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tivas interpretagSes adequadas na decislo das reivindicagdes formuladas pelos su- nfo aplica iderada justa Jeitos, Age-se de forma injusta na medida em que, por carécter e incinago Natal. come 05 de seesrdeatarmos para tais acces. Além disso, mesmo quando as leis ¢ instituigbes joria geral da go injustas,€ muitas vezes melhor que sejam aplicadas de forma coerente, Desta normalente en os que a elas est2o sujitos sabem o que thes ¢ exigido e podem tentar prose tig: Pre= forse; a injustiga é ainda maior se, ao conterio, agueles que jé sé prejudicados 10> entre os par Ber ratados de forma arbitrdria nos casos coneretos em que as regras existentes Thes Teoeram dar alguna seguranca. Mas, por outto lado, pode er pefervel, cm casos ao aetvnados,alviar 0 fardo dos que S20 injustamente tratados derrogundo normes aerclamtos, A determinasao dos limites da justficagio deste tipo de accbes, em par GRiaar quando eles sZo em detrimento de expectativas fundadas, de boa-f6, nas in Htuigdes existents, & uma das questOes mais complexas da jusiga politica, Em ge iio que ito ade © as suas . s suas regras ‘9s seus prin -se de princi ral, o que se pode dizer que a forga das exigencias da justiga formal, da obedincis el da justiga: fo'sistema, depende claramente da justiga substantiva das instituigdes ¢ das poss sio dos bene~ bilidades da respectiva reforma. sae do defendido que, na realidade, 2 justica substantive e a justica formal formam um conjunto € que, portanto, pelo menos as instituigdes manifestamente injustas nunca, ou s6 raramente, so administradas de forma coerente¢ imparcial™ 6. gue apoiam a existencia de instituigbes injustas, que com elas lneram e que ne- Sexe cou desprezo os ditellos e liberdades de outros, afirma-se, nfo deixarto cer, seats que mores exeripalos decorrentes do principio do domfaio da lei (rule of Thuny interfiram nos seus interesses e situagées coneretas, Q earécter inevitayel- reine vago da lei o vasto Ambito da respectiva interpretacdo encorajem uma af- Titeariodade na decisio que s6 a fidelidade a justiga pode impedir. Assim, afirma- meirqando estao presentes a justica formal, o principio do dominio da lel (rule of Hee tutta das legftimas expectativas, a justiga substantiva estaré também, pro- ra Monte, presente, 0 desejo de seguir regres de forma coerente e imparcial, de Tatar stuagdes semelhantes de forma semelhante ede aceitar as consequéncias de vetteagto de normas pablicas esta intimamente Tigado a0 desejo, ov pelo menos 2 wplieafe’ de reconheser os direitos e liberdades dos outros ¢ de repartir equitati- rari os benefieios e encargos da cooperagdo social. Esta afirmagio € certa- Taiite plausfvel mas no a vou examinar. Nao a podemos avaliar covrectamente najuanto: nko soubermos quais sfo os mais razoaveis principios da justige subs” ceeiivae quais a8 condigdes em que eles serdo colhidos e seguidos. Um vez com- ficendi o conteido destes prinefpis e aguilo que, nara7do ena atitude humena, Treetarve de suporte,estaremos em posigao de decidir se a justiga formal ca jus- tiga substantiva esti ligadas justiga 6, nas ninistradas de s casos seme- stentes as si- ida pelas ins- s autoridades. quaisquer que éga formal. Se dade, a justioa em igualmente not elas defini- as préprias n0- bidas como re- ins disseram, @ ¢ aplicadas res- cies. semelan- ie justica subs- strutura basica, jade injusta ou :minagdo, seja rmal, ou justiga nitirmos que as autoridades se- yantes de ordem cretos. A justiga > do dominio da rma de injustica as ou as Fespec> 111. Os dois prinefpios da justica ‘Vou agora apresentar, de uma forma ainda provis6ra, os dois prinefpis da justigs que, julgo seria escolhidos na posigdo original. A primeira formulacio deste prin: Jipsos constitu um simples esboeo. A medida que formos avangando ire analisay of Sees concepedes, aproximando-me gradualmente da apresentagio final, que serd Heereesito mais adiante. Creio que, deste modo, a exposicio se fard de forma natural fo de J Poti (Lon- a tradugao de De (a Veja-te Lon Fuller, The Morality of Law (Mew Haven, Vale Unive ty Press, 1968, cap. 1. 61 A primeira apresentagio dos dois principios ¢ a seguinte: Primejrg ss0a deve ter um direito igual 20 mais extenso sistema de liberdades bé- icas que seja compativel com um sistema de liberdades idéntico para as outras. Segundo As desigualdades econémicas ¢ sociais devem ser distribuidas por forma & que, simultaneamente: a) se possa razoavelmente esperar que elas sejam em beneficia de todos; b) decorram de posigdes e funges as quais todos tm acesso © segundo prinetpio contém duas frases ambiguas: «em beneficio de todos» ¢ «ds uais todos tém acesso». A determinago mais exacta do scu sentido levaré a uma segunda formulacio do prinefpio, que seré feita no pardgrafo 13. A versio final dos dois prinefpios € dada no pardgrafo 46 No parégrafo 39 anatisa-se 0 contetido do primeiro principio. Estes principios aplicam-sc em primeiro lugar, como ficou dito, 8 estrutura basica da sociedade, pre- sidem & atribuigio de direitos e deveres e regulam a distribuigao de beneficios eco. nnémicos e sociais. A formulagio pressupde que, para os efeitos da teoria da justiga, a estratura social seja vista como tendo duas partes mais ou menos distintas, & primeira das gaais se aplica o primeiro princspio, aplicando-se o segundo principio a outra. As sim, distinguiremos os aspectos do sistema social que definem e garantem iguais liberdades béisicas © os que especificam e estabelecem as desigualdades cond. micas e sociais. B essencial observar que € possivel estabelecer um elenco das li- berdades bésicas. Entre elas contam-se, como particularmente importantes, a I berdade’ politica (direito de votar © de ocupar uma fungéo pablica) ¢ a liberdade de expressdo.¢ de reunifo’ 4 liberdade de conscitnéia ¢ de perisamentd: a8 liber- dades da pessoa, que incluem a proibigio da opressio psicolégica ¢ da agressio fisica (direito a integridade pessoal); 0 direito & propriedade privada e a protee- 0 f e80_e a prisio afbitrérias, de acordo com o principio do dominio de-acordo com o primeiro principi liberdades de= s ‘©'segundo principio aplica-se, numa primeira abordagem, a distribuigio da 1i- ‘queza e do rendimento e & concepgdo das organizagées que aplicam as diferencas de autoridade ¢ responsabilidade. Embora a distribuicdo da riqueza e do rendimento no tena de ser igual, ela deve ser feita de modo a beneficiar todos e, simultaneamente, as posigdes de autoridade e responsabilidade devem ser acessiveis a todos. O se gundo principio é aplicado facultando o acesso a esses lugares e, em Soguida, res. peitando esse limite, distribuindo as desigualdades econdmicas e sociais por forma ‘que todos com ela beneficiema. Estes principios devem ser dispostos numa ordenagdo serial, tendo o primeiro brioridade sobre o segundo, Esta ordenagao signifies que as violagdes das liberda de; protegidas pelo