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A história da era moderna nos revela que a tensão inovadora, gerada pela revolução

industrial do século XIX, tornou-se verdadeira febre aniquiladora de vestígios do passado ao longo
da primeira metade do século XX. Parece que - no afã de exaltar novas formas de arquitetura física
e cultural próprias da sociedade contemporânea -, o Velho Mundo e, com mais fervor, o Novo
Mundo esmeraram-se, durante décadas, em esquecer ou até em destruir documentos do passado.

Felizmente, nestes últimos lustros do século XX, a tendência se inverteu. Quanto mais
avançamos com as até há pouco tempo inimagináveis conquistas de tecnologia e de
comportamento, mais queremos recuperar e preservar a memória de épocas passadas.
Felizmente, o triunfalismo da modernidade deixou de ofuscar. Voltamos a sentir a necessidade de
uma consciência histórica, referenciada, tangível, para dar consistência à nossa interminável
aventura cultural.

Ao patrocinar esta edição de Velhas fotografias pernambucanas, de Gilberto Ferrez, o


Grupo Bompreço une-se ao esforço de estudiosos, intelectuais, homens públicos e empresários
esclarecidos, empenhados neste louvável rush de preservação da memória regional e nacional. E
dedica aos jovens esta modesta contribuição. Pois são eles, em fase de formação, que mais
precisam “ler“ atentamente estas imagens; que não devam ser vistas como souvenirs pitorescos
de tempos passados, mas como registros históricos da trajetória cultural de gerações que nos
precederam.

Sem estima e respeito pela obra dos antepassados não há perspectivas dignas para os que
estão voltados para o futuro.

João Carlos Paes Mendonça


Presidente do Grupo Bompreço
A MAIS ANTIGA FOTO DO RECIFE

Charles de Forest Fredrichs 1851

A mais antiga foto conhecida do Recife.Tirada do alto do farol, vemos em


primeiro plano parte do forte do Picão, à esquerda os veleiros fundeados e, à
direita, a cidade.
FAROL DA BARRA

Augusto Stahl c.1858

Farol da Barra do Recife, inaugurado a primeiro de fevereiro de 1822, demolido


com as obras de prolongamento do porto.
OLHANDO DO FORTE DO PICÃO

Augusto Stahl c.1858

Os arrecifes formam uma proteção natural ao porto da cidade do Recife.


Na foto, tirada do alto do forte do Picão, vê-se navios fundeados no estuário,
o cais da Lingueta, o prédio da Associação Comercial e, mais à direita, o arsenal
da Marinha e a torre Malakoff.
FORTE DO PICÃO

Marc Ferrez 1875

Vista dos arrecifes e porto do Recife tirada do alto do farol da Barra. Em primeiro
plano o forte do Picão, construído em 1614, chamado pelos holandeses de Castelo
do Mar.Também denominado Farol da Lage e forte de S. Francisco da Barra.
Demolido em 1910. Ao fundo veleiros fundeados no Mosqueiro, a torre de Malakoff,
no arsenal da Marinha e a Lingueta.
O BAIRRO DO RECIFE VISTO DOS ARRECIFES

Marc Ferrez 1875

Vista de uma parte da cidade do Pernambuco tirada do Recife.O cais do Trapiche,


a Lingueta e o prédio da Associação Comercial.
O ARSENAL DA MARINHA

João Ferreira Vilela c.1865

Magnífica vista do casario do bairro do Recife. Vê-se o Hotel d’Europe, e o


Grande Hotel de l’Univers, no cais do arsenal da Marinha.
O ARSENAL DA MARINHA

João Ferreira de Vilela c.1865

Destaque para o estaleiro onde há um navio em construção e, ao fundo, a torre


de Malakoff que servia de observatório e que é o único remanescente, hoje, do
antigo arsenal.
OLHANDO DA TORRE DE MALAKOFF

Marc Ferrez 1875

Do alto da torre de Malakoff vê-se o arsenal da Marinha, o farol, o forte do


Picão na entrada da barra e, ao longe, Olinda.
OLHANDO DA TORRE DE MALAKOFF

Guilherme Gaensly c.1870

Do mesmo ponto, olhando-se para o sul, vê-se a zona portuária do Recife, a rua
Cruz, o hotel de l’Univers e os prédios antigos da cidade, alguns com seis andares.
Em primeiro plano o arsenal da Marinha.
OLHANDO DA TORRE DE MALAKOFF

