Você está na página 1de 2
ESTRUTURA ORTODOXA DO TEXTO DISSERTATIVO (VARIACAO ENEM) PARAGRAFO UM (INTRODUCAO): + APRESENTACAO DO TEMA = CITAGAO PARA CONTEXTUALIZAR 0 TEMA + TESE PARAGRAFOS DOIS E TRES (DESENVOLVIMENTO) + ARGUMENTO QUE ESTA LIGADO A TESE + JUSTIFICATIVA COM USO DE CITACAO PARA APOIAR/EXPLICAR A ESCOLHA DO ARGUMENTO + FECHAMENTO DO PARAGRAFO. PARAGRAFO QUATRO (CONCLUSAO} ~ PEQUENA SINTESE DE UMA LINHA PARA RESUMIR/CONTEXTUALIZAR O QUE FO! DEBATIDO _ - = PROPOSTA DE INTERVENCAO COM CINCO ITENS (AGENTE, ACAO, MODO/MEIO, EFEITO, DETALHAMENTO DA ACAO OU MODO/MEIO). No Brasil, o Artigo1° da Constituicéo Federal de 1988 delibera a garantia da cidadania e da integridade da pessoa humana come fundamento para a inctituieao do Estado Democratica de Direito, no qual deve-se assegurar o bem-estar coletivo. No entanto, hodiernamente, no hé 0 cumprimento efetivo dessa premissa para a totalidade dos cidadios, haja vista os empecilhos no que tange a valorizagio de comunidades e poves tradicionais no pals, Nesse viés, torna-se ‘essencial analisar duas vertentes relacionadas a problemética: a inferiorizagio desses grupos bem como a perspectiva, domercado nacional. ‘Sob esse prisma, é primordial destacar a discriminago contra esses individuos no Brasil. Nesse sentido, de acordo com 0 socidiego canadense Erving Goffman, 0 estigma caracteriza-se por alribuios profundamente depreciativos estabelecidos pelo meio social. Nesse contexte, observa-se a maneira como os poves tradicionais, a ‘exemplo dos quilombolas © dos ciganos, sofrem a estigmatizacao na sociedade brasileira, pols Séo, muitas vezes, considerados sujeitos sem utilidade para 0 crescimento econémico do pais, uma vez que as praticas de subsisténcia séo comuns nessas comunidades. Dessa forma, ocoire a marginalizagao desses grupos, fato o qual os distancia da valorizacao no pais. Outrossim, é relevante ressaltar a perspectva mercadolégica brasileira como fator agravante dessa realidade. Nessa conjuntura, segundo a obra *O Capital”, escrita pelos filésofos economistas Karl Marx e Friedrich Engels, 0 capitalsmo prioriza a lucratividade em detrimento de valores. Nesse cenario, diversas empresas, no Brasil, festruturadas em base capitalista, atiam a partir de mecanismos de financiamento © apoio as legislages que incentivam a exploragao de terrtérios ambientais habitados por povos tradicionais, como a regio amazénica, sem levar em consideracko a defesa da sociobiodiversidade nessas comunidades. Desse modo, hi a manutengao de ages ‘as quais visam somente ao lucro no mercado corporativo e so coniventes com processos de aproptiacao bem como de desvalorizagio dos nichos sociaie de populagdee tradicionais no pais. Portanto, so necessérias intervencdes cavazes de fomentar a valorizacdo desses individuos na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Educacdo promover a mudanga das concep¢Ses disciiminatérias contra as ‘comunidades tradicionais, por meio da realizacao de palestras periddicas nas escolas, ministradas por socidlogos ‘anwopdlogos, as quals consclentizem os sujeltos acerca da importancla desses povos para o pals, a flm de minimizar © preconceito nesse Ambito. Além disso, 6 dever do Ministério da Economiaimpor sangGes as empresas que explorem 0s terntérios habitados por essas comunidades, com o intulto de desestimular tals agoes. A pair dessas medidas, a desvalorizagio das populagées tadicionais poderd ser superada no Brasil. (© poema “Etro de Portugués”, do escritor modemista Oswald de Andrade, revata 0 processo de aculturagao dos indigenas durante a colonizagio do’ Brasil. Atalmente, no pais, anda oxistem indmoros desafios para a valorizagto de comunidades e povos tradicionais devido, sobretudo, a ineficiéncia estatal hist6rica em assistir esses individuos ¢ a0 ‘desconhecimento, por parte da populacio, sobre a diversidade e a importancia desses grupos. neces satio destacar, de inicio, o descaso do Poder Publico em assegurar, de maneira efetiva, os direitos fundamentals as comunidades tradicionais. De fato, o Estado, historicamente, negligenciou a protecdo de organizagées sociais distintas, tais, ‘quais ciganos, quilombolas e indigenas e, muitas