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GESTÃO DE ATIVOS

1
Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4

O QUE É GESTÃO DE ATIVOS? ............................................................ 6

SISTEMA DE GESTÃO DE ATIVOS NA INDÚSTRIA 4.0 ....................... 7

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA GESTÃO DE ATIVOS DE


AUTOMAÇÃO .................................................................................................... 8

O QUE MONITORAR PARA TER UMA GESTÃO DE ATIVOS


EFICIENTE?..................................................................................................... 10

PSV .................................................................................................... 10
Válvula de controle ............................................................................. 10
Válvula on-off ..................................................................................... 10
Malha de controle ............................................................................... 11
Malha de segurança ........................................................................... 11
Sistema de alarmes............................................................................ 11
QUANTIFICANDO OS BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO DE
ALARMES ........................................................................................................ 12

O QUE É UMA OTIMIZAÇÃO ATRAVÉS DO PROCESSO DE


GERENCIAMENTO DE ALARMES? ................................................................ 13

BENEFÍCIOS DA OTIMIZAÇÃO POR GERENCIAMENTO DE ALARMES


......................................................................................................................... 15

METODOLOGIA PARA CALCULAR OS BENEFÍCIOS DO


GERENCIAMENTO DE ALARMES .................................................................. 17

ESTUDO DE CASO: QUANTIFICANDO OS BENEFÍCIOS DO


GERENCIAMENTO DE ALARMES .................................................................. 18

Diminuição de situações de anormalidade ......................................... 19


Aumento do rendimento da planta ..................................................... 19
Diminuição de incidentes anormais .................................................... 20

1
Economia de material para reparo de equipamentos ......................... 20
GERENCIAMENTO DE ATIVOS NO SETOR SUCROENERGÉTICO .. 21

Funcionamento, aplicações, vantagens e arquiteturas de uso ........... 23


Funcionamento .................................................................................. 26
Implantação ........................................................................................ 27
Usina 4.0 ............................................................................................ 27
REFERENCIAS ..................................................................................... 29

2
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

Imagine se a gerência das indústrias tivesse acesso aos dados do chão


de fábrica para tomar melhores decisões? Os engenheiros com certeza vão
adorar tomar decisões que impactem diretamente no campo. Uma das formas é
através da gestão de ativos.

Em uma planta, existem milhares de equipamentos e instrumentos que


trabalham 24 horas por dia, sete dias na semana e o ano inteiro. Portanto a
quantidade de dados gerados é inimaginável. Utilizar isso a favor é uma das
tendências para o futuro da indústria 4.0.

Com o avanço da tecnologia da informação (TI) em conjunto da tecnologia


da automação (TA), hoje os equipamentos de controle e instrumentação estão
mais inteligentes. Eles deixaram de realizar apenas sua função primária para
também gerar muitos dados.

Esses dados são referentes ao estado dos ativos e são utilizados em


tomadas de decisões na manutenção, otimização de recursos e redução dos
custos dos ativos.

Com isso, entendemos que a manutenção industrial tem que ser cada vez
mais eficiente na gestão do ciclo de vida dos equipamentos industriais. É aqui
onde entra a gestão de ativos de automação, fazendo uma conexão em todo o
âmbito industrial.

Grandes players do mercado industrial já entenderam que fazer um


levantamento de informação e do histórico dos equipamentos permite evitar
muitos investimentos em manutenção. Além disso, o retorno na gestão de ativos
vale muito à pena.

Segundo o U.S. National Response Center, em refinarias custa


aproximadamente 50% mais para reparar ativos danificados do que se tivessem
sido ajustados anteriormente à falha.

Além disso, “a capacidade de produção da planta é perdida em até 5%


todo ano como resultado de paradas não programadas” (Asdza Nadleehe,

4
‘‘Engineering & Maintenance: Prevention Is Better Than Cure”, Oil & Gas IQ,
October 2011).

Para ter uma noção do quanto isso pode impactar na receita, falaremos
sobre isso no capitulo “Quantificando os benefícios do gerenciamento de
alarmes”. Apesar de alarmes serem apenas uma parte dos ativos, eles ainda
podem causar um grande impacto.

Desse modo, vamos compreender porque as indústrias estão procurando


cuidar melhor dos seus ativos.

 O que é
 Sistema de gestão de ativos na indústria 4.0
 Perspectivas para o futuro
 O que monitorar em uma planta industrial

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O QUE É GESTÃO DE ATIVOS?

