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Conceitos de Seguranca de Voo
Conceitos de Seguranca de Voo
Segurança de
Voo
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
88 p. :il. – (EaD)
CDU 656.7
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 7
1. Introdução 10
1.1 Histórico 10
Glossário 24
Atividades 25
Referências 26
1 Introdução 29
3
2.3.4 Investigação de Ocorrências Aeronáuticas com Aeronaves (NSCA 3-6) 32
Glossário 36
Atividades 37
Referências 38
1 Introdução 41
2 Definição 41
3 Fatores Contribuintes 42
Atividades 48
Referências 49
1 Introdução 52
4
2.1 O Estado Inicial 53
3 Tipos de Manutenção 55
4 Sistema de Manutenção 57
4.1 Planejamento 58
4.2 Execução 58
Glossário 69
Atividades 70
Referências 71
1 Introdução 74
5
1.2 Ferramentas de Prevenção 75
Atividades 82
Referências 83
Gabarito 85
6
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
O curso possui carga horária total de 20 horas e foi organizado em 6 unidades, conforme
a tabela a seguir.
7
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
Bons estudos!
8
UNIDADE 1 | SISTEMA DE
INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO
DE ACIDENTES AERONÁUTICOS
(SIPAER)
9
1. Introdução
1.1 Histórico
O aprendizado inicial sobre segurança de voo se deu por meio de um lento e penoso
processo empírico de tentativa e erro que levou a um grande número de acidentes e
à perda de muitas vidas.
10
para o acidente e levando à perda acelerada do gás com a consequente queda do
aeróstato (CAETANO, 2011). Na época, o inquérito aberto para apurar as causas da
ocorrência revelou que a válvula utilizada no balão já estava comprometida.
11
Em 7 de julho 1982 é criada, por meio do Decreto nº 87.249, a reestruturação do SIPAER,
transformando o CENIPA em uma organização militar. Ocorre, na ocasião, a criação do
Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA). Responsável por se
reunir duas vezes ao ano para discutir assuntos relativos à aviação no país. Esse comitê
é composto por várias organizações do país envolvidas diretamente e indiretamente
com a atividade aérea e tem o CENIPA como o órgão central desse sistema.
Hoje, por meio do Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009, publicado no Diário Oficial
da União nº 82, de 4 de maio de 2009, o CENIPA passa a ser subordinado diretamente
ao Comandante da Aeronáutica.
12
Constituição Básica do SIPAER
Órgão Atividade
CENIPA – Centro
de Investigação
Órgão central do SIPAER. Sua estrutura está definida
e Prevenção
em regulamento e regimento interno próprio.
de Acidentes
Aeronáuticos
GC-5 – Assessoria de
Controle do Espaço Setor pertencente à estrutura do Gabinete do
Aéreo, Segurança de Comandante da Aeronáutica (GABAER).
Voo e de Aviação Civil
Setor pertencente às estruturas do Comando-Geral
DPAA – Divisão
de Operações Aéreas (COMGAR); do Comando-Geral
de Prevenção
de Apoio (COMGAP); do Departamento de Ensino
de Acidentes
da Aeronáutica (DEPENS); e do Comando-Geral de
Aeronáuticos
Tecnologia Aeroespacial (CTA).
ASEGCEA – Assessoria
de Segurança
Setor pertencente à estrutura do Departamento de
Operacional do
Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
Controle do Espaço
Aéreo
SERIPA – Serviço Organização do Comando da Aeronáutica (COMAER)
Regional de subordinada administrativamente ao Comandos
Investigação Aéreos Regionais (COMAR) em cuja área está sediada,
e Prevenção técnica e operacionalmente, o CENIPA, tendo sua
de Acidentes estrutura definida em regulamento e regimento
Aeronáuticos interno próprios
SPAA - Seção
Setor pertencente às estruturas dos COMAR, da
de Prevenção
Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB) e
de Acidentes
das Forças Aéreas (FAE).
Aeronáuticos
SIPAA - Seção
de Investigação Setor pertencente às estruturas das unidades aéreas,
e Prevenção bem como das organizações militares que sejam sede
de Acidentes de unidade aérea ou que possuam aeronave orgânica.
