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11 AS EMOGOES NO UNIVERSO MORAL DOS ADOLESCENTES SIMONE DOS SANTOS PALUDO ‘A moralidade na adolescéncia é um t6pico popular na academia e na sociedade em 8 oe parece que todos estao atentos as falhas eis deficiéncias morais dos adolescentes. Uma busca na Biblioteca Virtual de Satide com os descritores moral e adolescéncia evi- Genciou a existéncia de 105 artigos publi- csdos no LILACS, considerados a base de Jiteratura cientifica e técnica mais impor- tante da América Latina e do Caribe. Entre caves trabalhos, & possivel encontrar um predominio de estudos sobre adolescentes em conflito com a lei, usuarios de drogas, participantes de gangues ¢ atos violentos ¢ ovens envolvidos com comportamentos c- Xuais de risco, De fato, existe uma preocu- pacio com aqueles adolescentes que rom- pem as regras morais e sociais, e nao € sur- preendente que a atengao esteja focalizada nesses temas, dadas as implicacdes sociais, econdmicas ¢ politicas contidas nas falhas morais. Na tentativa de explicar as falhas morais, encontram-se as conhecidas teorias universalistas do desenvolvimento. moral lideradas pelos pesquisadores cognitivistas Piaget e por Kolhberg. ae : compreensio da mora- pelo entendimento da- que é etrado e pela compreensio do raciocinio moral. £ preciso que 0 estudo da rnoralidade seja ainda mais amplo e inter. disciplinar. O campo da psicologia mora tem sido impulsionado por estudos que reconhecem 0 papel da intuigio, das emo- goes ¢ da cultura na moralidade. Portant, } objetivo deste capitulo ¢ introduzir adi cussio promovida pelas teorias relativistas culturais, apresentar 0 papel da emocio na moralidade, discutir as emogdes morais ¢ refletir sobre as relagdes existentes entre adolescentes, emogdes morais e desenvolvi- mento positivo. MORALIDADE, ADOLESCENTES E EMOGOES: E POSSIVEL ARTICULAR? Diariamente sao noticiados casos envolven- do adolescentes e jovens em eventos ilegais c/ou agées violentas e, até mesmo, crimino- sas. Muitas sao as hist6rias que permeiam a midia e a realidade. Quem nunca se de parou com uma noticia sobre adolescentes ¢ jovens envolvidos com tréfico de drogis € armas, vandalismo, furtos, roubos, brig’ acidentes de transito e crimes contra 0 PY triménio e contra pessoas? Em 1997, cinco jovens de classe médit alta (sendo um menor de 18 anos) ate!" indio que dormi. em una Pras m 90 vm ndio era Galdino Jesus dos fp mem. que havia ido a Brasi- Sirs, wm eso de buscar apoio Para 25 iia co Goes ido seu povo, Patax6 Ha-Ha- sive busca acabou de forma brutal, “He, 909 Mrpetido contra 0 fndio causou otime rodo o Pals € levantou uma roto aiscussao SObre a moralidade inp qvovidos,afnal tratava-se de asses eqvalvend jovens provenientes Samia com ato poder aquisitivo € com él de educagio formal: As justificati- sonecids para a brutalidade do rime eam romper todas as crengas sociais Pa ekamada boa formagdo, Quando os se frmaram que “nao sabiam que era peo e pensavam que era apenas UM a eo, despertaram uma cOmOGsO D2- se ainda maior e uma busca incessante jotapostas explicativas que, de alguma pee fundamentassem tal comportamen= wave colidia diretamente com todas as sormas sociais Vigentes. Trentos tragicos como esse provocam uma série de questionamentos sobre a mo~ raidade eo papel da emogao no julgamen- fomoral. Em geral, 0 interesse por esses fa- inves é despertado justamente quando exis- tealguma afronta as regras sociais e morais stabelecidas em uma comunidade. Rara- mente os casos de adolescentes e jovens en- volvidos em comportamentos pré-sociais € postivos sao tao visibilizados e causam tamanha repercussio. Talvez essa tendéncia sa explicada pelo interesse da sociedade magueles comportamentos que fogem 20 ee Na psicologia, o olhar doen jo para os aspectos negativos do doninante deo humano também esteve jeinane durante muito tempo Contu- een sido instigados pela Positiva, movimento fundado no ano d mig quando Martin Seligman as- residéncia da American Psycholo- Trabalhando com adolescentes 165 gical Association, e difundido amplamente no ano de 2000 a partir de uma edigdo es- pecial da importante publicacio Americ psychologist (Seligman & Caikscentmnihalyi 2000). Esse movimento contribuiu para que outros aspectos da moralidade e do desenvolvimento positive de adolescentes passassem a ser incluidos nas investgacdes da rea psicol6gica ¢ ganhassem visibilida- de, como € 0 caso das emocdes. 