, os Estados Unidos tinham um XI inicial de jogadores que atuam


nas 5 principais ligas do futebol mundial, logo para a final da Liga das Nações da
CONCACAF, em clássico contra o Canadá;

https://www.instagram.com/p/CtpoGIRvE-r/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

Esse é o melhor XI inicial da história do futebol para os Estados Unidos e o


resultado não poderia ser outro, título conquistado, com direito a gol da “nova
contratação”, Florian Balogun.

Fato é, a seleção tem casca, tem talento e tem vontade, vontade de dominar
também o futebol. Isso é possível, a evolução do futebol nos Estados Unidos não
ocorre só na seleção principal, mas também na base, na Copa do Mundo sub 20,
que o ocorreu recentemente, em junho de 2023, os USA chegaram à final,
levando o vice-campeonato, mostrando que estão prontos para se transformar em
uma potência.

Além da seleção, a liga de clubes local, a MLS vem ganhando muita força, após a
chegada de Lionel Messi ao Inter Miami, os recursos financeiros “foram para o
espaço”, a liga está ficando cada vez mais forte e mais vista por todos. E para
quem acompanha, sabe que antes mesmo da chegada do argentino em solo norte-
americano, o Seattle Sounders fez história se tornando o 1° time dos Estados
Unidos a disputar o Mundial de Clubes, após vencer a ConcaChampions, em
2022;

https://vm.tiktok.com/ZMj34j1bm/
Reprodução por: CONCACAF

Após a conquista da Liga das Nações da CONCACAF, o nível da seleção se


elevou tanto que, para a Copa Ouro, o treinador Gregg Berhalter convocou um
“time B”, o título não veio, sendo eliminado na semi final para o Panamá, mas o
destaque positivo foi a vitória frente ao Canadá, nas quartas de final.

Divulgação por: GOAL.com

Então um projeto a longo prazo vem acontecendo e dando resultado, a Copa do


Mundo de 2026 chega para colocar um ponto final, no início do projeto, chega
para consolidar o país, um título é improvável? Sim, mas eles vêm para
surpreender e tem nomes dentro de campo (Pulisic, Balogun, Reyna, Musah,
Weah e etc…) além de um grande treinador, esperando a sua chance (assim como
todos os torcedores), Jesse Marsch. Os Estados Unidos estão prontos para sair
apenas do basquete e futebol americano para tomar conta também do famoso
“soccer”.

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