vezes, legitimou a dissoluedo da cultura desses povos, prova disso fol, durante o perfodo de Ditadura Militar, a adoco de uma poltica assinilacionista, isto é, de integraco dos poves nativos aos ‘costumes da sociedade ciadina como tentativa de extingulr dewrminadas tradi¢oes. Dessa forma, as populagoes tradicionals sii desvalorizadas e, nio raro, ndo reconhecidas pelo Governo, conjuntura que impossibilita seu pleno exercicio de dignidade, tendo em vista a dificuldade de acesso a direitos socials imprescindlvels para seu ben-estar e para a perpetuacao de seus saberes ao longo das gerardes, necessarios para a manutengao de uma identidade coletiva associada ao reconhecimento de Sus ancestralidade. ‘Além da ineficiéncia do Estado, o desconhecimento dessa diversidade cultural por parte de muitos individuos scentua a desvalorizacio dos povos. tradicionals, Notadamente, a invisibilidade de comunidades. histéricas compromete 0 desenvelvimento de senso critco frente a importincia dessas organizagbes socials para 2 construrdo identiaria do pals, ‘eendrio que comprova 0 pensamento da escitora brasileira Cecilia Meireles, em sua obra “Crénicas da Educapio", na qual ‘consigna: a educagao é fundamental para a orlentaeao Individual, ou seja, para a criticidade nas indmeras situagoes da vida Social. Conforme esse raciocinio, a sociedade nao valeriza devidamente a2 populagdes ancestrais e, diversas vezes, segrega ‘essas coletividades por rio conhecer sua relevancia para a cultura nacional, compromeiendo, assim, a manifesiagae de suas ‘tadigbes relacionadas ao sentimento de pertencimento e ao modo de viver em harmonia nio’s6 com o espaco, mas também ‘com 03 outros sujeitos. E imprescindivel, portanio, que Estado, alado A esfera municipal e estadual de poder, proteja, efeivamente, as ‘comunidades tradicionais do Eraeil, por intermedia de pollicas puiblieas voltadas para o teconhecimento oficial de. povos ancestrais negligenciados, como extrativistas e pescadores, bem como para a promocao de direitos as diversas organizacoes cculturais — com a demarcacao de terras indigenas e quilombolas e a visita periédica de agentes do governo que documentem ‘as necessidades de cada gupo—, a fim de proporcionar o exercicio de dignidade para esses Individues. Urge, tambem, que a ‘escola possbilite o conhecimento sobre essas populagdes, medante palestras e aulas extracurriculares — com profissionais, dda area de histéria e de antropologia, que demonstrem a importancia dessas comunidades —, com o intuito de incentivar a ‘fiticidade dos estudantes sobre a valorizagaode povos tradicionais, coteaio soLucho: PRODUGAO DE TEXTOS 22 E 32ANO DO ENSINO MEDIO 19/03 © CASO ENEM: COMO O CONCURSO ENCARA A PRODUCAO TEXTUAL DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVA AULA EXPOSITIVO-ANALITICA. A prova de redacio exigird de vocé a producio de um texto em prosa,do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, cientifica, cultural ou politica, Os aspectos a serem avaliados relacionam-se 3s competéncias que deve a Nessa redacio, vocé devers defender um ponto de vista uma opinido a respeito do tema proposto —, apoiado em argumentos consistentes, estruturados com coeréncia e coesio, formando uma unidade textual. Seu texto deverd ser redigido de acordo com a modalidade escrita formal da lingua portuguesa. Vocé também deverd elaborar uma proposta de intervenco social para 0 problema apresentado no desenvolvimento do texto, Essa proposta deve respeitar os direitos humanos. Os dois professores avaliardo seu desempenho de acordo com os critérios do quadro a seguir. Competéncia | Demonstrar dominio da modalidade escrita formal da lingua portuguesa. Compreender a proposta de redagio e aplicar conceitos das varias dreas de Competéncia Il conhecimento para desenvolver 0 tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informacées, fatos, opinides e compe eaoal argumentos em defesa de um ponto de vista Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguisticos necessérios para a Competéncia V construcdo da argumentagio. Elaborar proposta de intervenco para o problema abordado, respeitando os direitos Competéncia V reel

Você também pode gostar