0 QUE CONSTITUI MORAL NAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO MORAL? Tradicionalmente, os principais livros de psicologia do desenvolvimento utilizados nos cursos académicos brasileiros apresen- tam as teorias cognitivistas da moralidade, destacando as mudangas especificas que ocorrem no pensamento ¢ no raciocinio moral durante a infancia e a adolescéncia (Cole & Cole, 2004; Papalia, Olds, & Feld- man, 2009; Schaffer, 2011). A teoria do jul- gamento moral proposta por Piaget (1977) ¢ os estudos de Kohlberg (1963, 1969) so amplamente discutidos nessas obras. Sem Guivida, é consenso que esses autores Pro- duziram um corpo substancial de trabalho sobre o desenvolvimento moral de criangas eadolescentes e que seus escritos merecem destaque. Todavia, este capitulo tem como objetivo introduzir ao leitor o papel das emocoes na moralidade. Historicamente, 08 psicdlogos © 0S finésofos tém discutido se os julgamentos morais sao produtos de processos racionais pa emocionais ¢ se esses process0s S80 Ui” cersais ou culturais. A discussio sobre a verealidade e relativismo moral foi iniciada te pesquisadora vio Brasil por uma importante Pe dda psicologia moral ~ Angele Biaggio. Em- tora a autora tenha se dedicado & dissemi- patiys ideas de Piaget € Kohlberg ¢ tenha 166 Habigzang, Diniz & Koller (ores) produzido diversas investigasdes sobre Gesenvolvimento da moralidade de crian- gas e de adolescentes (Biagio 1975, 1984, 1988, 2002), no ano de 1999, ela atualizou a comunidade cientifica ao evidenciar 0 am- plo debate que vinha acontecendo entre 08 pesquisadores norte-americanos sobre as ceorias universalistas e relativistas da mora- Iidade, Nessa ocasio, Biaggio publicou um artigo apresentando a questao central qué separa os tedricos universalistas € os tedri- os relativistas culturais - existem valores morais universais ou nao? Para a pesquisa dora, naquele momento era possivel Feco- nhecer um grupo de autores identificados com a posicdo universalista ~ a qual pres- supée a existéncia de valores morais uni- versais ~,liderados por Piaget e Kohlberg, ¢ outro identificado com o relativismo cultu- ral — que pressupde que a cultura modela a emogao € 0s valores morais — liderados por Shweder. Apés a exposigao das principais jdeias dos autores, Biagio (1999, p. 19) afirmou: “Inclino-me pela posi¢ao univer salista, mas tendo sempre em vista que em ciéncia nada é definitivo e novas teorias po- derdo vir a superar as mais antigas.” Talvez as teorias relativistas ainda nao tenham superado as teorias universalistas; no entanto, tais propostas tém tido muita visibilidade e aceitagao no Ambito acadé- mico internacional, enquanto, no cendrio nacional, as teorias universalistas ainda sao dominantes. As propostas relativistas co- megaram a ganhar espao nos principais bancos de dados e acervos de publicacoes internacionais no final dos anos 1980, na ‘tentativa de verificar a influéncia dos fatores culturais e da emocao na moralidade. 0 papel das emogées na moralidade Nesse cenério, os estudos do antropélogo Richard Shweder passaram a receber aten- oY a0 a0 introduir a perspectiva rely sattural na discussao. da moral (gta 1990). A publicagao do estudo realizado” Shweder, Mahapatra e Miller (1987), 9° zado com criangas norte-americanas mea” Joras de Hyde Park, nos Estados Unidos Suangas motadoras de Bhubaneswar nap’ dia, suscitou reflexdes importantes sobre, iniversalidade dos valores morais,especit mente pelo fato de que os resultados pon faram para a variaga0 cultural do dominiy moral. Logo, outro estudo organizado por Shweder, Much, Mahapatra e Park (1997) eforgou a perspectiva relativista cultural ‘Tal ideia foi fomentada com base no estudo realizado no sul da Asia, mais precisamen. fe na India, onde predominavam valores relacionados a divindade e 8 comunidade, achados diferentes daqueles encontrados fm culturas de sociedades ocidentais. 4 partir da imersio dos pesquisadores nessa Cultura, Shweder € colaboradores (1997) identificaram trés cédigos presentes no dis- curso moral dos moradores locais,a saber:a ética da comunidade, a ética da autonomia ea ética da divindade. Cada cédigo revelava ‘9 que era mais importante, central e mo- ral para o ser humano. Por exemplo, a ética da comunidade destacava as pessoas como partes de um grupo, portanto os papéis eas funcOes desempenhadas precisavam preser- var 0s costumes, os deveres € os interesses daquele grupo. A ética da autonomia en- volvia a predominancia de um raciocinio voltado para os interesses ¢ 05 direitos do individuo, enquanto a ética da divindade pressupde um pensamento centrado nos aspectos sagrados e espirituais. A divulgagio desses dados impulsio- now a discussio sobre os aspectos cultural da moral. Com 0 objetivo de verificar 0 pressupostos da teoria de Shweder € 6” laboradores (1987), Jonathan Haidt, ¢™ parceria com as pesquisadoras brasileiras Silvia Helena Koller e Maria da Graga Dias Trabalhando com adolescentes 167 4 a variagao cultural do dominio investi60" ancas ¢ adolescentes brasileiros moral de rricanos. Haidt, Koller e Dias e norte iaram as respostas ante aces (1993) es nao prejudiciais, como por ofensive mnpar 0 banheiro nacional ou co- exer chorro de estimagao apés morto. met © Cfados corroboraram as variagoes s rest fdas a cultura; contudo, também selacofy outras varidveis relevantes no re ‘moral (classe social e emocao). participantes norte-americanos pertencen- tesa dasses com alto nivel socioeconémi- fo informaram que as ages de desrespeito nio apresentavam prejuizo interpessoal e, portanto, ndo