Primeiramente, vamos esclarecer o que de fato é um ativo: “Um ativo se


caracteriza por qualquer objeto, de natureza tangível ou intangível, que
uma empresa consegue controlar.” A partir disso, alguns exemplos de ativos
em uma empresa são:

 Equipamentos de TI;
 Contratos;
 Equipamentos utilizados no processo de produção, caracterizando
o maquinário;
 Marcas;
 Ferramentas e materiais;
 Know-how.

Assim, podemos classificar a gestão de ativos de maneira geral.

Segundo a ISO 55000 e a ABRAMAN, Associação Brasileira de


Manutenção e Gestão de Ativos: “Gestão de Ativos (GA) é a atividade
coordenada de uma organização para produzir o valor dos ativos, que envolve
equilibrar os benefícios de custos, riscos, oportunidades e desempenhos.”

Dessa forma, a gestão de ativos refere-se a gestão de todo o ciclo de vida


de um ativo. Isto é, desde a sua aquisição, ou criação em caso de um ativo
virtual, até o seu descarte. Nesse sentido, na gestão deve ser considerado todo
o controle necessário para garantir o registro de detalhes e valores de um ativo.

“O objetivo da gestão de ativos é maximizar a diferença entre os


benefícios e os custos de um ativo durante todo o seu ciclo de vida.”

Com isso, iremos explorar mais a gestão de ativos de automação. Da


mesma maneira, vamos explorar também exemplos dessa área, como
equipamentos e maquinários.

Por exemplo, ao gerir o ciclo de vida de uma válvula, temos que nos
atentar desde o seu fornecimento como fornecedor, dados de fábrica, tempo
médio de manutenção, até o descarte ideal quando não funciona mais.

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Fonte: ROMANO, 2017

SISTEMA DE GESTÃO DE ATIVOS NA INDÚSTRIA 4.0

Depois de entender o exemplo de um único instrumento, imagine esse


processo em grande escala. Ou seja, o quão a indústria pode se beneficiar com
o gerenciamento de todos os seus ativos?

Certamente, é inviável gerir todos os ativos manualmente, por isso é


necessário um sistema de gestão de ativos. Ou seja, um software que consiga
automatizar todo o processo e se conectar com as diversas unidades
industriais (Internet das Coisas).

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É aqui onde acontece o link da gestão de ativos com a indústria 4.0. A
introdução da tecnologia da informação para otimização de processos na
indústria convencional é a aposta das grandes indústrias para aumentarem sua
competitividade no mercado.

Essa conexão de uma planta com um sistema de gerenciamento de ativos


inteligente traz grandes vantagens, como:

 Redução de paradas não programadas


 Redução de custos de inventário
 Redução nas paradas de produção
 Redução de defeitos em equipamentos
 Aumento de disponibilidade de planta
 Aumento da eficiência da manutenção
 Aumento da produtividade dos equipamentos

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA GESTÃO DE ATIVOS


DE AUTOMAÇÃO

Antes de falar do futuro da gestão de ativos, vamos entender como


funciona hoje nas indústrias. Atualmente nas indústrias, existem vários sistemas
diferentes, que servem para gerenciar ativos distintos.

Por exemplo, um dos sistemas é o de gerenciamento de alarmes. Assim,


como alarmes também são ativos, um sistema de gerenciamento de alarmes é
capaz de coletar todos os dados brutos de alarmes, minerar e transformá-los em
insights valiosos para tomadas de decisão.

Existem também sistemas de controle de processo que permitem


acompanhar os diversos processos da indústria e monitorá-los. Dessa maneira,
é garantido que estejam sempre com os parâmetros corretos, garantindo a
qualidade final do produto.

Alguns desses sistemas, do ponto de vista de automação, que devem ser


melhor integrados em um contexto industrial, são:

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 Sistema de gerenciamento de alarmes
 Sistema de gerenciamento de malhas de controle
 Sistema de Manutenção
 Sistemas de gestão de instrumentos

Em uma perspectiva do futuro da gestão de ativos nas indústrias, o ideal


é que se tenha um único sistema que seja capaz de gerenciar todos os ativos.
Bem como, que esses sistemas sejam melhor interconectados, permitindo uma
gestão mais centralizada, diferentemente de hoje que se tem vários sistemas
para diferentes ativos.