primeiro principio ndio podem ser justificadas, ou nsadas, por maiOreY vantigeiis eoridmicas e sociais. Tais jiberdades (2m Um Ambito ceniral de aplicagao dentro do qual s6 podem ser limitadas, ou ser odjecto d 2m em conflito com otras Hiberdades bésicas. Uma v quando tal suceda, nenhiima destas iberdades 6 abso- uta; mas, qualquer que seja o ajustamento que sofram na formagdo de um sistema, este sistema serd o mesmo para todos. E dificil, talvez impossivel, fornecer uma es. Pecificagio completa destas liberdades, independentemente das circunstancias par 68 dacles ba yutras. ma a que, \eficio de os» e «as, ri.a.uma rinefpios lade, pre- cios eco. estrutara neira das utra, AS- m iguais s econd- 20 das li tes, Tk iberdade as Tiber- agressio 1 protec dominio ades de dari engas de ento nao eamente, sistema, uma cs. sias par~ Uiculares sociais, econbmicas eteenolégicas de uma sociedade conereta. A hip6tese ue formulamos é ade que o esboco genérico dessa lista de ibesdades pode ser feito com suficiente exactiddo para apoiar esta concepsio da justiga. E evideate que li. berdades ndo compreendidas na lista, como, por exemplo, o diteito de deter certas formas de propriedade (e.g, meios de produgio) e a liberdade contratual nos termes em que ¢ entendida pela doutrina do laissez faire, ndo sto liberdades bésicas: e as. sim nao sto protegidas pela prioridade do primeiro principio, Por dltimo. no que res. peita a0 segundo principio, adistribuig&o da riqueza e do rendimentoe sas posigSes de autoridade e esponsabilidade deve ser feita de modo coerente com as liberdades bésicas ¢ com a igualdade de oportunidades © contetide dos dois principios ¢ assaz especifico e a sua eceitago repousa em certas hipsteses que teei ainda de explicere justficar. Por agora, deve observar-se {que estes dois prinfpios constituem um caso especial de uma concepesio mais geral de justiga que pode ser expressa da seguinte forma: Todos os valoi -oportunidade, rendimento e riqueza, ¢ a3, baseS Socials do respeito pidprio — devem ser distribufdos igualmente, salvo se ama Gistribuicko desigual de algum d&Sses valores, ou de todos eles, redunde em benefi- Assim, a injustiga é simplesmente a desigualdade que néo resulta em beneticio de todos, lsia concepeto &, evidentemente, extremamente vaga e requer ums inter. protagi, Como primeiro passo suponhamos que a estrutura basica da sociedade distribui certos bens primérios, isto €, coisas que o homem racional presumivelmente deseja Bstes bens tém normaimente um uso, independentemente do plano de vida racional dda pessoa em causa, Para simplificar, admitamos que os principais bens primérios & disposigao da sociedade sio direitos, libordades e oportunidadles, rendimento e ti= 4qaeza (mais adiante, na terceira parte, o bem primério respeito por si proprio tem um lugar central). Estes sio os bens primérios sociais. Outros bens primérios ha, como asaiide co vigor, a inteligéncia ea imaginacao, que sio naturais; embora 2 sua posse scja influenciada pela estrutura bésica, nao estio sob o seu controlo directo. Ima gine-se entio um sistema inicial hipotético no qual todos os bens primérios sociais estejam igualmente distribuidos: todos tém direitos e deveres semelhantes e 0 ren- dimento ¢ a rigueza so correctamente pastilhados. Esta situagio fornece-nos um onto de roferéncia para avaliar da evolugao posterior. Se certas desigualdades de rendimento ¢ diferengas de autoridade tornassem a condigao de todos melhor do que aquela que se verifica nesta situagao inicial hipotética, elas estariam em harmonia ‘com a concepedo geral de justica Pelo menos teoricamente ¢ possivel admitir que, ao abdicarem de algumas das suas Wherdades fandamentais, os sujeitos possamh sé suficienemetite compensados pelos ganhos econdmicos ¢ sociais dai resultantes. A concepgio geral da justiga nfo iimpde restrigdes quanto ao tipo de desigualdades que sto missivers: Exige apenas todos seja melhorada. Nio é necessirio imaginar algo de tao dis. Mimento na redli¢do 4 escravatura. Mas imagine-se, em ver disso, lagdo parece disposia a aceitar a rentneia de éétios diveitos politicos s tos econdmi ts forem significativos. Este ipo de troca‘é ex. os dois prineipiox da juatiay. dada a sua disposicfo em ordem serial, eles i petmitem a troca entre liberdades basicas e ganhos econémicos e socials, Salvo Perante circunstancias especiais (8836, 39). No essencial, no me vou ocupar da concepgao geral de justiga e em vez disso examinarei os dois prinefpios dispostos em ordenagao serial. A vantagem deste modo de proceder esté em que, desde o infcio, o problema da prioridade reconhecido € tentamos encontrar principios que permitam resolv8-o, Somos levados @ atender as condigdes sob as quais seré razodvel reconhecer © peso absoluto de liberdade rela- livamente gos beneficios econémicos ¢ sociais, de acordo com @ ordenagao lexical dios dois prineipios. Aparentemente, esta classificagdo parece traduzir uma situagao extrema e constituir um caso demasiado especial para ter interesse; mas ela é mais Justificada do que a primeira vista se possa pensar. Tal é em todo o caso & minha po- sigh (§ 82). Mais, adistingdo entre direitos fundamentais e liberdades, por um lado, € beneficios econémicos e sociais, por outro, marca uma diferenga no seio dos bens primérios que sugere a existéncia de uma importante divisdo no sistema social. E evidente que as distingdes tracadas ¢ a ordenagao proposta sio, na melhor das hi- Poteses, simples aproximagbes. Em determinadas circunstincias, é certo que elas se- ¥o satisfatérias, No entanto, ¢ essencial tragar as linhas fundamentais de uma con- cepgio razodvel da justiga; c hd maltiplas condigdes nas quais os dois principios, em ordenagao serial, servirio perfeitamente. © facto de os dois prinefpios se aplicarem a instituigdes tem certas consequén- , cada uma das partes do segundo prinefpio tem. um duplo significado imediato. Como estes dois significados sao independentes en- te si, 0 principio tem quatro interpretagdes possfveis. Admitindo que a interpreta | ‘so do primeiro principio é dnica, temos uma interpretacdo dos dois prineipios de acordo com 0 seguinte quadro: «Em beneficio de todos» « University of Mic das eis que apre= nutes yantagens sto digo de publiidae. clevar as expectativas de, pelo menos, um sujito representativo sem ao mesmo tempo eduzir as expectativas de, pelo menos, uin dos outros sujeitos representativbs, Es is aliezagies devem, evidentemente, estar em harmonia com 0s outros principios. Ou'seia, ao modificar'a estrutura bésiea, ndo podemos violar o prinefpio da igual li- bordade ou 0 da exigéricia de abertura das fung6es a todos. O que pode ser alterado Ea disteibuigao de rendiinento & riqueza e 0 inodo como aqueles que ocupam posi- "bes de responsabilidade e aucoridade podem orientar as actividades de natureza co- {perativa, Sendo compativel com os limites da liberdade ¢ acessibilidade, a afeeta Gio destes bens primarios