poderiam ser moralizadas. Ja prasileiros de nivel socioecondmico baixo julgaram como morais agdes de desrespei- to. A partir desses achados, os autores cons- tataram que algumas culturas relacionam 9s seus julgamentos morais com assergoes intuitivas ou afetivas (p. ex., “isso esta er- rado, porque é repugnante”) enquanto ou- tras relacionam com a razao (p. ex. “isto pessoalmente me incomodaria, mas isto nao esté errado”). Por conseguinte, 0 estu- a evidenciou que a cultura, 0 nivel socio- econdmico e a intuigao/emogao ajudam a compreender a moralidade. Avalorizacao das emogées nos estudos da moralidade foi reforcada quando Haidt (2001) propés um modelo denominado “intuicionista social” (social intuitionist mo- del) para explicar o julgamento e 0 racio- sinio moral, Tal modelo social considera as ‘moses e as intuigdes processos vitais no julgamento moral. Para 0 pesquisador, in- ‘uipdes/emogdes siio processos emocionais “ulomaticos e diretos que tendem a domi- a a avaliagdes imediatas de eventos que ae questdes_morais. Por exemplo, deen Pessoa toma conhecimento do Raa Gcorrid no ano de 1997 (morte avalig Posse que expresse uma rapi- ‘S40 emocional negativa que pode ‘guinte expressao: “Que Provavelmente, essa ima pessoa € etrado”), Provocaré um raciocinio emosao/intuigao inicial Matar uma pessoa dessa forma 0s 0s direitos humanos, aconteceu é um horror, exemplo evidencia co interferir em um julgamento moral e or- Sanizar um raciocinio cognitivo posterior, Produzido para justificar a intui¢ao inicial. A neurociéncia tem sido uma impor- tante aliada do modelo intuicionista, evi- denciando, por meio de neuroimagens, que as emosoes sao responsaveis por julgamen- tos morais (ver Berthoz, Armoniz, Blair, & Dolan, 2002; Damasio, 1996; Greene, Som- merville, Nystrom, Darley, & Cohen, 2001; Greene & Haidt, 2002; Moll, Oliveira-Sou- za, Bramai, & Grafman, 2002). Outras tentativas de explicar o papel que a emogao e a cultura ocupam na mo- ralidade também tém sido elaboradas. O primeiro passo nessa direcao foi dado por Haidt e Joseph (2004). A partir de uma me- tandlise de diferentes teorias da moralidade humana que contemplam perspectivas evo- lucionistas, inatistas e empiristas, os autores buscaram identificar padroes intuitivos co- muns nos diferentes estudos e concluiram, que sofrimento/compaixao, _hierarquia/ respeito ¢ reciprocidade/justica sdo temas recorrentes. Portanto, sugeriram que as in- tuigdes embasam o sistema moral e as vir-~ tudes que cada cultura desenvolve. Dando seguimento aos estudos, Haidt ¢ Joseph (2004) ampliaram a discussao e reconhece~ ram a existéncia de cinco grupos intuitivos candidatos & fundagao da moralidade: jus- tiga/reciprocidade, prejuizo/cuidado, grupo social/lealdade, autoridade/respeito © pure- zalsantidade. Esses achados viabilizaram a © Posteriormente, condizente com a (“E errado, €violar tod, isso que um absurdo”). Esse MO a emocio pode Habigzang, Diniz & Koller (orgs.) aidt, & Nosek, 2009 aidt & Graham, 20075 ‘& Joseph, 20095 Sherman Para testar a propostay fol vnestiondrio, denominado tionnaire (Graham et « iniciais sugeriram dades psico- ddas e pode ser considerada ‘az de mensurar os di- Iturais ¢ intuitivos da (Graham, Graham et a. 20115 Haidt, Graham, ‘& Haidt, 2011). elaborado um 4 moral foundations ques 11, 2011). Os resultados inici que a escala apresenta ProPric métricas adequa' ‘um instrumento cap: ferentes dominios cul moralidade. | Diante do exposto, € possivel afirmar que intuimeros esforcos tem sido empreen- Gidos na tentativa de explicar o papel das emogdes € da cultura na moralidade, Em- bora existam evidéncias empiricas para os modelos teéricos construidos, pesquisa dores criticam a supremacia oferecida 3s emogoes (Pizarro & Bloom, 2003; Saltzstein & Kasachkoff, 2004). Muitos debates ainda sero necessérios para a compreensio da moralidade humana, especialmente no Bra- sil e na América Latina, onde as produgdes cientificas da psicologia moral ainda sio dominadas pelas teorias cognitivistas. Pa- rece que o amplo debate existente entre os pesquisadores norte-americanos ainda nao foi incorporado a realidade da academia latino-americana, visto 0 pequeno ntimero de publicacées direcionadas a essa discus- sao em livros didaticos e em revistas cien- tificas nacionais. Um exemplo desse fato ae ne auséncia de referéncias 0 selatvsme moral, Enbora 6 stgn ce eee Embora o artigo de slaboradores (1993) tenha apre- sentado evidéncias sobre o relativ: tural analisando uma amostra bracine & uma amostre n rasileira e norte-americana (envolvend ctiangas e adult i ° (0s) e tenha tido u tante repercussao académica, ma impor- © estudo que esté publicado no Journal of Person, Social Psychology é mais reconhec eg do por pesquisadores internaciona;, cenario, € possivel perceber que g a es ancada por Biaggio em 1999 aing, yuo Hahou muitos aliados. A conversa qi? & teorias universalistas ¢ as teorias relay ® culturais ainda é muito timida. tay falver 0 Primeiro Passo seja exatyne