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Biologia3 Quarto Bim
Biologia3 Quarto Bim
FRENTE 1 Ecologia
❑ Colônias homomorfas
Tais colônias são constituídas por
indivíduos iguais, que realizam as
mesmas funções, ou seja, não existe
a chamada divisão de trabalho. Como
exemplos, citamos as colônias de es-
pongiários, de protozoários, de cracas
(crustáceos), entre outras. Caravela.
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O pássaro-palito
e o crocodilo
O pássaro-palito penetra na boca
dos crocodilos que ficam nas margens
do Nilo, nutrindo-se dos restos alimen-
tares e de vermes existentes na boca
do réptil. A vantagem é mútua, porque,
em troca do alimento, o pássaro livra
o crocodilo dos parasitas.
Pássaro-palito e crocodilo.
O anu e o gado
O anu é uma ave que se alimenta
dos carrapatos existentes na pele do
gado, capturando-os diretamente. Em
troca, livra o gado dos indesejáveis
parasitas.
❑ Mutualismo
Térmitas.
Trata-se de uma associação com
benefícios mútuos. É mais íntima do
2. PROTOCOOPERAÇÃO
que a cooperação, sendo necessária
à sobrevivência das espécies, que não
Também conhecida como coope-
podem viver isoladamente. Cada es-
ração, trata-se de uma associação
pécie só consegue viver na presença
entre duas espécies diferentes, na
da outra.
qual ambas se beneficiam. Contudo,
tal associação não é indispensável à
sobrevivência, podendo cada espé-
cie viver isoladamente.
Liquens
É comum encontrarmos os liquens
firmemente aderidos às rochas ou às
cascas de árvores, formando uma
crosta verde-acinzentada. O líquen é
uma associação entre alga e fungo. Rêmora e tubarão.
Bromélias epífitas na Mata Atlântica.
PROTOCOOPERAÇÃO + + 0 0
MUTUALISMO + + – –
COMENSALISMO + 0 – 0
(A comensal de B)
INQUILINISMO + 0 – 0
(A inquilino de B)
0: as espécies não são afetadas em seu desenvolvimento.
+: o desenvolvimento da espécie torna-se possível ou é melhorado.
–: o desenvolvimento da espécie é reduzido ou torna-se impossível.
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COMPETIÇÃO – – 0 0
PREDATISMO
+ – – 0
(A predador de B)
PARASITISMO
+ – – 0
(A parasita de B)
AMENSALISMO
– 0 0 0
(A amensal de B)
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MÓDULO 27 Populações
ser intra ou interespecífica e eliminar um dos competidores. Os gráficos a seguir mostram as curvas de crescimento
de duas populações de micróbios P e P’, quando estão separadas (gráfico I) e quando estão no mesmo meio de
cultura (gráfico II).
Gráfico I Gráfico II
• Predatismo mia (se a doença se dissemina pela mente indireta e menos importante
Suponhamos uma cadeia alimen- Terra, tem-se uma pandemia). sobre os homeotermos, que dispõem
tar simples: Numa epidemia, o aumento da de mecanismos fisiológicos que se
população de parasitas leva ao au- tornam relativamente independentes
Vegetais → Herbívoros → Carnívoros mento do número de doenças graves;
(presa) (predador)
do meio exterior.
com isso, a população de hos-
pedeiros diminui pelo aumento da ta-
❑ Curvas de sobrevivência
Se a população do predador di- xa de mortalidade. Mas a população
Existem três tipos de curvas de
minuir, a da presa aumentará; depois parasita também sofre uma queda
sobrevivência:
o alimento vegetal tornar-se-á insufi- por não ter mais o que parasitar,
1. Muitos indivíduos têm a mes-
ciente e a população da presa dimi- voltando-se à situação de endemia.
ma duração de vida. É o caso da
nuirá graças ao aumento da maioria dos mamíferos.
mortalidade pela fome ou por • Alimentação
2. A mortalidade permanece cons-
epidemias. O aumento da quantidade de ali-
tante durante toda a vida. Acontece
Se a população do predador mento provoca a aceleração do cres-
com a hidra.
aumentar, aumentará o consumo de cimento, o aparecimento mais rápido
3. A mortalidade é elevada nos
da maturidade sexual, o aumento da
presa, e a população de predador jovens. Ocorre em peixes e nume-
fecundidade, a redução da variação
diminuirá graças à mortalidade pela rosos invertebrados.
do tamanho entre os indivíduos da
fome ou por epidemias.
mesma idade, o aumento do teor de
As relações de tamanho entre
gorduras no organismo e a redução
predador e presa podem ser esque-
do canibalismo em relação aos filhotes.
matizadas segundo o gráfico a seguir.
A redução na quantidade de ali-
mento acarreta o retardamento do
crescimento e da maturidade sexual,
a redução da fecundidade, o au-
mento do canibalismo e a diminuição
da quantidade de gorduras de reserva.
• Fatores climáticos
São fatores como temperatura,
• Parasitismo luminosidade, umidade etc. A sua
Na maioria das vezes, as doen- influência pode ser direta ou indireta.
ças provocadas por parasitas são Em relação aos animais, o que se
endêmicas: a proporção de afeta- pode dizer é que a ação dos fatores
dos não varia com o tempo. Quando climáticos é importante e direta sobre Os diversos tipos
aumenta, passa-se por uma epide- os pecilotermos, sendo frequente- de curvas de sobrevivência.
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MÓDULO 28 Sucessões
1. CONCEITO DE SUCESSÃO maior amplitude ecológica são subs- geral é o seu desaparecimento final,
tituídas pelas de menor amplitude. As pois ela vai sendo constantemente
Sucessão ecológica é o desen- populações mais simples precedem aterrada por sedimentos que as
volvimento de uma comunidade ou as mais complexas; aumenta a águas trazem das elevações vizinhas.
biocenose, compreendendo a sua diversidade de espécies; as formas Na lagoa, o plâncton é o primeiro
origem e o crescimento, até chegar a herbáceas são substituídas pelas sistema de produtores que se desen-
um estado de equilíbrio dinâmico com arbóreas. Denominam-se seres as volve. Quando os seus cadáveres
o ambiente. Tal dinamismo é uma comunidades temporárias que surgem começam a enriquecer o fundo das
característica essencial das bioce- no decorrer de uma sucessão. margens com material orgânico, a
noses. Assim, a sequência na sucessão vegetação aquática pode aí se esta-
será: belecer. As folhas e caules mortos
aumentam o húmus do fundo, e de
2. ESTÁGIOS DA SUCESSÃO
Ecese → seres → comunidade ano para ano a vegetação avança das
A sucessão não surge repentina- clímax margens para o centro. Na borda,
mente, de uma forma abrupta, mas onde estavam as plantas pioneiras,
sim por meio de um aumento crescen- aparecem arbustos lenhosos e, de-
te de espécies, até se atingir uma pois de um certo tempo, as árvores.
situação que não se modifica com o 3. TIPOS DE SUCESSÃO O terreno eleva-se graças à sedimen-
ambiente, denominada clímax. Uma tação de restos vegetais e, finalmen-
sucessão pode iniciar-se de diversas As sucessões podem ser primá- te, onde estavam, de início, as plantas
maneiras: numa rocha nua, numa la- rias, secundárias e destrutivas. aquáticas, fixam-se arbustos e ár-
goa, num terreno formado por sedi- vores, e o que era, a princípio, o char-
mentação etc. co marginal se transforma em terra
O primeiro passo é a migração de ❑ Sucessões primárias firme.
espécies para a região onde se irá As sucessões primárias corres- Por meio deste processo de su-
iniciar a sucessão. As espécies che- pondem às instalações dos seres cessão, todos os lagos e lagoas
gam a essa região por intermédio dos vivos em um ambiente que nunca foi tendem a desaparecer.
elementos de reprodução (esporos, habitado. É, por exemplo, a sucessão
sementes etc.). que acontece numa rocha nua.
