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Carta aberta para todos aqueles que morreram.

Dracena, 13 de Novembro de 2012.

Carta aberta para aqueles que partiram desta para melhor.

Caríssimos defuntos;

É com muita honra e vitalidade que venho lhes remeter epístola com o único intuito de lhes
atualizar sobre as coisas aqui na terra. As coisas aqui mudam mais adolescente muda de
namorado. Como anda a vida por ai? Vem vivendo muito bem? Eu sinto que nasci de novo.
Aliás, descobri que a vida é doce quando apreciada com estes olhos de lã.

Você ai que está no inferno: avisa o capeta que o mundo não vai acabar em 2012. Aliás, vocês
não estão perdendo nada. Ai deve estar fresquinho perto do que estamos passando aqui. Eu
sabia que existia sauna livre, mas isso é uma piada. Se o chefia cramulhão gostar muito de
calor, avisa pra ele mudar de mundo. Aqui está muito mais quente.

Além da temperatura, essa joça ta um verdadeiro inferno. Ta morrendo mais gente em São
Paulo que Peru no Natal. E o povo é cada vez mais idiota. Acredita na primeira mentira que vê
pela frente além de ser a própria mentira. É uma falsidade... Você ai do inferno, pelo jeito que
as coisas estão indo, vão ter muita companhia daqui pra frente.

Você ai do céu: espero visitá-lo um dia. Responde-me a carta ai com umas dicas de como
morrer com prazer ou, os cinco passos para chegar ao céu. Ou faz um mapazinho pra mim. São
Pedro não me seguraria.

Avisem logo pros seus superiores que, ou eles mudam as regras para entrar ai, ou isso ai vai
falir. Santo não tem mais nenhum nesse planeta.

Como é o clima ai? Aqui ta cada vez pior. São Pedro é bipolar. Nunca chove, quando chove
afoga meio mundo. Quando chove demais, vem um Sol que muda o clima para “level Inferno”.
O ser humano de racional está se tornando uma anta. Resistir a estes infelizes é uma lástima
eterna.

Avisem todos vocês para o Michael Jackson que eu não gostei da última música que ele
compôs e manda-o devolver o dinheiro do meu ingresso.

Enfim, já não sei mais onde estou e o que sou. Dizem que o céu é monótono e que o inferno é
aqui. Sem rir aqui ninguém sobrevive. Se é que sobreviver é uma dádiva.

Para finalizar, espero nunca estar junto de vocês.

Atenciosamente;
Mateus M. Nascimento.
; esp

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