este: apresentar OS avangos produiidg. psicologia moral que estio sendo dis fados com rapidez no cenétio internse nal, mas ainda muito retraidos por aqy; io. le 08 ng sem. CONHECENDO AS EMOCOES MoRals ‘As emogdes tém um papel fundamenta] na moralidade. Shweder e colaboradores (1987) jf apontavam que os pais apre. sentam o que é moralmente importante 4 ctianca por meio dé Sas eMogbes. Se. gundo 0s autores, as criangas aprendem a partir de pistas emocionais oferecidas pe- los adultos, ante uma situagdo. As reacdes emocionais dos adultos indicam 0 dominio da moralidade € as respostas_apropriadas para as criancas. Afinal, as emogoes morais so aquelas eliciadas por diferentes even- tos (que podem ser bons ou ruins); dessa forma, conhecer a reagio emocional de al- guém diante de um dilema informa bastan- te sobre a sua moralidade. Haidt (2003) aponta que as emocoes morais emergem diante dos mais diversos eventos e possibilitam o engajamento em uma agdo que pode ser pré-social ou nie Por exemplo, voltando ao fato citado n° inicio deste capitulo — a morte tragica do indio Galdino (evento) — pode ter causado raiva, indignagao e desprezo (emo¢ae mo- ral) e pode ter motivado a sociedade pa"! busca de justica ou vinganga (tendéncia agao). sem dtivida, as violagdes morals pro- vocam a emergéncia de emogoes morais, 20 «tempo em que motivam compor- jue podem ser morais (Haidt, tumentos My Stuewig, & Mashek, 2007). Fa am a Jide acordo com os padrdes sociais sos 238 (Cohen, Wolf, Panter, & Insko, Haidt, 2003). No entanto, as emogoes ram caracteristicas particulares e, por seo, tem sido agrupadas em “fami- ess em grupos (emogOes autoconscien- Ua her conderiting other sufeing, other we ising). Pata além das classficagoes, F interessante destacar que Haidt (2003) apontou uma discussao fundamental para_ ‘mpreender a natureza das emogoes, Para resquisador € preciso considerar também sutras duas dimens6es,a saber: 201s aprese! 1. ofoco da emogao (voltada para si mes- mo ou para 0 outro) € 2, avaléncia (positiva ou negativa). Araiva pode ser um bom exemplo des- sascondigdes. Embora a raiva seja apontada como uma emogao primaria, pois esté pre- sente desde 0 nascimento (Ekman, 1992), possuialgumas dimensdes consideradas morais e tem como caracteristica o valor negativo, sendo descrita comumente como uma emogao moral negativa (ver Tangney_ etal., 2007). Além disso, a raiva pode ter di- ferentes focos, tanto pode estar voltada para simesmo, quando a pessoa percebe que nao alangou um objetivo, como pode estar vol- tada para o outro, quando se percebe que a falha foi causada por outro de forma inten- Cional. Pesquisadores tém se interessado em 'nvestigar a raiva como uma emogao moral aie eruerge quando existe a percepgao de Pimento de padrdes morais que causa aoree outros ou a uma comunidade ¢ ct endéncis de agao voltadas para 0 Fischen pee ou para sanar as injustigas Rozin, Lo Roseman, 20075 Haidt, 20035 Lowery, Imada, & Haidt, 1999). om adblescentes 169) Junto c¢ i S20 considerados parte de oer? £0 mojo S005 que envolwen ese oo ila das emo Para expressar diferentes tipos eden Nes tipos de desapro- 205.0 ap es Pee Possibilitando que os diferentes srupos Sociais tenhatn diferentes olhares¢ ‘jam valorizados de acordo i que ocupam. Rozin e colaboradores (1999) observaram que 0 desprezo esta vi ; as transgressoes da dtca do comonidats anseré comunidade (as trés éticas propostas por Shweder), en- Quanto 0 nojo esta relacionado as violagoes da ética da divindade, que envolvem desde ages da natureza humana, como a higiene € os cuidados basicos, até as ameacas da dig- nidade humana, como preconceito, racis- mo e abuso. Haidt, Rozin, McCauley e Ima- da (1997) destacaram que 0 nojo sempre teve uma fungao especifica como guardiao da boca, sendo responsivel pela selecdo dos alimentos considerados corretos, limpos € adequados em determinada cultura, mas seus achados mostraram que 0 nojo tam- bém € 0 guardido do corpo. Nesse sentido, qualquer ameaga e transgressio desse cor- po, por meio de uso de drogas, sexo e/ou modificagéo no seu formato original, po- dem despertar essa emogao. Jaa vergonhae a culpa sto considera- das parte da familia das emogoes autocons- cientes, ou seja, sao aquelas que emergem a medida que as criangas se tornam capazes de agir, pensar e comunicar sobre si mes- mas a outras pessoas (Kochanska, Casey, & Fukumoto, 1995). Para Haidt (2003) essas emogoes morais surgem de discrepancias entre o comportamento da propria pessos eo de seus modelos morais e,embora ssjam geralmente confundidas, s40 ae aie fivas distintas. De maneira gerah a itera aponta que ambas referem-se @ afetos ne- ativos associados com a avaliagao on ae algo foi feito errado ¢ estao, frequen! iniz & Koller (ore: 170 _ Habigzang. terpessoais 08 a acreditam ter te, ligadas a transgressoes situacdes nas quais as pesso% pi seslaclo normas (Fergusom StCEE Miller: & Olsen, 1999; Leith & Baumeister, 199 z ‘Contudo, uma impor Tangney et al., 2007). ae eeaoe tante