pode ser ajustada por forma & modificar as expeetativas dios sujeitos representativos. Uma determinada organizacRo da estrutura basica ¢ efi- clente quando nfo puder ser alterada por forma a aumentar as expectativas de alguns dos participantes sem reduzir as de outros. ic que hé miiltiplas organizacées eficientes da estrutura bisica (que S20 Possivels. Cada uma delas determina uma divisio de beneficios da coopera- fio sotaT_-O problema etl eh escolhier entre elas, em encontrar uma concepedo da jistiga que tsole uina dessis orgiaizagées eficientes como sendo igualmentejusta. Se { consequirmos, Terex 1d0 além da simples eficincia, de uma forma que Ser’, no tentanto, compativel com ela, No entanto, teremos ainda que examinar a ideia segundo {i qual, desde que um sistema social sejaeficiente, nao ha rarao para nos preocupar- nos com a distribuigdo, Todas as organizagbes eficientes seriam, neste caso, declara- dds igualmente justas, Note-se que esta afirmagao seria, claro est, completamente ab- surda caso fosse aplicada datribuigo concreta de bens a sujeitos determinades. Ninguém ‘supe que, do ponto de vista da justica, € indiferente que um qualquer dos membros do grupo possua todos os bens. Mas tal afirmacio parece igualmente pouco razoével no que respeita & estrutura bésica. Pode por exemplo acontecer que, sob certas condi- (80s, um regime de servidio no possa ser reformado de forma significativa sem re- uzit as expectativas de alguns dos sujeitos representativos, por exemplo de um dos proprictirios da terra; assim sendo, o regime de servidio seria um sistema eficient. ‘Sob as mesmas condigdes, pode também acontecer que tm sistema de liberdade de tra batho no possa ser modificado sem reduzir as expectativas dos sujeitos representati- ‘vos, por exemplo de um trabalhador; neste caso, tl sistema seria igualmente eficiente Tim geral, sempre que uma sociedade esté dividida, de forma relevante, num certo mi- mero de classes podemos admitir que € possivel maximizar as expectativas de cada lim dos sueitos representativos, Estes pontos méximos originam, pelo menos, outros tuntos pontos de cficiéncia, pois que ¢ impossivel afastarmo-nos de qualquer deles a fim de aumentar a expectativa de alguns dos sujeitos sem reduzir as do sujeito repre- sentativo telativamente ao qual o ponto maximo foi definido. Assim, cada um destes extremes € eficiente, mas nem todos podem, evidentemente, ser justos. Esta reflexdio mostra apenas aquilo que jé sabfamos, isto é, que o principio da efi cigneia néo pode, por si.s6, servi como concepcio da justica’®, Devenids, por 880, aeres- Centar-he alguns complementos, No sistema da liberdade natural, 0 principio da eft Cidncia élimitado por determinadas insituigdes de enquacremento; quando estas fimitagbes TOE faci € geralmente revonhesido as teors da economia do bermestar, como o mosta a sfr- tngfo de que alicienia aequidade = devem eqilibrar. Vej-se, por excmplo, Tibor Seitovsky, Wet Jie ond Competition (Landes, George Allen and Unwin, 1952), pp. 60-69, ¢ [. M.D. Lite, A Critique fo Welfare Economies, 2 e8, (Oxford, The Clarendon Press, 1987), cap. VI, om especial pp. 112-116 Velumese as cbservagées de Sen abs limites do principio da efiitneia, Collective Chotce and Social Welfare, pp. 22, 24-26, 83-86. 8 so respeitadas, qualquer distrbuigdo eficiente € aceite como justa. O sistema da liber- dade natural seleeciona uma distribuigao eficiente da seguinte forma: amitamos que sa- bbemos, através da feoria econémica, que, nas condigdes normelimente admitidas como definindo uma economia de mercado competitiva, 0 rendimento ¢ a rigueza ser30 dis- ‘eibutdos de uma forma eficiente e que a cistribuigdo eficiente que coneretamente dela resulta em determinado periodo de tempo é fungto da distribuieio inicial de rendimento @ riqueza e de talentos naturais e capacidades. Para cada distribuigio inicial havera um resultado eficiente concreto, Assim, se tivermos de aceitar 0 resultado como justo, ¢ n80 apenas como eficiente, eremos de aceitar jgualmente a base a partir da qual a distribui- Go inicial de talentos e capacidades € determinada ao longo do tempo. 'No sistema da liberdade natural, a distribuigdo inicial € regulada por aguilo que est inplicito na ideia de que as carreiras profissionais estio abertas a todos em fun- ‘¢io do mérito (conforme atrés ficou definido). Estes eyquemas de distribuiglo pres- Supdem a'ekisténcia de liberdade igual (confornie o especificado pelo primeiro prin- ipio) ¢ uma economia de mercado livre. Exigem eles tambémn uma igualdade. formal de oportunidades, na medida em gue juridicamente todos t€m os mesmos direitos de feeaeo As posigdes sociais vantajosas. Mas uma vez. que no hi um esforga para pre- Serva? a igualdade, ou a manutengao de condigdes sociais idénticas, excepto na me- ‘ida em qué tal 6 necessdrio pata salVaguardar as instituigdes de enquadramento, distribuigdo de talentos € capacidades para um qualquer perfodo de tempo é forte- iiente influciiciada polis contingéncias iatufais € socials, A distribuicao existente de readimento c riqueze ¢, digamos, o efeito cumulativo das distribuigées anterio- res de dons isto é, dos talentos ¢ capacidades naturais -, desenvolvidos ou ndo, na medida em que a sua utlizagao foi favorecida ou desfavorecida a0 longo do tempo pelas circunstincias sociais c por contingéncias como a sorte ou o azar. Intuitiva- mente, 2 injustica mais evidente do sistema da liberdade natural esté em que ele per- ‘ile que a parte que a cada um Cabe na distribuigao seja influenciads por estes fac- 5, Os quais sio arbitcérios de.u “moral ja die eu designo por inierpretagao liberal tenta corrigir este aspecto acres- centando 4 exigéncia de que as carreiras sejam abertas &s capacidades de cada um @ condigéo suplementar que é constitufda pelo principio de igualdade equitativa de oportunidades. A ideia € que estas fungoes e carreiras devern no apenas ser for- malmente aberias 2 todos mas também de que todos devem ter uma possibilidade ra- zoavel de as atingir. O significado desta afirmagao nao é & primeira vista claro, mas podemos dizer quc aqueles que tém capacidades e conhecimentos idénticos devem {er oportunidades de vida semelhantes. Mais concretemente, assumindo que ha uma distribuigdo dos activos e qualidades naturais, aqueles que tém talentos e capacida- ddes do mesmo nfvel ¢ a mesma vontade de os aplicar devem ter as mesmas pers- pectivas de sucesso, independentemente do seu lugar inicial no sistema social. Em todos os sectores da sociedade deve haver aproximadamente as mesmas perspecti- vas de cultura e sucesso para todos aqueles que t&m motivagBes ¢ capecidades se methantes. As expectativas dos sujeitos que tém as mesmas capacidades ¢ aspira- {es ndo devem ser afectadas pela classe social a que pertencem!! ‘A interpretagZo liberal dos dois prinespios visa, portanto, mitigar a influéncia das contingéncias sociais e da fortuna natural na