Aeronáuticos
13
SIPACEA - Seção
de Investigação Setor pertencente às estruturas do Serviço Regional
e Prevenção de de Proteção ao Voo (SRPV) e dos Centros Integrados
Acidentes e Incidentes de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo
do Controle do Espaço (CINDACTA).
Aéreo
ASSIPACEA - Assessoria
de Investigação
Setor pertencente às estruturas dos Destacamentos
e Prevenção de
de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e Grupos de
Acidentes e Incidentes
Comando e Controle (GCC).
do Controle do Espaço
Aéreo
GGAP - Gerência
Geral de Análise e
Vinculada à ANAC.
Pesquisa da Segurança
Operacional
Setor de gerenciamento da segurança operacional
Elo-SIPAER
pertencente à estrutura das organizações.
CNPAA - Comitê
Órgão constituído na forma prevista pelo art. 6º do
Nacional de Prevenção
Decreto nº 87.249, de 7 de junho de 1982, e que conta
de Acidentes
com regimento próprio.
Aeronáuticos
Cada um dos profissionais matriculados no SIPAER e
credenciados pelo CENIPA, estando ou não vinculados
EC - Elementos a alguma organização integrante do Sistema. Os
Credenciados Elementos Credenciados pelo SIPAER sujeitam-se
às normas de conduta e às sanções estabelecidas na
NSCA 3-12, que trata do código de ética do SIPAER.
14
Os Elos-SIPAER das organizações civis são subordinados diretamente ao detentor
do mais elevado cargo executivo da organização, independentemente do título a
ele atribuído (presidente, diretor, chefe, etc.), sobre quem recai, em última análise, a
responsabilidade objetiva pela segurança operacional da organização.
Todos os elos do sistema podem ligar-se diretamente uns aos outros para tratar de
temas relacionados ao desenvolvimento de suas atividades ou discutir assuntos
específicos da segurança de voo. A Figura 1 ilustra um exemplo de como é uma estrutura
sistêmica.
15
1.3.3 Atribuições dos Elos-SIPAER
16
1.4 O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (CENIPA)
Segundo Caetano (2011), em 1972, foi emitido o Manual do Sistema SIPAER, uma
publicação de grande valia para o desempenho dos elos em seus diversos níveis,
uma vez que discriminava responsabilidades, atribuições e procedimentos para uma
eficiente e harmônica atuação do novo sistema.
17
Outra importante iniciativa desse mesmo documento presidencial foi a criação
do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA), que tinha a
finalidade de reunir, sob a direção e coordenação do CENIPA, representantes das
diversas entidades nacionais, públicas ou privadas envolvidas direta ou indiretamente
com a segurança de voo.
18
Em 2011, o Sistema Integrado de Gerenciamento da Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (SIGIPAER) entrou em operação, permitindo o acompanhamento das
orientações das recomendações de segurança de voo (RSV), desde a emissão pelo
CENIPA, até a sua implantação pelo destinatário.
19
A Figura 2 ilustra a estrutura do CENIPA.
A palavra filosofia aqui deve ser entendida como um conjunto de princípios que rege
uma conduta. Etimologicamente, filosofia significa amor à sabedoria.
20
O SIPAER, quando considerada a etimologia da palavra filosofia, busca incessantemente
o saber, a verdade. Acredita-se que somente assim conseguir-se-á estabelecer os
fatores que desencadearam um acidente.
Todo acidente pode ser evitado. Ao estabelecer a relação entre os fatores contribuintes
de um acidente e seus respectivos efeitos, descobriu-se que nenhum acidente ocorre
por fatalidade. Na verdade, o acidente resulta de uma sequência de acontecimentos.
Eles se originam sempre de deficiências enquadradas em dois fatores básicos: o fator
humano e o material.
c
Todo acidente resulta de uma sequência de eventos, e nunca de
uma causa isolada.
21
Art. 87 da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro 1986 - “A prevenção
e) Não basta cumprir a missão; é necessário agir de forma eficiente e segura. Ainda
que a missão em si contenha um índice de risco, deve haver a preocupação de
anular ou, pelo menos, de minimizar os possíveis danos.