diferenga entre as emogoes €& Tina 6 0 foco, ou seja, para quem nha e de culpa é 0 foco, ou Sty Pan, bu para o que esté direcionada a CMS” Na experiencia de yergonha, © foco are recionado para si mesmo, 01 S€}@ VO 1 para a pessoa que cometeu a 26305 PORT fo, sentimentos de desamparo, incomPe renciave o desejo de escapar sio provocados (Eerguson et al., 1999; Leith & Baumeister, 1998; Tracy & Robins, 2004). Jé na culpa; © foco central de avaliagao negativa € a aga0 realizada e nao a pessoa que a cometeu ¢ diante dessa condigao, a tendéncia de ago. mais comum é o desejo de reparagdo (Co- hen etal., 2011; Lewis, 1971, apud Tangney, Miller, Flicker, & Barlow, 1996). © orgulho também € uma emosio moral identificada como autoconsciente, contudo, ao contrério da culpa e da ver- gonha, envolve uma avaliacao positiva de si mesmo, podendo provocar sentimentos agradaveis (Else-Quest, Higgins, Allison, & Morton, 2012). Essa situagao ocorre justa- mente porque 0 orgulho emerge quando ‘existe uma resposta que atende normas so- _ ciais e morais (Tracy & Robins, 2004). A familia das emogdes provocadas pelo -sofrimento dos outros é composta por simpatia, compaixao e empatia (Haidt, 2003), A empatia é uma resposta afetiva que se origina da compreensio do estado emo- ional outro, al medida que o individuo assume um sentimento similar aquele que 3003) 8 ete aPerimentando (Eisenberg, ees distingue 0 concei- pessoal, sugerindo que a primeha a eee Tesposta emocional originadia da compen S80 do estado emocional do outro monnny, lo outro, mas nao. provoca a mesma emocio ¢ outra pessoa, como ocorre na desejo de confortar, ajudar ¢ aj "8tndg mento dos outros € a princip, iviar 4 0 | acdo dessas emogdes morais (1, | A_gratidag, motiva comuth2 pré-sociais, €, Por esse motivg, Pon, cada na familia de emogees que gi, | Titeratura, @ gratidao j4 foi conc Na | afeto moral (McCullough, Emmon 2m 2002), emogao moral (Haidt, 2003), Tsang positiva (Frederickson, 2004) ¢ sey, interindividual (Baumgarten-Tramey "™® Embora uma variedade de experier vida possa fomentar a gratidio, sug reside na percepgao de um resultadopen ou seja, quando um individuo (ben, fia percebe que outra pessoa (benfeitor) ap n forca (Deus, sorte) age intencionalmente melhorar seu bem-estar. faa Nessa perspectiva, McCullough, Ki patrick, Emmons e Larson (2001) propuse. ram uma teoria sugerindo a gratidio coms afeto moral. Para os pesquisadores, agra tidao resulta e estimula 0 comportamenty moral, uma vez que identificaram trés fun. oes morais para a gratidao: ° al end a) barémetro moral, que indica uma res- posta a percep¢ao de beneficio, a partir de uma aco moral realizada por outra pessoa; b) motivador moral, que move uma pessoa grata a comportar-se pré-socialmenteem diregao ao benfeitor e a outras pessoas; ©) reforcador moral, que encoraja os ben feitores a comportarem-se moralmenté no futuro. Os estudiosos afirmam ainda que # gratidao € uma emogao agradivel, vin lada a sentimentos ¢ estados psicoldsiees Positivos, como a felicidade, o orgulho£* esperanga. i yaliar a disposicao dos indi- para @ aa Gultos & gratidao, McCullough e vidos sores (2002) desenvolveram um adore to denominado gratitude ques- is (GQ-6)» que se baseia em qua- .des da gratidao — intensidade, aria, momento de vida e densidade jor meio de uma escala likert gvaliadas P , 7.atepontos e com seis itens, Os resulta- dos revelaram que altos escores de gratidao po correlacionados a altas medidas de comportamentos pr6-sociais, empatia, per- tio, religiosidade e espiritualidade, Indica- ram ainda que a gratidao tem uma tendén- cia de agao especifica, uma vez que motiva a pessoa beneficiada a agir pr6-socialmente no futuro. Esses mesmos autores também foram responséveis pela proposicao de uma escala de autorrelato, a gratitude adjective checklist (GAC). Outra escala utilizada para aferir a gatidéo foi desenvolvida por Thomas e Watkins (2003) — 0 gratitude, resentment, appreciation test (GRAT). Essa medida av: liaaapreciagao da vida e dos outros e inclui 16 itens. A partir da utilizagao das escalas citadas em adultos, Emmons e McCullough (2004) encontraram evidéncias empiricas que sugerem que individuos gratos sao mais propensos a agir de forma pré-social €apresentar outras emogoes positivas. Nes- sadiregao, Frederickson (2004) sugeriu que a gratid’o pode regular a experiéncia de «modes positivas, promovendo um de- Senvolvimento mais saudavel e alimentan- uma tendéncia de agao ampliada. Isso Stnifica que o individuo grato aumenta a chute de agées pré-sociais para com ara € Outras pessoas, Dessa forma, a e Parece estar relacionada com indi- res de bom funcionamento psicol6gico © social, uma ve ida em conjunt eZ que os atos de gratidao, torcean com outas emogbes positivas, ©bem-estar subjetivo e 0 sucesso tando com adolescentes 171 na vida. As peso; cr rs ns aa a Ctr i aa menor afeto Fi Shelton, 2002), 2002) e menos tater eee ae & MeCallougn ames fico (Emmons Embora o interesse pelo estudo das emosbes seja