distribuigdo. Para atingir este objectivo, 1 sta detnigdo segue a sagestto feta por Sidgwick em The Methods of Eihis, p, 285, n, Vert tbém B. HTewney, Equally (Londees, George Allen and Urwin, 1931), cap Il see. 2, © 8. A.O. Wil Fama, «The Ides of Equality, em Philosophy, Polities and Soceiy, ed, Peter Laslet.e W... Runelman (Oxford, Bes Blackwell, 1962). pp. 125 es. 16 O sistema da liber- 3: admitamos que sa- nte admitidas como a rigueza serio dis- coneretamente dela nicial de rendimento 30 inicial haverd um io como justo, ¢ nao rda qual a distribui- po. ada por aguilo que tas a todos em fun- :distribuicao pres- pelo primeira prin- a igualdade formal nesmos direitos de n esforgo para pre- aS, eXceptO na me- mento, @ de tempo & forte: ribuigao existente’ ribuigGes anterio- olvidos ou no, na © Iongo do tempo azar. Intuitive th emque ste aspecto acres- ides de cada um & ade equitativa de 0 apenas ser for- possibilidade ra- a vista claro, mas idénticos devem indo que hé uma entos e capacida- as mesmas pers- stema social. Em estnas perspecti- sapacidades se~ ridades e aspira- ‘a influéncia das, ir este objectivo, 285, 0, Vert eB. 4.0, Wi. W.G. Runciman € necessétio impor condigdes estruturais bésicas suplementares ao sistema inicial. O mercado livre deve ser visto no quadro de uma estrutura de insituigdes politicas ¢ juridicas que regule as tendéncias globais dos factos econémicos e salvaguarde as condicdes sociais nevessarias para a igualdade equitativa de oportunidades Os ele, mentos desta estrutura so conhecidos, embora possa valer a peria 1ecordar como importante que se evite uma acumulagio excessiva da propriedade e da riqueza e que se mantenha a igualdade de oportunidades de educagdo para todos. As possibilige. des de adquirir conhecimentos de natureza cultural © qualificagdes nao devem de. ender da posigZo de classe, pelo que o sistema escolar, quer seja publica ou pri, ‘ado, deve ser tragado para eliminar as barreiras de classe. Embore a concepeio liberal pareca preferivel ao sistema de liberdade natural, ela ¢ ainda intuitivamente insuficiente. Por um lado, ainda que consiga climinar total, monte a influéncia das contingéncias sociais, ela permite que a distribuigéo da ri. 4queza ¢ do rendimento seja determinada pela distribuigio natural de capacidades ¢ talentos, Dentro dos limites impostos pelas instituigdes de enquadramento, a distr buigto & decidida pelos resultados da lotaria natural, resultado esse que ¢ arbitriio do ponto de vista moral. Nio hi mais raz6es para admitir que a distribuigdo do ren- dimento e da riqueza dependa da distribuigio de talentos.¢.qualidades naturais do ie para aceitar que ela depende do acaso hist6rico e social. Mais, 0 principio da iptaldade cquitativa no acesso As oportuinidades 86 pode ser aplicado de forme ion, Perfeita, pelo menos enquanto existir uma qualquer forma de estrutura familias A dimensio do desenvolvimento das eapacidedes naturais e a forma como frat cam sio afectadas por toda a sorte de condiges sociais ¢ atitudes de classe. Mesmo ‘Vontade de fazer um esforgo, de tentare, portanto, de ser merecedor no sentido cor. Fente da expressio dopende de uma conjugagio feliz de circunstincias sociais ¢ fa. miliares. Na pratica, 6 impossfvel assegurar iguais possibilidades de sucesso ¢ cul, tura a todos aqueles que sdo dotados de modo semelhante '€, porianto, podemos preferir ‘adoptar um principio que reconheca este facto e limite os efeitos arbitrérios da coga lotaria natural. O facto de a concepgdo liberal o nio conseguir fazer reforga 0 inte- fesse na busca de outra interpretagdo para os dois principios da justiga Antes de abordarmos a coneep¢do da igualdade democrética, vou roferirrapida- mente @ concepgio de aristocracia natural. Para esta perspectiva nao ha qualquer ten {ativa para controlar as contingéncias sociais para li do que & exigido pela igualdade formal de oportanidades, mas as vantagens dos sujeitos com maiores atribatos na, (urais devem ser limitadas aquelas que melhorem a situagdio dos sectores mais po. bres da sociedade. 0 ideal aristocratico & aplicado a um sistema que. pelo menos de um ponto de vista juridico, é aberto, e a melhor situagdo dos que sto por ele favo- recidos € considerada justa apenas quando a redusio da parte que cabe nos que es. {Ho numa situagdo superior provoque, tambérm, uma tedugao para os que este nima osigHo infetior!2. Desta forma, a ideia de noblesse oblige € alargada 2 concepgao dla aristocracia natural '=Bsta formato do idea aristoerstico deriva da anise que Samtayans fz J aritocracia em Rea- ‘0 and Society (Nova longus, Chatles Scribner, 1908), exp. IV, pp. 109s. Afitma, por ccm oe Suits Um regime arisoerdtico pode apenas ser justficad pela propagagto dos benetcion pela prove e que, se menos for dao 20s que esto numa situagSo superior, menos serd ido peloe tus exten ‘sig inferior» Devo a Robert Rode o ter chamado a minha stengie part o fact Je suse erate, Clunataralé un interpreta posivel dos dos pinipos de juga que um sistema foal cea pode lumbém tentar satisfzero principio da diferenea 7” Ora, tanto a concepeao liberal como a da aristocracia natural sao instéveis, Se, hho que toca a determinacao da distribuigdo, tivermos, num caso, dificuldades com a influéneia das contingéncias sociais e, no outro, com a do acaso natural, a0 reflec. tirmos veremos que, em qualquer dos casos, teremos dificuldades com a influéncia do outro elemento. De um ponto de vista moral, ambas as concep¢des parecem igual- mente arbitrérias. Assim, seja qual for a forma como afastarmos o principio da li. berdade natural, 86 a concepgao democrética nos pode satisfazer. Falta ainda explicé. {a E, sobretado, nenhuma das observagdes anteriores constitui argumento em seu favor, dado que, numa teoria contratualista, todos os argumentos, rigorosamente fa. lando, devem ser formulados em termos daquilo que seria racional aceitar numa po- sigdo original. O que aqui me ocupa, no entanto, é preparar o caminho para a inter- pretagio preferida dos dois prinefpios, de forma a que os dois critérios, sobretudo 0 Segundo, néo surjam ao leitor como demasiado extremista. Uma vez que buscamos luma aprescntagao desses principios que considere todos os homens, em jgualdade, como entidades morais e que nao avalie 2 parte que cabe a cada um nos encargos ¢ vantagens da cooperagio social em fungo da sua origem social ou da sorte na lota- ria natural, a interpretacio democritica é a melhor escolha de entre as quateo alter nativas, Dito isto, a titulo de prefécio, passo a abordar a concepgao democritica, 13. A igualdade democrética e o prinefpio da diferenga A interpretagio democrética, como o quadro atrés exposto sugere, é obtida pela combinacdo do principio da igualdade equitativa de oportanidades com o prinetpio da diferenga. Este principio elimina a indeterminagao do prinefpio da eficiéncia zo isolar uma posiclo particular a partir da qual as desigualdades econdmics e sociais