22
a prevenção deles (BRASIL, 2014). Não é o propósito dessa atividade atribuir
culpa ou responsabilidade. Temos ainda que o principal objetivo do inquérito
policial é, geralmente, a determinação de culpa ou responsabilidade. Devido ao
fato de que os tripulantes, especialmente pilotos, estão sempre envolvidos em
acidentes ou incidentes aéreos e suas ações são normalmente visíveis, é comum
acusá-los sempre que existir um acidente ou incidente aéreo. Se for considerada
a interação completa dos vários grupos envolvidos com a atividade aérea, o
piloto é apenas a última pessoa com alguma responsabilidade de segurança.
Resumo
23
Glossário
Aeróstato: balão que se enche de ar aquecido ou de gás mais leve que o ar atmosférico
e que por isso se eleva e se sustém na atmosfera.
ELO-SIPAER: órgão, setor ou cargo, dentro da estrutura das organizações, que tem
a responsabilidade do trato dos assuntos de segurança de voo no âmbito do SIPAER.
24
Atividades
a
1) Compete ao Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos:
25
Referências
26
______. MCA 3-6: Portaria CENIPA nº 001/DAC de 30 Ago. 2001. Dispõe sobre o Manual
de Investigação do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12
ago. 2015.
______. MCA 3-3, Portaria CENIPA nº 001/DAM de 03 Dez. 2012. Dispõe sobre o Manual
de Prevenção do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12 ago.
2015.
27
UNIDADE 2 | NORMAS, LEIS E
CONVENÇÕES DO SIPAER
28
1 Introdução
• norma é um princípio que serve de regra, preceito, lei; conjunto de regras de uso
relativas às características de um produto ou de um método, compiladas com
o objetivo de uniformizar e de garantir o seu modo de funcionamento e a sua
segurança; aquilo que é de uso geral, relativamente à língua; regra de direito,
regra jurídica;
• lei é um princípio, um preceito, uma norma criada para estabelecer as regras que
devem ser seguidas, é um ordenamento. Do latim lex, que significa “lei” – uma
obrigação imposta;
29
2.2 Manual do Comando da Aeronáutica (MCA)
a) MCA 3-6 - dispõe sobre o manual de investigação do SIPAER. Com esse manual,
o CENIPA traz a orientação do órgão central do SIPAER para a condução dos
procedimentos de investigação das ocorrências aeronáuticas de seu interesse.
30
2.3.1 Estrutura e Atribuições dos Elementos Constitutivos
do SIPAER (NSCA 3-2)
31
2.3.4 Investigação de Ocorrências Aeronáuticas com
Aeronaves (NSCA 3-6)
Tem por finalidade estabelecer as regras e preceitos éticos que devem nortear a
conduta do pessoal do SIPAER, exigindo honra, dignidade profissional, honestidade,
lealdade e outros. Adicionalmente, estabelece o procedimento que garante o direito
à ampla defesa e ao contraditório na apuração de eventual descumprimento aos seus
preceitos.
32
2.3.7 Protocolo de investigação de ocorrências aeronáuticas
da aviação civil conduzidas pelo Estado brasileiro (NSCA
3-13)
33
A seguir é apresentada a instrução do Comando da Aeronáutica utilizada pelo SIPAER.
• FCA 58-1 – panorama estatístico da aviação civil brasileira – esse folheto visa
a apresentar informações para o planejamento das atividades de prevenção na
aviação civil brasileira.
34
A Convenção estabelece definições e regras acerca do espaço
aéreo e de sua utilização, de registro de aeronaves e de
segurança de voo, bem como detalha os direitos de seus
signatários relativos ao transporte aéreo internacional, entre
outros assuntos importantes.
• Anexo 8 - aeronavegabilidade;
• Anexo 9 - facilitação;
35
• Anexo 14 - aeródromo;
Resumo
Glossário
36
Atividades
a
1) Qual o significado da sigla NSCA?
a. ( ) MCA 3-6.
b. ( ) MCA-3-3.
c. ( ) MCA 3-4.
d. ( ) MCA-3-5.
