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*Lição 1 | Com toda a humildade

Nossa utilidade — nosso cuidado com as almas — começa por nossa necessidade de
cuidado. Precisamos de Deus e precisamos de outras pessoas.
Nosso objetivo é a maturidade que vem pela dependência. Como um meio de pôr essa
humildade à prova, pedimos por oração. Isso contribuirá para uma cultura de igreja mais
unida e menos auto defensiva. Imagine um grupo interconectado de pessoas que confiam
umas nas outras. Você pode falar de sua dor, e alguém responde com compaixão e
oração. Você pode falar de suas alegrias, e alguém se alegra com você. Você pode até
mesmo pedir ajuda em sua luta contra o pecado, e alguém ora com você; oferece auxílio e
encorajamento a partir da Escritura; e permanece ao seu lado até que o pecado pareça
não mais estar em vantagem sobre você. Há franqueza, liberdade, amizade; os fardos são
compartilhados; dá-se e recebe-se sabedoria. Nada de conselhos banais. E Jesus está no
centro de tudo isso. Nós queremos mais disso. Quando viemos a Jesus, Ele nos perdoou e
nos lavou para que pudéssemos falar abertamente, sem vergonha; Ele nos amou para que
pudéssemos amá-lo e amar os outros livremente; e Ele nos deu sabedoria e poder de seu
Espírito para que pudéssemos ajudar uns aos outros, de modo a edificá-los e dar-lhes
esperança. Em honra a Ele e na força dEle, desejamos crescer até a estatura de um corpo
de Cristo maravilhosamente interdependente, sábio e amoroso — um corpo no qual
possamos ajudar uns aos outros nos tempos de dificuldade. O apóstolo Paulo faz da
humildade uma prioridade Em Efésios 3, Paulo realmente orou para que fôssemos esse
tipo de comunidade (vv. 14-21). Ele também nos ensinou como alcançar isso: Rogo-vos,
pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes
chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns
aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no
vínculo da paz (Ef 4.1-3).
Agostinho escreveu: “esse primeiro caminho [para a verdade] é a humildade; o segundo
caminho é a humildade; e o terceiro caminho é a humildade”.
Se a humildade não precede nossa sabedoria e auxílio, nossos esforços não têm sentido.
Ao que parece, Paulo concordaria com isso. A vida em Cristo começa com humildade. A
humildade simplesmente reconhece nossos muitos pecados e limitações e, então,
responde da seguinte forma: “Eu preciso de Jesus e preciso de outras pessoas”. Trata-se
de um belo pacote que inclui a confiança no controle de Deus, a certeza do perdão e do
amor do Senhor e uma franqueza que provém de descansar em Jesus, e não de ter de ser
alguma coisa. Acontece que o simples reconhecimento de nossas necessidades e
fraquezas abre as portas para a graça de Deus, na qual encontramos confiança, paz,
segurança, sabedoria, força e liberdade nele. A humildade conduz à oração. Esta é uma
maneira de pôr a humildade em ação: peça a alguém para orar por você. Deus
estabeleceu seu reino na terra de tal modo que nós temos de pedir ajuda. Nós pedimos
ajuda ao Senhor e também a outras pessoas. Até que o vejamos face a face, Deus opera
por meio de seu Espírito e de Seu povo. Isso apenas parece fácil. Uma coisa é pedir ajuda
ao Senhor. Mesmo que nossa fé seja especialmente fraca, temos ouvido que Ele acolhe e
ouve nossos clamores por socorro (Sl 62.8), de modo que estamos dispostos a arriscar um
pouco de franqueza diante dEle. Outra coisa muito diferente é pedir ajuda a um amigo.
Nosso orgulho nos impede de sermos vulneráveis. E o que é pior: se, alguma vez, você
confiou em alguém e recebeu comentários maldosos ou, no mínimo, nada encorajadores,
talvez tenha decidido imediatamente não deixar tal fato acontecer de novo — o que
significa que você guarda seus problemas para si mesmo. Essa estratégia auto defensiva
pode parecer eficaz no curto prazo. Não é, porém, a maneira como Deus nos criou para
que possamos agir uns com os outros, de sorte que isso fatalmente conduzirá à miséria, e
não à segurança. Em vez dessa estratégia, optamos por um caminho melhor. A seguir,
esboçamos o processo de como pedir por oração.
1. Identifique o problema em sua vida - Sempre temos um problema batendo à porta.
Em geral, a lista de problemas inclui dinheiro, trabalho, relacionamentos, saúde, além de
questões especificamente ligadas ao nosso conhecimento de Jesus e à forma de viver
para Ele e com Ele.
2. Conecte um problema específico à Escritura - Ao conectar seus problemas à
Escritura, você está ligando sua vida às promessas, graças e aos mandamentos de Deus.
É preciso tempo para desenvolver essa habilidade, em face da extensão das Escrituras,
mas você provavelmente conhece a essência do que Deus diz: “Às vezes é difícil para mim
até mesmo orar pelas dificuldades da minha vida. Você pode orar para que eu entenda –
profundamente, em meu coração – que Deus se importa comigo e me convida a derramar
o meu coração diante dele?” (Sl 62.8). “Estou doente há algum tempo e me inclino a ficar
tão desencorajado! Você pode orar para que eu seja capaz de correr para Jesus sempre
que me sentir particularmente desanimado?” (2Co 4.16-18). “Tenho sido ríspido com meu
cônjuge nas últimas semanas. Você pode orar para que eu viva com humildade e gentileza
à medida que tentamos conversar sobre assuntos difíceis?” (Ef 4.1) “Estou tão frustrado
com minha filha que meu desejo de ser respeitado tornou-se maior que meu desejo de ser
paciente e demonstrar-lhe bondade. Você pode orar por mim?” (1Co 13.4) “Ultimamente, o
gerente do meu departamento tem sido crítico e rude. Eu nem sei o que pensar sobre tudo
isso. Você pode me dar algumas ideias de como orar?” (Rm 12.18). Se não sabe como
orar, peça a outros que ajudem você a estabelecer conexão entre suas necessidades e a
Palavra de Deus. A vontade de Deus é que peçamos ajuda tanto a Ele como a outras
pessoas. Quando agimos assim, damos um passo importante para nos tornar aptos a
ajudar os outros, pois os melhores auxiliadores são os necessitados e humildes. E, ao
longo do caminho, abençoamos nossa comunidade e influenciamos os outros para que
também sejam necessitados, francos e vulneráveis.
Discussão e respostas
1. Alguma vez, você pediu a outra pessoa que orasse por você? Como isso terminou?
2. Pratique estabelecendo conexão entre suas necessidades e as promessas de Deus. Se
possível, identifique especificamente a passagem da Escritura, mas isso não é
indispensável para começar. Você pode praticar com suas próprias necessidades ou usar
as seguintes situações: • Problemas de saúde • Temores financeiros • Dificuldades de
relacionamento
3. De que maneiras você espera crescer para se tornar necessitado? A quem você poderia
pedir por oração?
4. Separem algum tempo para orar juntos.
*Fonte: Aconselhando uns aos outros, de Edward T. Welch

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