As condições desfavoráveis, tais Os organismos pioneiros são ❑ Sucessões secundárias
como intensa iluminação e solo úmi- representados pelos liquens. Por meio As sucessões secundárias apare-
do, só permitem o desenvolvimento de ácidos orgânicos, produzidos pe- cem em um meio que já foi povoado,
de algumas espécies. los liquens, a superfície da rocha vai mas os seres vivos foram eliminados
Essas espécies que se desenvol- sendo decomposta. A morte desses por modificações climáticas (glacia-
vem inicialmente no ambiente inóspito organismos, associada à decom- ções, incêndios) e geológicas
são chamadas pioneiras. São posição da rocha, permite o apare- (erosão) ou pela intervenção do
espécies de grande amplitude, isto é, cimento de outros vegetais, como os homem. Uma sucessão secundária
são pouco exigentes, não tolerando musgos. Estes, por sua vez, per- leva, muitas vezes, à formação de um
apenas as grandes densidades. mitem, pela sua ação, o aparecimento disclímax, diferente do clímax que
São vegetações pioneiras: li- de espécies maiores, como as existia anteriormente.
quens, musgos, plantas de dunas etc. bromélias e as gramíneas. É o caso da sucessão numa flo-
Essa primeira etapa da sucessão resta destruída. Um trecho de floresta
chama-se eceses. Eceses é a capa- é destruído (homem ou fogo), e o
cidade de uma espécie pioneira em • Sucessão numa lagoa local é abandonado por certo tempo.
adaptar-se e reproduzir-se numa no- As águas paradas de lagoas e A recolonização é feita em etapas: em
va área. charcos são formações transitórias. primeiro lugar, o terreno é invadido
A vegetação pioneira permite a Elas se formam quando o sistema pelo capim e outras ervas; depois,
preparação de um novo ambiente normal de drenagem de terra fica in- aparecem arbustos e, no final,
que, por sua vez, possibilita o estabe- terrompido pela elevação brusca do árvores.
lecimento de outras espécies vege- terreno (tremores de terra) ou por
tais. Outras espécies migram, algumas variações que se processam muito
lentamente através de longos perío- ❑ Sucessões destrutivas
desaparecem, ocorrendo consequen-
temente alterações até se atingir o dos geológicos. Uma lagoa está Sucessões destrutivas são aque-
clímax. Na sucessão, as espécies de sempre em evolução. A tendência las que não terminam em um clímax
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rochoso. Nessa região, há corais, ge- estáveis. chos, córregos e rios. Nelas, há três
ralmente encontrados em águas cla- Existem dois tipos: regiões distintas: nascente, curso mé-
ras, limpas e com temperatura acima dio e curso baixo (foz).
1. águas lênticas ou dormentes;
de 20°C. Estão frequentemente as- O curso superior ou nascente é
sociados com algas vermelhas. 2. águas lóticas ou correntes. pobre em seres vivos, devido à vio-
lência das águas. Não há plâncton,
• Zona batial ❑ Águas lênticas podendo ser encontradas algas fixas
Vai de 200 a 2.000 metros. Apre- São as aparentes águas paradas, ao fundo, larvas de insetos etc.
senta águas paradas, mais frias, à que, na verdade, estão sendo sempre O curso médio dos rios é mais
medida que a profundidade aumenta. renovadas. Abrangem desde uma importante, pois é mais lento e apre-
É uma região afótica, com reduzida poça d'água formada pelas chuvas senta maior diversificação de vida. O
vida animal. até os grandes lagos, como o Lago fitoplâncton é representado por algas
Superior e o Mar Cáspio (maior lago verdes, diatomáceas, cianofíceas etc.
• Zona abissal salgado do mundo).
Abrange profundidades superio- Plantas flutuantes, como o aguapé, e
Vamos tomar como exemplo uma
res a 2.000 metros. outros vegetais são encontrados nas
lagoa. Os produtores das lagoas são
As grandes profundidades apre- margens. O zooplâncton é formado
principalmente representados por
sentam condições difíceis para a vida, por microcrustáceos, larvas de
algas microscópicas, que formam o
tais como grandes depressões, ausên- insetos e outros. Há grande quanti-
fitoplâncton (diatomáceas, cianofíceas,
cia de luz, frio e pouco alimento. dinoflagelados etc.). dade de peixes. O curso médio apre-
Mesmo assim, muitos organismos De menor importância são os senta intenso intercâmbio com
adaptam-se a essas condições es- vegetais superiores (geralmente an- animais terrestres.
peciais. giospermas), que vivem fixos no fun- O curso inferior ou foz (estuário)
Uma das características desses do ou são flutuantes. Os consumidores apresenta grande variação de sali-
seres é a bioluminescência, isto é, a são representados pelo zooplâncton nidade (água salobra) e constitui uma
capacidade de emissão de luz, utili- (protozoários, pequenos crustáceos e zona de transição com o mar.
zada para atração sexual, de presas outros animais). O homem influencia decisiva-
etc. Têm visão muito sensível, capaz Outros animais que não perten- mente nas águas continentais, promo-
de responder a pequenos estímulos cem ao plâncton, como larvas de vendo drenagens, construção de
luminosos, possuem formas bizarras, peixes, moluscos e peixes adultos, açudes, usinas hidrelétricas e principal-
bocas e dentes grandes para facilitar têm como predadores aves, como a mente poluindo as águas. Assim, o
a captura das presas. garça, e mamíferos, como ariranhas e lançamento de esgotos ricos em nutrien-
lontras, que dependem do ecossis- tes orgânicos provoca uma intensa ação
3. BIOCICLO DE ÁGUA tema aquático. dos decompositores, diminuindo o su-
DOCE OU LIMNOCICLO Quando os seres vivos morrem,
primento de O2 e, consequentemente,
acumulam-se no fundo da lagoa e são
As águas continentais possuem eliminando os seres aeróbicos.
transformados por ação dos decom-
pequeno volume, cerca de 190 mil km3; Muitas vezes, os organismos
positores (bactérias e fungos).
têm pequena profundidade, raramente aquáticos são eliminados por ação de
ultrapassando 400m; sofrem varia- agrotóxicos carregados pelas en-
ções de temperatura mais intensas do ❑ Águas lóticas xurradas durante o período chuvoso,
que o mar, sendo, portanto, menos Essas águas compreendem ria- para lagos, lagoas e rios.
Mar – talassociclo. Lagoa ou lago – limnociclo (águas lênticas). Rio – limnociclo (águas lóticas).