37
Referências
38
______. MCA 3-6: Portaria CENIPA nº 001/DAC de 30 Ago. 2001. Dispõe sobre o Manual
de Investigação do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12
ago. 2015.
______. MCA 3-3, Portaria CENIPA nº 001/DAM de 03 Dez. 2012. Dispõe sobre o Manual
de Prevenção do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12 ago.
2015.
39
UNIDADE 3 | ACIDENTES E
INCIDENTES AERONÁUTICOS
40
1 Introdução
2 Definição
No caso de uma aeronave não tripulada, entre o momento em que a aeronave está
pronta para se movimentar, com a intenção de voo, até a sua inércia total pelo término
do voo, em que seu sistema de propulsão tenha sido desligado:
a) Uma pessoa sofra lesão grave ou venha a falecer como resultado de:
• estar na aeronave;
• ter contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que dela
tenham se desprendido;
41
O incidente aeronáutico é toda ocorrência associada à operação de uma aeronave,
havendo intenção de voo, que não chegue a se caracterizar como um acidente, mas
que afete ou que possa afetar a segurança da operação. Por conseguinte, incidente
aeronáutico grave é quando um acidente quase ocorreu.
h
A diferença entre o incidente grave e o acidente está nas
consequências.
3 Fatores Contribuintes
• fator material;
• fator operacional;
• fator humano.
42
A Figura 3 representa o organograma da investigação SIPAER e seus fatores
contribuintes:
Segundo a ICAO (1998 apud BRASIL, 2012, p. 116), “Fatores Humanos referem-se
às pessoas em suas situações de vida e de trabalho, à sua relação com as máquinas,
procedimentos e ambiente que as rodeiam e também às suas relações com os demais”.
43
4.1 Modelos Conceituais de Fatores Humanos – Previsão de
Falha Humana
a) Modelo SHELL
Esse modelo foi desenvolvido por Edwards, em 1972, e adaptado por Hawkins, entre
os anos de 1984 e 1987. Seu nome é composto pelas iniciais de seus elementos (em
inglês): S – Software (suporte lógico), H – Hardware (equipamento), E – Environment
(ambiente) e L – Liveware (elemento humano).
b) Modelo Reason
44
Reason concebe o acidente aeronáutico como uma resultante da combinação de
aspectos organizacionais e falhas de desempenho humano. O acidente é consequência
de uma sequência de falhas (humanas ou organizacionais) que atravessam as barreiras
defensivas do sistema.
45
As principais áreas envolvidas são:
• histórico da tripulação;
• planejamento do voo;
• peso e balanceamento;
• meteorologia;
• tráfego aéreo;
• comunicações;
• navegação;
• instalações do aeródromo;
• desempenho da aeronave;
• declarações de testemunhas;
• sequência do voo;
• manutenção.
O controle de qualidade:
46
• acompanha a realização de exames, em oficina ou laboratório, de partes da
aeronave, a fim de pesquisar a origem de falhas ocorridas;
a) Condição Insegura
Condições inseguras nos locais de serviço são aquelas que compreendem a segurança
do trabalhador. São as falhas, os defeitos, irregularidades técnicas e carência de
dispositivos de segurança que colocam em risco a integridade física e/ou a saúde das
pessoas e a própria segurança das instalações e equipamentos.
Resumo
47
Atividades
a
1) O que é um acidente aeronáutico?
48
Referências
49
______. MCA 3-6: Portaria CENIPA nº 001/DAC de 30 Ago. 2001. Dispõe sobre o Manual
de Investigação do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12
ago. 2015.
______. MCA 3-3, Portaria CENIPA nº 001/DAM de 03 Dez. 2012. Dispõe sobre o Manual
de Prevenção do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12 ago.
2015.
50
UNIDADE 4 | A MANUTENÇÃO
COMO PREVENÇÃO DE
ACIDENTES E INCIDENTES
AERONÁUTICOS
51
1 Introdução
52
c) As estruturas das aeronaves ficam sujeitas a condições ambientais de variações
muito amplas e a complexos esforços dinâmicos que implicam condições de
fadiga estrutural de difícil compreensão e controle.