crescente, ainda existem pou- cas informagoes sobre 0 curso desenvolv mental das emog6es morais (Tracy, Robins, & Tangney, 2007). A maioria das pesquisas tem focalizado 0 aparecimento das emo-_ Ges durante a infincia; portanto, pouco se conhece sobre a trajetoria das emosoes. Morais ao longo da vida. E consenso entre 05 tedricos desenvolvimentalistas que os be- és experimentam e comunicam seis emo- s0es primarias e, 8 medida que se tornam autoconscientes, capazes de agir, pensar e se comunicar, emergem as emocdes denomi- nadas morais (Dunn, 1988; Ekman, 199: Izard, Hembree, & Huebner, 1987 ral, durante o segundo ano de vida, as crian- x as ja sao capazes de demonstrar vergonha, culpa, constrangimento e orgulho quando avaliam se tiveram sucesso ou nao na rea~ lizagao_de_uma_tarefa, Experimentos que provocam emocdes autoconscientes tém sido amplamente conduzidos com criangas (Ferguson, Stegge & Damhuis, 1991; Lewis, Alessandri, & Sullivan, 1992; Tangney, & Dearing, 2002). Contudo, a producao de conhecimento sobre o desenvolvimento de emogoes morais na adolescéncia e na vida adulta ainda ¢ restrita, Tendo em vista que ‘a adolescéncia € descrita_ frequentemente, como um momento de maior intensidade emocional e moral, € interessante conhecer as respostas emocionais oferecidas pelos adolescentes em face de conflitos morais. De acordo com alguns estudiosos, as emogoes Morais negativas tendem a apa- Fecer_ com maior frequencia na adolescén- pane 1g, Diniz & Koller (ores ) 172 _Habigzan neta, Richards, 2002). Em ‘contrapartida, Pesd) o comportamento pré-social a tam mostrado que aquele tam ter a obrigagse sével para CO} os a se en as (Carlo 2005)- Recentemente, (2010) publicaram um ‘ buscava examinar @ vergonha, a culpa ¢ o orgulho em diferentes grupos etdrios, que vyariaram entre 13.2 89 eros. Os resultados mostraram que @ ‘yergo- nha tende a diminuir na adolescéncia € na vida adulta, enquanto © orgulho e a culpa vamentam ao longo da trajetoria da vida. seas informagoes levam a crer que € fandamental fomentar a expressao de emo- goes morais, jf que essa atividade pode ser Tinto uma estratégia para acessar a morali- Gade como uma importante ferramenta de intervencao para 0 desenvolvimento positi- vo ¢ saudavel, Trazendo essa discussao para ‘desenvolvimento de adolescentes, pode-se repensar 0 quanto € necessdrio fortalecer a expresso de emogdes morais positivas que possam estimular 0 comportamento pro- -social. Em geral, os estudos direcionados aos adolescentes partem de uma perspecti- va cognitivista e universal e buscam avaliar © raciocinio moral daqueles envolvidos em atividades que rompem as normas morais. Contudo, pode ser mais interessante mudar 0 foco e buscar cultivar emogdes morais positivas. cia (Larson, M gue acred forma respon: esta mais propens portamentos altruist 2002; Hart & Carlo, Orth, Robins e Soto estudo transversal qu ORGANIZANDO INTERVENGOES POSITIVAS PARA ADOLESCENTES qmoalidade de adolescentes ainda é um tana bastante desafiador, talver_ porque cablam mais perguntas do qué respostas ivos que levam os adolescentes a colidir com as regras moraig fem transgress6es, OU talver 9. "oh sejam desconhecidos 0 fate Ne ding puem para o envolvimento den const em aces prb-sociais. Popul Na tentativa de elucidar a, “ sas questdes, estudiosos tém MAS dey do sobre as emogoes morais pr a special gratidao. O interesse 2% sobre a tematica com criangas e a4, tes é recente, tanto no Brasi] (Cos Hoefelmann, Pieta, & Freitas, 201,58" Silveira & Pieta, 2009a, 2009; Palugy Pieta & Freitas, 2009) quanto em paises (Bono & Froh, 2009; Froh eet 5008; Froh, Emmons, Card, Bono, & ye Son, 2011a; Froh, Yurkewicz, & Kahne 2009; Gordon, Mucher-Eizenman, Hi re, Dalrymple, 2004). » Halu © primeiro estudo sobre a gat em criangas € adolescentes foi publica por Baumgarten-Tramer, em 1938. Na cz sido, foi realizado com 1.059 estudantes de 7a 15 anos. Para avaliar 0 construto, foram propostas duas questdes: “Qual 0 seu maior desejo?” e “O que vocé faria para a pessoa que concedesse 0 seu desejo?”. Eburs exista interesse sobre o desenvolvimento da gratidao na infincia, a literature tem apontado que essa emogao emerge na faixa etria dos 7 10 anos, pois exige habilids des sociais e cognitivas (capacidade de eco nhecer a intengao de uma agio e retribult) que criangas menores podem ainda nio ter desenvolvido (Emmons & Shelton, 200? Por esse motivo, os estudos atuais tém & voltado para a avaliago dos chamados pre -adolescentes, adolescentes ¢ joven. Um experimento realizado pot EY mons € McCullough (2003) testo¥ intervengo baseada no cultivo da grat dao, em que era solicitado aos etude tuniversitarios 0 registro. de experen didrias. Os participantes _—_ mente designados a uma 60 foram alee ndiga — aporrecidos € neutros. Os resultados ros aborram que aqueles na condigao de identivapresentaram maior bem-estar grat entes dominios. Esse método foi m cado em 221 adolescentes iniciais, com rertjg 11 a 14 anos, por Fro, Sefick idactons (2008). Os