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Gás Óxido de
Setor carbônico CFCs Metano Outros TOTAL
nitrogênio
Agricultura 3% – 8% 2% – 13%
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ções, teria ocorrido a formação de processo abiogenético. tretanto, qualquer mecanismo de divi-
ligações peptídicas pela evaporação Nos seres vivos mais recentes, a são teria trazido um novo problema;
de água e a consequente formação energia para a sobrevivência das ao dividir-se, o coacervado teria cor-
de proteínas; posteriormente, tais pro- células é obtida, em geral, da glicose. rido o risco de se desorganizar e,
teínas seriam levadas aos oceanos Para conseguir obter essa energia, a portanto, perder as características de
pelas chuvas. célula precisa diminuir a energia de sistema complexo adquiridas em
ativação necessária para que a mo- muitos séculos de evolução.
lécula de glicose possa ser quebrada Nos organismos bem-sucedidos,
e a energia de suas ligações, libe- teriam surgido os ácidos nucleicos,
rada; isso ela faz utilizando enzimas e moléculas que controlam os proces-
ATP (adenosina trifosfato). Em certos sos básicos de reprodução e orga-
casos, como na ausência de oxigênio, nização. Em tais condições, o pri-
a célula consegue retirar energia da mitivo organismo que tivesse DNA
glicose pelo processo de fermen- teria encontrado o meio para se
tação. Será que tal processo poderia duplicar exatamente, transmitindo aos
Formação de um dipeptídeo. ter ocorrido com os coacervados? seus descendentes o mesmo padrão
O americano Melvin Calvin rea- de organização conseguido após
❑ Formação de coacervados lizou experiências do mesmo tipo de séculos de evolução.
Os aminoácidos e proteínas for- Miller, misturando gases suposta-
mados na era pré-biogênica da Terra mente da atmosfera primitiva e bom- ❑ Aparecimento
teriam chegado aos mares, produ- bardeando-os com raios ultravioleta. dos autótrofos
zindo o que Haldane descreveu como Como resultado, obteve misturas de O DNA, ao duplicar-se, geralmen-
“caldo quente e diluído”. Segundo compostos orgânicos, entre os quais te dá origem a cópias exatamente
Oparin, as proteínas teriam formado a glicose. iguais; porém, às vezes ocorrem mu-
aglomerados designados por coa- Como as enzimas são sempre tações, isto é, alterações na sequên-
cervados. proteínas, elas já poderiam ter exis- cia de bases existente na molécula e,
tido (experiência de Fox). Por outro com isto, a molécula que controla as
lado, todos os elementos necessários atividades vitais passa a não ser mais
para formar o ATP poderiam ter esta- a mesma. Portanto, as células-filhas
do presentes no mar primitivo, inclu- que receberam a mutação terão uma
sive fosfatos. Portanto, se tudo tivesse alteração no seu comportamento,
sido realmente como pensamos que serão diferentes.
tenha sido, os coacervados poderiam Se a mudança for vantajosa, con-
ter retirado glicose, enzimas e ATP do forme o meio ambiente, será mantida
meio ambiente e fermentado a gli- pela seleção natural. Passando à
cose, e, com isso, conseguido a ener- hipótese heterotrófica: em milhares de
gia necessária para a sobrevivência. anos pode ter havido um número
Logo, os primeiros seres vivos te- imenso de mutações, quando as in-
riam sido heterótrofos-anaeró- contáveis moléculas de DNA se du-
Formação de coacervados. bios. plicaram. É possível que tais muta-
Sabemos que os coacervados ções eventualmente tenham passado
são aglomerados de proteínas que se ❑ Capacidade de reprodução a exercer um controle benéfico sobre
mantêm unidas em pequenos grumos Graças à sua capacidade de reti- o organismo e, com isso, tenham-se
circundados por uma camada líquida, rar alimentos e energia, e organizar as acumulado de modo que os indiví-
chamada camada de hidratação ou moléculas em padrões definidos, os duos tenham obtido, aos poucos,
solvatação. heterótrofos-anaeróbios primitivos conjuntos de moléculas de DNA dife-
teriam crescido gradativamente, a tal rente, resultando em vários tipos de
❑ Obtenção de energia ponto que teriam surgido novos pro- comportamento.
Um sistema de coacervados, pa- blemas na luta pela sobrevivência: Assim, por ação mutagênica, te-
ra manter-se e desenvolver-se, teria com o aumento volumétrico do indiví-
riam surgido organismos autótrofos.
de dispor de uma fonte de energia duo, a difusão do alimento do meio
constante e controlável. Qual teria exterior até o âmago do coacervado
sido essa fonte de energia? A hipó- teria sido mais lenta, devido à maior ❑ Predomínio dos autótrofos
tese heterotrófica admite que essa distância a percorrer dentro do hete- Com o passar dos séculos, é
fonte de energia teria sido a energia rótrofo; desse modo, o coacervado possível que os heterótrofos tenham
das ligações químicas existentes nas teria começado a sofrer fome. sido obrigados a enfrentar um novo
imensas quantidades de substâncias Nessas condições, ou ele teria problema: a quantidade relativa de
compostas, produzidas durante mi- perecido ou teria de se ter dividido, alimento teria começado a diminuir; a
lhares de anos no mar primitivo, por como meio de reduzir o volume. En- “sopa” orgânica ter-se-ia diluído
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progressivamente por dois motivos: molécula (clorofila?) capaz de absor- da glicose libera muito mais energia
aumento de consumo de substâncias ver a energia luminosa, realizariam do que a retirada de energia na
orgânicas existentes no ar primitivo, uma primitiva fotossíntese. ausência de oxigênio (a fermentação
devido ao crescimento contínuo da No processo de fotossíntese, li- fornece um lucro energético de ape-
população, e diminuição da produção beram-se moléculas de oxigênio. nas 2 ATPs, enquanto, na reação, o
de tais substâncias pelo processo Portanto, podemos supor que uma lucro é de 38 ATPs). Teriam, então,
abiogenético. certa quantidade de gás tenha-se levado vantagem os organismos ca-
acumulado gradativamente durante pazes de executar respiração
❑ Aparecimento dos aeróbios milhares de anos como consequência aeróbia, porque, assim, teriam reti-
Os primeiros autótrofos, a partir do aparecimento dos autótrofos. rado mais energia do alimento dis-
de um suprimento de CO2, enzimas Todavia, a utilização de oxigênio ponível.
de ATP e aparecimento de uma para a obtenção de energia a partir
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MÓDULO 27 Neodarwinismo
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9. USOS POTENCIAIS DA
ENGENHARIA GENÉTICA
• Desenvolvimento de doenças
humanas em animais, facilitando o seu
estudo e a busca de novas terapias.
• Desenvolvimento de animais
transgênicos para doação de tecidos
A formação do tumor de galha.
ou órgãos para o transplante em hu-
manos.
Os ambientalistas, principalmen- tores, ambientalistas e cientistas. As-
te os europeus, condenam o uso de sim, produtores e cientistas defenso- • Desenvolvimento de vegetais
alimentos transgênicos, dado que há res da nova tecnologia dizem que a mais resistentes a pragas e de melhor
muitas dúvidas sobre efeitos dos soja transgênica, por exemplo, vai au-
qualidade.
transgênicos em longo prazo. mentar a produtividade e baratear os
custos do produto.
Ambientalistas e outros pesqui- • Desenvolvimento de raças de
8. CONFUSÃO TRANSGÊNICA
sadores que atacam a nova tecno- animais transgênicos de crescimento
O uso de produtos transgênicos logia afirmam que os produtos mais rápido e de melhor qualidade
está causando polêmica entre produ- transgênicos são perigosos. Na para o consumo.