da estrutura bésiea devem ser julgadas, Partindo da estratuta institucional exigida pela igual liberdade e pela igualdade equitativa de oporiunidades, as expectativas sais eleVadas dos sujeitos que estdo melhor situados sdo justas se. ¢ apenas se, fa _Slonein como parte d6'um sistema que melhdés is expectativas dos membros me: ‘nos beneficiados da Sociedade, A ideia ituitiva & a de que a ordem social no deve Dermilire BaraHr 8 peispectivas dos que estio materiaimente melhor ano ser que, ‘ao fazé-lo, beneticie os que so menos afortunados (veje-se a discussio do princh, plo da diferenga que se segue). O principio da diferenga Partamos do principio de que as curvas de indiferenga agora representam distri- buigdes que julgamos igualmente justas. O principio da diferenca constitui entdo uma concepeio fortemente igualitiria, no sentido em que, a menos que haja uina distri= buigdo que meihore a situagio de ambos os sujeitos (limitamo-nos, por uma questao de simplicidade, a este caso), uma disitibuigao igual € preferida. As curvas de indi ferenca tomam a forma tragada na figura 3, Estas curvas so formadas por linhas ver. ticais ¢ horizontais que se cruzam em &ngulo recto sobre a Tinha de 45° (supomos ue os dois eixos representam grandezas cardinais e susceptiveis de comparagio in- terpessoal). Nao importa qual scja a melhoria de situagio dos sujeitos; do ponto de vista do princfpio da diferenga, $6 hé ganho quando o outro sujeito melhorer tam bém a sua posigio, B thi i X 0 rin ASA Ad twrio alten fente polo Ni lov pela c ‘ay io In favor Worl Uy ‘lio ‘hg Au pa ome nti ‘oat svulal ui inno le inp sv late le - Se, coma flee: uéncia igual- ‘da li- cplicd- nte fa- na po- inter- tudo 0 camos dade, gos & a lota- alter ica, Ja pela incfpio ncia ao sociais er que, princi 1 distri io uma 1 distri- questo de indi- has ver npomos ago in- onto de ar tam Suponhamos que X; 6 0 sujeito representativo mais favorecido na estrutura basics “Hé medida que as suas expectativas melhoram, 0 mesmo acontece com as de X>, que € 0 sujeito que esti em pior posigdo. Na figura 6, « curva OP representa a conéribui- Ho para as expectativas de Xo que decorre do aumento das expectativas de X . %| SEEESEEEERoooe! Hane) AS fase o x 0 aX FIGURA 5 FIGURA 6 ‘0 ponto de origem O representa o estado hipotético em que todos os bens sociais, primarios sio distribuidos igualmente. A curva OP est sempre abaixo da linha dos, 45°, dado que X; esta sempre em melhor posi¢a0. Assim, as tinicas partes relevan- tes das curves de indiferenca sfo as que se encontram abaixo dessa linha e, por essa razio, a parto superior esquerda da figura 6 ndo esté representada. O principio da in- diferenga é inteiramente satisfeito apenas quando a curva OP é simplesmente tan- gente & curva de indiferenga mais elevada que atinge. Na figura 6, tal € representado pelo ponto a. "Note-se que a curva da contribuigdo para as expectatives de Xq, a curva OP, s¢ eleva para a direita porque se parte do prinefpio de que a cooperagio social definida pela estrutura basica é mutuamente vantajosa. Agora, jd se ndo trata de distribuir luma quantidade limitada de bens. Do mesmo modo, nada se perde se uma compara- 0 interpessoal acurada dos beneficios for impossivel. Basta que 0 sujeito menos Favorecido possa ser identificado e que as suas preferéncias racionais possam ser de- terminadas. ‘Uma concepyio menos igualitéria do que a do prinefpio da diferenga, ¢ talvez & primeira vista mais plausivel, € aquela em gue as linhas de indiferenca para as dis- Uribuigdes justas (ou para o objecto representado) scjam curvas ligeiramente conve xas para 2 origem, como na figura 7. As curvas de indiferenga para as fungdes de ‘bem-estar social siio muitas veres representadas desta forma, Estas curvas repre~ sentam o facto de que & medida que uma das pessoas obtém vantagens relativamente 2 outra 0 aumento das vantagens pessoais tem menos valor de um ponto de vista social © ulilitarista classico, por seu turno, 6 indiferente & forma como uma soma cons- tante de beneticios é distribufda, Recorre & igualdade apenas para resolver situagSes de impasse. Se h4 apenas duas pessoas, as linhas da indiferenca do utilitarista para a distribuigio so, admitindo que os cixos representam grandezas cardinais que po- dem ser objecto de comparagio interpessoal, linhas perpendiculares & linha de 45°. 9 Dado no entanto que Xy € Xp sto sujeitos representativos, os gantos respectivos tem. de ser avaliados face ao ntimero de pessoas que cada um deles representa. Uma vez ‘que, presumivelmente, X> representa basiante mais pessoas do que X;, as linhas de indiferenga tornam-se mais horizontais, como na figura 8. A relagio entre o ntimero, dos beneficiados ¢ o dos projudicados define a inclinago dessas linhas rectas, a ° x 0 b ty FIGURA7 FIGURAS Se tagarmos & mesma curva de contribuig20 OP que wsdmos anteriormente, po- demos ver que a melhor distribuigdo na perspectiva utilitariste se atinge num ponto que esté para Id do ponto b, onde a curva OP atinge o seu méximo, Uma vez que 0 principio da diferenga selecciona o ponto b e este esté sempre para a esquerda de a, © utiltarismo admite, em identidade de circunstancias, maiores desigualdades. Para ilustrar o principio da diferenca, considere-se a distribuigao de rendimento entre as classes sociais. Suponhamos que 0s vsrios grupos de rendimentos esto cor- relacionados com certos sujeitos representativos, por referéncia as expectativas dos quais podemos julgar a distribuigio. Aqueles que & partida sdo, por exemplo, mem- bros da classe empresarial numa democracia de proprietirios t8m melhores pers- pectivas de futuro do que os que partem da classe dos trabalhadores nao especiali- zados. Parece provavel que esta afirmagao seré verdadeira mesmo quando as insituigdes sociais que agora existem forem eliminadas. Como pode entdo justificar-se esta ¢3- pécie de desigualdade inicial quanto 2s perspectivas de vida? De acordo com 0 prin- cipio da diferenca, tal & justificavel apenas se a diferenga de expectativas for em be- neficio do sujeito representativo que estiver na pior posigao, neste caso o trabalhador niio qualificado representativo. A desigualdade de expectativas seria permissivel ape- nas soa sua redugtio piorasse ainda mais a situagZo da classe trabalhadora, Podemios admitir, dada a cldusula do segundo principio relativa &s fungées abertas a todos © tem geral dado o prinefpio da liberdade, que as melhores expectativas concedidas aos empresérios os encorajam a tomar decisdes cujas consequéncias sejam a elevacso das perspectivas da classe trabalhadora. As suas maiores perspectivas agem como incentivos, de modo a que o processo econsmico seja mais eficiente, a inovagio se processe de forma mais acelerada, etc. Nao vou discutir a veracidade destas afirma- ges. A questio central é que, para que estas desigualdades satisfagam o principio da diferenga, € necessério defender um argumento deste tipo. Farei