estudantes foram dis- Erdos em trés condicdes (dois grupos experimentals eum grupo-controle) eava- fados em dois momentos, pré ¢ pés-teste. be autores encontraram resultados seme- hhantes aqueles verificados por Emmons e Mecullough. Os individuos na condicao de gratos foram instruidos a identificar cinco Fiuasdes em que se sentiram gratos e apre- sentaram niveis mais altos de otimismo e bem-estar psicoldgico, assim como menos afeto negativo. Partindo da premissa de que a grati- dio esta relacionada com o bem-estar, Froh, Yurkewicz ¢ Kashdan (2009) realizaram um experimento com 154 estudantes com idades entre 11 13 anos a fim de avaliar a relagao entre gratidao, bem-estar psico- Jogico, sintomas fisicos, relagdes sociais ¢ genero. Os resultados mostraram que a gra- tidio apareceu positivamente correlacio- nada a afeto positivo, percepgdes de apoio familiar, otimismo e satisfagdo com escola, familia, comunidade e amigos, € negativa- mente correlacionada aos sintomas fisicos. Outros estudos tém evidenciado ainda que a gratidao pode ajudar os adolescentes na promogao de relacionamentos pré-sociais, autoestima e competéncia, bem-estar, su- cesso académico e integracao social, assim como no fomento de perspectivas de futu- 10 (Bono & Froh 2009; Froh & Bono 2008; Froh et al., 201 1a). Testagens qualitativas e quantitativas tém sido amplamente utilizadas nos es- tudos citados, no entanto, nenhum havia buscado validar a utilizagio das escalas GQ6, gratitude adjective checklist (GACs McCullough et al., 2002), gratitude, resent- ttt co atc 173 ment, appreciation test sh ~Short form) (Thom: com diferentes | ort form (GRAT- as & Watkins, 2003) Brupos etarios. Diante dessa acuna, Froh e colaboradores (201 Tb) tes- wr ona ome 10S jor esealas em uma amostea de de 10 a 19 anos. As andlises {toric cone firmatérias reveloram une conan Fumatrias Fevelarsm uma consisénca inemna acitivel entre os grupos eitos, utilizaggo desses instrumen- tos nessa populacao. Froh e colaboradores (2011b) salientaram que a investigacao da Bratidao entre os adolescentes é importan- te, pois favorece a compreensio sobre 0 funcionamento emocional positivo, psico- légico e social. No Brasil, podem ser identificados estudos que buscam compreender o desen- volvimento da gratidao ainda na infancia (Castro et al., 2011; Freitas et al., 2009a, 2009b; Pieta & Freitas, 2009). Porém, ape- nas um estudo com adolescentes foi iden- tificado: Paludo (2008) buscou avaliar a experiéncia de gratiddo em 856 criangas ¢ adolescentes, com idades entre 7 e 16 anos, que viviam em diferentes contextos de risco (situacao de pobreza com vinculo familiar e situagao de pobreza sem vinculo familiar). Foram utilizados 0 inventdrio de eventos estressores na adolescéncia (IEEA; Kristen- sen, Leon, D'Incao, & Dell’Aglio, 2004), a escala de afeto positive e negativo (Giaco- moni, 2002) e a escala de gratidao (QG-6; McCullough et al., 2002). Inicialmente, foram contemplados os procedimentos de adaptacio do GOQ-6 para uso no Brasil © {qual foi submetido aos seguintes procedi- mentos: 1. tradugao simples; 2. confirmagio da tradugao (backtransla- tion); ; 3, aplicagao-piloto para verificar 0 enten- dimento dos itens. Habigzang, Diniz & Koller (orgs.) 174 ‘As anilises fatoriais inciis most ram limitagdes no ws0 desse InSIANG para criangas adolescentes devide 208 Fepectos desenvolvimentais. ¢ cogeitivos exigidos. Andlises confirmat6rias posterio ma redugio de itens. Essa res sugeriram un retjugao foi recentemente corroborada pot Froh e colaboradores (2011b) ao identifi- carem que o item sels é problematico. Os testes bivariados e as anidlises multivariadas ealizados por Paludo (2008) nao identi- ficaram diferenga significativa (p > 0,05) entre os grupos investigados (situagao de pobreza com vinculo familiar € situa¢do de pobreza sem vinculo familiar) para a expressao de gratidao, afeto positivo e afe- to negativo. Tais resultados reiteram que as condigées de vida impostas pelos contextos de desenvolvimento, representados, nesse estudo, pela familia e pela instituigao, nao influenciaram a expressio emocional ¢ a gratidao dos adolescentes. Ainda existem muitas lacunas no co- nhecimento sobre a expressio da gratidao e suas relagdes com bem-estar subjetivo, afeto positivo e comportamento pré-so- cial entre os adolescentes. No entanto, os pesquisadores sdo undnimes ao afirmar que a gratidao pode trazer beneficios im- portantes ao adolescente e fomentar seu desenvolvimento positivo (Froh, Bono, & Emmons, 2010). Quando a pessoa se sente grata, ela reconhece o significado de uma agao pré-social; portanto, a gratidao pode provocar mudancas importantes no com- portamento da pessoa que recebeu um be- neficio promovendo oenvolvimento desta portamentos que venham a favo- Tecer outras pessoas, McCullough, Kimeldorf e Cohi (2008) afirmam que a gratida: eT tara cooperarao ent 10 pode facili- Cambie eesaAH® entre as pessoas e o inter- nio sé ximuisosiuuisme cee ae ‘0 20 benfeitor como fomenta outa, dire- a Outras agdes direcionadas a terceiros. E in, = tacar ainda que a gratidao pode de, da. Segundo Froh € colaboradgs ting 6 possivel cultivar a gratidao ents 21, centes. As intervengoes devem «s, Adole,” 0s aspectos desenvolvimentais, ums !