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cie humana. O PGH concluiu que há RNA pré-mensageiro contendo éxons cas, chamadas de DNA repetitivo.
relativamente poucos genes – so- e íntrons. Ainda no interior do núcleo, O comprimento e o número dessas
mente 30 ou 40 mil. Estimativas ante- esse RNA sofre um processo de ma- repetições são idênticos para cada
riores indicavam de 60 a 100 mil genes. turação, no qual os íntrons são elimi- indivíduo.
nados, formando-se o RNA-m, que,
5. A ESTRUTURA DOS GENES no citoplasma, será usado na tradução.
O código genético da criança é uma combinação entre os códigos da mãe e do pai verdadeiro (o número 1).
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ras que é diferente para cada indi- Clonagem é o processo de for- 1. Óvulos não fecundados foram
víduo (exceto nos gêmeos univiteli- mação de clones. O fenômeno ocor- retirados de uma ovelha A.
nos). Em criminologia, faz-se uma re normalmente quando bactérias e 2. O núcleo do óvulo foi retirado e
comparação entre o fingerprinting de outros organismos unicelulares se guardado.
DNA obtido de células (sangue, sê- reproduzem por bipartição. 3. Células da glândula mamária
men, pelos etc.) advindas do crime O processo de clonagem também de uma ovelha B, de 6 anos, foram
com o das células do suspeito. A extraídas e mantidas em um estado
ocorre na propagação de plantas por
coincidência dos padrões identifica o de dormência. Isto foi possível com a
meio de mudas. Às vezes, esse é o
criminoso. Nos casos de análise de manutenção dessas células em meio
parentesco, leva-se em conta que me- único processo de multiplicação de de cultura com poucos nutrientes.
tade das bandas que constituem o uma espécie, como é o caso da 4. Os núcleos das células da
fingerprinting de um indivíduo é her- bananeira. Nos animais como o tatu, a glândula mamária foram extraídos e
dada da mãe, e a outra do pai. Ao se poliembrionia também produz clones. implantados no óvulo retirado da
comparar as bandas do filho com as Nesses animais, como sabemos, ovelha A.
de sua mãe, pode-se eliminar as que um zigoto pode se dividir, originando 5. A nova célula assim formada
são semelhantes, restando as que de 4 a 6 gêmeos univitelinos, todos iniciou o processo de divisão, origi-
foram herdadas do pai. Se todas as machos ou todas fêmeas. Na espécie nando um embrião, que foi implan-
bandas de origem paterna coinci- humana, nascem, diariamente, gê- tado no útero de uma ovelha C.
direm com o suposto pai, a identifi- meos univitelinos, na proporção de 4
cação da paternidade será positiva.
por 1 000 nascimentos. Também são
chamados de monozigóticos, por
serem originados de 1 zigoto, ou
7. CLONAGEM idênticos, pelo fato de possuírem o
mesmo genótipo.
A palavra clone (do grego klon,
que significa “broto”) é usada para ❑ A clonagem da ovelha Dolly
designar um conjunto de indivíduos A clonagem da ovelha Dolly, de
que se originam de outros por repro- maneira simplificada, seguiu estas
dução assexuada. etapas: A clonagem de uma bactéria.
1. Os cientistas pegaram um 2. O DNA retirado de uma 3. Implantado em outra ove- 4. Geneticamente, Dolly era idênti-
óvulo comum de ovelha e es- célula da região mamária de lha, o embrião se desenvolveu ca à ovelha que forneceu o DNA.
vaziaram seu núcleo, a parte uma ovelha adulta foi implan- normalmente. A fêmea pariu Ela tinha aparência normal e era
que contém todo o material tado no óvulo. O embrião foi Dolly em julho de 1997. capaz de se reproduzir da forma
genético do animal. gerado a partir desse encon- convencional.
Obs.: Em fevereiro de 2003, a ovelha
tro.
Dolly teve de ser sacrificada, em
razão de graves doenças.
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MÓDULO 25 Cordados
1. CARACTERES GERAIS dendo-se longitudinalmente logo aci- Apesar desses fatos, não existem da-
ma da notocorda. O sistema nervoso, dos mais concretos que confirmem
Os cordados constituem o último sob a forma de tubo dorsal, é uma essa hipótese.
grande filo do Reino Animal. São os importante característica para dife-
animais superiores, filo ao qual per- renciar os cordados dos demais 3. CLASSIFICAÇÃO
tence o homem. animais, que o possuem sob a
Possuem três características que forma ganglionar e ventral. Os cordados podem ser divididos
os distinguem dos demais animais: em dois grandes grupos: proto-
1) notocorda; cordados e vertebrados.
2) tubo neural dorsal;
❑ 1o. Grupo
3) fendas branquiais na faringe. Protocordados ou acrânia
Não apresentam crânio, encéfalo
São triblásticos, celomados, deu-
ou vértebras, e, considerando o de-
terostomados; possuem tubo diges-
senvolvimento da notocorda, divi-
tório completo e celoma bem desen-
diremos o grupo em três subfilos:
volvido.
❑ Notocorda – Subfilo 1
Estrutura e posição Hemichordata
Diagrama dos principais
É uma haste cilíndrica, elástica e Notocorda reduzida a um certo
caracteres dos Chordata.
consistente, formada por células segmento anterior.
vacuolizadas e envolvidas por duas
Subfilo 2
bainhas: uma interna, fibrosa, e outra ❑ Fendas branquiais
Urochordata
externa, elástica. Localizam-se nas paredes da
Notocorda presente apenas na
faringe, pelo menos na fase embrio- fase larvária.
nária. Nos cordados aquáticos, elas
persistem na fase adulta com a fun- Subfilo 3
ção respiratória. Nos cordados ter- Cephalochordata
restres, as fendas desaparecem e em Notocorda bem desenvolvida, es-
seu lugar sai da faringe um tubo, a tendendo-se desde a cabeça até a
traqueia, que leva ar aos pulmões. cauda.
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Subfilo
Hemichordata
Os hemicordados são animais
vermiformes, de corpo mole, alonga-
dos, tendo na extremidade anterior
uma tromba ou probóscide e um colar.
Possuem notocorda anterior e rudi-
Anfioxo – estrutura interna.
mentar (estomocorda); são marinhos
e vivem enterrados na areia do mar.
o esôfago constituem dois tubos pa-
Ex.: Balanoglossus sp.
ralelos, superpostos, sendo a faringe
Alguns zoólogos não consideram dorsal e com fendas branquiais em
que a estomocorda seja realmente forma de U. O ânus é terminal.
uma notocorda reduzida, vestigial, daí
o fato de classificarem os hemicorda- Sistema respiratório
As fendas branquiais, existentes
dos como pequeno filo independente.
na faringe, comunicam-se com as
bolsas branquiais, que se abrem ex-
Morfologia externa ternamente. Nas paredes das bolsas
O corpo vermiforme é dividido em são realizadas as trocas gasosas
três regiões: probóscide, colar e entre a água e o sangue.
tronco. O tronco é a parte mais longa
do corpo, mais ou menos cilíndrica e Sistema circulatório
Hábitat do Balanoglossus sp.
apresentando na parte inicial as fen- Apresentam basicamente um
das branquiais. vaso dorsal e um ventral. Não há um
Subfilo
coração típico.