Por isso, a vantagem de controlar todos os ativos em um único sistema é


a facilidade de uso que isso traz. Com todas as informações em um único lugar,
cruzar essas informações traria novas visões que jamais poderiam ter sido
imaginadas.

Em síntese, os benefícios diretos da implantação e disseminação da


cultura de gestão de ativos são:

1. Permitir manutenção preditiva baseado em dados


2. Melhorar confiabilidade da planta
3. Aumentar segurança do processo

É justamente nesse ponto onde está a inovação, pois trabalhando em


áreas que nunca foram trabalhadas antes existe um enorme potencial de
crescimento. Portanto, esse sistema global de gestão de ativos fará com que as
empresas tenham um grande salto.

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O QUE MONITORAR PARA TER UMA GESTÃO DE ATIVOS
EFICIENTE?

Essa pergunta ainda não tem uma resposta definida e clara. Mas, de
maneira geral, devemos monitorar o ciclo de vida e, principalmente, a demanda
de cada ativo para poder tirar proveito desses dados.

Em seguida, listamos algumas informações interessantes de monitorar


em ativos típicos de automação:

PSV
As PSVs são válvulas mecânicas de alívio de pressão. São acionadas
quando temos uma sobrepressão no equipamento que esta visa proteger.

Como são válvulas puramente mecânicas, geralmente não são


instrumentadas. Por consequência, torna-se mais complexo a detecção de suas
demandas.

Então, para esse ativo, é importante monitorar toda vez que a válvula é
demandada. Isso é feito através de inferência por meio do comportamento da
pressão do equipamento monitorado.

Válvula de controle
As válvulas de controle têm a função de permitir a atuação para o controle
regulatório. Nesse ativo, é importante monitorar se há agarramento na válvula,
se está subdimensionada ou superdimensionada. Além disso, é importante estar
atento à posição média e outros relacionados.

Válvula on-off
Válvulas on-off só possuem dois estados possíveis: ligado e desligado.
Dessa forma, são válvulas utilizadas geralmente para controle on-off ou mesmo
para ativação de intertravamentos. Nesse tipo de ativo, é importante monitorar
todas suas movimentações, tempo de movimentação, falhas na demanda, falhas
espúrias, etc.

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Malha de controle
A malha de controle pode ser também considerada como um ativo. Ela é
responsável pelo controle regulatório da planta.

Então, é importante monitorar número total de malhas em manual,


quantidade de mudança de set-point quando em automático. Além disso, é
necessário verificar a quantidade de atuação no elemento final, quando em
manual, percentual do tempo em manual, etc.

Malha de segurança
Analogamente a malha de controle, podemos monitorar também o
comportamento do ativo malha de segurança. As malhas de segurança são
responsáveis pelo constante monitoramento de desvios do processo.

Caso alguma situação anormal, não tratada pelas camadas anteriores de


segurança, seja detectada, a malha de segurança atuará na planta, de forma a
levá-la para um estado seguro (normalmente desligará a planta ou parte dela).

Nesse tipo de ativo, é importante monitorar todas as demandas da malha


de segurança. Além disso, classificar se o trip foi causado por problemas de fato
de anormalidade da variável monitorada (trip real) ou por alguma falha em algum
dos componentes dos sistemas que compõem a malha (trip espúrio).

Sendo assim, é importante também manter registrado o tempo de cada


trip, sua classificação, tempo entre alarme de pré-trip e trip, etc.

Sistema de alarmes
O sistema de alarme também é um ativo de automação. Assim como os
demais ativos, é importante monitorar o desempenho desse ativo.

Para monitorar o desempenho do sistema de alarmes, normalmente


recorremos às normas ISA 18.2 e EEMUA 191 que já estabeleceram regra
claras para monitorá-los.

Dessa forma, indicadores como número médio de alarmes por hora por
operador, distribuição de prioridade, quantidade de avalanches de alarmes, são
exemplos de KPIs que devem ser mensurados e acompanhados.

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Assim, é sabido que normalmente esses dados já existem armazenados
nas plantas industriais, por exemplo, através do registro dos dados em
historiadores de processo ou sistema de supervisão.

No entanto, normalmente são dados crus, necessitando de


processamento para ter sentido. Além disso, é comum essas informações
estarem fragmentadas em vários sistemas.

Dessa maneira, o papel do sistema de gestão de ativos, é consolidar,


organizar e disponibilizar essas informações. Isso é feito através de uma
ferramenta focada, simples de interagir e que possua todos essas informações
de maneira estruturada, com apresentações simples através de relatórios e
dashboards de acompanhamento.