É o estado em que o material aeronáutico está no padrão ideal para ser utilizado,
cabendo à manutenção conservá-lo em seu estado inicial por meio de revisões e
inspeções periódicas. No caso de aeronaves, o estado inicial resulta fundamentalmente
da concepção do projeto e da fabricação – fator material.
53
Do ponto de vista da segurança de voo, é expressamente importante conhecer as leis
de variação das deteriorações com o tempo cronológico. Muitas vezes, em certos tipos
de corrosão, o tempo de inatividade é mais importante do que o tempo de atividade.
O inverso se dá com a fadiga e o desgaste.
h
A existência desses limites é indispensável à praticabilidade da
manutenção.
54
Do ponto de vista da segurança de voo, é necessário dar especial atenção à manutenção
preventiva, a qual, quando bem executada, minimiza consideravelmente a manutenção
corretiva.
3 Tipos de Manutenção
• preventiva;
• preditiva;
55
• modificadora;
• corretiva.
56
3.2 Manutenção com Monitoramento da Condição –
Condition Monitoring (CM)
4 Sistema de Manutenção
57
4.1 Planejamento
A primeira maneira de programar requer uma organização com muito mais know-how
técnico do que a segunda e, portanto, só as organizações mais experientes estão em
condições de adotá-la.
4.2 Execução
58
Para dispor de pessoal capacitado, em face do incessante avanço da tecnologia
aeronáutica que requer permanente atualização dos técnicos com as suas conquistas,
a organização tem de contar com um setor de seleção e treinamento que, em geral, é
bastante amplo e ativo.
A análise dos resultados deve permitir verificar se aqueles pressupostos estão sendo
observados. A análise geralmente é realizada de duas formas: casuística e estatística.
59
A atualização do programa é realizada mediante a análise e o controle dos resultados.
Nessa atualização, enquadram-se os chamados boletins de serviço, as revisões
dos manuais dos fabricantes, as ordens técnicas e as modificações mandatórias,
provenientes da experiência de outros operadores.
60
4.4.2 Falhas de Programação
Nos anos 80, quando uma corrosão microbiológica foi descoberta no Brasil nas
aeronaves de uma empresa X, certos limites de tolerância da estrutura da aeronave
tinham sido ultrapassados e extensos reparos estruturais na asa tiveram de ser
executados.
61
As investigações deste incidente revelaram um complicado mecanismo de
supersaturação com cristalização súbita por efeito mecânico, de modo que cristais
residuais do bicromato fizeram grimpar a bomba de combustível. O fabricante cancelou
o boletim de serviço.
A solução do problema de proteção contra a corrosão foi obtida por meio de um conjunto
de providências de melhoria das condições do combustível, aliado ao recobrimento do
interior dos tanques com um produto à base de poliuretano. Subsequentemente, as
aeronaves passaram a sair da fábrica com os tanques protegidos com poliuretano em
vez de butadieno e, dessa maneira, restabeleceu-se a validade do princípio de que o
estado inicial se constitui no padrão ideal das condições da aeronave.
62
4.4.3 Falhas na Execução
Uma aeronave decola e mal inicia a subida. O piloto sente fortíssima vibração depois
de uma estranha sacudidela e constata que falta um pedaço do bordo de ataque entre
a nacela do motor e a fuselagem. Ocorreu isto: no relatório da aeronave constava uma
reclamação do sistema gerador e como procedimento recomendado (troubleshooting)
foi necessário remover o bordo de ataque.
• a turma que recebeu o serviço, pelo registro da ficha, deu como encerrado o
índice do troubleshooting do gerador;
• o cheque externo feito pela tripulação antes do voo não permitiu constatar a
falta de alguns parafusos;
63
Por sorte não atingiu nenhuma parte vital de comando de voo e a aeronave conseguiu
pousar sem maiores consequências. Esse exemplo é uma situação real. É importante
demonstrar dois pontos na manutenção que, diversas vezes, têm sido os responsáveis
por acidentes, quais sejam, deficiente comunicação nas passagens de serviço e
movimentação de aeronave em manutenção para permitir manobras com outras
aeronaves.