Urochordata
Sistema excretor Os urocordados ou tunicados são
No interior da probóscide encon- animais marinhos que vivem em parte
tramos o glomérulo. O sangue sai fixos, enquanto outros flutuam e
do vaso contráctil e passa pelo glo- nadam livremente. Devem seu nome
mérulo, que recolhe os catabólitos, à presença de um manto ou túnica,
lançando-os posteriormente na cavi- formado essencialmente por uma
dade da tromba, que os elimina substância denominada tunicina,
através do poro dorsal. isômero da celulose.
As verdadeiras características de
Sistema nervoso
É representado por um anel pe- cordados são encontradas na fase
riesofágico, do qual sai um cordão larval. Exemplo: Ascídia.
nervoso dorsal e um cordão nervoso
Balanoglossus sp. ventral. Há células sensoriais espalha-
das pela epiderme.
Tegumento
A epiderme é um epitélio simples,
Reprodução
São animais de sexos separados
ciliado, com glândulas mucosas.
(dioicos), de fecundação externa com
Esqueleto desenvolvimento indireto, passando
É representado pela estomocor- pela fase larval, denominada tornária.
da, bastante reduzida e situada na
parte posterior da probóscide. Biologia
Os hemicordados têm capaci-
Sistema digestório dade de regeneração. São marinhos;
É completo. A boca permanece vivem solitários em águas litorâneas,
aberta, de maneira que por ela pene- no interior de galerias que escavam.
tra uma mistura de água e areia, que Para a nutrição, aproveitam substân-
contém restos orgânicos. A faringe e cias orgânicas existentes na areia. Ascídia.
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Sistema circulatório
Estrutura da Ascídia. Morfologia externa
Apresenta vasos que circundam
O anfioxo é um pequeno animal
Sistema respiratório a faringe, com pequenas dilatações,
de 5 a 8cm de comprimento, trans-
A água que chega à faringe com capacidade contráctil, que im-
parente e pisciforme. Na extremidade
passa pelas fendas branquiais, na pulsionam o sangue de baixo para
anterior há o rostro, abaixo do qual se
qual ocorre a hematose; daí a água cima. O sentido da corrente sanguí-
encontra a abertura bucal, rodeada
passa para uma grande câmara, que nea é posteroanterior, na região ven-
de cirros. Há três aberturas no
a envolve, o átrio, e vai para o exterior tral, e anteroposterior, na região dor-
animal: boca, atrióporo e ânus, deslo-
através de um sifão exalante, si- sal. A circulação é lenta e a pressão
cado para a esquerda.
tuado praticamente ao lado do sifão do sangue, muito baixa. O sangue é
Através da sua transparência, ob-
inalante, em que está a boca. incolor (sem pigmento respiratório).
servam-se os músculos, em forma de
V, nos flancos do corpo. Também as
Circulação gônadas são facilmente distinguíveis: Sistema excretor
É do tipo lacunar. Há um coração estão localizadas na região ventral do A excreção é feita por 100 pares de
tubiforme, algumas vezes dobrado corpo. protonefrídeos ou solenócitos,
em forma de V. Os tunicados são os situados na região dorsal da faringe.
únicos animais cujo coração alterna o Os catabólitos são eliminados no átrio,
sentido da corrente sanguínea. O através de poros, atingindo finalmente
sangue apresenta um pigmento res-
o meio externo, através do atrióporo.
piratório com átomos de vanádio na
molécula (vanadina). Sistema nervoso
Excreção É basicamente um longo tubo
Não há órgãos excretores. Há cé- nervoso, com uma pequena dilata-
lulas que retiram os catabólitos, con- ção anterior, a vesícula cerebral. O
servando-os como concreções sóli- pequeno desenvolvimento do encé-
Anfioxo – morfologia externa. falo está relacionado com a pobreza
das e, posteriormente, eliminando-os.
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de órgãos sensoriais, pois não há dérmicas (cicloide, ctenoide e ga- • Sistema nervoso
órgãos sensoriais especializados. noide). Dez pares de nervos cranianos
Mas os cirros e toda a região bucal
têm células sensoriais. Há também • Reprodução
uma fosseta olfativa. Dioicos; ovíparos ou vivíparos; fe-
cundação externa ou na bolsa copu-
Reprodução ladora (cavalo-marinho).
Os sexos são separados (dioi- Ex.: larva alevino.
cos). As paredes das gônadas, quan-
do ocorre a maturação dos óvulos, 5. CLASSE
racham, libertando os óvulos que AMPHIBIA (ANFÍBIOS)
caem no átrio, saindo pelo atrióporo.
São animais tetrápodas, anamnio-
O mesmo acontece com os esper-
tas e analantoidianos. Ex.: sapo.
matozoides. A fecundação é externa Aspecto geral externo de um peixe ósseo.
e o desenvolvimento é direto.
Biologia
Os anfioxos são animais mari-
nhos. Durante o dia, permanecem
enterrados na areia. À noite, nadam à
procura de alimentos, ingerindo algas
e animais planctônicos. Ao serem
Sistema digestório do sapo.
perseguidos, nadam rapidamente e
se enterram.
❑ Características gerais
Considerações gerais Escama placoide.
• Tegumento
O anfioxo tem especial interesse Pele úmida, intensamente vascu-
zoológico porque mostra as caracte- larizada, pouco queratinizada e com
rísticas fundamentais do Filo Cor- glândulas pluricelulares.
data de um modo bem simplificado. • Digestão
De um modo geral, o plano de orga- Tubo digestório completo.
nização do corpo é o mesmo de um Digestão extracelular.
animal vertebrado. O anfioxo não é • Respiração
um animal muito conhecido, mas Cutânea, branquial, bucofaríngea
apresenta um grande valor biológico e pulmonar.
no estudo da embriologia comparada • Circulação
dos vertebrados, e também como um Fechada, dupla e incompleta.
animal de transição entre os proto- • Excreção
cordados e os vertebrados mais Rins mesonéfricos.
simples, os ciclóstomos. • Sistema nervoso
Tipos de escamas dérmicas.
Dez pares de nervos cranianos.
4. VERTEBRADOS • Reprodução
SUPERCLASSE • Esqueleto Dioicos, fecundação externa: de-
PISCES (PEIXES) Cartilaginoso ou ósseo. senvolvimento indireto (larva girino).
Neotenia.
Animais gnatostomados (com • Digestão
mandíbula), anamniotas (sem âmnio) 6. CLASSE
Tubo digestório completo. Diges-
e analantoidianos (sem alantoide). REPTILIA (RÉPTEIS)
tão extracelular, intestino com tiflosolis
Apresentam saco vitelino. São cartila- (somente nos condrictes).
ginosos (ex.: tubarão) ou ósseos (ex.: São animais amniotas (possuem
roncador). • Respiração âmnio), triblásticos, celomados, deu-
Branquial, pulmonar (dipnoicos). terostômios, cordados, gnatostoma-
❑ Características gerais dos e pecilotérmicos.
• Tegumentos • Circulação ❑ Características gerais
Epiderme pluriestratificada com Fechada e simples. • Tegumento
glândulas mucíparas. Condrictes com Apresentam pele seca, sem glân-
escamas placoides (origem dermoe- • Excreção dulas, com espessa camada córnea,
pidérmica). Osteíctes com escamas Rins mesonefros. com escamas e placas ósseas.