QUANTIFICANDO OS BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO


DE ALARMES

O avanço da tecnologia que trouxe os vários benefícios do gerenciamento


de alarmes, também foi responsável por dar início aos problemas que alertaram
para o estudo dessa prática.

Esse avanço permitiu que alarmes fossem configurados com muita


facilidade. Como resultado, configuraram uma quantidade tão grande de alarmes
que os operadores não conseguem mais suportar.

Tendo isso em vista, seria questão de tempo até um grande incidente


ocorrer. Pois muitos alarmes sinalizando ao mesmo tempo e sem
acompanhamento acabou gerando uma descredibilidade dos sistemas de
alarmes.

Desde o grande incidente de Milford Haven, o mundo industrial passou a


se preocupar cada vez mais com o estudo sobre gerenciamento de alarmes, já
que um dos pontos críticos do acidente foi justamente a sobrecarga de alarmes.

Por isso, além do estudo sobre gerenciamento de alarmes que resultou


em normas e práticas, documentadas na ISA 18.2 e EEMUA 191, também

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surgiram sistemas de gerenciamento de alarmes que auxiliam no
acompanhamento desse processo.

Sendo assim, o objetivo do estudo é evitar a sobrecarga de alarmes,


alarmes incômodos e reduzir o excesso de informações que o operador recebe.

Ao final, os benefícios do gerenciamento de alarmes são de melhoria na


segurança da planta, aumento da eficiência operacional e redução de custos no
processo. Porém, é muito comum as indústrias possuírem grande dificuldade em
quantificar esses benefícios.

Desse modo, o objetivo deste capitulo é auxiliar a suprir essa dificuldade.


Aqui nós vamos apresentar uma metodologia de como você pode quantificar os
benefícios do gerenciamento de alarmes na sua indústria.

Essa metodologia é utilizada depois que você já possui o processo de


gerenciamento de alarmes implementado. Pode ser utilizada tanto para quem
está implementando agora ou já possui há algum tempo.

Ao final, apresentaremos um exemplo para que vocês tenham uma noção


do quanto os benefícios do gerenciamento de alarmes em escala industrial são
de grande valor.

O QUE É UMA OTIMIZAÇÃO ATRAVÉS DO PROCESSO DE


GERENCIAMENTO DE ALARMES?

A otimização através da implementação de um processo de


gerenciamento de alarmes é uma combinação de processos de trabalho e
tecnologias de software. O gerenciamento de alarmes não é um projeto único,
mas um processo contínuo.

A figura abaixo representa o processo completo de gerenciamento de


alarmes, conforme a norma ISA 18.2.

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Figura 1: Processo completo de gerenciamento de alarmes. Fonte: ROMANO, 2017

Assim sendo, a realização de todas essas etapas em conjunto com


ferramentas/softwares permite a otimização do processo. Por exemplo, existem
sistemas de gerenciamento de alarmes que auxiliam a mensurar e acompanhar
o desempenho do sistema de alarmes.

Isso ocorre através de softwares para análise de dados de alarmes. Eles


geram automaticamente relatórios dos KPIs, fornecendo informações precisas
da situação do desempenho do sistema de alarmes em tempo real.

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BENEFÍCIOS DA OTIMIZAÇÃO POR GERENCIAMENTO DE
ALARMES

Agora que entendemos como funciona o processo de otimização, vamos


estudar os benefícios do gerenciamento de alarmes. Neste tópico vamos tomar
como referência um estudo realizado pela Honeywell.

A Honeywell comparou a quantidade de alarmes e a sua distribuição por


prioridade antes e depois da implementação do processo de gerenciamento de
alarmes. A imagem abaixo apresenta a comparação entre o antes e depois da
implementação.

Figura 2: Fonte: HONEYWELL, 2017

Os gráficos são exatamente contrários, não são? A diferença é muito


grande. Antes não existiam alertas e a maioria era de prioridade alta ou crítica.
Após a implementação as prioridades se invertem, sendo a maioria dos alarmes
caracterizados como alertas.

Portanto, fica claro que a maioria dos alarmes sendo de categoria alta ou
crítica, o operador fica incapaz de tomar ações precisas. Pois, tratando-se da
maioria de mesma prioridade, pode acontecer de um alarme crítico passar
despercebido e causar grandes impactos negativos.