Uma falha no processo de supervisão de uma manutenção, seja ela simples ou complexa,
tende a elevar o potencial de risco de uma ocorrência aeronáutica. Profissionais com
responsabilidades de supervisão têm a obrigação de não errar. Esses profissionais
estão cientes de que são os últimos a verificar o produto aeronáutico antes de serem
liberados para o voo.
O supervisor sabe que o quase acidente é aquela ocorrência que, conforme o nome
indica, poderia conduzir a um acidente se o último elo da cadeia faltasse com a sua
responsabilidade. As organizações de manutenção precisam prever a forma de
caracterizar, identificar e analisar o quase incidente.
Exemplo: há vários anos, quando foi criado nos Estados Unidos um comitê especial
para estudar o problema da colisão no ar, cujo objetivo era coletar dados fidedignos,
motivou as tripulações, conferindo-lhes antecipadamente isenção de culpabilidade
e solicitando que reportassem com a maior sinceridade as manobras que tiveram de
64
fazer para evitar colisões potenciais. Havia, por dia, três quase colisões. Comparado
esse resultado com as colisões reais, felizmente raríssimas, ressaltou-se a importância
da análise do quase acidente como peça relevante na implantação de uma eficaz
mentalidade de prevenção de acidentes.
A alta incidência da chamada falha pessoal nas conclusões das investigações quanto
às causas dos acidentes aeronáuticos mostra, claramente, que não é fácil obter dados
dos quase acidentes. Isso faz com que a análise seja mais detalhada e contínua para
descobri-los.
h
Sem homens qualificados dentro de uma organização, ela se
mostra muito pouco propensa a produzir frutos, mas, quando se
consegue atender ao chamado princípio da designação
homogênea da administração – homem certo no lugar certo –,
os resultados obtidos são surpreendentes.
É possível pontuar alguns outros casos típicos que envolvem certos boletins de serviço
suspensos, anulados ou mesmo modificados, como de uma modificação das lockplates
(placas de bloqueio) de uma turbina, recomendada pelo fabricante que se revelou
muito pior que o original. Neste caso, a solução proposta não corrigiu a condição
preexistente. A análise, em vez de contribuir para uma melhoria, causou uma piora.
Mas isto seria a execução. Por via de regra, a análise com os seus resultados diminui a
vulnerabilidade de um sistema de manutenção.
65
Determinadas descobertas de defeitos graves são normalmente comunicadas por
telegramas (fax), às vezes bastante extensos. Os operadores devem dar imediata
atenção ao alerta assim veiculado, isso porque pode existir uma configuração do
estado da frota, semelhante à da fonte que originou a descoberta.
A experiência indica que as soluções podem ser encontradas com mais calma,
ponderação e, consequentemente, estarão menos sujeitas a erros de julgamento
quando os trabalhos de manutenção não se desenvolvem sob os estigmas da tensão. Por
exemplo: o piloto, quando confrontado em pleno voo com um problema operacional,
terá de solucioná-lo de imediato. Por sua vez, o técnico de manutenção, no solo,
confrontado com um problema técnico, normalmente terá tempo para analisar, para
fazer as consultas necessárias e, por conseguinte, terá muito mais chances de acertar.
66
O objetivo do assunto manutenção é examinar fragilidades quanto à segurança.
Convém cogitar aquelas situações menos normais, menos calmas, nas quais se
defrontam as manutenções das diversas organizações e que podem, por isso mesmo,
constituir condições mais favoráveis ao aparecimento de um dos elos indispensáveis
em uma cadeia de eventos que leva ao acidente.
Uma boa prevenção deve observar algumas condições, situações e vivências, cujos
reflexos atingem o resultado necessário.
k) apronto, sob tensão, de aeronaves com partidas adiadas por motivos técnicos,
etc.
67
Algumas dessas condições são raras; outras, mais frequentes. Contudo, quando
prevalecem, são realizadas de forma inadequada, sendo, portanto, mais propensas ao
erro.