*tar a emergéncia da gratidao depende 4% racao cognitiva e emocional, Os py... experimentos relacionados a0 esti gratidao entre jovens sao bastante Froh e colaboradores (2008) enc evidencias de que a gratidao pode mely 0 bem-estar psicol6gico ao testar ume tervengao com adolescentes de 11 a 14 que envolvia a listagem de“béncaos diaen® durante duas semanas. Um estudo quay ‘experimental foi conduizido com estudan, tes de 11 turmas divididas em trés cond; des. Quatro turmas receberam a condi 0 de gratidao; quatro a condicao de abo. cidos; e trés serviram como controle, Aos participantes que estavam na condicao de gratos era solicitado que listassem situacoes ou eventos nos quais se sentiram agradeci- dos, e aqueles que estavam na condicao de aborrecidos era solicitado que listassem si- tuagdes que haviam sido incémodas. Essas solicitagées eram didrias e permaneceram durante duas semanas. Trés semanas apés a tiltima mensuracao, os pesquisadores rea- lizaram um follow-up. Entre os principais resultados, foram identificadas uma asso- ciagao positiva da gratidao com o otimis- mo, a satisfagdo de vida ¢ a diminuigao do afeto negativo. Além disso, foi encontrada uma relacao robusta entre a gratidao e a sa- tisfagao com a escola. Outra intervengao foi testada por Froh, Kashdan, Ozimkowski e Miller (2009). Os pesquisadores investigaram 89 estudantes com idades entre 8 ¢ 19 anos. Trabalharam com um grupo experimental e um. controle, solicitando aqueles designados 4 condigao de gratidao a redacao de uma carta de agrade cimento para um benfeitor que eles uns Mulo de Feceny, Ontraran, a oT Titi _gham tido oportunidade de agradecer da oa que gostariam. Apés essa atividade, form gtado que 0 jover fizessealeitura da cra soara a pessoa (Denfeitor) e compart oe Pro grupo a experiencia vivenciada. Os higos indicaram que aqueles que tinham paixos escores de afeto positive apresenta- usm aumento na expressio de afeto ¢ rai dio no pos-teste ¢ no follow-up realiza- fo dois meses apds a intervencao, ‘Tais experimentos destacam a possi- paidade do cultivo de gratidao e indicam os peneficios desse treino. Expressar ¢ experi- mentar @ gratidao pode fortalecer o desen- yolvimento positivo de adolescentes. Contu- do, construir estratégias de intervengao que fomentem o desenvolvimento positive de adolescentes ainda é um desafio para os pes- quisadores brasileiros. Ao langar um olhar pata o adolescente no cendrio nacional, & possivel constatar um desenvolvimento mar- cado por vulnerabilidades, heterogeneidades ¢ desigualdades profundas. Diante dessa re- alidade, nao surpreendente que os estudos estejam focalizados, em sua maioria, nas falhas morais dos adolescentes. Parece ser urgente conhecer os motivos que levam os adolescentes a colidir com as regras morais sociais, Pouco se conhece sobre as potencia- lidades desses individuos. Portanto, é preciso um maior investimento em pesquisas que busquem elucidar as emogdes moras positi- vas apresentadas pelos adolescentes. LEMBRE! As recentes pesquisas no campo da psicologia Daradigma cognitivista e universalista proposto de que juizo moral assume a forma de intuigao (que acontece tomética); 0 segundo, de que o juizo moral & jimpulsionado pol ea possivel afirmar que violagoes morais frequentemente evocam emog mento do caso do indio Galdino, qual foi a sua reagao.em Madolescentes 175, CONCLUSAo No cam 0 tee x came da psicologia moral, muitas S tebricas foram feitas e outras conti es ae a ser desenvolvidas. De acor- Monet y oreene (2011), a nova psicologia ‘oral € emocionante, permicccgeitonne ss eee magia Ja Haidt (2007) nascendo medida que snplion suc ele S que ampliou suas rela- ‘¢Oes com outros campos do conhecimento © passou a considerar papel central da emogao. £ preciso que a literatura nacional esteja atenta e acompanhe essas discussoes, mesmo quando exista discordancia com 0s pressupostos elencados. Uma postura flexivel e cientifica, como propés Biaggio, em 1999, é fundamental, em especial, em um pais onde a intuigao parece predomi- nar nas avaliacdes morais (ver Haidt et al., 1993). Situagdes que causam comosao nacio- nal, como a morte do indio Galdino, podem ser identificadas no cotidiano da populacao brasileira. Certamente nao faltam outros exemplos de adolescentes envolvidos em conflitos morais, mas talvez esteja na hora de conhecer situagées com desfecho posi- tivo? E possivel mudar o foco ¢ langar um. olhar para 0 desenvolvimento pré-social? Est lancado o desafio! é jis desafios para o moral tém se concentrado em dois a por Piaget e Kohlberg. O primeito envolve alegagbes de forma répida, inconsciente € au- yr respostas: emocionais. Dessa forma, ais. Ao tomar conheci- ocional? Pense nisso!

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