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1. AIDS OU SIDA O HIV tem afinidade por um tipo Esse coquetel apresenta uma
de glóbulo branco do homem, que é droga de 1a. geração, o AZT, que é
A sigla SIDA significa “Síndrome considerado o “general-de-divisão” um inibidor da enzima transcriptase
da Imunodeficiência Adquirida”. Na do exército de defesa imunológica: o reversa. Possui também uma droga
língua inglesa é AIDS (Acquired linfócito CD4 (linfócito T4). O material de 2a. geração que pode ser, por
Immunodeficiency Syndrome). genético “pirata” do vírus é incorpo- exemplo, o 3 TC, outro inibidor da
O termo imunodeficiência de- rado ao glóbulo branco. transcriptase. O terceiro componente
ve-se ao fato de o portador do vírus Quando esse tipo de glóbulo do é uma droga de nova geração (ter-
tornar-se incapaz na defesa contra os sangue se divide para organizar a ceira) conhecida como inibidora da
agentes patogênicos (causadores de defesa contra agentes agressores, o protease (indinavir, ritonavir, saqui-
doenças). código “pirata” do vírus é decifrado e navir etc.).
O agente causador da AIDS é o milhares de novas partículas virais Os inibidores da protease dificul-
vírus denominado HIV (vírus da imu- são produzidas, espalham-se pelo
nodeficiência humana). sangue e vão-se concentrar nas se- tam o amadurecimento do vírus.
creções do corpo – das quais o esper- O emprego dessas drogas me-
ma e os líquidos vaginais são as mais lhora o quadro clínico dos pacientes
importantes – e no sistema nervoso tratados, ocasionando em muitos o
central, pois o HIV possui especial desaparecimento das moléstias opor-
afinidade pelas células nervosas. tunistas.
Não sabemos ainda o que ocor-
2. O COQUETEL ANTI-AIDS rerá a longo prazo, mas surgiu uma
“luz no fim do túnel” para a provável
O virologista chinês, naturalizado cura dessa terrível moléstia.
norte-americano, David Ho, anunciou
na XI Conferência Internacional da
AIDS resultados animadores na tera-
pia da Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida.
Esse tratamento permite uma di-
Estrutura interna do HIV, minuição da carga viral do portador.
segundo Robert Gallo. Os doentes medicados obtiveram
uma diminuição em 98,9% da quan-
O vírus HIV, causador da AIDS, tidade de HIV no organismo.
tem como material genético o RNA.
As células verdadeiras apresen-
tam os dois ácidos nucleicos, DNA e
RNA. Geralmente, nestas células, o
DNA comanda a produção de RNA.
O HIV é denominado retrovírus
porque apresenta RNA que pode
comandar a síntese de DNA, quando
está parasitando uma célula. Ele O código “pirata” é então incor-
possui uma enzima especial, chama- Ao entrar no linfócito, o HIV livra-se porado ao DNA do linfócito, graças à
da transcriptase reversa. Esta da cápsula e, à custa de uma enzima, enzima integrase.
enzima é que permite a produção do a transcriptase reversa, transforma seu O linfócito, sob o comando pirata,
DNA a partir do RNA. material genético, o RNA, em DNA. transforma-se numa fábrica de vírus.
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Vírus são estruturas acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios. São agentes etiológicos relacionados às
seguintes doenças:
DOENÇA TRANSMISSÃO
Catapora (varicela) Contato da pele com as bolhas, e pelo ar, que contêm o vírus Varicela zoster.
Caxumba (parotidite infecciosa) Por gotículas de saliva expelidas pelo doente, que contêm o Paramyxovirus sp.
Febre amarela urbana Picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus contendo o
Flavivirus sp.
Febre hemorrágica do ebola Através de secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp.
Gripe Contato com o ar contaminado pelo Myxovirus influenzae.
Hantavirose Via respiratória, água e alimentos contendo o Hantavirus sp.
Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, transfusão sanguínea.
Herpes Contato íntimo com indivíduo transmissor, a partir de superfície mucosa ou de lesão
infectante contendo, por exemplo, o Herpes simplex.
Mononucleose Contato íntimo de secreções orais (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, da família
Herpesviridae.
Resfriado Contato com o ar contaminado pelo vírus sincicial respiratório, ou pelo vírus parain-
fluenza ou pelo rinovírus.
Rubéola Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do
nariz.
Sarampo Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do
nariz.
Síndrome da Imunodeficiência Ato sexual, seringas contaminadas, transfusões sanguíneas, via vertical (placen-
Adquirida (AIDS = SIDA) tária).
Varíola Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele, das
mucosas e com os objetos de uso do doente.
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5. BACTERIOSES
As bactérias são procariontes. Pertencem ao reino Monera. São agentes etiológicos relacionados às seguintes
doenças:
Febre tifoide (Tifo) Contato direto ou indireto com fezes ou urina do doente. Bacilo tífico (Salmonella typhi)
Lyme (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue. (Bonnelia bungdorferi)
Meningite Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, espirra Meningococo
meningocócica ou beija. (Neisseria meningitidis)
Pneumonia Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; infecção Diversos exemplos
(Diplococcus pneumoniae, micoplas-
hospitalar. mas, clamídias, legionelas etc.)
Psitacose Por via respiratória; contato pessoa a pessoa. (Chlamydia psittaci)
Sífilis Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical Espiroqueta (Treponema pallidum)
(placentária).
Tétano Penetração dos esporos através de ferimentos perfu- Bacilo tetânico (Clostridium tetani)
rantes.
Por via respiratória (inalando o bacilo). Bacilo de Koch
Pneumonia (Mycobacterium tuberculosis)
Uretrite Ato sexual. (Chlamydia trachomatis)
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5. SEGMENTAÇÃO
MEROBLÁSTICA
OU PARCIAL
Segmentação do ovo de mamífero. Nos ovos com abundante vitelo,
como é o caso dos telolécitos com-
❑ Segmentação especial pletos e centrolécitos, apenas o proto-
do ovo dos mamíferos 4. SEGMENTAÇÃO plasma se divide, de maneira que a seg-
O ovo dos mamíferos é do tipo HOLOBLÁSTICA
mentação do ovo é apenas parcial.
oligolécito, aparecendo envolvido por OU TOTAL E DESIGUAL
espessa membrana denominada zo- Ocorre nos ovos heterolécitos e,
na pelúcida. A clivagem é holoblás- devido à desigual distribuição do vi- ❑ Meroblástica discoidal
tica, produzindo a mórula. telo, produz blastômeros de tamanhos É típica dos ovos telolécitos com
As divisões prosseguem e, no lu- diferentes. Serve como exemplo a diferenciação polar completa e atinge
gar da blástula, surge o blastocis- segmentação do ovo de sapo. apenas o disco germinativo. Pode ser
to, uma estrutura esférica envolvendo Os dois primeiros planos de divi- observada na evolução do ovo de aves.
um grupo de células e uma cavidade. são são meridionais e perpendicu- Os fusos mitóticos orientam-se
A parede do blastocisto é chamada lares entre si, destacando quatro tangencialmente à superfície do disco
trofoblasto e inicialmente consti- germinativo e produzem um mosaico
blastômeros de igual tamanho. O ter-
tuída por uma única camada celular, celular sobre o vitelo.
ceiro plano é transversal e deslocado
com a função de obter alimento para Na etapa final da segmentação,
para o polo animal, de maneira que
nutrição do embrião. As células si- os blastômeros dão origem a uma
determina a formação de quatro pe-
tuadas no interior do blastocisto lâmina discoidal e superficial, o blas-
quenos blastômeros ou micrômeros
constituem a massa celular inter- toderma, que depois se destaca do
no polo animal e quatro maiores ou
na, da qual se formará o embrião. vitelo, deixando um espaço que cor-
macrômeros no polo vegetativo.
responde à blastocela. Forma-se, des-
Desde o estágio
se modo, a blástula.
que apresenta oito
células, começa a ❑ Meroblástica superficial
aparecer entre os Ocorre nos ovos centrolécitos dos
blastômeros uma artrópodes.
pequena cavi- O núcleo, situado no centro do
dade, marcando o ovo, divide-se várias vezes. Os nú-
início da formação cleos resultantes migram para a peri-
da blastocela. As feria do ovo, onde surge uma camada
divisões seguintes protoplasmática plurinucleada. Entre
realizam-se em os núcleos, surgem membranas divisó-
planos perpendi- rias, originando um estrato celular que
culares e, à medi- representa o blastoderma.