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Outro fator importante é que, após a implementação, a maioria dos
alarmes passaram a ser alertas. Ou seja, a maioria dos alarmes não eram
alarmes industriais. Por isso, tenha certeza que seus alarmes são
realmente alarmes industriais.

Este gráfico é a consequência principal da implementação do processo de


gerenciamento de alarmes. Esta mudança é a base dos benefícios do
gerenciamento de alarmes.

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METODOLOGIA PARA CALCULAR OS BENEFÍCIOS DO
GERENCIAMENTO DE ALARMES

A maioria das indústrias possui dificuldades neste tópico. Como


quantificar os benefícios do gerenciamento de alarmes? Com isso, a Honeywell
apresenta um passo a passo para determinar os benefícios do gerenciamento
de alarmes após implementação.

As etapas são:

1- Estimar o custo de vários eventos/tipos de alarmes e níveis.

Por exemplo: Se a vedação de um compressor excede um limite alto de


temperatura cinco vezes, a vedação irá falhar e resultar no desligamento do
compressor. Qual o custo da ocorrência desse evento?

2- Estimar a frequência dos eventos.

3- Calcular o custo anual associado com alarmes perdidos que foram


excedidos, multiplicando o custo de cada evento pela frequência dos eventos.

4- Estimar quanto a produção da planta pode aumentar se os alarmes


forem melhor gerenciados e a planta funcionar mais próxima da sua real
capacidade, ao invés de funcionar com vários fatores de segurança criados pela
limitação dos alarmes.

5- Implementar um processo de gerenciamento de alarmes e rodar por


seis meses.

6- Documentar a redução atual na frequência dos eventos durante seis


meses com um processo de gerenciamento de alarmes.

7- Documentar o aumento atual na produção da planta e comparar com a


produção antes de implementar o processo de gerenciamento de alarmes.

8- Estimar o aumento nos lucros associados com as etapas 6 e 7.

Além dessa metodologia, existe outra opção para determinar os


benefícios do gerenciamento de alarmes. Revise os relatórios de incidentes nos

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últimos anos, identifique aqueles relacionados à alarmes e calcule o total perdido
dos eventos.

Como a implementação do processo reduz os incidentes com alarmes,


esse valor total das perdas de anos anteriores deixará de ser gasto em situações
futuras. Dessa forma, a indústria reduz os seus custos com incidentes e passa a
ter um lucro maior.

Entre as indústrias que realizaram esse processo, todas concordaram que


os benefícios gerados compensaram o retorno sobre o investimento. Os
principais resultados documentados foram:

 Redução na quantidade de paradas não programadas.


 Aumento na produção da planta.
 Redução na frequência de alarmes de emergência.

ESTUDO DE CASO: QUANTIFICANDO OS BENEFÍCIOS DO


GERENCIAMENTO DE ALARMES

Deu para entender bem como funciona a metodologia para quantificar os


benefícios do gerenciamento de alarmes? Vamos apresentar um estudo de caso
da Honeywell que representa o benefício anual de uma refinaria que produz
100.000 barris/dia.

Os principais benefícios econômicos são divididos em quatro categorias:

 Diminuição de situações anormais.


 Aumento na produção da planta.
 Redução de incidentes anormais
 Economia de material para reparo de equipamentos

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Diminuição de situações de anormalidade
O estudo da Honeywell apresenta que após a implementação do
gerenciamento de alarmes, foi observado uma redução média de 30% no
número de paradas não programadas em unidades industriais.

Essa redução ocorre em virtude da maior facilidade dos operadores em


identificar as anormalidades de maneira mais rápida e precisa. Isso evita que
sistemas automáticos de segurança intervenham na planta, causando sua
parada por segurança.

Levando em consideração que o barril do petróleo na época (16/08/2017)


estava cerca de U$ 46,80, então uma produção de 100.000 barris/dia resultava
em um faturamento de U$ 4,68 milhões/dia.

Com uma base de cálculo de que em 365 dias, 4 dias são de paradas não
programadas, uma redução de 30% no tempo total de paradas não programadas
resultaria em um lucro anual de U$ 5,62 milhões.

Ou seja, em 4 dias de paradas não programadas, existiria uma perda


financeira de 4 x U$ 4,68 milhões = U$ 18,78 milhões/ano. Então uma redução
de 30%, geraria um lucro anual de 0,30 x U$ 18,78 milhões = U$ 5,62
milhões/ano.