agora algumas observagées sobre este prinefpio. Em primeiro lugar, a0 aplicé-lo devemos distinguir entre duas situagdes. Na primeira, as expectativas do 80 neil Fait Moe: const possi vont exper Eape leva Fore form jure vel ah atv slate Hin ¢ Ha Fay cl wil U tu svg ole hora foe ine feito tive wet ane nen fat any lier it wt ive oT i op ihe i tives tem Uma vez Jinhas de o miimero clas. ~ ~ ~ Ve ~ ~ =f nente, po 1um ponto ‘vex que 0 jerda de a, lades. endimento esto cor- ativas dos plo, mem ores pers- vespeciali- nstivuigoes se esta es- om o prin- for em be- rabalhador ssivel ape- . Podemos que € per- rinefpio da ico, entre aX; atinge X3 seeleve stresquerda via nada diz ervalo A di- teita do ponto a na figura 9. A curva Xp tanto pode elevar-se como descer (como in- dica a linha tracejada X'2). A ligagio em cadeia nao é vélida 2 direita do ponto b na a xy x FIGURA9 = Os iniervalos em que ambas as cutvas Xp ¢ X3 se elevam definem os intervalos _ gm que X; efectua contribuigdes positivas. Qualguer deslocagdo para a direita au- fhenta a expectativa média (se a uilidade for mecdlida pelas expectativas) ¢ também expeita o principio da eficiéncia como eriterio de mudanga, ou seo Pontos para | A diceita melhoram a situaglo de todos. "Na figura 9, as expectativas médias podem elevar-se para Id do ponto a, embora | as expectativas dos menos beneficiados desgam (isto acontece pelo diferente peso | {tribuido aos diversos grupos). © principio da difcrenga exclui esta possibilidade e felecciona o ponto a. ‘A proximidade das expectativas significe que as curvas Xq e X3 niio tém seg~ tentos planos. Em cada ponto, as curvas descem ou sobem. Todas as curvas ilus- _ {tadas satisfazem 2 condigéo da proximidade das expectativas. [Nao vou examinar qual a possibilidade de a ligacio em cadsia e a proximidade ‘as enpectativas se verfficarem, principio da diferenga fo depende da verifica- “lo destas condides. No entanto, quando as contribuicoes Feit pelos que estio.em _ fig ma avorecid oe propaga a on ‘do tecido social e niio ficam conti- qseciores particulares, parece plausivel quc, se 0s menos favorecidos ficam a Thai. tiesmo acontecerd com os qu esiao em posigbes intermédias, isto €, en- agueles que Scontribiic inos favorecidos, Além disso, a dis- So dos beneficios € TavoreéiGa por das caracteristieas das instituigbes que sio, {inbas, exemplificadas pela estrutura basica: em primeiro lugar, clas so estabeleci- as pare prosseguir certos interesses fundamentais por todos partilhados e, em se- “gundo lugar, as TungGes e as carreiras sfo abertas @ todos. Assim, parece provével flue, se, por exemplo, a autoridade e os poderes dos legisladores e jutzes melhora- Muna sitaagio dos menos favoreeidos, melborard, também, a dos cidadiios em ge- | fal, Desde que os outros principios da justiga estejam preenchidos, a ligagio em ca - {feia pode verificar-se com frequéncia. Se assim for, podemos afirmar que, na regio fom que se efectuam 2s contribuigdes positivas, isto é, aquela cm que os beneficios = {los que esto em posigio favorecida melhoram 2s expectatives dos menos afortu- | dob, qualquer movimento para ober uma organizagdo perfeitamente justa melhora _ fis expectativas de todos. Nestas circunstancias, o principio da diferenga tem conse- pci algo sonelnnts '3s dos principios da eficiéncia e da uilidade mé- a (sea atilidade media for medida pelos bens primérios), Se a ligagdo em cadeia 83 raramente se verificar, é evidente que esta semelhanga de consequéncias nfo é im- Portante. Mas parece provavel que, num sistema social justo, una difusio geral de beneficios se verifique com frequéncia. 1H ainda um outro problema. A proximidade das expectativas ¢ invocada para simpliticar a formulagdo do prinetpio da diterenga, Dade clara eonete oc seja qual fora sua importineia ou probabilidade pratica, que os menos beneficiidos tados, positive ou negativamente, por mudahcas t vas dos IF Posicéo, embora essas mudanigas beneticiem outros. Nest le das expectativas falha €, para'a resolver, podemos te prinefpio de alcance mais geral: numa estrutura bdsica com n su {ecitos representativos relevantes, deve em primeizo Tugir maximizar-se o beucestar 6 sujeito representativo mais pobre; em segundo lugar, dado um corto nivel de bei iais PODTE-aleve maximizar-se o bem-estar do segundo su {ativo mais pobre; e assim sucessivamente até ao dltimo caso, que conaisté em, para ‘os n-L, maximizar o bem-estar 28ta_solugio como o principio lexical da di- ue ct casos reais este principio nio deve ser Televante Petefciospotenciais mis elevados para os que estdo et pat cativos, haveré certamente uma forma de melhorar aim inigeav dos mieifos Beieficiados. Por isso, Vou utilizar seimpee-O princl- pio da diferenga sob a forma mais simples; assim, o resultado da andlise feita nas dl fimas seco6es leva a seguinte redaccao do segundo principio: ‘As desigualdades sociais e econdmicas devem ser distribuidas por forma a que, simultaneamente, a) proporcionem a maior expectativa de beneficio aos menos fa. vorecidos © ) estejam ligadas a fungdes ea posigdes abertas a todos em posigao de } igualdade equitativa de oportunidades, Por iltimo, uma observagiio terminol6gica, Os economistas referem-se ao prin- cipio da diferenga como critério maximin, mas evitarei cuidadosamente tal designa: $80 por diversas rezGes. O critério mazimin & geralmente entendido como uma tegra de escolia em condigies de grande incerteza (§ 26), enquanto principio da dife- renga é um principio da justiga. Nio ¢ de desejar que se empregue a mesma desig. hago para duas realidades tio diferentes. O principio da diferenga 6 um eritério ‘muito especial: aplica-se primariamente 2 estrutura basica da sociedade através de sujeitos representativos cujas expectativas devem ser avaliadas mediante uma liste de bens priméios (§ 15). Além disso, chamar ao principio da diferenga critério ma ximin pode sugerir, erradamente, que o principal argumento para este prinetpio na osigdo original deriva da hip6tese de uma aversio ao risco muito clevada, Ha efec. fivamente uma relagio entre o prinefpio ¢ a diferenga e essa hipdtese, mas nao to- ‘memos como ponto de partida atitudes extremas face ao risco (§ 28); e, em qualquer ¢as0, ha muitos argumentos em favor do principio da diferenca em que o risco nao desempenha qualquer papel, Deste modo, € melhor reservar a expressio «eritério maximin> apenas para a regra de escolha em situagdo de incerteza 14, Igualdade equitativa de oportunidades e justica puramente processual ‘Vou agora referir-me a segunda parte do segundo principio, que deve ser enten- dido como 0 principio liberal da igualdade equitativa de oportunidades, Nao deve ' Sobre este ponte, vea-se Sen, Collective Choice and Social Welfare, p. 138, n 84 s nlio € io geral de vocada para onceber-se, eneficiados Nei odemos ex- a.com n si FS 0 pried fita nas Gh >rma a que, s menos fa” 'posiglio de -se ao prin- al designa- > uma regea pio