Maurício Lamberg c.1885

Casario do bairro do Recife visto da torre Malakoff. Vemos as ruas da Guia e do


Observatório, que desemboca no cais do Apolo. Em primeiro plano o largo dos
Voluntários da Pátria, atual praça Artur Oscar. Ao longe a ponte Provisória onde
hoje está a ponte Buarque de Macedo que leva ao campo das Princesas, atual
praça da República, e mais além, o cais da rua da Aurora e a Assembléia.
A RUA DA CRUZ NO BAIRRO DO RECIFE

Algusto Stahl c.1855

A rua da Cruz, uma das mais típicas do velho Recife, em 1870, rebatizada para
rua do Bom Jesus. Ao fundo o chafariz da ‘Água da Encanação’, solenemente
inaugurado em 1846.
RUA DA CRUZ NO BAIRRO DO RECIFE

Guilherme Gaensly 1885

A mesma rua, então Bom Jesus, cerca de trinta anos depois, fotografada em
sentindo contrário. Notar os trilhos do bonde puxados a burro, sistema
inaugurado em 1871.
AS PONTES DO BAIRRO DO RECIFE

Augusto Stahl 1858

A ponte Provisória poucos anos depois de inaugurada, tendo ao fundo o casario


do bairro do Recife e o cais do Apolo.
AS PONTES E O BAIRRO DO RECIFE

Augusto Stahal c. 1855

A mais antiga ponte do Recife, cujos alicerces datavam do tempo de Maurício de


Nassau, substituída em 1865 pela ponte Sete de Setembro, de estrutura de ferro,
no mesmo local onde mais tarde, em 1917, foi construída a ponte Maurício de
Nassau.
AS PONTES E O BAIRRO DO RECIFE

João Ferreira Vilela

A Ponte Sete de Setembro, o arco da Conceição, a Alfândega e a Igreja


da Madre de Deus.
CAIS DO RAMOS OU DO COLÉGIO

Augusto Stahl c.1858

Cais do Ramos ou do Colégio, atualmente avenida Martins de Barros. Esse


belo cais foi mandado construir pelo presidente da Província, conde da Boa
Vista. Ao fundo a ponte Velha do Recife.
CAIS DO RAMOS OU DO COLÉGIO

Maurício Lamberg c.1858

O mesmo cais, então rebatizado cais 22 de Novembro, vendo-se à esquerda


o prédio e torre da igreja do Espírito Santo.
CAIS DO RAMOS OU DO COLÉGIO

Augusto Stahl c.1885

Aí temos mais um documento imprescindível para o estudo do velho Recife. Da


esquerda para a direita, parte da ponte Velha do Recife, o arco da Conceição, a
sacristia da igreja da Madre de Deus e a alfândega, com seus torreões, que
ocupava, desde 1826, parte do convento da Madre de Deus da Congregação do
Oratório de S. Felipe.
O CAIS DO RAMOS OU DO COLÉGIO

Maurício Lamberg c. 1880

Foto tirada do alto da torre da igreja do Espírito Santo. Vê-se o cais 22 de


Novembro, as pontes Sete de Setembro e Provisória e o início da rua da Cadeia
Nova, atual do Imperador.
O CAIS DO RAMOS OU DO COLÉGIO

Ducasble c. 1883

Do mesmo local, algum tempo depois, Ducasble tirou esta foto que mostra os
armazéns da alfândega, a igreja da Madre de Deus e o arco da Conceição, no
bairro do Recife. Ao fundo a construção da ponte Buarque de Macedo, no local
da antiga ponte Provisória.
RUA DO IMPERADOR NO BAIRRO DE SANTO ANTÔNIO

João Ferreira Vilela

A rua do Imperador vista a partir da praça D. Pedro ll, atual praça Dezessete.
Notar a altura dos prédios, os balcões, o calçamento de paralelipípedos e
os lampiões de azeite de peixe.

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