Com a cotação do dólar em 1 U$ = R$ 3,15 (2017), tem-se um lucro anual


total de R$ 17,7 milhões/ano.

Aumento do rendimento da planta


A Honeywell realizou uma pesquisa nas indústrias em que o
gerenciamento de alarmes estava em atividade. Os operadores relataram se
sentirem mais confiantes para fazer com que a refinaria operasse mais próximo
do limite de restrição. Pois, passaram a ter um sistema de alarme de alta
credibilidade.

Utilizando o mesmo faturamento (já transformado para real) de R$ 14,74


milhões/dia e considerando que o rendimento da planta aumenta apenas 0,2%,
isso resulta em um lucro anual de R$ 10,76 milhões/ano.

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O valor de 0,2% representa o número médio observado pelo estudo da
Honeywell que a produção aumentou.

Diminuição de incidentes anormais


Quando erros humanos causam incidentes anormais, manutenção não
planejada é requerida e toda manutenção gera custos. Dessa forma, é possível
reduzir esses custos em virtude da diminuição de incidentes.

Portanto, levando em consideração uma planta que tem orçamento anual


de manutenção de R$ 138,6 milhões/ano, uma redução de 1% no orçamento em
virtude da menor quantidade de incidentes gera uma economia de R$ 1,386
milhões/ano.

Economia de material para reparo de equipamentos


Quando esses incidentes ocorrem, também são necessários
equipamentos para realização da manutenção. Por sua vez, eles possuem um
certo custo para serem adquiridos. Portanto, com a evidente diminuição de
incidentes também é possível economizar em cima destes custos.

Levando em consideração que o orçamento anual de custos com


materiais é de R$ 69,3 milhões/ano, a redução em 1% desse orçamento gera
um lucro de R$ 693.000,00 em virtude da menor quantidade de materiais por ter
menos incidentes.

Vale lembrar que todos esses números foram obtidos por observação em
uma refinaria de petróleo com produção de 100.000 barris/dia. A tabela abaixo
apresenta um resumo da economia do estudo de caso.

Isto posto, observamos que dependendo do tamanho da indústria a


economia pode chegar até a R$ 30, 539 milhões/ano.

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GERENCIAMENTO DE ATIVOS NO SETOR
SUCROENERGÉTICO

A manutenção de uma planta gerencia toda a intervenção e o custo do


ciclo de vida do ativo de produção em uma indústria sucroenergética. E ao longo
dos anos, diversas ferramentas evoluíram para dar apoio as ações gerenciais e
de operação. Não querendo esgotar o assunto e não entrando nas técnicas de
gestão da manutenção, podemos dizer que uma manutenção moderna é
trabalhada orientada na confiabilidade, onde através da análise das variáveis
dos equipamentos podemos definir se há ou não necessidade de efetuar uma
manutenção e o que é preciso fazer, levando assim, as informações de
procedimentos diretamente aos técnicos de manutenção.

Quando temos associado as informações do processo em tempo real


junto ao ativo, podemos modelar e programar ações inteligentes de intervenção
e otimização do processo, passando a gerenciar a manutenção baseada em
eventos e obter, como resultado final, uma manutenção proativa, pontual e
customizada, extraindo o máximo do ativo com baixo custo e alta disponibilidade.

Neste texto, a intenção é mostrar como as tecnologias de redes de


comunicação industrial permitem elaborar arquiteturas de automação que
entregam informações do ativo, que tem como objetivo final obter uma
manutenção mais inteligente e preparada para a nova realidade das indústrias
sucroenergéticas.

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Figura 3 – Evolução da Manutenção

O gerenciamento de ativos nas usinas de açúcar, etanol e energia elétrica,


sob o aspecto automação industrial, está relacionado diretamente a coletar
informações de dispositivos inteligentes de campo. Estes dispositivos
inteligentes de campo, através de redes industriais tais como Profibus, Profinet e
outros protocolos que permitem a leitura de variáveis dos equipamentos em
tempo real, fornecem informações sobre o uso, seu status, sua utilização e seus
acessos.

Com a tecnologia das redes industriais e seus respectivos protocolos, é


possível gerenciar manutenção de válvulas, fazendo assinaturas (registros) no
início de safra e ao longo da produção, ir analisando o seu comportamento e, ao
final do período, determinar se é ou não necessário abri-la para fazer
manutenção.