da dife- sma desig- um eritério através de je ums lista tério ma- rinespio na la. Ha efec- nas milo t0- m qualquer o risco nfo (0 «critério essual » ser enten- Niio deve pois ser confundido com a nogao de que as carteires profissionais esto abertas 20s talentos de cada tum; e nao nos podemos esquecer que, dado que estéligada ao prin~ ipio da diferenca, as suas consequéncias sio completamente diferentes das que re- wultam da interpretagao liberal dos dois prineipios tomados em conjunto. Em part- cular, tentarei demonstrar adiante (§ 17) que este principio nto esté sujeito a odjecca0 segundo a qual conduz a uma sociedade meritocrética. A este respeito abordarei al- gumas outras questdes, nomeadamente a das suas relagdes com a justiga processual pura Em primeiro lugar, no entanto, queria salientar que as razGes para exigir que as | carreiras ¢ os lugares estejam abertos a todos niio sto 36, nem sequer primariamente, 4 de eficiéncia. Nao defendi que tais carreiras ngo devem ser abertas a todos para {que, de facto, todos beneficiem do sistema. Pode ser possivel melhorar a situagio de todos mediante a atribuigdo do certos poderes e beneficios a determinados lugares, lipesar de certos grupos serem deles exclufdos. Embora 0 acesso fosse limitado, tal- Tundamentados, nao apenas por serem exclufdos d ‘esemipentio dé fungSes, mas porque foram, imped agao pessoal gue & causada pelo exercicio devotado € ‘gompetente de fangdes Goin importéncia Social. Ficariam privados de uma das pis ‘lpais formas do bem humano. ‘Como atrés ficou dito, a estrutura bésica € o objecto primeiro da justia. E evi- dente que qualquer teoria ética reconhece a importancia da estrutura bésiea como ‘bjecto da justica, mas nem todas as teorias consideram a sua importancia da mesma forma. Na teoria da justiga como equidade, a sociedade é interpretada como um em- preendimento de natureza cooperaliva que visa obter vantagens miltuas para os par = icipantes. A estrutura bésica é um sistema piblico de regras que definem um sis- (ema de actividades que leva os homens a agirem em conjunto de modo a produzit ma maior soma de beneficios e que atribui a cada um certos direitos, que so re- ‘conhecidos, a uma parte dos resultados respectivos. Aquilo que alguém faz depende {0s direitos que as regras pablicas Ihe reconhecem e estes direitos, por sua vez, de- pendem do que ele faz. A distribuigao resulta da satisfagdo das exigéncias dos su- __Jeltos, as quais sao determinadas por aquilo que cles empreendem & luz dessas legt - toas expectativas. Essas consideragdes sugerem a ideia de que 6 possfvel tratar a questo da parte {que cabe a cada um na distribuigéo como um problema de justica processual pura’ A ideia intuitiva ¢ a de tragar o sistema social de forma a que o resultado, seja ele | qual for, seja justo, pelo menos enquanito estiver compreendido dentro de certos fnjtes. A nogéo de justiga processual pura é melhor entendida se a compararmos com ~ justiga processual perfeita e imperfeita. Para ilustrar a primeira, consideremos © 1s Para wma discussto goral da justiga pocessual,vejase Bran Barry, Political Argument (Londres, ‘Noutlegge and Kegen Pai, 1955), cap. Vi Sobre o problema da diviszo juts, ver RD. Luce e Howard Rifts, Gemes and Decislons (Nova Torque, John Wiley and Sons ne, 1957), pp. 363-368, € Hngo Sti- ‘his, «The Problem of Fair Divisions, Economica, val. 16 (1948) 85 aso mais simples de ina divisdo equitativa, Um bolo deve ser dvidido entre um LOBES, Se & qu ens, aie dard tl zesltado? Deieando de Tad os {SpECIOS WTC, a {Site En pinto ugar, hd wer cto ndependenc para squle gee sie arc visio cquitativa, citério esse que ¢ definido separadamente e em momento anterior ‘a0 processo que deve ser Seguido; e, em segundo lugar, possfvel conceber um pro- cesso que assegure a obtengao do resultado desejado. K evidente que pertimos aqui de certas hipéteses, como sejam a de que o sujcito pode dividir o bolo em partes iguais, que deseja a maior parte possivel, ec. Podemos, no entanto, ignorar estes Pormenores; a questo essencial 6 que temos um padrio independente pata decidir qual o resultado justo, bem como um procedimento que nos garante a obtengio de tal resultado, Dito isto, 6 claro que a justiga processual perfeita € rara, se nfo im- possivel, em sitaagdes que tenham interesse prético, A justiga processual imperfeita € exemplificada pelo julgamento em processo eri- ‘minal. O resuitado desejado € que o réu seja considerado culpado se, e apenas se, cometeu 0 crime de que ¢ acusado. Neste sentido, 0 processo de julgameato € ori= entado para a busca ¢ a determinagao da verdade, Mas parece ser impossivel o tra- sat as regras jurfdicas de forma a que elas conduzam sempre ao resultado correcto A teoria do processo penal determina quais os procedimentos e as regras de prova que estdo melhor colocados para assegurar este objectivo, respeitando 0s outros fins do direito consoante as circunstincias. 14 diferentes regras de julgamento das quais se pode esperar que produzam os resultados desejados, se nio sempre, pelo menos nna maioria dos casos. Um julgamento é, portanto, uma manifestagao de justiga pro- cessual imperfeta, Ainda que a lei seja rigorosamente respeiteda e que 0 processo seja justo e correctamente conduzido, pode chegar-se a um resultado errado; um ino- cente pode sor condenado, o culpado pode ser julgado inocente, Em tais casos, fala- ‘mos de erro judicial: 2 injustiga no decorre de qualquer erro humano mas de uma combinagio Fortuita de cixcunstincias que falseia o objectivo das regrasjurfdices. A caracteristica a 1 imperfeita ¢ que, embora haja um critério is pendente parao ‘lo hd qualquer processo prélico que asseg que ele serd ating pendénte para 6 185 - lative que permite que o testliado, seja ele qual for. sera igualmente conrecio Gu equilative desde que 0 process tenka sido devidamente respeitado, Esta situagao ote ser demostraaa por a apostas razodiveis, a distribuigao do produto dessas apostas depois da realizagio da ‘ltima delas, seja ela qual for, é equitativa, ou pelo menos nio € injusta. Parto do prinefpio de que as apostas razodveis sio aquelas que tém uma expectativa de ga- har igual a zero, que as apostas sao feitss voluntariamente, que ninguém faz tra- paca, etc. Os intervenientes decidem equitativa e livremente apostar, em condigbes {que so, elas préprias, equitativas. Assim, as circunstincias de fundo definem um processo equitativo, Qualquer distribuigdo do produto que seja igual 8 quantiaini- 86 eu a qu ml seal sla wan tl e904 si wily yt Min aqua vie wi ule # au yee walla t ape stl i cn Td cial detida por todos os intervenientes no seu conjunto pode resultar de uma série de Apostas razoaveis. Neste sentido, todas as distribuigSes concretas so igualmente ‘equitativas, Uma caracteristica propria da justiga processual pura é a necessidade de {que 0 processo para determinar o resultado justo tenka efectivamente lugar, porque, nestes