Fases da segmentação
meroblástica discoidal.
8. EVOLUÇÃO DOS FOLHETOS No epiblasto, destacam-se os pla- miótomo e dermátomo, que formam,
coides sensoriais, que migram em respectivamente, o esqueleto axial, os
De cada um dos três folhetos ger- profundidade e originam as vesículas músculos estriados e a derme.
minativos – ectoderma, endoderma e olfativas, as auditivas, os cristalinos, O mesômero, situado entre o epí-
mesoderma –, derivam todas as es- os lobos anterior e intermediário da mero e o hipômero, é responsável
truturas dos animais, por meio de um hipófise. pela gênese do sistema urogenital,
processo denominado organogênese. Do neuroblasto derivam o encé- constituído por rins e gônadas.
Explicaremos, a seguir, os folhetos e as falo e a medula, que constituem o O hipômero limita o celoma e
principais estruturas deles derivadas. sistema nervoso central (SNC). apresenta duas lâminas: a somato-
pleura, colada ao ectoblasto, e a es-
9. ECTOBLASTO 10. MESOBLASTO plancnopleura, em contato com o
endoblasto.
O ectoblasto divide-se em dois O mesoblasto divide-se em três
A somatopleura dá origem aos
elementos: o epiblasto e o neuroblasto. partes: epímero (dorsal), mesômero
músculos viscerais, ao pericárdio (te-
O epiblasto origina a epiderme e (central) e hipômero (ventral).
cido que envolve o coração) e aos
os anexos epidérmicos, como glându- O epímero também se divide e
ossos e músculos dos apêndices
las, pelos, penas, garras, escamas etc. origina três estruturas: esclerótomo,
locomotores, braços e pernas.
A esplancnopleura origina os
músculos lisos, o miocárdio (muscula-
tura do coração), o endocárdio
(tecido que recobre internamente o
coração) e o endotélio (camada
celular que reveste internamente os
vasos sanguíneos).
11. ENDOBLASTO
A formação do mesoderma.
O endoblasto dá origem a dife-
rentes partes do tubo digestório e de
suas glândulas anexas, tais como o
fígado e o pâncreas. Os pulmões e a
traqueia são igualmente de origem
endodérmica.
O endoblasto só constitui o epi-
télio pulmonar interno, sendo o estro-
ma dos pulmões e a parede da
traqueia provenientes do mesoblasto.
Desenvolvimento do mesoderma e da notocorda. Também no caso do tubo digestório,
o endoblasto só forma a parte
epitelial, sendo a musculatura ori-
ginada do mesoblasto.
Veja o diagrama abaixo mostran-
do os três folhetos embrionários de
um embrião típico de vertebrados e
algumas das estruturas que eles
originam.
Corte transversal
de um embrião de cordado.
Gastrulação em anfioxo.
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veia. As artérias conduzem o sangue do embrião, além de efetuar trocas mento, hormônios e anticorpos. Do
venoso do feto para a placenta, respiratórias e a excreção. Pela estru- feto para a mãe, passam, principal-
enquanto a veia transporta o sangue tura da placenta, observa-se que o mente, gás carbônico e excretas. A
arterial em sentido oposto. sangue da mãe não se mistura com o placenta tem ainda função endócrina,
do feto; apenas os vasos de ambos produzindo a progesterona e a
6. AS FUNÇÕES DA PLACENTA se situam muito próximos e trocam gonadotrofina coriônica, hormônios
substâncias entre si. Assim, a mãe relacionados com a gestação.
A placenta assegura a nutrição envia ao feto: oxigênio, água, ali-
MÓDULO 30 As Vitaminas
SAIBA QUE:
• Nossa vida depende das vitaminas que extraímos dos alimentos ou dos suplementos dietéticos que
ingerimos.
• As vitaminas não são comprimidos energizantes nem substituem os alimentos.
• As vitaminas regulam o metabolismo por meio dos sistemas enzimáticos.
• A falta de uma única vitamina pode colocar em risco todo o organismo.
• O fígado é o principal órgão de armazenamento das vitaminas lipossolúveis.
• As vitaminas não funcionam nem podem ser assimiladas sem a ajuda dos minerais.
• Os minerais mais importantes são cálcio, iodo, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco.
• As vitaminas podem durar de dois a três anos num recipiente bem vedado.
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1. MOVIMENTOS do transporte lateral das auxinas absorção nessa faixa são os carote-
DOS VEGETAIS quando ocorrer estímulo unilateral nos nos e as riboflavinas.
órgãos vegetais. É possível que sejam esses os
Os movimentos dos vegetais po- pigmentos responsáveis pela absor-
dem ser classificados em dois tipos: 2. FOTOTROPISMO ção de luz no fototropismo.
– movimentos de curvatura (cres-
Movimento de curvatura orienta- 3. GEOTROPISMO
cimento);
do em relação à luz.
– movimentos de locomoção (des- Crescimento orientado em rela-
O caule e os coleóptilos apresen-
locamento). ção à força da gravidade.
tam fototropismo positivo (curva em
Os movimentos de crescimento • Caule e coleóptilos: apre-
direção à luz).
são, por sua vez, divididos em dois sentam geotropismo negativo (cresci-
A raiz apresenta fototropismo ne-
tipos: mento em sentido oposto à gravidade).
gativo (curva em direção oposta à
a) tropismos; • Raízes: apresentam geotro-
luz).
b) nastismos ou nastia. pismo positivo (crescem no mesmo
As folhas são plagiofototrópicas
sentido da gravidade).
❑ Tropismos ou diafototrópicas (formam um ângu-
• Folhas: apresentam plagio-
São fenômenos de crescimento lo reto em relação ao raio da Terra).
geotropismo ou diageotropismo.
ou de curvatura orientados em re- A experiência abaixo ilustra o fe-
A experiência abaixo ilustra o fe-
lação a um agente excitante; isto é, a nômeno.
nômeno.
curvatura depende da direção de
onde vem o agente excitante. Confor-
me a natureza desse agente, os
tropismos são classificados em
a) fototropismo (luz);
b) geotropismo (gravidade);
c) quimiotropismo (substâncias
químicas);
d) tigmotropismo (contato).