Figura 4 – O que é um Ativo

Neste mesmo formato, podemos analisar variáveis de motores através de


dispositivos de partida inteligente direto por softstarters e por inversores, que se
comunicam diretamente com o sistema de controle, enviando informações para
a manutenção. Neste arranjo, utilizando softwares que coletam estes dados, é
possível, por exemplo, armazená-los em um banco de dados para análise e
tomada de decisões de manutenção e centros de custos. Isso permite fazer uma
análise em tempo real do ciclo de vida dos dispositivos de comando e controle
da planta sucroenergética.

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Ademais, também podemos, com esta tecnologia, acessar dispositivos e
mudar parâmetros, com objetivo de otimizar o processo, uma vez que a
ferramenta permite mudar as variáveis em tempo real, extraindo do equipamento
o máximo de performance.

Estamos evoluindo nas redes. Já é comum dispositivos comunicando em


redes Ethernet Industrial e agora com Wireless. Seguindo este mesmo conceito,
temos na rede industrial a informações necessárias para uma manutenção de
confiabilidade e baseada em eventos, limitada apenas pela capacidade de
fornecer informações dos equipamentos e o arranjo da rede de informação que
está conectada a usina.

Figura 5 – Tecnologia de Comunicação

Funcionamento, aplicações, vantagens e arquiteturas de


uso
A manutenção tem que ser cada vez mais eficaz na gestão do ciclo de
vida dos equipamentos industriais e, para isso, a automação industrial passou a
ter um papel de destaque cada vez mais importante no âmbito industrial.

Com o grande avanço tecnológico da TI (Tecnologia da Informação) e da


TO (Tecnologia de Operação), hoje temos equipamentos de instrumentação e
controle cada vez mais inteligentes, não só desempenhando suas funções
primárias, mas também entregando inteligência ao processo, resultando em

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tomadas de decisões na manutenção mais pontuais, otimizando recursos e
reduzindo os custos dos ativos.

Figura 6 – Funcionamento da Aquisição de Dados

Ao longo dos anos a gestão da manutenção passou por diversas fases


tecnológicas. Se voltarmos a história, no final da década de 70 e 80, tínhamos
as fichas dos equipamentos muitas vezes colocadas em arquivos de papel para
o controle dos técnicos de manutenção. Com o avanço da TI, os computadores
foram colocados à disposição da gestão industrial, transformando as fichas de
papel em informações digitais, porém ainda tínhamos que dar entrada manual
de dados, das informações do ativo, tempo de uso, troca de peças e situação
encontrada ou reparada.

Com a instrumentação inteligente, isto é, com o uso das redes industriais


de campo, os instrumentos passaram a ser ativos, usando o recurso da
eletrônica e a rede, podendo estar conectados a sistemas de gestão de ativos,
onde os dados são coletados automaticamente e analisados através de
modelos, dando aos técnicos todas as informações e conhecimento do ativo
necessário à efetivação ou não de reparos e antecipando quebras previstas
(Figura 3).

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Figura 7 – Arquitetura típica de Gestão de Ativos

No caso, o ativo é todo e qualquer equipamento responsável pela medição


e controle dos processos industriais, tanto o hardware quanto o software,
passando por toda a infraestrutura da planta (Figura 4). Os desafios da
manutenção dos ativos são diversos:

 Reduzir custos de manutenção;


 Reduzir paradas não programadas;
 Diagnosticar problemas de forma proativa;
 Disparar O.S. pelo sistema de TI integrado;
 E diminuir o tempo de retomada de processos.

Figura 8 – Diagnóstico de Gestão de Ativos

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Os benefícios com a implantação de um sistema de gerenciamento de
ativos inteligente em uma planta industrial trariam a redução de paradas não
programadas; a redução de custos de inventário; a redução nas paradas de
produção; a redução de defeitos em equipamentos; o aumento de
disponibilidade de planta; o aumento da eficiência da manutenção; e, por fim, o
aumento da produtividade dos equipamentos.

A tecnologia hoje empregada para gerenciamento de ativos em planta é


o uso de redes industriais, utilizando-se protocolos
como Profibus, Profinet, Foundation, entre outros, conectados a uma
infraestrutura que permita a comunicação com um sistema que gerencia este
ativo e se conecta a área de manutenção industrial (Figura 5).

Figura 9 – Solução para gerenciamento de ativos em usinas


sucroenergéticas

Funcionamento
O sistema de gerenciamento de ativos funciona de forma automática. Em
uma infraestrutura preparada, o sistema coleta dados em tempo real de forma
acíclica na rede, podendo, por exemplo, fazer testes de assinatura de válvulas,
saber a quantidade de partidas de uma softstarter, sobrecargas, mau
posicionamento de posicionadores, entre outros, entregando rapidamente os
pontos críticos para manutenção (Figura 6).

