Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Antropologia Da Religião-Robson Stigar
Antropologia Da Religião-Robson Stigar
Robson Stigar
Introdução
Segundo a autora devemos estar atentos a natureza da religião, para melhor entende lá. A
sociedade e as pessoas empregam o termo “religião” de forma irregular, acabam usando este
termo para expor outras idéias, muitas vezes o senso comum permanece. O termo “religião” é por
demais amplo para ser definido na esfera do senso comum.
Dentro desta perspectiva a autora propõe que o estudo sobre a antropologia da religião
deva ser iniciado pela história da academia, ou seja, pelo estudo do discurso e do conceito que os
acadêmicos tem sobre a religião. A autora apresenta um breve histórico da antropologia, seu inicio
e suas influências pelo iluminismo e pelo filosofo Rosseau, cujo pensamento era guiado pelo uso
da razão. Novamente concordo com a autora, é necessário entendermos a historia da sociedade
para entendermos os seus desdobramentos culturais, sociais, políticos e outros.
Sem duvida o iluminismo é tido como o “carro chefe” das ciências na sociedade moderna,
onde conseguimos interligar e instrumentalizar o conhecimento, as informações e com isso
formalizar novos estudos e conceitos de cultura, sociedade, religião, tecnologia, entre outros. A
interação é fundamental segundo a autora para se moldar qualquer conceito, a antropologia da
religião nasce assim, da interação da cultura das civilizações, a fim de entender o mistério, o
místico de cada cultura, fatos estes originários da cultura humana.
A autora apresenta em seguida um pequeno panorama sobre os períodos formativo,
modernos e rebelde a fim de mostrar como a história da mentalidade, das civilizações, hoje
conhecida como história cultural influencio os conceitos da antropologia sobre a questão da religião
e da religiosidade, o que é muito importante para o seu entendimento enquanto ciência clássica em
busca de autonomia.
No período formativo temos os acadêmicos ligados a evolução social dos seres humanos,
neste período se começa a valorizar as culturas e tradições religiosas presentes no ser humano, se
trata de um olhar cultural, mas já antropológico devido ao uso da razão em sus interpretações. A
autora aponta que neste período a grande característica marcante foi o Darwinismo social, que
tinha como idéia que a sobrevivência dos seres humanos estava ligada diretamente a sua
sobrevivência do mais forte. Sobre esta idéia apresento e questiono se não foi neste período que
tivemos a penetração do capitalismo na sociedade e a partir deste momento o temos ate o
presente.
Não resta duvida que o darwinismo social foi e ainda é um paradigma para muitas
civilizações e também para a própria questão religiosa, mas este não foi o único fator a determinar
o surgimento da antropologia da religião. A autora expõe algumas idéias de Tylor, segundo o qual
tem o animismo foi a alavanca para a antropologia começar a estudar os fenômenos religiosos,
Tylor acredita também que o animismo foi a primeira grande teoria na história da humanidade,
buscava com isso a unidade psíquica da humanidade. No meu ponto de vista a autora foi bem
acadêmica ao citar essas teoria de Tylor, personagem principal e fundamental na antropologia.
Diante do período clássico a autora apresenta que temos que ter cuidado ao analisar a cultura
alheia, pois a nossa perspectiva por ser totalitária ou mesmo reducionista, segundo a autora temos
que ter cuidado para não julgar as outras teorias a partir da nossa perspectiva, principalmente com
as religiões primitivas junto ao estagio pré-religioso.
No período moderno a autora apresenta algumas idéias sobre o conceito de religião
relevantes para o entendimento antropológico da religião como a teoria de THROWER que
apresenta a religião como uma maneira codificada no qual o ser humano fala de si, de suas
esperanças, dos medos, teoria próxima e semelhante ao funcionalismo. Apresenta também a visão
de Durkheim sobre a religião, este por sua vez tinha como objetivo investigar as funções sociais da
religião, pois a tem a religião como um “fato social”, onde segundo o qual todo o ser humano
necessita de algum tipo de crença. Tais informações expostas pela autora são fundamentais para
o entendimento da importância da antropologia da religião face a diversidade e o pluralismo
existente nas diversas culturas.
No período rebelde temos a questão da tradução como protagonista, a autora enfatiza as
dificuldades diante da tradução, fato que traz inúmeros desencontros com as demais culturas
principalmente as culturas estrangeiras e a religião como um fato cultural não pode deixar de ser
investigado com o devido cuidado de não entrar em equívocos face ao fundamentalismo ou ao
dogmatismo religioso.
Não é uma tarefa fácil falar dos conceitos-chave da antropologia da religião uma vez que
cada um deles sta recheado de mistério, porem a autora apresenta alguns elementos centrais em
seu capitulo apontando como as pessoas expressam as suas crenças, os símbolos, os mitos, as
lendas, os folclores de cada cultura e ate mesmo o próprio gênero pode ser considerado como um
elemento chave para o entendimento da religião.
Geertz propõe para a religião uma abordagem simbolista, onde os símbolos estabelecem a
harmonia na vida e nas relações pessoais. A autora destaca ainda que esses símbolos precisam
ser contextualizados, assim sendo a religião precisa se entendida e vista em seu contexto
histórico-cultural.
Tal idéia é de extrema relevância, porem devemos ter cuidado para não sermos por
demais fundamentalista e esquecer o presente e com isto se alienar a uma crença que na
atualidade não faz o mesmo sentido que se fazia em outros tempos, assim a contextualização ao
meu ver deve ser um caminho de ida e de volta.
A autora destaca que face a atualidade e ao processo de globalização mais do que nunca
precisamos dar continuidade aos estudos de antropologia da religião, dado a violação das
fronteiras da privacidade das culturas e tradições religiosas. Assim percebemos que temos cada
mais presente a homogeneização e a dominação cultural, fato altamente criticado devido aos
conceitos ideológicos em favor da globalização.
A globalização acaba fazendo um pré-julgamento sob as culturas e tradições religiosas,
sendo cada vez mais comum generalizar a cultura a partir de um conceito único e universal. Assim
a globalização tende a trazer danos irreparáveis devido a cultura moderna ocidentalizada não
respeitar a diversidade.
Tal fato é inquestionável a autora mais uma vez tocou no cerne da questão em levantar a
importância do respeito sobre as demais culturas, denuncia com muita clareza o quanto a
globalização tende a ser perigosa para as culturas e religiões. Observamos assim novamente o
uso radical do poder e da dominação sobre o mais fraco, percebe-se com isso claramente que o
sistema capitalista também tem interesses na esfera religiosa.
Conclusão
Referências Bibliográficas