São de especial interesse o foto- Explicação
tropismo e geotropismo. Podem-se Explicação • Raiz: quando se coloca uma
explicar os fenômenos trópicos basean- A luz provoca uma redistribuição raiz na horizontal, ela cresce acen-
do-se fundamentalmente em dois das auxinas, que se concentram no tuadamente no lado superior, curva-se
fatores: lado escuro. e penetra no solo. Tal fato ainda se
• o excitante deve incidir unilate- Caule: o lado escuro apresenta baseia na ação do AIA, que se des-
ralmente; maior concentração de auxinas e o loca lateralmente, indo concentrar-se
• as auxinas devem sofrer uma crescimento fica acelerado. no lado inferior da raiz. A concentra-
redistribuição, isto é, distribuir-se de- Raiz: o lado escuro apresenta ção elevada de AIA nessa região ini-
sigualmente nos dois lados do órgão maior concentração de auxinas e o be o crescimento, enquanto o lado
crescimento fica inibido. oposto fica com o crescimento ace-
excitado unilateralmente.
lerado.
A distribuição desigual poderia É claro que a luz, para agir no
• Caule: o caule colocado hori-
ser explicada por fenômeno, tem de ser absorvida. Pa-
zontalmente sobre o solo cresce
a) transporte lateral das auxinas; ra tanto, devem existir pigmentos re- acentuadamente no lado inferior, cur-
b) produção desigual das auxi- lacionados com a absorção de luz. va-se e afasta-se do solo. Também
nas no ápice; Foi observado que as radiações efi- nesse caso, o AIA, por ação da força
c) destruição desigual das auxi- cientes nos fenômenos fototrópicos da gravidade, desloca-se do lado su-
nas. estão no início do espectro lu- perior para o inferior, aí se concen-
Atualmente, a tendência é a de se minoso visível (violeta, anil e azul). Os trando. Em consequência, essa re-
aceitar como verdadeira a hipótese pigmentos que apresentam intensa gião tem crescimento acelerado.
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1. TECIDOS – acúleos
MERISTEMÁTICOS
OU TECIDOS
EMBRIONÁRIOS
OU MERISTEMAS
Tecidos de proteção
(revestimento): epiderme e
súber
❑ Epiderme
Tecido formado por células vivas,
achatadas, justapostas e que reveste
externamente os órgãos da planta.
Geralmente é monoestratificada.
Exerce várias funções: proteção, A) Pelo bicelular do caule de gerânio, B)
absorção, trocas gasosas, secreção Pelo pluricelular da folha de violeta-afri-
e excreção. cana. Corte radial de uma escama.
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– papilas
Papilas na epiderme
das pétalas de amor perfeito.
❑ Súber ou cortiça
Súber ou cortiça é um tecido for-
mado por células mortas, caracteri-
zadas pela suberificação de suas
paredes celulares; geralmente apre-
senta formas prismáticas. Com
frequência, o lúmen celular está cheio
de ar. As células são justapostas, sem
Ápice do caule.
deixar espaços intercelulares. A sube-
rificação consiste na deposição de
suberina (gordura) sobre a membrana
As lenticelas são formadas na região
primária, geralmente formando várias da epiderme onde existiam estômatos.
camadas.
O súber é um tecido de proteção
que substitui a epiderme no caule e
na raiz. Protege contra ferimentos,
perda de água por transpiração e fun-
ciona também como um eficiente
isolante térmico para as plantas.
No súber, com frequência, encon-
tramos as lenticelas, que formam
saliências macroscópicas nesse teci-
do. O felogênio, na região da len-
ticela, apresenta maior atividade e
acaba por produzir um conjunto de
células, para o meio externo, que se
caracterizam pela presença de
espaços intercelulares, aliás, fato que
difere grandemente do tecido su-
beroso. Esses espaços intercelulares
se abrem para o meio externo e por
eles podem acontecer trocas ga-
sosas. Essas trocas ocorrem sem
controle vegetal, uma vez que esses
Corte longitudinal do ápice do caule.
poros não são reguláveis. Corte longitudinal do ápice da raiz.
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Parênquima amilífero.
❑ Parênquima aerífero ou
aerênquima
Acumula ar. Ocorre em plantas
aquáticas.
❑ Parênquima de
Aspecto de um corte transversal de folha preenchimento
Colênquima em corte transversal.
mostrando o mesófilo com os parên- Preenche algumas regiões do
quimas paliçádico e lacunoso. caule e da raiz.
❑ Esclerênquima
Também realiza sustentação me-
cânica nos vegetais.
Pode aparecer formando um ver-
dadeiro tecido ou em células espar-
sas entre as células de outros tecidos.
As células do esclerênquima são
mortas, devido à intensa lignificação
que ocorre em suas membranas.
Parênquima de preenchimento.
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O crescimento da planta pode ser primário ou secundário. O primário é determinado pelos meristemas
localizados nas pontas do caule e da raiz e o secundário pelos meristemas laterais: felogênio e câmbio.
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❑ Região de ramificação
É a região em que se formam as
raízes secundárias, a partir das célu-
las do periciclo. Essas raízes aumen-
tam a fixação do vegetal e a área da
exploração do solo.
❑ Colo
É a região de transição entre a
raiz e o caule.
Segmento de raiz de dicotiledônea.
A anatomia de uma raiz, na sua
estrutura primária, mostra fundamen-
2. TIPOS DE RAÍZES
talmente três regiões:
1 – Epiderme.
❑ Subterrâneas ou terrestres
2 – Casca ou córtex. • Raiz axial ou pivotante:
3 – Cilindro central ou vascular. apresenta um eixo principal que
A epiderme é formada, geral- penetra perpendicularmente no solo
mente, por uma única camada de cé- e emite raízes laterais secundárias em
lulas. A epiderme pluriestratificada direção oblíqua. É encontrada entre
constitui o velame das raízes de as dicotiledôneas (feijão) e gimnos-
orquídeas. permas (pinheiros).
Morfologia da raiz.
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Raiz tuberosa.
❑ Raízes aéreas
• Raízes-suporte: são raízes
que partem do caule e atingem o solo.
A sua principal função é aumentar a
fixação do vegetal. Aparecem no
milho, plantas de mangue, figueiras
etc. Raiz-cintura de filodendro.
• Raízes estrangulantes:
são raízes resistentes, densamente Pneumatóforos em Avicennia.
ramificadas, que se enrolam no tron-
co de uma árvore que lhes serve de • Raízes grampiformes: são
suporte. Essas raízes crescem em raízes curtas que aderem profunda-
espessura e acabam determinando a mente ao substrato. Ex.: hera.
morte da planta hospedeira por • Raízes sugadoras ou
estrangulamento, pois impedem o haustórios: são raízes modificadas
crescimento e a circulação da seiva de plantas parasitas. Estas raízes pe-
elaborada. Ex.: mata-paus. netram no caule de outra planta e po-
• Raízes tabulares: são raí- dem estabelecer um contato com o
zes achatadas, geralmente encontra- xilema (lenho), de onde sugam a sei-
das em árvores de florestas densas. va bruta. Neste caso, a planta é cha-
Desenvolvem-se horizontalmente à mada semiparasita. Ex.: erva-de-pas-
superfície do solo e são bastante sarinho. Em outros casos, o haustório
achatadas. Além de realizar a fixação, atinge o floema e passa a retirar a
essas raízes são respiratórias. Ex.: seiva elaborada. A planta é chamada
Raiz-suporte ou
escora de plantas do mangue. figueiras. holoparasita. Ex.: cipó-chumbo.
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1. CAULE
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