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Há diversas funções que um gerenciamento de ativos pode desempenhar,
desde uma análise online na rede, no local ou via web, até otimizar processos
conhecendo as variáveis analisadas, passando por gerenciamento de mudanças
e recuperação de desastres (Figura 7).

Implantação
A implantação de um sistema de gerenciamento de ativos passa por
algumas etapas, podemos descrever de forma simplificada os principais passos:

 Definição dos objetivos do gerenciamento de ativos;


 Priorização de ativos – central de despesas;
 Modelagem de gestão de cada ativo (criticidade);
 Indicadores de desempenho para análise;
 Projeto de infraestrutura e implantação;
 Medição, coleta, gravação e análise;
 Plano de ação – procedimento padrão.

As tendências em gerenciamento de ativos na automação passam por


uma evolução nas aplicações dos sistemas de segurança (SIS), que já são uma
realidade, elevando os níveis de segurança das redes sem fio Wireless para
automação industrial e facilitando a coleta de dados para manutenção.

Entendendo que as informações de ativo são especialmente utilizadas


para a manutenção e gerenciamento do ciclo de vida dos equipamentos,
podemos disponibilizar todas estas informações via Cloud (Nuvem) – dados
disponíveis na internet – permitindo que a informação esteja onipresente na
planta sucroenergética, trocando informações com os profissionais envolvidos
na manutenção e diminuindo o tempo de reação a qualquer situação que possa
vir a ocorrer (Figura 8).

Usina 4.0
O sistema por EDDL (Electronic Device Description Language) ou FDT
(Field Device Tool) é um gerenciador de ativos que coleta dados online dos
equipamentos de rede, gera “regras” e se conecta ao sistema de manutenção.
Com essa solução é possível enviar dados para internet, gerando relatório de
manutenção e alarmes de eventos.

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A figura 9 mostra a aplicação desta solução em usina sucroenergética que
possui três controladores em rede, controlando seis setores em um centro de
operações (COI). Não são todos os ativos que devem (ou deveriam) ser
gerenciados. Essa técnica deve ser usada na razão 80/20, onde 20% dos ativos
correspondem a 80% dos custos de manutenção.

Estamos vivendo a transição da 3ª para a 4ª Revolução Industrial, que na


prática será a conexão das informações, pessoas e máquinas na Internet
Industrial, através de tecnologias como IIoT, Big Data, Cloud, IA, entre outras, a
chamada Indústria 4.0.

O impacto será uma grande mudança na forma de produzir e consumir


produtos industriais com um alto grau de escala, eficiência, personalização e
sustentabilidade. Trazendo estes conceitos para a setor sucroenergético,
podemos cunhar a ideia de uma unidade toda conectada, o que chamaríamos
de Usina 4.0.

Concluímos que, na competitividade industrial o gerenciamento de ativos


é sensível à gestão dos custos, tanto produtivos quanto de manutenção,
podendo diferenciar as melhores margens de operações produtivas no setor
industrial das usinas, entregando vantagem competitiva.

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REFERENCIAS

REVISTARPANEWS. Tecnologia Industrial – Gerenciamento de


ativos no setor sucroenergético. Disponível em:
https://revistarpanews.com.br/tecnologia-industrial-gerenciamento-de-ativos-no-
setor-sucroenergetico/. Acesso em: 9 set. 2020.

ROMANO. Descubra o que é gestão de ativos, porque essa é a grande


tendência para o futuro e como começar na sua indústria. Disponível em:
https://www.logiquesistemas.com.br/blog/gestao-de-ativos/. Acesso em: 8 set.
2020.

ROMANO. Aprenda como quantificar os benefícios do


gerenciamento de alarmes na sua indústria. Disponível em:
https://www.logiquesistemas.com.br/blog/beneficios-do-gerenciamento-de-
alarmes/. Acesso em: 8 set. 2020

HIRSCHMAN, A. The Strategy of Economic Development. Yale.


University Press, 1958.

KAGAN, n. Et al. Redes elétricas inteligentes no Brasil: análise de


custos e benefícios de um plano nacional de implantação. Rio de Janeiro:
Sinergia: Abradee; Brasília: Aneel, 2013.

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