casos, no hé qualquer critério independente por referéncia ao qual um re- sultado concreto possa ser considerado justo. Nao & possivel dizer que uma situago conereta é justa porque poderia ter sido atingida através de um processo equitativo. ‘Tal seria ir longe de mais, E levaria a consequéncias absolutamente injustas. Por cexemplo, scria possfvel defender que praticamente qualquer distribuigao de bens se~ ra justa ou equitativa, dado que poderia ter resultado de um jogo com regras equi- tativas. O que torna o resultado final das apostas equitativo ou pelo menos no in- Justo (unfair) € que ele é 0 produto de uma série de jogos com regras cquitativas, Um processo equitativo conduz a um resultado que é também equitativo apenas ‘quando tal processo ¢ efectivamente posto em pratica. Assim, para se aplicar a nocéo de justiga processual pura a distribuigao, neces- Sfrio estabelecer-se um sistema justo de instituig6es e administré-lo de forma impar- cial. $6 contra um enquadramento constituido por uma estrutura bésica justa, inelu- indo uma constituigio polftica usta ¢ uma organizacao justa das instituigses econémicas esociais, se pode dizer que existe necesssirio processo justo, Na parte II, vou desere- ver em pormenor uma estrutura basica que tem as caracterfstieas necessérias. As suas vrias instituigdes serio explicadas e ligadas aos dois principios de justiga. O principio das oportunidades equitativas visa assegurar que 0 sistema de co- _operagio obedece & justiga processual pura. Se tal prineipio no for respeitado, a |ustipa distributive nao pode ser deixadaentreguea si propria, mesmo gu seja ape. ‘nas em dominios limitados. A grande vantagem pratica da justica processual pura estd em que deixa de ser necessario, para assegurar as exigéncias da justica, con- (rolar a infinita variedade de circunsténcias e a evolucao das posigdes relativas dos diferemes sujeits. Evita-se assim o probleme da definicao Ge prncipion que pet __mitam lidar oom a enorme complexidade que seria ntodutida caso cases dtaies _ fossem relevantes. E um erro concentrar a atenc&o nas posicdes relativas varidveis _ dos diversos sujeitos e pretender que cada mudanga, considerada como uma tran. ‘ego nica vista isoladamente, sea em ¥! mesmo juste, Ea organizagio da es tutura bésica que deve ser julgada, e de um ponto de vista geral. A unica critica que se Ihe pode dirigir'é a que é feita a partir do ponto de vista de um sujeito re- presentativo colocado numa posigiio determinada. Assim, a aceitagiio dos dois prin- Sipios raduz também um entendimento quanto a izelevéncia como matéria deus. tiga social da maioria da informagao, ¢ de muitas das complicagdes, da vida uodiiona, este modo, a justga proessual pura, as distibuigbes de beneficos nto 380 Avaliadas, num pHlnelto momen, Courantanes Vin Gonjuns de Benetiioe dave: iivels com os desejos © RECes ectagio produzidos 6 feita de acordo com 6 Sstetta pablico este sistema que cam asus -08 melos para isso ia lepiimas pcensbes Cu tstueao Bo. diza disiribuigio correspondente. Assim, nesta espécie dé justiga procesaial, a {cio aa aistibuigao € baseada na justiga do sistema de cooperedas ae haibte do qual ela surge, ¢ nas respostas as pretensdes dos individuos que nela tomam parte, 87 A distribuigdo ndo pode ser avaliada de forma isolada face ao sistema do qual ela 4 @ produto, nem das avcdes que os participantes de boa-fé praticam, em fungze das respectivas expectativas fundadas. Nao hd resposta para a questio de saber se uma dada distribuiglo de um certo conjunto de bens a individuos concretos com desejos e preferéncias conhecidos é, em abstracto, melhor do que uma outra, A goncepeto dos dois principios ndo interpreta o problema primério da justica dis tributive como um problema de justiga na afectagéo de bens, For seu turmo, o conceito de justica na afectagio de bens parece aplicar-se na- {uralmente quando um dado conjunto de bens é dividido entre sujeitos con. cretos cujos desejos ¢ necessidades so conhecidos. Os bens que so afectados io silo produzides por estes individuos e eles nao participam em quaisquer rela {Ses cooperativas existentes. Dado que nao hé exigéncias prioritatias sobre on bens a ser distribufdos, € natural que eles sejam partithados de acordo com os de- scjos © necessidades, ou mesmo que se maximize o resultado liquido de satisfa. gto, A justica torna-se uma forma da cficiéncia, salvo se preferitmos a igualdade. Se for generalizada, « concepgio da justica na afectagao leva a visio atilitarista eléssica, Como vimos, esta doutrina assimila a justiga a benevoléneia do expec. tador imparcial esta dtima leva a uma concepedo mais eficiente das institu, £6cs, capaz de promover o maior equilibrio de satisfagtio, O importante agora 6 Salientar que o wtilitarismo nao interpreta a estrutura bésica como um sistema de pura justiga processual. O utilitarista tem, pelo menos em prinefpio, um padrio independente para avaliar todas as distribuigoes, isto é, saber se elas produzem o maior saldo Iiquido de satisfagto, Para esta teoria, as instituigdes sto organize, es mais ou menos imperfejtas que permitem atingir este fim. Assim, dados os descjos ¢ preferéncias existentes, o desenvolvimento natural para o futuro que cles contém, o objective do governante € estabelecer o sistema social que mais ae aproxima do fim espocificado. Dado que este esta sujeito as limitagoes ¢ obstd culos inevitiveis da vida quotidiana, a estrutura basica consttui um caso de jus. tiga processual imperfeita Por agora, vou adimitir que as duas partes do segundo principio esto ordenadas lexicalmente. Temos, portanto, uma ordem lexical que esta compreendida dentro de uma outra. A vantagem desta concepgdo especial esté em que ela tem uma forma de. finida e sugere certas questdes para investigago, como, por exemplo, ade determi, hat as condi¢des, se € que elas existem, nas quais serd escothida a ordem lexical A nossa investigado recebe assim uma orientacio concreta e deixa de ester conf nada a aspectos gerais. Como 6 evidente, esta concepgio da distribuigio ¢ extrema. mente simplificada, E concebida para caracterizar de forma clara uma estrutura ba- sica que recorre & ideia de justiga processual pura. Mas ainda assim devemos tentar identificar conccitos simples que possam ser conjugados de modo a obter uma com, cepeiio razodvel da justiga. As nogdes de estrutura basica, de véu de ignorincia, de cordem lexical ou de posigaio menos favorecida, bem como a prépria nogao de justiga Processial pura, sio exemplo disto. Isoladamente, nenhumia destas nogdes pode roduzir resultados, mas, devidamente articuladas, podem ser extremamente iieis, excessivamiente optimista supor que para todos ou sequer para a maioria dos pro. blemas morais hé uma solucao razodvel. Talvez s6 alguns possam ter uma resposta satisfat6ria. Em qualquer caso, no que a sociedade respeita, a solugzo sibia € con.

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