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Crer

Estou perdido no jardim, em meio a um milhão de flores. A cada passo tudo parece igual, nada
muda. Caminhando e cantando, provando a cada momento, meu mundo muda, minha
expressão muda, minha fala muda, minha vida muda, minha emoção muda, meu sentimento
muda. Só não muda esta teimosia em não acreditar no meu amor.

Eu troquei ouro por pedregulho. Troquei diamantes por vidro. Mudei a cara de um mundo,
tornei minha noite mais enfeitada. Eu faço da sua a melhor possível, a ponto de querer
entender, que amo você.

Eu me perco na prova, em como te convencer. O “eu te amo” lhe parece tão banal, que me
machucar lhe parece um ato invisível.

O fim do namoro de meses. Enfrentei duas famílias para ficar contigo. Você joga no ventilador
mil e uma oportunidades. Muda para o relento o que para nós foi resguardado. O amor das
nuvens se condensou nos teus ciúmes. Calúnias juntaram pedaços flutuantes da sua
consciência e jogaram-nos sobre minha cabeça. Perdi o juízo.

Perdi o juízo porque você não acredita em mim. Prefere o mundo a quem ama. Prefere a tua
razão à verdade. Prefere o nada ao invés do tudo. Porém eu não desisto fácil, eu simplesmente
te amo, basta crer.

Eu não quero mais nada, só reatar o laço que prende o buque de flores. Eu só preciso te fazer
acreditar.

Recorde-se dos momentos em que as rosas eram apenas detalhe junto ao nosso amor.
Lembre-se de quando pôde ver as nuvens por cima ao meu lado. Quando soube que não era
necessário morrer para ir ao céu. Quando descobri que os anjos também poderiam ser
humanos. Que o maior brilho do universo estava na terra. Quando vi a cor do mar nos teus
olhos e me encantei. Ou simplesmente olhe, veja: as marcas no meu braço com seu nome, as
lágrimas, feito chuva, caindo dos meus olhos, o beijo apavorado, a expressão triste, a
desistência do mundo. Olhe que céu e terra descem e sobem rumo à minha cabeça e nunca
deixei de te amar.

Esqueça-se de pensar. Veja só a realidade e escute seu coração. Eu te amo, você me ama e o
ciúmes é só detalhe. Detalhes não impedirão o nosso amor.

Mateus M. Nascimento.

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