Resumindo
68
Glossário
Grimpar: travar, enguiçar (mecanismo ou motor) por defeito (esp. por falta de
lubrificação).
69
Atividades
a
1) Qual das alternativas abaixo faz parte dos Princípios
básicos de manutenção?
70
Referências
71
______. MCA 3-6: Portaria CENIPA nº 001/DAC de 30 Ago. 2001. Dispõe sobre o Manual
de Investigação do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12
ago. 2015.
______. MCA 3-3, Portaria CENIPA nº 001/DAM de 03 Dez. 2012. Dispõe sobre o Manual
de Prevenção do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12 ago.
2015.
72
UNIDADE 5 | O MECÂNICO E A
PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
INCIDENTES AERONÁUTICOS
73
1 Introdução
O MRM é um processo que tem por objetivo a minimização de falhas nos serviços de
manutenção por meio do aprimoramento dos recursos humanos disponíveis.
O Código Brasileiro de Aeronáutica cita, no capítulo VI, seção I, art. 87, que a prevenção
de acidentes aeronáuticos é da responsabilidade de todas as pessoas, naturais
ou jurídicas, envolvidas com a fabricação, manutenção, operação e circulação de
aeronaves, bem como com as atividades de apoio da infraestrutura aeronáutica no
território brasileiro.
74
A função de mecânico engloba, ainda, uma série de ações executadas para conservar
em condição de uso todo o material existente ou restaurá-lo a essa condição. Ademais,
compreendem assistência técnica, inspeções, testes, medidas de conservação e
classificação quanto ao estado, ao reparo, ao acondicionamento, à recuperação e ao
salvamento. Em uma concepção mais ampla, tem por encargo o conjunto de ações ou
medidas necessárias para preservar o material a fim de mantê-lo em serviço, restituir
suas condições de utilização em caso de deterioração, prover a máxima segurança em
sua operação e estender a sua vida útil tanto quanto seja desejável e viável (técnica e
economicamente).
• planejar e orientar a realização das atividades de segurança de voo, por meio das
ferramentas do SIPAER, de modo que a operação aérea se desenvolva dentro de
um nível de segurança julgado aceitável;
75
• estabelecer o monitoramento e a medição dos indicadores das ocorrências do
âmbito do SIPAER, com vistas à melhoria contínua e à garantia da segurança de
voo;
• relatórios de prevenção;
76
b) Atividades promocionais - têm por finalidade incentivar a participação do pessoal
envolvido com a atividade aérea na prevenção de ocorrências aeronáuticas, a fim
de elevar o nível de consciência nos assuntos afetos à segurança de voo. São
exemplos de atividades promocionais, dentre outras:
• campanhas de mobilização;
• publicação de periódicos;
• premiações;
77
1.2.1.1 Confidencialidade da RCSV
78
Figura 6 - Formulário CENIPA 27 - RCSV
79
finalidade. A Figura 9, a seguir, mostra como é um formulário CENIPA 8 – RELPREV, o
qual também pode ser encontrado diretamente no site do CENIPA no endereço www.
cenipa.aer.mil.br.
80
1.2.4 Gerenciamento do Risco
Serve para orientar a alocação equilibrada dos recursos humanos e materiais de uma
organização, visando ao controle e à mitigação do risco.
Resumo
81
Atividades
a
1) Entre as afirmações a seguir, em qual não é possível afirmar
como uma finalidade do PPAA e do MGSO?
82
Referências
83
______. MCA 3-6: Portaria CENIPA nº 001/DAC de 30 Ago. 2001. Dispõe sobre o Manual
de Investigação do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12
ago. 2015.
______. MCA 3-3, Portaria CENIPA nº 001/DAM de 03 Dez. 2012. Dispõe sobre o Manual
de Prevenção do SIPAER. Disponível em: <www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: 12 ago.
2015.
84
Gabarito
Questão 1 Questão 2
Unidade 1 C D
Unidade 2 B A
Unidade 3 A D
Unidade 4 A C
Unidade 5 D C
85